Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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quarta-feira, 25 de maio de 2016

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo I - Sub capitulo 04 > Romantizando em torno de um livro

Neste artigo o leitor paciente encontrará os seguintes tópicos:

  1. Antropomorfizando um livro
  2. O fator subjetivo
  3. Contradição, o sinal do erro
  4. Unidade doutrinal
  5. Confusão doutrinal
  6. Habilitando-se para compreender a Escritura
  7. A Igreja precede o Evangelho Escrito



Antropomorfizando um livro


protestante: Sempre tenho ouvido dizer que "A bíblia interpreta a si mesma.". O homem é que não a deixa falar...

Ortodoxo: Pura e simples frase de efeito: pomposa, elegante, cheia de aparências; mas... completamente vazia, e estúpida.




Afinal como todos os demais livros a Bíblia é isenta de aparelho fonador não podendo por isso mesmo falar... Neste sentido é tão cega, surda e muda como os 'indolos' da igreja romana e apenas pode ser lida por um homem de carne e osso... Isenta de cérebro ela sequer pode conceber pensamentos... E por qualquer ângulo que examinemos o problema teremos de concluir que ela - a Bíblia - é completamente inepta para manifestar seu próprio sentido e isto pelo simples fato de ser um livro, isto é um amontoado de papel e tinta, e não - como querem os fanáticos - uma pessoa, a 'quarta pessoa' da Santíssima Trindade!!!

Pessoas pensam, ouvem, veem e sobretudo falam. 

Livros não pensam, nem ouvem, nem veem, nem falam, assim a Bíblia... 

A qual é e sempre será objeto passivo de leitura executada por um elemento ativo que é o ser humano, e sendo lida é interpretada, analisada e compreendida por aquele que a lê e não por si mesma.

Quanto a ser interpretada ou compreendida corretamente precisa ela de um interprete capacitado, ou seja guiado pela tradição viva da Igreja, do contrário "O verdadeiro sentido do livro permanecerá inexato até o dia do juizo final." Pomer 'Das recht. des fursten uber...' p 54


Cada indivíduo tende a interpretar conforme sua personalidade


Protestante: Por que?

Ortodoxo: Porque "Faz parte da natureza humana o princípio da variação das idéias, das opiniões e dos modos de se compreender." Krug in 'Was sollen die prot...' 1828 portanto "Admitido que cada fiel possa julgar o sentido da Escritura, decorrerá, necessariamente, um profundo desacordo a respeito do que se deva crer entre os membros da Igreja." id, ibd

"Inúmeros interpretes discordarão diariamente a respeito do significado desta ou daquela passagem e entrarão em conflito." pondera o Dr Samuel Wix "É fato - acrescenta Oeffentliche Nachricht von der ersten... 1823 - No protestantismo a respeito de cada artigo de fé há sempre um grupo que sustenta e outro que repudia."

No frigir dos ovos o leitor inepto, despreparado ou fanático nada fará além de atribuir a escritura - consciente ou inconscientemente - suas próprias crenças, opiniões, gostos, sentimentos, tendências, aspirações, idéias, etc Disto resulta que a pura e perfeita palavra de Deus, acaba convertendo-se em palavra impura e imperfeita de homem.

Isto é tão certo que ao citar determinada passagem em seu sentido comum, qualquer um de nós deverá estar pronto para ouvir o rifão: Isto é interpretação sua; eu compreendo esta passagem de outra maneira!!! E só nos resta concluir que a Revelação da Verdade cedeu lugar o Império ou domínio absoluto das interpretações: como Cu cada um tem o seu e pronto!. Diante disto só nos resta dar de ombros e desesperar, pois como dizia Haufp: "A BÍBLIA NÃO NOS INDICA QUALQUER REGRA DE INTERPRETAÇÃO." in 'Briefe das studium der christl. religionsurkund betreffend' 1814

Para os protestantes todavia, nada mais comum do que a propósito de qualquer passagem bíblica haver mais interpretações que doutrina propriamente dita, de modo que a doutrina fica obscurecida pelas interpretações. E a verdade vai sendo perdida de vista e cedendo lugar ao desespero e ao ceticismo.

Quando um texto pode comportar dois sentidos ou significados válidos e quando não pode!


Protestante: Neste caso talvez hajam diversos significados inseridos numa mesma passagem...

Ortodoxo: Isto seria possível apenas quando determinados acontecimentos reais (a redundância é proposital!) fossem empregados pelo narrador com o objetivo de ministrar simbolicamente alguma lição. De modo que tanto a narrativa literal quanto o ensinamento alegórico fosse verdadeiros, pelo simples fato de não estarem em oposição ou se contradizerem alias.

Assim diversos autores antigos, sem terem posto em dúvida a veracidade literal das narrativas concernentes a cura do aleijado na fonte de Betesda, a multiplicação dos pães e ao Bom samaritano, tem buscado delas extrair determinados ensinamentos e doutrinas. 

No entanto dentro de seu próprio gênero - literal ou simbólico - deve haver perfeita correspondência a respeito do que se diz. Pelo que não pode aquele texto narrar ou ensinar objetos que se excluam. Assim uma narrativa literal não pode declarar que Jesus CUROU  e NÃO CUROU determinada pessoa e uma narrativa alegórica não pode simbolizar ao mesmo tempo que a alma perece juntamente com o corpo físico e sobrevive a sua dissolução; como não poderia significar que os homens ressuscitarão e não ressuscitarão no último dia.

