Dentre os primeiros a assimilar suas dúvidas e a apoiar a grande rebelião achava-se um cura suíço de Glarus chamado Ulrico Zwinglio, o qual fora iniciado por um de seus tios na escola de Platão cujos erros e venenos bebeu em abundância.
Presumido como era este Zwinglio chegou inclusive a revindicar para sí mesmo uma espécie de co paternidade - cf Merlé Daubigne 'Reforma na Suíça' - quanto ao advento da Reforma protestante. Alegando ter tomado a iniciativa de purificar a igreja independentemente Lutero e quiçá antes dele...
Foi esta, sem sombra de dúvida, uma das farpas mais agudas lançada contra o esposo de Dna Catarina ou no dizer de S Paulo um 'espinho da carne' do 'profeta saxão'... O qual de modo algum estava disposto a partilhar, com quem quer fosse, a glória de ter restabelecido a luz da verdade onde antes havia apenas escuridão e trevas.
Não a reforma era sua, somente sua, pensava Lutero, e ai que quem cogitasse priva-lo de tal 'glória'!
Fora ele Lutero o escolhido para 'salvar' a fé Cristã, o cristianismo e os cristãos... Ele era o coadjutor de Cristo, e auxiliar em sua obra... Ele era o 'associado' destinado a restabelecer o que Cristo e os apóstolos não haviam firmado coma a devida habilidade.
Ele era o 'reformador' necessário sem o qual o Cristianismo jamais teria retomado seu rumo...
A simples sugestão de que existia algum co reformador, cuja fama ameaçasse a sua era o quanto bastava para enche-lo de ódio e amargura infinitos.
Por isso que a ninguém odiou mais do que ao 'impudente' Ul Zwinglio 'mais ameaçador do que o turco e o papa!'.
A crítica no entanto - mesmo protestante - vindicou já a reputação de Lutero. Estabelecendo com abundância de provas a dependência do Suíço quanto a suas obras e exemplo, dos quais alimentou-se ao menos no primeiro momento de sua atividade reformista. O impulso, sem dúvida, veio das Alemanhas...
Ainda aqui mentiu e falseou o matreiro Zwinglio quando disse ter iniciado uma reforma paralela por conta própria, ocultando sua dívida para com o Revolucionário Wittemberguense.
Até nisto foi a reforma - e ainda é - uma feira interminável de vaidades e festival de pretensões destinadas a alimentar o ego insaciável dos vaidosos.
Foi este Zwinglio que - A semelhança de Américo Vespúcio - emprestou seu nome a doutrina simbolista ou alegórica do Sacramento, AINDA QUE NÃO A TENHA FORMULADO.
De fato chamasse zwingliana porque foi abraçada e divulgada pelo reformador suíço, mas não concebida ou formulada por ele.
Então por quem????
Quem seria o mestre ou inventor?
Poucos são, mesmo entre os protestantes, os expositores capazes de indicar com exatidão o verdadeiro autor da teoria.
PASSANDO ZWINGLIO POR PAI DE FILHO QUE NÃO É SEU!!!
Em verdade a paternidade da teoria simbolista ou sacramentária da Eucaristia cabe ao Dr Andreas Bodenstein, mais conhecido como Karlstadt, a um tempo amigo, a outro predecessor ou ao menos companheiro de Lutero, durante as primeiras aventuras reformistas.
De fato a este Karlstadt cabe o mérito de ter inventado diversas doutrinas ou dogmas ainda hoje altamente estimados por nossos protestantes assim o pedobatismo, a iconofobia, a rejeição ao celibato, a santificação do 'cânon' judaico, e o sacramentarismo dentre outros.
O que Th A Edison foi para a tecnologia contemporânea, Karlstadt foi para o protestantismo emergente, traçando-lhe as linhas fundamentais, sempre em oposição a Lutero...
Todas divulgadas entre os primeiros círculos anabatistas por seus companheiros de 'ministério' os profetas de Zickwau.
Aos quais ensinou que ao proferir as palavras eucarísticas ' Este é meu corpo' Jesus teria apontado para seu próprio corpo, e, assim aludido a si mesmo e não ao pão.
Sintomático que em qualquer das dúzias de Evangelhos apócrifos ainda hoje existentes e atribuídos a St Maria, Madalena, Pilatos, Judas, Mateus, Pedro, Tiago, Bartolomeu, Filipe, etc inexista qualquer alusão, inda que indireta, a tão patética cena concebida pelo imaginioso companheiro de Lutero.
Teria ele captado tal imagem por telepatia??? Seria ele médium ou sensitivo??? Teria poderes paranormais ou estaria delirando??? É O QUE JAMAIS VIREMOS A SABER!
Seja como for pretendia o Dr Andreas, com sua caprichosa explicação, suprir a omissão ou incúria dos apóstolos, evangelistas e hagiografos, que, apesar de inspirados, haviam deixado de registrar tão importante pormenor; e consequentemente, precipitado a Cristandade no abismo da hartolatria!!!
Já Otto de Brunfels, advertira que o 'desvio' eucarístico deveia ser atribuído as próprias escrituras, no caso omissas, logo falíveis e vulgares... Como veremos nos próximos tópicos.
Os anabatistas - Que eram, via de regra, pessoas simples e parcamente instruídas (como ainda hoje são) - acolheram devotamente a estranha explicação do Dr Karlstadt e deram-se por satisfeitos pelo simples fato de terem podido quebrar mais um dos tantos elos que prendiam a pobre Cristandade a Babilônia papal.
Os eruditos no entanto... rsrsrsrs
Tiveram pudor ou vergonha... Afinal nem todos os protestantes haviam perdido aquele belo apanágio da natureza chamado razão ou senso do ridículo.
Por aí se vê que deus sequer fora capaz de iluminar dignamente o pai e profeta dos sacramentários. E que tudo partira duma grande cagada!
Entrementes Zwinglio alimentava em seu coração aos mesmas dúvidas que Berengarius: "Se subiu aos céus e está assentado a mão direita de Deus Pai, como pode estar do mesmo modo sobre diversos altares ao mesmo tempo???"
imprimindo a tais dúvidas uma conotação cada vez mais severa. Enquanto Lutero - obtendo apoio do braço secular - esmagava o pobre Karlstadt impondo-lhe o silêncio!
Zwinglio no entanto disse para sí: "Talvez o alemão ridicularizado por Lutero esteja certo." todavia não podemos adotar sua explicação... POR SER RIDÍCULA...
E... assim sendo hesitava...
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