Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Contradições entre os livros de Samuel/Reis e as Crônicas

"O processo de depuração histórica, adotado já, inda que timidamente pelo redator dos livros dos Reis, aperfeiçoou-se no 'Cronista'. NA VERDADE O QUE ESTE PRETENDEU FOI JUSTAMENTE SUBSTITUIR SEU PREDECESSOR, MUITO EIVADO AINDA DE PROFANIDADES E ASSAZ CONDESCENDENTE PARA COM OS RENEGADOS DO NORTE QUE OUSAVAM ADORAR JAVÉ NO MONTE GARIZIM, SEM PAGAR DÍZIMOS OU ESPÓRTULAS AO CLERO HIEROSOLIMITANO. O LIVRO DOS REIS, NO ENTANTO, SOBREVIVEU, PARA CONTRASTAR A NARRATIVA DO 'CRONISTA' E EVIDENCIAR O PROGRESSO RELIGIOSO DOS JUDEUS." Cyro de Moraes Campos in 'História do Judaismo antigo'  p 234

"No entanto sucedeu-se justamente o contrário, na medida em que os antigos consideravam as 'Crônicas' como mera repetição de Samuel e/ou de Reis, ELE SÓ FOI INCLUIDO NO CANON BEM MAIS TARDE, FIGURANDO NO ÚLTIMO LUGAR, DEPOIS DE ESDRAS E NEEMIAS." Grollenberg in 'A nova imagem da Bíblia' p 112


"Assim o redator das Crônicas omite, adiciona OU MODIFICA..." id pp 115






"E David comprou a eira e os bois por cinquenta ciclos de prata e levantou ali um altar ao Senhor e ofereceu sobre ele holocaustos e sacrifícios." II Sam 24,25




"E David DEU a Ariuna seiscentos ciclos de ouro pelo terreno e construiu lá um altar ao Senhor e ofereceu holocaustos e sacríficios pacificos." I Cron 21,25 - 27






"E David consultou o deus e o deus disse: sobe a Hebron... VIERAM UNS HOMENS DE JUDÁ E UNGIRAM DAVID COMO REI SOBRE A CASA DE JUDÁ. -  Então (passados sete anos) todas as tribos de Israel vieram ter com David em Hebron e disseram: Vê nós somos teus ossos e tua carne... E UNGIRAM  DAVID COMO REI DE ISRAEL." I Sam 1,4 & 5,1 sgs


"Saul pereceu... assim javé transferiu a realeza a David filho de Jessé. O POVO DE ISRAEL VEIO TER COM DAVID EM HEBRON e disse: Vê nós somos teus ossos e tua carne... E UNGIRAM DAVID COMO REI RE ISRAEL." I Cron 10,14 & 11,1 sgs






"Abiam tornou-se rei de Judá e reinou três anos em Jerusalém; sua mãe chamava-se Maaca, filha de Abasalão." I Re 15,2/ II Crin 11,20


"Assim Abiam foi elevado em Judá, sua mãe era Micaias, filha de Uriel da vila de Gabaá." II Cron 13,1 sgs



domingo, 31 de maio de 2009

As duas idades do pai Abraão.



]

"Reza o Gênesis que tinha Abraão, setenta e cinco anos ao emigrar do país de Haran, após a morte de seu pai Tareu, o oleiro. O mesmo Gênesis, porém, diz que este Tareu, tendo gerado Abraão aos setenta anos, viveu até a idade de duzentos cinco anos, e que Abraão só saiu de Haran depois da morte do pai." D. F. Ed Atena - SP - 1956 pp 10


Explanatio:


Como a maior parte dos nossos fundamentalistas não compreende muito bem os mistérios da aritmética, vou traduzir para o português claro -


Primeiro texto (saida de Haran): Gen 12,4 "Com setenta e cinco anos saiu de Haran."


O segundo texto - que Voltaire omite - PERTENCE AO DIVINO E PERPÉTUO TESTAMENTO DE CRISTO: "Saiu da Caldéia e veiu a Haran, donde saiu após a morte de seu pai." Atos 7, 4

Pois: "Morreu Terá em Haran." Gn 11,32


Texto segundo de Voltaire (e terceiro nosso):


"Viveu Terá setenta anos e gerou Abraão, Nahor e Haran." Gen 11,26


Texto terceiro: "E foram os dias de Taré duzentos e cinco anos." Gn 11,32




CÁLCULOS MATEMÁTICOS IRREFRAGÁVEIS:



1) Se Taré gerou Abraão com setenta anos e veio a morrer com duzentos devemos concluir que quando taré faleceu Abraão contava com cento e trinta e cinco anos.


Pois 205 - 70 = 135


2) Se Abraão só saiu de Haran após a morte de seu pai - COMO AFIRMA A INSPIRAÇÃO > Atos 7,4 - deve ter saido de lá com cento e trinta e cinco anos.



3) Entretanto gn 12,4 afirma que saiu de Haran com setenta e cinco anos.



Mas -


70 (Terá) + 75 (quando Abraão saiu de Haran Gn 12,4) = 145 (idade de Terá por ocasião da saida de Abraão segundo Gn 12,4).


Logo: Se Terá faleceu com 205 anos de idade Abraão deve ter saido de Haran (conforme gn 12,4) cerca de 60 anos antes da morte de seu progenitor.


Entretanto S Estevão - nimbado pelo Espírito Santo - afirmou que Abraão só saiu de Haran após o falecimento de seu pai.




Conclusão final:


Ou esta correto o computo de Genesis ou está correto o computo de Atos dos apóstolos.


Se um estiver certo o outro só pode estar errado.


Como Cristão sustento a inerrancia dos Atos contra a inerrancia dos escritos judaicos e concluo que mais uma vez o Genesis e o testamento de que faz parte estão errados.
PS - Tive a oportunida de ler comentários escritos por teologos protestantes os quais alegavam que o texto errado (logo falivel) era o de Atos ou seja o do Novo Testamento.
Estevão - iluminado pelo Espírito Santo de profecia - teria se equivocado enquanto que o redator anônimo do Gênssis estaria correto.
Eis até onde chega a cegueira dos sectários e judaizantes.
Que o Senhor Jesus Cristo se compadeça desses miseráveis infiéis!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

"A verdade não pode existir em coisas que divergem." Jerônimo de Stridon

Provérbios 26






v 4:"Não respondas ao néscio segundo sua insensatez, para não seres semelhante a ele."


v 5: "Responde ao tolo segundo sua loucura para que ele não se julgue sábio aos seus olhos."


Versão Ave Maria. (e também o espanhol Felix T. Amat)










Non rispondere allo stolto secondo la sua stoltezza per non divenire anche tu simile a lui.

Rispondi allo stolto secondo la sua stoltezza perché egli non si creda saggio.

Diodati




No respondas al necio según su necedad, no sea que tú también te vuelvas como él.

Responde al necio según su necedad, no vaya a creerse que es un sabio.

Nacar Colunga

Scio, 1858 eaden



Nunca respondas al necio como merece su necedad...

Responde al necio como merece su necedad...

Valera




Ne réponds pas à l`insensé selon sa folie, De peur que tu ne lui ressembles toi-même.

Réponds à l`insensé selon sa folie, Afin qu`il ne se regarde pas comme sage.

Jerusalem


Crampon, ed 1905 eaden



Answer not a fool according to his folly, lest thou also be like unto him.

Answer a fool according to his folly, lest he be wise in his own conceit.

KJV



Ne respondeas stulto juxta stultitiam suam ne efficiaris ei similis

Responde stulto juxta stultitiam suam ne sibi sapiens esse videatur

Vulgata



Almeida entretanto:

Não respondas ao tolo segundo sua estultícia...

Responde ao tolo segundo sua estultícia...




E o Pe Antonio Pereira de Figueiredo:

Não respondas ao louco segundo sua loucura...

Responde ao louco segundo sua loucura...


Pe Matos Soares, 1955 eaden



Caso conhecessemos somente versão da AM e apenas os rudimentos da lingua terçada por Camões, não nos surpreenderiamos diante dos termos: néscio, insensatez, tolo e loucura...

A intenção do tradutor - que segue as pegadas do clérigo espanhol Amat - é justamente esta: ocultar mais uma escandalosa falha da Bíblia infálivel...

Falha patenteada por todas as outras traduções expostas num total de nove.

Segundo as nove versões o sábio hebreu teria se expressado assim:


4 - Não respondas ao louco conforme sua loucura...

5 - Respondas ao louco conforme sua loucura...


O primeiro verso é de predicação negativa pois comporta a partícula NÃO, enquanto que o segundo é de predicação afirmativa trazendo o verbo no imperativo: respondas.

Portanto o que o versículo de cima proibe-nos de fazer: 'responder ao louco no mesmo tom' o versículo de baixo aconselha-nos a fazer.

Porque o negativo e o afirmativo se chocam e se excluem mutuamente.

Estamos pois diante duma contradição insofismável e onde há contradição não pode haver verdade.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Pode um suicida ser morto por outra pessoa?







1Samuel 31,3-6:



"... Ferido mortalmente pelos flecheiros, ordenou Saul ao seu escudeiro: “Desembainha a espada e traspassa-me com ela! Não venham esses incircuncisos e me traspassem, abusando de mim!” Mas o escudeiro não quis saber, porque tinha muito receio. Então Saul tomou a espada e se precipitou sobre ela. Quando o escudeiro viu que Saul estava morto, também se precipitou sobre a espada e morreu ao lado dele. Portanto neste dia morreram Saul e os três filhos, o escudeiro, bem como todos os seus homens."






2Samuel 1,4-10:



"Davi lhe perguntou: “Como foi a coisa? Vai contando!” O outro disse: “É, o pessoal fugiu da batalha e houve muitas baixas e mortos entre a tropa. Saul e seu filho Jônatas também morreram”. Davi ainda perguntou ao moço informante: “Como chegastes a saber que Saul e seu filho Jônatas estão mortos?” A isto o informante respondeu: “Cheguei casualmente à montanha de Gelboé, eis senão quando vi Saul apoiado na lança e encurralado pelos carros e cavaleiros. Quando ele se voltou para trás, avistou-me e me chamou. Aí eu disse: ‘Pronto: às ordens!’ Então me perguntou: ‘Quem és tu?’ Eu lhe disse: ‘Eu sou amalecita’. E ele me disse: ‘Vem cá e dá-me o golpe de misericórdia, pois estou tomado de estertores, embora toda a minha vida ainda esteja em mim’. Eu me acerquei dele e acabei de o matar, pois via que não sobreviveria, quando viesse a cair. Em seguida tirei-lhe da cabeça o diadema e do braço o bracelete e os trouxe para meu senhor.'"





Elementos da primeira narrativa inspirada e infalivel:



- Saul havia sido mortalmente ferido na barriga pelos arqueiros filisteus.


- Temia ser apanhado vivo e torturado por seus adversários caso demorasse a morrer.


- Pediu pois que um de seus fâmulos abreviasse sua agônia, para que não caisse nas mãos dos filisteus.


- Temendo escapar ao ataque dos filisteus e ser acusado de regicídio por seus compatriotas o fâmulo se recusa a atender a súplica do rei.


- Diante da recusa de seu fâmulo só restou a Saul suicidar-se atirando-se sobre sua própria espada. Não sem hesitar porquanto o suícidio era mal visto por seus súditos em especial pelos clérigos.