Assim um texto que diga respeito a livre vontade jamais poderia afirma-la e nega-la ao mesmo tempo fosse seu gênero literal ou alegórico.

Pois ao mostrar-se contraditório mostrar-se-ia igualmente falso.

O Cristo todavia não pode enganar-se nem enganar-nos e tampouco o Evangelho conter matérias equivocadas.

É exatamente o que se sucede quando diante das palavras: "Este é o meu corpo", uns afirmam SER o pão corpo do Senhor enquanto outros afirmam NÃO SER ELE CORPO DO SENHOR. Pois como coisa alguma pode SER E NÃO SER AO MESMO TEMPO SOB O MESMO ASPECTO é impossível que um texto sagrado, inspirado e veraz comporte em si estes dois sentidos excludentes: o Ortodoxo e tradicional e o Zwingliano ou puramente simbólico.

Não podem os textos sagrados ou as palavras de Cristo ministrar lições opostas ou excludentes pelo simples fato de comportarem erro ou falsidade.

É como ser e não ser filho da própria mãe ou do próprio pai. Biologicamente você não pode ser e não ser filho de seu pai ou de sua mãe.

É como estar e não estar lendo este texto ao mesmo tempo...

Portanto se Lutero afirma que o homem é determinado e Melanchton que é livre não há como ambos estarem certos. Um deu com a interpretação correta e outro forneceu uma interpretação equivocada necessariamente. Não podem, um afirmando e outro negando a respeito da mesma qualidade com relação a determinado objeto, estar ambos corretos.

Se Zwinglio admite a maternidade divina de Maria como verdadeira e Sternberg repudia-a como falsa não há como conciliar ambas as assertativas...

Daí Honinghaus: "Se dos mesmos textos da bíblia tirais uma conclusão diversa da minha, isto só prova uma única coisa: Vossa doutrina não corresponde a verdade divina e absoluta; pois como não há dois sóis não pode haver duas verdades em oposição." 




"Eis porque em nossa própria igreja - declara Ammon - clamores se elevam: nem lógica nem coerência caracterizam nossa pregação." in 'Die unveranderliche einheit' 1827 num 03

Sendo assim, uma vez que cada protestante ou examinador e esta em oposição aos demais no mesmo campo e a respeito da mesma categoria, somos levados a crer que estamos diante de um sistema repleto de erros fabricados pela mão humana e não diante da divina revelação ou no mínimo que a Revelação esta envolvida por um espesso cipoal de opiniões humanas a ponto de tornar-se bastante difícil distingui-la.

Pois "Se o livro é mesmo divino como pode ser julgado pela mente humana e mortal do leitor? QUEM OUSARIA JULGAR LIVREMENTE UMA OBRA ESPECIALIZADA SOBRE GEOMETRIA???" Wieland

O próprio Pastor Marheineck é obrigado a convir conosco e a admitir que: "O livre exame é a fonte de todas as nossas misérias que afloram na igreja Evangélica. AFINAL A VERDADE DIVINA NÃO PODE SER FRUTO DO ENTENDIMENTO HUMANO, SOMENTE A CRENÇA TRADICIONAL NA AUTORIDADE EXTERNA PODE ASSEGURAR A COMUNHÃO NA MESMA FÉ." 

E apesar disto... "A UNIDADE É CONDIÇÃO PARA A POSSE DA VERDADE." Waterland

Pelo que os protestantes, com suas infinitas divisões, ficam desamparados por ela.

Não inútil, nem enigmática mas proveitosa para os habilitados.


Protestante: Quer dizer você que a linguagem da Bíblia é ininteligível ou enigmática?

Ortodoxo: Jamais comparamos a Bíblia com um livro de xaradas ou insinuamos que seja ininteligível a ponto de não poder ser bem compreendida pelo leitor dedicado e, consequentemente inútil. 

Como se Deus fizesse coisas inúteis e imprestáveis... Não este não é nosso ponto de vista e tampouco o da Igreja e se os protestantes fanáticos ousam atribuir-nos tal ensinamento fica patente que não passam de mentirosos e caluniadores.

Sempre afirmamos e ensinamos que é a Bíblia útil e proveitosa dentro de determinadas condições como o preparo do leitor, suas qualidades e sua dedicação.

Não ensinamos como os falsos mestres protestantes que seja um livro de fácil compreensão - cujo sentido possa ser apreendido num passe de mágica ou como que por encanto - e tampouco que sua compreensão seja impossível aos que se esforçam por obte-la.

O que dizemos e julgamos poder demonstrar é que é a Bíblia uma obra cuja compreensão - a princípio nítida - foi-se tornando cada vez mais complexa com o passar do tempo (especialmente quando examinada sem o auxilio da Igreja ou da tradição Cristã) e que portanto seu estudo comporta certas dificuldades. Disto resulta que seu exame, do ponto de vista natural, exige certo nivel de preparação que não corresponde a condição material, econômica, social e consequentemente intelectual vigente na maior parte das sociedades humanas incluindo a nossa.

Assim se não é um livro fechado como 'A profecia celestina' tampouco podemos le-la como uma revista ou gibi que compramos na banca da esquina. Correspondendo nossa posição a uma posição equilibrada ou de meio termo.

