Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

LIVRO PRIMEIRO > Capítulo I - Sessão 11: Divisões a respeito da Escatologia Capítulo D) Reforma protestante e milenarismo

Ao encerrar o capítulo precedente registramos que a Igreja dos Latinos, graças a interpretação oferecida por Agostinho no século V, tal e qual as igrejas Ortodoxas passou a admitir sem maiores dificuldades que o milênio nada mais era do que uma imagem do futuro triunfo da Igreja. Antecipadamente visto, como que por um espelho...

O advento do protestantismo no entanto, com sua insistência sobre o significado literal do texto Bíblico e sua crítica mordaz a igreja antiga inaugurou uma nova ordem, bastante favorável a retomada da superstição milenarista e das crendices apocalípticas.


Em primeiro lugar porque é do homem carnal ocupar-se mais do futuro distante do que do tempo presente que esta em suas mãos transformar.
Em segundo lugar porque a teoria da corrupção da igreja antiga ou de sua apostasia, acha-se em franca oposição a doutrina do triunfalismo eclesiástico.

Em terceiro lugar porque os próprios protestantes tendo em vista o estado de fragmentação de suas 'igrejas' , o triunfo do sectarismo e a paulatina ascensão do materialismo e da indiferença religiosa não podiam deixar de nutrir certo pensamento pessimista com relação ao mundo ou ao gênero humano. É o protestantismo uma sucessão de pessimismos:



  • Pessimismo eclesiológico; marcado pela doutrina da apostasia
  • Pessimismo hamartiologico; marcado pelo poder do Diabo, do mal e do pecado
  • Pessimismo antropológico; marcado pela doutrina da depravação total da natureza
  • Pessimismo soteriológico; marcado pela doutrina do abandono da maior parte do gênero humano ou da predestinação ao castigo
  • Pessimismo cristológico; representado pela afirmação do unitarismo
  • Pessimismo físico; representado pela apresentação de paraíso totalmente imaterial no céu, pelo abandono da plenitude da vida sacramental, pela negação da arte cristã por meio das representações, etc

Diante de tudo isto é perfeitamente compreensível que os sectários protestantes tenham se aproximado mais e mais da teologia apocalíptica elaborada pelos judeus quando estavam sob o domínio temporal doutras nações e que tenham a partir daí formulado as doutrinas ora 'clássicas' do triunfo da apostasia, da tribulação, do catastrofismo, do anti cristo e por fim do milênio miraculoso que é a única gota de esperança nesse imenso mar de desesperação.

De nossa parte. Antes de iniciarmos a crônica desse triste resgate, deixaremos bem claro que todo este pessimismo protestante esta em franca oposição a perspectiva legitimamente Ortodoxa ou Católica que partindo do fenômeno da Encarnação do Verbo, ou da entrada de Deus na História não pode deixar de ser mesmo triunfalista ou otimista e por uma linha de coerência lógica até a necessidade.

Afinal porque Deus viria de encontro ao mundo, que declarou ter amado, para no fim das contas ser derrotado pelo mal, ter de recuar e refugiar-se com sua economia sob as 'nuvens do céu'??? Por que aproximar-se do mundo para em seguida ter de afastar-se dele como se nada tivesse acontecido? Por que encarnar-se para resignar-se a não transformar as estruturas e formas materiais que assumiu contentando-se com uma vitória platônica bastante restrita por sinal?

De nossa parte cremos que o pessimismo protestante esta em franca oposição com este movimento divino pelo qual a condição humana é assumida e incorporada pelo sagrado. Pensamento que este movimento deva ser impactante e não irrelevante...


Tornemos porém ao protestantismo nascente

Apresentando antes de tudo a alegação dos protestantes históricos ou 'ortodoxos' os quais costumam declarar que suas seitas (Luterana, Reformada ou Metodista) combateram desde o princípio a doutrina do milênio

"Condenamos os anabatistas e outros judaizantes que antes da ressurreição dos mortos sustentam que os justos reinarão por mil anos nesta mesma terra." Confissão de Augsburgo art XVII

"Repudiamos o sonho judeu de um milênio, ou idade de ouro na terra, antes do juízo final.Confissão Helvética

O milenarismo não passa duma "Crença infantil e primitiva que sequer merece ser refutada." João Calvino

Th Cramner classifica-o como uma: 'Fábula caduca imaginada pelos antigos judeus."

O contexto da primeira condenação no entanto basta para evidenciar que a facção livre examinista dos anabatistas já havia reeditado a superstição do Reino Milenar nos primórdios da reformação.

De fato um dos primeiros teóricos do milenarismo foi o conhecido pregador anabatista Th Muntzer o qual alias estava persuadido de que seria o responsável pelo advento do Reino Milenal. Todavia como suas hostes foram esmagadas pelos luteranos e ele mesmo morreu amaldiçoando Lutero e reconciliado com o papismo passou o milenarismo a ser a anunciado por um de seus principais discípulos Hans Hut. Segundo este falso profeta e sedutor o reino milenal teria inicio em 1528, ele mesmo no entanto deixou este nosso mundo em 1527.

Melchior Hoffman foi outro reformador anabatista que sustentou a doutrina do Reino Milenal. No entanto após ter conseguido apossar-se da cidade de Munzter tudo quanto seus seguidores puderam obter foi a fome, a peste e a espada. Entrementes era o milenismo sustentado pelos unitários 
Miguel Servet e Matthias Glirius bem como pelo inglês Hugh Latimer.

Deu-lhes razão o exegeta calvinista Johann Alsted cujas obras vertidas para o inglês serviram de inspiração ao clérigo baixo Joseph Mede a partir do qual popularizou-se esta superstição a ponto de em muito pouco tempo atingir os calvinistas franceses das Cevennes e mexer com a cabeça do fanático Jurieu. A partir daí introduziu-se entre os luteranos sob os auspícios de Johann Albrecht Bengel, responsável pela adesão do Conde Zinzendorf e dos moravios ao milenarismo. De modo que ele saiu da Alemanha por iniciativa de um calvinista e passados cem anos atingiu os rigorosos luteranos... 

Da Inglaterra foi o milenismo introduzido nos EUA pelos huguenotes Th Shepard e Cotton Mather e pelo anabatista Roger Willian. E parte deles estava convencida de que instalariam o Reino Milenal naquela terra sem sinos, torres, cruzes e Bispos... Ficando na expectativa de que mais dia menos dia o Cristo descesse das nuvens para cear consigo!

Na Inglaterra foi a fé milenarista foi sustentada com relativo sucesso pelo Dr Daniel Whitby e nos EUA pelo fanático Jonathan Edwards.

Quanto aos conflitos e guerras e catástrofes e outras desgraças escabrosas registradas - apenas em termos gerais como nas Profecias de Nostradamus e nas Profecias de São Malaquias - que deveriam preceder ao milênio foram sucessivamente 'remasterizadas' pelos comentaristas protestantes e acho uma pena que os antigos comentários ao apocalipse não sejam reeditados novamente tendo em vista a maior vergonha daqueles que os compuseram e dos idiotas que perderam seu tempo ledo-os. Uma vez que todos os cometários ao Apocalipse tem prazo de validade!

Leiam os que foram produzidos ao tempo de Cromwell: Filipe II é o anti Cristo; a Espanha a Besta, Cromwell o herói e a sede da quinta monarquia a Inglaterra. Toda protestantada daqueles tempos acreditou nestas tolices como nossa geração engoliu os do professor R N Champlinn ou os do Win Malgo.

No entanto, como os setecentos chegaram sem que um traço daquelas falsas predições tivesse cumprimento chegamos a 1800. A partir daí as coisas mudam por completo: Napoleão Bonaparte é o anti Cristo, a França revolucionária e materialista é a Besta e o milênio situado na Inglaterra ou nas Alemanhas... Foi o ponto de vista de Ch Finney, de Henry Drummond, de David Nevins e de tantos outros que serviram de inspiração a sra E G Withe por exemplo.

No entanto cerca de 1900 o mistifório em torno da Revolução Francesa estava já ultrapassado por que as datas e prazos não podiam mais ser manipulados pelos exegetas fanáticos.

Foi quando estourou (em 1914) a Revolução Russa e meio século depois nova moda exegética em torno da qual só mudavam os nomes. Segundo a versão de 1980 Mikail Gorbatchov seria o anti Cristo, a Besta a antiga URSS ou o PC e o milênio desta vez situado nos EUA igualzinho nos filmes de Holywood, onde os vilões eram os russos e os mocinhos os yankees... Pois bem os comentaristas bíblicos yankees ousaram comentar o Apocalipse em tais termos e em apontar a vinda do Senhor e o inicio do milênio em diversas ocasiões até 2000 e alguma coisa...

Foi até quando protelaram as datas e prazos... E no entanto estamos já em 2016...

De fato a mentalidade protestante tende a encarar qualquer mudança destinada a abalar o conservadorismo como eventos de natureza cósmica ou apocaliptica. E não hesitam associar o fim daquele mundinho tacanho que aspiram ver a todo custo conservado com o fim do mundo real enquanto entidade dinâmica sujeita a múltiplas e sucessivas transformações. Para eles cada crise é indício de um possível fim a ser comemorado...