- O ESCUDEIRO VIU QUE SAUL ESTAVA MORTO.


- E percebendo que seu rei estava morto, matou-se ele também.


Até Aqui I Samuel 31,3 e segs.





Analisemos agora os elementos da segunda narrativa inspirada e infalivel:



- Saul estava fraco - pela perda de sangue - apoiado (e não atravessado) em sua lança e cercado pelos inimigos.


- Receava porém sucidar-se, pede portanto ao estrangeiro que lhe dê um golpe de misericórdia.


- O estrangeiro aproximou-se e vendo-o ferido por uma flecha na barriga, julgou-o perdido.


- DIANTE DISSO RESOLVEU-SE A ATENDER SEU PEDIDO E LHE VIBROU CERTEIRO GOLPE DE MISERICÓRDIA. (O texto afirma que acabou de mata-lo após o que despojou-o de seus ornamentos régios que foram entregues a David).



Até aqui II Samuel 1,4 segs.



Agora façamos a comparação:


O primeiro texto assevera que Saul deu morte a sí mesmo, porquanto atirou-se não sobre uma lança, mas sobre sua espada e que o escudeiro antes de sucidar-se, VIU QUE SAUL ESTAVA MORTO.


ESTAVA POIS MORTO E NÃO AGONIZANTE OU MORRENDO E HAVIA MORTO A SI MESMO.


Conclusão: Saul suicidou-se.


O segundo texto entretanto nos assevera que Saul ainda estava vivo e combatendo - se bem que ferido - quando o narrador avistou-o.


E que obedecendo a um pedido seu ACABOU DE MATA-LO COM SUAS PRÓPRIAS MÃOS APÓS O QUE RETIROU SEUS ORNAMENTOS.


Conclusão: Saul foi morto pelo amalecita com um golpe de misericórdia.




Conclusão final:


Temos diante de nós uma contradição formal de termos.


Pois o primeiro deles afirma que o homem deu morte a sí mesmo ou seja que suicidou-se enquanto que o segundo termo sustenta que foi morto por uma outra pessoa.


Sabemos todavia que um mesmo homem não pode matar-se e ser morto porquanto só se morre uma única vez.


A ninguém é dado suicidar-se e ser assassinado.


Portanto ou Saul de fato suicidou-se e não foi assassinado ou foi assassinado pelo amalecita e, neste caso não pode suicidar-se.


A dar-se fé ao primeiro caso a primeira narrativa é fiel, mas a segunda - II Sam 1,4 - é falsa e talvez tenha sido composta por ordem de David com o objetivo de limpar a memória de Saul.


No segundo caso a segunda narrativa seria verdadeira, a primeira no entanto seria falsa correspodendo certamente a uma manobra dos sacerdotes com o objetivo de acrescentar mais um ultraje a memória de um rei que não quiz se curvar diante de suas pretensões.

Uma correção a Bíblia infálivel...




Ja fizemos questão de anotar num de nossos artigos precedentes que se redatores de I e II Samuel e I e II Reis sabiam que estavam a compor registros inspirados e infáliveis os redatores de I e II Crônicas entretanto sabiam muito bem que estavam a corrigir escritos faliveis, a saber os livros de Samuel e dos Reis cujas páginas estão inquinadas de erros.


Tomemos primeiramente II Samuel 21,19:


"Ainda em Gob, em outra guerra contra os filisteus, Elcanã, filho de Jair de Belém, matou Golias de Gat, que usava uma lança comprida como cilindro de tear."



Na LXX - "kai egeneto o polemoV en gob meta twn allofulwn kai epataxen eleanan uioV ariwrgim o baiqleemithV ton goliaq ton geqqaion kai to xulon tou doratoV autou wV antion ufainontwn"



TON GOLIAQ TON GEQQAION > A GOLIAS DE GATH


Aqui o morto é Golias.


Tomemos agora I Crônicas 20,5:


"Houve ainda uma batalha com os filisteus; e Elcanã, filho de Jair, matou Lacmi, irmão de Golias, de Get, que tinha uma lança cujo cabo parecia um cilindro de tecelões."


Na LXX - "kai egeneto eti polemoV meta twn allofulwn kai epataxen ellanan uioV iair ton leemi adelfon goliaq tou geqqaiou kai xulon doratoV autou wV antion ufainontwn"


ADELFON GOLIAQ > IRMÃO DE GOLIAS


Parte da construção é bastante semelhante, entretanto há uma diferença crucial: qui o morto não é Golias em pessoa mas seu irmão Lacmi.




Na primeira palavra de Deus inspirada e infálivel o morto é Golias de Gath e nenhuma referência é feita a seu irmão Lacmi.


Já na segunda palavra de Deus ocorreu ao redator que Golias havia sido morto por David e que o mesmo não poderia ter sido morto duas vezes. Conclusão: Lacmi - um certo irmão de Golias, ignorado pelo redator de Samuel e Reis - entra em cena como tendo sido o personagem morto por Bar Jair.


Em nota referente a II Cron 20,5 sustenta o Pe Scio que "Lacmi segundo o costume dos filisteus havia tomado o nome do irmão falecido."


Entretanto o que se sabe de positivo sobre os costumes deste povo? Quase nada...


E o que se sabia no tempo do revmo Pe Scio?


Nada de nada...


Como pois o douto padre e após ele todos os fundamentalistas protestantes afirmam que um irmão tomou o nome do outro?


Porque é a única estratégia possivel se se tem em vista suster a infalibilidade do Velho Testamento a qualquer preço...


Diante das dúzias de contradições existentes entre as duas narrativas põe-se os bibliolatras de vária estirpe a fabricar tradições e costumes filisteus, egipcios, sumerianos, cananeus, persas, gregos, etc


A palavra de Deus no entanto ignora supinamente a dita tradição ou costume filisteu sobre a troca de nomes... vai ver que o espírito santo se esqueceu de cita-lo...


Por isso os fundamentalistas precisam recorrer as interpretações ou novas emendas de Ligthfoot, Scio, Pierlman, etc




Possiveis soluções:



- Golias e Lacmi, os dois irmãos, eram a mesma pessoa.


rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs


Acontece que duas pessoas não podem ser uma pessoa ao mesmo tempo...



- Lacmi é apelido de Golias.


Nesse caso ele deve ter morrido duas vezes. (uma pelas mãos de David e outra pelas mãos de Bar jair).


Ou ter sido ferido após a morte. (por Bar Jair).


Entretanto desconheço quem o haja ressuscitado...



- São duas pessoas diferentes - ou mesmo dois irmãos - com as mesmas características mortas pelo mesmo Bar Jair na mesma batalha.


Desde de que admitamos terem existido dois Gigantes Golias de Gath...


Porque - cfme I Sam 17,49 - o Golias da lança semelhante a vara de tear havia sido morto por David algum tempo antes...




Única solução possivel:


O redator de II Samuel foi erroneamente informado de que o gigante Golias fora ferido por Bar Jair em Gob, quando já estava morto há algum tempo.


O redator de I Crônicas, melhor informado, corrige o que fora escrito por seu predecessor e registra que Bar Jair ferira de morte não ao falecido Golias, mas a um seu irmão de nome Lacmi.


Conclusão: Os livros dos judeus não constituem a inspirada e infalivel palavra de Deus, exceto quando nos apontam o advento e a missão de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Estamos pois diante de um texto cuja lavra é puramente humana, pertinente a história temporal do povo hebreu e não a história espiritual de nossa restauração.


Não somos hebreus e portanto nada temos a ver com tais histórias ou estórias, elas não nos dizem respeito.
"É com extrema desconfiança que se aventa essa opinião. O que a poderia confirmar é que os Paralipômenos contradizem freqüentemente o Livro dos Reis na cronologia e nos fatos, assim como os nossos historiadores profanos se contradizem algumas vezes." Voltaire in D F pp 192








PARA ONDE FOI LEVADA A CABEÇA DO GIGANTE?



Reza a Bíblia infalivel que: "Davi apanhou a cabeça do filisteu e a levou a Jerusalém, e as suas armas ele as levou para sua tenda." I Sam 17,54

Entretanto a mesma Bíblia infálivel nos assevera - em II Sam 5 - que:


4.
Davi tinha trinta anos quando começou a reinar, e seu reinado durou quarenta anos:
5.
sete anos e meio sobre Judá, em Hebron, e depois trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo o Israel e Judá.
6.
Davi partiu com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que ocupavam a terra. Estes disseram a Davi: Tu não entrarás aqui: cegos e coxos te repelirão! (O que queria dizer: Davi não entrará jamais aqui.)
7.
Mas Davi apoderou-se da fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi.
8.
Davi dissera naquele dia: Quem quiser abater os jebuseus, siga o canal para atingir esses cegos e coxos, inimigos de Davi. De onde o ditado: Nem cego nem coxo entrarão na casa.
9.
Davi estabeleceu-se na fortaleza e chamou-a Cidade de Davi. Cercou-a de muralhas desde Milo, e construiu no interior.




Ou seja antes disso Jerusalem pertencia aos Jebuseus que eram adversários dos israelitas e David não tinha acesso a cidade.

Cumpre estabelecer ainda que na narrativa da morte de Golias esta registrado que David era um mancebo que não tomava parte nos combates ficando responsavel pelas ovelhas de seu pai.

Ele mesmo confesa no Sl 151: "Era eu o menor dos filhos de meu pai o mais novo entre os filhos de minha mãe."

Devia ter pois cerca de treze ou quartorze anos no máximo quando eliminou o gigantesco guerreiro filisteu.

Donde se segue que entre a morte de Golias e a conquista de Jerusalem se seguem cerca de vinte (20) anos...

Pois de seus dezessete a seus trinta e sete anos (quando conquistou Jerusalem aos jebuseus) transcorreram vinte anos...

Como pôde pois ter decapitado Golias e levado sua cabeça para Jerusalem?

Só se guardou a cabeça do dito guerreiro durante vinte anos... Neste caso já não se trataria duma cabeça mas dum crânio descarnado... e no caso de David de um selvagem ou desajustado mental.

Entretanto o dito verso labora noutro erro tanto mais clamoroso ao alegar que David possuia uma tenda, pois:

- Não era soldado e tampouco oficial.

- Vivia como pastor, livremente, no campo, junto aos animais.

- Não esta registrado que David tenha ganho qualquer tenda de Saul. (o rei sequer sabia quem era seu pai.)

- O verso 57 alega que a cabeça do filisteu foi depositada diante do rei.

Conclusão: estamos novamente diante de mais outro anacronismo cometido pela inspirada e infálivel palavra de Deus.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Um versículo - duas confisões...

A = Montanha F = Planície








Juizes 1,18
Judá tomou também Gaza e seu território, bem como Ascalon e Acaron com seus territórios.



Juizes 1,19
O Senhor estava com Judá, e ele conquistou a montanha; porém, não pôde despojar os habitantes da planície que possuíam carros de ferro.



A localização de Gaza, Ascalon e Acaron segundo o escritor protestante J MacKee - In "A Bíblia e as civilizações antigas" -


"Os filisteus habitavam a P L A N Í C I E costeira da filistia, entre E C R O N (Acaron) e G A Z A." p 83


E mais a frente assim se expressa:


"Os resultados das campanhas de Josué não incluem toda terra, ESPECIALMENTE A DOS FILISTEUS..." p 199


"Com a chegada dos filisteus, estas cidades passaram as mãos dos invasores, EM CÁRATER DEFINITIVO, E FORMARAM A PENTAPOLIS, cujo fim parece ser a preservação da cultura filistina e o prestígio da P L A N Í C I E Marítima." p 200


"Pois os filisteus puderam dominar por muitas vezes os israelitas até o tempo de Saul e David, e procuraram, aliando-se as cidades da planície de Esdrelão, dominar Canaã." iden, ibd


Até aqui o anabatista MacKee.


