Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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terça-feira, 30 de agosto de 2016

LIVRO PRIMEIRO > Capítulo I - Sessão 10: Divisões a respeito da doutrina da Predestinação / Sub capitulo P) Nos domínios do biblismo # Anabatistas e demais sectários

A CONTROVÉRSIA DA LIVRE VONTADE ENTRE OS ANABATISTAS E SECTARIOS



As seitas todas também cindiram-se por completo a respeito da matéria, apesar de lerem a mesma Bíblia como reconhece a Enciclopédia dos menonistas.

Basta dizer que o primeiro anabatista a abordar o assunto Hubmaier (Von der Freyhait des Willens, e Das ander Biechlen von der Freywilligkeit des Menschens, ambos publicados no Nikolsburg em 1527)  distinguiu - como Calvino - uma "vontade secreta" (poder plenário) uma "vontade revelada" - isto é duas vontades - em deus, assim sendo, a fé nos revela sua "vontade de atrair", que oferece graça e misericórdia a todos. Mas há também uma "vontade excludente" ou desejo de vingança e punição que o leva a rejeitar e condenar a maior parte do gênero humano.

Já Hans Denk, tal e qual os padres tridentinos, apresentava o livre arbitrio como uma espécie de graça primária e universal que tornava o homem responsável para com a graça da posse de Deus... E jamais empregou o termo pecado original.

"Não basta que Deus esteja em ti pela graça, tu deves antes estar nele pela escolha." era seu lema...
Tomado ao que parece as obras do injustiçado Pelágio. Seja como for sua teoria esta mais próxima de Aquino, Oecolampadius, Molina e Arminus do que de Goteschalk, Wicleff, Lutero, Calvino, Pietro Martir, Zanchius e Turretini. Esta doutrina a respeito duma graça preveniente que restabelece a vontade livre foi reafirmada por diversos grupos...

Ja Marpeck asseverava que a predestinação dizia respeito aqueles que futuramente haveriam de colaborar voluntariamente com ele, reduzindo-a de certa maneira a presciência divina. Predestinou Deus alguns homens a vida eterna por ter conhecido desde toda a eternidade que desejariam sua graça e que fariam bom uso dela. Esta doutrina, comum a todos os padres gregos, remonta aos latinos Himcmar e Rabano Maur. 

Apesar disto Schwenckfeld tomou-o por pelagiano.

Todavia a confissão de fé menonita de 1600 seguiu por este caminho tomado igualmente por Bernahrd Rothmann

A respeito de Joris sabemos ter reproduzido os ensinamentos otimistas do grande Erasmo. 

Para Melchior Hoffman a graça significava uma possibilidade de salvação para tantos quantos aspirassem por ela e não a  um decreto, uma coerção ou uma imposição divina e irrecusável.

Chegamos assim a 1557 quando Melanchton sob o título de Prozess wie es soll gehalten werden publicou um violento ataque contra os anabatistas especialmente no que dizia respeito a negação da doutrina do pecado original. Respondeu-lhe Peter Walpot por meio do tratado Handbüchlein mais amplo den Prozess. Eis o que ele registrou no sétimo capítulo daquele livro:

  • Adão certamente caiu e levou consigo toda sua posteridade, inclusive as criancinhas. E o resultado disto é a morte tanto para adultos quanto para as crianças. Cristo no entanto encarnou-se com o objetivo de reconciliar a todos pelo que as crianças pequenas recebem graciosamente a reconciliação. 
  • Certamente existe no homem uma inclinação geral para o mal. No entanto esta inclinação não é invencível e sequer acarreta a morte uma vez que 'Não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus'
  • Esta herança já não tem qualquer poder sobre os que exercem fé em Jesus Cristo. Assim 'Todo aquele que é nascido de Deus já não comete pecado' I jo 3,9 Cita por fim o texto do profeta Ezequiel sobre a responsabilidade pessoal, texto repetidamente explorado com propriedade pelos antigos anabatistas.
Enciclopédia Menonita


Grosso modo os Batistas sempre discutiram a não poder mais a respeito da natureza e da graça a ponto de constituirem dois imensos grupos nos EEUA - os da graça particular ou restrita (calvinistas) e os da graça geral ou livre (arminianos) - os quais vivem a excomungar-se mutuamente no decorrer dos últimos três séculos. Apesar da Bíblia clara e auto evidente (!!!)

Todavia, quanto as seitas radicais mais recentes, por mais paradoxal que isto possa parecer, abraçaram de modo geral a doutrina da vontade livre; sem que no entanto seus membros tenham deixado de discutir o tema até a exaustão citando carradas de passagens bíblicas pessimamente traduzidas. 