Foi o ódio teocrático que levou os fanáticos a identificar as grandes revoluções políticas, como sinais dos tempos pelo simples fato de terem promovido, dentre outras coisas, a secularização do poder, o conhecimento científico e novas formas de organização familiar... Tudo quanto eles, presos ao livro, costumam negar e desejam ver destruído.


Assim o fundamentalismo apocaliptico, com sua exegese essencialmente subjetiva e rancorosa, teve de percorrer todo este patético roteiro desde 1640 e pouco i é ao cabo de quase quatrocentos anos! E sequer vou mencionar o tempo que tais homens perderam discutindo e polemizando em torno de cada uma dessas versões ao invés de terem buscado viver o Evangelho no dia a dia! Quantas brigas, querelas, excomunhões e anátemas por nada! Tais os frutos estéreis produzidos pela ressurreição do milenarismo e pela leitura imoderada do Apocalipse!

No próximo artigo descreveremos como o milenarismo enquistou-se de tal modo e maneira entre os sectários estado unidenses a ponto de dar origem a uma nova forma ou tipo de Cristianismo - próprio dos Estados Unidos - o assim chamado dispensacionalismo.




sexta-feira, 26 de agosto de 2016

LIVRO PRIMEIRO > Capítulo I - Sessão 10: Divisões a respeito da doutrina da Predestinação / Artigo N) Pequena crítica a doutrina predestinacionista e considerações sobre a relevância da questão...



protestante: Nossa quanta confusão! Fico no entanto a pensar sobre qual seja o veredito da palavra de a respeito de tão complicado assunto...





Ortodoxo: Não é objetivo deste tratado decidir o tema da Liberdade e da Predestinação, porquanto já compusemos a respeito uma obra de fôlego.

Todavia para que não sejamos acusados de omissão tecemos as seguintes considerações -

A palavra DO DEUS VERDADEIRO, JESUS CRISTO - cuja supremacia escriturística assumimos e reconhecemos - nos dá a entender que o repúdio a sua divina mensagem partiu dos próprios habitantes de da cidade de Jerusalém, os quais por isso mesmo tornaram-se merecedores de uma punição. Mt 23,38

Admitamos agora que a graça irresistível de deus deva preceder a adesão do homem a divina Revelação e que sem ela não se pode o homem converter... Neste caso sendo Jesus Cristo dispensador da graça e tendo recusado a dita graça a tais e tais pessoas por que cargas d água iria pregar, e convidar, e estimular, e tentar converter um público que ele mesmo havia desistido de converter e que sabia ser irredutível a conversão???

Admitido que Jesus Cristo converta irresistivelmente as pessoas por meio duma graça mágica e invisível ou que tenha predestinado tal pessoa ao castigo desde toda eternidade sem que esta possa fazer qualquer coisa, por que raios haveria de aproximar-se dela e de tentar ganha-la para o Evangelho???

Se é ele que atrai ou repudia as pessoas antes de anunciar de proclamar o Evangelho por que não anuncia o Evangelho apenas as pessoas certas????

Tal o exemplo do Jovem rico: Se cabia a Nosso Senhor converte-lo previa e magicamente por sua graça soberana por que declarou haver obstáculo no amor as riquezas? Alias por que não o converteu ou dispensou-o pura e simplesmente economizando suas palavras?

Mais absurda e grotesca fica sendo a narrativa de Lc 19,41 sobre o choro de Jesus face a impenitência dos habitantes de Jerusalém.

Como poderia ter Jesus chorado se ele mesmo enquanto predestinador dos eleitos é a causa da impenitência deles desde toda a eternidade????

Agora se chorou porque tal situação não estivava de acordo com sua vontade (do contrário por que teria chorado, por aparência ou hipocrisia???) por que predestinou-os????

Teria acaso Jesus a princípio predestinado tais pessoas a punição e posteriormente se esquecido ou arrependido???

Aqui as únicas opções para os predestinacionistas são o esquecimento, o arrependimento ou o fingimento e eu não acredito que qualquer uma delas seja digna de consideração.

Devo concluir portanto que Jesus chorou porque mesmo sendo capaz de ressuscitar mortos e produzir mundos não era capaz de obrigar o homem a converter-se por lhe ter concedido o dom da liberdade.

Agora se concedeu aos homem o dom da liberdade por que teria chorado?

Por ter se compadecido em vista da péssima opção feita por eles. Da qual decorreriam inclusive terríveis consequências na ordem temporal das coisas.

No entanto ele bem sabia que os homens são mutáveis pois assim foram constituídos tendo em vista a aquisição da vida perfeita. E sabia que por fim todos os homens seriam reconciliados consigo.

Protestante: Mas meu amigo se Jesus sabia de antemão quem haveria de aderir ou não livremente, ao anúncio do Evangelho, a que título anunciava o Evangelho aqueles que sabia que não haveriam de converter-se?

Ortodoxo: Penso que haja uma grande diferença em termos conhecimento de que alguém haverá de opor-se livremente a nós e suscitarmos nos outros uma oposição a nós mesmos.

Quando Jesus Cristo decidiu encarnar-se teve de lidar com o fato de relacionar-se com pessoas que sabia que não haveriam de aderir a seus ensinamentos, no entanto pelo simples fato de ama-las, de não querer exclui-las ou humilha-las e acima de tudo para patentear a responsabilidade delas mesmas não deixou de ensina-las. 


Ele mesmo disse lançar as sementes onde não podiam germinar por causa de obstáculos externos. O que por sinal indica que o obstáculo se encontra na vontade livre do homem e que a semente da graça não é irresistível, a menos que os predestinacionistas encarem as palavras saídas da boca do próprio Verbo como graças pequenas ou insuficientes...

Assim mesmo conhecendo de antemão a impenitência deles ele optou por pregar porque a impenitência partia da decisão livre deles e não da decisão dele Jesus...

Pois se partisse apenas dele, Jesus e de sua graça soberana e se ele mesmo fosse responsável pela impenitência deles É SINAL CLARO DE QUE NÃO ASPIRAVA CONVERTE-LOS. AGORA SE NÃO ASPIRAVA ELE MESMO CONVERTE-LOS POR QUE DEMANDAVA PELA CONVERSÃO DELES.

No primeiro caso eram eles apenas que não estavam dispostos a ser convertidos ELE NO ENTANTO ESTAVA DISPOSTO A CONVERTER A TODOS E POR ISSO A TODOS PREGAVA.


Protestante: No caso a vontade salvífica seria universal?

Ortodoxo: Ele mesmo afirma que ao ser guindado como a serpente no deserto chamaria a si TODOS OS SERES HUMANOS e não apenas um grupinho seleto de eleitos.

Por isso diz Ruperto: "É certo que pretendia atrair a si todos os homens."

E não as todas as coisas ou todas as 'partes' (corpo e alma) dos eleitos apenas como sugere capciosamente Agostinho profanando o texto.

Por outro lado quando Paulo declara que Cristo manifestou-se para PACIFICAR TODA AS COISAS PELO SANGUE E PELA CRUZ outra coisa não queria dizer que todos os homens separados e em estado de conflito devido a Lei do ódio. Os quais veio a longo prazo conciliar pela adesão a sua Lei de amor.

E noutro passo ainda mais explicitamente declara: DESEJA QUE TODOS OS HOMENS CONVERTAM-SE PARA A VIDA ETERNA. II TM 2,4

Só restando a Agostinho o expediente desonesto de alegar que Paulo estava querendo dizer 'todas as classes de homens' ou homens de todas as nações, e não de fato TODOS OS HOMENS. Mesmo porque caso Paulo aspirasse dizer o que Agostinho forceja por em sua boca não lhe faltariam nem restritivos, nem sabedoria, nem capacidade E MENOS AINDA O ESPÍRITO SANTO.

Portanto a menos que com Agostinho, Lutero e Calvino desejemos passar por falsificadores da pena apostólica devemos nos contentar com sua simplicidade e receber o que ela de fato diz: Que Deus deseja salvar todos os HOMENS i é o GÊNERO HUMANO...

protestante: Diante de textos tão claros como Calvino foi capaz de defender que a vontade salvífica de Deus era restrita????

ortodoxoGraças ao funesto princípio segundo o qual qualquer individuo tem o direito de torcer e distorcer a palavra de Deus, de corrompe-la por completo, de subverte-la, de perverte-la e enfim de converte-la numa veste capaz de encobrir seus próprios ensinamentos, sejam quais forem; assim a predestinação, o sono da alma, o arianismo, o sabatismo, etc 

Pelo livre exame é a Escritura manipulada de uma tal maneira que chega a demonstrar e favorecer o oposto do que Deus tinha em mente, de aprovar o que Deus reprova e de aprovar o que ele condena... Convertendo-se assim em pura e simples palavra de homem...

Basta ver como no decorrer dos séculos não poucas pessoas tem defendido o assassinato, o roubo, a mentira e a infidelidade em nome de Jesus Cristo e seus apóstolos. E transformado a lei evangélica numa fonte de depravações inauditas! Quantos não tem torturado e queimado seres humanos em nome de Cristo a exemplo do citado João Calvino???????