Entretanto como nossos protestantes são fanáticos e obstinados em sua cegueira, convem citar outra fonte extraida de seus expositores.


Para tanto escolhemos o Dr Nelson B Keyes - in Story od the Bible world por ed macmilan -


"Os - filisteus - que escaparam a chacina recuaram ao longo da costa até Canaã e estabeleceram ai uma confederação de cinco cidades - Ecron, Asdode, Ascalon, Gaza e Gate - nas P L A N Í C I E S da costa do mar entre Jopa e o Sinai." p 46


Todo dicionarista sincero, inda que judaizante e sectario, é obrigado por força dos fatos a localizar as metrópoles filistias - portanto Gaza, Ascalon e Acaron - na Planície da Costa do mediterrâneo.


Eram e são pois ainda hoje - pois as preces dos fundamentalistas não lhas puderam transportar para outro lugar - localizadas numa planicie e não sobre montanhas.


Pois bem, o verso décimo oitavo do primeiro capítulo do livro dos Juízes - que os protestantes segundo a falsa doutrina da inspiração verbal e plenária encaram como palavra inspirada e infalivel do deus plenipoderoso - assevera que ambas as três foram conquistadas pela tribo de Judá.


Não apenas as cidades muradas, mas até mesmo os arredores:



"Judá tomou também Gaza e seu território, bem como Ascalon e Acaron com seus territórios."

verso 18


E ao assevera-lo assevera que Judá apossou-se da planíce costeira de Canaã!


Entretanto o verso seguinte contradiz formal e cabalmente tal assertativa, porquanto:


"O Senhor estava com Judá, e ele conquistou a montanha; porém, não pôde despojar os habitantes da planície que possuíam carros de ferro." verso 19


Colocando os pingos nos is:


O verso dezoito afirma que Judá conquistou a planície, enquanto o verso décimo nono afirma que Jeová (Judá) não pode conquista-la.


Só falta nosso bom protestante alegar que a nomenclatura geográfica foi inventada por Darwin, por Marx, por Constantino ou pelo Papa de Roma (antes tudo era o Diabo)...


Diante de tais 'saidas pelo inferno' só podemos estourar de tanto rir e perguntar o que os protestantes fazem aqui nos meios virtuais... além de 'posar' como palhaços é claro.





Ginásticas mentais:



- As cidades ocupavam dois lugares ao mesmo tempo.


Conforme as leis de física - que não foram inventadas por Darwin ou Marx - um objeto só pode ocupar um espaço durante um mesmo espaço de tempo.


- Existem diversas planícies em Canaã.


Eis o brilho fulminante da genialidade protestante...


Eis o pequeno David a fulminar o gigante Golias!


Entretanto este Golias conhece gramática...


E sabe que quando existem elementos diferentes a seres designados são designados por restritivos. Por exemplo:


Querendo designar a Planície de Esdraelon e excluir a planicie Costeira, a escritura que é inspirada e infalivel (verbalmente inclusive) devia empregar um restritivo nomenando expressamente a planicie não conquistada ou seja a de Esdraelon.


Pois deixando de empregar o restritivo - no caso Esdraelon - confere um sentido tanto mais amplo e genérico ao termo planicie, querendo significar todas as planícies da região ou seja, de Canaã.


Quem não restringe seus juizos amplia-os.


Conclusão: quando o verso décimo nono emprega o termo Planície sem restritivo que designe alguma planicie particular, emprega-o em seu sentido lato designando todas as planicies da região (Canaã).


Ora, a planície da costa é parte constituinte de Canaã, logo discriminada neste verso.


- A planicie da Costa não pertence a Canaã.


Pertence ao que então?


Ao Alaska ou a Manchúria?


Vá tomar uma pilha de Dicionários Bíblicos e estudar fundamentalista imbecil!


- Planicie e montanhas não são assim tão diferentes.


rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs


Que tal: O velho testamento sempre tem razão porque é a minha vontade e a minha soberana vontade...


Como dizia Zolá: a personagem é minha e com ela faço o que bem entender...


Entretanto se é assim nosso profeta se arrisca a ouvir de chofre um: Vai chupar prego até virar parafuso...




A única solução plaúsivel é admitir que os dois versos estão em fraca contradição um com o outro porquanto o antecedente afirma que a Planície da filistia foi conquistada pelos hebreus enquanto que o verso subsequente afirma que a mesma não pode ser conquistada porque seus ocupantes possuiam carros com foices...






segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vago







"NOS PRIMEIROS CINQUENTA ANOS AS IGREJAS REFUTARÃO MINHA TEORIA PARA DEPOIS INSERIREM-NA EM SEUS CREDOS COM ARGUMENTOS MAIS OU MENOS SOFÍSTICOS."




"No primeiro capítulo de um de seus livros, Wellhausen conta como, sendo ainda jovem teólogo, sentia-se atraido (algo bastante comum nos pódromos reformados) pelas histórias de Saul e David, de Elias e Acab, como ficava profundamente impressionado com as palavras de Amós, Isaías e dos outros profetas.

Mas, ao estudar tais escritores ficou atormentado por uma espécie de cominhão, pois tinha a imprenssão de 'começar pelo telhado, deixando de lado o fundamento, já que não conhecia bem a Lei, o alicerce e pressuposto.' Assim armado de um volumoso comentário decidiu-se a enfrentar Exôdo, Levítico, Números...

Mas esperou em vão a luz que a lei deveria ter lançado sobre os livros históricos e proféticos. 'pelo contrário, a lei turvava a felicidade que, até então, a leitura de tais livros me proporcionara. Em vez de ajudar a aprofundar-me na compreenção deles, confundiu-me, como um fantasma barulhento, mas invisivel e inoperante.

O jovem estudante passou por um período de incerteza.
Tinha uma vaga idéia do abismo existente entre a legislação do pentateuco e os livros históricos.

Percebia alguns pontos de contato entre ambos, mas não podia encontrar seu fundamento na lei.

No verão de 1867 ouviu ocasionalmente que um exegeta muito conhecido atribuira a lei um lugar na história, depois dos profetas.

'Embora carente de argumentos em favor da hipótese, deixei-me convencer-me imediatamente, de que devia ser possivel compreender a antiguidade hebráica sem recorrer a Torá.'

Assim, por si mesmo, Wellhausen descobriu o que os outros, com menor ou maior clareza tinham vislumbrado: a tradicional exposição bíblica da História de Israel encerrava um anacronismo descomunal; uma multidão de leis e de instituições surgidas e evoluidas em épocas posteriores havia sido atribuida a Moisés.

Durante os anos seguintes, o enérgico erudito alemão acumulou argumentos para provar que a sequência histórica dos quatro documentos devia ser: J - E - D - S

O primeiro teria sido composto em meados do século IX, mais ou menos em 850 a C. A história de E, paralela, teria surgido aproximadamente um século mais tarde, por volta de 750. 

Houve um trabalho de mistura ou fusão de ambos em um novo documento J-E, obra de um redator do ano 650. 

O DEUTERONÔMIO, COMPOSTO POUCO ANTES DE "SER DESCOBERTO" SOB O REI JOSIAS, FOI ACRESCENTADO A J-E, MAIS OU MENOS EM 500 A C. 

O código sacerdotal foi o último a ser elaborado, entre 550 e 450 a C. 

Fez o papel de moldura para J-E-D, quando por volta de 400 a C o pentateuco tomou a configuração que nos é hoje familiar...

Conforme a cronologia geralmente aceita naquela época, a saida do Egito ocorrera cerca de 1445 a C e lá pelos idos de 1400 Josué teria conquistado a terra de Canaã. 

Concordando com a tradição bíblica, este dispunha do pentateuco completo, escrito por Moisés. 

A nova teoria situava os elementos mais antigos dos tais livros de Moisés no século IX, isto é, 550 anos depois de Moisés, e, além disso, afirmava que o pentateuco recebeu seus retoques finais dez séculos depois da atuação do fundador da religião israelita.

Tal revolução causada pela nova teoria foi comparada com a causada séculos antes por Copérnico, ao provar que a terra não era o centro do universo mas um dos planetas que giravam em torno do Sol...

A imponente síntese apresentada parecia dirimir, de modo convincente, grande número de problemas heterogêneos. Não só lançava nova luz sobre a composição literária do pentateuco como também resolvia diversas dúvidas históricas....

1 - Do ponto de vista literário, a teoria não só explicava o cárater composito dos cinco livros de Moisés... mas situava ainda cada um dos quatro documentos na Historia literária de Israel, conhecida através dos livros históricos e proféticos.

Os relatos de J, com seu estilo empolgante... não provinham mais de um passado entiquíssimo e nebuloso, no qual se desconhecia a arte de escrever; o autor de tais relatos pertence ao século IX, quando estava no apogeu o conto israelita, século que produziu contos inesqueciveis, como os de Saul, Jonatas, David, Absalão.

O documento E situa-se um século mais tarde, aproximadamente em 750 a C. 

A narração é tanto mais sóbria e reflete uma meditação mais profunda sobre as relações entre Deus e o homem. O ambiente do autor é evidente, deve ter sido marcado pela pregação profética...

O estilo D é muito semelhante ao de Jeremias. Leiam-se as admoestações de Moisés em Dt 1-11 e em seguida os capitulos 7, 11, 17 - 19 ou 23 de Jeremias e o leitor poderá notar que o clima literário é o mesmo.

Da mesma maneira, qualquer leitor poderá observar a afinidade existente entre as leis e pescrições referentes ao culto que fazem parte do material S e um bom número de textos da última parte de Ezequiel (40-48)..." Grollenberg opus cit ps 12 -15


Os doestos continuam -



protestante - "Há uma unidade significativa que subjaz na colêtanea inteira dos trinta e nove livros do antigo testamento." Gleason L Archer Jr in "merece confiança o antigo testamento" São Paulo, vida Nova pp 15
ortodoxo: Examinemos pois a unidade existente entre os livros do Antigo Testamento, começando pela unidade interna é claro. (afinal o que possui unidade externa deve possuir antes de tudo unidade interna) -
(para que protestante algum ouse dizer que alteramos os textos servir-me-ei exclusivamente da JFA - empregarei a Bíblia da família New York, 1900 - american Bible society)
GENESIS 6,3 - "ENTÃO DISSE O SENHOR - NÃO CONTENDERÁ MEU ESPÍRITO PARA SEMPRE COM O HOMEM; PORQUE ELE É CARNE: PORÉM SEUS DIAS SERÃO CENTO E VINTE ANOS."
CENTO E VINTE ANOS PASTOR!!! NEM UM DIA A MAIS!!!

AGORA VEJAMOS O QUE DIZ O MESMÍSSIMO LIVRO NO CAPÍTULO DÉCIMO PRIMEIRO (GENESIS 11):
"SEM VIVEU SEISCENTOS ANOS V 11
ARFAXADE QUATROCENTOS E TRINTA E OITO V 13
SELAH QUATROCENTOS E TRINTA E TRÊS V 15
...
NACOR CENTO E QUARENTA E OITO ANOS V 25
TERAH DUZENTOS E CINCO ANOS V 32"

GENESIS 25,7: "ESTES SÃO POIS OS DIAS DOS ANOS DA VIDA DE ABRAÃO, QUE VIVEU CENTO E SETENTA E CINCO ANOS."