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

LIVRO PRIMEIRO > Capítulo I - Sessão 10: Divisões a respeito da doutrina da Predestinação / Artigo M) A rebelião jansenista e a afirmação de uma Igreja agostiniana

Após o protestantismo ter canonizado e santificado aos opiniões de Agostinho e censurado a igreja romana por ter tolerado diversos sistemas teológicos de teor mais ou menos pelagiano foi a vez da igreja romana - através de um concílio geral congregado em Trento - posicionar-se tanto mais claramente a respeito de seus dogmas e particularmente da relação existente entre a graça e a liberdade.

Via de regra podemos dizer que o dito 'concílio' foi relativamente bem sucedido logrando alcançar definições satisfatórias em torno dos Sacramentos, do Cânon bíblico, da Tradição, da comunhão dos santos, da escatologia, etc e que o catecismo tridentino em certo sentido fortaleceu a unidade da igreja romana trazendo-lhe relativa paz.

Isto caso desconsideremos ou ponhamos de lado a questão da graça.

A respeito deste quesito é assaz sabido que ao menos parte das decisões foram tomadas de empréstimo ao segundo sínodo de Orange. Sínodo que ao menos aos olhos de alguns padres menos esclarecidos era tido em conta de geral, infalível e normativo. No entanto, via de regra, os doutores tridentinos não deixaram de examinar as decisões daquele sínodo com relativa liberdade e até de reformula-las ousadamente. Como Himcmar e os seus jamais teriam podido ousar!

A bem da verdade aquele sínodo já havia declarado que os réprobos não eram predestinados ao mal e ao pecado, embora nada tenha dito a respeito do abandono de parte da Massa danada e sobre a relação deste abandono com a presciência divina.

Pois se a providência determinou a transmissão do pecado as gerações futuras, a destruição da livre vontade pelo pecado e o abandono de ao menos parte dos homens sem consideração da reativação da liberdade ou de uma possível decisão futura é evidente que estamos diante de um sistema que impossibilitando tais pessoas de abraçarem livremente o bem predestina-as verdadeiramente ao mal.

De fato a única solução não agostiniana ou predestinacionista - e tampouco semi pelagiana - para este problema se dá em termos de presciência ou do pré conhecimento divino a respeito de uma futura colaboração ou resistência livre. Tal e qual fora formulada por Himcmar e Rabanus ou por seus mestres Cesário, Salviano e Próspero. Solução que podemos classificar como galicana e semi agostiniana.

Se Deus abandonou apenas aqueles cuja não adesão livre ou resistência pôde prever é evidente que concedeu a tais pessoas a chance de colaborarem consigo e tomar posse da salvação.

N entanto ao que parece ou os padres de Trento ou ignoravam - antes dos trabalhos de Sirmond, Baluze, Hardouin, Gousset, etc - ou decidiram ultrapassar as decisões de tais sínodos bem como as ulteriores considerações formuladas pelos escolásticos e num determinado momento aproximaram-se surpreendentemente do semi pelagianismo pela formulação de uma terceira via.

Em que pesem as obscuridades e indefinições em torno do tema o seguinte texto parece-nos suficientemente claro:

"Quando Deus toca o coração do homem através do iluminação do Espírito Santo, o próprio homem não é inativo durante a recepção que a inspiração, uma vez que ele poderia rejeitá-la, e ainda, que sem a graça de Deus, ele não possa, por sua própria vontade, mover-se em direção à justiça de Deus "

Aqui a noção equivocada e inaceitável - em termos Ortodoxos - de uma graça preveniente de natureza interna ou de uma iluminação em termos platônicos associada a noção - anti agostiniana - de uma oferta geral, mesmo aqueles que não estivessem dispostos a aceita-la. O que corresponde a negação da doutrina da graça irresistível. 

No entanto se o homem, na perspectiva da natureza, pode assentir ou não a graça preveniente é evidente que já estamos diante de uma graça concomitante e portanto da sinergia perfeita, e portanto de um semi pelagianismo 'ortodoxo' bem compreendido ( Na medida em que o semi pelagianismo admite uma graça prévia ou concomitante em termos externos, a saber, o anúncio por parte da Igreja). Se não temos uma graça preveniente em conexão com a presciência dos atos futuros não temos verdadeira graça preveniente mas concomitante. 

Eis porque a soteriologia de Trento acabou por afastar-se ainda mais de Agostinho e dos protestantes.Ao menos quanto a doutrina da graça, se não podemos suster a realização de uma 'contra reforma' total ou absoluta ATÉ A NEGAÇÃO DE QUALQUER GRAÇA INTERNA  OU ILUMINAÇÃO QUE REPORTASSE A AGOSTINHO tampouco podemos deixar de admitir e registrar um saudável distanciamento face aos conceitos familiares ao agostinianismo.

Partindo daqui fica muito fácil compreender o ulterior direcionamento assumido pela ordem Jesuíta.