Diante de tais condições é perfeitamente lícito afirmar que o Novo Testamento não foi elaborado com o objetivo de que examinando-o extraiamos o conteúdo da Divina Revelação - Uma vez que a Divina Revelação (sendo de caráter sobrenatural) não pode ser substituída pela especulação racional - mas entregue a Igreja para a edificação piedosa. Cabendo a Igreja histórica e antiga atribuir-lhe o sentido legítimo e univoco.

Vós protestantes é que falseais descaradamente a realidade alardeando ser a Bíblia um livro de fácil compreensão. Há no entanto, mesmo em vosso meio, quem como o Pr Ernesti, admita ser a Bíblia "...mais difícil de ser compreendida do que as obras de Homero, Tucidides e Políbios." in 'Difficult in Neu Testamen.'

Outra não é a opinião do sábio Wieland: "Algumas de suas páginas oferecem obscuridades a fé mais erudita e bem formada." 

Julgo que por hora estes dois testemunhos sejam suficientes para satisfazer-vos pois tornaremos a este assunto no lugar oportuno para examina-lo com maior atenção.


A Igreja precede o Evangelho Escrito, não o contrário!

Cumpre ainda acusar os reformadores de terem invertido a economia divina supondo que a Igreja seja posterior ao Novo Testamento, quando sabemos que o Novo Testamento é posterior - em cerca de 15 anos - a Igreja e, portanto, que a Igreja não depende do Livro e bem pode subsistir sem ele.

Sem dúvida a perda de nossos Evangelhos - mais do que a da Iliada, a da Odisséia, a das Geórgicas, a da Eneida, a da Divina Comédia, a dos Lusíadas, etc - corresponderia a um desastre sem precedentes na História religiosa da humanidade. No entanto apesar disto haveria igreja, doutrina, verdade, pregação dos Evangelhos e em suma, Revelação divina!

Disto resulta ser falsa a alegação do protestantismo segundo a qual todos os homens estão obrigados a ler e interpretar a escritura para poderem ser salvos... Aos 'santos' basta a leitura pública oferecida a igreja todos os Domingos e a interpretação correta subministrada pelo clero.

Ja S Tiago, aludindo aos judeus de seu tempo ao invés de declarar que 'Possuiam a Torá em suas casas e costumavam le-la todos os dias.' exclamou: "Acaso Moisés não é LIDO todos os sábados nas Sinagogas?" ou seja durante o culto pelos oficiais comissionados. Os quais segundo a tradição rabínica adicionavam seus comentários.

TAL O COSTUME ADOTADO PELA IGREJA DE CRISTO DESDE SEUS PRIMÓRDIOS.

É da pregação da Igreja e ofício apostólico e não da habilidade exegética que procede o Reino de Deus e a redenção.

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo I - Sub capitulo 03 > "Um método idealista"

Neste artigo aquele que aspira por um conhecimento mais substancioso encontrará os seguintes tópicos:

  1. Um método idealista e ingênuo
  2. Um mau exame...
  3. A confusão doutrinal.
  4. O abandono...
  5. A intervenção secular dos princípes






A doutrina do livre exame não levou em conta as condições materiais da Sociedade


protestante: Precário em que e por que?

ortodoxo: Caso todos os Cristãos fossem chamados a extrair a verdade diretamente das Escrituras ou a provar a fé da Igreja por meio delas, semelhante exame - para ser proveitoso - exigiria deles intenso preparo e dedicação tão grande a ponto de estar obrigados a estudar um grande número de disciplinas (linguas, gramática, hermeneútica, exegese, literatura, lógica, história, geografia, ciências naturais, antropologia, sociologia, psicologia, etc) antes de sair do 'vestíbulo' e acharem-se aptos para atinar como sentido de uma única passagem inspirada!

Seria um esforço tão grande, tão titânico, tão colossal, tão amplo e tão profundo que consumiria décadas de estudo antes que fosse possível auferir um parco número de doutrinas razoavelmente seguras e reconstituir minima parcela da Verdade.

Que alguns poucos sábios e eruditos de vida folgada, enclausurados em seus gabinetes ou bibliotecas possam entregar-se ao luxo de empreender semelhante exame, concedemos sem maiores problemas... Pois é coisa de perito ou especialista.

Outro no entanto, e totalmente distinto é o caso do operário, do artesão, do campônio e da dona de casa cujas vidas, por assim dizer, encontram-se quase que completamente absorvidas pelas ocupações triviais do dia a dia... Assim deixarão eles de viver, de trabalhar, de comer para queimarem suas pestanas diante de coleções e dicionários ou haverão de examinar as pressas, apenas superficialmente e muito mal.



É com plena razão que o protestante Bretschneider assim se expressa: "OS IGNORANTES ESTÃO MORALMENTE OBRIGADOS A RECEBER AS SENTENÇAS E VEREDITOS DOS DOUTORES, OS QUAIS SOMENTE POSSUEM AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA COMPREENDER A BÍBLIA." Dier S Simonismus und Christethum, 1832 p 173

Outra não é a opinião de Krug: "Admito que a palavra escrita para chegar a inteligência mediana e apresentar-se claramente ao intelecto em sua pureza, DEVA PASSAR PELA MEDIAÇÃO DAS INTELIGÊNCIAS HUMANAS MAIS ESCLARECIDAS E DE SER EXPOSTA POR ELAS."