Primeiro 'deus diz' que o homem não passaria dos cento e vinte anos de vida... e no entanto o pai de Abraão vive duas gerações a mais ou seja duzentos e cinco anos e o próprio Abraão quase duas gerações a mais ou seja cento e setenta e cinco anos... Eis a unidade!!!

Pelo jeito deus ou quem ousou passar-se por ele não sabia contar muito bem...

TOMEMOS AGORA UMA OUTRA PARTE DOS REGISTROS 'INSPIRADOS' O LIVRO DOS SALMOS E VEJAMOS O QUE ELE NOS DIZ SOBRE A DURAÇÃO DA VIDA DO HOMEM:

"OS DIAS DE NOSSA VIDA CHEGAM A SETENTA ANOS, EMBORA ALGUNS PELA ROBUSTEZ CHEGUEM AOS OITENTA, O SALDO DELES É CANCEIRA E ENFADO, E CEDO CORTADOS PARTIMOS LEVADOS PELO VENTO." SALMO 89,1O (atribuido a Moisés, o qual segundo a mesma escritura morreu com cento e onze anos)

Primeiro o deus dos judeus dissera, cento e vinte anos; agora diz ou faz dizer: oitenta!!! E por boca de alguém que viveu cento e onze!!! Eis um deus todo mutável e obscurecido pela variação...


Tomemos novamente o GENESIS E ABRA-MO-LO NO CAPÍTULO DÉCIMO VERSO QUINTO (10,5):
"POR ESTES - SEM, CAM E JAFÉ; FILHOS DE NOÉ - FORAM REPARTIDAS AS ILHAS DAS NAÇÕES E TERRAS; CADA QUAL SEGUNDO SUA LINGUA, SEGUNDO AS FAMÍLIAS ENTRE AS NAÇÕES."

Houve pois divisão de linguas ou idiomas entre os filhos e netos de Noé.

TOMEMOS AGORA O PRIMEIRO VERSO DO CAPÍTULO SEGUUINTE (11,1):
"E HAVIA SOBRE A TERRA UMA MESMA LINGUA E UMA ÚNICA FALA."

Primeiro (em gen 10,5) lemos que a parentela de Noé foi cindida em diversas linguas assim que saiu da arca e se espalhou pelo mundo; para em seguida (em gen 11,1) nos depararmos com a afirmação segundo a qual, estando já eles espalhados por toda terra há várias gerações conservavam ainda um mesmo idioma...

Bela unidade!!!


EXODO 33,23: "HAVENDO EU TIRADO MINHA MÃO, ME VERÁS PELAS COSTAS - no original Pelo traseiro, quartos ou costados (?!?!?) MAS MINHA FACE NÃO SE VERÁ."

DEUTERONÔMIO 34,10: "E NUNCA MAIS SE LEVANTOU PROFETA EM ISRAEL COMO MOISÉS, A QUEM O SENHOR FALARÁ CARA A CARA."

Outra bela unidade: segundo o redator sacerdotal Moisés não pode ver a face de Deus mas apenas suas partes traseiras; já segundo o deuteronomista costumavam a falar 'face to face'...

EXODO 33,20: "HOMEM ALGUM PODE VER MINHA FACE E VIVER."

GENESIS 32,30: "TENHO VISTO DEUS FACE A FACE E NÃO MORRI."

Quem teria mentido aqui, deus ou Jacó?

Pois ou deus esta correto e neste caso Jacó não pôde ve-lo ou está certo Jacó e deus errado pois foi visto por alguém e esse alguém permaneceu vivo...

A respeito de Abraão, Gedeão, Manoah e outros tantos varões piedosos também esta registrado terem visto a face ou o rosto de deus, embora saibamos que deus não tenha nem forma nem aparência, o que levou nossos padres a imaginar que tais personagens contemplaram o Senhor Jesus Cristo... 

Elias ao ouvir seus passos no Horeb cobriu os olhos com a orla do manto certamente com receio de contempla-lo e morrer.

Isaias (6,5) no entanto também alega ter visto a majestade divina com seus olhos de carne, sem no entanto ter perecido, eis suas palavras:

 "NO ANO DA MORTE DE OZIAS, EU VI O SENHOR SENTADO NUM TRONO MUITO ALTO, DE MODO QUE AS FRANJAS DE SEU MANDO ENCHIAM O TEMPLO."


Segundo o Dr Gleason Archer os soferins - percebendo as implicações do verso (coisa que nossos fundamentalistas imbecis não são capazes de perceber) - tentaram arranjar as coisas substituindo LRWT (VER) por LHR/WT (PARECER); pois sabiam que outras tantas partes de suas escrituras asseveram ser impossivel contemplar aquele que é isento de forma e desprovido de corpo.

Caso Isaías tivesse podido ver a Deus, seriamos obrigados a crer que Deus tem forma ou corpo, Cristo porém disse: "Deus é espírito." ou seja Ser imaterial, totalmente isento de forma ou corpo.


Daí o Evangelista asseverar: "NINGUÉM JAMAIS VIU A DEUS." - ou seja nem Abraão, nem Jacó, nem Moisés, nem Gedeão, nem Manoah, nem Isaias. - contrariando o que fora dito pelo vate hebreu.

Poranto além de conflitar consigo mesmo em diversas passagens o registro hebraico conflita - pela milésina vez - com a palavra de Deus que é o Novo Testamento de Jesus Cristo.

BELA UNIDADE!!!







DEUTERONÔMIO 18,10: "DENTRE TI NÃO SE ACHARÁ QUEM FAÇA PASSAR SEU FILHO PELO FOGO."


EZEQUIEL 20,26: "EU OS CONTAMINEI EM SUAS OFERENDAS E FIZ COM QUE PASSASSEM TODO PRIMOGÊNITO PELO FOGO, EU OS SEDUZI PARA OS ASSOLAR PARA QUE SOUBESSEM QUE EU SOU O SENHOR." neste passo seguimos a versão de Jerusalem que é a única tradução honesta e fiel; corroborada pelo comentário de Abingdon inclusive.




protestante: "O resultado final de quatro mil anos de investigação humana e pesquisa filosófica TEM SIDO DE DESESPERADO DESACORDO E CONFUSÃO NA AREA INTEIRA DA RELIGIÃO, EXCETO NA PRÓPRIA BÍBLIA." iden id

Ortodoxo: "Porque, a falar com rigor, a Bíblia não existe, TANTAS SÃO AS INTERPRETAÇÕES QUE LHE DÃO. A BÍBLIA É A BASE DA FÉ DOS PROTESTANTES; NO ENTANTO COMO CADA QUAL A INTERPRETA A SEU TALANTE, UNS CONTRADIZEM OS OUTROS. SE AO MENOS OS QUE A TOMAM POR BASE PUDESSEM COMPREENDE-LA DE UM ÚNICO MODO, AINDA TERIAM ALGUMA AUTORIDADE PARA CRÍTICAR OS DEMAIS; NO ENTANTO... " M Pizarro, iden pp 176

E para que não percamos o salutar costume, eis outro exemplo 'daquela lógica insuperável' presente nas páginas das escrituras hebraicas:

"ENTÃO ABEL FOI PASTOR E CAIM AGRICULTOR, E TODAVIA ESTA REGISTRADA A PREFERÊNCIA DO SENHOR POR ABEL. VAMOS RACIOCINAR UM POUCO: QUAL DOS DOIS IRMÃOS HONROU A DEUS NA ESCOLHA DE SUA OCUPAÇÃO? CAIM, POIS ESTA ESCRITO QUE O HOMEM FORA FEITO PARA CULTIVAR A TERRA E CUIDAR DO JARDIM; E MESMO ASSIM O SENHOR REGEITA AS OFERENDAS DAQUELE QUE LHO OBEDECE." Leo Taxil in "La bible amusante"

protestante: "Aqueles que não levam a sério a revindicação da própria Bíblia - ou melhor dos astutos sacerdotes judeus que mais tarde supliciaram ao autor da vida - de ser a única revelação autorizada da vontade de Deus, precisam fazer grande esforço para constuir uma teoria racionalista sempre fálivel e insípida sobre a origem de seus livros." Archer idem pp 82

ortodoxo?: "Teremos, portanto, que tratar dos problemas apresentados pelos ERROS DE TRANSMISSÃO, ENFRENTANDO-OS DE MANEIRA MAIS OBJETIVA E SISTEMÁTICAPOSSIVEL. ESTÁ É POIS A TAREFA DA BAIXA CRÍTICA BÍBLICA." Iden, id pp 55

Ou seja como amam tudo quanto é baixo, os protestantes - diante dos inumeros erros, inexatidões e variantes dos quais encontram-se literalmente saturados os registros hebraicos - são lá obrigados a fazer uma baixa crítica, PURAMENTE RACIONALISTA E NATURALISTA COM O OBJETIVO DE CONJECTURAR SOBRE CENTENAS E CENTENAS DE PASSAGENS INFALIVEIS... DE MODO QUE TODAS ESTAS PASSAGENS INCERTAS TORNAM-DE POR ASSIM DIZER FALÍVEIS...

Ouça-mos mais uma vez o sempre elucidativo Dr Archer:
"É legítimo o apelo a conjectura. MAS TAL CONJECTURA DEVE PROCURAR RESTAURAR UMA LEITURA MAIS APROXIMADA O POSSIVEL DO TEXTO CORRUPTO..." id iden pp 62

Eis a 'palavra de Deus' aproximada e corrupta; fruto de conjecturas racionais e faliveis que os fundamentalistas ousam igualar as palavras sagradas e exatas de Nosso Senhor Jesus Cristo!!!

A ponto do desbocado Alvaro Reis exclamar: "Está o pentateuco para os demais livros como Jesus Cristo esta para os demais seres humanos." in "Origens Chaldaicas da Bíblia" 1917 - p 57


Averiguemos agora qual o critério de canonicidade proposto pelo Dr Archer:

"O único critério de canonicidade que permenece de pé é o testemunho que o Espírito Santo da á autoridade de sua própria palavra... Deus implantou esta convicção nos corações dos seus no que diz respeito a identidade de sua palavra, é algo que talvez não saibamos compreender ou explicar totalmente." opus cit iden pp 81


ortodoxo: Uma operação do Espírito santo, QUE É JULGADA FALIVELMENTE E PRECARIAMENTE AQUILATADA PELA RAZÃO HUMANA...
Afinal para saber algo sobre o canon deveriamos saber QUEM É QUE SÃO 'OS SEUS' ISTO É OS DE DEUS...


Conclusão: como cremos que os ortodoxos são 'os seus' ou os de Deus, devemos crer que o canon proposto pelos ortodoxos seja o verdadeiro.... assim o canon romanista sera considerado como verdadeiro pelos romanistas e o canon protestante pelos protestantes...

Pois cada qual cre que sua facção é divina e que é nimbado com as luzes do Espírito Santo e já não há dialogo ou entendimento possivel...

E o pior é que cada grupo ou homem analisa racionalmente a moção que o Espírito Santo exerce sobre sí. 