Cujos eruditos e esclarecidos membros não puderam deixar de ceder a tentação de levar adiante o legado humanista que lhes fora transmitido pelos dominicanos. E com uma tal intensidade que levou os próprios dominicanos a acusa-los de semi pelagianismo ou mesmo de pelagianismo. Para não falarmos em seus inimigos naturais como os protestantes e em seguida os jansenistas.






Assim o jesuíta Molina retomou e desenvolveu a doutrina da Himcmar e dos galicanos (na verdade tomada a S João Damascen) a respeito da presciência, chegando a concluir na salvação ou predestinação por mérito 'a posteriori' e a - segundo a linha do Concílio - enfatizar, por diversos modos, o papel da livre vontade.

Diante disto os franciscanos, carmelitas, beneditinos e mesmo os dominicanos (que também eram acusados de flertar com o semi pelagianismo desde a baixa idade Media) - liderados pelo agostiniano Bañez - não tardaram a apresentar tanto Molina quanto os jesuítas como semi pelagianos ou mesmo pelagianos enrustidos e isto no exato momento em que a igreja estava a ser atacada pelos reformadores...

Destarte ao cabo da segunda metade do século XVI i é logo após o encerramento do Concílio de Trento, estourou ainda mais uma vez a querela predestinacionista pondo-se ambos os lados - dominicanos e jesuítas ou molinistas - a mimosearem-se com a designação de 'herético' e a fornecer munição a crítica protestante.

Diante de matéria tão delicada o Vaticano optou por ser superficial, sutil e sinuoso conclamando ambas as partes a tolerância até que alguma comissão teológica nomeada pelo papa fosse capaz de decidir a questão. E partindo do suposto que ambos os sistemas teológicos eram basicamente ortodoxos solicitou que permanecessem em paz... Até impor o abandono das discussões e o silêncio.

Face a tais distúrbios um grande número de teólogos e doutores de ambos os lados puseram-se a analisar as obras de Aquino, Cesário, Próspero, Salviano, Agostinho, Fulgêncio, Himcmar, etc em busca de possíveis soluções para o impasse.

Convém lembrar que até aquele momento a alta hierarquia do Vaticano costumava negar de pés juntos ( como Himcmar, Rabanus, etc) que Agostinho fosse predestinacionista e fazia ouvidos moucos a seus partidários radicais.








protestante: De modo que a situação acabou por resolver-se???

Ortodoxo: Antes fosse.

No entanto, se como já tivemos ocasião de observar, a adoção de certos princípios conduz fatalmente a admissão de determinadas consequências lógicas não podia a mente genial do Bispo de Hipona deixar de ter arrematado seu sistema.

O que sempre fora repetido de geração em geração pelos agostinianos fiéis, mas que só adquirira força após o advento do protestantismo.

Colocando os 'católicos' de Agostinho numa situação bastante difícil e que quase oposição a uma igreja mais uma vez caracterizada como apóstata pelos sectários mais fanáticos do hiponense, a saber, os luteranos e calvinistas.





Um deste homens corajosos e determinados a examinar metodicamente a obra de Agostinho foi o Bispo romanista de Yprés, Jansenius.

Este, numa obra intitulada "Augustinus" susteve que a graça preveniente e a adesão a Jesus Cristo não reativam a liberdade e tampouco que o pre conhecimento de deus considere a simples possibilidade desta reativação.

E tomou - as obras do hiponense - a noção de graça eficaz compreendido como uma força irresistível.

Mesmo após ter sido incorporado por Cristo o homem não se torna capaz de realizar qualquer operação virtuosa sem o concurso desta graça específica. A qual inclusive nele suscita o impulso para o bem.

Equivale isto a declarar que é Deus mesmo e apenas ele que realiza as boas obras dos Santos i é o querer, o desejar, o preparar, o fazer, o demandar e o perseverar.

No entanto como deus age com absoluta liberdade e determina aqueles que serão libertos da escravidão da concupiscência para frutificar em boas obras É ELE QUEM DETERMINA OS QUE SERÃO SALVOS E OS QUE SERÃO CONDENADOS i é aqueles que permanecem entregues a tirania da concupiscência.

Diante disto nosso homem repudia a vontade salvífica universal e nega peremptoriamente que nosso Doce Redentor tenha sofrido por todas as criaturas racionais...

Por fim o Doutor de Yprés pôs-se a clamar contra os mestres escolásticos e a Filosofia antiga e até nisto fez eco a Agostinho, Tertuliano, Damianes e Lutero (bem como aos infiéis Al Achari e Al Gazzali) tornando-se paladino da estupidez.

