Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

XV - Dizem os protestantes (Erros em matéria de História profana) / A Verdade

Dizem os protestantes: "Além disso tais livros estão em franca contradição com a História profana." Davidson. Samuel in Id pp 347 & Angus. Joseph in Id 83

"Eles são abundantes em imprecisões e anacronismos históricos e geográficos." referenda o apologista protestante Josh McDowell



A VERDADE



Ah telhado de vidro, pedra nele...

E desde quando a História profana é objeto da Divina Revelação? Os protestantes no entanto substituem o Cristo e seu Reino por lições de História, Geografia , Biologia, Sociologia...

Tendo perdido de vista o testemunho profético de Jesus e a preparação de sua vinda nossos sectários encaram a Bíblia como uma espécie de Enciclopédia infálivel ou de almanaque dos escoteiros bem a gosto do Zezinho, Huguinho e Luizinho...

Como deus não tinha nada de melhor para fazer resolveu manifestar-se como mestre escola e corrigir os erros cometidos por nossos historiadores, geógrafos, biólogos, etc

Embora ele raramente se saia melhor do que eles nas páginas de sua Tanak.

A ponto de asseverar que os céus, onde se movimentam nossos aviões, são feitos de bronze, que acima deles há um gigantesco oceano e que a chuva cai sobre a terra quando os anjos abrem as comportas divinas... enquanto isto os Drs Angus e McDowell morrem de rir com nossos 'apócrifos'...

Por que então nossos homens não gargalham???

Simples meu amigo: porque quando as inexatidões, anacronismos e obscenidades encontram-se nos protocanônicos são 'inspiradas' ou coisa que se deve atribuir a deus; e a respeito das quais seria grave pecado rir...

No entanto tais escritos contêm fábulas a respeito de animais falantes como a narrativa da 'burra de Balaão'!!! Como no entanto tal narrativa encontra-se na Torá nossos protestantes continuariam acreditando nela mesmo que o livro declarasse que a burra falava pelo cu... Esta escrito meu irmão! Maktub!!!

E se estivesse escrito que Jonas engoliu a Baleia? Glória a deus meu irmão! Como esta narrativa arqui ridícula encontra-se num escrito recebido por pai Calvino os pastores acreditariam da mesma maneira!!!

Como acreditam que todos os dinossauros do planeta couberam num antigo navio da madeira... e que apesar dos esforços de Noé, devem ter morrido afogados...



Alias, erros escabrosos em matéria de História e geografia é o que não falta nos registros protocanônicos:

- Davi arrecadando Dáricos...

I cron 29, 7 por exemplo refere como o rei Davi teria recolhido 10.000 DÁRICOS para financiar as obras do templo... OS DÁRICOS NO ENTANTO SÓ PUDERAM SER EMITIDOS CERCA DE MEIO MILÊNIO DEPOIS PELO GRANDE REI PERSA DÁRIO... Eis aqui um anacronismo escorchante não é Dr McDowell???

- As imaginarias estrebarias gigantes de Salomão:

EXCAVAÇÃO CONTRADIZ A HISTÓRIA DOS REIS DAVID E SALOMÃO

"O papel dos reis David e Salomão na História antiga É MENOR DO QUE LHES ATRIBUI A BÍBLIA, afirma o diretor da Faculdade de Arqueologia de Tel Aviv, Israel Finkelstein.
Escavações recentes e Meggido (armagedon, baixa Galiléia) demonstram que alguns restos arqueológicos atribuidos ao século X a C, época de David e Salomão, datam na VERDADE DO SÉCULO IX a C A ÉPOCA DO REI ACAB.

A tese de Filkenstein desencadeou muitas polêmicas em Israel porque a Bíblia apresenta Acab, que reinou de 871 a 851 a C como um rei ímpio.

Ele era casado com Jesebaal princesa de Tiro, que introduziu em Israel o culto de Baal, divindade adorada pelos cananeus, cuja terra havia sido ocupada pelos israelitas...

"Não diria que David era chefe de uma potência local, mas sim duma tribo de guerrilheiros muito propenso ás relações públicas." afirma o arqueologo...

Há alguns anos, o piedoso arqueologo israelense Yehosua Ezio verificou que nos restos do século X a C NÃO SE OBSERVA O FAUSTO ATRIBUIDO A SALOMÃO...

Jornal "A tribuna" Santos, ano 1999


- As pérolas históricas de Daniel:

"Nessa mesma noite, o rei Baltazar foi assassinado e Dário, o medo tomou o poder." Dn 5,30

"DE DARIO O MEDO NADA SE SABE. PARECE QUE O AUTOR DO LIVRO CRIA QUE O GOVERNO HAVIA PASSADO DOS BABILONICOS AOS MEDOS E QUE DARIO FOI O PRIMEIRO REI DA NOVA DINÁSTIA. OS HISTORIADORES NÃO TEM NOTICIA ALGUMA SOBRE UM REINO MEDO ENTRE A DOMINAÇÃO BABILÔNICA E A PERSA." in 'Comentário de Abingdon" p 776

"DARIO O MEDO É DESCONHECIDO DOS HISTORIADORES, ALIAS, CIRO 'O PERSA' JÁ HAVIA SUMETIDO OS MEDOS ANTES DE TOMAR BABILÔNIA." Bíblia de Jerusalem, nota loc. cit.

Até mesmo o fanático e obscurantista G Archer é obrigado a confesar - a outra opção seria mentir - "NENHUM ESCRITOR ANTIGO REFERE-SE NOMINALMENTE A ELE." Id p 327 Ou seja ela pura e simplesmente não existiu...

É certo que o falastrão Whitcomb ousou identificar DARIO, O MEDO com GÓBRIAS (Gubaru / Ugbaru), Gobrias no entanto foi Satrapa e não governador de Babilônia e muito menos foi Dário, uma vez que Dário - Darayavahush (o bondoso) - NÃO É, COMO QUEREM OS IMPOSTORES, TÍTULO, MAS NOME PRÓPRIO. Todos esses erros desastrosos e desonestidades clamorosas foram admitidos pelo Dr H H Rowley, que abandonando os preconceitos religiosos, reconheceu serem Dário e Góbrias duas personalidades totalmente distintas, o que alias, é sabido de todos.

É o que dá querer acomodar a História real aos preconceitos religiosos apelando aos equivocos do profo Albrigth em matéria de filologia...

Passemos pois a palavra a um protestantes honesto, que sabe honrar a graça de Jesus: "Belsazar não foi nem filho, nem neto, nem sequer parente de Nabucodorozor, sendo sucedido por Evil Merodak, este por Niriglissur, este por Labash Merodak, e este por Nabonides pai de Belsazar, que usurpou o trono em 555... Mais ainda FOI CIRO O PERSA E NÃO DARIO, O MEDA QUEM CONQUISTOU A CIDADE DE BABILÔNIA, DARIO FILHO DE HISTAP SÓ SUBIU AO TRONO EM 522 APÓS CAMBISSES E GAUMATA." id 424

Tantos quantos leram Heródoto devem estar bem lembrados de que os nobres - a exceção de Otanes que declinou em troca de imunidade para sua casa - que depuseram o falso mago fizeram uma espécie de aposta em torno de um cavalo, e que Dário, auxiliado por um de seus servos venceu a apósta tornando-se rei, dos reis.

http://oprotesto1.blogspot.com/2008/12/uma-falsificao-proftica-o-livro-de.html


- As pérolas de Ester...


Aqui a coisa chega a ser escabrosa.

Uma vez que Mordechai - Apresentado em Ester 1,3 - como sendo um dos deportados por Nabucodorosor sob Jeconias em 598 a C é apresentado em Ester 3,7 como estando vivo e cheio de vigor no duodécimo ano de Assuero, o Ashverus ou Ashersheas i é Xerxes; o qual como sabemos teria subido ao trono cerca de 485 a C. Sendo assim o priminho de Ester, contaria (consideremos que foi levado para o exilio com cerca de 15 anos de idade e, consequentemente, que tivesse nascido cerca de 613 a C) com cerca de 130 anos cerca de 473 (o décimo segundo ano de Xerxes)...

E NO ENTANTO A JOVEM E FORMOSA ESTER, é sua prima ou como declara o registro 'Filha de um seu tio.' APESAR DE SER NO MÍNIMO CEM ANOS MAIS JOVEM!!! A menos que fosse formosa aos cinquenta ou sessenta ou que os persas encarassem suas avós como 'jovens'...

Sabemos no entanto que os reis persas tomavam suas consortes rainhas exclusivamente de uma das sete grandes famílias e que - segundo Heródoto - Xerxes teria desposado Amestris, e não uma estrangeira de nome Ester; alias um nome jamais referido pela literatura persa e tampouco pela grega...

Tampouco subsiste qualquer notícia ou narrativa a respeito duma perseguição religiosa promovida pelos persas contra seus súditos judeus; antes pelo contrário mesmo sob a ameaça de Skandar Roumi permaneceram os judeus, sob a liderança de seu profeta Yados, fiéis ao regime dos persas. O que certamente não teria se dado caso tivessem sido eles perseguidos ou molestados pelos persas durante qualquer tempo...

Por outro lado o aparecimento do livro - juntamente com Daniel e Judite - cerca do ano 230 a C - corresponde exatamente ao período em que os judeus, tendo sofrido perseguição por parte dos Selêucidas, careciam deste tipo de 'Literatura piedosa' cujo foco estava voltado para um passado imaginário em que os ancestrais haviam testemunhado o cuidado amoroso do deus...

