Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

Total de visualizações de página

Pesquisar este blog

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

B) CXIII - Memória sobre os sacrifícios humanos no antigo testamento

NESTE ARTIGO O LEITOR BENEVOLENTE ENCONTRARÁ OS SEGUINTES ASSUNTOS:


  • Voltaire, a fé dos judeus, dos fundamentalistas e dos Cristãos.
  • A origem dos sacrifícios humanos segundo o Dr René Fullop Miller
  • O javé hebreu como Cíclope ou vampiro servido por megarefes no açougue sagrado de Jerusalem
  • Breve história sobre os sacrifícios humanos na mais diversas culturas
  • Sacrifícios humanos entre os antigos israelitas
  • Desvendando o segredo de Moloke...
  • Sacrifícios de primogênitos determinados por javé.
  • A edificante história do Pastor Jim Jones
Nossos votos mais que sinceros para que possa fazer uma leitura util e proveitosa!!!















VOLTAIRE, LUTERO, NÓS, O JUDAISMO E O VELHO TESTAMENTO


Creio ter lido certa vez que um grupo de judeus tomou a triste iniciativa de solicitar uma ordem judicial para que as obras do grande pensador francês Voltaire fossem censuradas, expurgadas ou proibidas porque, segundo eles, o paladino das Luzes seria fautor de anti-semitismo ou melhor dizendo de anti-judaismo.

Tantos quantos - como nós - tiveram o grato prazer e supremo deleite de ler suas obras - dentre as quais o "Dicionário filosófico" e "Deus e os homens" (este último dirigido contra o clérigo judaizante Waburton e não contra 'o povo') - sabem muito bem que o ilustre vulto não poupou recriminações e palavras amargas quanto as crenças dos antigos hebreus enquanto adotadas cegamente pelos seguidores nominais de Jesus Cristo.

Criticou e acerbamente a fé dos antigos israelitas e judeus na medida em que havia sido endeusada pelos falsos cristãos e criticando-a exerceu um direito que era seu e que é, por assim dizer,  de todo aquele que ouse considerar a si mesmo enquanto ente dotado de razão e posicionar-se diante do problema religioso, que a ser delicado não pode ser imposto a todos os seres humanos como divino.

Tomou posição oposta as fábulas e aos mitos afirmados pelos judeus e pelos sectários do cristianismo e tomando semelhante posição não pode ter feito agravo a quem quer que seja.

Pois é perfeitamente lícito a um rejeitar e descrer o que é afirmado e crido por outro.

Aqui não há abuso ou violação mas exercício de direito.

Abuso haveria, sim, se os fanáticos usassem da força para silenciar aqueles que ousam criticar, com delicadeza, polidez e civilidade, o que é aceito por eles.

Particularmente, no que tange a Voltaire posso asseverar e garantir que jamais me deparei em quaisquer de suas obras com algo sequer de longe, semelhante ao conteúdo daquele panfleto - "Contra os judeus e suas mentiras." (último capítulo) - publicado pelo 'reformador' protestantes Martinho Lutero contra os filhos de Abraão... E no entanto, ao menos até onde me é dado saber, o luterânico panfleto - verdadeiro inspirador de de Goebels, Hitler e cia - continua sendo editado, lido, e quiçá, alimentando as almas pestilenciosas e putridas dos neonazistas... (A respeito de Lutero e do anti semitismo teremos muito que falar e dizer nesta obra quando reescrevermos a vida do Lutero histórico)

Voltaire jamais mandou surrar os judeus, demolir seus locais de culto ou queimar suas Torás... O que ele fez - e com toda razão - foi apontar os erros e inexatidões que pululam naqueles registros que os judeus e os judaizantes encaram como sagrados e combater - como nos mesmos temos combatido - por um Cristianismo puro,  genuinamente Cristão e completamente expurgado das fábulas e dos mitos urdidos pelos antigos israelitas.

Acaso lutar contra as ideologias, crenças, superstições e mitos que alimentaram a religiosidade dos antigos israelitas e judeus é ser anti semita? Penso que não.

O que somos e não podemos deixar de ser é cristãos do nosso tempo e como tais centrados nos postulados do Novo Testamento, cuja soberania sem rodeios pleiteamos face aos registros hebraicos.

Somos e não podemos deixar de ser anti fundamentalistas e, nestes termos, irrefragaveis e infatigaveis.

A causa de Voltaire - por um Cristianismo verdadeiramente neo testamentário ou evangélico - é a nossa causa, como foi em certa medida de Paulo, Marcion, Apeles, Clemente, Origenes, Agostinho, Aquino, Weill, Garrigou Lagrange, etc Dentre estes uns ficaram muito aquém - como Paulo e Agostinho que auxiliaram a construir o falso e tendencioso conceito de 'história sagrada ' no que concerne a história do antigo israel, (Conceito que visamos desconstruir para a maior glória de Jesus Cristo e do seu Evangelho) - enquanto outros - como Marcion, que rejeitou o fundamento profético e sobrenatural referente a Nosso Senhor Jesus Cristo - foram muito além; nós buscamos um justo meio termo, mas não nos inclinaremos perante os gritos dos judaizantes.


Nossa disputação não é com os hebreus ou com a sinagoga. Não temos a pretensão de determinar o que o povo judeu deva crer ou não.


Nossa disputação é com os Cristãos nominais, fundamentalistas e biblicistas que negam o título de Cristãos a tantos quantos questionam a falsa e perniciosa doutrina da inspiração plenária, verbal e linear com as decorrentes injunções credais a começar pelo criacioburrismo e pelo fetichismo. Nossa disputação é com a raça de Calvino e não com os étnicos, cujos sentimentos de piedade respeitamos.


Judaismo - com velho testamento, sinagoga, sábado e circuncisão é para judeus (99,99% dos verdadeiros descendentes de Abraão concordam plenamente conosco. Porque nós mesmos descendemos de judeus e sabemos do que estamos falando) e Cristianismo - sem velho testamento, sinagoga, sábado e circuncisão mas com Evangelho, Igreja, Domingo e Santo Batismo - é para Cristãos, um testamento, um resgistro e uma lingua para cada um, sem confusão ou mistura é a nossa senha.


Por isso não reconhecemos nenhum direito da parte dos hebreus ou de quaisquer outros infiéis de meteram o bedelho em nossos assuntos ou seja nos assuntos internos e credais da instituição Cristã e na justa e moderada crítica que nós - Cristãos Católicos e Ortodoxos, amparados por nossa tradição e pela pesquisa histórica - fazemos a seus livros e a interpretação capenga dos pastores protestantes, verdadeiros demolidores da fé justa e assassinos de almas.


Nem Voltaire nem nós jamais aprovamos - como Lutero, Hitler, Goebels, Streicher e cia -  qualquer espécie de preconceitos ou violências para com os Banu Israel, cuja religiosidade foi reconhecida pelos sapiíssimos imperadores Alexandre (Iskander Roumi) e Augusto. Reconhecemos sua liberdade de crença bem como a peculiaridade e a legalidade de seus costumes nos termos mesmos da legislação em vigor em nosso pais ou melhor dizendo, em termos mesmo de direito natural, indiscutível e irreformável. O que não admitimos e jamais admitiremos - enquanto crença ou ato de fé - é a pretensão que tem nutrido de serem um povo eleito, privilegiado e especial, bem como a origem divina de suas instituições religiosas ou qualquer coisa que signifique uma 'história sagrada'.

Para nós a única 'história sagrada' é a de Jesus Cristo - enquanto Deus encarnado e sacramento universal de Salvação para os povos - e a de sua Santa Igreja em termos de episcopalidade.


Já como amantes da filosofia e seres dotados de razão, já como Cristãos devotos não reconhecemos nem uma coisa nem outra.

Lamentamos e deploramos que nossos pais e antepassados, segundo o paradigma do tempo que precedeu o advento da Ciência, tenham abraçado semelhante teologia (francamente confusionistas) e associado elementos israelitas, proto cristãos e alienigênas ao depósito sagrado da fé imaculada.