Surpreendentemente Calvino já se lhes havia antecipado e reconhecido que: "A presunção de que não carecemos de mestres e doutores humanos para compreendermos o sentido da Escritura não passa de LOUCA TEMERIDADE." Mons Genoulhiac 'História dos Dogmas' Tomo I, introduc


Afinal como falar em interpretação, sentido, exegese, hermenêutica a quem carece de pão, leite, camisa e sapato!?  

Ao propor a teoria do livre examinismo Lutero simplesmente não levou em consideração as condições reais da vida do povo ou do homem comum mas lançou-se num inconsequente arroubo de idealismo.




Como ex monge recluso que era cometeu ele o erro fatal ade disseminar entre o bom povo um método 'monacal' ou seja adstrito a vida de um monge cuja única ocupação consiste em estudar o livro... Ele certamente foi capaz de constatar que parte dos burgueses era já capaz de executa-lo e pode partilha-lo com seus alunos oriundos das altas rodas. Foi no entanto incapaz de perceber que o povo em geral, mesmo nas grandes cidades, ainda não se achava a altura da tarefa proposta.

Mal sabia ele que um método apropriado para monges reclusos e eruditos ociosos não era adequado a plebe ignara ou as massas incultas...

"Lutero usou o livre exame como uma arma, forjada as pressas, com o único intuito de enfrentar a igreja romana, SEM SABER NO ENTANTO QUE A ARMA TINHA DOIS GUMES." Schuglz 'Was heiszt glauben' 1830 pp 43 "O livre exame foi solução de improviso - confessa Tieftrumk (p 234) - tendo em vista contrariar o papismo."

Por outro lado o exame meticuloso e responsável das escrituras associado a um 'ceticismo metodológico' capaz de por de lado até mesmo os preconceitos 'luteranos', deu tão certo entre estes últimos - os alunos de Lutero - que parte deles (como Pilkeimer, Enser, Friedrich Staphylus, Hollstenius, etc), vindo a constatar que os 'SOLAS' haviam sido canonizados por ele, retornou ao papismo...



As desastrosas consequências de um exame superficial!


O povo no entanto - devido a suas condições - carecendo de pressupostos para tanto examinou muito mal (ou seja superficialmente), fiando-se em traduções espúrias, ignorando os mais elementares princípios da exegese, menosprezando o testemunho da História, etc E disto resultou a formação de inúmeras seitas e a fragmentação da Cristandade. Agradava-lhes no entanto pensar que com tão pouco esforço tocavam a Verdade sem que precisassem curvar-se diante dos Bispos e padres.

Tal e gênese e fundamento do NEO CRISTIANISMO... DO MORALISMO... DO PURITANISMO... DO FUNDAMENTALISMO... DO PENTECOSTALISMO... E DE TODA ESTA RUÍNA ESPIRITUAL que prolonga-se até os dias de hoje alimentando a reação irreligiosa.

Desde então - é o redator da Darmstadt Allg Kirchen zeitung (1831 - n 21) quem o diz - "A doutrina protestante assemelha-se a fisionomia humana: cada qual tem a sua..." 

"Um exame imparcial da instituição protestante mostra que sem dúvida alguma seus princípios atentam contra a Unidade e logo CONTRA A VERDADE."Ulmann in 'In den Theolog Studien und Kritik' 1832 vol II pp 301


Conclusão: O Método estabelecido por Lutero é inoperante tendo em vista a manutenção daquele caráter unionista com que Jesus Cristo desejou expressamente distinguir a Igreja por ele fundada.

Ele não só esfacelou a Cristandade em inúmeros conventículos rivais, como obscureceu a verdade, semeou a confusão nos corações dos fiéis e lançou os fundamentos da apostasia moderna i é da incredulidade generosidade. Pois em menos de um século ninguém mais sabia em que devia crer e a maior parte dos homens ignorava os fundamentos mais remotos da doutrina Cristã como a Encarnação e divindade de Cristo.

"A contradição e a confusão caracterizam nossa pregação evangélica." Khote in 'Concordia die Symbolus' 1830 p 06


Total falta de preparo

Passados cerca de uns cem anos Spinoza - tal e qual Lutero - dispos-se a fornecer um método para o povo.

No entanto a simples leitura de seu texto bem como a ordenação do método preconizado por ele, dão a perceber mais uma vez que a exegese científica não foi feita para o tecelão, o verdureiro, o padeiro, o peixeiro, a diarista, etc

E que eles jamais lograrão obter o legítimo sentido da escritura por semelhante via.

A própria especialização das coisas, comum ao trabalho humano, dispos que no plano religioso ou espiritual os leigos - especialmente as pessoas mais simples - fossem instruídos por sábios e peritos cujas vidas foram consagradas inteiramente a tal gênero de pesquisas como a exemplo dos médicos e juristas. Por isso que os hebreus sempre tiveram rabinos e os ismaelistas Mullas e Ulemas.

Além disto nenhum deles - Lutero ou Spinoza - podia sequer ter imaginado como seria a nova ordem imposta pelo liberalismo econômico. A qual, tornando a condição dos pobres ainda mais precária, dificultou na mesma medida o acesso ao estudo e alimentou a ignorância das massas.

Foi assim que as massas incultas e alienadas vieram a precipitar-se como que em bloco nos braços das seitas e a servirem de pasto a dissidência religiosa, a superstição e ao fanatismo com grande escândalo dos homens prudentes. 