Tal o sistema formulado por este ávido leitor do hiponense - declarou ter lido dez vezes a obra completa de seu Mestre e trinta vezes suas obras sobre a graça - e do Pe Michel du Bay (cujos erros repetidamente condenados retomou) em oposição a soteriologia afirmada pelo Concílio de Trento contra os reformadores (para ele os jesuítas eram semi pelagianos) e só podemos defini-la como uma revanche agostiniana no seio da igreja!

No entanto, apesar do querido Agostinho, a obra de Jansenius - sendo pessimamente acolhida por Jesuítas e Dominicanos - acabou sofrendo o mesmo destino que as obras de Lutero e Calvino (aos quais por sinal dava razão) e sendo solenemente condenada pela cúria romana para a qual Agostinho nada tinha de predestinacionista.

Como Jansenius havia adulterado o sentido das palavras de S Agostinho ou fora incapaz de compreende-las 'no sentido da igreja' o Vaticano não só solicitou como pode obter uma retratação por escrito e humilde submissão.

Todavia como o livro já havia sido publicano e lido, inclusive pelos partidários papistas do agostinianismo estrito os fundamentos do partido e da posterior rebelião jansenista já estavam lançados e este foi o preço terrivelmente caro que a Igreja Romana e toda a Cristandade Ocidental, em especial a francesa, tiveram de pagar por sua indecisão e falta de firmeza face aos erros do Bispo de Hipona.

protestante: O amigo quer dizer que mesmo após a submissão de Jansenius as coisas não melhoraram para a teologia romana?

Ortodoxo: Não porque o diversos clérigos como Duvergier, Quesnel, Arnauld e mesmo leigos instruídos como Gilbert Maugin.

Este padre ímpio Duvergier classificou Trento como uma assembléia de escolásticos limitados, proclamou que a antiga igreja dos Bispos não passava de um pântano infecto e para completar as medidas de sua infidelidade registrou que "Calvinus bene sensit, male locutus est." Ele padeceu na era de 1643 e Richellieau havia cometido o erro de encadea-lo. Pelo que foi tido em conta de mártir pelos cismáticos e sectários.

Por fim em 1649 um deles publicou as sequintes teses:

  • Há mandamentos de Deus quem nem sequer os justos tem capacidade suficiente para observar pois lhes falta uma graça eficaz para tanto. (o que de certo modo nos reporta a Lutero, Flacius, et caterva)
  • A natureza decaída não pode resistir ao poder da graça.
  • .......
  • Os semi pelagianos admitiam a necessidade da graça interior preveniente (pura e deslavada mentira) para cada um dos atos mesmo para o início da fé. mas eram HEREGES PORQUE ENSINAVAM QUE A GRAÇA FOSSE TAL QUE A VONTADE HUMANA LHE PUDESSE RESISTIR OU ASSENTIR.
  • É semi pelagiano quem declara que Cristo sofreu e morreu por todos os homens.
Todas as teses acima foram condenadas (Bulla Cum occasione) pelos teólogos do papa Inocente X como falsas, aleivosas e heréticas. O que evidentemente esta de pleno acordo com a tradição oriental da Igreja. 

No entanto os jansenistas da mesma maneira como os adeptos do Pe Lucidius e os seguidores de Gotteschalk recorreram a chicana declarando que o sentido das teses não era aquele tomado pelo papa romano e assim por diante...

Até que em 1656 o papa romano Alexandre VII por meio da Constituição Petri sedem definiu-lhes o sentido de modo a condenar formalmente os predestinacionistas e a totalidade do clero francês teve de assinala. Parte dos jansenistas aceitou faze-lo mas uma outra parte declarou que a A IGREJA NÃO PODIA CONDENAR O AGOSTINIANISMO, QUE ESTE ESTAVA SEMPRE CERTO E ELA ERRADA E QUE ERA NECESSÁRIO ROMPER COM A UNIDADE. 

E ainda aqui o agostinianismo infiltrado e irredutível optou pela solução de Lutero. 

No entanto graças a moderação de Arnauld sobreveio a paz por trinta anos. De modo que o jansenismo só veio a ser condenado em 1711 por meio da Bulla Unigenitus. Os holandeses de Utrech no entanto sagraram legitimamente a um Bispo e formaram uma igreja jansenista composta ainda hoje por cerca de 12.000 membros. 


Todavia em pleno século XVIII alguns cardeais como Berti e Noris ainda faziam galas de seu 'agostinianismo ortodoxo' e os ensinamentos desta facção ainda são publicados por clérigos da igreja romana.















LIVRO PRIMEIRO > Capítulo I - Sessão 10: Divisões a respeito da doutrina da Predestinação / Artigo L) O sentido da rebelião protestante, uma seita para Agostinho.

É lei da natureza que por força de lógica o homem superior partindo das causas chegue as últimas consequências.

Eis porque ao canonizar a primeira metade ou parte do sistema agostiniano a Igreja Romana tornou-se responsável pelo advento e afirmação da Reforma protestante.