Nós no entanto, aceitamos sem resistência a salutar doutrina da demarcação e como tais nos colocamos fora da sociedade fundamentalista cujo fim será o desaparecimento na mesma medida em que as massas tiverem acesso a uma educação de qualidade.

Esperamos efetivamente, que os sinos dobrem para o fundamentalismo/criacionismo/mosaismo, mas não para a Igreja Histórica de Jesus Cristo: Católica e Ortodoxa e para a vida sacramental instituida por ele com o intuito de organizar um Novo mundo e uma nova sociedade fundamentada nos princípios e valores do Evangelho, como a fraternidade, a justiça, a solidariedade e o amor.

Por isto desejamos ver a Santa Igreja completamente limpa e purificada dos vestígios de plascenta judaíca pelos quais ainda se encontra envolvida.

Respeitamos a dignidade humana de cada judeu devoto, entretanto não lhos encaramos como povo predileto de Deus e arrenegamos as fábulas grosseiras de sua Torá, produto de seu tempo e veículo natural de teorias e ideias ultrapassadas nos mesmos moldes que os Vedas, o Avesta e o Corão, de cuja atmosfera arcaica comunga.

Sabemos que os atuais hebreus não praticam sacríficios humanos e que tampouco interpretam as escrituras cada qual a sua maneira, adotando via de regra, as sentenças e as opiniões dos mestres e rabinos (no que mostram mais acerto e sabedoria do que a maior parte da Cristandade nominal envolvida pelo cipoal subjetivista do livre examinismo). 

Portanto que ninguém use de má intenção e ouse vir a baila para dizer que acusamos os judeus do tempo presente de praticarem sacrifícios humanos ou de imolarem um Cristão a cada sexta feira santa do ano, como acreditavam nossos antepassados do médio aevo.

Até aqui ao leitor hebreu pelo qual nutrimos o mais amplo respeito e simpatia.



UM TRECHO DE RENÉ FULLOP MILLER SOBRE A ORIGEM DOS SACRIFÍCIOS HUMANOS


"Assim quando algum tabu era quebrado, o culpado por quebra-lo devia perecer.
Era executado para que os espíritos não exercessem vingança sobre todos os membros do grupo, indiscriminadamente."

in "Os grandes sonhos da humanidade Caput I

Tendo em vista que "O tabu comportava uma nova situação de segurança, face ao mundo do espíritos, pautada num novo tipo de relação em termos de causa e efeito. Porque antes da criação do tabu o poder dos espíritos era arbitrário além de absoluto." era necessário punir com todo rigor, tantos quantos fossem culpados por quebrar o tabu e indispor os deuses e espíritos sempre sedentos de vingança.

Suprimido o 'rebelde' ou pecador, ficavam os deuses serenados ou aplacados... tal a origem dos sacrifícios humanos.

Posteriormente, conforme foi se desenvolvendo a teoria da imortalidade da alma, acudiu aos povos primitivos a feliz idéia de enviar mensageiros ao mundo dos espíritos com o intuito de transmitir notícias aos parentes falecidos. Chegavam a tatuar os ditos recados no corpo do mensageiro que era imediatamente sacrificado aos ancestrais segundo refere Henry Thomas nas 'Maravilhas do conhecimento humano'

Posteriormente, ainda segundo Fullop Miller, "Acorreu as civilizações mais adiantadas a idéia da substituição do infrator por algum tipo de oferenda, geralmente por algum animal que era sacrificado em seu lugar; destarte a idéia de sacrifício associou-se a idéia de substituição."

Como para os antigos, mulheres, crianças e escravos valiam tanto quanto certos animais ou ainda menos, não é por mero acaso que a menina ou jovem escrava incorporava o tipo perfeito de vítima para a qual eram transferidos os delitos do individuo ou da coletividade.

Destarte, graças a engenhosa teoria da substituição, perpetuaram-se os sacrifícios sangrentos (O número de jovens escravos do sexo feminino devia ser abundante e seu valor - em termos de economia - ínfimo) e até se multiplicaram a ponto dos sacerdotes imaginarem que a existência do homem havia sido concebida pelos deuses em termos de alimento ou de suprimento de carne e sangue. Destarte a missão ou vocação dos devotos eram garantir a 'alimentação' ou o repasto dos seres celestiais.

Então a terra toda foi envolvida por uma nuvem ou véu de sangue...






 A palavra inspirada e infalivel de Deus abençoa sacríficios humanos.





Uma verdade que tem sido propositalmente escondida ou ocultada pela igreja e pelas seitas é o fato de que os antigos hebreus/israelitas - como todos os povos vizinhos - ofereciam hóstias humanas a Javé seu deus, e que ao invés de ter reprovado tais oferecimentos, classificando-os como pecaminosos - como deveria ter condenado caso fosse o Deus verdadeiro revelado por Jesus Cristo - ele, Javé não só aprovou-os como a princípios exigiu-o.


Quero dizer com isto que a 'palavra inspirada e infalivel de deus', essa palavra que os protestantes (como Norman Geisler, Gleason L Archer Jr, Myer Pearlman e Cia) tanto idolatram - essa mesma palavra que ensina o criacionismo, o geocentrismo, o gigantismo, e outra quejandas - ensina e determina a abominável prática de sacrifícios humanos em termos tão enfáticos como qualquer manuscrito azteca.

Grosso modo a única diferença existente - se é que existe de fato! - entre Axayácatl e Josué, Jefté e Samuel é quanto ao número, pois enquanto estes adoravam apenas a Baal Javé, vulgo Shadai, aquele prestava culto a uma hoste de seres divinos, quanto ao cárater no entanto, eram absolutamente iguais: Tezcatlipoca exigia vítimas, javé também... Tlaloc ou Chac mol solicitavam hóstias humanas, Eloim ou eliom solicitavam-nas da mesma maneira... Tal e qual os deuses das nações, o deus étnico dos antigos hebreus alimentava-se de carne crua e sangue como qualquer canibal ou troglodita!!!

Posto na Iliada por Homero o deus dos antigos hebreus não trataria com Ulisses senão a maneira dum Cíclope... empregado por Bram Stocker do 'Drácula' exerceria javé, sem maiores dificuldades o papel de vampiro sanguisedento!

É para se ver a veemência e a ferocidade com que os sectários protestantes referem-se aos cultos africanos e satanistas acusando-os de promoverem sacricífios humanos, os quais, dizem eles são abominaveis aos olhos de deus...

Mas de que deus?

Do Deus Jesus Cristo a que servimos e cujo culto determinou a extinção dos sacrifícios sangrentos ou do
deus da Bíblia ou do deus do Velho Testamento a que servem???

Oh paradoxo, porque o deus a que os protestantes servem é o deus sangrento e feroz do testamento abolido e não o doce e meigo rabi da Galiléia que só sabia palavras de bondade e paz!

Afinal de contas esse mesmo deus, o deus dos fundamentalistas, o deus do velho testamento, o terrivel e vingativo javé, nutria-se a princípio com o sangue de vítimas humanas, com sangue de primogênitos, com sangue de inocentes, de bebezinhos, de criancinhas!!!

Bebiam pois Satanaz e ele a mesma fonte.

Posteriormente - com o correr do tempo - teve de alterar sua dieta passando a ingerir sangue de quadrupedes...

Tornando-se para caprinos e bovinos praga pior do que o carbunculo.

Diariamente consumira milhares de litros de sangue e toneladas de carne, abatidos no grande açougue de Jerusalem.

Curioso, para os antigos hebreus não havia qualquer distinção entre o sacerdote e o megarefe... taí uma boa  vocação para javé: divindade protetora dos açougues e açougueiros. Afinal o cheiro de sangue fresco assoma a suas divinas narinas como perfume, quiçá de sândalo ou almiscar...

Gostoso é ver nossos animistas citando - face as reclamações de nossos judaizantes - duzias de passagens 'inspiradas' do Antigo Testamento favoráveis a imolação de animais, afinal Deus não é imutável???