Pois quem testifica é homem com palavra de homem e não o Espírito Santo cuja voz não se ouve em controvérsia alguma.

No fim das contas os protestantes julgam racionalmente tudo: a doutrina da igreja, as passagens corrompidas e inexatas da escritura, o canon, etc 

Para depois sairem a baila contra o racionalismo que eles mesmos semearam...

No fim das contas a única diferença entre o racionalismo deles e o dos outros é que eles fazem questão de revindicar a moção do Espírito Santo com o intuito de passar seus raciocinios humanos e faliveis por divinos e infaliveis. Neste caso a palma da honestidade cabe aos racionalistas os quais ao menos furtam-se de pecar contra o Espírito Santo.

Aquele que alega sentir em si as moções do Espírito Santo, restam apenas duas alternativas: demonstrar racional e objetivamente tal moção através de um orgão falivel porem seguro, que é a razão ou demonstra-lo por meio de um portentoso sinal, digamos, ressucitando um morto de quatro dias como fez Jesus... a terceira alternativa é permanecer calado e de boca fechada uma vez que experiências internas são individuais e intransferiveis, impossibilitando qualquer tipo de dialogo.

domingo, 24 de maio de 2009

Madianitas surgem da terra.


Aos fundamentalistas de toda casta recomendo insistentemente o estudo das matemáticas e, enquanto vão se exercitando nas antiquíssimas ciências dos egipcios e dos caldeus, vou lhes propondo mais um problemazinho concernente a cronologia do velho testamento.


Todos conhecem muito bem a estória de José, filho do patriarca Jacó ou Israel e bisneto de Abraão, romanceada por Thomas Mann inclusive...


Poucos porém são aqueles que prestam atenção ao verso vigésimo oitavo do trigésimo sétimo capítulo do Gênesis, segundo o qual: "Quando passaram os mercadores midianitas, retiraram José da cisterna e lho venderam..."


Aludindo a classe específica dos mercadores com referência aos filhos de midian, o texto parece indicar-nos que os midianitas constituiam um grande povo já porque estavam divididos, no mínimo em duas classes de pessoas: pois se restringe aquele grupo de midianitas varejo, excluiu do mesmo uma outra parcela de madianitas, além das mulheres é claro...


Entretanto esses midianitas são filhos ou netos de Midian, filho de Abraão e Ketura, tio de Jacó e tio avô de José.


O anacronismo salta a vista...


Pois como poderiam os midianitas terem se tornado um grande povo com uma classe específica de mercadores enquanto os israelitas não passavam duma tribo compostas de sessenta e seis varões, quando, vinte anos depois da venda de José passaram ao Egito. Gn 47,26.


Deduzindo um terço a menos podemos supor que quando José foi vendido sua parentela masculina não atingia a cifra dos quarenta.


Entretanto Jacó era polígamo e teve doze filhos...


“Jacó gerou José quando tinha 91 anos de idade. Sabemos isto ao comparar várias partes de Gênesis. José compareceu perante Faraó com 30 anos de idade (Gn 41:46). Jacó veio ao Egito nove anos depois (sete anos de fartura mais dois anos de fome, Gn 45:6). Nesta ocasião ele tinha 130 anos (Gn 47:9) e José, 39 (30 + 9). Portanto, Jacó tinha 91 anos quando José nasceu (130-39)”. (William Waterson - protestante)


Portanto, ao que tudo indica, os midianitas já constituiam um grande povo quando Jacó, que era polígamo, contava com cerca de 111 anos de idade e tinha junto a sí cerca de quarenta varões saidos de suas espaldas.


Resta-nos verificar a Idade de Midian, patriarca dos midianitas, seu provavel regime de casamento e a suposta idade com que se casou, bem como o número de seus filhos para compararmos estes dados com os pertinentes a Jacó seu sobrinho.


Abraão segundo reza o Gênesis teria falecido com cerca de cento e setenta e cinco anos e por ocasião de seu falecimento Jacó teria cerca de quinze anos de idade, logo quando Jacó veio ao mundo Abraão contava com cerca de cento e sessenta anos de idade.


José taria sido vendido aos midianitas e posteriormente aos ismaelitas setenta e cinco anos após a morte de Abrãao.


Mas quando Abraão teria engendrado a Midian?


Engendrou-o rezam as mesmas escrituras após a morte de sua esposa Sara, de sua segunda consorte Ketura.


Posto esta que Sara morreu pouco antes do casamento de seu filho Isac com Rebeca e do nascimento de Jacó. (cf Capítulos 24 e 25 de genesis)


Somente após a morte de Sara e o casamento de Isac seu filho foi que Abrãao desposou Ketura.


Os registros nos informam que Sara concebeu Isac com noventa anos e que nessa ocasião Abraão contava com cerca de cem anos, donde deduzimos que este era dez anos mais velho do que Sara sua esposa. (capitulo 21)


Também somos informados de que Sara faleceu com cerca de cento e vinte e sete anos, logo quando adiquiriu a tumba de macpela, Abraão - que era dez anos mais velho do que Sara - devia contar com cerca de cento e trinta e sete anos.


E ainda não havia desposado Ketura e tampouco engendrado a Midian, filho de Ketura.


Entrementes o primeiro livro dos judeus, interpõe certo tempo entre a morte de Sara e o segundo casamento do patriarca sêmita, tempo no decorrer do qual fez casar seu filho Isac com uma parenta de nome Rebeca procedente de Aran.


Se creditar-mos a este tempo cerca de cinco anos, chegaremos a conclusão de que Abraão desposou Ketura com cerca de cento e quarenta e dois anos.


Resta-nos saber quando Ketura concebeu Midian...


Certamente que não podemos sabe-lo com absoluta certeza.


Podemos entretanto conjecturar se levamos em conta o testemunho da escritura segundo o qual Midian foi o terceiro filho que Ketura concebeu da parte de Abraão.


Interpondo cerca de dois anos entre cada um dos rebentos chegamos a opinião de que Midian foi concebido cerca de seis anos após o segundo matrimônio de Abraão, quando o Patriarca contava com cerca de cento e cinquenta anos de Idade, talvez um pouco mais (155 ou mesmo 160).


Conclusão: Se Jacó foi concebido quando Abraão contava com cerca de cento e sessenta anos, somos levamos a admitir que seu tio Midian era, no máximo, dez anos mais velho do que ele, podendo tal diferença ser ainda menos, mas, em hipótese alguma maior.


Portanto, se Jacó contava com cerca de 111 anos, quando seu filho José (com cerca de vinte anos) fora vendido aos midianitas, midian devia contar com no máximo 121 anos de existência ou talvez menos (115 ou 110).


Cumpre insistir que nessa ocasião, o polígamo Jacó, contava com cerca de quarenta descendentes do sexo masculino apenas.


Averiguemos agora as idades com que os ditos patriarcas dos hebreus e seus aparentados costumavam a contrair matrimônio.


De Abraão sabemos que aos setenta e cinco anos de idade já estava casado com Sara, mas não podemos averiguar com que idade veio a casar-se com ela.


De Isac pelo contrário podemos calcular com que Idade veio a casar-se pois é sabido, como já dissemos, que casou-se após a morte de sua mãe quando seu pai contava com cerca de cento e quarenta e dois anos e ele - tendo nascido quando seu pai cruzava a linha dos cem - mesmo com cerca de quarenta, o que é literalmente confirmado por gn 25,20


Esaú também se uniu a suas esposas com cerca de quarenta anos de idade. Gn 26,34


Jacó, após executar as façanhas por todos conhecidas na terra de Aran, contraiu duplo matrimônio com cerca de cinquenta ou cinquenta e cinco anos de Idade.


Conclusão: Midian do mesmo modo que seus parentes, Isac, Esau e Jacó também deve ter se casado com cerca de quarenta anos de Idade.


Berexit nomeia seus cinco rebentos: Efa, Efer, Hanoc, Abida e Elda e nos leva a supor que como Abraão e Isac fora adepto da monogâmia e não da poligâmia.


Admitindo que alguns de seus filhos fossem poligamos e outros não, podemos admitir que - tendo eles contraido matrimônio na faixa dos quarenta (quanto Midian seu pai atingira os oitenta) - na ocasião do rapto de José os midianitas varões - netos de Midian em sua totalidade - (pois os bisnetos começaram a nascer naquela geração quando ele contava com 120 anos) não chegavam a sessenta (60). Era pois seu número praticamente idêntico ao dos israelitas seus primos que não passavam duma tribo isenta de divisão social.


Não podemos pois compreender como uma tribo composta por cerca de sessenta homens e quarenta famílias seria capaz de comportar um estamento inteiro de mercadores.


Se Ismael - que era segundo uma das versões presentes no Berexit (as versões são conflitantes), apenas um ou dois anos mais velho do que Isac (no máximo dezesseis ou dezessete) - casou-se com cerca de quarenta anos, somos levados e crer que seus filhos são coetâneos de Esau e Jacó, e que admitindo - como se deduz de 25,13 - que fossem em sua maioria polígamos não deviam passar de algumas centenas de cabeças, divididas em cerca de dez tribos, por ocasião do rapto do mesmo evento, o rapto de José...


Teriam os midianitas e ismaelitas brotado da terra?


domingo, 17 de maio de 2009

Desacertos da cronologia bíblica - pequeno labirinto anti-fundamentalista.




I) Prolegômenos - A ciência cronológica



Embora os sumérios, egipcios, indianos e chineses chegassem a atribuir centenas de milhares ou mesmo milhões de anos as dinásticas heroicas e divinas ou aos ciclos de civilização e devastação que imaginavam ter se sucedido, as crônicas dos fenícios, etruscos, gregos e romanos remontavam geralmente as origens de suas sociedades ou seja a um, dois ou três mil anos antes desta nossa Era.

Efetivamente os gregos não contavam além de seus jogos ou olimpíadas, enquanto os romanos iam somente até a fundação de Roma pelo mítico Rômulo.

E como ambos os eventos haviam ocorrido durante o oitavo século antes desta nossa Era, tufo quanto ultrapassava o primeiro milênio a C caia no domínio das lendas, fábulas e estórias divinas...

Os registros hebraicos no entanto pretendiam datar o surgimento ou criação deste nosso mundo, situando-o por volta do sétimo e quinto milênios antes desta nossa era.

Segundo fora narrado por Moisés, legislador deles e segundo diziam "O mais antigo legislador ou cronista de que temos notícia." 


Dois ou três séculos antes desta nossa era principiaram os adeptos do judaismo - Dimitri, Eupolemus, Aristobulos e Artapanus, dentre outros - a terçar armas contra os cronistas e historiadores pagãos (nomeadamente Maneton e Apion (egipcios) & Apolônio Mólon e Possidônio de Apamea (gregos) )
com o intuito de estabelecer a prioridade de suas escrituras e a autoridade de Moisés.

Estendeu-se a dita polêmica até o primeiro século desta nossa Era, envolvendo Filon, Josefo e Justo; do lado judaico e Nicolau de Damasco e Alexandre Polihistor do lado pagão. De certo modo parece que capitularam estes dois últimos admitindo a prioridade dos testemunhos hebraicos...

Tendo vindo a luz num período por assim dizer, pré científico, e no contexto da sociedade judaica não devemos nos admirar que o Cristianismo tenha incorporado diversos elementos típicos desta sociedade, alimentando-se inclusive de suas memórias 'históricas' ou melhor de suas fábulas e mitos que naquela quadra passavam por eventos de natureza histórica, gozando por sinal de certa fama, mesmo em ambientes de cultura pagã.