Desde que o semi agostinianismo foi assumido em Orange II (530) a igreja romana teve de lutar durante mil anos contra aqueles que a exemplo de Gotteschalk e Wicliff pretendiam deduzir até o fim e vindicar a integralidade do agostinianismo como sistema fechado e coerente.

O agostinianismo ortodoxo sempre esteve as portas da Igreja 'vigiando', desde que ela tomara a imprudente decisão de condenar o semi pelagianismo ancestral e de assumir alguns elementos tomados as obras do Bispo de Hipona.

Santificados alguns pressupostos do sistema é certo que mais cedo ou mais tarde haveria de ocorrer uma irrupção agostinianista. Dedicada a resgatar a plenitude das ideias concebidas pelo Doutor Africano.

Desde que a Igreja romana exitará assumir a totalidade do sistema agostiniano - identificado pelos agostinianos como a quintessencia da soteriologia Cristã - não podia deixar de ser encarada pelos mesmos agostinianos como corruptora da fé. Durante cerca de mil anos desenvolveu-se e foi sendo gestada no imaginário dos agostinianos ortodoxos a tese segundo a qual a igreja jamais fora cem por cento fiel quanto a doutrina da graça e que em parte apostatara dela e desamparara Agostinho.

Efetivamente os agostinianos fiéis não podiam ver com bons olhos certos aspectos assumidos pela teologia romana medieval, assim o limbo das crianças... Assim a identificação da predestinação com a presciência e a consideração do mérito... Assim a hipótese de uma reativação geral da graça por conta da Encarnação do Senhor... Assim a ideia de que todos os homens eram chamados a unidade de Jesus Cristo... Para eles cada uma destas teorias cheirava a pelagianismo e a traição.

E não podiam deixar de evocar os testemunhos de Fulgêncio, Isidor e Prudêncio contra as inovações suspeitas de Himcmar ou Aquino. 


Desde 529 e 860 esteve a igreja romana cindida em duas correntes rivais: Uma decidida a aproximar-se ao máximo de Agostinho e seu sistema, até nutrir sérias dúvidas a respeito da capacidade da razão e da especulação teológicas e outra destinada a afastar-se ao máximo dele e a conciliar-se o quanto possível fosse com Juliano ou mesmo com Celestius e Pelágio no sentido da teologia especulativa grega.

Lamentavelmente os advogados de Agostinho - como Bernardo, Pedro Damianos, Scottus, Hallesius e Wicliff - destacaram-se pelo cultivo da virtude a ponto de atrair a simpatia das multidões. Basta dizer que após Agostinho latino algum adquiriu um status semelhante ao de Bernardo e que Bernardo utilizou-se dele com o objetivo de danificar não a Abelardo mas certamente o que ele significava: A afirmação da odiada teologia especulativa que os africanos, desde Tertuliano encaravam como uma espécie de semi gnosticismo.

Finalmente por volta do século XIV e XV em que pese a aparição de Wicliff de modo geral - ao menos na França e na Itália - a balança parecia pender para o lado do semi pelagianismo, do que resultou o Renascimento humanista e o antropocentrismo. Dir-se-ia, que a exceção do Norte, a Cristandade como um todo estava disposta a assumir até o fim a ideia de uma liberdade natural...

Foi quando entre os agostinianos do Norte ergueu-se um monge assaz habilidoso com o objetivo de vindicar o legado de Agostinho. O nome deste monge era Martinho Lutero e seu argumento mais persuasivo era atribuir as ideias de Agostinho ao Apóstolo Paulo e, consequentemente a Jesus Cristo. Afinal até hoje a maior parte dos Cristãos só se recorda de Paulo ter se apresentado como o 'alter Christus', jamais de Paulo ter advertido repetidamente: Digo eu não o Senhor... é opinião minha não mandamento do Senhor...

Diante disto a estratégia foi bastante bem sucedida e a conexão: Paulo, Agostinho, Wicliff e Lutero ou Calvino admitida por certa parte da Cristandade.

Adicionamos o nome de Wicliff porque Lutero enquanto leitor e admirador do presbítero inglês admitiu-lhe os pressupostos - ainda mais radicais que o de Agostinho - em torno do livre arbítrio. Basta dizer que Agostinho teve de admitir com a Igreja Antiga que ao menos nos eleitos ou predestinados era o livre arbítrio reativado pela graça para cooperar com ela (o que é igualmente admitido por Calvino). 

Wicliff e Lutero no entanto, a semelhança dos maniqueus e ulemás muçulmanos, declararam que o livre arbítrio era apanágio exclusivo de deus e que o homem jamais seria verdadeiramente livre mas sempre escravo de deus ou do diabo conforme fosse eleito ou réprobo. Grosso modo eram deus ou o diabo quem realizavam as boas obras ou os pecados dos eleitos ou dos réprobos respectivamente. O homem fosse salvo ou condenado jamais fazia qualquer coisa e ficava sempre sendo montadura de deus ou do capeta.