Enquanto seus supostos servos, os judaizantes, não vivem se servindo - e sem maiores cerimônias - do Velho Testamento e da lei com o intuito de condenar o espiritismo e mesmo o romanismo???

Porque não poderiam ou não podem os afro brasileiros por suas mãos no mesmo tambor ou tomar citações bolorentas no mesmo depósito Moisés S/A???

Todavia antes de - em nome do Evangelho da glória - acertarmos as contas com javé e seu livro convém fazer um breve 'tour' pela história religiosa dos povos antigos...






Lição - Dos sacríficos humanos nas religiões antigas.





A origem dos sacrifícios humanos perde-se certamente nas noite dos tempos e ninguém é capaz de dizer com absoluta certeza quando foram inventados.


Antes de nos depararmos com os mais antigos vestígios e testemunhos sobre a escrita - cerca de 3.500 a C. - chegam ao infinito os vestígios e testemunhos sobre tais ritos..

Podemos até dizer que em certos lugares, a aparição dos sinais e das letras ocorre quando tais exemplos de religiosidade estão já a minguar e a desaparecer.

Afinal seu desaparecimento ou diminuição corresponde sempre a uma elevação ou melhoramento no que tange ao nivel material, intelectual e moral de cada civilização...

Eis porque no contexto das civilizações sumeriana e egipcia tais ritos eram já bastante raros no despontar da Antiguidade, acabando por desaparecer muito cedo.



Suméria



Os sumérios ao que parece limitavam-se a sacrificar seres humanos quando da morte de seus reis conforme foi evidenciado pelas escavações feitas na necrópole real da antiga cidade de Ur, especialmente no túmulo da rainha Shubad, cujos acompanhantes por sinal haviam sido narcotizados ou envenenados antes do enterramento.

Havia o rito por ocasião da morte dos reis e sacerdotes, mas já humanizado ou seja sem aquelas efusões de sangue tão caras e agradáveis a mentalidade primitiva.

No que tange a religião estabelecida e a vida quotidiana dos devotos porém, ignoramos a existência de qualquer fórmula ou ofício sacrifical, sejam em Ur, Eridu, Nipur ou  qualquer das cidades sumérias...



Egito

O último Faraó a imolar os membros de seu séquito foi Horus Djer, terceiro rei da primeira dinastia - filho de Horus Aha e neto de Narmer - o qual teria florescido cerca de 3000 a C.

Posteriormente os humanos destinados a acompanhar o faraó na qualidade de servidores foram substituídos por estatuas de pedra ou de madeira - Swabti - nas quais os sacerdotes infundiam 'vida' por meio de encantamentos. Alias 'Swabti' significa 'aqui estou' ou eis-me aqui (para servir-te).

Via de regra os sacrifícios humanos eram realizados exclusivamente pelo faraó - ao fim das grandes campanhas na Palestina ou na Núbia - no tempo da deusa leoa Sekmet em Mênfis, consistindo eles na imolação de parte dos prisioneiros de guerra. Excepcionalmente os Egipcios imolavam pessoas 'ruivas' a Osiris.

O registro artístico mais antigo a respeito deste ritual da imolação de prisioneiros de guerra encontrasse na famosa Paleta de Horus Narmer/Menes, na qual o fundador na monarquia e da nação egipcias é retratado com uma massa entre as mãos golpeando o crânio de um inimigo. Do outro lado da paleta os inimigos executados são expostos numa espécie de varal...

Tutmés, o grande e mesmo a rainha Nefertiti - consorte de Akenaton - e diversos outros Faraós fizeram-se retratar da mesma maneira: golpeando os inimigos do Egito a massa cerimonial, talvez por mera convenção artística, já porque os egipcios eram demasiado conservadores no que diz respeito aos cânones artísticos, já porque o triunfo do Faraó sobre seus inimigos significava o triunfo de Rá sobre Apofis (ou de Horus sobre Set) e a conservação da Maat ou ordem universal.

Sacrifícios humanos de carater individual e/ou público no entanto eram inusuais tal e qual na Suméria.



Chineses e antigos tibetanos


Se a princípio - como evidenciam as escavações em Anyang - os chineses realizaram sacrifícios humanos - aos gênios da terra e das fontes - abandonaram-nos bastante cedo e, do mesmo modo que os egipcios tiveram a feliz idéia de empregar figuras de papel a guiza de substituição, prática que atribuíram ao mítico Yao e que generalizou-se nos tempos de Confúcio.

Sima Kiang conserva em sua História a narrativa de como o sábio da China tomou um servo destinado a ser sacrificado durante o sepultamento de seu senhor, sob sua proteção; alegando que a vida humana estava acima das antigas tradições, sendo mais valiosa do que elas... desde então, tal gênero de sacrifícios perdeu sua popularidade e ficou associado as concepções religiosas dos bárbaros e primitivos.

Entretanto em certas regiões do império crianças - especialmente do sexo feminino - eram enterradas vivas ou lançadas a correnteza durante a época das cheias.

No Antigo Tibet quando edificavam uma nova chulpa ou pagode o sangue do primeiro estrangeiro que passasse por perto era misturado ao cimento.

Com o passar no tempo no entanto, o budismo foi amenizando os costumes e erradicando tais ritos.

Cerca de cinco séculos antes de Cristo, Çakia Muni o 'Buda' recomendara a seus Bicus que até mesmo os sacrifícios de animais deveriam se abolidos e substituídos por oferendas de matéria vegetal, como flores e bolos, segundo o princípio da Ainsa ou respeito por todas as formas de vida enquanto manifestações do Uno.

Nos rituais egipcios e chineses que chegaram até nós não há qualquer alusão direta a sacrifícios humanos embora indiquem que tais sacrifícios haviam sido oferecidos no passado distante anterior a invenção da escrita.

Sumerianos, egipcios e Chineses foram os primeiros povos a abandonar tal gênero de sacrifícios ao menos em larga escala, o que não significa que deixassem de ser executados ocasional ou excepcionalmente. 





Fora estes povos todos os povos que lhos cercavam praticavam os ditos sacrifícios humanos.


Indianos









Os hindus ofereciam hóstias humanas ao hediondo Jagrenate e a pavorosa Durga, além de sustentarem a prática do sutee, de que temos exemplo na 'Volta ao mundo em oitenta dias' de Julio Verne.

Foram os ingleses - melhor dizendo os anglicanos e metodistas porque os calnivistas e incrédulos inclinavam-se a 'tolerância' para com tais sacrifícios tendo em vista a 'prosperidade econômica do Império - durante o protetorado, que puzeram límites a tais atos de barbaridade



Assírios 







Os assirios efetuavam suas razias em nome de seu deus Assur (Anshar), Nisrok/Nusku ao qual ofereciam sempre alguns prisoneiros.



Micenianos e gregos







Os antigos gregos eram pródigos em oferecer vítimas humanas a seus deuses por isso que Agamenon, rei de Micenas, ofereceu sua filha Efigênia a Netuno para que pudesse obter ums brisa favorável e que Neoptolemo sacrificou a bela Polixena sobre a tumba de seu pai Aquiles.

Para não mencionarmos os escravos sacrificados junto a pira de Patroclo...







Menelau, rei de Esparta, tendo sido detido por ventos contrários lançou logo ao mar duas crianças egipcias.


Também Erectheu imolou sua filha, Aristides imolou três sobrinhos do rei da Pérsia e Temistocles imolou diversos nobres.


O templo de Diana em Aricia era sempre servido por um sacerdote que havia dado cabo de seu predecessor.


Os lecedemonios ofereceram hóstias humanas a Artemis, sua protetora, até o tempo de Licurgo quando este substituiu a imolação pela flagelação das vítimas, entretanto muitas crianças acabavam morrendo durante este ritual.

Para os gregos mais emancipados, a contemplação dos espartanos correndo em volta do templo de Orteias, flagelando-se e esparzindo sangue em direção do lugar era um verdadeiro espetáculo.


As cidades de Rodes, Salaminas, Quios, Tenedos e outras imolavam um homem a cada ano.