De fato adquiriram elas o direito de ler e de 'interpretar' o livro... Mas não obtiveram a  faculdade de compreende-lo.

O abandono!

Diante disto o próprio Lutero percebendo que já em seu tempo o número dos sectários aumentava em proporção geométrica tomou a infeliz decisão de chamar em seu socorro (ou em socorro de sua doutrina!) - contra eles - o poder do braço secular, isto é, a polícia do grande eleitor.

Polícia com que mandava surrar, expulsar, multar ou mesmo matar os dissidentes ou seja tantos quantos ousavam questionar ou por em dúvida sua missão divina e infalível. Ficando desde então virtualmente abolido o livre exame nas terras luteranas e o luteranismo convertido em igreja.

Do contrário como teria ele contido as forças que libertou ou serenado as massas incultas que aspiravam pela reformação concreta do mundo segundo aquilo que estavam a ler na Bíblia? E que com a Bíblia nas mãos acompanhavam Th Munzer ou Johann de Leyden em suas Cruzadas sociais...

Enquanto a reforma e o livre exame mantiveram-se nos altos domínios da fé e da teoria, tocando apenas a fé da Igreja romana, Lutero, seus colaboradores e os graciosos príncipes limitaram-se a sorrir. Quando no entanto das mudanças religiosas partiu a inspiração por mudanças concretas, materiais, sociais e políticas levadas a cabo pelo ferro e o fogo, puseram-se a temer e a tremer.

Pois aquelas turbas com a Bíblia nas mãos alegavam estar agindo em nome do próprio Deus com cuja vontade deviam conformar-se todos os homens e Sociedades.

Foi quando as massas tiveram de ser massacradas, supliciadas, batidas a pauladas e a farra do livre exame contida em nome da 'ordem' estabelecida. Para tanto foram criadas as igrejas luteranas chefiadas pelos príncipes, fixado um corpo doutrinal, estabelecidos tribunais de fé, etc Exatamente como nos tempos antigos apenas em menos medida e menos rigor moral.


O emprego da força pelos reformadores e príncipes!


"Os reformadores foram unanimes em apelar ao braço secular contra seus concorrentes e pretensos continuadores." Dekan W in 'Protestanten Kirchen' 1828 Februarii


Audin - faz alusão a um certo Ienas que acreditando ser guiado pelo Espírito Santo escreveu um alentado volume contra o luteranismo. Conclusão: foi mandado por a ferros pelo Burgmeister e pouco tempo depois degolado com o 'placet' dos piedosos 'deformadores'...

Tal a atitude do Lutero vitorioso para com Karlstadt, Mutzer e Schwenkfeld... A de Melanchton face aos anabatistas  - de cujo assassinato participou - a de Zwinglio para com Mainz e Blaurock, a de Bullinger para com Gentile, a de Calvino para com Servet, Gruet, Castellio, Bolsec, etc

Afinal a SANHA COM QUE AS MASSAS INCULTAS ENTREGARAM-SE A UMA LEITURA SUPERFICIAL DO LIVRO E CRIARAM SEITAS SOCIALMENTE CONTESTATÓRIAS, SÓ PODE SER CONTIDA PELO BARAÇO E A FOGUEIRA... Isto sob pena de consumir toda Europa e arruina-la por completo como nos tempos das invasões germânicas ou dos albigenses e cátaros.

De fato sob diversos aspectos correspondeu a reforma protestante a uma segunda invasão bárbara a qual só não produziu idênticos estragos porque os radicais foram a tempo mandados supliciar e imolar pelos reformadores, arvorados em interpretes oficiais do livro. 

Os próprios príncipes e eleitores após terem pilhado os bens da igreja antiga e aumentado suas fortunas, passaram a encarar com suma suspeição e temor as menores disputas em torno da fé e isto pelo simples fato de que mexiam com a cabeça dos mais ignorantes, degeneravam em tumulto ou mesmo em convulsões sociais e acabavam resultando em toda espécie de abusos: latrocínios, depredações, assassinatos, etc

Enfim a simples sugestão ou suposição de que cada qual podia extrair princípios não apenas credais mais éticos, políticos e sociais diretamente da Bíblia convulsionou até os fundamentos mais remotos a Sociedade medieval apressando sua completa ruína e preparando a manifestação de um mundo novo, porém nada, nada Cristão e menos ainda humanista.




LIVRO PRIMEIRO - Capítulo I - Sub capitulo 02 > "O livre exame a multiplicação das seitas."

Neste artigo brindaremos o querido leitor com os seguintes tópicos:
  1. Definição de evangélico.
  2. Igrejas e igrejas
  3. Diversos evangelhos
  4. Demandando por um critérios seguro
  5. Temos uma Bíblia!
  6. Tradutore, traditore
  7. Algo que exige preparo
  8. Anti humanismo: Inculpando os falsos princípios e culpando o leitor.
  9. A linguagem humana




protestante: Quanto a mim já disse, nada sei sobre a tal venda de Bíblias. Sei porém que a Santa palavra de Deus é apta para instruir na verdade e na piedade...