Para Lutero como para Wicliff o homem não passava dum boneco ou duma marionete nas mãos de deus ou do demônio, mesmo após sua conversão ou adesão a Jesus Cristo e o tal do livre arbítrio jamais era reativado ou restabelecido pela graça. Tudo era governado pela vontade de deus que fazia as vezes do antigo destino. O homem era sempre escravo de algum pode superior a si, fosse este bom ou mau; é o que registrou Lutero repetidas vezes na obra "O arbítrio escravo". 

Foi assim que o Agostinianismo ressurgiu com uma feição ainda mais virulenta sob os auspícios do monge teutônico. Posteriormente foi o sistema restabelecido com mais felicidade (i é fidelidade) pelo reformador francês João Calvino patriarca dos neo predestinacionistas. Com Calvino admitiram os neo predestinacionistas que deus desde toda eternidade predestinou parte dos seres humanos ao pecado e a condenação eterna ficando o edifício ímpio arrematado.

E não podemos deixar de compreender o protestantismo como um revanche ou reafirmação do agostianianismo. Ao menos a princípio foi isto e tal foi o ponto de partida da seita.

No entanto, por terem os reformadores canonizado com exclusividade a autoridade do Livro, nem todos os discípulos permaneceram fiéis a doutrina do gracismo e disto resultou como veremos o renascimento acintoso das disputas em torno da livre vontade e da graça, desta vez centradas nas letras sagradas.








LIVRO PRIMEIRO > Capítulo I - Sessão 10: Divisões a respeito da doutrina da Predestinação / Artigo K) Franciscanos X Dominicanos e cripto semi pelagianos

Quando dissemos que após a passagem de Gotteschalk ao mundo espiritual a Igreja pode repousar em paz ao menos por alguns séculos ou ao menos até Wicliff não pretendemos dizer que uma das partes desapareceu e que portanto não mais houveram situações de tensão e conflito ao cabo da baixa Idade Média, mas que os conflitos em questão não chegaram a atingir a intensidade daqueles que haviam estourado nos séculos V e IX pelo simples fato de terem sido fortemente mediados pelo poder papal.

De fato após a morte de Gotteschalk foram seus pressupostos, em totalidade ou em parte, acalentados primeiramente pela assim chamada ordem agostiniana, ordem de origens obscuras mas que chegou a adquirir bastante poder na Hispânia. A partir dos Agostinianos a doutrina predestinacionista infectou ainda no berço a Ordem dos franciscanos cujo entendimento em termos de teologia era absolutamente nulo. Os seguidores do monge Bernardo de Clairvoix e enfim a ordem - não menos mística e intuitiva - de Bertoldo i é o Carmelo. Praticamente todas estas facções identificaram-se em maior ou menos medida com a ideologia predestinacionista ou agostiniana.

Já seus adversários - Dos semi agostinianos aos cripto semi pelagianos - congregaram-se na Ordem dos Dominicanos, a qual foi, de longe a mais preparada daqueles tempos em termos de teologia e cujo principal representante, Aquino, ainda que desculpando-se foi um dos primeiros doutores romanistas e um dos poucos, a discordar de Agostinho neste ou naquele ponto. Não lhe puderam perdoar os agostinolatras e por isso foram suas obras mandadas lançar ao fogo por M Lutero.

Cerca do século XIII e ao cabo de todo século XIV puseram-se a terçar armas Franciscanos e Dominicanos, especialmente em torno da doutrina recém formulada da Imaculada Conceição de Maria, o foco verdadeiro no entanto era a doutrina agostiniana do Pecado Original, da qual a I C de M é pura e simples decorrência. Pouco faltou para que os representantes das duas ordens se excomungassem mutuamente e passassem as vias de fato, exterminando-se uns aos outros.

A cúria romana no entanto acabou chamando as partes a razão, impondo certa medida de silêncio e sobretudo proibindo que ambas as facções empregassem o termo heresia com o objetivo de classificar a opinião da facção rival. De modo que os franciscanos puderam estabelecer 'in partis' o culto da I C de Maria enquanto que os Dominicanos se mantiveram completamente alheios a ele até 1854 quando o papa romano Pio IX tomando partido dos franciscanos publicou a Bulla 'Ineffabilis Deus' .

Foi somente no decorrer do século XIV que a controvérsia em torno da graça e do libre arbítrio estourou novamente, desta vez nas Ilhas Britânicas, impulsionada por Wicliff a respeito de quem, registraria Erasmus dois séculos depois:

"Desde a Era apostólica até nossos dias autor algum ousou condenar a liberdade da vontade exceto os maniqueus e John Wicliff apenas."