Tal a 'Bíblia' na boca dos expositores desonestos na medida em que perde seu sentido original e divino para receber outro bem diverso... Destarte já não é palavra luminosa de Jesus Cristo, mas palavra tenebrosa de Martinho, João, Ulrico, Edir, Estevão, etc

Agora observe como Calvino comenta o texto acima:

"SÃO DUAS COISAS DIFERENTES: A VONTADE DE DEUS MANIFESTA; E SUA VONTADE OCULTA. O QUE ELE MOSTRA NA SUA PALAVRA, A BÍBLIA, E QUE DESEJA A SALVAÇÃO DE TODOS. O QUE, PORÉM, ELE QUE OCULTAMENTE, A SUA VONTADE QUE NÃO PODEIS PENETRAR, É QUE UNS SE SALVEM E OUTROS SE CONDENEM." in Loc

Protestante: Ao que parece ao invés de interpretar a palavra de Deus, Calvino pura e simplesmente rechaçava-a... Pois se admitia que "O que ele mostra na sua palavra, a bíblia, é que deseja a salvação de todos." e professava um ensinamento oposto ao da 'Bíblia' só podemos concluir que não acreditava sinceramente nela mas apenas em suas próprias opiniões. Apesar da Escritura...

Ortodoxo: Ademais livre examinismo é exatamente isto: Tomar a letra, isola-la ou extrai-la de seu contexto - que é a chave do significado - alija-la de seu legítimo conteúdo (que é a mensagem que Deus desejou comunicar aos homens) e converte-la numa roupa ou fantasia destinada a ocultar nossa próprio opinião...

Assim aniquilada a substância e preservada a casca ou o invólucro pode o infiel revestir seus próprios pensamentos como a apostasia da igreja, o juízo investigativo, o solifideismo, o predestinacionismo, etc

De fato a raiz e origem de todas as seitas é o engenho humano associado a firme vontade de escravizar os mais frágeis ou idiotas.

Nem podemos negar que a piedosa ideia de uma Revelação divina consignada em determinados livros preste-se perfeitamente a tais fins.

É próprio dos homens maus e viciados introduzir determinados conceitos em frases mortas e por meio de tais conceitos colonizar as mentes alheias.

protestante: De fato se e a outra vontade de Deus - a da predestinação - é secreta ou oculta como Calvino poderia ter chegado a conhece-la?

ortodoxo: Para respondermos a esta questão devemos analisar antes de tudo a ideia que Calvino fazia a respeito de si mesmo: "Dieu ma fait la grace de me declarer ce qui est bon et mauvais." Letres françaises, I, 389 a Aubeterre ...

Traduzindo: "DEUS ME CONCEDEU A GRAÇA DE CONHECER O BEM E O MAL."

Acaso tais palavras não equivalem a revindicar para si uma infalibilidade ainda maior do que a revindicada pelo papa romano????

Papa romano cuja arrogância ele tanto criticava????


Afinal Calvino fazia de seu ministério um continuo e ininterrupto Ex chatedra.
"... Não ignoro pois, apesar de minha indignidade, A POSIÇÃO A QUE DEUS ME ELEVOU EM SEU PROPÓSITO, ASSIM NÃO PODES QUEBRAR NOSSA AMIZADE SEM CAUSAR GRANDE MAL A IGREJA." Ep 145 a Melanchton

protestante: Penso afirmações proclamadas em semelhante tom haja muito haja muito sobre o que pensar.

Tornemos porém ao assunto da predestinação.

Não seria o caso de estarmos diante duma doutrina de pouca ou nenhuma importância?







Ortodoxo: Neste caso como compreender o sem número de querelas e disputações por nós elencadas...

A começar por aquela que envolveu Agostinho X Pelagio, Celestio, S Teodoro e Juliano; passando pela que envolveu Cassiano, Vicente, Enódio e Hilário X Próspero e o outro Hilário;  pela que envolveu o Pe Lucidius e Fulgêncio de Ruspe X Fausto, Possessorius e Genádio; pela que envolveu Gotteschalco, Prudêncio, Amolo, Florus, Lupus, Ratramnus, Wenilo e Remígio  X Hincmar, Pardalus e Rabanus; pela que envolveu Franciscanos e Dominicanos; enfim pelas proposições de Wicliff até chegarmos a Lutero X Erasmo (brilhante campeão do livre árbitro); Calvino X Pighius, Servet, Castellio, Curione; Gomarius X Arminius (e em cujo contexto Barnaveldth perdeu a cabeça enquanto Grotius foi encarcerado e Episcopius exilado); aos tomistas X molinistas; aos Jansenistas X Jesuitas; a Wathfield X Wesley; etc

TERIAM TAIS POLÊMICAS PARTIDO DE UMA DOUTRINA NEUTRA OU IRRELEVANTE???

Teriam tantas centenas de pessoas tomado parte nelas por pura e simples leviandade????

Teriam perdido tanto tempo, tanta saliva, tanto papel e tanta tinta por nada????

De minha parte julgo que o número de controvérsias suscitadas pelo tema seja mais do que suficiente para evidenciar sua gravidade.

Dificilmente qualquer um dos personagens acima citados, independentemente de sua opinião, admitiria ter se envolvido numa discussão frívola ou ociosa.




Basta dizer que para o teólogo reformado Turretini a doutrina da predestinação constituía: "O eixo coordenador da revelação Cristã e implicava na exaltação da Suprema Glória devida a Soberania divina.". 

O que de certo modo já havia sido antecipado pelo próprio Calvino:

"DEUS ESCOLHE OS QUE QUER PARA SÍ, E, ANTES QUE NASÇAM, PÕE DE RESERVA A GRAÇA - percebam que Calvino é substancialista ou Flaciano - COM QUE DESEJA FAVORECE-LOS. NÃO É A SUA PREVISÃO DA NOSSA FUTURA SANTIDADE QUE DETERMINA ESSA ESCOLHA... A GRAÇA DE DEUS É GRATUITA E NÃO CONCEDIDA AOS QUE MERECEM LOUVORES, ELA DEIXARIA DE SER GRATUITA SE, ESCOLHENDO O SEU POVO, DEUS ATENDESSE A NATUREZA DAS OBRAS DE CADA UM... SÓ DEUS PODE OPERAR A CONVERSÃO DO HOMEM, POIS ESTE NEM SEQUER POSSUI A CAPACIDADE DE PENSAR NELA." Institutas III,22-2 e II, 3 -6

Pelo que foi incluso da cf Palatina:

"E a própria vontade não é somente mudada pelo Espírito, mas é também
equipadA com poderes, de modo, que espontaneamente deseje o bem e seja capaz de
praticá-lo." 
iten IX




Não foi sem razão que o humanista Seb. Castellion objetou que ao destruir o livre arbitro Calvino destruia o fundamento da vida moral.

Jerônimo Bolsec a seu tempo afirmou em alto e bom som que o Evangelho de Calvino apresentava Deus como autor do mal e do pecado...

(Nem preciso esclarecer que tanto um quanto outro tiveram de fugir as pressas da 'santa' Genebra...)

Outros não foram os sentimentos acalentados pelo humanista Jacob Arminius, para quem a questão da liberdade humana era uma questão crucial. E seu oponente Francisco Gomarius era do mesmo parecer,
quanto a graça e a soberania divinas...

protestante: Não sei o que pensar, acho-me um tanto confuso.

Ortodoxo: Neste caso pare e pense> Caso atribuamos a perdição de parte dos seres humanos a vontade positiva de deus, poderíamos sustentar que seu amor é sem fim? 

Caso concluamos que desde toda eternidade deus predestinou algumas pessoas ao mal para posteriormente poder vir a puni-las, poderíamos sustentar que esse deus é justíssimo??? 

Caso concedamos que esse deus lance as criancinhas não batizadas num palheiro de fogo ainda que não tenham chegado a cometer pecados pessoais, poderíamos apresenta-lo como Pai bondadoso???? 

Poderia o Deus verdadeiro amar infinitamente e ao mesmo tempo abandonar, recusar-se a ajudar ou conceder uma nova chance aquele que sequer tiveram a oportunidade de decidir livremente??? PODERIAM TODAS ESTAS QUESTÕES SER OCIOSAS OU IRRELEVANTES??????


sexta-feira, 27 de maio de 2016

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo VII > Divisões a respeito da presença real do Senhor da Eucaristia: Sub Capitulo 10 - O estratagema de Zwinglio


As coisas no entanto principiaram a mudar de figura quando em 1523 o jurista holandês Cornelisz Hendricxz Hoen (Honeos) - numa carta enviada a Lutero, Melanchton e o círculo de Wittemberg - elencou uma série de argumentos com o intuito de demonstrar que as palavras 'Este é meu corpo' podiam ser compreendidas alegoricamente, como se quisessem dizer 'Isto simboliza o meu corpo'.

Foi ao receber esta carta que Lutero pronunciou as memoráveis palavras: "Que grande golpe daria no papado..." transcritas anteriormente, determinando que a abominável e sacrílega carta fosse queimada (Bela liberdade de interpretação!).

