Enquanto isto, Spangenberg, do lado oposto, contra atacava:
"Os filósofos e juristas, inspirados pelas obras políticas dos mestres aristotélicos e temores puramente carnais, FIZERAM PERDER A VERDADEIRA DOUTRINA DO PECADO DO PECADO ORIGINAL ENSINADA POR LUTERO... Assim, estes sábios, que passam por discípulos de Lutero não fazem qualquer caso da magnifica obra composta por este homem divino e intitulada 'Arbítrio escravo' e ousam suster publicamente que "LUTERO COMPÔS TAL OBRA SOB A INSPIRAÇÃO DE SENTIMENTOS PURAMENTE PASSIONAIS, A FIM DE MOSTRAR A ERASMO QUE ERA MAIS SÁBIO DO QUE ELE."
Nada mais deplorável do que ver a verdadeira doutrina cair em descrédito devido a ação daqueles que se blasonam de ser seus mais fiéis representantes e continuadores do próprio Lutero...
Assim se confirma a predição de Lutero a respeito das dificuldades que sua morte haveria de trazer a Alemanha e de QUE IGREJA ALGUMA MANTERIA A SÃ DOUTRINA, o que não esta longe de se cumprir.
DE MINHA PARTE PREFIRO SER PARTIDO EM MIL PEDAÇOS DO QUE RENUNCIAR A VERDADEIRA DOUTRINA PERTINENTE A VONTADE E O PECADO."
Tal o parecer de Mathieu Rutze - in Ep a Simon Pauli - :
"Preferiria ser precipitado pelo Diabo no fogo do inferno do que deixar de anunciar a verdade a respeito do pecado original."
Wolfgang Muskulus que era do mesmo parecer publicou uma obra intitulada "A necessidade estóica" em que susteve igualmente a doutrina luterânica da escravidão da vontade.
Alias não deixa de ser esclarecedor saber que Calvino, antes de ter abraçado a heresia protestante, tenha se arvorado em comentador de Sêneca... Havendo quem assevere ter bebido ele, nos escritos deste filósofo, o determinismo crasso professado pelos antigos estóicos.
Negar que o contato de Calvino com a teoria fatalista dos estóicos deve te-lo preparado para receber a teologia fatalista de Wicliff e Lutero não ousamos.
Diante disto fica dificil compreender porque o já citado Durrfeld fora acusado por Flacius por ter se limitado a declarar que haviam muitas coisas boas nos escritos deste filósofo romano...
Ele certamente jamais havia lido as elegantes Apologias escritas por Clemente - Protreptikós - e Justino nas quais Homero, Platão, Eurípedes e outros homens ilustres dos tempos passados não descritos como emissários de Jesus Cristo Nosso Senhor. Segundo Paulo já havia escrito a respeito de Pitagoras, Epímênides, Aratos e Menandro.
Do mesmo modo Jean Wirth - Pandocheus - clamou contra os neo luteranos que haviam abandonado a verdadeira doutrina a respeito da vontade e da predestinação...
"Tu é que não passas dum vil calvinista!" redarguiram os do partido oposto... acrescentando:
"A predestinação divina tira ao homem a liberdade na medida em que tudo atribui aos decretos divinos... isto que dizer não só as obras mas até mesmo os pensamentos, mais intimos... nem mesmo pensamentos o homem possui que sejam propriamente seus..."
Amsdorf e Flacius replicaram com um único período:
"A LIBERDADE É UM DOGMA SUJO INTRODUZIDO NO CRISTIANISMO PELOS FILÓSOFOS." Lutero 'Corp Ref XXI,86
Argumento que seria reproduzido por diversas seitas no decorrer da História a propósito da Trindade Santa (unitários e jeovistas) e da Imortalidade da alma. Afinal o antigo testamento pouco ou nada sabe a respeito de uma Trindade, da Imortalidade consciente e da liberdade... que são ensinamentos típicos do Evangelho e comuns ao paganismo antigo.
Convém lembrar no entanto que Filon, Josefus, Saadia Gaon e Mainônides; os grandes mestres do judaísmo ortodoxo não são menos taxativos sobre a liberdade e a imortalidade do que os pensadores gregos e os doutores Cristãos.
Convém lembrar no entanto que Filon, Josefus, Saadia Gaon e Mainônides; os grandes mestres do judaísmo ortodoxo não são menos taxativos sobre a liberdade e a imortalidade do que os pensadores gregos e os doutores Cristãos.
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