Eis porque a tradição Cristã primitiva não só se postou ao lado dos judeus em meio a esta polêmica, como deu seguimento a ela, sustentando a prioridade de Abraão e Moisés e a fidelidade dos registros judaicos, face a consciência histórica pagã, de origem tanto mais recente e bem menos pretenciosa.

Dentre todos os mestres que dedicaram-se a tais assuntos, salientou-se, tanto pela erudição quanto pela perícia, o Bispo de Cesaréia. Compôs Eusébio dois trabalhos de cárater cronológico, a "Demonstração" e a "Preparação" Evangélicas, destinavam-se as ditas obras a demonstrar que a manifestação do Cristianismo fora cuidadosamente preparada por Cristo desde as eras mais remotas da história humana. Eis porque o douto Bispo encetou um abordagem paralela a respeito da cronologia de cada sociedade antiga (Egipcia, Babilônica, Fenícia, Grega, Romana e Hebraica) recorrendo ao testemunho de diversas fontes históricas ora perdidas.

Posteriormente veio a aplicar o mesmo princípio a sua 'Crônica' ou 'História mundi' tomando por princípio a 'criação' segundo o testemunho de Moisés consignado no livro do Gênesis. É verdade que Hipólito e Júlio africano haviam editado suas crônicas um século antes, apelando ambos a autoridade de Moisés e ao testemunho do Gênesis, Eusébio no entanto gozava de notoriedade e fama universais enquanto conselheiro do imperador Constantino...

Eis porque sua crônica - Tendo sido traduzida ao latim (e completada) por Jerônimo - veio a servir de modelo a todos os 'Cronicões' compostos durante a Idade Média, partindo todos, invariavelmente, do mesmo princípio: os primeiros capítulos do Gênesis.

Não se tratou portanto duma ruptura radical e tampouco do abondono de qualquer modelo científico em benefício dum padrão mitológico.

A única coisa que ocorreu foi a substituição duma visão pré científica e mitológica, por outras visão pré científica e mitológica, que parecia tanto mais remota, consistente e sobretudo fiel.

No momento em que os paladinos do judaismo, com base nas Olimpiadas ou na fundação de Roma, foram capazes de situar Homero, Hesíodo, Lino, Orfeu e Museus, seus poetas e mitografos mais antigos entre os séculos décimo terceiro e décimo quinto a C, Moisés no comecinho do século décimo quinto ou mesmo no décimo sexto século a C, e Abraão no vigésimo terceiro ou mesmo no vigésimo quarto século a C, viram-se os advogados da historiografia pagã num beco sem saída.

Insinuaram pois os judeus e judaizantes que os poetas e mitógrafos haviam sido discípulos de seus patriarcas, sacerdotes e profetas...

Homero, Hesíodo, Lino, Orfeu, Museus e o próprio Platão teriam se sentado nos bancos da sacristia do templo de Salomão e ouvido catecismo!!!

Assomaram o orgulho e a vaidade dos hebreus e judaizantes as supernas alturas, o fato, no entanto é que a memória coletiva dos gregos e romanos era bem mais curta que a dos judeus, pois esta deitava raízes na antiga Suméria e no antigo Egito, sociedades a respeito das quais a civilização clássica nada sabia de positivo. Efetivamente os referenciais cronológicos dos gregos e romanos eram muito recentes enquanto a mitologia hebraica gozava dum aparato bem mais antigo e respeitável...

Impos-se portanto as primeiras comunidades cristãs uma visão judaica de mundo de história que correspondia ao padrão cultural de que eram religiosamente tributárias e que satisfazia suas necessidades intelectuais 'pré cronológicas'.

Não há pois necessidade alguma de se encarar com vergonha o predomínio de semelhante concepção, especialmente se considerarmos a destruição do império romano do Ocidente e a ocupação deste nicho pelos povos teutônicos, cujas narrativas mitológicas eram bem mais grosseiras e bem menos permeáveis a racionalização do que a mitologia bíblica.

A suprema vergonha do Cristianismo resume-se na defesa desesperada dos mitos judaicos no tempo presente - ou seja numa época posterior a retomada da pesquisa histórica e cronológica em termos científicos iniciada pelo Padre Dionisius Poetavinus em meados do século XVII - por parte das seitas e dos sectários protestantes com o objetivo de suster o dogma carcomido do biblicismo. Isto sim é que deve ser encarado com vergonha por todos os cristãos civilizados e instruidos.

O pensamento medieval correspondeu, de certa maneira a transformações de ordem política e econômica que determinaram por assim dizer os seus limites.

O pensamento fundamentalista hoje corresponde a um vezo ou vício de natureza domática, estribado na malícia ou na ignorância voluntária.

O primeiro buscamos compreender, ao segundo não podemos deixar de denunciar e de combater como uma praga ideológica.




II) Algumas noções básicas sobre cronologia histórica




Definida a cronologia como o estudo da divisão e da contagem do tempo, fica suposta a necessidade de termos algum referencial para contar o tempo.

Em nossas vidas adotamos referências que sejam emocionalmente significativos como a morte da mãe ou do pai, o ano do casamento ou o nascimento de algum filho. As sociedades no entanto precisam de referenciais mais abrangentes como a fundação da cidade, a independência do pais, o nascimento ou falecimento de algum homem ilustre.

Certos referências no entanto, devido ao impacto que causaram, parecem transcender as sociedades e adquirir uma importância a nível de mundo ou de civilização, na medida em que incorporam princípios e valores vitais para todos os seres humanos e para todas as culturas.

Assim a ida do homem a lua, a revolução sexual, revoluções inglesa, francesa e russa, a publicação da "Teoria da relatividade", da "Interpretação dos sonhos", da "Origem das espécies" e do "Manifesto Comunista"; etc

Foi com base em tais tipos de eventos, humana ou mundialmente significativos, que Kristophoros Kellarius dividiu a história em Idades - antiga, média e moderna - no décimo sétimo século desta nossa Era.

Cada povo ou região no entanto conservou sua Era.

As eras mais abrangentes em termos de população são quatro: A dos judeus, que pautada no Antigo Testamento, em especial no gênesis, pretende contar da criação do mundo, a  dos cristãos; que parte do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, a dos muçulmanos; que parte da Hégira ou fuga de Maomé para Medina a antiga Iatreb e a dos chineses que iniciam suas contagens a partir do reinado do mítico Yao.

Naturalmente que nenhuma dessas divisões comporta um referêncial absoluto que funcione independentemente do ser humano.

Dependem pois de outros referenciais, que partam os dias, os meses e os anos; tais referenciais, externos ao homem são de cárater objetivo ou absoluto.

Tais referenciais são a própria terra (seu movimento de rotação determina a duração e o curso dos dias), a lua (para os meses ou anos lunares) e o sol. (para o ano que é uma medida de tempo correspondente a uma volta completa - ou translação - da terra em torno do Sol).

O referencial mais remoto de tempo em termos absolutos corresponde ao Big Bang, evento físico que marcou o surgimento deste universo e dos fenômenos do espaço e do tempo, alias correspondentes.

Até o século XIX no entanto o último referencial de tempo histórico considerado era justamente o livro do gênesis ou seja o ponto de partida da Era judaica, que correspondia a criação do mundo.

Da mesma maneira os eventos históricos anteriores a esta nossa era Cristã, hipoteticamente situados para além das olimpíadas ou da fundação de Roma, eram apreendidos apenas em termos bíblicos ou seja em comparação com os eventos narrados no antigo Testamento.

Era pois o antigo testamento uma espécie de moldura para toda história antiga, a qual por assim dizer, acomodava-se ao esquema cronológico da Bíblia.

E de fato quase tudo se acomodava até a decifração do fenício (por Barthelemy), dos hieróglifos egipcios (por Champollion) e da escrita cuneiforme (por Grotefend).

Desde então, começaram a surgir atritos cada vez mais fortes entre a cronologia Bíblica e a cronologia profana do antigo Oriente.

Os religiosistas no entanto, continuavam a suster aquele velho esquema segundo bastava fixar a época de Abraão, segundo a cronologia interna da Bíblia, para situar Hamurabi em seu contexto histórico e a partir dele - que era a personagem mais citada nos documentos antigos da Caldéia - toda história da Mesopotâmia e quiça a do Egito e a do mundo inteiro.

Vejamos agora quais foram as consequências deste princípio.



III) Os descalabros do bibliocentrismo.



Ainda hoje ao abrir certos manuais de História ou arqueologia do antigo oriente depara-se o leitor com três Cronologias distintas, uma mais larga e cumprida, que situa o personagem ou o evento dois ou três séculos antes dele mesmo, uma dita 'média' que limita a situa-los um século antes e a cronologia curta ou menor, que situa-o numa perspectiva mais recente, as vezes até um pouco exagerada.

O conflito entre as cronologias curta e média tem sua origem no estado fragmentário da documentação existente, fragmentação da qual resultam lacunas e variaveis de até meio século.

Outra porém é a história da cronologia larga, cuja construção esta fundamentada em preconceitos de ordem religiosa, como a ideia fixa de situar Hamurabi junto a Abraão e de manter Abraão em termos de cronologia bíblica ou seja, a principio entre os séculos vigésimo quarto e vigésimo segundo a C e, posteriormente - quando as coisas começaram a complicar - entre os séculos vigésimo primeiro e décimo nono a C.

Outro erro não menos funesto, que veio dar sustentação a este, foi a opinião de alguns egiptólogos das primeiras gerações a respeito da remota antiguidade do calendário egipcio.

Destarte a história egipcia ganhava mais de mil anos, sendo Menes/Narmer situado em 4,200 a C e a História mesopotâmica 600 anos, sendo Hamurabi - no reboque de Abraão - situado em 2300 ou 2200...

Foi um verdadeiro alargamento da história e um autêntico caos de informações contraditórias. Nada pode ser sistematicamente organizado enquanto a cronologia bíblica não foi lançada ao reino das fábulas e Hamurabi situado em seu verdadeiro contexto, o décimo oitavo século a C. Desta vez foi Abraão que teve de ir no reboque de Hamurabi decretando a falência do bibliocentrismo em termos de historicidade.

Convem explorar ao máximo o assunto, antes porém, situemos Abraão na cronologia bíblica:


Tendo Sisac invadido Jerusalem no quinto ano de Roboão, filho de Salomão (I re 14,25), podemos admitir que principiou a reinar por volta de 935 - 930.

Disto se infere que Salomão, seu pai, principiou a reinar cerca de 975 - 970, pois esta registrado que reinou durante quarenta anos. (I re 11,42)

Com base no ano em que Salomão filho de David começou a reinar é possível saber em que ano o templo de javé foi construido.

Segundo I Reis 6,1 os fundamentos do templo foram lançados no quarto ano de Salomão, ou seja por volta de 970 - 965.

Acrescenta o mesmo verso que este evento ocorreu quatrocentos e oitenta anos após a saida do Egito.

De modo que sabemos já a data aproximada em que o Êxodo teria ocorrido segundo a opinião do Deuteronomista.

970 + 480 = 1450 / 1445 a C.

Segundo nossa opinião esta data é rigorosamente exata, embora não esteja totalmente de acordo com os demais registros.

Façamos pois outro calculo: 

Segundo I re 2,11 David reinou cerca de quarenta anos, principiando a reinar cerca de 1010 a C.