Ortodoxo: (Como a orientação de queimar bruxas ou de apedrejar os infiéis!!!) Neste caso por que deveria eu confiar no sentido atribuido a este ou aquele versículo isolado por um pastor que mal conheço, numa determinada tradução ou versão das escrituras elaborada por não sei quem ou nos panfletos editados por uma editora qualquer??? Que segurança ou que prudência haveria em tudo isto??

Acaso não escreveu um dos vossos (Muller) que "Toda sentença humana é apenas provável ou verossímil."?

Protestante: Simples, porque o amigo sempre pode conferir as passagens citadas em sua própria Bíblia.

Ortodoxo: Caso tomássemos a questão por este ângulo chegaríamos a conclusão de que o panfleto não oferece qualquer benefício aqueles que, como eu, possuem seu próprio volume das escrituras sagradas - em tradução linear e com notas explicativas - e que teem o salutar costume de estuda-lo diariamente ou até mesmo para aqueles que ouvem a leitura de um capítulo inteiro do Evangelho, a cada Domingo numa Igreja. Talvez seja mais digno da fé vender Bíblias inteiras do que oferecer graciosamente parcelas ou pedacinhos isolados uma ves que o significado depense sempre do contexto.

Protestante: Ah percebo que o amigo é crente...

Ortodoxo: Crente até mesmo o Diabo é (E não me consta que até hoje tenha auferido quaisquer benefícios por meio da fé...) pois esta escrito:
"Os Demônios creem e tremem diante do teu nome."


Definição de Evangélico...


protestante: Quis dizer 'evangélico'. Acaso será o amigo 'evangélico' como eu? Naturalmente que é 'evangélico' muito zeloso uma vez que os papistas não costumam ler a Bíblia.

Ortodoxo: Permita-me responder sua pergunta com outra pergunta - O que o amigo entende por 'evangélico'? Como compreende o sentido desta palavra?

Protestante: Evangélico, bem.. Evangélico é todo aquele que frequenta uma igreja evangélica, tipo Batista ou Assembléia, Deus é amor ou Renascer, Universal ou Casa de Benção.



Igrejas e igrejas...


Ortodoxo: Sei. Agora diga-me cá outra coisa - Em meio a tantas 'igrejas' com nomes tão esquisitos e doutrinas distintas como devo proceder para saber se se trata de fato duma igreja evangélica e não duma igreja falsa, pois certamente - se há dinheiro falso - deve existir alguma igreja falsa?



Protestante: A pergunta é oportuna pois eu mesmo creio que existam mais igrejas falsas do que moedas de real... Afinal hoje em dia qualquer sedutor ou servidor do Diabo pode escrever sobre a porta de sua seita: Igreja evangélica, entrada franca, etc e ninguém questiona! TEMOS ASSIM DE TOMAR MUITO CUIDADO COM AS SEITAS OU AS IGREJAS FALSAS POIS OFERECEM GRAVE PERIGO A SALVAÇÃO.

Ortodoxo: Até onde sei a placa aceita tudo quando possa ser escrito sobre ela; pois não tem lingua nem boca...

Diversos evangelhos...


Protestante: O mal dessas placas é que não protestam como fez nosso Lutero rsrsrsrs!!!

Ortodoxo: Neste caso como ficamos? Pois enquanto meu vizinho do lado esquerdo - que é batista - vive dizendo que a igreja adventista não tem nada de Evangélica meu vizinho da direita - que é adventista - afirma em alto e bom som que a igreja batista é que não passa duma seita diabólica, precursora do anti Cristo e firme no caminho do papa (a adoração dominical).

O mais engraçado é que ambos oram, dizem falar com o Espírito Santo, empregam a mesmíssima tradução da Bíblia e no entanto vivem brigando como gato e rato e chamando um ao outrom de herege...

protestante: As seitas existem com o objetivo de provar nossa fé.


Demandando por um critério seguro!


ortodoxo: Concedo que existindo um critério divino - como a sucessão apostólica (i é a Demonstração da historicidade da Igreja de Cristo) - através do qual seja possível distinguir perfeitamente a única e verdadeira igreja das inúmeras seitas, a existência delas possa estimular a busca pela verdade. Na ausência de um critério seguro todavia, como evitar o triunfo da confusão, do conflito, da incredulidade e da apostasia generalizada?

"Imaginem só o estado em que se encontraria a Divina Revelação caso Jesus tivesse sancionado como critério, o arbítrio de qualquer espírito especulativo, de qualquer imaginação desbragada  ou de qualquer vontade desorientada no terreno da fé?" Khote in "Concordia, die symbol bucher der Evang." 1830 pp 21

Com efeito, se em meio milênio, o 'método' protestante - do livre exame - deu origem a milhares e milhares de seitas, quantas não teria trazido a luz no curso de dois milênios??? Com prejuízo da Unidade, da objetividade e da divina Revelação... Ficando completamente obscurecida a verdade Una e benefício da confusão.

Temos uma Bíblia!


protestante: Acaso na posse das Sagradas Escrituras não estamos em posse de um bom critério?

ortodoxo: Caso fosse fácil distinguir a verdade do erro por meio das Sagradas Escrituras, a existência de tantas e tantas seitas seria inexplicável.