Quanto a Huss é absolutamente falso que tenha sido calvinista, predestinacionista ou mesmo agostianiano Ortodoxo; antes parece esposar a tese proposta pelo metropolita Himcmar (vide Artigo anterior)

"Embora o sentido de Hussa seja agostiniano ele NÃO ADMITE UMA GRAÇA IRRESISTÍVEL... Para Huss Deus permite a escolha quanto ao oferecimento e aceitação da sua graça. Por isso a humanidade foi agraciada com o dom do livre arbítrio por Deus e não podem os homens ser compelidos a romper com o mal ou o bem. Para Huss a dignidade do ser humano esta relacionada com o poder da livre vontade. Ele até pareceria pelagiano... caso não admitisse a GRAÇA PREVENIENTE." cf Th A Fudge 'Jan Hus: religious reform and social revolution in Bohemia Ed Tauris 2010 p 61



segunda-feira, 15 de agosto de 2016

LIVRO PRIMEIRO > Capítulo I - Sessão 10: Divisões a respeito da doutrina da Predestinação / Artigo I) Tensão doutrinal durante a Idade Antiga - Cesário de Arles e o Segundo Sínodo de Orange

Ortodoxo: Chegamos assim ao século sexto com Cesário de Arles.

O campeão do semi agostinianismo e por assim dizer verdadeiro pai do 'arminianismo' antigo.

Era admirador fanático de Agostinho o qual encarava como o Padre mais excelente da Igreja e completamente alheio a tradição grega.

Estava ele firmemente persuadido de que o Pecado Original transmitido por Adão a humanidade havia como que cancelado ou destruído a liberdade humana. No entanto, com o intuito de não chocar os semi pelagianos ele emprega o termo 'enfraquecido' ou 'fragilizado' com o sentido de cancelado pois esta liberdade fragilizada e natural É DE TODO IMPOTENTE PARA ADERIR A GRAÇA, A FÉ E A REVELAÇÃO DIVINA supondo, como veremos uma prévia reativação ou um apoio sobrenatural, interno e invisível.


Cerca de 527 ele demandou junto a Roma a canonização de diversas proposições tomadas aos escritos do Bispo africano. Todavia o Papa de então Felix IV mostrou-se muito pouco disposto a aprova-las, ousando reduzi-las pela metade e corrigi-las. Desde então ficou claro para Cesário que Roma não estava nem um pouco disposta a assumir o sistema agostiniano como um todo e que deveria - ele Cesário - elaborar uma solução de compromisso apenas levemente agostiniana ou agostiniana até certo ponto.

Desde então tratou-se de abater o semi pelagianismo - Cuja tese fundamental era o papel da liberdade para a aquisição da fé ou 'initium fidei' - sem canonizar o Agostinianismo estrito ou avançar a vontade salvífica restrita e a predestinação particular. Tal foi o escopo do segundo sínodo de Orange congregado em 529 e assistido por apenas quatorze Bispo dentre os quais não se achavam certamente Cassiano, Vicente, Fausto ou Genádio todos falecidos ao tempo.

Destarte agiram aqueles Bispos como se os sínodos de Arles e Lion, subscritos por Simplicio papa, jamais tivessem existido! Os latinos puseram uma pedra em cima e desde então não discutem mais o assunto! Havendo, como há dissemos, quem dentre eles classifique ambos os sínodos como semi pelagianos i é 'heréticos' na concepção deles.


Basta lembrar que cem anos antes, subscrevendo as afirmações de Cartago (418) Celestino I papa havia canonizado a doutrina da transmissão do pecado. No entanto os latinos ainda exitavam quanto a definir o grau em que aquele pecado havia afetado a condição humana e muitos ainda insistiam a respeito da tradição antiga segundo a qual a vontade livre fora apenas fragilizada ou ferida mas não cancelada, o que permitiu não apenas a sobrevivência mas como vimos a afirmação categórica do semi pelagianismo.

Passados cem anos estava a Igreja romana prestes a dar seu segundo e último passo na direção de Agostinho concedendo que a natureza fora transtornada e o livre arbítrio cancelado pela transmissão do pecado adâmico. Do que resultava a necessidade da iluminação sobrenatural ou graça preveniente para ativar a vontade dos que haveriam de cooperar docilmente com a graça divina. Desde então a liberdade reativada passou a ser encarada como uma graça ou com um dom conquistado e oferecido por Jesus Cristo e não por algo natural e universal.


Paradoxalmente o último grande porta voz do semi pelagianismo ou da Ortodoxia no Ocidente foi um Bispo AFRICANO radicado em Constantinopla e cujo nome era Possessorius. Possessorius tendo em mãos o livro de Fausto de Riez contra os predestinacionistas pos-se a fazer uso deles contra os monges citas chefiados pelo fanático - segundo opinião do próprio papa romano Hormisdas - João Maxêncio. Maxêncio declarou que as coisas estavam obscuras porquanto os sínodos da África não equivaliam a um sínodo geral... Do que resultou a convocação de Orange II  O QUAL TAMPOUCO FOI SÍNODO GERAL!!!!