Os naufragos estrangeiros que tinham o azar de atingir as costas da Criméia e do Tauros costumavam ser imolados pelos gregos instalados nessas regiões.


Somente após o advento da filosofia foi que tais costumes - predominante no período arcaico - foram se abrandando gradativamente.


Etruscos e Romanos




Em Roma porém, a tradicional Roma, duraram muito mais tempo...








E como a maior parte da cultura romana, tais sacrícios deitavam suas raízes na cultura etrusca ou tirrênica.

Conforme podemos constatar nos afrescos tumulários que nos foram legados por essa vetusta civilização seja em Tarquinia ou Carveteri.

Quando da fundação da grande metrópole do lácio trinta homens eram anualmente lançados as águas do Tibre.

Litio assevera que era costume enterrar homens e mulheres vivos no forum durante as calamidades públicas e assim foi feito quando a cidade foi assediada pelos gauleses no século V a C.

Caio Mário - a exemplo de Jefte e Agamenon - imolou sua filha Calpúrnia para obter o triunfo em sua campanha contra os címbrios.

Foi somente em 90 a C - Sempre sob o influxo da filosofia grega, especialmente da estóica  - que foi lavrada a primeira lei tendo em vista a proibição deste gênero de sacrifícios, no entanto cinquenta anos depois - Porque a força do costume era maior do que a força da legalidade entre os antigos romanos - o pacífico Augusto não exitou em imolar trezentos prisioneiros de guerra aos Manes do Divino Júlio e passados quinhentos anos os membros pagãos do Senado ousaram solicitar o oferecimento de 'hóstias humanas' ao bispo romano Inocêncio I.



Celtas







Na Bretanha os celtas "Usam imagens enomes, cujos membros são feitos de vime e repletos de criaturas vivas, poem-lhes fogo e as chamas devoram todas essas criaturas. E quando não há criminosos suficientes para serem imolados imolam aos inocentes mesmo." Julio César in "De Bello gallico" libri VI

Em Ensérune, as cabeças dos sacrificados eram penduradas em torno dos idolos ou depositadas a seus pés.



Cananeus e Cartageneses - a inexistência de Moloque




Os cananeus imolavam seus filhos a Baal cujo idolo de latão era aquecido a rubro, deitavam então essas infelizes naquelas mãos ardentes e enquanto eram tostados faziam rufar os tambores para que seus gritos de dor não fossem ouvidos.

Tais sacrifícios que recebiam o nome de Molk, é que deram a origem a personagem Moloque no imaginário dos teólogos judeus post exílio, segundo o testemunho de René Dussaud:

"Essas imolações de crianças parecem ter sido chamadas Molk, de onde se tirou um pretendido deus Moloque. Porque a mesma prática existiu entre os vizinhos dos fenícios, particularmente entre os israelitas. O Tophet do vale de Ben Hinon, junto as portas de Jerusalem, especialmente destinado ao sacrifício de crianças, é analogo aqueloutro que foi descoberto em Cartago junto ao sítio de Salambô." in 'As religiões dos hititas, dos hurritas, dos fenícios e dos sírios.'

"Desde a antiguidade, se acreditou reconhecer na palavra empregada aqui um nome divino (II Reis 23,10), e interpretou-se 'para Molok' ou Molek, isto é para o rei, enquanto deformação da palavra Melek. No entanto a celebração de sacrifícios humanos em honra de um deus assim chamado não é confirmada por qualquer texto antigo exceto a dita alocução do antigo testamento e passagens similares. Ora, cinco inscrições latinas descobertas em Ngaus, na Argélia, assim como outros monumentos púnicos anteriormente conhecidos, revelam-nos que em fenício havia um termo MOLK com que designar certo sacrifício substituído a uma imolação humana, no qual o Padre Chabot viu um correlato do aramico 'promessa ou cumprimento de promessa'; assim molchomor 'sacrifício do cordeiro' e molkadam 'sacrifício de homem' e assim por diante. Parece provável que a mesma expressão fosse corrente no hebraico antigo com idêntico sentido de sacrifício votivo, e que foi ela que deu origem a corruptela Molok e a sua equivoca personalização." Tal a nota publicada in "La Sainte Bibler, traduction nouvelle par la Societé biblique de Paris" dita Biblia do centenário (II Re 23,10)


Seja como for era costume entre os tírios que o rei da cidade oferecesse um de seus filhos a Baal Melkart com o objetivo de obter a paz e a prosperidade


Conforme podemos averiguar os cartageneses mantiveram-se rigorosamente fiéis a tais tradições.


Pois segundo afirma Herodoto (VII - 167) durante a guerra contra a Sicilia, levada a cabo por Amilcar, os sacerdotes permaneceram no campo imolando as divindades e lançando escravos e prisioneiros as chamas duma imensa fogueira.


Diodoro (XX,14) afirma a seu tempo que quando Agatocles estava para sitiar Cartago seus habitantes, crendo que tal se devia a ira de Saturno por lhe terem oferecido somente filhos de escravos e estrangeiros, ao invés de crianças nobres, sacrificaram duma só vez duzentos rebentos da melhor estirpe com o propósito de aplacar a divindade ofendida. Outros tantos trezentos cidadaõs adultos atiraram-se voluntariamente as chamas.


Doutra feita - iden - para celebrar uma grande vitória este mesmo povo imolou todos os mais perfeitos e belos dos prisioneiros lançando-os as chamas e assim quase incendiaram o acampamento.


Cinco séculos depois Tertuliano asseverava, num de seus escritos, que a imolação se seres humanos ainda era bastante comum no Norte da África.



Citas







A prestar fé em Heródoto quando morria algum rei cita eram logo imolados suas esposas, pajens, escravos, cavalos e alguns guerreiros de nobre estirpe. O rei era enrolado num tapete e posto num carro de guerra com as esposas, pajens, escravos, jóias e suprimentos... depois que o féretro fora sepultado faziam atravessar os guerreiros montados e seus cavalos por uma grande lança e lhos dispunham e volta do montículo como uma espécie de carrossel.




Teutônicos




Os gauleses imolavam as vítimas com um golpe de machado de modo a que esta não morresse de pronto, pois os presságios eram obtidos por meio das convulsões mortais.


São Bonifácio e cinquenta de dois monges ortodoxos foram imolados a Irmesul no Norte da Germânia, cerca de 754.


Hadrald da Saxônia imolou dois de seus filhos para obter uma tempestade que fizesse naufragar a esquadra dinamarquesa que se dirigia a Albion.


Na Zenlândia 99 seres humanos eram imolados duma só vez a Swan to Wite.


Pouco antes de Olga e Wladimiro terem recebido o batismo um homem fora sorteado e escolhido para aplacar a ira dos deuses. Após a imolação da vítima os sacerdotes eslavos bebiam seu sangue.


Na Dinamarca eram imolados cavalos, galos, açores e homens em igual número.


Os escandinavos imolavam seus cativos a Wotan e ainda hoje de tempos em tempos algum desses corpos é encontrado presevado nas turfeiras.








Ameríndios




O mesmo sucedia-se deste lado do Oceano pois segundo Alvear (92):
"Nos tempos de Axayáctl (1469-1482), quando foi inaugurado o Calendário Asteca, nessa enorme e preciosa pedra de 25 toneladas que é hoje admirada pelos turistas, foram sacrificadas 700 vítimas."


"Pouco depois Ahízotl, para inaugurar seu reinado, em 1487, consagrou o grande teocali de Tenochtitlán. Em quatorze templos, durante quatro dias, ante os chefes de Tezcoco e Tlacopan, convidados para a solene cerimônia, foram sacrificados ao demônio inumeráveis prisioneiros, homens, mulheres, crianças, cerca de 20.000." Códice Telleriano


“Foram oitenta mil e quatrocentos homens deste modo: da nação tzapoteca, 16.000, dos tlapanecas, 24.000, dos huexotzincas e atlixcas, outros 16.000, dos de Tizauhcóac, 24.400, o que completa o referido número; todos esses foram sacrificados ante o estatuário do demônio [Huitzilipochtli], e as cabeças foram encaixadas em uns buracos que propositalmente foram deixados no templo maior, sem [contar] os prisioneiros de outras guerras, menos numerosos, que foram sacrificados depois, ao longo do ano, o que resulta em mais de 100.000 homens; e assim compreende-se os autores que falam em um número maior, pelos que foram sacrificados depois.” Alva Ixtlilxochitl (cp.60).