Saul parece ter reinado quarenta anos, o que nos leva a 1050/ 1035 para o começo da monarquia israelita.

Segundo se infere de I Samuel 7 e 8 Samuel governou o povo todos os dias de sua vida até a velhice, uns bons quarenta ou cinquenta anos, o que nos levaria as proximidades de 1100 ou 1085.

Como o livro dos juizes a cada capítulo assegura que "Depois de X sucedeu N, COMO JUIZ EM ISRAEL." não é possivel - para aqueles que acreditam na origem divina deste registro - negar que sucederam-se os tais juizes, um após o outro, no comando da nação.

O que nos obriga a traçar uma cronologia sucessória, linear e somatória dos ditos caudilhos para saber quando os hebreus entraram na terra de Canaã.

A soma exata dos tempos de apostasia e juizado entre os antigos israelitas assoma exatos 415 anos, e não aos trezentos ou trezentos e cinquenta alardeados das obras de apologética...

Destarte partindo de Samuel 1085 e somando os 415 do juizado temos a cifra de 1500 a C, em manifesta contradição com a data do Êxodo proposta pelo redator do livro de Reis, 1450 a C.

E ainda não acrescentamos o tempo pertinente ao ofício de Josué - que segundo declara o livro que trás seu nome governou por muito tempo - e a ocupação (cerca de quarenta anos) e o tempo de peregrinação pelo deserto (outros tantos quarenta anos), o que nos levaria próximo de 1580 - 1550 a C.

Que corresponde quase que exatamente ao tempo em que os Hicsos foram expulsos do Egito por Ahmosis.

Efetivamente Maneton e Apion - apesar de seus desatinos cronológicos - pareciam relacionar o Êxodo com a expulsão dos hicsos...

Outra não é a opinião do egiptologo Donald Redford para o qual "O eco dos grandes acontecimentos ocorridos durante a ocupação do Egito pelos hicsos e sua violenta expulsão do Delta ressoaram durante séculos para se converterem num patrimônio comum da memória de Canaã." (in Finkelstein/Silberman "A bíblia não tinha razão" p 102

Quando os hapiru chegaram a Canaã século e meio depois, igualmente fugidos do Egito, as duas tradições foram misturadas.

Se o Êxodo ocorreu em 1450, basta adicionar 430 anos para saber quando os israelitas entraram naquele pais guiados pelos patriarca Jacó.

Neste caso - admitindo que o redator de I reis esteja correto - chegariamos a 1880/1850 a C

Teria pois Jacó nascido cerca de 1950/ 1920 a C.

E seu avô Abraão, que parece ter morrido quando Jacó andava pela casa dos 40, falecido cerca de 1935 a C.

Admitindo-se o testemunho da escritura como verídico, Abraão teria nascido cerca de 2100 - 2050 a C.

Por outro lado, caso optemos pelo testemunho do livro dos Juizes e o contexto geral dos registros, teriamos  de situar o nascimento de Abraão por volta de 2250 a 2200 a C.

Vejamos agora porque Hamurabi era obrigatoriamente situado entre 2300 e 1900 a C pelos bibliolatras com grande agravo da verdade histórica.






IV) Contemporaneidade de Abraão e Hamurabi



A primeira indicação histórico/cronológica de cárater externo, contida nos registros do Velho Testamento encontra-se em Gn 14,9 e diz respeito a um certo MRFL (amarfel) rei de Sinear.

Desde a mais remota antiguidade os rabinos (embora outros lho tenham identificado com Nenrod/Nino) e Padres tem identificado o dito MRFL com HMRB - Hamurabi, o famoso legislador de Sinear, haja visto ser este o termo porque os antigos israelitas designavam o Sul da Mesopotâmia ou seja a Caldeia ou Babilônia.

O caso porém não é assim tão simples como se pode pensar a primeira vista pois o nome de Amarfael é associado no presente versículo a outros três nomes: Kodorlaomer rei do Elam, Tidal rei de Goim e Arioc rei de Elasar.




V - A 'reforma' do Êxodo...






No que tange a cronologia estritamente bíblica vimos já, que há apenas duas opções para situarmos a época de Abraão e que suas balizas vão de 2300 a 1900 a C.

Como no entanto, nenhuma delas mostra-se condizente com a pesquisa histórico-arqueológica, elaboraram os 'conservadores' uma terceira opção, desta vez uma opção que foge aos dados estritamente bíblicos...

O mais engraçado é que a nova cronologia adotada pelos bibliolatras, admite sem confessa-lo certos empréstimos feitos ao liberalismo teológico, empréstimos que são, por assim dizer, inconciliáveis com a ideia duma escritura inerrante e infalível.

Destarte, num passe de magica, suprimem 200 anos da narrativa.

Aqueles dentre os liberais moderados que admitem a veracidade do cativeiro no Egito e consequentemente o Êxodo deduzem das alusões feitas pela escritura a cidade de Pi Ramsés, que o faraó da opressão foi o Ramsés II - aquele que deu combate ao hitita Muwatali em Kadesh - e o da fuga seu filho, o idoso Menrephta que floresceu cerca de 1215 a C.

Fosse verdadeira esta hipótese não menos enrascados estariam os biblistas...

Na medida em que - após diversas escavações realizadas no sítio da bíblica Jericó - chegou-se a conclusão inapelável de que esta cidade esteve completamente arruinada e desabitada em todo decurso do décimo terceiro século a C...

Disto se segue, muito naturalmente, que os hebreus não podiam ter destruido esta vila sob o comando de Josué. Não se pode destruir algo que já esta destruido...

Diga-se o mesmo a respeito da bíblica Hai, sujo nome significa ruína, segundo Noth porque quando os hapiru deram com ela no décimo terceiro século a C não passava dum imenso amontoado de ruínas...


Conclusão: fundamentalista algum deve ou deveria admitir que o Êxodo tenha ocorrido sob Ramsés II ou Menrephta, seu filho, isto sob pena de ser forçado a admitir - por consequência - que Jericó e Hai não foram destruidas pelos hebreus como declara o livro de Josué.

Por outro lado, opinando - com os liberais - que cada juiz julgou apenas sua tribo numa dimensão de contemporaneidade capaz de reduzir o período em questão pela metade ou seja até duzentos anos, estaria violando a letra do registro que como já foi dito, assegura ter cada juiz julgado todo povo de israel sucessiva e não concomitantemente.

Reduzir o tempo atribuido pelo livro aos juizes não é uma boa solução caso o objetivo visado seja aproximar Abraão do Hamurabi histórico sem se afastar do texto bíblico, porque implica necessariamente adiantar o Êxodo e dar com o beco sem saída de Hai e Jericó, beco do qual nem mesmo Albrigth logrou sair (Tendo de supor - e logo ele que é o 'orago' dos biblicistas - que o redator de Josué confundiu a cidade de Betel com as ruínas de 'Hai)

Adiantar o Êxodo é é sempre será recurso inutil, como trocar seis por meia dúzia.

Situar o Êxodo no tempo de Ramsés e de seu filho Menrephtá implica total desconhecimento a respeito do poder político destes faraós, cujas tropas policiavam regularmente Canaã.

Nenhum grupo de trabalhadores ou de escravos, por menor que fosse, poderia ter escapado ao controle deles.

Há que se acrescentar ainda o testemunho do próprio Menrephtá registrado na estela que trás seu nome








'ISRAEL esta aniquilado e não tem mais semente.'


A referida estela foi gravada no quinto ano de seu reinado


Ora se o êxodo ocorreu no reinado de seu pai Ramsés II ou no seu próprio reinado, os israelitas ainda deviam estar vagando pelo deserto e não instalados em Canaã ao lado de Asquelom, Guerzer e Haram.


A estela no entanto dá a entender que os israelitas já estavam acantonados na terra há algum tempo, quiçá a cem ou mesmo duzentos anos.




Por outro lado qualquer deus capaz de amedrontar tais faraós com seus portentosos milagres teria podido assegurar a seus adoradores algo bem melhor do que a posse dos desertos e montanhas da Judéia, como a grandiosa Babilônia ou a majestosa Hattusas.




VI) A dança do Êxodo, o retorno...




Um tal estado de coisas tem obrigado um número cada vez maior de fundamentalistas - como o DR Chrabtree por exemplo - a abraçarem a hipótese (Bem mais plaúsivel) segundo a qual o Êxodo teria ocorrido cerca de duzentos e trinta anos antes, durante o governo de Amenofis II.

Este cômputo esta de pleno acordo com a opinião do deuteronomista, para o qual o Êxodo deveria ter ocorrido cerca de 1450/1445 e com o testemunho do Santíssimo Teófilo de Antakia, o qual nos livros endereçados a Autólico assim se expressou, (quicá fundamentado em Maneton cuja obra pode ler): "Assim eles edificaram as cidades fortificadas de Peithon, Rameses e On que é Heliopolis sob o jugo de Tutmósis e partiram sob o faraó chamado Amasis.".


Admitindo que a primeira leva de fugitivos tenha abandonado o Egito sob Amenofis IV, cerca de 1445 ou mesmo 1440 ou até um pouco mais tarde a C, chegamos a 1400/1390 para a tomada e destruição de Jericó pelos recém chegados... E de fato Garstang chegou a conclusão de que a cidade foi incendiada cerca de 1385 a C estribado no fato de que os derradeiros escaravelhos egipcios encontrados no cemitério da cidade trazem gravado o nome de Amenofis III.


No entanto, como já foi dito, tais conjecturas a respeito do Êxodo no século XV a C obrigam os fundamentalistas a situar Abraão por volta de 2150 a 2100 a C, ou seja, durante os últimos anos do Novo Império Sumeriano sob a liderança de Ur. Sitchin, que se atem a esta artificiosa cronologia, dela se aproveita para apresentar o patriarca hebreu como um autêntico sumério.

Tendo optado por salvar o Êxodo bíblico puderam os fanáticos respirar satisfeitos, ao menos durante algum tempo, digo enquanto Hamurabi se compos com Abraão...

Sementante composição todavia, prevalesceu apenas enquanto foram parcas e fragmentárias as fontes de que a História dispunha para localizar cronologicamente o potentado caldeu.

Antes que mais bibliotecas e arquivos fossem desenterrados nos sítios das antigas Mari, Ebla, Ugarit, etc
a.conclusão era bastante simples e cômoda: Tanto Abraão quanto Hamurabi teriam sido contemporâneos - como alias já era sabido - e vivido no século XXI ou XXII a C...

A primeira parte da assertativa - a respeito da contemporaneidade Hamurabi/Abraão - poderia até permanecer de pé, a segunda no entanto (segundo a qual teriam vivido durante o terceiro milênio a C ou mesmo no vigêsimo século) estava prestes a cair por terra.




Principiou o rebu com a identificação de outro dos reis mencionados em Gn 14,9...

Pois a excessão de Tidal rei dos Goim - o qual, como veremos mais adiante, jamais poderia ter sido localizado em 2100 a C - os arqueologos e paleografos lograram identificar um tal Eri aku que durante o vigésimo primeiro século a C teria reinado sob uma certa cidadezinha sumeriana... eis senão quando o erúdito padre Vicente Scheil alegou ter encontrado um cilindro referente a Codorlaomor ou Kudur Lagamar - servo da deusa Lagamar - rei do Elan... a excessão de Tidal todos os três reis: HMRL - RK e KDLMR estavam identificados, seriam pertenciam todos ao século XXI a C e seriam aliados de Hamurabi, portanto a maior parte da vida de Abraão teria se passado neste século e o Êxodo acontecido no século XV a C. Os teologos conservadores podiam repousar de seus trabalhos pois a cronologia inspirada, sagrada e infálivel estava definitivamente corroborada pela arqueologia.