"A experiência de tantas seitas no entanto, tem demonstrado que as discussões religiosas em que cada pessoa interpreta versículos a sua moda, É QUASE SEMPRE INTERMINÁVEL, INUTIL E INFRUTÍFERA." J E Grabe in Epist ad reg boruss

Assim, após quase meio milênio de intermináveos discussões, os protestantes estariam já de pleno acordo, ao menos sobre os principais pontos de doutrina Cristã. No entanto segundo P F Seiler: "Se tivessemos de pregar apenas os pontos que jamais foram postos em dúvida por qualquer intérprete PONTO ALGUM RESTARIA PARA SER PREGADO POR NÓS." in 'Ueber die gottlichen offembarungen" II

Diante disto sou levado a concluir que axioma segundo o qual "A bíblia é o derradeiro recurso a que apelam TODAS AS SEITAS." (Pustkhuchen glanzou) evidencia justamente o oposto: Que o exame particular ou individual da Bíblia não é critério suficiente e seguro capaz de excluir qualquer possibilidade de deturpação.






Já Wieland admitia e confessava: "A bíblia enuncia obscuramente não só as verdades dogmáticas mas até mesmo os primeiros princípios da moral Cristã."

A obscuridade em questão procede justamente:

  • Do caráter ocasional e assistemático dos registros divinos.
  • Das traduções duvidosas e/ou truncadas 
  • & do exame efetuado por pessoas leigas e despreparadas. (Que é atrativo justamente porque possibilita a qualquer um elaborar seu próprio sistema de doutrina conforme vontade, desejo ou opinião.)
Quanto ao caráter dos escritos sagrados:




"É necessário admitir que os apóstolos jamais pensaram em compor qualquer espécie de manual de teologia e que por isso mesmo o Novo Testamento não aborda com a devida clareza todo corpo da doutrina cristã." pondera Grotius

"É uma doutrina falsa essa segundo a qual a escritura contem a doutrina Cristã toda inteira." convem Thieftrunk

"Durante os primeiros quatro séculos os escritos sagrados serviram mais para expor a doutrina da igreja do que para afirma-la ou julga-la." acrescenta Wieland in Nothige antwort auf eine sehr unnothige, Frage 1778



Tradutore, traditore - O problema das tradições humanas e falíveis!





Quanto as manipulações hermenêuticas Molinaeus (Calvinista) aludia já a habilidade com que Calvino costumava torcer o sentido dos textos sagrados...




Pietro Martir a seu tempo foi explicito quando recomendou a seus pares: "Caso não substituamos o 'É' da tradução por 'significa' os nossos haverão de retornar a igreja de Roma." in Life por Lancelot Andrews...



Outra querela não menos amarga estourou no ano de 1587 quando o luterano David Paraeus publicou uma edição da Lutherbibel - Bibel Neustadter - ferreteada por J Andraeas - Christliche Erinnerung (Tabingen, 1589) - como sendo um 'Monumento a desonestidade e a velhacaria' 



Algo que exige preparo!


Já quanto ao despreparo do leitor, temos o testemunho insuspeito de Fichte:




"Admitir a veracidade do Livre exame equivale a autorizar qualquer pobre diabo ou homem mediocre a exarar juízos a respeito de temas e assuntos cujos nomes ele sequer sabe pronunciar..."
in Scrift gegen Nicolai


"Se o livre exame foi a causa da reforma faz-se mister confessar que tal método não convém as massas incultas..." admite o fanático Jurieu

Aqui Grabe: "COMO A ESCRITURA RARAMENTE SE EXPRESSA COM SUFICIENTE CLAREZA É FÁCIL PARA UM ADVERSÁRIO TEIMOSO DAR QUALQUER OUTRO SIGNIFICADO AOS TESTEMUNHOS CITADOS CONTRA ELE... E ASSIM CADA QUAL EXTRAI DOS APÓSTOLOS E PROFETAS FRAGMENTOS, FRASES E PALAVRAS COM QUE JUSTIFICAR OU ENCOBRIR SEUS PRÓPRIOS PENSAMENTOS, CRENÇAS E TEORIAS."


Seitas e Bíblias marcham lado a lado...



Numa de suas obras, Henke descreve a patética cena em que uma família de cujo pai era calvinista, a mãe luterana, o primogênito batista e a caçula metodista; estava reunida lendo a Bíblia quando deram com as seguintes palavras de Jesus Cristo: "Que eles sejam um Pai, como eu e tu somos um..."; foi o quanto bastou para cada qual baixar a cabeça e silenciar...



Afinal: quatro 'evangelhos' (Lutero, Calvino, Zwinglio e Blaurock), quatro revelações, quatro verdades... e um só Deus...

Eximindo os falsos princípios e responsabilizado os homens...
Bíblia clara, crentes canalhas X crentes honestos, Bíblia complexa!


protestante: A multiplicidade das seitas tem sua origem na malignidade humana e não na Escritura que é perfeita.

ortodoxo: Admitir que apenas uma dentre tantas e tantas seitas seja verdadeira e que é fácil descobrir qual seja ela partindo das Escrituras que todos possuem, leem e estudam com o mesmo entusiasmo e dedicação, nos obrigaria a concluir que o número dos ímpios e desviados é infinitamente superior ao número dos justos, servos e adoradores. De minha parte sempre imaginei que o critério da Escritura fosse insuficiente e que a maior parte dos sectários estivesse enganado sem culpa própria...



Traduções humanas, o calcanhar de Aquiles da reforma



Nem vejo ou posso ver como traduções diferentes e sucessivamente emendadas possam ser perfeitas. Sendo como são distintas e algumas vezes até opostas umas as outras e frequentemente corrigidas como poderiam deixar de ser imperfeitas e defeituosas? 