Orange no entanto não foi uma Dordt antecipada, como querem alguns, manteve e afirmou as causas mas não as consequências, pelo que mutilou o agostinianismo original proposto em termos suficientemente claros por Agostinho e Fulgêncio. E se foi feita alguma menção ao calvinismo foi apenas para condena-lo inexoravelmente.

Quanto aos conceitos de traducionismo e concupiscência, da massa Damnata, do número reduzido dos salvos, a pecabilidade necessária de todos os Cristãos, etc fez-se prudente silêncio se bem que alguns desses conceitos tenham sido posteriormente retomados (Já no Sínodo de Quierzy - onde a Massa Damnata é explicitamente citada - já no 'Concílio' de Trento) e sempre afirmados pelos agostianisnos estritos. 


Seguem seus cânones:

  • Se após o pecado de Adão alguém acredita que a liberdade humana permanece intacta , foi enganado pelo erro de Pelágio (!!!???!!!) Canon I - Eles citam antigo testamento e Paulo, nada de Evangelho ou Jesus Cristo aqui!!!
  • Se alguém negar que a culpa de Adão não foi transmitida a sua descendência... Canon II
  • Se alguém disser que a graça é produto da prece e não oposto... Canon III continua apelando  aos escritos judaicos e a Paulo.
  • Se alguém declara que a vontade de ser purificado não é produzida por ação interna do Espírito Santo... Canon IV E APELA AOS PROVÉRBIOS DOS JUDEUS! (8,35) e obviamente ao querido Paulo. Nada de Evangelho ou de Jesus Cristo até aqui!!!
  • Se alguém declarar que não só o aumento da fé MAS SEU INÍCIO e a própria ASPIRAÇÃO PELA FÉ... provém da natureza e não da graça, internamente produzida pelo Espírito Santo QUE TRANSFORMA SUA VONTADE... Canon V apela apenas a Paulo
  • Se alguém negar que não só a fé mas o crer, o ir, o desejar, o esforçar, o trabalhar, o suplicar, o buscar, o rezar, etc correspondem a operações internas produzidas pelo Espírito Santo. Canon VI até aqui Paulo apenas e nenhuma alusão ao Evangelho ou a Jesus Cristo
  • Se disser que somos capazes de discernir as coisas religiosas para a vida eterna ou que podemos aderir a pregação do Evangelho por ação da vontade apenas, sem iluminação e inspiração do Espírito Santo... Canon VII aqui, a par de Paulo recorrem por primeira vez ao Evangelho (Jo 15,5) sem considerar o contexto.
  • Se alguém afirma que é capaz de demandar a graça do Santo Batismo através do livre arbítrio que foi manifestamente corrompido em todos os que nasceram pela desobediência do primeiro homem é prova de que não possuí a verdadeira fé. Canon VIII a referência mais uma vez é Paulo, no entanto apela duas vezes ao testemunho do Evangelho, um ano menos sem consideração do contexto. (Mt 16,17 e Jo 6,44)
  • O Canon XIII refere a reativação da vontade: "No que tange a reativação do livre arbítrio. A liberdade que foi destruída pelo pecado do primeiro homem só pode ser regenerada pelo Santo Batismo e devolvida por aquele mesmo que a havia dado."


Segue a condenação dirigida ao agostinianismo estrito ou ao calvinismo:

  1. MAS NÓS NÃO CREMOS QUE QUALQUER PESSOA SEJA PREDESTINADA AO MAL PELO PODER DE DEUS.
Outros códices trazem:
  • NEM AFIRMAMOS QUE A VONTADE SALVÍFICA DO SENHOR SEJA RESTRITA A ALGUNS POUCOS.

A conclusão a que somos levados é que os padres de Orange posicionaram-se contra o semi pelagianismo afirmando que a natureza da conversão é magico fetichista. Sem embargo disto consideraram a reativação da vontade tendo em vista a colaboração futura dos remidos ou a presciência pelo que não assumiram todos os pressupostos do Agostinianismo ou do calvinismo, os quais ficaram positivamente condenados.

Na prática todavia, ao menos após a condenação de Goteschalk de Orbais, a igreja romana, sempre tão rigorosa com as heresias em geral, foi conivente com o Agostinianismo. Destarte um número cada vez maior de papistas foi identificando-se com a ideologia predestinacionista e esta identificação, a longo prazo, resultou na Rebelião Luterana para cujos fautores a igreja romana havia apostatado da 'reta doutrina' i é do agostinianismo radical.