“Havia uma pedra larga diante do altar dos ídolos, metade fincada no chão, no alto, acima da escadaria. Nesta pedra punham de costas o infeliz que seria sacrificado, o peito muito tenso porque atavam seus pés e mãos. O principal dos sacerdotes dos ídolos ou seu ministro eram os que mais ordinariamente sacrificavam, mas se algumas vezes havia muitos para sacrificar e esses se cansassem, entravam outros, já treinados no sacrifício, e de pronto, com uma pedra de pedernal, feito uma navalha, ferro de lança ou cruel navalha, e com muita força, abriam o desventurado e arrancavam-lhe o coração, e o celebrante desta maldade apoiava o órgão acima do umbral do altar, da parte de fora, e aí deixava que fizesse uma mancha de sangue; o coração, depois de cair no chão, ainda palpitava um pouco, mas logo colocavam-no em uma tigela [cuauhxicalli] diante do altar .
“Outras vezes tomavam o coração e erguiam-no na direção do sol, às vezes untavam os lábios dos ídolos com sangue. Os corações eram não raro comidos pelos ministros velhos; por vezes, enterravam-no e logo erguiam o corpo para jogá-lo escadaria abaixo. E ao chegar embaixo, se era prisioneiro de guerra, o responsável pela prisão junto com amigos e parentes levavam-no e preparavam aquela carne humana com outras comidas, e noutro dia festejavam e comiam-na; se era escravo, não lhe lançavam escadaria abaixo, mas carregavam-no para depois festejarem da mesma maneira.
“Nesta cerimônia [Panquetzaliztli] sacrificavam prisioneiros de guerra ou escravos, porque estes eram quase sempre as vítimas usuais. Conforme o povoado, sacrificavam-se uns vinte homens, em outros trinta, ainda em outros, quarenta e até cinqüenta e sessenta; no México não se sacrificava menos de cem homens.
“Não se pense que sacrificantes, matando e arrancando corações, ou qualquer outro gênero de morte, faziam-no sempre por vontade própria, e não por força, sentindo muito bem a morte e sua espantosa dor.
“Daqueles que assim sacrificavam, tiravam a pele de alguns; em algumas regiões, tiravam a pele de dois ou três; em outras, de quatro ou cinco; no México, de até doze ou quinze; e vestiam aqueles coros, que deixavam abertos nas costas e acima dos ombros e vestiam o mais apertado no corpo que podiam. Depois, como quem veste gibão e calças, dançavam com aquela cruel e espantosa roupa.
"No México, guardavam para este dia alguns dos presos de guerra que fossem chefes ou pessoas importantes, e tiravam a sua pele para vestir o grande senhor do México, Montezuma, que, vestido com este couro, dançava com muita gravidade, julgando prestar grande serviço ao demônio [Huitzilopochtli] que honravam naquele dia; e muitos saiam para ver esta cena como algo maravilhoso, porque nos demais povoados os chefes não se vestiam com o couro dos sacrificados, senão demais autoridades. Noutro dia da cerimônia, sacrificava-se em cada parte uma mulher e arrancavam sua pele, e um se vestia com o coro dela e dançava com todos do povoado; aquele vestido com o coro da mulher, os demais, com plumas”
 Motolinia (Historia I,6, 85-86).


Diego Muñoz Camargo, mestiço, em sua Historia de Tlaxcala escreve: “Disse-me um deles, que havia sido sacerdote do demônio, mas que se converteu depois a Deus e a sua santa fé católica e se fez batizar, que quando arrancava o coração das estranhas e costas do miserável sacrificado, era tamanha a força com que pulsava e palpitava, que chegava a levantar do chão três ou quatros vezes até esfriar.” (I,20).


O capitão Andrés Tapia, companheiro de Cortés, descreve o tzompantli (muro de crânios) que viu no grande teocali de Tenochtitlán, e diz que havia nele “muitas cabeças de mortos salpicadas de cal, os dentes para fora”. Descreve também como viram muitas estacas e “em cada estaca, cinco cabeças de mortos espetadas. E quem aqui escreve, junto com Gonzalo de Umbría, contou o número de estacas e, multiplicando pelas cinco cabeça de cada estaca, descobrimos que haviam 136.000 cabeças.” López de Gómara, Conquista p.350


Frei Juan de Zumárraga, arcebispo do México, numa carta de 1531 dirigida ao Capítulo franciscano reunido em Tolouse, disse que os índios “tinham por costume, neste cidade do México, sacrificar a cada ano mais de 20.000 corações humanos aos seus deuses.”


Segundo narra Bernal Diéz del Castillo, os soldados espanhóis, primeiro em Campeche, em 1517, a oeste de Yucatán, e logo a medida em que avançavam suas incursões, foram conhecendo o terror dos templos dos índios, onde homens eram sacrificados, e o horror dos sacerdotes, papas, “os cabelos muito compridos, revoltos, cheios de sangue, que não se pode esticar nem pentear”... Ali viram “umas casas muito grandes onde adoravam seus ídolos, bem construídas de cal e pedra, e tinham figurado em algumas paredes muitos bustos [imagens] de serpentes e grandes cobras, e outras pinturas de ídolos de rosto mau, ao redor de algo que se parecia a um altar, cheio de gotas de sangue.” (cp.3).


“Todas as paredes daquele lugar de adoração estavam banhadas e pretas de crostas de sangue, e assim também o chão, que fedia demais... Nos matadouros de Castilla não há tamanho fedor.” id(cp.92).


Bernardino de Sahagún, franciscano que chegou no México em 1529, onde viveu por sessenta anos, em sua Historia General de las cosas de la Nueva España (livro II), descreve detalhadamente o curso dos diversos cultos rituais que se celebravam em cada um dos 18 meses de 20 dias cada. Por seus relatos, vemos que, ao longo do ano, celebravam-se sacrifícios humanos por uma incessante variedade de motivos, deuses, ritos e vítimas. No primeiro mês, “matavam muitas crianças”; no segundo, “matavam e tiravam a pele de muitos escravos e prisioneiros”; no terceiro, “matavam muitas crianças” e “desnudavam os que vestiam os coros dos mortos arrancados no mês anterior”; no quarto, como vinham fazendo desde o primeiro mês, seguiam matando crianças, “comprando-os de suas mães”, até a vinda das chuvas; no quinto, “matavam um rapaz escolhido”; no sexto, “muitos prisioneiros e outros escravos”...
E assim, um mês após o outro. No décimo mês, “jogavam no fogo muitos escravos vivos, de pés e mãos atadas; e antes que acabassem de morrer, os retiravam arrastando-os do fogo, para arrancar seu coração diante da imagem deste deus”... No décimo-sétimo, matavam uma mulher, tiravam o seu coração e decapitavam-na, e o que seguia diante do areito (canto e dança), tomando a cabeça “pelos cabelos com a mão direita, levava-a exposta e dançava com os demais, e levantava e baixava a cabeça da morta no baile”. No décimo-oitavo mês, por fim, “não matavam ninguém, mas se o ano era bissexto, o que ocorre de quatro em quatro anos, matavam prisioneiros e escravos”. Os rituais específicos ― roupas, danças, cerimônias, modos de matar ― eram meticulosamente determinados para cada festa, assim como as divindades que em cada solenidade eram honradas.


Quando perguntaram a Montezuma, derradeiro imperador desse povo, porque motivo consentia que a República de Tlascala mentivesse sua independência, obtiveram esta resposta:


"Para que me forneça vítimas para as divindades." Prescott in "A conquista do México."