A palavra de Deus no entanto sabemos ser pura e perfeita.


Diante disto só nos resta concluir que não estais na posse da INFALÍVEL E PERFEITA palavra de Deus a qual subsiste apenas e tão somente em seu original grego cuja existência e sentido ignorais - mas de TRADUÇÕES/TRADIÇÕES HUMANAS E FALÍVEIS como a do despadrado João Ferreira de Almeida. 

A menos que JFA tenha também ele sido inspirado, merecendo ser incluído no rol dos profetas e hagiógrafos só nos resta concluir que a Tradução que leva seu nome é obra dele e não de Deus mesmo!!!

Distinguimos assim as vossas traduções em vernáculo da Bíblia, produto de elaboração humana e falível, do original inspirado e irreformável da Bíblia, o qual jamais pode ser revisto ou corrigido por ser infalível.

protestante: Até onde me é dado saber igreja alguma atribuí o dom da inspiração a João Ferreira de Almeida.

Ortodoxo: Portanto... Só vos resta admitir que sua obra é puramente humana, logo falível e sujeita a erros.

protestante: É o que parece...

Ortodoxo: A palavra de Deus no entanto é infalível, pura e perfeita; não?

protestante: Certamente.

Ortodoxo: Diante disto só vos resta admitir que a tradução do Almeida, a do Valera, a do Diodati, a de Sacy e a 'Palavra de deus' não são a mesma coisa pelo simples fato de que os atributos que recusais aos tradutores atribuis concedeis a pura palavra de deus.

protestante: Jamais havia pensando demoradamente sobre este assunto...

Ortodoxo: Então comece a pensar!

protestante: É perfeita a Bíblia porque contém todas as doutrinas em que devemos crer.

Ortodoxo: Nem por conter todas as QUASE todas as doutrinas em que devamos crer torna-se a Bíblia absolutamente perfeita. Quanto a suas traduções menos ainda.

protestante: Mas se a Escritura contém ao menos QUASE  todas as doutrinas em que devamos crer como poderia deixar de ser perfeita?

Ortodoxo: Pelo simples fato de não enunciar de modo suficiente claro as doutrinas em questão ou dispo-las de modo ordenado, como num manual ou catecismo que é dividido em sessões segundo cada tema.

Alias se a Bíblia não se propôs a isto é porque não foi constituída como única fonte da divina Revelação.

De fato é perfeita para o que foi posta.

Os protestantes, arquitetando a doutrina do Biblismo é que compreenderam-na imperfeitamente, dispondo-a a um fim para o qual ela mesmo não se propôs.



Não a linguagem do Cristo mas a alteração dos idiomas em geral.


protestante: Queres dizer então que Deus não soube comunicar-se com os seres humanos ou escolher as palavras, frases, orações, etc adequadas a cada circunstância?


Ortodoxo: LONGE DE NÓS ORTODOXOS INSINUAR QUE JESUS CRISTO TENHA SABIDO COMUNICAR-SE DE MODO ABSOLUTAMENTE PERFEITO COM SEUS OUVINTES E SEGUIDORES E ESCOLHIDO AS ALOCUÇÕES MAIS ADEQUADAS PARA CADA CIRCUNSTÂNCIA. 

No entanto com o passar dos tempos as expressões da linguagem em que sua palavra foi registrada pelos hagiógrafos é que foram sofrendo alterações, passando por mudanças e recebendo outros tantos significados. Foi esta evolução sofrida por toda linguagem viva que tornou as expressões consignadas na palavra escrita duvidosas.

A segunda dificuldade diz respeito a própria natureza dos escritos neo testamentários os quais como ja salientamos são escritos de ocasião e não manuais doutrinários sistematicamente elaborados. Disto resulta que a doutrina da fé esta espalhada e dispersa por todo corpo das penas Evangélica e Apostólica, o que exige do leitor bastante perspicácia e acuidade. 


protestante: O amigo parece enxergar tudo ao contrário - O método adotado pelo protestantismo é excelente, os homens é que são defeituosos em sua maior parte e dele abusam...

ortodoxo: Como não admito a veracidade da teoria agostiniana concernente a depravação total da natureza humana não posso encarar a maior parte da Cristandade como culposa ou apresentar como perversos tantos e tantos corações sinceros. 

Insisto pois na inocência e boa fé dos examinadores e, consequentemente, na precariedade do método protestante por estar em completo desacordo já com a realidade que cerca a maior parte das pessoas, já com o caráter dos próprios registros  inspirados.

Bons e virtuosos são os protestantes em sua maior parte inclusive; humano e inviável o recurso do livre examinismo associado ao biblismo... Parte o 'confusionismo' reinante do protestantismo e não dos protestantes, os quais em última análise não passam de vítimas suas.

Por outro lado sabendo Deus que os homens são depravados e corruptos como dizes jamais devería te-los autorizado a Examinar a Escritura. Se são os homens como Agostinho, Lutero e Calvino declaram evidente que examinarão mal e deturparão a verdade divina.

Nós no entanto acreditamos que auxiliado pela Igreja de Cristo e sua tradição possa o homem realizar um exame digno e proveitoso do Evangelho. Há no entanto quem devido as circunstâncias da vida esteja impossibilitado de examinar.