Todas as revistas bíblicas publicaram extensas reportagens sobre a insigne descoberta é as seitas dos judaizantes festejaram cantando glórias e aleluias porquanto o Golias liberal fora decapitado para sempre!


Entretanto, como já foi dito, nosso David mancava do calcanhar como seu parente Aquiles e não tardou a desabar fulminado pela verdadeira ciência. Refiro-me a datação da época concernente a Hamurabi... a qual por falta de documentos ainda estava sugeita a flutuações que jamais foram consideradas por nossos estouvados fundamentalistas.


Acontece, que no decorrer do século passado o achamento de algumas milhares de tabuletas cobertas por cuneifórmicas inscrições, cotejadas com os registros da Assiria e do Egito possibilitou que Hamurabi fosse definitivamente situado em sua época, o século XVIII a C...


Portanto se Amarfael é Hamurabi Abraão deve ter florescido por volta século XVIII e não no século XIV ou mesmo XX a C.

Queremos dizer com isto que a casa caiu porque como vimos adotada a cronologia bíblica - que sequer esta de acordo - teremos um sobra de trezentos ou mesmo de quatrocentos e cinquenta anos, e não há como retirar tais sobras do registro bíblico ou como encaixa-las no registro profano.

Desde então há apenas oposição ou contradição irredutível entre a cronologia do A T e a ciência histórica.

Acompanhemos agora os raciocínios desesperados de nossos contraditores -

Admitido que Abraão floresceu no século XVIII só nos resta assumir duas posições, ambas incompativeis com o fundamentalismo:


- O computo da escravidão (quatrocentos anos segundo os escritos hebraicos) esta correto.


Neste caso o Êxodo - admitindo-se que Jacó e sua parentela entraram no Egito em 1600 - só pode ter ocorrido sob Menrephtá no século XIII (ou mesmo sob Ramsés III em 1170), quando - segundo o testemunho inequivoco da arqueologia ao qual os fundamentalistas fazem petição sempre que parece apoia-los - Jericó e Hai estavam arruinadas e abandonadas. Conclusão: admitido que Abraão viveu no século XVIII a C e que o Êxodo ocorreu no século XIII só nos resta concluir que o livro de Josué contem erros.



- Abraão viveu de fato no século XVIII enquanto o Êxodo ocorreu no século XV durante sob Amenofis II


Admitida esta solução não haveria tempo suficiente para um cativeiro de quatro séculos.

Pois 1600 a C - 1430 a C = 170 ou até mesmo 150 anos, caso admitamos que o evento tenha ocorrido em 1450 a C

Neste caso nossos adversários estariam obrigados a confessar que o erro esta no livro dos reis e na própria Torá > onde esta registrado que o povo trabalho no Egito por mais de quatro séculos.


- Variantes> Sugestão de Albrigth pertinente ao século XIX a C


  • Se os israelitas passaram ao Egito em 1880 a C Abraão deve ter falecido cerca de 1920 a C.
          Admitindo que faleceu com 170 anos (O que de fato é admitido e aceito pelos fanáticos) e que deu combate aos quatro reis com cerca de oitenta anos (Antes do nascimento de Isaac) chegamos ao aproximadamente a 1990 - 2000 a C.

           Admitida esta hipótese resta apenas concluir que o erro esta em Gn 14,9, pois Hamurabi e Tudalias pertencem ao final do décimo oitavo século a C e não ao vigésimo.

      


  • Os Israelitas passaram ao Egito cerca de 1800 a C (data máxima admitida por Albrigth)
          Neste caso (Abraão continua historicamente separado de Hamurabi e de Tudalias por setenta ou mesmo oitenta anos) teremos o Êxodo situado cerca de 1370, sob Amenofis IV, o que é remotamente possível e a chegada do povo a Palestina em 1330, sob Horemheb. Aqui o absurdo é manifesto.

          Ademais, cerca de 1330, Hai e Jericó estavam arruinadas ja a quase um século. O que importaria a falsidade do livro de Josué.




Por outro lado se algum fundamentalista quiser insistir e localizar Abraão no século XXII a C terá de fazer malabarismo para identificar os nomes dos reis coligados como faz o sr Sichtin... Se se adota um tal ponto de vista até mesmo Amarfael torna-se obscuro e Abraão já se aproxima do mito...


John Van Seters, dentre outros, na obra "Abraão em História e Tradição" sustenta que o Gênesis foi uma construção tardia (5. Século c) destinada a servir as necessidades políticas da época. Neste esquema, Gênesis 14 não pode ser historicamente considerado, e todas as tentativas para se adaptar a história real ao dito versículo são inúteis.


Por outro lado se - na esteira de um grande número se sábios e eruditos - admitimos que Amarfael é Hamurabi só nos resta admitir que Abraão viveu não no século XXII, mas no século XVIII a C com todas as resultantes desta admissão.


Kenneth Kitchen ( "O período patriarcal"), empregando o que ele mesmo chama de "artefatos textuais", foi capaz de reavaliar os fatos e de concluir que "O único período conhecido da História em que um rei do Elam aliou-se ao de Larsa e foi capaz de mobilizar um rei hitita e um rei de Eshunna como parceiros e aliados numa guerra contra as cidades cananéias corresponde ao período da velha Babilônia c 1822-1764 a C. Isto é, quando a Babilônia estava sob o jugo de Hamurabi e Jante Sin I controlando Mari, a qual por sua vez está ligada através do comércio com os hititas e outros aliados ao longo do Eufrates."


Diante de tais fatos podemos esboçar uma tentativa de indentificação no que diz respeito a dois dos três aliados de Hamurabi mencionados em Gn 14,9.


Estabelecido que Amarfael é Hamurabi e não o mítico Ninrod ou Nino, somos levados a concluir que Arioc é Eri Aku de Larsa predecessor de Rim Sin, enquanto que Tidal corresponde certamente a Tudalias I, do período mítico, ou seja, do período primitivo e ainda mal esclarecido da história hitita.


E já se sabe porque todos aqueles que situavam Hamurabi e Abraão no século XXI ou XXII a C foram incapazes de identificar Tidal ou Tudalias. Porque se trata dum nome de origem Hitita ou indo européia o qual só pode ter aparecido no contexto histórico por volta do século XIX a C quando os hititas chegaram a àsia menor e ao Norte da Síria vindos do Caúcaso...


Caso nos deparassemos com alguma referência aos hititas ou a Tidal para além do século XX a C estariamos diante dum verdadeiro anacronismo. Por isso que o cronista hebreu, refletindo as tradições de seu povo, refere que Tidal era rei dos Goim ou estrangeiros, termo que também pode ser compreendido como forasteiros ou recém chegados, uma vez que os hititas faziam parte das primeiras hordas de indo europeus que se instalaram no Oriente próximo cerca do século XIX a C ou seja pouco antes do nascimento de Abraão.


O único dos quatro nomes que ainda não foi indentificado é o de Kudur lagamar, conforme admitem as Enciclopédias judaica e Católica, que a transliteração feita pelo padre Vicente Scheil estava errada! (trata-se de Inshu Nunar).


Por outro lado nosso conhecimento a respeito da lingua e das dinástias elamitas ainda é bastante precário e permeado por lacunas bastante amplas.


De nossa parte estamos convencidos de que Amarfael corresponde a Hamurabi e que Abraão sendo seu contemporâneo floresceu no século XVIII a C. Também estamos persuadidos de que o Êxodo ocorreu sob Amenofis II cerca de 1430 só nos restando admitir, contra as alegações dos fundamentalistas, QUE OS HEBREUS ACRESCENTARAM MAIS DE  DOIS SÉCULOS A DURAÇÃO DE SUA ESTADIA NO EGITO.

Conclusão: há um erro na cronologia do pentateuco e este erro diz respeito a duração do cativeiro no Egito posteriormente ampliada pelos sacerdotes.


Do contrário não possuimos qualquer referência histórica que nos permita situar Abraão ou - admitida a data mais recente para Abraão e os quatrocentos anos de duração para o cativeiro - devemos concluir pela falsidade das narrativas pertinentes a tomada de Jericó e Hai por Josué, a quais, excetuando o elemento miraculoso (que reflete a mentalidade ou a interpretação do redator) devem ser verídicas ao menos em traços gerais.

Para onde quer que movam suas balizas os fundamentalistas permanecem vulneráveis a crítica: pois se ousam move-las para trás não há como sustentar a historicidade de Gn 14,9 e por consequência a existência do próprio Abraão; agora se ousam move-las para frente comprometem a duração do cativeiro no Egito, as narrativas a respeito de Hai e Jericó ou a cronologia de Juizes...





Isto numa perspectiva arqueologica é claro.


Pois se os fundamentalistas costumam a servir-se dos dados fornecidos pela ciência arqueologica, quando, por vezes, parecem confirmar o registro vetero testamentário, não podemos deixar de recorrer aos mesmos dados e testemunhos quando se mostram - numa perspectiva global - infensos a falsa doutrina da inspiração

Empregar o testemunho da arqueologia quando parece beneficiar suas crença e rejeita-lo quando se acha em oposição a elas parece-me, é simplesmente desonesto

Coisas de gente desonesta, vulgar, hipócrita e sem princípios.

Neste caso seria melhor que abandonassem duma vez o terreno contradiço das pesquisas arqueologicas - ja que em sua totalidade jamais servirá de esteio ao fundamentalismo - e assumissem a epistemologia fideista que via de regra dissimulam com o intuito de passar por gente civilizada e normal.


Abandonado o terreno da seriedade, representado pela pesquisa arqueologica, ainda restaria a nossos adversários:


- O terreno do mistério: Tudo é mistério de Deus e deveis crer em todas as narrativas judaicas ou arder na grande churrasqueira de javé...


- O terreno do ceticismo: Todos os conhecimentos humanos são incertos deveis portanto mergulhar de cabeça na fé...


- O terreno do relativismo: O que é verdade para a fé não o é para a História e vice-versa.


- O terreno do milagre ou do demonismo: Os arqueologos são possessos, os artefatos fabricados pelo Demônio no inferno e o povo atravessou o mar pelo meio como no desenho do Spielberg "Princípe do Egito." + chuva de pão, de codornas, etc


Eis uma ampla seara a ser explorada pelo autêntico fundamentalista o qual não teme conduzir sua ignorância as últimas e derradeiras consequências tocando os límites da sanidade e da loucura.

Porque em termos de exatidão absoluta a cronologia bíblica - pertinente a Abraão e ao Êxodo - perde todas as referências extra bíblicas e mergulha de cabeça no Reino da fantasia.

Enquadra-la, tal e qual se encontra no livro, no campo da História real é como construir castelos sobre as nuvens ou como querer tocar as nuvens com as mãos.

E como disse o Verbo Bendito, Jesus Cristo Senhor Nosso todo castelo erguido sobre a areia (que dirá sobre as nuvens) virá fragosamente abaixo.

E toda narrativa que não tem Jesus Cristo por objetivo e fundamento, será provada e consumida pelo fogo da crítica.