"Sobre os altares daquelas infames deidades eram imolados prisioneiros de guerra, e subia muitas vezes acima de mil o número destas infelizes vítimas... afirmavam os sacerdotes que seus deuses tinham fome e que o sol se nutria com o sangue das hóstias." Kampe. II pp11













No que tange aos maias, segundo conta Diego de Landa, sacrificavam-se prisioneiros de guerra, escravos comprados para o sacrifício e até os próprios filhos, em certos casos de calamidades. O sacrifício se realizava normalmente por extração do coração, por decapitação, flechando as vítimas ou afogando-as na água (Relación de las cosas de Yucatán, cp.5; +M. Rivera 172-178).


Também costumavam lançar crianças nos cenotes durante os tempos de estiagem e também costumavam a imolar aos deuses a equipe que vencesse o clássico jogo de bola.

A respeito dos maias, apresentados por alguns como 'os gregos do novo mundo' temos os painéis de Bonampak, nos quais o ritual de sacrifício é vivamente representado...

E as crônicas - recém traduzidas - das cidades, nas quais triste fim dos prisioneiros é frequentemente assinalado...

No que diz respeito a América do Sul sabemos que a "Cerâmica Moche costuma retratar o cerimonial dos sacrifícios humanos que incluia a ingestão do sangue da vítima, a qual era primeiramente torturada, depois esfolada e enfim, decapitação e enfim decapitada. Pensa-se que provavelmente também ocorreu canibalismo."

Confirmado em 1987 pelas escavações feitas no túmulo do Senhor de Sipan, junto de cujos restos encontraram-se os restos de oito servidores, dentre os quais o 'guarda da tumba' cujos pés eram amputados para que seu espírito permanecesse eternamente preso a tumba guardando as oferendas.

O mesmo se pode dizer das culturas de Paracas, Chavin, Wari, etc

Foram os incas, com seu culto solar, que aboliram gradativamente tais sacrifícios mormente nas grandes cidades, nas aldeias das montanhas e fronteiras do império mulheres e crianças continuaram sendo imoladas até a chegada dos espanhóis.




Povos primitivos do tempo presente



Que dizer então da África sub saariana e da Oceânia?


Em pleno século XIX um soberano Ashantee determinou que por ocasião de seu funeral seis mil escravos fossem oferecidos as divindades.

No Dahomey milhares de jovens eram quase que diariamente lançados sobre pontas de espadas ou lanças afiadas ainda nos primeiros anos do vigésimo século (!!!)

No Tahiti primeiro arrancavam os olhos das vítimas que eram de prontos levados aos sacerdotes e oferecidos aos idolos, em seguida matavam-nas...

Em todas as demais ilhas do novíssimo mundo prevalecia a mesma lei acompanhada quase sempre do canibalismo.




A abolição dos sacrifícios sangrentes



No Suméria, Egito e China ignoramos donde partiu a iniciativa de abolir tais sacrifícios e se houve algum decreto ou lei com semelhante fim.

Na Pérsia foi abolido por Zerdast, Zaratas, Zaratustra ou Zoroastro, fundador do mazdeismo por volta do século VII a C. Desde então os Parsis só oferecem flores e confeitos a seu deus Ahura Mazda os quais são, via de regra, lançados as chamas do fogo que lho representa.

No extremo oriente seu desaparecimento deveu-se principalmente ao Budismo..

Na Grécia e em Roma tal superstição foi contida sob os auspícios da filosofia e abolida pelo Cristianismo Católico Ortodoxo em nome da Santa e vivificante Cruz.

Na Árabia por ocasião do nascimento de Maóme sequer restavam vestígios de tal costume abolido certamente pelos sábios que lho precederam como Hatin.

No Tahuantinsuyu foi abolido pelos Imperadores.

E em Israel por iniciativa dos grandes profetas como Isaías, Jeremias e Ezequiel.

O Cristianismo herdeiro e continuador da tradição profética hebraica e do humanismo estóico extinguiu com tais práticas no Norte da África, no centro e no Norte da Europa, no Novo mundo, no Novíssimo mundo e na África sub saariana. O islan deu cabo delas no Sul e no Leste da África, as estepes da Ásia e na Indonésia.

Assim a prática dos sacrifícios humanos, que era quase que univeral - com exceção para a Suméria, o Egito e a China - antes do advento de Isaias, Zaratas, Confúcio e Buda, encontra-se praticamente extinta em nossos dias.

Sobrevive no entanto a funesta e revoltante prática de sacrifícios sangrentos na imolação de nossos irmãos animais, supliciados por gente bárbara e isenta de coração em nome dos velhos preconceitos religiosos.

Que a religião secunde tais práticas criminosas muito lamentamos.

Há no entanto que se reconhecer que a consciência religiosa da humanidade também evolui.


Demonstra-o entre nós aquela boa alma que imaginou e implementou o 'Candomblé vegetariano'.

Pois disto redundara algum proveito para os animais.








SACRIFÍCIOS HUMANOS NA BÍBLIA.




"TODAVIA, NENHUMA COISA CONSAGRADA, QUE ALGUÉM CONSAGRAR AO SENHOR DE TUDO O QUE TEM, SEJA H O M E M OU ANIMAL OU BEM, SE RESGATARÁ OU VENDERÁ - TODA COISA CONSAGRADA PERTENCE AO SENHOR.


TODA COISA CONSAGRADA QUE FOR CONSAGRADA POR ALGUÉM, NÃO PODERÁ SER RESGATADA, M O R R E R A." Levítico 27,28


O presente texto versa sobre três tipos ou categorias de coisas:


HOMEM

ANIMAL

BENS



O voto comum resgatavel de que trata a maior parte do capítulo chamava-se Nedad na lingua dos hebreus.


Estoutro, que não pode ser resgatado chama-se Herem ou separação, que os gregos traduziram por anatema.


Por isso como esclarece o segundo verso, os homens, animais e bens consagrados a javé por Herem ou anatema deviam ser mortos ou seja sacrificados.


Donde se conclui que os antigos hebreus ofertavam vítimas humanas a seu deus étnico.


Todos os povos de Canaan foram votados a javé por anatema e por isso passados a fio de espada com seus animais e pomares.


Donde se segue que toda pilhagem comportava sacrifícios humanos oferecidos a jave, procediam os hapiru do mesmo modo que os assírios com relação a seu deus Assur.



Josué


Porque Josué teria sacrificado os reis de Hazor, Laquis e outras metropoles cananéias ao invés de permitir que fossem resgatados pelos reis vizinhos, seus parentes, a peso de ouro?


Porque se tratava de um sacrifício ritual.


Tais reis haviam sido oferecidos em anatema a javé.


Javé os auxiliava nos combates em troca de sangue humano, do mesmo modo que Assur aos Ninivitas.


Quando Josué punha seu pé sobre o pescoço de Jabin ou Jobab e empunhava a espada estava a imitar o mesmo gesto com que os faraós vencedores eram retratados ao oferecer vítimas a Sekmet ou Amon: com o pé sobre o pescoço do prisioneiro erguendo a massa ritual.


Já aludimos ao belo painel em que Nefertiti, esposa real de Amenofis IV (Akenatom),  é representada no ato de esmagar a cabeça de um cativo de guerra (Segundo o môdelo do avô Tutmés e o exemplo do ancestral Narmer)...

O caso é que nenhum de nós encara Nefertiti como um modelo a ser seguido. O mesmo não se pode dizer do jagunço e megarefe hebreu...



Samuel









Samuel insurgiu-se contra Saul justamente porque ao invés de oferecer o rei pagão Agag em sacrifício a jave, Saul achou melhor preservar-lhe a vida...


Acontece que Agag era Herem ou anatema consagrado como vítima a javé... Por isso Samuel apossou-se dele e ofereceu-o em sacríficio...

"Então Samuel destroçou a Agag DIANTE DA FACE DO SENHOR EM GALGALA." I Sm 15,31

Como Jefté havia feito cerca de um século antes com sua própria filha...


O bemaventurado Agostinho ao comentar sobre o Herem - in Civ Dei X - 06 - não encontra outra saida senão alegorizar e suster que as vítimas do Herem morriam para o mundo...