Lamentavelmente, para Lutero, uma cópia dela foi enviada a Zurich, vindo a cair justamente nas mãos de quem? De U Zwinglio eliminando todas as suas dúvidas e hesitações.

Assim o que parecera blasfemo ao protestante alemão, pareceu apetecível, inspirado e divino ao protestante suíço. Verdade de um lado e mentira do outro lado das montanhas, tal o relativismo...

Assim sendo, em 1525, o suíço fez publicar a exposição de Honeos, anexando sua aprovação - e aqui temos o 'imprimatur' protestante rsrsrsrsrsrs -. Desde então, esta teoria, tida em conta de herética pela Igreja nossa mãe e mestra, é que tem prevalecido entre os protestantes.

Como no entanto a gente simples do povo não pudesse compreende-la bem, devido as ilações textuais e sutilezas ficava a teoria antiga e tradicional com larga vantagem. De modo que o Senado de Zurich não se atrevia a julgar a questão, ficando tudo embaralhado.

Diante disto Zwinglio, segundo o costume do tempo, fez publica a narrativa de sua visão ou sonho, tão ridicularizada por papistas, anglicanos, luteranos e até calvinistas.

Segundo a pitoresca narrativa, lá estava o pobre Zwinglio, qual novo Buda, atormentado por diversas dúvidas a respeito do significado do Sacramento, e cogitando debaixo de sua árvore de Bô ou pipal - aqui no caso um frondoso carvalho - quando veio ter com ele um anjo gigantesco (talvez tetraneto do que vizitara Elkaxai no século II ) o qual após toca-lo, revelou-lhe a nova verdade supinamente ignorada pela Cristandade ao cabo de mais de mil anos, a saber, o verdadeiro sentido das palavras eucarísticas.

E foi assim que propagou-se a teoria de Karlstadt e Honeos entre os capiaus da Suíça para o desespero do Dr Lutero. Pois acreditaram quase que de pronto na 'pia fraude'.

Posteriormente, ao dissertarmos sobre a intolerância e instabilidade, características do sistema protestante, teremos ensejo de descrever as memoráveis lutas travadas entre luteranos, calvinistas e zwinglianos em torno deste dogma no decorrer do século XVI. ISTO APESAR DE CADA UMA DAS PARTES TER DIANTE DAS FUÇAS A MESMA BÍBLIA SUFICIENTE, CLARA, LUMINOSA E DE FÁCIL ENTENDIMENTO...

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo VII > Divisões a respeito da presença real do Senhor da Eucaristia: Sub Capitulo 09 - O Dr Karlstadt




Dentre os primeiros a assimilar suas dúvidas e a apoiar a grande rebelião achava-se um cura suíço de Glarus chamado Ulrico Zwinglio, o qual fora iniciado por um de seus tios na escola de Platão cujos erros e venenos bebeu em abundância.

Presumido como era este Zwinglio chegou inclusive a revindicar para sí mesmo uma espécie de co paternidade - cf Merlé Daubigne 'Reforma na Suíça' - quanto ao advento da Reforma protestante. Alegando ter tomado a iniciativa de purificar a igreja independentemente Lutero e quiçá antes dele... 

Foi esta, sem sombra de dúvida, uma das farpas mais agudas lançada contra o esposo de Dna Catarina ou no dizer de S Paulo um 'espinho da carne' do 'profeta saxão'... O qual de modo algum estava disposto a partilhar, com quem quer fosse, a glória de ter restabelecido a luz da verdade onde antes havia apenas escuridão e trevas.

Não a reforma era sua, somente sua, pensava Lutero, e ai que quem cogitasse priva-lo de tal 'glória'!

Fora ele Lutero o escolhido para 'salvar' a fé Cristã, o cristianismo e os cristãos... Ele era o coadjutor de Cristo, e auxiliar em sua obra... Ele era o 'associado' destinado a restabelecer o que Cristo e os apóstolos não haviam firmado coma a devida habilidade.

Ele era o 'reformador' necessário sem o qual o Cristianismo jamais teria retomado seu rumo...


A simples sugestão de que existia algum co reformador, cuja fama ameaçasse a sua era o quanto bastava para enche-lo de ódio e amargura infinitos. 

Por isso que a ninguém odiou mais do que ao 'impudente' Ul Zwinglio 'mais ameaçador do que o turco e o papa!'.

A crítica no entanto - mesmo protestante - vindicou já a reputação de Lutero. Estabelecendo com abundância de provas a dependência do Suíço quanto a suas obras e exemplo, dos quais alimentou-se ao menos no primeiro momento de sua atividade reformista. O impulso, sem dúvida, veio das Alemanhas...

Ainda aqui mentiu e falseou o matreiro Zwinglio quando disse ter iniciado uma reforma paralela por conta própria, ocultando sua dívida para com o Revolucionário Wittemberguense.

Até nisto foi a reforma - e ainda é - uma feira interminável de vaidades e festival de pretensões destinadas a alimentar o ego insaciável dos vaidosos. 

Foi este Zwinglio que - A semelhança de Américo Vespúcio - emprestou seu nome a doutrina simbolista ou alegórica do Sacramento, AINDA QUE NÃO A TENHA FORMULADO.


De fato chamasse zwingliana porque foi abraçada e divulgada pelo reformador suíço, mas não concebida ou formulada por ele.

Então por quem????

Quem seria o mestre ou inventor?






Poucos são, mesmo entre os protestantes, os expositores capazes de indicar com exatidão o verdadeiro autor da teoria. 

PASSANDO ZWINGLIO POR PAI DE FILHO QUE NÃO É SEU!!!


Em verdade a paternidade da teoria simbolista ou sacramentária da Eucaristia cabe ao Dr Andreas Bodenstein, mais conhecido como Karlstadt, a um tempo amigo, a outro predecessor ou ao menos companheiro de Lutero, durante as primeiras aventuras reformistas.

De fato a este Karlstadt cabe o mérito de ter inventado diversas doutrinas ou dogmas ainda hoje altamente estimados por nossos protestantes assim o pedobatismo, a iconofobia, a rejeição ao celibato, a santificação do 'cânon' judaico, e o sacramentarismo dentre outros. 

O que Th A Edison foi para a tecnologia contemporânea, Karlstadt foi para o protestantismo emergente, traçando-lhe as linhas fundamentais, sempre em oposição a Lutero...

Todas divulgadas entre os primeiros círculos anabatistas por seus companheiros de 'ministério' os profetas de Zickwau.

Aos quais ensinou que ao proferir as palavras eucarísticas ' Este é meu corpo' Jesus teria apontado para seu próprio corpo, e, assim aludido a si mesmo e não ao pão.

Sintomático que em qualquer das dúzias de Evangelhos apócrifos ainda hoje existentes e atribuídos a St Maria, Madalena, Pilatos, Judas, Mateus, Pedro, Tiago, Bartolomeu, Filipe, etc inexista qualquer alusão, inda que indireta, a tão patética cena concebida pelo imaginioso companheiro de Lutero.

Teria ele captado tal imagem por telepatia??? Seria ele médium ou sensitivo??? Teria poderes paranormais ou estaria delirando??? É O QUE JAMAIS VIREMOS A SABER!

Seja como for pretendia o Dr Andreas, com sua caprichosa explicação, suprir a omissão ou incúria dos apóstolos, evangelistas e hagiografos, que, apesar de inspirados, haviam deixado de registrar tão importante pormenor; e consequentemente, precipitado a Cristandade no abismo da hartolatria!!!

Já Otto de Brunfels, advertira que o 'desvio' eucarístico deveia ser atribuído as próprias escrituras, no caso omissas, logo falíveis e vulgares... Como veremos nos próximos tópicos.

Os anabatistas - Que eram, via de regra, pessoas simples e parcamente instruídas (como ainda hoje são) - acolheram devotamente a estranha explicação do Dr Karlstadt e deram-se por satisfeitos pelo simples fato de terem podido quebrar mais um dos tantos elos que prendiam a pobre Cristandade a Babilônia papal. 

Os eruditos no entanto... rsrsrsrs

Tiveram pudor ou vergonha... Afinal nem todos os protestantes haviam perdido aquele belo apanágio da natureza chamado razão ou senso do ridículo. 

Por aí se vê que deus sequer fora capaz de iluminar dignamente o pai e profeta dos sacramentários. E que tudo partira duma grande cagada!


Entrementes Zwinglio alimentava em seu coração aos mesmas dúvidas que Berengarius: "Se subiu aos céus e está assentado a mão direita de Deus Pai, como pode estar do mesmo modo sobre diversos altares ao mesmo tempo???"

imprimindo a tais dúvidas uma conotação cada vez mais severa. Enquanto Lutero - obtendo apoio do braço secular - esmagava o pobre Karlstadt impondo-lhe o silêncio!

Zwinglio no entanto disse para sí: "Talvez o alemão ridicularizado por Lutero esteja certo." todavia não podemos adotar sua explicação... POR SER RIDÍCULA...