Aqui, um anacronismo dá mão ao outro para formarem juntos uma tremenda xaropada...




quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sintese: Do Testamento antigo e do verdadeiro exame das escrituras


Em cerca de 100 (cem) artigos alistamos cerca de cento e cinquenta (180) erros contidos no Testamento antigo os quais podemos dividir em três categorias:


I - Contradições internas. (como as existentes nas narrativas de Samuel e das Crônicas)


- Sobre a idade com que Ismael foi regeitado.

- Sobre a idade com que Abraão saiu de Haran.

- Sobre a duração do cativeiro no Egito.

- Sobre a punição dos pecados.

- Sobre a conquista das planícies de Canaã.

- Sobre o irmão de Golias.

- Sobre a cabeça de Golias.

- Sobre o fim de Saul.

- Sobre que poder teria levado David a ressencear o povo.

- Sobre o louco em provérbios....



II - Contradições entre o antigo e o Novo Testamento. (como as existentes entre o Sermão da Montanha e o pentateuco)


- Do amor aos inimigos

- Do cultivo da paz

- Do exercício da misericórdia

- Da pobreza material
"A properidade é a benção do Velho Testamento e a maldição do Novo." Lord Bacon in Robertson - 1952 pp 114

- Dos sacrifícios sangrentos

- Dos alimentos contaminados

- Da sabatolatria...




III - Contradições entre o Velho antigo Testamento e a ciência.


- Da forma do mundo

- Da origem do mundo

- Da idade do mundo

- Da origem dos animais

- Das idades dos patriarcas

- Do Dilúvio

- Da torre de Babel

- Dos madianitas

- Das cavalariças de salomão

- Do morcego classificado como ave

- Da Baleia classificada como peixe

- Do emprego da violência na educação dos filhos...



Além, é claro, das importações estrangeiras:



- A arca da aliança

- O plano do santuário

- O horror aos talheres estrangeiros

- O juramento feito com um toque nos genitais alheios

- O sacrifício da vaca ruça

- A circuncisão

- O nome de Yhao

- O altar dos perfumes

- A mesa de pães

- O menorah

- A astrologia

- A crença em anjos e demônios

- A imortalidade da alma

- As punições é recompensas no além túmulo

- A ressurreição final...





Das quais podemos tirar as seguintes conclusões:




De I - O Testamento antigo comporta opiniões e crenças contraditórias e divergentes conforme seus livros foram escritos em momentos diferentes no decorrer de no mínimo dez (10) séculos.



Cumpre pois estuda-los numa perspectiva cronologica para que sejamos capazes de captar a evolução religiosa do povo hebreu e não numa perspectiva mágico/linear.



Espiritualmente falando os livros hebreus se tornam mais verazes na medida em que estão próximos do advento de Nosso Senhor Jesus Cristo.




De II - A suprema autoridade no que concerne a fé da igreja é o Novo e perpétuo Testamento de modo que por ele se regula o sentido do antigo Testamento e não o contrário.



Em caso de oposição Cristo e seus apóstolos sempre estão com a razão e os patriarcas e profetas equivocados.




De III - Tais livros não foram escritos com o objetivo de ministrar ensinamentos de ordem profana ou científica, do contrário não comportariam os erros que comportam uma vez que Deus é o autor e mantenedor da natureza.




Geral -




O valor do Testamento antigo se reduz:



- Ao progresso espiritual ou religioso da nação hebraica.



- Ao Testemunho profético referente ao advento e a missão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. (valor principal)



Encarado sob este aspecto Crístico, Cristologico e Cristão o Testamento antigo é imensamente precioso para todos nós.


Encarado literal, linear e magicamente é uma pedra de tropesso para toda a Cristandade.


Donde a leitura do Testamento antigo feita pelo ortodoxo em busca por Cristo e seus sinais é sempre util e edificante enquanto que a mesma leitura feita por um sectário em busca da doutrina e da lei Cristãs é sempre trágica...


Em última analise o valor da leitura dependerá sempre do leitor e de sua preparação.





DA LEITURA DO TESTAMENTO NOVO - eliminando duas mediações inconvenientes.



Como já tivemos a oportunidade de assinalar a leitura do livro sagrado encetada pelos protestantes passa por no mínimo duas mediações humanas as quais lha convertem numa leitura meramente humana.



Para que falamos da leitura do Testamento Novo uma leitura divina pela captação do sentido, devemos tentar eliminar estas duas mediações.



A primeira e mais perigosa diz respeito as traduções humanas, todas humanas, todas faliveis, todas inquinadas de erros e opostas umas as outras.



Convem abandonar essas Bíblia ou Novos Testamentos de Almeida, Valera, Diodati, etc e estudar a lingua grega de modo a poder ler a palavra de Cristo e dos apóstolos em seu original inspirado e infalivel, sem mediação humana.


Caso tal não seja possivel de imediato deve-se adotar uma versão literal ou interlinear.


Quem é iniciado na lingua de Chaucer e Shakespeare conta com a magnifica obra de Wetscott e Hort.



Quem ignora o inglês pode lançar a Almeida as urtigas e iniciar um estudo sério do NT através do Novo Testamento interlinear traduzido por Scholz e publicado pela SBB.



Há ainda o 'Comentário versículo e versículo' de Champlinn que também se presta a tais estudos.



Partindo das traduções/tradições humanas de Almeida, Valera, Diodati, etc não se chega a lugar algum...



A segunda mediação a ser eliminada é a mediação humana representada pela ignorância e pelo despreparo do próprio leitor.


Para vencer esta segunda mediação convem estudar e tomar conhecimento sobre o sentido que os padres da igreja davam a cada texto em questão.



Também é util conhecer - ao menos de passagem - as opiniões de cada reformador ou teologo protestante (refiro-me aos de maior relevo como Arminius, Barth, Brunner, etc) para verificar se se fundamentam na opinião de um único padre (Agostinho de Hippo), na tradição geral dos padres (católica) ou em si mesmos.


A última solicitação que fazemos aos protestantes diz respeito a isenção...



Pois aquele que deseja examinar uma determinada questão deve esforçar-se por faze-lo imparcialmente, partindo do princípio, sem idéias pré concebidas.



Não vivem nos convidando ou desafiando para que examinemos nossa Igreja e para que coloquemos a tradição a prova?



Que comecem a nos dar exemplo livre examinando o protestantismo... ao invés de receber as teorias ensinadas por seus líderes tão dogmaticamente quanto os romanistas recebem os decretos de seus papas.



Aceitamos pois o repto de nossos adversários protestantes, pois como ortodoxos e filhos da verdade nada temos que temer.



Não pretendemos fugir a livre examinação proposta pois estamos convencidos de que a ortodoxia saíra dela como o ouro sai do crisol...



Exigimos todavia que a examinação seja objetiva, metódica e séria e não uma examinação de feira ou de mercado que se faz entre os berros e exclamações.



Uma examinação destas seria perda inutil de tempo precioso...



Pois o tempo foi feito para as obras santas e piedosas e não para a controvérsia inutil...



Para que retomemos nossa disputação em torno da verdade Cristã estabelecemos quatro padrões de objetividade:



a) A examinação deverá ser imparcial e o protestante, como nós, tentará compreender ou assimilar os argumentos contrários com a maior boa vontade.


Como se fossem equivocos que partem duma mente confusa em demanda da verdade e não como um meio de tentar confundi-lo ou engana-lo.


Do contrário, se deixamos de encarar o adversário com simpatia, a dita controvérsia perde seu sentido.



b) A examinação será Neo Testamentária e Cristologica.



Todos os textos referentes a lei e a doutrina Cristãs deverão ser extraidos do Novo Testamento em especial dos Evangelhos.



O Evangelho, que é a palavra de Jesus, deverá ser aceito pelas partes como o último e definitivo recurso da controvérsia.



Nada que seja expressamente condenado por ele poderá ser admitido como válido e verdadeiro e nada do que seja expressamente admitido como certo por ele poderá ser regeitado pelas partes.


A isto se chama soberânia do Evangelho.




c) O exame das citações será sempre pautado no Texto Grego ou nas versões interlineares.


Recorrer-se-a quando necessário a comparação entre as diversas traduções.


A indicação do texto será sempre normativa quando lho classificar como parabola ou não.




d) Quando o sentido for literal deverá fundamentar-se numa analise gramatical da palavra e numa analise igualmente gramatical do contexto.



Essa analise também levará em conta as tradições hebraicas sempre que os interlocutores do Senhor forem hebreus.


O testemunho dos padres da igreja será admitido ao menos como um testemunho histórico.



Bibliografia -



A - Metodologia -


O 'Organon' de Aristoteles.

As 'Memorabilia' de Xenofonte.

Os 'Dialogos' de Platão'

As orações' de Cícero

A retórica' de Quintilianus

A 'Summa Teologica' de Tomas de Aquino.

Sinibaldi T "Praeletiones..."

Ernesti "Elementary principles of interpretation"

J J Conibeare "Interpretation of scripture"

F H Scrivener "Criticism of the new testament"

Joseph Kohlgruber "Hermeneutica biblica generalis"

J G Planck "Introduction to sacred philology and interpretation"





B - Evangelho e Novo Testamento -



Wetscott e Hort.

Vilson Scholz. SBB interlinear

Russel N Champlinn - Comentário versículo a versículo.

Deão Alford "The greek testament..."

Olshausen Hermann "Biblical commentary on the new testament..."

J. kitto "The biblical cyclopedia..."

T. H. Horne "A Manual of biblical..."

De Wette "New testament Translated.."

M Nicolas "Études critiques sur la bible: Noveau Testament"

Joseph Angus "The Bible hand book"

A Septuaginta. (VT empregado por Jesus e pelos apóstolos)

A Biblia de Jerusalem.





C - História -



Patrologias: Quasten, Tixeront, Funk, Bardenhawen, Menzies, Reuss e especialmente Migne.


Traducões:

Etereal Library.

Sources Christienes

Biblioteca de los autores cristianos

Paulus eds Padres apostólicos e Padres apologetas.

Clemente de Alexandria: Pedagogo/ Stromata/ Protrepticos e Hipotyposis (Adumbrationes)

Origenes - Contra Celso e De principiis (Peri arkon)

Eusébio de Cesaréia: História eclesíástica/ Preparação Evangélica e Demonstração evangelica

Histórias eclesiásticas de Sócrates e Sozomen.
Crônicas de Alexandria, Edessa e Arbela.

Epifânio de Salamina "Panarion"
Cirilo Ab Alex. "Contra Juliano"

Teodoreto de Cirro "Eranistes"

Severo de Antakia "Contra o ímpio gramático"
Anastacio Sinaíta "Viae Dux"

Damasceno: Sacra paralela/ A fé ortodoxa/ Pege Gnosis e Das sagradas imagens.

Eutimio Zigabene "A panoplia ortodoxa"

Juan Maldonado "Comentarios a los cuatro evangelios"

Cornelius Lapidem "Comentarios in totam Scriptura."





D - Sobre os judeus do tempo de Cristo -



Josefus "Antiguidades judaicas"

Samuel Basnage "Histoire des juifs"

Lightfoot "Hebrew and talmudical exercitations..."

Buxtorfius "Synagoga judaica de judeorum fide..."

Vitringa "De vetera synagoga..."

Christian Schoettgen "Horae hebraicae et talmudicae..."

David Drach "De lharmonie entre l eglise et la synagogue"

Lirano "Comentarios a los evangelios..."

Tostato "Cometario al Evangelio de Mateus"

Sanctes pagnini "Commentariae..."

Franciscus Vatablius "Notula..."

Hieronimus Oleastro "Exposições..."

Sixto Senense "Bibliotheca sacra"

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O deus judaico/protestante não sabe distinguir aves de mamiferos.



“Entre as aves, eis as que tereis abominação e de cuja carne não comereis, porque é uma abominação:

a águia, o falcão e o abutre, o milhafre e toda variedade de falcões, toda espécie de corvo, a avestruz, a andorinha, a gaivota e toda espécie de gavião, o mocho, a coruja e o íbis, o cisne, o pelicano, o alcatraz e a cegonha, toda variedade de garça, a poupa E O MORCEGO
(M O R C E G O)." Lv 11,13


Mas será que o morcego é mesmo uma ave, como afirma a infalivel palavra de deus?



Eis o que nos diz a resvista super interesante: "O traço mais remoto da separação da linhagem humana dos demais primatas tem entre 5 e 6 milhões de anos. Os morcegos chegaram bem antes. Dos mamíferos que começaram a ocupar o planeta após a extinção dos grandes lagartos, que dominaram o mundo até 65 milhões de anos atrás, eles estão entre os mais antigos" ed 181


Morcegos não são mamiferos já porque não botam ovos - fora os fundamentalistas ninguém ainda conseguiu descobrir os ovos do morcego - já porque amamentam seus filhotes, já porque são dotados dum a fina penugem a qual reveste seus membros. Segundo Fontes (2004) esta maravilhosa descoberta também deve ser registrada na conta de Aristóteles... o qual, sem inspiração alguma, constatou o fato.


Afinal, as aves, ao contrário dos mamíferos, botam ovos (aves não dão luz a filhotinhos), alimentam suas crias com matéria de origem externa (ao invés de amamenta-las, pois não existem aves com tetas), são dotadas de asas e penas (E não de pelos) e não possuem dentição...


Donde se infere que o morcego não é nem pode ser uma ave que 'Dá cria, amamenta seus filhotinhos e é revestida de pelos' rsrsrs MAS UM MAMÍFERO VOLÁTIL OU SEJA UM MAMÍFERO CAPAZ DE VOAR CORTANDO OS ARES...

Agora, prestemos bastante atenção no seguinte dialogo virtual entabolado entre um agnóstico e um fundamentalista:


A - Porque a Bíblia classifica o morcego como ave?

"Porque Darwin ainda não tinha inventado a teoria da evolução das especies e nem a nomeclatura . Reino, filo, classe, ordem, família, gênero e especie . Só muitos anos depois é que tudo isto foi criado."






Dissertatio:


Que tem a ver o cú com as calças?


Estamos falando sobre taxomonia (que não significa estudo do taxi) e não sobre a evolução das espécies, ou seja de assuntos totalmente distintos...


Mesmo assim o espectro de Darwin paira sobre o nosso fundamentalista como a espada sobre Tântalo... Roeram a roupa do rei de Roma, quem foi? Darwin é claro...


Tudo é Darwin... e Darwin esta sempre por trás de tudo...


Afinal, Darwin era ateu (outra cascata)...


E assim fica tudo resolvido: a ciência é falsa (logo não precisamos perder tempo estudando-a) e o Velho Testamento a inspirada e infalivel palavra de deus...


rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs



1) Darwin não inventou a evolução biologica, limitou-se a elencar evidências concretas em seu favor, como os fósseis, especiação, orgãos vestigiais, etc


Toda pessoa medianamente culta e informada sabe muito bem que o verdadeiro responsável pelo ressurgimento da teoria da evolução no cenário científico moderno foi o francês J. B. Lamarck. (ao publicar em 1809 a obra "Philosophie zoologique").


Grosso modo os antigos gregos, a começar por Anaximandro de Mileto, foram os primeiros a postular que os seres vivos procedem uns dos outros por evolução. Enquanto os israelitas, adormecidos em sua cultura mitológica (pré científica) elencavam Baleias como peixes, morcegos como aves, Leviatans e Behemots como componentes da fauna, etc

Isto não nos espanta nem um pouco.

São as vicissitudes dos tempos.

O que nos espanta e muito é que nossos fanáticos continuem a ensinar tais imbecilidades em nome de deus... Isto sim parece-nos sumamente grave.



2) Quanto a nomenclatura taxomônica: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie, sua elaboração nada tem a ver com Ch. Darwin mas com o fixista Carolus Von Linné - um sueco que floresceu cem anos anos antes do patriarca evolucionista - e com o francês Buffon, igualmente anterior a Darwin em um quarto de século.


Conclusão: Darwin não é o autor da dita nomenclatura e tampouco do conteúdo por ela representado.



3) O que importa no entanto não é quem inventou a nomenclatura taxonômica e cindiu os dominios da natureza, mas se tal nomenclatura corresponde a algum tipo ou forma de seres cuja existência seja real; sendo, neste caso, verídica; ou, caso não corresponda a algo real, falsa.


Posto está que existe um grupo específico de animais que não põe ovos, que amamenta e que é provido de pelos e dentes; tais caracteristicas existem verdadeiramente no domínio da natureza e caracterizam um determinado grupo de seres vivos - classificados como mamiferos - particularizando-o face aos demais, dentre os quais aquele que é constituído por seres oviviparos, providos de asas e isentos de produção láctea, a saber, pelas aves.

Os termos mamifero e ave não são como insinuam os fanáticos inconsistentes, imaginários ou vazios de significado enquanto capazes de exprimir certas categorias de ser que existem na realidade distinguindo-as uma da outra.

São pois verdadeiros e não falsos. Objetivos e não subjetivos. Reais e não fabulosos...


Partindo das premissas fundamentalistas segundo as quais: (1) a Bíblia - leia-se Velho Testamento - é sobrenaturalmente inspirada e infalivel em cada uma de suas partes e que toda sorte de afirmações e conhecimentos nela registrados são absolutamente verídicos (tal a crença protestante na inspiração linear e plenária) & (2) deus, seu autor - além de produtor da natureza criada - é plenisciente; não há como fugir a conclusão segundo a qual o morcego - que é um animal cujas características são notadamente as de um mamífero - deveria ser incluído na categoria dos mamíferos e não na categorias das aves, a qual verdadeiramente não pertence.


Aceita a alegação fundamentalista (de que a Bíblia é uma espécie de Enciclopédia infalivel que abarca todas as formas de conhecimento, inclusive o profano ou científico) só nos restaria concluir que o deus em questão ignora supinamente a natureza que ele mesmo produziu, quiçá devido a amnesia ou Alzheimer...

Como 'senhor dos milagres' que é, porque o deus fundamentalista, não produziu ele mesmo a taxonomia dos seres vivos que criou, inserindo-a nas ditas escrituras hebraicas como demonstração de sua tão alentada infalibilidade??? Pouparia tempo a Linné e a Buffon e eliminaria duma vez por todas tantas discussões desagradáveis em torno de sua palavra... Imaginem só os antigos israelitas, no fundo de seus desertos ou montanhas, produzindo a nomenclatura dos seres vivos... acaso não estaríamos diante de um milagre inquestionável???

Acontece que os registros hebraicos são tão ineptos em matéria de profanidades ou de ciências naturais que tomam mamíferos por peixes e aves... digo os registros hebraicos ou a bíblia hebraica porque atribuir tais erros a divindade equivaleria a blasfemar!!! É exatamente isto que fazem os fundamentalistas e fanáticos quando atribuem os erros dos sacerdotes desmiolados ao Supremo, Eterno e Infinito Ser.


A única solução possível:

Deus é plenisciente, tudo sabe e nada pode ignorar.

Todavia não é sua intenção sua ministrar aos seres humanos conhecimentos e informações que eles podem descobrir por si mesmos, através da percepção, da experiência e da reflexão.

Donde se infere que a imanência ou o mundo natural dos fenômenos não é objeto da instituição religiosa comunicada por Deus.

A escritura só é de fato palavra inspirada e infalível de Deus quando cumpre o propósito espiritual ou religioso para o qual foi posta e que consiste em informar-nos sobre ele, Deus, sobre sua Lei, sobre a imortalidade e sobre o reino eterno.

O antigo testemento é inspirado em tudo quanto se refere a figura, ao advento e a missão de Nosso Senhor Jesus Cristo em termos que são por assim dizer proféticos.

As demais palavras e passagens pertinentes a assuntos de natureza cosmologica, humana ou social não passam de elementos ou de expressões culturais produzidas pelo povo israelita, logo, sem qualquer utilidade para o povo de Jesus Cristo.

A doutrina Cristã devemos procura-la e busca-la na Palavra de Jesus Cristo ou seja nos Santos e divinos Evangelhos bem como na pena apostólica e demais registros do Novo Testamento. 

Somos levados a tais conjecturas porque o morcego não é, nunca foi e jamais será uma ave... em que pesem as falsas alegações da Torá.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

SÉRIE 'ERROS DO VELHO TESTAMENTO': A ORIGEM DO MAL...

Neste artigo o amigo leitor encontrará os seguintes temas:


  • Raízes do Machismo - as dores do parto - e os pastores contra a anestesia
  • O simbolismo da serpente e o culto da fertilidade (a deusa mãe)
  • A satanização da serpente
  • Não há qualquer alusão literal a um Diabo ou Satanas no Gênesis
  • A noção de trabalho como castigo e o fetichismo da teologia da prosperidade
  • O simbolismo da árvore e seu culto
  • A ideia do paraíso jardim enquanto construção de nômades recêm saídos do deserto
Boa leitura, que ela seja capaz de abrir e ampliar cada vez mais seus horizontes!!!













"EIS QUE AUMENTO AS DORES DA TUA GRAVIDEZ E NO SOFRIMENTO DARÁS A LUZ A TEUS FILHOS." Gn 3,16







Passamos de imediato as palavras ao general Abreu e Lima, tão citado e estimado pelos protestantes quando ataca a igreja romana:





"A sabedoria é para o deus de Moisés um atributo exclusivamente seu, pelo que deseja manter Adão mergulhado na ignorância. Compreendei pois que a ignorância é uma virtude, quiçá igual a santidade.





Teme pois que Adão adquira inteligência para sí.





E se lança-se mão da árvore da vida e comesse de seus frutos, tanto pior, pois viveria para sempre.





Por isso o expulsa do paraiso e põe a suas portas um anjo com espada flamejante a mão. Para que lhe vede o acesso a árvore da vida.





O DEUS DE MOISÉS NÃO TEME APENAS QUE ADÃO VENHA A CONHECER O BEM E O MAL, MAS AINDA QUE COMESSE DOS FRUTOS DA ÁRVORE DA VIDA, QUE ELE MESMO - DEUS - PUZERA NO CENTRO DO PARAISO, ADQUIRINDO ASSIM A VIDA ETERNA.





DE SORTE QUE SE COMESSE DE TAIS FRUTOS O TAL DEUS NÃO TERIA COMO DESTRUIR ESSA VIL CRIATURA QUE TIRARÁ DO PÓ.





PORQUE SE ADÃO COMESSE DA ÁRVORE DA VIDA (A QUAL SENDO ÁRVORE OU VEGETAL DEVE SER PERECIVEL) VIVERIA ETERNAMENTE CONTRA A VONTADE DE SEU SENHOR (!!!).





SE TUDO ISTO NÃO PROVA QUE O GÊNESIS FOI ESCRITO POR UMA HOMEM FÁLIVEL, ESTAMOS DIANTE DO CÚMULO DO ABSURDO." Abreu e Lima, iden, p 35











Tal o veredito do 'grande' general Abreu e Lima, sobre a estória da queda.





Uma estórinha que envolve árvores exóticas, tráfico de frutas, serpentes com asas ou patas, e outras aberrações do gênero, mas que, parte dos protestantes recebe literalmente...





Alguns poderão replicar dizendo que não há mal algum em se levar a sério a dita estórinha...
afinal nossos filhos são são ensinados a crer na existência do Papai Noel e do coelhinho da Páscoa?




O grande problema é que a interpretação literal desta cândida e inofensiva 'estorinha' tem dado origem a teorias e práticas verdadeiramente monstruosas.





Já porque dos castigos lançados sobre a serpente, a mulher e o homem, infere-se:





# Que antes do tráfico de frutas proibidas ser iniciado a serpente era provida de asas ou patas, passando desde então a andar rastejando sobre a terra...


Do contrário "Andaria ela saltitando com a pontinha de sua cauda?" (Shalders, p 34)

Por outro lado se andar com o ventre rastejando sobre a terra corresponde a um castigo divino "Que pecado teria cometido a tartaruga?"  Haroldo Cunha in "O super homem do ano 2000
# Que a mulher caso houvesse concebido e dado a luz antes do pecado não haveria de sentir dor alguma, logo as dores do parto são um castigo decretado pelo Criador face ao infame tráfico de frutinhas...


# Que antes do pecado a mulher não sentia desejo sexual ou não sabia o que era orgasmo, donde se infere, necessariamente, que o desejo sexual feminino ou o orgasmo é fruto do pecado (teu desejo te dominará, escreve o redator) ou seja um estado de coisas que não foi nem planejado nem querido pela vontade divina. Logo...



Que antes do pecado o homem possuia uma espécie de 'toalha mágica' bastando-lhe dizer - como na estórinha - põe-te mesa, para ter acesso a toda espécie de guloseimas: cereais, legumes, frutas e verduras fresquinhas... donde se infere, muito logicamente, que o trabalho é um castigo e o ócio o ócio e a vadiagem correspondem a virtudes...





Tais as doutrinas ou mensagens contidas na estórinha inofensiva...





"Acontece que teorias e doutrinas são teorias e doutrinas... enquanto a realidade é outra coisa..." dirá alguém, "Encaremos pois tais lendas e tais fábulas como algo puramente folclórico, diante do qual convem apenas sorrir."

De fato convem sorrir diante de narrativas semelhantes a 'caixa de Pandora' ou o 'cavalo de Tróia.' as quais ninguém ousa dar crédito...

Quantos dentre nossos amigos e parentes acreditam na existência das 'três parcas' ou no 'rapto de Europa'?

Em que a narrativa do assalto dos Cíclopes "Sobrepondo o Ossa ao Pélion, e o Pélion ao ampliselvoso Olimpo." influencia a vida das pessoas

De fato seriamos merecedores da compaixão universal, caso nos ocupassemos seriamente das fábulas e dos mitos tentando desacredita-los.

Sem embargo disto uma imensa hoste de religiosos fanáticos tem encarado e encara tais narrativas como absolutamente verídicas e dignas de crédito. Para eles tais doutrinas são sagradas, divinas e celestiais de modo que devem ser acolhidas com toda reverência pelos homens piedosos a ponto de servirem de baliza ou de padrão no que concerne ao comportamento e a própria vida social. Assim sacrificam o pensamento a fábula e recebem tais mitos com toda seriedade e boa fé deste mundo...



Quero dizer com isto, que de cada uma destas teorias ou doutrinas os fundamentalistas inferiram normas de comportamento, principios e valores e que cada uma delas acaba por inspirar e influenciar as vidas de milhões de pessoas... é através de tais narrativas que os sectarios aquilatam seus vizinhos, parentes e a sociedade como um todo; desejando transforma-la por sinal conforme o padrão das mesmas narrativas... empenhando nisto um esforço nada despresível.

De que temos exemplo na atual campanha homofóbica chefiada pelos pastores e nos esporádicos 'ressorgimentos' do machismo... e de certas posturas negativas face aos direitos das crianças e dos animais...


Poder-se-ia dizer que cada uma destas narrativas deu origem a práticas grotescas que atingiram de cheio a qualidade da vida e a dignidade de milhares e milhares de seres humanos, lesando-as a tornando-as verdadeiramente insuportáveis.





Aqueles que ignoram supinamente a história das mentalidades e crenças religiosas bem podem sorrir desdenhosamente, crendo que estamos aumentando e distorcendo as coisas, os fatos no entanto encontram-se registrados nos anaes da História e contra eles não pode haver argumento plausível...





Por causa da culpa que o livro atribuia a mulher (Eva) parte do povo Cristão - certamente a parte masculina - passou a encara-la como um ser demasiado frágil no que diz respeito ao corpo, tanto mais ignorante no que diz respeito a mente, mais defeituoso ainda no que diz respeito ao cárater, em suma: como a grande responsável por todas as desgraças que afligem a pobre humanidade e logo, como inapta para tomar parte na administração da cidade de Deus e na cidade dos homens, detarte a exclusão da mulher face ao político - iniciada pelos antigos gregos - perpetuou-se até quase nossos dias. Assim a mitologia judaica reforçou a grega - sobre a caixa de Pandora - prestando fundamento aos preconceitos machistas...



Assim trancafiada na cozinha e destinada a operar fornos e fogões - além das rocas e teares evidentemente - foi negado a mulher até mesmo o direito de instruir-se vindo a tornar-se um vetor de crendices e superstições de toda casta; e se não fosse o culto tributado pela Igreja a Virgem Maria, sob o título de 'Mãe de Deus' sua sorte teria sido ainda mais dura, conforme asseverou o insuspeito Malhock.





Foi-lhe vedado até mesmo sentir prazer durante as relações sexuais ou atingir o orgasmo sob a pena de ser considerada 'perdida' ou 'devassa'. Em algumas regiões as mulheres eram castradas (refiro-me a ablação do clítoris) para que não pudessem obte-lo de forma alguma, costume ainda em uso, atualmente, entre a gente bárbara do islã...





As igrejas grega e protestante adotaram como môdelo de piedade a velha viúva enquanto a igreja romana adotou o da moça virgem (leia-se FEIA E REGEITADA) destarte as mocinhas belas e namoradeiras, as senhoras bem casadas e felizes, bem como as viúvas alegres e tantas quantas mulheres desejassem viver passaram a ser logo encaradas como dissolutas ou mesmo como feiticeiras e seguidoras do Demônio, desde então veio a calhar o verso: 'Não deixarás viver a feiticeira.'


A sexualidade feminina passou a ser considerada tabú e a mulher como puro e simples objeto sexual ou como meio de procriação...





Saida do homem, criatura de criatura, deveria servi-lo; responsável por sua desgraça, deveria aplaca-lo...





Eis os saborosos frutos do gênesis... ou melhor do gênesis ad literam...





Diante de tais fatos não posso deixar de ficar pasmado diante de um número cada vez maior de de mulheres vinculado ao fundamentalismo... que o homem sustente a inspiração verbal e plenária de um livro que apresenta-o como rei e senhor absoluto da criação é perfeitamente compreenssivel, agora que a mulher afirme a inspiração plenária, linear e literal de um livro que apresenta-a como uma espécie de escrava, serva, animal ou objeto, alistando-a juntamente com eles, é verdadeiramente degradante.




São as 'inocentes uteis'...





MAL SABEM ELAS QUE QUANDO A ANESTESIA (REFIRO-ME AO CLOROFÓRMIO) FOI DESCOBERTA - PELOS IDOS DE 1830 - OS PASTORES PROTESTANTES LEVANTARAM-SE EM PESO PARA CONDENA-LA E PROIBIR SEU USO (SOB PENA DE CONDENAÇÃO ETERNA), RECORRENDO AQUELA BELA LIÇÃO DO GÊNESIS SEGUNDO A QUAL A MULHER HAVERIA DE DAR A LUZ ENTRE DORES... DIANTE DE TAIS PALAVRAS A ANESTESIA REPRESENTAVA UMA BURLA FACE AO DECRETO DIVINO DE CONDENAÇÃO DA MULHER.




Logo, afirmavam os pastores: a anestesia era uma invenção demoníaca, que se opunha a vontade de Deus e a seus justos juízos...





Uma vez que o deus hebraico/protestante aspirava por vingar-se vendo as filhas dos homens (por ai se vê que não tem filhas, como já diziam Lutero e Afonso Celso) estrebuchando e gritando de dor... quando um nobre e generoso mortal descobriu como elimina-la... Foi o quanto bastou para que os iluminados e profetas clamassem contra a 'ciência ímpia e sem deus' em nome da moral e dos bons contumes (eufemismo para designar os preconceitos judaicos infiltrados no corpo do cristianismo e alimentados pela canalha fundamentalista).





Podeis ler a narrativa de tudo quanto sucedeu-se naqueles tristes tempos no "Triunfo sobre a dor" de Fullop Muller.





A rainha Vitória no entanto, achando-se prenha, não teve dúvidas em burlar a lei divina, recorrendo ao clorofórmio ao invés de 'orar' pedindo que o 'deus dos milagres' diminuisse suas dores... desde então todas as mulheres, mesmo as fundamentalistas de carteirinha, passaram a aceitar a anestesia...

E o gênesis 3,16??? Foi para as cucuias... e ninguém mais resolveu cogitar dele...


Aos teólogos de carteirinha ficou o triste encargo e duro ofício de refazer as interpretações, o que não foi lá muito díficil graças a técnica do livre exame, que lhes permite trocar o sentido dos textos bíblicos como a serpente munda de pele e nós de roupa...





Coisas há no genesis que nem toda a fé dos fideistas é capaz de engolir literalmente, ou a seco, como dizia minha falecida avó, tal o decreto de genesis 3,16.

Azar das mulherzinhas ignorantes e fanáticas que deram ouvidos aos pastores e sofreram resignadamente o 'juízo do Senhor'...


Afinal, se como garante o profo Shalders (pp 34) "O castigo adicional de comer terra todos os dias deve ter sido comutado, haja visto que as serpentes de hoje não se alimentam de terra." nada mais justo do que comutar do mesmo modo, o castigo imposto a munher...

Tendo Jave recordado-se da serpente e esquecido-se da mulher, lembrou-se dela o médico 'ímpio e sem deus'...


Caso Deus tenha senso de humor - nós não duvidamos de que tenha pois esta escrito que 'Se rí dos ímpios' - deve rir as baldas diante das idiotices e imbecilidades que os homens, em especial os pastores protestantes, ensinam em seu nome... O homem jamais profere tantas obcenidades exceto quando resolve apresentar-se como representante de deus...




O SIMBOLISMO DA SERPENTE E SUA SATANIZAÇÃO...







Graças ao gênesis as serpentes teem sido encaradas como símbolo do mal e impiedosamente exterminadas pela Cristandade fanática. Trata-se dum preconceito que já se arraigou no inconsciente da maioria das pessoas, até mesmo daquelas que não prestam tanta atenção as narrativas mibarolantes do livro e cujo saldo é a tortura e a aniquilação de seres irracionais, cujo único pecado é defender-se institivamente dos 'sapiens sapiens' que invadem seus domínios naturais.

Isto no entanto tem uma razão de ser ou seja um motivo apologético urdido pelos sacerdotes israelitas contra seus concorrentes pagãos.

E esta razão de ser é bastante compreensível:

Desde os tempos imemoriais as mais diversas culturas espalhadas pelo globo tem associado a serpente aos cultos telúrico (do latim Tellus = terra) / Ctonianos relativos aos antigos deuses, em especial a mãe terra conhecida por Gaia, Cibele, etc associados comumente ao culto da fertilidade.

Trata-se evidentemente daquela primitiva religiosidade que floresceu desde o alvorecer do neolítico em sintonia com o despontar e a expansão da agricultura.

Frequentemente deparamo-nos com a figura da deusa mãe ladeada por serpentes, com uma saia formada por serpentes - como no caso de Cihuacoatl, a deusa serpente dos Aztecas - ou mesmo manipulando serpentes, como nos famosos painéis de Cnossos descobertos por Evans.

Na Trácia consta que as sacerdotisas da deusa manipulavam as Serpentes, a exemplo de Olímpia, mãe de Alexandre.

A associação entre as figuras estateopigias e a serpente deve ser compreendida justamente na perspectiva da fertilidade ou na fecundação da terra pelo principio divino. A serpente por viver junto a terra, como que perfurando-a, passou a ser associada ao orgão genital masculino no ato de penetrar e fecundar a fêmea. Do mesmo modo a deusa terra era penetrada e fecundada pela serpente produzindo seus frutos.

Segundo a mitologia sumeriana a serpente perfurava a superfície da terra para que as árvores pudessem sair do 'inferno' ou do abismo e nutrir os mortais segundo a determinação dos deuses.

Tudo isto coloca-se numa perspectiva telúrica e ctoniana voltada para a fertilidade duma terra considerada como entidade feminina, o que engloba necessariamente uma conotação fortemente sexual. A própria forma cilíndrica da serpente recordava o falo ou membro masculino.

Os povos semitas no entanto - portadores do bronze e da morte - eram nômades em decorrência de suas atividades pastoris desenvolvidas nos desertos. Desertos nos quais a serpente é uma das mais terríveis inimigas do homem e do gado e por isso muito malquista...

Eis porque o culto prevalecente entre tais sociedades e culturas, enquanto construção natural de homens que mesmo durante a noite viviam praticamente sob a luz das estrelas, assumiu uma conotação sideral ou planetária.

Enquanto os deuses agrários eram de cárater telúrico/ctoniano, os deuses pastoris eram quase sempre de cárater celestial como foi enfatizado por E Renan (apud História do povo de Israel). A princípios, enquanto tais povos eram politeistas, certa acomodação foi possível na medida em que o deus celestial, fosse ele o sol ou a lua, contraia bodas com a deusa mãe, senhora do amor e da fertilidade.

No alvorecer da civilização mesopotâmica deparamo-nos já com a cerimônia litúrgica do deus, em que congraçavam-se ambas as tradições: a neolítica e a semítica. Aqui era Shamash, ali Nana/Sin, acola Baal e mais além Marduk, que representado pelo rei ou pelo sumo sacerdote, desposava Inana, Astarte ou Baalit, representada pela grande sacerdotiza.

Segundo Heródoto, havia, no alto do grande Zigurat de Babilônia, uma pequena câmara com um leito de ouro maciço preparado para a piedosa cerimônia. Noutros sítios porém ela ocorria praticamente em público, diante dos olhos de toda multidão para a qual representava a única garantia de que a natureza seguiria seu curso ordinário com primavera, outono e colheitas... O casamento do deus celestial com a deusa terra era penhor de fartura para a cidade.

Esta parceria implementada pelos sacerdotes deu certo em diversos contextos por muitos séculos.

Azedou porém no antigo israel desde o momento em que o politeismo cedeu passo ao henoteismo, e em que este foi tomando cada vez mais a forma de um monoteismo. Na cultura proto israelita ou israelita tais ritos desapareceram bastante cedo, na medida em que Javé ia assumindo a conotação de um deus único, logo, necessariamente celibatário.

Naturalmente que o grande celibatário do universo, que desde Elias não possuia parceiro, sócio ou companheiro não possuia esposa.

No momento em que os profetas assumiram o controle ideologico no alvorecer do primeiro milênio a C, houve a ruptura. Nada de matrimônios divinos ou de cultos prestados a terra, porque Javé continuou a ser sempre encarado como um deus de origem sidérea ou celestial.

Desde então qualquer tendência aos cultos ancestrais de cárater parcialmente telurico/ctoniano, teve de ser rigorosamente condenada e encarada como uma espécie de heresia ou apostasia.

Acontece que os israelitas, uma vez instalados em Canaã, converteram-se, de povo agro/pastoril que eram, num povo cada vez mais agrícola, daí a forte atração exercida entre eles pelo culto ancestral e regional de natureza agrária. Destarte a experiência implementada no deserto corria o risco de perder-se.

Era necessário forjar alguma tradição que apresentasse negativamente o velho vulto ao povo de Javé.

Eis porque os sacerdotes israelitas infamaram a mulher e nela qualquer tipo de divindade feminina como a deusa mãe... e a serpente, enquanto símbolo daquele vetusto culto orgiástico tributado a fertilidade. Abateram os teólogos hebreus dois coelhos com uma cajadada só...

Houve uma inversão de cárater intencional a partir da qual a serpente ( e com ela a deusa) passariam a ser negativamente encaradas já pela tradição judaica, já pela tradição cristã de cárater judaizante.

Desde então a serpente converteu-se em símbolo do mal...

Neste sentido a capacidade - imaginada por parte da primitiva comunidade cristã (O final do Evangelho de Marcos não pode ser obrigatoriamente imposto como original, canônico ou inspirado) de alguém manipular serpentes e permanecer incólume ao ser picado, comporta, tanto em sentido literal quanto em sentido alegórico, a ideia duma reversão ou de um triunfo efetivo sobre o mal que Cristo oferecia a cada um dos fiéis.



MAIS IDIOSSINCRASIAS ISRAELÍTICAS 


Tornemos porém a letra do texto...

A serpente no entanto conseguiu livrar-se logo da maldição divina, deixando de comer terra... assim mostrou-se mais astuta que o próprio Javé, afinal quem teria dado astúcia a serpente senão ele??? E por dar astúcia a serpente seduziu Eva e fez cair Adão... o que certamente não teria ocorrido caso a serpente tivesse sido feita sem astúcia ou seja ingênua. Feita ingênua, por disposição de Javé a serpente não teria logrado seduzir Eva e feita muda não poderia te-la atraido (por outro lado, caso a fala não lhe fosse habitual Eva teria certamente saido correndo)... no entanto Javé concedeu-lhe o dom da fala, para que pudesse enganar a mulher. Por outro lado como Javé não castigou a serpente tirando-lhe a voz, mas as asas, as patas ou a capacidade de saltar; seria de se esperar que as serpentes tagarelassem... Shalders 32 - 34

Acaso não sabes, homem incrédulo - increpa-nos o Malafeia - que se trata do Diabo sob a forma de uma serpente?

Neste caso pastor, se o Diabo utilizou-se da serpente, porque a serpente teria sido castigada?
Acaso poderia ela ter colaborado com o Diabo sem possuir o apanágio da livre vontade?
Por outro lado não sendo nem livre nem responsável como pode ter sido punida?
Acaso puniria Deus um animal irracional e irresponsável?
Dirá o egrégio pastor que quem foi punido foi o capeta e não a serpente?
Eu no entanto jamais ouvi qualquer pastor ou profeta ensinar que o Demo anda se arrastando pelo chão ou comento terra...
Nem leio qualquer coisa sobre Diabo ou Satanaz no contexto, mas serpente e somente serpente, descrita por sinal como um animal do campo... Shalders 32

Na verdade, a letra do terceiro capítulo do gênesis não faz qualquer alusão a uma Serpente medium que tivesse incorporado algum Diabo ou Satanaz, enquanto anti Deus. 

Neste sentido podemos desafiar qualquer pastor ou pseudo presbítero carismático a apontar-nos qualquer alusão literal a um ser intitulado Diabo ou Satanaz no contexto do Hexamerom.

Semelhante alusão inexiste.

Para o redator genesiano Serpente é serpente ou seja um animal da categoria dos répteis e não um espírito ou anjo caído.

São os padres e mais especialmente ainda os pastores que introduzem leviana e desonestamente, o tal anjo caído, Diabo ou Satanas na pitoresca estorinha de que ele - literalmente falando - não faz parte.

Então, aqui, o Satanas, Diabo ou anjo caído, corresponde a uma ideia, opinião, teoria ou interpretação do teólogo - que sempre pode estar equivocado pelo simples fato de ser humano e fálivel - e não a palavra escrita do redator a que se atribui a 'Revelação'.

Satanas no Gênesis não é conteúdo objetivo do registro mas entidade alienígena e de elaboração posterior, inserida pelo comentarista com o intuito de baralhar tudo e de ludibriar o leitor ingênuo.

O resultado desta manobra é ficar o pobre crente achando que a patética figura do capeta sempre fez parte da crença dos homens e dos judeus, desde os tempos do paraíso adâmico... quando na verdade a figura do capeta é importada duma religião paganíssima, o mazdeismo, correspondendo a uma necessidade evolutiva da própria religião enquanto depuração da ideia de Deus enquanto expressão do bem absoluto... (Cf Fullop Miller 'Os grandes sonhos da humanidade' caput I)

Pergunte para seu mestre ou guia espiritual se os termos Diabo ou Satanas constam no livro do Gênesis, se ele te disser que consta, peça para mostrar-lhe; do contrário creia em nós ele esta mentindo. Agora se ele for honesto e te disser que não...

Bem se ele te disser que a Serpente é o diabo pergunte-lhe se o diabo como pó como as divindades infernais da antiga Suméria ou se se arrasta pelo chão. Pergunte ainda como faz para sair do fundo do abismo e vira terra se se arrasta com o vente pelo chão...

Agora se te disse que foi a serpente é que foi castigada, pergunte porque foi a Serpente que foi castigada e não o Diabo ou Satanas...

Excelente solução é dar repouso a consciência e admitir que semelhante narrativa - como em geral a totalidade dos escritos judaicos, a exceção das profecias alusivas ao Senhor Jesus Cristo - não faz o menor sentido e que não passa dum mito como tantos e tantos outros.




Passemos agora ao bicho homem:


Quanto ao fato do trabalho ser encarado como uma espécie de castigo ou punição e a ociosidade como uma virtude, seu influxo ainda subjaz sob o rótulo da assim chamada 'teologia da prosperidade' teoria segundo a qual os trabalhos são tanto mais indignos quanto mais humildes ou braçais (correspondendo de certo modo a um pecado, castigo ou maldição) enquanto que os trabalhos tanto mais próximos da beatitude original são os encargos de chefia, destinados aos "eleitos do Senhor" que pagam seus dizimos regularmente...


Assim chegamos ao termo dos castigos, punições e decretos divinos, mas, perá lá, será que não estamos esquecendo alguém?

"Eva foi castigada, condenada a parir entre dores e a servir o marido. Adão foi castigado, perdendo sua morada aprasível e tendo de cultivar a terra para ganhar seu sustento. A serpente foi castigada, obrigada a rastejar no pó e a te-lo como sustento. SÓ O CAUSADOR DE TODA DESGRAÇA, SATANAZ, NÃO FOI CASTIGADO. FICOU LIVRE E CONTINUA LIVRE PARA CAUSAR TODO MAL E TODA DESGRAÇA QUE BEM ENTENDER." Shalders p 37





Conclusão: o entendimento literal ou superficial de genesis III, tem dado origem a uma série de práticas nocivas e de aberrações revoltantes, como o domínio tirânico da mulher pelo homem, a repressão de sua sexualidade; complexos e traumas com relação a serpentes e seu consequente exterminio, a tendência para se menosprer justamente as atividades mais laboriosas, etc PARA NÃO FALARMOS NA TEORIA DA DEPRAVAÇÃO OU CORRUPÇÃO TOTAL DO GÊNERO HUMANO, IMPORTADA DO MANIQUEISMO PELO GRANDE DOUTOR DE HIPONA E RECEBIDA DE BRAÇOS ABERTOS POR WYCLEFF, HUSS, LUTERO, CALVINO, FLACIUS...





Quanto a esta doutrina anti-humanista pode-se dizer que drenou literalmente as energias da Europa por séculos a fio, impedindo seu desenvolvimento filosofico e científico. Para não mencionar-mos o fato de que antes do batismo as criancinhas recém nascidas eram encaradas como seres pecaminosos e sujos e que as almas das criancinhas pagãs, mortas sem recebe-lo, eram consideradas como objetos de perpétua condenação... o que refletiu-se na pedagogia sombria de Port Royal por exemplo e em todas as ramas da pedagogia protestante até os dias de Russeau, o qual, regeitando a sinistra teoria agostiniana, restabeleceu a tendência inaugurada por Vitorino da Feltre na esteira de Quitiliano, desde então a criança passou a ser encarada como tal e seu universo passou a ser respeitado como algo peculiar...





Evidentemente que a narrativa genésica prescinde de tais conteúdos, OS TEOLOGOS FUNDAMENTALISTAS NO ENTANTO, SABIAM LER AS ENTRELINHAS E SACAR AS CONSEQUÊNCIAS DAS PREMISSAS, CONVERTENDO A 'ESTÓRINHA INOCENTE' NUM MANUAL DE PÉSSIMAS MANEIRAS como diria Saramago.





Podemos pois declarar e sem medo de errar que estamos diante de um dos capitulos das escrituras hebraicas que mais problemas causou aos Cristãos que tiveram a desgraça de viver 'nos bons tempos da fé', especialmente se mulheres ou crianças; para não falarmos nas serpentes e outros animais. Verdadeira fonte de preconceitos o Hexamenron não pode ter deixado de afetar as vidas de milhões e milhões de seres imprimindo-lhes um cárater negativo e semeando um amplo lastro de sofrimentos e dores, já físicos, já morais...



A ORIGEM DO MITO DA ÁRVORE:













Já na aurora da civilização os extratos destas e de outras espécies eram empregados pelos Xamãs, pajes e sacerdotes com o objetivo de induzir os fiéis ao estado de transe e po-los em contato direto com as entidades e seres divinos...




Os druídas por exemplo empregavam o visgo extraido do carvalho como nossos sectários empregam o chá do santo Daime.





A pitonisia mascava folhas de loureiro, árvore que passou a ser identificada com Apolo.


Com o passar do tempo as próprias árvores - como carvalho, pinheiro, loureiro, terebinto e palmeira - passaram a ser consideradas como sagradas. Como a morada da própria divindade a que eram consagradas, a qual inclusive, falava através delas, fornecendo oráculos aos sacedotes que interpretavam os movimentos de suas folhas. Segundo Malvert, tais crenças, serviram destarte para proteger tais culturas, evitando sua destruição e extinção... Tal prática é bem conhecida do Velho testamento e dos antigos hebreus.




Pois esta escrito que Débora a profetiza, entrava em transe debaixo das folhas duma palmeira, que javé concedia entrevista a Gedeão sob a copa de um terebinto e que o próprio Javé comunicou-se com David, por meio dos sons emitidos pelas copas das amoreiras (dendritomancia):

"Então escutarás uma revolução nas copas das amoreiras e te apressarás, porque o senhor saiu diante de ti, para esmagar as hostes dos filisteus."

Sem mencionar o afamado 'Carvalho dos prantos ou das lamentações' de Gen 25,8 e os ja mencionados carvalhos sob os quais Abraão praticava seus ritos ancestrais...

Tudo isto implica num verdadeiro culto as árvores sagradas.

Culto que principiou lá na antiga Suméria.





Na qual cada templo possuia um jardim ou bosque com árvores sagradas, em meio as quais encontrava-se um símulacro da divindade.




Isto vale não só para os ópidas célticos das Gálias - cujos bosques sagrados foram detalhadamente descritos por César (cf De bell Gal) - para Delfos, Dodona e Dafne, para Deir al bahri, para o templo de sushinak em Susa e para tantos outros, mas ao que parece para os templos da arquivetusta Eridu, a respeito da qual temos o testemunho da seguinte tabuleta:

"Em Eridu cresceu um pinheiro escuro e em lugar puro foi plantado
Seu fruto brilha como o cristal em face do mar...
Ele esta plantado no centro da terra...
Bosque santo cuja sombra é espessa, mortal algum jamais entrou ali, é a morada da grande mãe, aquela que gerou Anu."


Efetivamente, centenas, quiçá milhares de tabuletas representam a um lado deuses e anjos regando árvores e a outro mortais adorando-as.

Segundo tais registros Enki ou Ea plantou duas árvores, uma cognominada 'mesu' e associada a "longa vida" (Gudaea, um rei de Lagash, pediu a seu senhor Ninghirsu a graça de provar os frutos da árvore mesu) e outra 'giskanu' cujas raízes chegavam ao abismo (Apsu) e os ramos chegavam ao céu."

"Bur-Sin 'restaurou a árvore giskanu de Eridu", Eri-Aku chama-se "o restaurador do oráculo da árvore giskanu de Eridu", enquanto Sin-idinnam descreve-o como o oráculo da árvore giskanu dos Espíritos da Terra '. Ela corresponde, portanto, com a árvore do conhecimento do que a árvore da vida ... " James Hastings. Editor. The Expository Times . Edinburgh,Scotland. T. & T. Clark. 1906, Vol 10 pp 471


Sayce (
1908) sobre a kiskanu:

"A árvore do conhecimento foi cognominada kiskanu pelos babilônios, de gis sumério-kin, 'a árvore do oráculo." in 'A Arqueologia do Livro do Gênesis.' pp. 470-472 James Hastings, editor.

Eis o hino dedicado a Ea, versão de Bottero:

"O Sublime Senhor do céu e da terra ...
Pai Enki, a quem tem gerado um touro ...
O rei, que plantou a mes-árvore no Absu ...
O Grande Dragão, que está em Eridu,
cuja sombra cobre o céu ea terra,
Um pomar cheio de árvores frutíferas esticada sobre a Terra,
Enki, senhor da prosperidade, (Senhor) dos deuses Anunna ... "

E ainda no dialogo de Inana com Utu/Shamash no qual a deusa, afirmar ter comido ou desejar comer o fruto 'das arvores de cedro' para obter certos conhecimentos de ordem erótica.

Portanto, a origem das árvores descritas no gênesis, é também ela de origem sumeriana.





Cumpre dizer ainda que a religião dos patriarcas hebreus, tinha por elemento comum com as religiões naturalísticas da mesopotâmia e de Canaã, o culto das árvores fossem carvalhos, terebintos, palmeiras ou amoreiras, quero dizer com isto que as árvores não eram apenas consultadas pelos videntes, mas verdadeiramente reverenciadas como moradas da divindade ou de seus ministros.

Tal como os árabes do tempo de Maóme, Abraão, Isaac, Jacob e sua parentela, ungiam tais árvores com óleo perfumoso, queimavam-lhes incenso e possivelmente adornavam-nas com jóias preciosas. E quando algum dentre eles falecia, encontrava seu último repouso sob a copa da árvore sagrada junto a qual shadai ou seus emissários lhe haviam falado...

De modo que a escritura dos judeus é repleta de alusões a tais árvores sagradas, a começar pela do Eden... Tais os carvalhos de Manre e Mamvré, reverenciados pelo pai do monoteismo, o de Siquem ou dos videntes, o de Ofra junto ao qual o anjo falou a Gedeão, etc

Cada comunidade possuia seu carvalho ou terebinto ancestral, junto ao qual ora se manifestava Javé ou seu anjo no lugar das antigas divindades ctonianas ou agrárias. Morta a árvore santa, os devotos convertiam-na numa espécie de poste (Ashera) o qual era chantado nos átrios dos templos como relíquia e fervorosamente reverenciado pelos devotos.

Mais tarde, quando o monoteismo assumiu a forma profética, tanto mais desenvolvida e espiritualizada, tais bosques, árvores e postes foram sucessivamente apresentados como ídolos das nações e implacavelmente destruidos tal e qual os terafins, os efodes, as fontes e os maceboths ou betilos, igualmente cultuados pelos antigos israelitas durante a fase patriarcal.

Tanto a ressenção jeovista quanto a eloista parecem indicar que Javé mora nos céus e que a base de seu trono esta firmada sobre a solidez do mesmo (lembre-mo-nos de que para Job - Meu Senhor formou os céus que são sólidos como o metal - como para o Perípato a cúpula celestial é sólida) enquanto que seus anjos ou ministros moram nos poços (como ode Agar), nas pedras e nas árvores tal e qual os gênios do paganismo. É o que dizem os profos Julio Bewer e José Carlos Rodrigues em seus estudos sobre os livros dos judeus, Malvert mais uma vez, informa-nos que o potencial curativo das fontes medicinais era encarado pelo homem primitivo como uma evidência insofismável quanto a presença dos seres divinos no lugar...



Hohene e outros especialistas (Penna, Lecointe, etc) afirmam que aquele que cochilar debaixo da copa da Mançanilha (hippomane mancinella) arrisca-se a jamais acordar ou a contrair uma dermatite das mais perniciciosas, tal o gráu de toxidade deste vegetal.

Certamente que o homem primitivo habituou-se desde muito cedo com tais plantas, as plantas tóxicas e com os efeitos produzidos por elas no organismo humano, especialmente com os tremores, delírios e alucinações causados por algumas espécies como a datura, o peyote, a coca e a canabis, nas Américas; o loureiro e o carvalho na Europa e o carvalho, o terebinto e a papoula no Oriente...


Entretanto é forçoso admitir que os escritos hebraicos identificam ou confundem amiude Jave com o tal anjo ou Malek Javé (especialmente no passo referente a visita dos tres seres a Abraão) de que temos amplo testemunho nos livros de Hilário, Agostinho e outros dedicados a Santa Trindade e em diversos autores muçulmanos segundo os quais os antigos hebreus ou os hagiografos tendo errado em matéria tão grave - ou seja a distinção entre Alla e seus ministros, os anjos - cairam em pecado de angelolatria.

Afinal o monoteismo hebraico - tal e qual o persa ou zoroastriano - teve como ponto de partida o polidemonismo ou a monolatria (henoteismo) não sendo Javé, a principio, mais do que o deus de Abraão e seu povo, afinal, desde que renunciará a fé ancestral e derá origem a uma nova tribo, Abraão devia, necessariamente, lançar as bases de um novo culto nacional ou melhor dizendo tribal. Dentro deste esquema os deuses antigos foram convertidos primeiramente em algo semelhante aos Djins da árabia, depois em anjos ou fâmulos - nas divindades maléficas em demônios ou anjos caidos - de Jeová, ficando eliminados os Djins, até que os próprios anjos acabam sendo substituidos por santos falecidos ou heróis e lançados ao limbo (como a exemplo do espiritismo). Tal não é o caso do islan, pois os muçulmanos afirmam a existência tanto de uns quanto de outros. Seja como for tanto uns quanto outros: Djins, Anjos ou heróis, acabaram por ser transformados em cortesãos, fâmulos ou servos seja de Javé, do Cristo ou de Alla, reproduzindo espiritualmente a hierarquia política predominante neste mundo e representando os tribunais e as cortes terrenas no além túmulo...

Trata-se no entanto dos deuses antigos e, apesar das veleidades monolátricas do jeovista e do eloista, eles ainda se equiparam e confundem frequentemente com Javé, o qual por isso mesmo, não passa dum Anu, de um Amon, de um Zeus ou de um Jupiter ou seja de um rei dos deuses ou deus supremo, que reina sob o panteão tribal formado por seus familiares e ou parentes... aos quais faz dizer: VINDE DESÇAMOS E CONFUNDAMOS... Gen 11,8

Estamos pois em pleno politeismo, diante de resíduos ou vestígios seus, segundo testifica o salmo: "Impera Javé no conselho dos deuses." = ELO HIM (idem a Gn 1,1) Porque a princípio os Djins e anjos eram deuses e os primeiros patriarcas dos hebreus pouco mais que politeistas.

Também é necessário esclarecer sobre a origem do termo paradeisos que significa Jardim e o porque do Eden - lugar prazeroso - ser descrito como um jardim e do primeiro homem posto nele.

Efetivamente como dissemos a maior parte das religiões e cultos primitivos, ligados a magia ancestral, encaravam algumas plantas e árvores como sagradas, chegando a cultua-las e a cercar seus templos e oratórios com bosques e jardins.

Já tivemos a ocasião se salientar que o Oriente próximo quase que todos os templos possuiam bosques e jardins sagrados, jardins que os babilônicos - não nos esqueçamos dos maravilhosos jardins suspensos nos quais certamente habitavam não poucos símulacros - embelezaram ao extremo, mas que os persas lograram exceder em originalidade e luxo.

Consideremos agora, que nossas religiões monoteistas tiveram seu inicio no deserto em meio as areias escaldantes... imagine-se pois o espanto e o encanto com que os primitivos hapiru contemplaram tais jardins, seja em Tebas, na Babilônia, em Susa ou em qualquer outra grande capítal para a que foram levados pelos conquistadores.

A relação é bastante simples: se os deuses das outras nações habitavam em magníficos jardins, evidentemente que Javé também deveria abandonar a montanha ancestral e plantar um Jardim: o Eden, e nele passear, vez por outra. Posteriormente a figura da montanha ancestral suplantará o jardim, Gn I no entanto incorpora o triunfo do jardim que é um ambiente mais ameno de uma divindade tanto mais amena (Javé no entanto sempre traira sua origem montanhesa e rude).

"Relatos que originalmente não eram israelitas, mas sim cananeus e babilônicos, se haviam transformados em israelitas. Assim, contos religiosos que em sua origem tinham relação com o deus cananeu Baal ou com o babilônico Marduk (maraduke ou merodake) ou ainda com qualquer outra divindade, agora eram relacionados com javé." Bewer 'La literatura del antiguo testamento' Buenos aires, la aurora, 1938 pp 61



Ao que parece o primeiro herói a vizita-lo teria sido Isdubar/Gilgamesh, segundo podemos ler na nona tabuleta da epopéia que leva seu nome:

"Assim avistei a floresta das árvores cuja aparência era semelhante ao JARDIM DOS DEUSES. Ali os frutos das árvores eram de esmeralda e sob seus pesos vergavam os galhos já não podendo suporta-los. Rebentos tão belos que deslumbravam a vista."
Existe ademais um cilindro, reproduzido na 'Mythologie' de Descharme no qual esta representada uma ninfa, colhendo um fruto de uma árvore sobre cujo tronco esta enrroscada gigantesca serpente ao lado de Izdubar/Gilgamesh, o qual aperta entre as mãos um dos frutos com a intenção de morde-lo. Outra representação simbólica do pecado ancestral...





Tal a origem ja das Hesperíades de Hércules, já do jardim de javé ou do Eden, o qual significa a suprema estupefação dos bárbaros hebreus diante dos elaborados jardins sagrados ou profanos dos babilônicos e dos persas... pois se cada deus ou mesmo cada potentado devia possuir seu jardim de inverno, também javé devia de ter o seu...

Ja o fato do primeiro homem - Adamu, Adapa ou Adão - ter sido posto nele reflete certamente o desejo inconsciente dos povos do deserto - como os israelitas - de se transferirem para um habitat tanto mais ameno, quanto favorável a agricultura. Psicologicamente Adão no Eden simboliza a aspiração de todo nômade por uma casinha cercada por uma horta e um jardim e sociologicamente se traduz na invasão das terras férteis, umbrosas e cultivadas por suas hordas...

Foi com muito custo que os antigos hebreus lograram conquistar as férteis planícies de cannã como Jezrel ou Sefelá, para posteriormente terem sido despojados delas pelos babilonicos, assirios, persas, gregos e romanos... tendo muitas vezes de regressar aos desertos do sul ou da árabia para gozar de alguma liberdade em meio as areias escaldantes. Levaram porém consigo a nostalgia do jardim e o livro do gênesis, parâmetros a partir dos quais foram pouco a pouco reforçando cada vez mais a imagem persa de alem túmulo como jardim ou paradeisos, imagem posteriormente herdada já pelo Cristianismo, já pelo maometismo, inclusive sob formas ja variegadas, já materialistas.

No fundo porém toda essa estória de árvores, frutos, jardins, rios, etc é tipicamente pagã, seja sumeriana, babilônica ou persa... puro reflexo da forte impressão causada pelos bosques e fontes aditos aos templos e palácios pagãos, mas mentes grosseiras dos semitas recem saídos do deserto.

Como imagem, símbolo e expressão que comunica sentimentos e estados de alma, tal escrito é magestoso. Tomado ao pé da letra no entanto, tal escrito destrói pela base a idéia central do Cristianismo, que é a de um DEUS espiritual (Jo 4,4) para converter a divindade num ser corpóreo que nas horas vagas exerce o ofício de oleiro ou jardineiro, inclusive subindo e descendo, sujando as mãos, passeando, espiando, cheirando carniçarias, etc

Por outro lado se Deus não é nem jardineiro, nem oleiro; materialmente falando;
se não tem corpo, não sobe, não desce, não espia, não se confunde com as criaturas, não habita em árvores, pedras ou poços, etc Tampouco podemos admitir que tenham existido uma árvore plantada no centro da terra, um boneco de barro, tráfico de frutinhas, etc

A leitura Cristã de tais textos deve ser obrigatoriamente alegórica ou simbólica para caso desejemos po-los de acordo com os princípios e valores enunciados por Jesus no Santo e divino Evangelho.

Todo aquele que permanece fixado sobre a letra morta, tende a renovar todos os erros perpetrados pelos antigos hebreus, os quais no entanto, para sua desculpa, constituiam uma horda de bárbaros recém saidos do deserto...

Após a manifestação de Jesus Cristo todavia, não há mais defesa para aqueles que permanecem fiéis ao sentido da letra que mata, pois a leitura e a decifração do mundo pela ciência, filha da experiência e da razão, nos informa verdadeiramente que a origem da matéria, da vida, do homem e da sociedade, se deram de um modo totalmente diverso daquele que havia sido imaginado e pintado pelos antigos sumerianos, predecessores e instrutores de Moisés, ou melhor dos sacerdotes que escreveram em seu nome.

Encerremos estas considerações com Shalders:

"Segundo o dito relato deus havia plantado duas árvores no paraíso: a árvore da vida e a árvore do bem e do mal.
Proibindo Adão de comer dos frutos da segundo e colocando diante da primeira um querubim guardião.
No entanto era justamente a segunda árvore que deveria ser guardada, para que Adão não pudesse devorar-lhe os frutos...
Haverá conduta mais estranha do que a deste pai?
Pois deu livre acesso justamente a árvore do bem e do mal, facilitando a desobediência do par inocente, enquanto vedou justamente o caminho da árvore boa...
Também não se compreende o porque de ter advertido Adão, avisando-o de que, caso ingeri-se os pomos vedados 'morreria de morte' se ele, Adão, jamais havia experimentado a morte e não sabia o que fosse morte." id 31 & 36