E de fato morriam para o mundo.


Só que morriam fisica e não simbolicamente, pois os hebreus do tempo dos juizes nada sabiam sobre mosteiros ou votos de castidade e pobreza.


A morte a que se referem seus livros é absolutamente literal e cruenta.


Admite-o o Pe Scio, o qual assim se pronuncia: "Por ele se consagrada uma coisa a deus absoluta e irrevogavelmente E ASSIM DEVIA PERECER NATURAL OU CIVILMENTE." in Loco.


O mesmo afima Amat, in loco.


Infelizmente - para o Pe scio, para o Pe Amat e para todos os fundamentalistas - não há nenhum exemplo DE MORTE NATURAL REFERENTE A UM HEREM OU ANATEMA NAS PÁGINAS DO NOVO TESTAMENTO.


Herem ou anatema no testamento antigo esta invariavelmente relacionado a imolação da vítima consagrada ou a sacrífio sangrento.


"L'hébreu « herem » qui désigne un objet ou une personne que l'on détruisait pour honorer Dieu." in Pardini G. in "Le mariage des pêtres"


Enfim o sentido é o sentido...


Davi








Por fim nem mesmo o 'santinho' David deixou de ser conivente com tais assassinatos ou mesmo de tirar algum proveito político deles.

Ouçamos o que dizem a este respeito os livros dos judeus:

"Eis que nos dias de David houve uma fome de três anos, por isso David teve de ir consultar ao Senhor, o qual assim lhe respondeu: É porque a casa de Saul fez verter sangue aos gibeonitas.

Mandou pois David que os gibeonitas fossem trazidos a sua presença e lhes perguntou:
Que desejais que eu vos faça?

Que vos farei eu para que abençoeis o povo santo do Senhor?

E eles lhe disseram: Nem prata, nem ouro te pedimos, eis que temos questão com a casa de Saul e não desejamos tirar o sangue de israelita algum.

Que quereis que vos faça? Perguntou novamente o rei.

E eles lhe disseram: O homem que vos desejou suprimir desejou assolarnos para que nenhum de nós subsistisse em Israel.

Da-nos pois seus filhos PARA QUE LHOS SUSPENDAMOS DIANTE DE JAVÉ, NA GIBEA DE SAUL.

E DISSE O REI: EIS QUE LHOS DOU A VÓS.

E ASSIM ENTREGOU-OS NAS MÃOS DOS GIBEONITAS, QUE LHOS CRUCIFICARAM (tradução de Reuss) NO ALTO DE UM MONTE, DIANTE DO SENHOR e sete cairam juntamente, E FORAM IMOLADOS NO TEMPO DAS SEGAS, NOS PRIMEIROS DIAS DA SEGA DAS CEVADAS."

Foram pois denunciados por um oráculo, formalmente solicitados pelos gibeonitas, entregues pelo rei 'cantor', E RELIGIOSAMENTE IMOLADOS 'DIANTE DO SENHOR' durante a colheita, para que o sangue derramado por eles fecundasse a terra tornando-a propícia a semeadura. Pois os povos primitivos criam que a terra precisava duma regular provisão de sangue para fecundar as sementes.

Assim criam nossos gibeonitas e David com eles.


Há ainda o exemplo do jagunço Jefté, a ser analisado num artigo a parte.           




DESVENDANDO O SEGREDO DE MOLOKE (QUE ERA O VERDADEIRO MOLOKE?)



Coisa pior encontramos no famoso 'Livro da aliança' de traço Javista (original/primitivo) inserido no registro do Êxodo:

"Eis que me entregaras o primogênito dos teus filhos. Assim o primogênito da tua vaca e da tua ovelha. Por sete dias estará contigo e no oitavo mo entregaras." 

Neste, que é versão original do decreto, não há possibilidade de resgate segundo a tradição inviolável dos tempos antigos.

Versão que é confirmada por diversos testemunhos:

"Com que ficará Javé nosso deus satisfeito com milhares de carneiros e rios de azeite? Ou lhe darei meu filho primogênito, o fruto das minhas entranhas pelo preço do pecado?" Miquéias 6,7

É em vão que procuramos no texto qualquer tipo de diferenciação moral entre as duas categorias de oferendas: a natural e a humana...

Semelhante distinção encontrasse apenas e tão somente nas mentes dos comentaristas cristianizados que não receiam aplicar ao A T determinado padrão de ética promulgado exclusivamente por Jesus Cristo no Santo e divino Evangelho. 

Segundo cremos, aplicar os padrões do N T ao A T é violar sua estrutura específica, desfigura-lo, torce-lo e obscurece-lo em benefício de teorias preconceituosas forjadas por este ou aquele líder religioso.

Tal a vertente seguida pelos comentaristas de fancaria cujo único e premeditado intuito é vindicar o dogma arquisagrado da inspiração plenária, verbal e linear. Além de desprovidos de valor, tais comentários apologéticos sabem a desonestidade...

Eles vão de desonestidade em desonestidade, torcendo e distorcendo tudo, e nós de testemunhos em testemunhos literais de cujo amparo não carecemos na luta e combate pela verdade:

"Assim ardeis em meio aos terebintos e sob as copas verdes das árvores imolais vossos filhos e depositais suas cinzas nas fendas das paredes." clama indignado o profeta Isaías - 57,5 - face as reminiscências do culto ancestral...

Vestígios de semelhante culto tem sido descobertos por toda terra correspondente ao antigo Israel e a época em questão. Inumeros são os esqueletos de recém nascidos nunca com mais de oito dias em sua quase totalidade. Acreditasse que as pequeninas vítimas foram introduzidas ainda vivas nas ditas urnas e cobertas de terra ou emparedadas, declara o profo Lods (Adolphe Lods 'Israel, das origens a metade do século VIII a C

A mesma escritura assevera, sem laivo de reprovação, que "Naquele tempo, Hiel, o betelita, ergueu as muralhas de Jericó. Sobre Abiran, seu primogênito, lançou a primeira pedra e sobre Segub, o caçula - visa o redator salientar a demora com que transcorreram as obras - assentou os batentes das portas. Segundo fora profetizado por Josué, filho de Nave." I Reis 16,34

Quem lê tais palavras com simplicidade julga, via de regra, que Javé fez adoecer e perecer as duas crianças com o intuito de validar as rancorosas palavras e anatemas de seu jagunço Josué, as quais não podia deixar sem cumprimento, mesmo as custas das vidas de duas crianças inocentes.

É mesmo incrível a facilidade com que as mentes intoxicadas pela atmosfera baixa e vulgar do AT atribuem os piores crimes - como infanticídio e estupro - ao próprio Deus, sem perceber que blasfemam...

Já foi repetidamente salientado que quanto mais o Antigo Testamento for lido com olhares 'piedosos' tanto mais florescerá o ateísmo... não penso doutra forma. Melhor negar a existência de Deus do que pinta-lo com cores tão baixas a semelhança dum Mengele ou dum Assurbanipal...

Ouçamos no entanto - mais uma vez - a dita Bíblia do centenário:

"Trata-se aqui - I Re 16,34 - muito provavelmente daqueles sacrifícios humanos de fundação tão comuns entre as culturas antigas. Eram tais ritos destinados a aplacar os espíritos ou fantasmas cujos domínios eram invadidos, usavam-se particularmente quando se ousava - coisa que os árabes muçulmanos não ousam até os dias de hoje - reconstruir uma cidade arruinada, pois as ruínas passavam comumente por lugares malditos e mal assombrados." 

Seja como for o contexto em que a dita narrativa foi inserida não apresenta qualquer reprovação ou censura da parte de Javé ou do redator... bela moralidade...

Quando deve falar e condenar as atrocidades narradas em sua santa palavra javé sempre se cala, como um defunto ou um sepulcro... parece que ele só tem palavras de cólera e maldição, jamais palavras de compreensão, justiça, bondade... Como estamos longe do espírito prevalescente no Novo Testamento!