E... assim sendo hesitava...

quinta-feira, 26 de maio de 2016

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo II: Divisões a respeito da Santíssima Trindade - Sub Capítulo 08 > Unitarismo e Triteismo

Neste artigo o amigo leitor deparará com os seguintes tópicos:

  • Protestantismo, essa imensa fábrica de heresias
  • A Santíssima e indivisível Trindade
  • Monarquistas, unicistas ou unionistas
  • Os Triteístas
  • Modalismo e triteísmo na antiguidade Cristã
  • A ressurreição do unicismo
  • A ressurreição do triteísmo




Quando algum protestante alardear a respeito da divindade de sua querida reforma sempre será possível ao Ortodoxo refrescar-lhe a mente e adverti-lo de que sua fé, a fé protestante, foi a responsável por "Ressuscitar" praticamente todas as heresias dos tempos antigos que haviam sido aniquiladas pela Igreja Antiga ao cabo da Idade Média.

Trinitários há que são protestantes. Como há protestantes que creem da divindade de Cristo, na presença real de Jesus no Sacramento, na adoração dominical, etc

De fato para parte dos reformados aos menos os dogmas acima foram Revelados por Deus fazendo parte constituitiva da doutrina ou do ensino Cristã. E por isso não posso crer que eles creiam que tais ensinamentos não sejam importantes para o próprio Deus... Afinal por que teria Deus comunicado ao gênero humano conhecimentos ociosos ou isentos de importância???

Se foi divinamente Revelado é porque possuí importância...

Agora a que propósito vem tudo isto???

Considere antes de tudo que os protestantes sustentam a opinião segundo a igreja antiga teria sido inepta no sentido de preservar imaculadamente as verdades de fé ou que a fé da Igreja antiga se teria corrompido, tornando-se a Revelação divina ao menos em parte obscura.

Considere igualmente que deus havia decidido desde toda eternidade 'reformar' ou melhor consertar a igreja que fundará e que para tanto fixou o princípio do livre exame, o qual para os protestantes é tido em conta de divino.

Considere por fim que as antigas heresias que desfiguravam a divina Revelação só tornaram a aparecer e a afirmar-se após o advento da Reforma protestante recorrendo a Bíblia segundo a praxis do livre examinismo.

O que nos leva a concluir que o renascimento das antigas heresias é consequência ou efeito do livre exame. Uma vez que todos os mestres do neo cristianismo partiram do livre exame para chegar a negação da Trindade, da Encarnação, do pedobatismo, da presença real, da adoração dominical, da livre vontade, etc penso que nossa constatação salta a vista ou que seja óbvia.

As antigas heresias não tornaram a existir por via da autoridade ou da tradição, que é a via da Igreja antiga ou da Ortodoxia, mas a partir da leitura da Bíblia apenas pelos laicos despreparados.

Acredito que não paire dúvidas a respeito desta relação. A menos que a infestação do Cristianismo por tantas e tão funestas heresias após o advento da reforma e a presença delas no contexto protestante não passe de coincidência... Coincidência.... Alguém levará a sério???

A sorte ou o acaso ter aguardado a manifestação do protestantismo ou o advento da Reforma para só então encher o mundo com toda sorte de heresias...

O pastor e polemista protestante Ernesto Luiz de Oliveira em sua obra "A igreja Cristã e o anti Cristã" é um apenas dentre os inúmeros protestantes honestos que admite a relação como ontológica ou essencial sem maiores problemas.

Diante disto sinto-me livre para questionar meus amigos protestantes e para perguntar-lhes porque raios haveria Deus de consertar ou de reformar sua igreja por meio de um método (o livre exame) capaz de suscitar críticas aos elementos constituitivos pertencentes a divina Revelação ou de obscurecer as verdades de fé que ele mesmo quis revelar???

Por que cargas dáguas haveria o Deus perfeito de recauchutar sua igreja com prejuízo da divina revelação e da verdade eterna.??

Por que haveria ele de comprometer os mistérios da Trindade, da Encarnação, da Eucaristia, etc na reformação de sua igreja?

Diante dos frutos anti trinitários, unitários e triteístas; dos frutos docetista e ariano, do fruto alegórico ou simbolista, do fruto anabatista, etc não poderia ele, sendo plenisciente e perfeito, ter escolhido outro método ou método menos nocivo a verdade???

Não poderia o Deus perfeito método mais respeitoso para com a verdade e a divina Revelação caso quisesse reformar sua igreja?

Por que teria ele escolhido um método destinado a promover a confusão doutrinal na mais larga escala e associada a negação?

Seria impossível para Deus reformar a igreja sem debilitar a fé ou será que aspirou debilitar a fé que ele mesmo Revelou???

Não me digam os protestantes que uma coisa nada tem a ver com a outra porque se esperam que abracemos sua reforma respondam-nos antes de tudo por que o triteísmo, o arianismo, o docetismo, o nestorianismo, o monofisitismo, o anabatismo, etc ressurgiram e afirmaram-se por meio dela, tomando carona no biblismo e no livre examinismo???

Caso a reforma pretenda ser compreendida e aceita que comece por fornecer as razões de sua esperança!

Por que nós acreditamos que o Deus perfeito deva proceder sempre e invariavelmente segundo a norma e regra de sua perfeição e não podemos admitir que o Deus Revelador possa fazer pouco caso da verdade que pretendeu comunicar-nos!

Então queremos saber porque adotou um método apto para ferir e vitimar a verdade revelada, para combalir a fé ortodoxa e para tornar os mistérios vulneráveis a uma crítica destemperada???

Agora como não podem os reformados fornecer-nos uma resposta satisfatória mas apenas bater os pés e negar que haja relação ontológica entre o livre examinismo e a ressurreição das antigas heresias só nos resta responder que sabemos muito bem porque ao fundar a Igreja nascente Jesus Cristo estabeleceu o padrão ou critério da autoridade ou se preferirem da tradição.

Justamente para que a Verdade divina e eterna não pudesse ser impudentemente negada ou mesmo posta em dúvida por seus seguidores.

Assim o princípio operatório da igreja era simples ou melhor simplíssimo: Por meio de oráculos proféticos ou vaticínios tomados aos videntes judeus ou as síbilas pagãs demonstravam ser Jesus, o Instrutor divino ou a manifestação do Logos eterno. Esta era a tarefa da Igreja, demonstrar a judeus e pagãos que Jesus Cristo era o Mestre procedente dos céus ou do mundo invisível. Admitido que Jesus era esse Mestre ou Instrutor categorizado cumpria aceitar sem questionar tudo quanto ele ensinara... Assim a figura do Instrutor divino apenas era investigada, não o elemento doutrinal por ele revelado ou o DOGMA. Este era pura e simplesmente imposto pela Igreja em seu nome...

Se você de fato crê que Jesus é o Deus Encarnado só lhe resta tomar o jugo de sua doutrina e toma-lo integralmente uma vez que, com Deus não se discute! Admitida a doutrina da divindade de Cristo fica lacrada e selada a porta do Exame doutrinal e caso a Igreja permitisse que seus membros ou os cristãos examinassem a doutrina Revelada por seu ilustre fundador não seria melhor do que uma 'Virgem louca'.

Foi segundo este roteiro espiritual que a Igreja antiga foi fundada e nela, como demonstraremos, não havia qualquer espaço para o exame particular das escrituras, porque sua via era a via da autoridade.

Portanto se a Igreja ao ser fundado foi atrelada ao princípio da autoridade é pelo mesmo princípio que deveria ser Reformada ou consertada caso viesse a corromper-se e não por qualquer outro princípio.

Tal como foi fundada, assim reformada fosse o caso.

E não teríamos tantos questionamentos indesejáveis, frutos do ceticismo, da dúvida, da confusão; mas coesão doutrinal ou uniformidade, ordem, sobriedade e reverência! A reforma no entanto, afirmando princípios totalmente novos e distintos dos antigos, tomou outro caminho...

E este caminho veio a dar no Triteísmo, no unitarismo, no docetismo, no nestorianismo, no anabatismo, no zwinglianismo... E a expor todo edifício doutrinal do Cristianismo a uma demolição sistemática ou melhor dizendo a uma implosão, em benefício do Islã, que já começa a florescer no antigo continente ou seja na Europa!

Alias como poderia nosso Cristianismo ter permanecido firme e forte face aos ataques da sinagoga e da mesquita se fragmentado numa multidão de seitas???

Por que a divisão e a fragmentação produzem a fraqueza.

Fraqueza de que o judaísmo e o islamismo já estão a tirar decidido proveito!

Ao enfraquecer o Cristianismo o protestantismo nada fez além de prestar um grande favor ao islã.

Então nós Ortodoxos temos de declarar em face que não estamos nem um pouco dispostos a adotar a solução protestante em termos de biblismo, livre examinismo, sectarismo e divisões.

É necessário ante de tudo manter a Unidade doutrinal e a coesão, e a uniformidade para resistir face a este inimigo formidável que é o islã. Isto caso não queiramos assistir a morte lenta ou a agonia do Cristianismo.

De fato o Cristianismo hodierno agoniza e sua enfermidade é o individualismo ou melhor o livre examinismo enquanto fautor de incontáveis divisões.

Se é necessário dividir para imperar o protestantismo dividindo nossa Cristandade serve aos propósitos dos infiéis i é dos muçulmanos. Tanto mais alienados da verdade e confusos mais vulneráveis se tornam os nossos Cristãos... Tanto mais arianos, docetas, nestorianos, zwinglianos, anabatistas, iconoclastas, etc tanto mais próximos do maometismo nosso supremo adversário.

Pela milésia vez bradamos: É o fundamentalismo bíblico um curso de introdução ao islamismo e não é em vão que o tomamos!




A Santíssima e indivisível Trindade 

Enquanto os infiéis prestam culto a um deus unipessoal os Cristãos prestam culto ao Deus único em três pessoas verdadeiramente distintas: Pai, Filho e Espírito Santo (Glória a ele pelos séculos sem fim!).

Nem seria possível que o Supremo Instrutor associa-se ao Pai Celestial duas criaturas. De fato Deus não tem comparsa ou semelhante.

Assim devemos compreender que juntamente com o Pai, o Filho por ele gerado e o Espírito Santo subsistem enquanto formas de consciência diferenciadas na mesma Unidade. Assim nosso Deus único é tripessoal ou trinitário.

Por isso esta escrito: Disse o Senhor a meu Senhor! e noutra parte: "Este Espírito é o que sonda as profundezas de Deus!" nem poderia sondar as profundezas ilimitadas de Deus, sem ser Deus verdadeiro. Ou poderiam as profundezas ilimitadas de Deus ser sondadas por uma criatura limitada?

E a respeito do Filho esta escrito que Era Deus, que com Deus estava, que todas as coisas foram feitas por ele que nada do quanto foi feito sem ele foi feito. Assim se participou da criação é divino... pois não existem criaturas criadoras! 

Por fim devemos salientar que nem a divindade é trina, nem a personalidade Una, mas a divindade Una e indivisível e a personalidade Trina e irredutível. Assim não temos três deuses e tampouco cultuamos uma só pessoa mas três pessoas ou consciências distintas num só e único Deus verdadeiro.

É equivocado declarar que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus e não são três deuses.

A exatidão da fé exige que professemos: O Pai é uma pessoa de Deus ou pessoa divina, o Filho uma pessoa de Deus, o Espírito uma pessoa e não são três deuses e tampouco uma pessoa mas três pessoas num só Deus ou três pessoas divinas.

São pessoas divinas não deuses.

Consciências distintas que subsistem na mesma Unidade divina.




Os Monarquistas, unicistas ou unionistas 


O primeiro erro com relação a Trindade divina é o unionismo ou unicismo (antigo Monarquismo), o qual conhece duas formas distintas:

  • O arianismo ou unitarismo (não devemos portanto confundir o unicismo com o unitarismo) que nega a divindade de Cristo apresentando-o como simples homem ou anjo em todo caso criado. E
  • O modalismo, sabelianismo ou ainda patripassionismo que é mais uma interpretação do que uma negação absoluta da Trindade e compõem-se com a doutrina da divindade de Cristo.

Assim para o arianismo não há qualquer Trindade mas apenas Unidade. Tal o unicismo absoluto do unitarismo ariano professado pelos muçulmanos, os socianos, os cristoadelfianos e os jeovistas.

Já para os demais unicistas os termos Pai, Filho e Espírito Santo ao invés de equivalerem a formas internas de consciência que subsistem em Deus equivalem antes a formas externas de expressão por meio das quais o Deus Único relacionar-se-ia com a Humanidade.

Assim antes de sua Encarnação foi Deus um Pai. Ao tempo da Encarnação este Pai se fez Filho e após a Encarnação este Filho converteu-se no Espírito que vivifica a Igreja.

Assim por não possuírem existência real na divindade as três pessoas jamais coexistem mas sucedem-se umas as outras enquanto operações externas ou modos de tratar com a humanidade.

Pai, Filho e Espírito Santo são modos ou atividades e não pessoas, formas de relação e não formas internas de consciência. De modo que não há verdadeira Trindade 'teológica' ou essencial mas apenas econômica.

O tema do Arianismo ou unitarismo, por estar relacionado antes de tudo com a Divindade de Cristo, será tratado num tópico especifico.

Ficando este reservado a pura e simples negação da Trindade que é o modalismo.






Os triteístas


O segundo erro concernente a Trindade divina é o Triteísmo e corresponde ao oposto do modalismo.

Pois se o modalismo destrói a triplicidade das pessoas o triteísmo destrói a Unidade da essência, professando a existência de três deuses e renovando o erro miserável dos politeístas.

De fato os triteístas encaram as pessoas como três entes, seres ou deuses separados.

Julgo que eles assim procedem porque não temos sequer compreender como as três pessoas possam subsistir na mesma essência divina sem fraciona-la. Nossas categorias de entendimento não podem conceber ou imaginar como possa haver fruição comum sem que seja por divisão.

É exatamente aqui que o Cristão Ortodoxo reconhece sua limitação estrutural e confessa ser impossível compreender como o Uno possa ser fruído pelas três pessoas sem tornar-se múltiplo. E por não poder compreender ou explicar este artigo da fé admite estar diante de um mistério insolúvel tanto face a percepção quanto face a razão.

O Cristão, de fato, reconhecendo-se como criatura finita, assume o mistério.

Limitando-se a afirmar tanto a Unidade da essência divina quanto a triplicidade das pessoas. E não nega as duas proposições, inda que não saiba como possa concilia-las.

O triteísta, a exemplo do unicista, foge ao mistério e para escapar-lhe nega, necessariamente uma das proposições. No caso a Unidade divina.

E sacrificando a Unidade as exigências de sua estrutura finita afeta a crença dos antigos pagãos que admitiam a existência de diversos deuses.

Sem poder explicar como deixavam de limitar-se uns aos outros (pois apenas o Uno pode ser ilimitado).

E a emenda dos triteístas sai melhor do que o soneto...


O modalismo e o triteísmo na antiguidade Cristã


Por conciliar-se demasiado facilmente com os dogmas Basilares da divindade de Cristo e da Encarnação e com as exigências da razão foi o modalismo relativamente bem sucedido desde o século II desta Era. Um de seus primeiros defensores foi Praxeas contra quem Mar Tertuliano escreveu seu livro. Em Roma o modalismo encontrou refinado teórico na pessoa de Sabelius, um clérigo procedente do Egito ou da Líbia e excomungado por Calixto em 220. Posteriormente esta heresia foi condenada por um Sínodo congregado em Skandaria por Dionísio Batrak, dito o grande. 

Já o triteísmo, por ser difícil de conciliar-se com o monoteísmo peculiar a cultura judaica, fez sua primeira aparição entre os monofisitas do século VI. Ao que parece sua elaboração deveu-se ao gramático Joannes Ascunages, de Antioquia, a grande metrópole da Síria. Segundo Bar Bikraia (Mar Grigor Bar Hebraeus) ele teria dito: "Quanto a Trindade eu encaro como substâncias, naturezas ou deuses as três pessoas.".

Tendo recebido decidido apoio por parte dos Bispos Conon de Tarso e Eugenio, o isaurico o triteísmo chegou a formar uma igreja paralela e a converter, dentre outros, o hieromonge Atanasius, neto da imperatriz Teodora. Além disto contou o triteísmo com a solidariedade de teólogos como João Filiponus e Estephanus Gobar.

Seja como for ao cabo de dois ou três séculos todas estas heresias haviam sido varridas da face da terra graças ao esforço de nossos teóforos e abençoados padres sobrevindo a paz da Igreja. 




A ressurreição do unicismo


No entanto após 1100 anos o livre examinista John Schepp fundador da seita 'Só Jesus' tornou a reeditar os ensinamentos de Sabelius. O mais interessante é que como pentecostal ele creditou este ensinamento errôneo ao próprio Espírito Santo e que no contexto das seitas unicistas todas as 'revelações' e 'profecias' obedecem a forma unicista!!! Assim os fenômenos são os mesmos a serviço de ensinamentos opostos!
Acham que é pouco???

Pois saibam que esta reforma sucedeu em Arroyo Seco por intermédio de McAlister, patriarca das Assembléias de deus, isso mesmo! O qual por sem inepto no manejo da Escritura canônica alardeou que os apóstolos batizavam em nome de Jesus somente (o que é sustentado ainda hoje pela C C B!!!). Schepp ouviu, reproduziu e não tardou a converter F J Ewart e muitos outros companheiros a seu ponto de vista. 

Este Ewart tirando as conclusões veio a crer que Jesus equivalia ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo i é a Trindade... Por isso eles creem que o Filho é o Pai e o Espírito Santo. McAlister e Schepp concordaram e formaram uma facção ou grupo.

Homens como Glen A. Cook, G. T. Hoywood, E. N. Bell e H. A. Gass compõem a imensa galeria de profetas e pregadores unicistas.

Desde então ficou a Assembléia de deus cindida em dois grupos rivais, os quais por delicadeza mimoseavam um ao outro com o título de herético e anti Cristão.

Por fim (em 1916) o grupo trinitário, com grande trabalho, assumiu o controle da organização (Pasmem!), excomungou (!!! CADÊ A LIBERDADE DE EXAME???) 156 pastores e formulou um Credo ou símbolo de fé trinitário. Desde então os unicistas apartaram-se da A d D e fundaram suas próprias seitas. Seja como for eles ainda compõem cerca de vinte milhões de iluminados (só nos EUA 25% dos iluminados são unicistas)!!! Alegando terem sido ensinados diretamente pelo espírito santo, apelando a mesma pajelança por nós conhecida, praticando a glossolalia, exarando profecias, etc

Evidentemente que os pentecostais trinitários alegam que os fenômenos apresentados pelos unicistas são realizados pelo capeta e vice versa... No entanto como são absolutamente idênticos somos levados a concluir que o Demo é perito na arte de imitar! E que tais fenômenos, por serem idênticos, não podem ser tomados por critério da verdade!

Cumpre esclarecer ainda que os principais grupos unicistas são:


  • A Igreja Swedemborgiana 
  • A Igreja Apostólica da Fé em Cristo Jesus
  • A Igreja Pentecostal Unida
  • O tabernáculo apostólico
  • A Igreja da Fé Apostólica
  • A Cristo Vive 
  • A voz da verdade
  • A Pentecostal unida do Brasil
  • O Tabernáculo da fé
  • A Igreja de deus do sétimo dia
  • A Igreja de deus do Brasil
  • As testemunhas de Yehoshua 
  • A verdadeira igreja de Jesus na China
  • O ministério árvore da vida ou Igreja local de Watchman Nee


Dentre outros.

E nem preciso dizer que teem a mesma Bíblia, e não se entendem a respeito de seu significado quanto a natureza de Deus. Exarando dois discursos!

Pois os unicistas como sempre atribuem a doutrina da Trindade a Igreja romana ou ao papa (Outros preferem apresentar o Imperador Constantino como 'pai' da Santíssima Trindade pois nem aqui estãpo de acordo mas em oposição.) - Ignorando supinamente que o termo TRINITAS foi elaborado pelo doutor Tertuliano de Cartago no comecinho do século III e portanto quase mil anos antes de que o papado viesse a existir sob Hildebrando! Antes disto no entanto, o patriarca grego de Antakia, Mar Teófilo, em sua Instrução catequética dedicada a Autólicos (175) empregava já o termo TRIAS. - e apresentam os demais protestantes (trinitários) como politeistas ou semi pagãos (rsrsrsrs).

Já os trinitários retribuem a amabilidade declarando que os unicistas sequer são Cristãos!!!???!!! (Ueh mas eles não examinam a Bíblia????!!!???), que não podem compreende a escritura porque não teem o espírito santo (apesar de serem pentecostais e portarem-se do mesmo modo) e coisas do gênero...

E uns e outros (apesar de não saberem quem ou o que é Deus) adicionam invariavelmente as já conhecidas frases de efeito: A bíblia é quem julga! Temos de ser fiéis a palavra de deus! O veredito pertence a Escritura! Recorramos ao testemunho da palavra! etc, etc, etc SEGUINDO SEUS JULGAMENTOS OU OPINIÕES PARTICULARES, O CONFLITO E A CHICANA...
Tipo: Vomito no teu deus tríplice! Quem é você para colocar-se acima da Bíblia? Eu tenho ma Bíblia e voces a idolatria do papa! PREGAMOS O QUE ESTÁ NA BÍBLIA E NÃO AS INTERPRETAÇÕES DAS PESSOAS (???) e outras pérolas de idiotice... De fato as discussões desses desorientados sobre a doutrina de Deus mais parece um labirinto ou cipoal destinado a conduzir os mais fracos a incredulidade ou ao ateísmo pela via da confusão.

Diante disto somos levados a declarar que o protestantismo não apresenta uniformidade doutrinal no que concerne a doutrina de Deus ou da Santíssima Trindade.

O mais grotesco é que protestantes trinitários e unicistas costumam discutir seriamente o tema com base em 'textos' coletados na tradução do Almeida...

A ressurreição do Triteísmo.

Nossos piedosos ancestrais costumavam dizer que desgraça alguma vinha sozinha.

Assim como se não bastasse a heresia unicista a maravilhosa reforma protestante acabou acobertando igualmente a heresia diametralmente oposta ao unicismo, a saber o triteísmo politeísta.

Logo eles, os bíblicos, que adoram julgar a igreja antiga e apresenta-la como politeísta!

Hienrich Nicolai luterano, mestre em Dantzig Elbing, parece ter sido o primeiro protestante a retomar este erro funesto sepultado pelos séculos. 

Por fim o triteísmo foi acolhido pelos adventistas do movimento de reforma, os quais apresentam a divindade como três seres separados ou uma Sociedade. Os adventistas primitivos ou originais são os primeiros a apontar os adventistas reformados como triteistas. Enquanto escrevemos estas linhas eles estão polemizando sobre a Natureza um certo um certo Luciano Sena, um certo Paulo Cadi e um certo Leandro Quadros e demonstrando cabalmente que uma forma subordinacionista  de Triteísmo tem sido ensinada por parte dos livre examinadores dos EUA e do Brasil ou que ao menos eles estão confusos e tendo abandonado todo patrimônio teológico da Igreja antiga sob a alegação de que não é bíblico já não podem exprimir-se com a devida precisão a respeito da doutrina de Deus (!!!).

Os anabatistas ja oscilavam entre o trinitarismo ortodoxo e o arianismo... Os adventistas tem oscilado do arianismo ao trinitarismo ortodoxo até o triteísmo e os pentecostais oscilado do trinitarismo ortodoxo ao modalismo. E TODOS TEM A MESMA BÍBLIA e a insopitável pretensão de ensinarmos.

Ortodoxo tem vergonha e aparta-te destes falsos mestres!



Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo
Como era no princípio, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amim!





quarta-feira, 25 de maio de 2016

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo I - Sub capitulo 03 > "Um método idealista"

Neste artigo aquele que aspira por um conhecimento mais substancioso encontrará os seguintes tópicos:

  1. Um método idealista e ingênuo
  2. Um mau exame...
  3. A confusão doutrinal.
  4. O abandono...
  5. A intervenção secular dos princípes






A doutrina do livre exame não levou em conta as condições materiais da Sociedade


protestante: Precário em que e por que?

ortodoxo: Caso todos os Cristãos fossem chamados a extrair a verdade diretamente das Escrituras ou a provar a fé da Igreja por meio delas, semelhante exame - para ser proveitoso - exigiria deles intenso preparo e dedicação tão grande a ponto de estar obrigados a estudar um grande número de disciplinas (linguas, gramática, hermeneútica, exegese, literatura, lógica, história, geografia, ciências naturais, antropologia, sociologia, psicologia, etc) antes de sair do 'vestíbulo' e acharem-se aptos para atinar como sentido de uma única passagem inspirada!

Seria um esforço tão grande, tão titânico, tão colossal, tão amplo e tão profundo que consumiria décadas de estudo antes que fosse possível auferir um parco número de doutrinas razoavelmente seguras e reconstituir minima parcela da Verdade.

Que alguns poucos sábios e eruditos de vida folgada, enclausurados em seus gabinetes ou bibliotecas possam entregar-se ao luxo de empreender semelhante exame, concedemos sem maiores problemas... Pois é coisa de perito ou especialista.

Outro no entanto, e totalmente distinto é o caso do operário, do artesão, do campônio e da dona de casa cujas vidas, por assim dizer, encontram-se quase que completamente absorvidas pelas ocupações triviais do dia a dia... Assim deixarão eles de viver, de trabalhar, de comer para queimarem suas pestanas diante de coleções e dicionários ou haverão de examinar as pressas, apenas superficialmente e muito mal.



É com plena razão que o protestante Bretschneider assim se expressa: "OS IGNORANTES ESTÃO MORALMENTE OBRIGADOS A RECEBER AS SENTENÇAS E VEREDITOS DOS DOUTORES, OS QUAIS SOMENTE POSSUEM AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA COMPREENDER A BÍBLIA." Dier S Simonismus und Christethum, 1832 p 173

Outra não é a opinião de Krug: "Admito que a palavra escrita para chegar a inteligência mediana e apresentar-se claramente ao intelecto em sua pureza, DEVA PASSAR PELA MEDIAÇÃO DAS INTELIGÊNCIAS HUMANAS MAIS ESCLARECIDAS E DE SER EXPOSTA POR ELAS."

Surpreendentemente Calvino já se lhes havia antecipado e reconhecido que: "A presunção de que não carecemos de mestres e doutores humanos para compreendermos o sentido da Escritura não passa de LOUCA TEMERIDADE." Mons Genoulhiac 'História dos Dogmas' Tomo I, introduc


Afinal como falar em interpretação, sentido, exegese, hermenêutica a quem carece de pão, leite, camisa e sapato!?  

Ao propor a teoria do livre examinismo Lutero simplesmente não levou em consideração as condições reais da vida do povo ou do homem comum mas lançou-se num inconsequente arroubo de idealismo.




Como ex monge recluso que era cometeu ele o erro fatal ade disseminar entre o bom povo um método 'monacal' ou seja adstrito a vida de um monge cuja única ocupação consiste em estudar o livro... Ele certamente foi capaz de constatar que parte dos burgueses era já capaz de executa-lo e pode partilha-lo com seus alunos oriundos das altas rodas. Foi no entanto incapaz de perceber que o povo em geral, mesmo nas grandes cidades, ainda não se achava a altura da tarefa proposta.

Mal sabia ele que um método apropriado para monges reclusos e eruditos ociosos não era adequado a plebe ignara ou as massas incultas...

"Lutero usou o livre exame como uma arma, forjada as pressas, com o único intuito de enfrentar a igreja romana, SEM SABER NO ENTANTO QUE A ARMA TINHA DOIS GUMES." Schuglz 'Was heiszt glauben' 1830 pp 43 "O livre exame foi solução de improviso - confessa Tieftrumk (p 234) - tendo em vista contrariar o papismo."

Por outro lado o exame meticuloso e responsável das escrituras associado a um 'ceticismo metodológico' capaz de por de lado até mesmo os preconceitos 'luteranos', deu tão certo entre estes últimos - os alunos de Lutero - que parte deles (como Pilkeimer, Enser, Friedrich Staphylus, Hollstenius, etc), vindo a constatar que os 'SOLAS' haviam sido canonizados por ele, retornou ao papismo...



As desastrosas consequências de um exame superficial!


O povo no entanto - devido a suas condições - carecendo de pressupostos para tanto examinou muito mal (ou seja superficialmente), fiando-se em traduções espúrias, ignorando os mais elementares princípios da exegese, menosprezando o testemunho da História, etc E disto resultou a formação de inúmeras seitas e a fragmentação da Cristandade. Agradava-lhes no entanto pensar que com tão pouco esforço tocavam a Verdade sem que precisassem curvar-se diante dos Bispos e padres.

Tal e gênese e fundamento do NEO CRISTIANISMO... DO MORALISMO... DO PURITANISMO... DO FUNDAMENTALISMO... DO PENTECOSTALISMO... E DE TODA ESTA RUÍNA ESPIRITUAL que prolonga-se até os dias de hoje alimentando a reação irreligiosa.

Desde então - é o redator da Darmstadt Allg Kirchen zeitung (1831 - n 21) quem o diz - "A doutrina protestante assemelha-se a fisionomia humana: cada qual tem a sua..." 

"Um exame imparcial da instituição protestante mostra que sem dúvida alguma seus princípios atentam contra a Unidade e logo CONTRA A VERDADE."Ulmann in 'In den Theolog Studien und Kritik' 1832 vol II pp 301


Conclusão: O Método estabelecido por Lutero é inoperante tendo em vista a manutenção daquele caráter unionista com que Jesus Cristo desejou expressamente distinguir a Igreja por ele fundada.

Ele não só esfacelou a Cristandade em inúmeros conventículos rivais, como obscureceu a verdade, semeou a confusão nos corações dos fiéis e lançou os fundamentos da apostasia moderna i é da incredulidade generosidade. Pois em menos de um século ninguém mais sabia em que devia crer e a maior parte dos homens ignorava os fundamentos mais remotos da doutrina Cristã como a Encarnação e divindade de Cristo.

"A contradição e a confusão caracterizam nossa pregação evangélica." Khote in 'Concordia die Symbolus' 1830 p 06


Total falta de preparo

Passados cerca de uns cem anos Spinoza - tal e qual Lutero - dispos-se a fornecer um método para o povo.

No entanto a simples leitura de seu texto bem como a ordenação do método preconizado por ele, dão a perceber mais uma vez que a exegese científica não foi feita para o tecelão, o verdureiro, o padeiro, o peixeiro, a diarista, etc

E que eles jamais lograrão obter o legítimo sentido da escritura por semelhante via.

A própria especialização das coisas, comum ao trabalho humano, dispos que no plano religioso ou espiritual os leigos - especialmente as pessoas mais simples - fossem instruídos por sábios e peritos cujas vidas foram consagradas inteiramente a tal gênero de pesquisas como a exemplo dos médicos e juristas. Por isso que os hebreus sempre tiveram rabinos e os ismaelistas Mullas e Ulemas.

Além disto nenhum deles - Lutero ou Spinoza - podia sequer ter imaginado como seria a nova ordem imposta pelo liberalismo econômico. A qual, tornando a condição dos pobres ainda mais precária, dificultou na mesma medida o acesso ao estudo e alimentou a ignorância das massas.

Foi assim que as massas incultas e alienadas vieram a precipitar-se como que em bloco nos braços das seitas e a servirem de pasto a dissidência religiosa, a superstição e ao fanatismo com grande escândalo dos homens prudentes. 

De fato adquiriram elas o direito de ler e de 'interpretar' o livro... Mas não obtiveram a  faculdade de compreende-lo.

O abandono!

Diante disto o próprio Lutero percebendo que já em seu tempo o número dos sectários aumentava em proporção geométrica tomou a infeliz decisão de chamar em seu socorro (ou em socorro de sua doutrina!) - contra eles - o poder do braço secular, isto é, a polícia do grande eleitor.

Polícia com que mandava surrar, expulsar, multar ou mesmo matar os dissidentes ou seja tantos quantos ousavam questionar ou por em dúvida sua missão divina e infalível. Ficando desde então virtualmente abolido o livre exame nas terras luteranas e o luteranismo convertido em igreja.

Do contrário como teria ele contido as forças que libertou ou serenado as massas incultas que aspiravam pela reformação concreta do mundo segundo aquilo que estavam a ler na Bíblia? E que com a Bíblia nas mãos acompanhavam Th Munzer ou Johann de Leyden em suas Cruzadas sociais...

Enquanto a reforma e o livre exame mantiveram-se nos altos domínios da fé e da teoria, tocando apenas a fé da Igreja romana, Lutero, seus colaboradores e os graciosos príncipes limitaram-se a sorrir. Quando no entanto das mudanças religiosas partiu a inspiração por mudanças concretas, materiais, sociais e políticas levadas a cabo pelo ferro e o fogo, puseram-se a temer e a tremer.

Pois aquelas turbas com a Bíblia nas mãos alegavam estar agindo em nome do próprio Deus com cuja vontade deviam conformar-se todos os homens e Sociedades.

Foi quando as massas tiveram de ser massacradas, supliciadas, batidas a pauladas e a farra do livre exame contida em nome da 'ordem' estabelecida. Para tanto foram criadas as igrejas luteranas chefiadas pelos príncipes, fixado um corpo doutrinal, estabelecidos tribunais de fé, etc Exatamente como nos tempos antigos apenas em menos medida e menos rigor moral.


O emprego da força pelos reformadores e príncipes!


"Os reformadores foram unanimes em apelar ao braço secular contra seus concorrentes e pretensos continuadores." Dekan W in 'Protestanten Kirchen' 1828 Februarii


Audin - faz alusão a um certo Ienas que acreditando ser guiado pelo Espírito Santo escreveu um alentado volume contra o luteranismo. Conclusão: foi mandado por a ferros pelo Burgmeister e pouco tempo depois degolado com o 'placet' dos piedosos 'deformadores'...

Tal a atitude do Lutero vitorioso para com Karlstadt, Mutzer e Schwenkfeld... A de Melanchton face aos anabatistas  - de cujo assassinato participou - a de Zwinglio para com Mainz e Blaurock, a de Bullinger para com Gentile, a de Calvino para com Servet, Gruet, Castellio, Bolsec, etc

Afinal a SANHA COM QUE AS MASSAS INCULTAS ENTREGARAM-SE A UMA LEITURA SUPERFICIAL DO LIVRO E CRIARAM SEITAS SOCIALMENTE CONTESTATÓRIAS, SÓ PODE SER CONTIDA PELO BARAÇO E A FOGUEIRA... Isto sob pena de consumir toda Europa e arruina-la por completo como nos tempos das invasões germânicas ou dos albigenses e cátaros.

De fato sob diversos aspectos correspondeu a reforma protestante a uma segunda invasão bárbara a qual só não produziu idênticos estragos porque os radicais foram a tempo mandados supliciar e imolar pelos reformadores, arvorados em interpretes oficiais do livro. 

Os próprios príncipes e eleitores após terem pilhado os bens da igreja antiga e aumentado suas fortunas, passaram a encarar com suma suspeição e temor as menores disputas em torno da fé e isto pelo simples fato de que mexiam com a cabeça dos mais ignorantes, degeneravam em tumulto ou mesmo em convulsões sociais e acabavam resultando em toda espécie de abusos: latrocínios, depredações, assassinatos, etc

Enfim a simples sugestão ou suposição de que cada qual podia extrair princípios não apenas credais mais éticos, políticos e sociais diretamente da Bíblia convulsionou até os fundamentos mais remotos a Sociedade medieval apressando sua completa ruína e preparando a manifestação de um mundo novo, porém nada, nada Cristão e menos ainda humanista.