É bem verdade que o profeta Jeremias, procurou livrar a cara de javé, asseverando que:

"Jamais ordenei tal tipo de coisa, isto jamais me veio ao pensamento." Jer 7,31 sg

Ezequiel no entanto não deixa dúvidas:

"EU MESMO LHES DEI POR PUNIÇÃO LEIS QUE NÃO ERAM BOAS E MANDAMENTOS QUE NÃO DIGNIFICAVAM A VIDA; EU OS LEVEI A PASSAR PELO FOGO TODO SER QUE VIESSE A ABRIR O VENTRE MATERNO; EU DESEJEI CASTIGA-LOS COM UM CASTIGO HORRÍVEL E OBRIGA-LOS A SABER QUEM É JAVÉ." EZEQUIEL 20,25 sg

E os fatos, alegados e elencados, corroboram a assertativa de Ezequiel, em que pese toda a boa intenção de seu par, Jeremias...

Eram MOLKS oferecidos a Javé, segundo o compromisso assumido junto ao Sinaí...

Eis porque os amorains e tanains ( que viveram nos primeiros séculos desta nossa Era) - sabendo que tais sacrifícios era consagrados a Javé - forjaram uma engenhosa versão segundo a qual os primogênitos hebreus não eram queimados como os primogênitos dos cananeus, mas apenas passados rapidamente pelo meio duma chama de fogo, como se fossem nossos bifes mal passados... 

Nossos Santos doutores e padres teóforos levados por um espírito de piedosa beatice receberam de braços abertos a cantilena dos rabinos a ponto de verem nela um símbolo do sacramento do Batismo...

Tudo frioleiras de rabinos ignorantes ou mal intencionados fabricadas com o intuito de vindicar a sacralidade de suas escrituras.

A Bíblia do Centenário, assumindo o ônus da honestidade, comenta:


"Trata-se certamente de verdadeiro holocausto, não de simples lustração pela passagem através de um braseiro... oferecidos a javé com o intuito de agradecer-lhe os benefícios ou de abrandar-lhe a cólera."

Tempo houve no entanto em que o clamor dos profetas - Isaias, Jeremias, Ezequiel, etc - teve de ser ouvido pelos sacerdotes, os quais primeiramente recusaram e posteriormente condenaram tais sacrifícios e com eles  o exemplo e a reputação de seus reis como Acaz a Manassés...

Eis porque o mandamento original (Ex 21,29 sg) foi reformado e suavizado no capítulo 34 (vr 19 sg):

"TODO SER SAÍDO DO SEIO MATERNO É MEU; SACRIFICARAS A MIM TODOS OS MACHOS PRIMOGÊNITOS DO GADO GROSSO E MIUDO. CONTUDO PODERAS RESGATAR TEU ASNO POR CABEÇA DE GADO MIÚDO; SE NÃO O RESGATARES HEI DE QUEBRAR-LHE A NUCA. RESGATARAS DO MESMO MODO O PRIMOGÊNITO DOS TEUS FILHOS. NÃO PODERÁS VER MINHA FACE COM AS MÃOS VAZIAS." 

Jesus declara: "O que de graça recebeste, de graça daí!"

Enquanto o beduino celestial do A T declara não estar disposto a receber quem quer que seja a menos que lhe traga presentes!!!

E os fanáticos dizem que é tudo a mesma coisa, Êxodo, João... quanta cegueira!

Fecho estas considerações com o apropriado comentário do Dr Cyro de Moraes Campos, sujas palavras faço minhas:

"A princípio os meninos eram queimados diante do deus. POSTERIORMENTE OS SACERDOTES, PROCURADORES SEUS, DECIDIRAM PROCURAR ALGO PARA SI MESMOS, ENTÃO JAVÉ PRINCIPIOU A TROCAR CINZAS QUENTES POR COISAS MAIS UTEIS: OFERTAS." in "História do judaismo antigo" 33

Concluindo a superstição, a barbarie e o fanatismo cederam passo ao utilitarismo... ideologia que quase todo líder religioso - especialmente o pentecostal - conhece melhor que Willian James...










Conclusão -



No que se refere ao judaismo nada temo no que diz respeito ao restebelecimento de sacrifícios humanos pois como já disse, no começo deste artigo, os hebreus não tem o péssimo costume de interpretar livremente as escrituras atribuindo a mesma - e por consequência da Deus - seus desejos, vontades e loucuras...


O mesmo já não se pode dizer do protestantismo ou melhor dos protestantes, em particular dos fundamentalistas, que costumam a enchergar suas próprias opiniões e desejos nos livros santos.


Quem já retirou a predestinação, o unitarismo, o mortalismo, o sabatismo, a lei do sangue e tantas outras fábulas dos escritos judaicos não haverá de retirar ainda mais?


O fato de ainda não haver seita que revindique para si o direito de oferecer os infiéis ao velho javé não garante nada pois de hoje para amanhã pode aparecer um maluco qualquer que funde a dita seita e revindique para ela o direito de imolar seres humanos com base no referido verso enquando 'palavra inspirada e infalivel de deus.'


Que textos como estes, continuem sendo apresentados - pelo protestantismo como palavra inspirada e infalivel de deus - e venham a cair nas mãos de pessoas sem juizo e sem escrupulos, parece-me extremamente perigoso para toda a sociedade.


Acrescente-se a esta conjuntura judaizante alguns temperos sobrenaturais como a profecia e pronto tereis uma bomba espiritual!


Não é por acaso que o livre examinismo tem dado origem a esses Jim Jones e Davids Koreshes da vida...


Eis o que espera o Brasil...


Como se não tivessemos já tantos problemas de ordem material para solucionar teremos doravante de nos haver com cada vez mais problemas de ordem espiritual causado pelas teorias protestantes do Livre examinismo e da inspiração plenária...


Pobre Brasil, pobre povo...
Saiba mais sobre as deletérias consequências do livre examinismo lendo as linhas abaixo:
"Faz pouco mais de vinte anos que, em 11 de novembro de 1978, ocorria na Guiana o maior suicídio e massacre em massa de membros de seitas evangélicas apocalípticas de que se tem notícia até hoje.

Sob o comando do reverendo norte-americano Jim Jones, 914 seguidores da seita Templo do Povo foram forçados a beber uma mistura de suco de laranja, cianureto e analgésicos - nas crianças, a solução foi injetada com seringas.

Os que se recusaram a beber o coquetel acabaram sendo mortos a tiros.

Os corpos foram encontrados espalhados pelas casas e no terreno da comunidade religiosa, conhecida como Jonestown (em homenagem ao seu fundador), localizada a 240 quilômetros de Georgetown, perto da fronteira com a Venezuela. Poucos conseguiram escapar.

Nascido nos Estados Unidos, Jones começou a fundar seitas religiosas evangélicas na década de 50 na Califórnia e, no fim dos anos 60, os diversos grupos por ele formados foram unificados no denominado Templo do Povo. Sua religião pregava o desenvolvimento da força moral e o desapego pelos bens materiais. Em 1970, a sede da seita foi transferida para São Francisco, onde Jones se tornou um político influente, com o enorme crescimento de sua seita evangélica, chegando a possuir emissoras de rádio e de televisão, elegendo, assim, facilmente muitos membros para cargos políticos."
Contra fatos não há argumentos possiveis. Aug. Comte



Afaste-se do leitura indiscriminada da Bíblia - leia apenas o Evangelho ou o Novo Testamento buscando o sentido que lhe foi dado pelos padres da Igreja (em especial pelos padres orientais que liam grego) - afaste-se do culto ao líder, arrenegue o sobrenaturalismo exacerbado, ame ao próximo, faça o bem a todos e cuide de sua família. Salve-se desta geração perversa!
PORQUE DEUS É AMOR E NÃO TEMOR!!!

Saiba que DEUS tem um nome, o qual é JESUS e não javé.
Sirva e adore apenas a Jesus no qual estão o Pai, o Filho e o Espírito Santo, DEUS ÚNICO, SUFICIENTE, PURO, PERFEITO E FORA DO QUAL NÃO HÁ OUTRO.
























Nenhum comentário: