Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A HISTÓRIA DO HOMEM...


















Ao contrário do que afirmam os crias - que o gênero humano teria no máximo 6000 anos de existência - descobertas efetuadas em todos os pontos do planeta testificam que os primeiros representantes do gênero HOMO, como o "homo habilis" devem ter surgido a cerca de 2.000.000 de anos. O 'homo erectus' deve ter surgido cerca de meio milhão de anos depois.
Já os primeiros 'Sapiens' (neanderthalensis) a cerca de 300.000 e os primeiros 'sapiens sapiens' a cerca de 50.000 anos...



As duas raças de sapiens (neanderthalesis e sapiens) parecem proceder do 'homo erectus' o qual por sua vez parece ser um aperfeiçoamento do 'homo habilis'.



No fim da cadeia encontra-se um hominideo - proto homem - chamado 'Australopithecus' que floresceu a cerca de quatro milhões de anos.











CRIACIONISTA: QUAL É A EVIDENCIA DE QUE TAIS OSSOS OU FÓSSEIS PERTENCEM A SERES HUMANOS E NÃO A MACACOS?












RESPOSTA: A própria designação de homo H A B I L I S nos indica a solução do problema, pois habil que dizer: habil, que possui habilidade para fazer coisas...







Sendo os restos dos seres humanos e dos primatas bastante parecidos entre sí a arqueologia adotou como critério para a identificação de 'restos' como sendo humanos A PRODUÇÃO DE CULTURA MATERIAL OU SEJA A EXISTÊNCIA DE OBJETOS JUNTAMENTE COM OS VESTÍGIOS NATURAIS.







CRIACIONISTA: QUER DIZER QUE BASTA ENCONTRAR QUALQUER OBJETO JUNTO DOS OSSOS PARA QUE SEJAM CONSIDERADOS COMO PERTENCENTES A SERES HUMANOS? PORQUE ENTÃO QUANDO OS SENHORES SE DEPARAM COM OSSOS DE CORVOS JUNTO A BOTÕES, MEDALHAS E CANETAS NÃO CLASSIFICAM OS CORVOS COMO SERES HUMANOS?














RESPOSTA: Ao contrário do criacionismo que é uma crendice - bastante cômoda por sinal - a arqueologia e a antropologia cultural são ciências, com um método próprio e que por isso mesmo envolvem diversas tecnicas, algumas das quais bastante trabalhosas...







Os arqueologos e antropologos estão fartos de saber que em qualquer tempo do passado os sítios e as ossadas podem ter sido revirados e consequentemente alterados, tanto por seres humanos - ação antrópica - quanto por acidentes naturais e que um objeto ou outro - como uma moeda de procedência romana ou mesmo uma ponta de flecha tupi - poderiam misturar-se a ossos de primatas ou de símios...






POR ISSO O CRITÉRIO PREVALESCENTE NO TERRENO DA ARQUEOLOGIA NÃO É O ENCONTRO DE UM, DOIS OU ATÉ TRÊS OBJETOS ISOLADOS NUM DETERMINADO SÍTIO ARQUEOLÓGICO.







Nenhuma classificação ou datação foi obtida ou aceita baseada no achamento de alguns objetos isolados.







Para o pesquisador a noção de cultura material envolve um certo número de objetos e vestigios intimamente relacionados com os restos encontrados. Referi-mo-nos a dezenas de pontas de flecha, de dezenas de fogueiras, de dezenas de pederneiras, etc encontradas na mesma camada que os restos em questão...







E REFERI-MO-NOS MAIS ESPECIFICAMENTE AINDA AOS RESTOS CONCERNENTES A INDÚSTRIA PRODUTORA DE TAIS PEÇAS OU OBJETOS, MATERIAIS REFUGADOS, ETC
in Grahame Clark, 'A pré História' Rio de Janeiro, Zahar, 1975





Se nos deparamos com uma abundância tal de fogueiras, de objetos e sobretudo com EVIDÊNCIAS DE QUE TAIS OBJETOS FORAM PRODUZIDOS ALI MESMO, PELO GRUPO, ENTÃO SÓ NOS RESTA ADMITIR QUE OS OSSOS EM QUESTÃO SÃO HUMANOS E DATA-LOS.





Efetivamente, restos de fogueiras e de material lítico teem sido detectados juntamente com restos de 'primatas' em diversas partes da África, da China, de Java, etc



Tais restos, datados de 2. 000.000 anos devem pertender necessariamente a seres humanos, a pricípio ao chamado 'homo habilis' e posteriormente ao 'homo erectus' cujos restos remontam a milhão e meio de anos.



Tanto uma quanto a outra raça foram produtoras de cultura material em larga escala, portanto verdadeiramente humanas, já porque os animais, mesmo os mais evoluidos, SÃO INCAPAZES DE PRODUZIR E DE TRANSMITIR CULTURA...



A existência de tais restos, confeccionados por nossos remotos antepassados não foi inventada por qualquer cientista maluco e irresponsável (cientistas não são pastores, os quais geralmente falam a primeira sandice que lhes vem a mente) MAS PODEM SER VISTOS E TOCADOS EM DIVERSOS MUSEUS ESPALHADOS PELO PLANETA. No nordeste brasileiro a ilustre arqueologa Niéde Guidon reuniu um bom número de restos que comprovam a existência de seres humanos no Brasil a cerca de 20.000 anos o que basta por si só para lançar ao domínio das fábulas a narrativa vetero testamentária...



Do contrário o homem teria chegado a América quinze mil anos antes da criação...



É pois inadmissivel a simples idéia de que o homem surgido magicamente a 6012 anos atrás.



Tal hipótese é sumamente ridícula além de acintosa para com todos os que se dedicam a pesquisa científica.



Só podia partir mesmo donde parte: de leigos ineptos, de analfabetos e de arrivistas em matéria de biologia, os quais pelo simples fato de saberem soletrar uma Bíblia muito mal traduzida julgam-se com pleno direito de palpitar ou - o que é pior - de pontificar sobre Biologia, Física, Química, geografia, história, psicologia, sociologia, direito, ciência política, etc



A essa ralé desmiolada cumpre responder em alto e bom som: "Sapateiro, não ultrapasse os sapatos..."












FARPAS

P - Esse monte de pedregulhos não me diz nada, afinal quem me garante que não foram quebrados pela própria natureza?


O - Quem garante que as lascas de obsidiana com que nos deparamos em nossos sítios arqueologicos não foram naturalmente polidas pela natureza é uma ciência a 'Cristalografia', ciência que a partir da densidade da rocha em questão e de sua estrutura interna, é perfeitamente capaz que tipo de força e direção seria necessária para produzir tal tipo de fragmento. Ora as lascas de obsidianas encontradas em nossos sítios exigem que o corpo da obsidiana tenha recebido golpes numa direção propositalmente calculada, logo golpes humanos...






Quem nos deve explicações e sérias explicações são os criacionistas.

Afinal estamos diante da escultura de um animal - um Mamute - extinto a cerca de 11.000 anos...

Teria sido ela produzida pela natureza???






Obs.: Aqueles que desejam saber um pouco mais sobre o surgimento da arqueologia primitiva e apreciar 'de visu' um número bem maior de peças, recomendo a leitura de Louis Figuier "O homem primitivo' Luzo-brasileira, 1883; obra que apesar do tempo decorrido desde sua publicação ainda não perdeu seu imenso valor.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

COM A PALAVRA O DR ISRAEL FINKELSTEIN.








EXCAVAÇÃO CONTRADIZ A HISTÓRIA DOS REIS DAVID E SALOMÃO










"O papel dos reis David e Salomão na História antiga É MENOR DO QUE LHES ATRIBUI A BÍBLIA, afirma o diretor da Faculdade de Arqueologia de Tel Aviv, Israel Finkelstein.



Escavações recentes e Meggido (armagedon, baixa Galiléia) demonstram que alguns restos arqueológicos atribuidos ao século X a C, época de David e Salomão, datam na VERDADE DO SÉCULO IX a C A ÉPOCA DO REI ACAB.



A tese de Filkenstein desencadeou muitas polêmicas em Israel porque a Bíblia apresenta Acab, que reinou de 871 a 851 a C como um rei ímpio.




Ele era casado com Jesebaal princesa de Tiro, que introduziu em Israel o culto de Baal, divindade adorada pelos cananeus, cuja terra havia sido ocupada pelos israelitas...



'Não diria que David era chefe de uma potência local, mas sim duma tribo de guerrilheiros muito propenso ás relações públicas.' afirma o arqueologo...



Há alguns anos, o piedoso arqueologo israelense Yehosua Ezio verificou que nos restos do séculoX a C NÃO SE OBSERVA O FAUSTO ATRIBUIDO A SALOMÃO..."



Jornal "A tribuna" Santos, ano 1999


Reproduzimos abaixo extratos da obra "A Bíblia não tinha razão" Finkelstein/Silberman 2003 - A Girafa


"Pelo que se pode constatar a partir dos levantamentos arqueológicos, o reino de Judá permaneceu relativamente desocupado de uma população permanente, muito isolado e marginal durante e logo depois do tempo presumido de Davi e Salomão, sem grandes centros urbanos e sem hierarquia articulada de vilas, aldeias e cidades." pp 186


"De fato, é altamente improvável que essa região pouco povoada de Judá e a pequena aldeia de jerusalém pudessem ter se transformado no centro de um grande império que se estendia do mar vermelho, ao Sul, até a Síria, no Norte." pp 188


"Finalmente existe a questão do contraste entre Megido e Jerusalém: é possível que um rei que construiu fabulosos palácios de cantaria numa cidade provinciana tenha governado de uma diminuta aldeola, remota e subdesenvolvida? Como acabou ocorrendo sabemos agora que a evidência arqueológica para a vasta extensão das conquistas de Davi e para a grandeza do reino de Salomão, RESULTOU DE DATAS ERRADAS, INCORRETAMENTE DETERMINADAS." pp 197

"A cultura material das regiões montanhosas no tempo de Davi permaneceu simples. A terra era esmagadoramente rural, sem qualquer traço de documentos escritos, de inscrições ou mesmo de sinais do tipo alfabetização generalizada, QUEM SERIAM NECESSÁRIOS PARA O FUNCIONAMENTO DE UMA MONARQUIA CARACTERISTICA."

"A própria Jerusalém era, quando muito, pouco mais que uma aldeia típica de regiões montanhosas."

"Essa porcentagem teria deixado cerca de cinco mil pessoas espalhadas entre Jerusalém e Hebron, e cerca de vinte pequenas aldeias em Judá, com grupos adicionais permanecendo, talvez, como pastores nômades."

"O mesmo é válido para Tadmor no deserto (I Reis 9,18) e para Ezion Geber, no Golfo de Aqaba (I reis 9,26) DOIS SÍTIOS QUE FORAM ANALISADOS E IDENTIFICADOS COM SEGURANÇA, E QUE NÃO FORAM HABITADOS ANTES DO FINAL DOS TEMPOS MONÁRQUICOS." 

PPs 199 a 201








Apêndice D - Por que a arqueologia tradicional do período de Davi e de Salomão está errada.


Conquistas de Davi: a ilusão da cerâmica.

"A evidência arqueológica mais importante usada para relacionar os níveis de destruição com as conquistas de Davi era uma cerâmica filistéia ornamentada, que tinha sido datada pelos especialistas do começo do século XII a C a cerca de 1000 a C.

Os primeiros estratos que não continham esse estilo específico eram datados do século X, ou seja, a época da monarquia unificada. Mas essa datação BASEAVA-SE INTEIRAMENTE NA CRONOLOGIA BÍBLICA E ERA, ENTÃO, ARGUMENTO REDUNDANTE, porque a data mais remota para os níveis dessa cerâmica foi fixada de acordo com a era presumida das conquistas de Davi, por volta de 1000 a C. De fato, não existe indicação clara para a data exata da transição do estilo filisteu para os tipos posteriores.

Além disso, estudos modernos revolucionaram a datação da cerâmica filistéia. Em décadas recentes, muitos sítios importantes têm sido escavados na planície costeira do Sul de Israel, área de forte presença egípcia no século XII a C, região onde os filisteus instalaram-se. Esses sítios incluem três cidades mencionadas na Bíblia como eixo da vida filistéia: Ashdod, Ashkelon (Ascalon) e Acaron (Eglon, Ecron ou Tel Miqné), e também muitos outros sítios que serviram como fortes egípcios. Esses últimos forneceram informações sobre a cultura material egipto cananéia nas últimas décadas da hegemonia egípcia em Canaã. Os achados incluíram inscrições egípcias relacionadas com a administração imperial de Canaã e também vastas quantidades de vasos egípcios localmente fabricados. Algumas das inscrições datam do reinado de Ramsés III, o faraó que lutou contra os filisteus e que, supõe-se, estabeleceu-os em seus fortes no Sul de Canaã.

A surpresa foi que os estratos que representam as últimas fases da dominação egípcia em Canaã, no reinado de Ramsés III, não revelam os tipos mais antigos de vasos decorados filisteus, e os níveis filisteus mais antigos não mostraram qualquer sinal de presença egípcia, nem sequer um único vaso egípcio. Ao contrário, eles estavam completamente separados. Além disso, em alguns sítios, fortes egípcios da época de Ramsés III, foram como que substituidos pelos primeiros assentamentos filisteus. Em termos cronológicos isto poderia ter ocorrido antes do colapso da dominação egípcia em Canaã, em meados do século XII a C. As implicações dessa revelação para a arqueologia da monarquia unificada criam uma espécie de efeito dominó: o conjunto inteiro de estilos de cerâmica é empurrado para frente no tempo, em cerca de mais meio século, e isso inclui a transição dos estilos filisteus para os pós filisteus.

Outra espécie de evidência vem do estrato VIA em Megido, que representa a última fase da cultura material cananéia no Norte. Esse estrato sempre esteve datado do século XI a C e se acreditava ter sido destruido pelo rei Davi. Essa suposição se ajustava com perfeição a ideologia bíblica: o piedoso rei Davi tinha aniquilado as últimas cidadelas remanescentes da cultura cananéia. Como esse estrato foi violentamente arrasado pelo fogo, centenas de vasos de cerâmica foram esmagadas pela queda de paredes e telhados. De fato, um grande número de vasos foi descoberto pelas escavações do instituto Oriental e, mais recentemente, pela escavação da universidade de Tel aviv, em Megido. Ainda assim, não foram encontrados exemplos do decorado estilo filisteu. Logo é impossível datar essa cidade do século XI, período de tempo no qual a cerâmica decorada filistéia era comum em todo pais, incluindo os sítios vizinhos no Vale de Jezrael. É verdade, existem vasos filisteus na própria Megido, mas todos são remanescentes do estrato anterior. Isto quer dizer que a última cidade em Megido, que apresentou sobras de cultura cananéia, não pode ter sido destruida pelo rei Davi cerca do ano 1000 a C. Ambas as evidências, a do Carbono 14 e a da cerâmica, sugerem que a cultura cananéia subsistiu por muitas décadas durante o século X a C.



Repensando Megido: datas, cerâmica e estilos arquitetônicos



Yigael Yadin argumentou que a identificação das cidades de Salomão era baseada na estratigrafia, na cerâmica E NA BÍBLIA. Mas a estratigrafia e a cerâmica oferecem apenas relativa cronologia. Dessa maneira, É CLARO QUE TODA IDEIA DA ARQUEOLOGIA DA MONARQUIA UNIFICADA, DO PROJETO DE PLANEJAMENTO DOS ARQUITETOS PARA AS CIDADES DE SALOMÃO E DA GRANDEZA DE SEUS PALÁCIOS RESIDE APENAS EM UM VERSÍCULO DA BÍBLIA, POSTO EM I REIS 9,15. Precisamos repetir isto, de novo: toda a reconstrução tradicional da monarquia identificada em Israel - sua expansão territorial, cultura material, relações com os países vizinhos, etc -  DEPENDE DA INTERPRETAÇÃO DE UM ÚNICO VERSO BÍBLICO! E ESSE VERSO É MUITO PROBLEMÁTICO, PORQUE NÃO SABEMOS SE ESTA BASEADO EM FONTES AUTÊNTICAS DO TEMPO DE SALOMÃO OU EM REALIDADES POSTERIORES. NEM MESMO COMPREENDEMOS SEU VERDADEIRO SIGNIFICADO. 'Construir' significa que Salomão fundou outras cidades? Ou apenas fortificou as que já existiam? As três cidades mencionadas - Megido, Gezer e Hazor - simbolizam para o autor do livro dos reis as três genuínas cidades administrativas do Norte de Israel? O autor dos Reis projetou a grande construção dessas cidades nos anos anteriores, na época de Salomão?

Vamos começar pelo portão de seis câmaras. Primeiro, a ideia de que o portão de Megido data da época dos palácios de cantaria tem sido desafiada, em especial, porque o portão é conectado a maciça muralha que corre sobre os dois palácios. Em outras palavras, como a muralha é posterior aos palácios, e como se conecta com o portão, há uma boa razão para crer que o portão é também posterior aos palácios. Além disso, escavações recentes mostraram que esse tipo de portão era já usado fora das fronteiras da monarquia unificada, e que portões similares foram construidos em fases posteriores da idade do ferro, até o século VII a C. Assim a única cavilha sobre a qual toda estrutura se sustenta também provou ser duvidosa. Mas isso não é tudo.

A próxima pista vem de um sítio vizinho em Jezrael, localizado a menos de 16 quilometros a Leste de Megido. O sítio foi escavado na década de 1990 por Davi Ussishkin, da universidade de Tel aviv, e John Woodhead, da British School of archaeology, em Jerusalém. Eles desencavaram um grande recinto fortificado, que identificaram como o palácio construido pelo rei Acab na primeira metade do século IX a C. Essa acropole palaciana foi destruida pelo fogo logo após sua construção. Presumivelmente isso teria ocorrido no curso da revolta contra a dinastia amride, liderada pelo futuro rei israelita Jeú, ou como resultado da campanha militar de Hazael, rei de Damasco, no Norte de Israel. Em qualquer caso a data do abandono do recinto de Jezrael teria acontecido por volta da metade do século IX a C.
A surpresa foi que a cerâmica encontrada no recinto de Jezrael é idêntica à cerâmica da cidade dos palácios de Megido. Mas essa última, supostamente, teria sido destruida um século antes, pelo faraó Sesac! Como podemos cobrir esta distância??? Existem apenas duas saidas ou soluções: ou puxamos a construção de Jezrael para trás i é para a época de Salomão, ou empurramos os palácios de Megido para frente, para a época dos amrides. Não é nem preciso dizer que nesta caso uma conclusão impoem-se, porque não há qualquer registro de ocupação salomônica em Jezrael e porque o conjunto arquitetônico de Jezrael é similar, em planejamento, à acrópole de Samaria, capital do reino do Norte, que sem dúvida foi edificada pela casa de Omri. A cidade dos palácios de cantaria em Megido foi destruida na metade do século IX, provavelmente por Hazael e não em 926 por Sesac.

Mas há qualquer outra evidência direta sobre a data da cidade dos palácios de Megido, além do efeito dominó que mencionamos anteriormente? Em outras palavras, ainda é possível que tenha sido construida na época de Salomão, no século X a C, e destruida somente no século IX?

A resposta, aparentemente, é negativa, e por duas razões: A primeira pista vem de Samaria, a capital do reino do Norte de Isarel, edificada no começo do século IX. Existem claras semelhanças nos métodos de construção do palácio de Samaria e dos dois palácios de Megido, e parece, por isso, que foram edificados na mesma época. Aqui também enfretamos duas opções: ou argumentamos que o palácio de Samaria e a acrópole real foram ambos construidos por Salomão, ou argumentamos que os palácios de Megido foram construidos depois de Salomão. A primeira solução é inviável, pois dificilmente existe qualquer dúvida de que o palácio de Samaria e toda a acrópole foram erigidos por Omri e por Acab no começo do século IX.

Devemos comentar aqui o tratamento dos materiais bíblicos. Alguns colegas nossos se perguntam COMO PODEMOS DESCONSIDERAR A HISTORICIDADE UM VERSÍCULO DA BÍBLIA (I REIS 9,15) E ACEITAR A HISTORICIDADE DE OUTROS, RELACIONADOS A CONSTRUÇÃO DO PALÁCIO EM JEZRAEL, POR ACAB (I REIS 21,1), E A CONSTRUÇÃO DO PALÁCIO EM SAMARIA, POR OMRI (I REIS 16,24). A resposta tem a ver com a metodologia. O material bíblico não pode ser tratado como bloco monolítico. NÃO EXIGE A ATITUDE DE 'AME' OU 'ODEIE'. DOIS SÉCULO DE ERUDIÇÃO BÍBLICA MODERNA NOS MOSTRARAM QUE O MATERIAL BÍBLICO DEVE SER AVALIADO CAPÍTULO POR CAPÍTULO OU MESMO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. 
A BÍBLIA INCLUI MATERIAIS HISTÓRICOS, NÃO HISTÓRICOS E QUASE HISTÓRICOS, QUE OCASIONALMENTE APARECEM MUITO PRÓXIMOS UNS DOS OUTROS NO TEXTO. TODA ESSÊNCIA DA CRÍTICA É SEPARAR AS PARTES HISTÓRICAS DO RESTANTE DO TEXTO, DE ACORDO COM CONSIDERAÇÕES DE ORDEM LINGUÍSTICA, LITERÁRIA OU HISTÓRICA ORIUNDAS DE FONTES EXTRA BÍBLICAS. DESTARTE PODEREMOS QUESTIONAR A HISTORICIDADE DE UM VERSÍCULO E ACEITAR A DE OUTRO, ESPECIALMENTE NO CASO DE OMRI E ACAB. ALIAS, O REINADO DE ACAB É DESCRITO EM TEXTOS ASSÍRIOS, MOABITAS E ARAMEUS, SEUS CONTEMPORÂNEOS." PPs 453 - 458 na integra





Os milagres narrados no antigo testamento






"Não sabeis que nos tempos antigos o mar da Panfília cindiu-se em dois a falta de melhor caminho para os companheiros do rei da Macedônia, quando Deus pretendeu servir-se de Alexandre com o intuíto de destruir o Império dos persas? Nada mais exato do que este fato, descrito por todos os historiadores de Alexandre. A RESPEITO DOS MILAGRES, CADA QUAL DEVE SER LIVRE PARA PENSAR O QUE BEM ENTENDER." Josefo in Antiguidades livro II










Os homens carnais, grosseiros e supersticiosos, que ignoram a sabedoria das leis naturais ou dela duvidam, esforçam-se por multiplicar as intervenções divinas ou milagres até o infinito.




"Enquanto a natureza segue seu curso ordinário o vulgo cuida que Deus esteja ocioso; do memo modo, quando Deus age interferindo no plano natural, são as forças da natureza que se tornam ociosas. Assim eles estabelecem dois tipos de forças distintas e rivais: a natureza, impetuosa e cega e a sobrenatural representando a vontade divina." Spinoza in 'Tratado político Teológico' sessão Milagres, pp 98

Por definição - termo derivado da palavra latina Miraculum - significa maravilha ou digna de ser vista com os olhos (Silva Bastos 1928), Aurélio especifica que se trata de um fato ou acontecimento insolito, que não pode ser explicado pela lei da natureza, que é a mesma definição de Caldas aullete. Moraes afirma tratar-se de um poder SUPERIOR AS FORÇAS NATURAIS, nenhum deles no entanto afirma tratar-se de forças opostas ou contrárias as leis naturais na medida em que as faz cancelar. Faz-se pois mister recorrermos as luzes autorizadas da teologia, cujos representantes - por insólito que seja - parecem até ser mais honestos a ponto de certificar-nos que: 'Supra, praeter vel CONTRA naturam.' ou seja: Superior, diferente ou mesmo CONTRÁRIO A NATUREZA (Aquino in Q D II,2)... a própria Enciclopédia Cathólica postula ser o milagre uma "Derrogação das leis constantes que caracterizam o plano natural." (eis porque o odiado Le Roy só fez repeti-la ao afirmar que 'O milagre é uma derrogação das leis da natureza.').




As publicações de origem protestante que tenho em mãos são via de regra, retiscentes ou omissas, nada dizendo sobre o assunto, sabemos no entanto que a literatura vulgar ou de divulgação, publicada por diversas seitas, tende a reforçar a definição Romanista de milagre apelando mormente a soberânia divina, Deus pode fazer tudo, pode fazer o que quer, logo pode derrogar, violar ou quebrar as leis que decretou... e confirmando a opinião segundo a qual:
"Para eles reverenciar a deus consiste em tudo atribuir a seu poder e vontade, suprimindo as causas naturais e transtornando a ordem das coisas." Spinoza in Tratado político teológico VI, pp 98


Entre os romanistas mais esclarecidos - como Donald Attwater e Oscar Quevedo (a respeito deste último cf "Milagres" Loyola, 2000 pp 32 sgs) - a definição tradicional tem produzido inumeras críticas pelo simples fato de que sendo Deus mesmo o autor da lei natural, ao quebra-la e apresenta-la como defeituosa e imperfeita ele mesmo dá a entender que é defeituoso e impefeito, destarte passaram a evitar qualquer termo que indique derrogação ou violação da lei natural, forjando esta capiciosa formula: 'Efeito provocado diretamente por Deus. NÃO NECESSARIAMENTE UMA VIOLAÇÃO DAS LEIS DA NATUREZA OU MESMO UMA SIMPLES SUSPENSÃO DELAS, mas um efeito produzido independentemente de poderes e leis naturais...'




É forçoso declarar que os sectários regeitam igualmente a afirmação aureliana segundo a qual o milagre não passa de um acontecimento inexplicável do ponto de vista natural. Pois poderia tratar-se em último caso de um fenômeno produzido por forças puramente naturais cuja existência e cárater ainda não foram deslindados, alijando da definição o fator da sobrenaturalidade.




Assim vão os teólogos tanto mais emancipados entre Cila e Carybdes, pois se de um lado não podem admitir que o milagre seja resultado de forças puramente naturais cujo cárater nos seja atualmente desconhecido, tampouco estão dispostos a admitir que se trate de um cancelamento ou ruptura das leis naturais por determinação de uma força ou poder superior.




Diante disto só lhes resta apelar ao sofisma e afirmar que não se trata de uma violação ou sequer de uma suspensão das leis naturais...




Resta-nos perguntar se uma tal afirmação esta deacordo com os fatos.




Tomemos a guiza de exemplo os dois milagres mais caros a fé Cristã, a concepção virginal do Verbo da Vida e sua ressurreição dentre os mortos.


Começemos pelo primeiro.



Segundo os teóricos da nova definição de milagre, estamos diante não de uma quebra da lei natural, mas duma ação independente dela...



Vejamos se é mesmo assim.



Até onde sabemos no plano natural onde ocorre o efeito da concepção está necessariamente ligado a relação sexual entre um homem e uma mulher, ou seja, a concepção decorre sempre da relação sexual num parâmetro de causalidade e dependência e podemos dizer que não existem excessões possiveis.



Por outro lado a todo efeito sucedido da natureza a lei natural indica e aponta sempre uma determinada causa, estabelecendo ou melhor expressando uma relação que jamais varia, eis porque a lei pode ser definida como 'Relação constante que parte da natureza mesma das coisas ou fenômenos.'. Na natureza fenômeno algum é isolado, mas conectado a inumeros outros dos quais será a um tempo causa e a outro efeito...



No caso da concepção da Virgem estamos diante de um efeito cuja causa natural deveria ser o seja defloramento. A fé no entanto nos propõe e nós confesamos que a Virgem concebeu sem conhecer varão ou seja por ação a iniciativa de Deus. Eis porque se diz que a concepção do Senhor foi miraculosa e não natural, afinal estamos diante de um efeito sem causa.



E se estamos diante de uma efeito sem causa estamos diante de uma suspensão da lei natural que é uma relação constante de causa e efeito. Quero dizer com isto que estamos diante de um fato isolado de todos os outros e por assim dizer único e irrepetível... Único e irrepetível justamente porque significa a quebra ou a suspensão das leis que regem a natureza da concepção.



Em não havendo relação de termos ou seja qualquer nexo de causalidade - dependência, podemos classificar tal fato como sobrenatural e miraculoso. Naturalmente que não estamos diante de causas ocultas, mas duma independência de um fato quanto as leis naturais que deveriam te-lo produzidos, logo de um fato fora da lei natural e que vai de encontro a ela contrariando-a na medida em que ocorreu como não deveria ter ocorrido.



Até aqui um efeito desvinculado da causa ou seja sem causa natural ou intermediária, enquanto causado diretamente por aquele que é a causa remota de todos os seres. Portanto até mesmo a relação teologica muda face ao milagre, enquanto Deus passa a agir como causa direta ou imediata do fenômeno...



Analisemos agora a ressurreição do Senhor...



Aqui estamos diante do corpo verdadeiramente morto de um verdadeiro homem... ou seja de uma cadaver, na acepção pura da palavra.



Afinal quem ignora que se sucede com o corpo do homem assim que desaparecem todos os sinais de vitalidades dando a entender que o cérebro morreu?



Permitamos que o divino Crisóstomo nos informe a respeito dos efeitos produzidos pela morte:



"Para que melhor saibais o que sois Cristãos, ide visitar os jazigos. Vêde como este cadaver vai se tornando de amarelo em negro. Logo descobre-se em cada membro uma espécie de penugem branca e repelente. Saí dele uma matéria viscosa e infecta que corre pela terra. Em meio a tal líquido surgem logo uma multidão de vermes que principiam a devorar as carnes podres. Os ratos também se achegam para tomar parte no banquete e principiam a devora-lo entrando pela boca e pelas entranhas. Então desprendem-se e caem as faces, os lábios, os cabelos; as costelas são as primeiras que se despem, depois dos braços, enfim das pernas. Quando as carnes estão todas consumidas os próprios vermes desaparecem e deste corpo resta finalmente um esqueleto fétido ligado pelos nervos, até que os tais nervos secam e os ossos se separam uns dos outros; eis o homem: pó espalhado ao sabor do vento!"



Eis o que deveria ter se sucedido com o corpo morto de Jesus Cristo, segundo a lei natural. Pois tal e o efeito da morte...



Devolva-mos no entanto a palavra ao mesmo pregador para sabermos o que aconteceu com o corpo de Jesus:



"Assim a morte é chamada sono e o lugar onde reina cemitério, isto é dormitório onde os santos aguardam a ressurreição final... Até o dia do Messias ninguém havia feito curvar ou dobrar a morte, ele no entanto pisou a morte com a morte dando vida perpétua aos nele creem. Levou cativo o cativeiro, submeteu os abismos, recobrou a vida e vitorioso ascendeu aos céus para jamais morrer."



Portanto se seu nascimento é um efeito sem causa, sua ressurrição é pelo contrário causa sem efeito...



Pois seu corpo não sofreu os danos que deveria ter sofrido como sói sofrerem todos os corpos mortos.



Eis-nos mais uma vez diante de uma fato isolado, único e irrepetível. De um fato não só acima da lei, mas necessariamente contra a lei comum. A lei da corrupção foi suspensa e a lei na putrefação derrogada pelo poder divino, a lei natural simplesmente cessou, perdeu sua validade, ficou sem aplicação dando lugar ao que chamamos de milagre.



Assim em todos os milagres ou fica faltando a causa e isolado o efeito ou fica faltando o efeito e isolada a causa. Destarte a lei natural que é uma relação constante de causa e efeito, fica suspensa e seus liames partidos. Portanto a lei natural foi verdadeiramente derrogada...


Nega-lo é puro e simples sofisma ou falta de fé.
"Se no plano natural nos deparamos com um fenômeno que não esta deacordo com as leis que regulam a natureza, deve-se concluir, necessariamente que é contrário a elas, alterando destarte a ordem estabelecida por Deus para este plano..." Spinoza, ibd pp 105



Podemos pois definir corretamente o fenômeno - do milagre - como uma ruptura da lei natural produzida por uma força ou por um poder superior a natureza.


Para o sectário, o fanático e o fideista, o simples poder de Deus justifica a ocorrência do milagre: A Deus tudo é possível, diz ele, logo...


No entanto separar o poder de Deus da sabedoria e da perfeição divinas e ignorar a existência das duas últimas qualidades é mutilar a Natureza Santa e incorrer num erro muito grave. Pois da mesma maneira que nossas forças são dispostas por nossa mente, o poder divino é disposto pela sabedoria divina num padrão máximo de perfeição.


Devemos pois indagar não se Deus poderia executar um milagre, que é uma pergunta ociosa e vã, mas se convem que Deus o execute.


Pergunta que não pode ser respondida caso não investiguemos qual seja o objetivo ou a finalidade do mesmo.


No fim das contas se o objetivo do milagre é atingir um objetivo puramente natural por meios sobrenaturais ou obter o efeito regulado por uma lei, derrogando-a, estamos diante de uma reforma da natureza...


Se como sustentam os sectarios o fim do milagre é o próprio milagre ou seja a posse de algum tipo de bem material ou natural... se o objetivo da cura é a saúde do corpo, se o objetivo da ressurreição é o prolongamento e a continuidade da vida terrena, se o objetivo da profecia é satisfazer a vã curiosidade dos tontos... se Deus executa o milagre pelo milagre e o milagre esgota a sí mesmo, podemos concluir que a lei natural não serve nem presta para o que foi disposta e destarte que é defeituosa e imperfeita.


E no entanto esta lei defeituosa e imperfeita foi decretada por Deus...
Conforme reza o salmista: "As obras que tu produzistes são todas feitas com sabedoria." Sl 103,24
E o pregador: "As tuas obras Senhor são todas boas." Ecli 3,11
"Disto se infere que para o intelecto, os fenômenos que percebemos clara e distintamente, merecem com tanto mais razão o título de obras de Deus do que aquele outro tipo de ação classificado como miraculosa." Id, ibd pp 103
Fica pois patente e manifesto que o deus interventor dos milagreiros é um ser defeituoso e imperfeito... um deus que vive a refazer, consertar ou emendar suas próprias leis... uma espécie de iniciante ou aprendiz que não sabia o que estava a fazer quando fez este universo.... uma caricatura desengonçada face ao Deus verdadeiro.


Vindo o milagrismo a dar na blasfêmia...
Pois "Se as leis que regem a natureza foram decretadas por Deus, devemos reconhecer que são perfeitas. Portanto se ocorre algum fenômeno em oposição a elas, seria oposto ao decreto de Deus, logo imperfeito." Id, ibd pp 100


A única saída diante de tais contingências é substituir a concepção de milagre pautada na essencialidade por uma concepção pautada na funcionalidade do mesmo ou em seus resultados no plano da ética ou da espiritualidade.


Queremos dizer com isto que o fim ou propósito do milagre não é de forma alguma material ou natural, mas de outra ordem, duma ordem superior e mais elevada, de ordem ética ou espiritual tendo em vista a atração mortais e seu regresso ao Uno por meio da lei Eterna do Amor.


Nenhum dos milagres executados pelo Senhor Jesus Cristo teve por fim a ministração de qualquer bem imediato, mas única e exclusivamente a dilatação da verdade e a dispensação da graça divina.


O fim dos verdadeiros milagres foi certificar os homens selvagens, bárbaros e ignorantes de que Deus veio a eles com o objetivo de comunicer-se com eles e de atrai-los a sí, restabelecendo o Pleroma.


O milagre foi uma forma escolhida por Deus com o intuito de despertar os homens carnais do sono espiritual em que viviam, como um antidoto fabricado a partir do próprio veneno...


Quiz Deus agir como um professor de primário, que apesar de sério e diplomado executa inumeras dinâmicas, jogos e brincadeiras infantis com o objetivo de ensinar os pequeninos...


Podemos pois caracterizar os milagres como uma espécie de didática ou de pedagôgia divina, sujo fim foi cooptar a atenção e a admiração daquela geração carnal.


Grosso modo o fim dos verdadeiros milagres foi assinalar a entrada de Deus na História e a fundação de sua igreja enquanto depositário da verdade por ele revelada. Os milagres são sinais que apontam para a pessoa de Jesus Cristo e marcas que apontam para sua Igreja.


Assegurado o efeito para que haviam sido dispostos os milagres: o estabelecimento da Igreja entre as nações pagãs, pode se dizer que atingiram seu objetivo e cumpriram seu fim tornando-se desnecessários e tornando-se desnecessários deixaram de ser executados. Assim estabelecida a econômia eclesiástica, cessou por assim dizer a ministração dos sinais e prodígios de natureza exterior.


Eis porque não podemos admitir que os milagres sejam uma constante que acompanhem a espécie humana do começo ao fim de sua tragetória. Como fazem aqueles que sustentam a existência de milagres antes e depois do advento de Jesus Cristo postulando por sinal, a continuidade dos mesmos até o tempo presente e apresentando-os como a finalidade da instituição Cristã. (Cristianismo = fetichismo)


De nossa parte damos por certo que o milagre foi um evento episódico na História da humanidade, caracterizando exclusivamente o ministério de Jesus Cristo e de seus apóstolos.

Antes dele não houve um único milagre - exceto os vaticínios proféticos pertinentes a sua pessoa - e tampouco qualquer milagre após a morte dos Santos Apóstolos.


Dentro desta perspectiva - funcional - multiplicar o milagre é banalisa-lo e tirar dele toda sua força... Até que convertendo-se numa constante o assume o lugar da lei natural (!!!) Assim o Deus interventor acaba usurpando o lugar daquele Deus legislador diante de cuja lei tanto o Salmista quanto o apóstolo mostraram-se assombrados. E chegamos até a dúvidar da lei natural ( e a imaginar o caos ) e, logo, de Deus...
"É evidente que se viessemos a supor que essa noção (de lei e legislador) são alteradas a todo momento, (resultando disto a instabilidade e o caos) acabariamos duvindo delas e assim da existência de Deus... assim nada mais haveria no universo sobre o qual poderiamos estar convencidos." Id, idb 102



A cada ser humano e suas necessidades materiais e terrenas devem bastar e ser suficientes aquelas leis naturais que Deus mesmo dispoz tendo em vista tal fim ou seja o alcance de tais bens e a satisfação de tais necessidades.

"Assim suprimindo-os (ou como queremos limitando os milagres) teriamos absoluta certeza, de que tudo quanto há na natureza, segue uma ordem predeterminada e imutável... pois para os homens sábios a existência de Deus decorre antes da ordem fixa e imutável que regula a natureza, do que das irregularidades ou anormalidades denominadas milagres."


Mesmo porque sendo naturais, logo universalmente válidas, tais leis são verdadeiramente imparciais beneficinado a todos ou dificultando - aparentemente ao menos - a vida de todos, sem fazer acepção de pessoas.




A finalidade dos milagres não pode ser puramente terrena, pois uma tal visão implicaria admitir que as leis baixadas por Deus são insuficientes, inadequadas e imperfeitas... Deus estaria quebrando suas leis porque elas não garantem a felicidade natural do homem. Neste caso o imperfeito seria ele por ter decretado tais leis; leis indignas: deus indigno...




Se no fim das contas todos virão a morrer de morte neste mundo material em que vivemos porque haveria Deus de impedir que alguém morresse mais cedo ou precocemente? Revogaria ele a morte para sempre, banindo-a da terra? De fato tal promessa foi feita tendo em vista o último dia e ressurreição dos que adormeceram na paz do Senhor segundo o sinal vivicante da cruz. Certamente que os bens corporais pertinentes a este mundo são dignos de estima e busca, segundo os meios naturais estabelecidos pelo próprio Deus e não segundo os bens sobrenaturais, cujo fim é doutro gênero, ou seja espiritual e invisivel, gozo e paz no Espírit Santo...




Dando por certo que o fim dos milagres seja subjetivo, como sustentam os fundamentalistas, Cristo estaria fazendo acepção de pessoas ou sendo comprado pela fé de alguns... todavia Deus mesmo afirma em sua palavra "não faço acepção de pessoas.". (ora se faz acepção segundo a fé, faz acepção de pessoas e sua palavra não é verdadeira) Nem por isso a fé deixa de ser util e vantajosa tendo em vista a abençoada e santa ressurreição, não de alguns privilegiados, mas de todos os viventes, pois as promessas da fé são para todos e não para este ou aquele somente.

O objeto da fé e da caridade é a esperança do além túmulo ou do mundo vindouro e não o prolongamento da vida material ou a aquisição de algum conforto aqui neste mundo.

Eis porque os homens base do passado, os titãs de nossa fé e gigantes da caridade, não desejaram a posse de bens materiais ou de 'graças' para este mundo, antes desejavam partir para junto de seu Senhor e de seus queridos no lar perpétuo na luz inascessivel. Foi esta direção da fé para o infinito e para a eternidade que fez nossos maiores suportarem as torturas do martírio e os terriveis suplícios.

Uma fé que tenha por objetivo a conquista de bens materiais e uma vida cuja base seja a aquisição e a fruição de tal gênero de bens jamais produzirá mártires mas apóstatas, pois é uma fé adulterada cultivada por gente mesquinha e intereseira e uma fé mole que se apavora diante da mais insignificante ameaça. Destarte a busca pelo milagre converte-se numa verdadeira doença, numa febre, numa autêntica praga espiritual.




Pois conforme este ethos corrupto Deus de fim último que é passa a ser meio ou instrumento através do qual conseguimos isto ou aquilo... buscando a Deus pelo que Deus lhe dá ou oferece e não pelo que Deus é em si mesmo o homem torna-se tão ídolatra quanto os antigos egipcios e babilônicos, embora com a boca diga ser servo de Jesus Cristo...




Jesus Cristo no entanto disse aos seus que seriam perseguidos neste mundo e que deveriam seguir pelo caminho estreito da dor carregando a cruz sobre os ombros e não que deviam viver folgadamente uma vida de luxo, ócio e prazeres... Isto dizem os falsos profetas que prometem aos incaútos, carros, casas, emprego, parceiros, saúde, etc ou seja a felicidade neste e no outro mundo... Jesus jamais prometeu a seus seguidores a felicidade neste mundo ou nos dois mundos; antes reservou aos seus o mundo espiritual e invisivel que é incorruptivel e perpétuo, quanto a este mundo disse: Se este mundo me odeia, também odiara a vós...




Eis porque o sr e seu apóstolo dispuzeram este povo não a uma vida ascética, mas indubitavelmente a uma vida sóbria e regrada...

Assim o propósito dos milagres é sempre sobrenatural ou ético e não mundano ou materialista.

Quanto a possibilidade de que hajam milagres, basta que admitamos a um lado: existência de Deus, sua sabedoria infinita, sua generosidade, sua misericórdia, sua disposição para condescender e condescendendo de certo modo abaixar-se; e a outro lado: o estado de ignorância, selvageria e barbarie em que viviam as gentes do passado, escravizadas pela supertição mais degradante, sujeitas ao jugo de toda casta de crendices, mergulhadas no mais desbragado materialismo, completamente alheias as coisas do espírito e as delícias da alma...




Ousará dizer alguém que vindo Deus em busca e ao encontro desta ovelha perdida, ferida e desgarrada pouparia qualquer tipo ou gênero de esforços com que atrai-la a sí e conquista-la?

Dando por certo que Deus existe não podemos deixar de encara-lo e de reconhece-lo como um Ser todo poderoso e, logo, capaz de executar qualquer coisa que não seja má.




Faria Deus o mal ao quebrar suas leis que são boas?




Caso tais leis fossem quebradas tendo em vista a execução dos fins para os quais elas mesmas foram dispostas, certamente que tal quebra seria má, logo inaceitável.

Admitido este fim imediatista "a crença em milagres só serviria para semear a dúvida e o ateismo." mormente entre as pessoas mais instruidas.


Como porém a quebra, em regime de excepcionalidade, das leis naturais, teve por escopo a aquisição de um bem de ordem superior ou mais elevada, já não podemos classificar tal quebra como má, pois corresponde a um propósito transcendente e não a um propósito imanente para o qual a lei natural esta disposta e cujo fim satisfaz perfeitamente.




Quebrou pois o Senhor com seu poder tais leis não porque fossem más ou imperfeitas para o que foram dispostas, mas apenas e tão somente porque não correspondiam a um propósito tanto mais nobre e a objetivos de natureza superior.




Dando por certo que Deus existe não podemos duvidar de que seja ele bom e generoso aspirando o máximo bem para os seres que produziu. Por máximo bem compreendemos o conhecimento mesmo de sua natureza divina e a participação que tal conhecimento nos concede quanto a seu Ser divino.




Destarte a unidade ou seja a comunhão com Deus, efetuada pelo conhecimento de seu Ser e pelo cumprimento de sua vontade, pode ser classificada como sendo o bem mais precioso que poderia ser concedido aos mortais.




Como no entanto a humanidade poderia adquirir tal gênero de conhecimento sem que Deus a ela se manifestasse e revelasse? Aristóteles mesmo reconheceu os parcos límites do quanto podemos saber sobre Deus por via natural ou seja por meio da reflexão ou do raciocínio... Porque então negar que tal conhecimento, sem ser destruido, possa ser completado por uma revelação da parte de Deus? Admitir que algo é perfeito para aquilo que foi disposto não implica em negar que seja limitado... o limitado por sua vez pode comportar e receber outras capacidades e ascender a niveis cada vez mais elevados e assim se acrescentam outros niveis de perfeição.




OCORRERAM MILAGRES NO ANTIGO TESTAMENTO




Por outro lado se é certo que Deus comunicou-se com os homens da antiguidade - com o intuito de instrui-los sobre as riquezas de seu Ser e sobre sua vontade - seria forçoso admitir ao menos 'ex hipotese' que tenha operado milagres, patenteando sua comunicação e a verdade nela contida... O fim de tais interferências ou milagres seria sancionar esta revelação primitiva e conferir-lhe uma chancela transcendente, deste modo qualquer homem de boa vontae seria capaz de distinguir a verdadeira e legítima revelação das fasificações falsas produzidas pelos homens. Destarte haveria uma boa garantia e verdadeira segurança para os crentes.

Os milagres seriam para a revelação divina o mesmo que o número da série ou a marca dágua é para as notas em circulação, atestando que procedem do banco central e que são verdadeiras.

Uma revelação apenas pretendida jamais poderia apresenta-los uma vez que Deus jamais operaria em favor do erro com o objetivo de confundir os seres humanos; seres que ama e que deseja beneficiar, restaurar, santificar e aperfeiçoar no mais alto gráu.


Logo, a primeira pergunta a ser feita é se houve mesmo uma revelação primitiva ou uma auto revelação de Deus aos seres humanos antes do advento de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Todos os sectários, fideistas e fanáticos concordam entre si, admitem e sustentam firmemente que o mesmo Jesus Cristo ou que o Deus de Jesus Cristo, auto-comunicou-se e revelou-se aos patriarcas israelitas em especial a Abraão e Moisés, os quais teriam visto sua face e ouvido sua voz...


As próprias escrituras judaicas no entanto são retiscentes quanto a isto, senão contraditórias mesmas, pois ora afirmam que deus falava face a face com Moisés, como a um familiar; ora afirmam que lhe mostrava o costado ou os quartos e que a contemplação de sua face acarretaria a morte de qualquer ser humano... as escrituras judaicas são tão falhas sob tal aspecto que confundem amiude Jeova com seu anjo tomando um pelo outro. Por outro lado as monstruosidades, crimes e puerilidades que tais escrituras atribuem a vontade positiva de Deus, servem de advertência para que desconfiemos de suas pretenssões.


Forçoso é consultar o Novo Testamento ou melhor a Jesus Cristo.


Eis o que Jesus Cristo nos diz sobre o assunto: "Jamais vistes a sua face ou ouvistes sua voz (do Pai)" Jo 5,37


E noutro passo: "Não conheceis a mim e tampouco a meu Pai, se conhecesseis a meu Pai me acolherieis como vindo dele." Jo 8,19


& também: "Lei vos deu Moisés, a graça e a VERDADE procedem de Jesus Cristo."


Portanto os hebreus jamais foram objetos de qualquer comunicação divina sobre a VERDADE, grosso modo a única revelação que receberam - por meio de inspiração subjetiva e não de imagens ou palavras - foi o anúncio profético sobre a Encarnação do Senhor Jesus Cristo, que por sinal, foi igualmente concedido a todos os povos. Foi sobre a vinda do mestre a verdade que foram instruidos e não sobre a Verdade.


Quando dizemos que houve qualquer revelação anterior a Jesus Cristo queremos dizer: revelação sobre a vinda e o oficio de Jesus Cristo e não sobre a Verdade; querendo significar: preparação para a divina revelação e não uma revelação propriamente dita.

Destarte os únicos eventos de natureza sobrenatural e por assim dizer miraculosa, contidos no Antigo Testamento são os vatícinios e profecias relativos a vida e a obra de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Não tratarei aqui de justifica-los uma vez que são aceitos pela grande maioria dos protestantes.
Abordaremos detalhadamente deste assunto em nosso "Catecismo apologético" que será o segundo volume de nossa "Medula ortodoxa"

Por ora basta dizer que o conjunto de profecias referentes a Cristo Jesus não é redutivel a explicações animistas ou naturalistas sob o rótulo de clarividência.

Precedendo em centenas ou em meio milênio os eventos descritos tais profecias só podem ser fruto duma operação ou intervenção sobrenatural e divina. Estamos pois diante de um autêntico milagre, grosso modo, o único milagres do Velho Testamento como teremos ocasião de ver no decorrer deste estudo.

Tais profetas, indubitavelmente possuiam "O ESPÍRITO DE CRISTO QUE TESTIFICAVA SOBRE CRISTO E SEUS TRABALHOS." I Pe 1,11

E o Espírito de Cristo é assaz poderoso para cumprir seu fim e remeter todos os seres humanos aos pés da cruz do calvário, árvore da vida.

E quanto as inumeras narrativas de milagres narradas nas escrituras hebraícas que pensar delas?


A imensa maioria desses relatos de milagres como a destruição de Sodoma e Gomorra, a queda das muralhas de Jericó, o estacionamente do astro rei por ordem de Josué, o sinal dado a Ezequias, etc devem ser entendidos como fenômenos puramente naturais cujo cárater era supinamente ignorado pelos antigos hebreus: vulcanismo, terremotos, eclipses, etc
"Assim como os homem sob o termo de divina descrevem todo tipo de conhecimento superior ao conhecimento vulgar, assim imaginam ver a mão divina em todo e qualquer fenômeno cujas verdadeiras causas ignora." Id, ibd 98


Assim sendo os hebreus - na medida em que ignoravam as causas imediatas - inclinavam-se a atribuir tais fenômenos a ação direta de Jeová, mormente quando os mesmos auferiam-lhes algum beneficio ou quando lesavam seus adversários.
"Para convence-los sobre seus erros e indicar que suas divindades era frágeis e impotentes, os hebreus costumavam referir-se constantemente aos milagres testemunhados por eles. Esforçando-se por demonstrar, em suas narrações, que o Deus a que prestavam culto governava toda terra E PUNHA A NATUREZA MESMA A SERVIÇO DELES, SEUS ELEITOS." Id, ibd pp 99
Sempre que ocorria alguma catastrofe os hebreus examinavam a si mesmos ou a seus inimigos com o objetivo de identificar alguma praga ou alguma categoria de pecados que lhes permitisse interpretar magicamente o fenômeno, o que ficava tanto mais fácil quanto os redatores estavam separados dos fatos por séculos a fio, dando vezos a inumeras narrativas conflitantes, sugestivas no entanto - sobretudo em seu conjunto - quando misturadas...

Hoje sabemos que o vale do Siddim sofreu diversos abalos sísmicos e rebaixamentos de terreno por volta do décimo nono ou do décimo oitavo séculos a C, o que explica satisfatóriamente a narrativa sobre Sodoma e Gomorra. Nos casos de Josué e Ezequias a relação com eclipses ou fenômenos astronômicos é patente... para todos os povos antigos tais eventos astronômicos eram mensagens ou sinais enviados pelas divindades.

Tendo-se em conta de povo predileto do Criador e artífice supremo os antigos hebreus acreditavam piamente que ele os protegia a todo momento adelgaçando até anular as leis da natureza.
"Para os judeus e seus apaniguados... era firme a convicção de que deus preferia aos judeus e operava constantemente em favor deles, embora não fossem mais merecedores do que os demais povos." Id, ibd pp 107
Ignorando aquela lei de causa e efeito que reje a natureza e seus fenômenos os hebreus subjetivavam todos os eventos físicos, quimicos ou biologicos e interpretavam-nos como sinais do agrado ou da cólera divina sob a forma de rencompensar ou de punições temporais... cada acidente ou imprevisto comportava uma intervenção divina ou milagre sujo fim era a satisfação imediata dos eleitos ou seu rebaixamento.
Assim sendo os milagres narrados em seus livros "Não significam outra coisa, senão certos fenômenos cujas causas puramente naturais não podiam ser vistas por eles e comparadas aos demais fenômenos com que estavam já habituados." Id, ibd pp 101

Assim sendo, nós, homens civilizados do terceiro milênio, não estamos obrigados a endossar tais narrativas forjadas pelo orgulho nacional e pela vaidade dos sacerdotes. Supor de dá intervenção divina decorreram inumeros males e desgraças é responsabilizar a Deus por tais males e desgraças... pois se deus faz Caim compreender que seus dons não são aceitos como os que haviam sido ofertados por seu irmão, é deus mesmo que indispõe Caim contra seu irmão, mormente se enquanto Deus sabia antecipadamente o efeito produzido por tal compreenção na mente de Caim... em última analise foi deus quem provocou a morte de Caim e outros tantos males narrados no testamento antigo, devido a sua imprudência e precipitação...


Protestante: Em se admitindo que o Decalogo, ao menos em parte, é de origem divina, não deveriamos admitir igualmente que sua comunicação a Moisés foi acompanhada por Milagres?

Ortodoxo: Se qualquer protestante quizer contender a respeito do milagre efetuado por Mêrce daquela serpente de bronze que significou Jesus Cristo eu de bom grado, admitirei que tal foi obrado por parte de Jesus Cristo, querendo significar a cura espiritual que ele haveria de trazer a todos os filhos dos homens por intermédio do vivicante lenho em que foi supliciado.

Quanto aos outros alegados milagres - que não dizem respeito a Jesus Cristo - no entanto, seja permitido ao Cristão, no exercício de sua liberdade, repudia-los.

A contrário do professor Aradi, que principia sua obra - O livro dos milagres - afirmando que o Cristão esta obrigado a admitir apenas e tão somente as narrativas de milagres contidas no Velho e no Novo Testamento, ouso discordar dele, para ficar apenas e tão somente com os sinais e prodigios que foram realizados por Nosso Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos e sobre os quais de fato brilha com todo seu explendor o selo divino da elevação moral, selo que de modo algum brilha em diversas narrativas do Antigo Testamento.

Tomemos por exemplo a narrativa segundo a qual o profeta Elias, fez cair duas vezes fogo do céu, com o intuito de supliciar duas tropas de soldados que procuravam prende-lo para conduzi-lo ao rei... até que o comandante da terceira tropa - que a tradição dos hebreus afirma ter sido o futuro profeta Abdias - atira-se a seus pés até rojar no pó, implorando humildemente que o profeta fizesse o favor de acompanha-lo. Aqui temos nada menos que duzentos seres humanos destruidos pela vaidade do profeta... (Shalders) Jesus Cristo no entanto sendo ultrajado pelos samaritanos e instigado a puni-los com chamas de fogo, replicou: Ignorais porque espírito sois movidos...

Pois eram movidos pelo espírito do orgulho, da vaidade e da vingança, inconciliável com a Natureza divina. Donde concluimos que tal milagre não foi executado por Deus, pois "Deus é amor"...

Tanto pior a narrativa segundo a qual o profeta Eliseu ao ser molestado por 42 meninos, rogou-lhes uma terrivel praga imediatamente ouvida e executada por Deus. Resultando disto que os 42 meninos foram destroçados por duas ursas furiosas e pagaram com suas vidas o valor da careca do profeta... e como cada uma das duas ursas deve ter devorado 21 meninos, a razão de dois por minuto, devemos concluir que deus deva ter paralisado os demais meninos até chegarmos a cifra de 1o minutos. Um deus que paralisa crianças para que sejam devoradas por ursas a pedido de seu profeta, tudo porque as infelizes haviam escarnecido de sua careca... (Shalders) E Jesus disse: Vinde a mim as criancinhas pois delas é o Reino dos céus!!! Que diferença de espírito!!!

Como duma fonte não pode brotar simultaneamente água doce e água salobra, somos obrigados a concluir que tais milagres, filhos da mesquinharia humana, jamais foram realizados por Deus embora possam corresponder a acidentes de cárater puramente natural, mal interpretados e distorcidos pelos sacerdotes hebreus.
"Um tal excesso de arrogância e arroubo de orgulho levou a estupidez do vulgo as alturas. Em sua grosseria e baixeza eles ousaram confundir a vontade divina com os desejos humanos, assim a realidade toda é deturpada e o homem acaba assumindo a parte principal..." Spinoza, idb 99
Quanto ao que diz respeito ao Decalogo podemos até admitir que seus preceitos tenham sido infundidos no coração dos profetas pela graça do Senhor. Tal no entanto não nos obriga a crer que foram escritos por aquele que não tem dedos em entregues a Moisés ou que Moisés tenha ouvido sua voz. Se há algo de consistente na estória de Moisés, ele certamente recebeu a comunicação de tais regulamentos no interior de sua alma, registrando-os com suas próprias mãos nas tábuas de pedra.

Pois ele foi o primeiro a desobedece-los, primeiro mandando matar aqueles que haviam rendido culto ao novilho - enquanto as tábuas diziam: Nã matarás! - e sem seguida mentindo - enquanto as tábuas diziam: Não mentirás! - ao afirmar que tais assassinatos e linchamentos teriam sido determinados por Deus... (Shaldersverificamos destarte que se o Decalogo é divino, a atitude de Moisés face a ele é sempre sacrílega... Somos pois autorizados a crer que após ter registrado a comunicação que lhe fora feita por Deus dentro da alma, Moisés - a exemplo de Lícurgo, Tages, Numa, etc - aumentou um tantinho a realidade, asseverando que Deus mesmo registrará os preceitos, nas táboas de pedra, com suas próprias mãos; embora esteja escrito em parte mais nobre, que Deus seja espírito puro e perfeito isento de mãos e pés...

Registrado por Moisés ou pelos profetas o Decalogo não carecia de testemunho externo dada a sua magestosa simplicidade e discrição com que fora captado e codificado.

É de se supor no entanto que algum tipo de evento natural jamais contemplado pelos hebreus tenha sido explorado por Moisés ou pelos sacerdotes com o intuito de excitar a mentalidade daquele povo e incutir nele o desejo de observar os mandamentos. Neste caso teria ocorrido um simulacro de milagre porquanto as causas naturais responsáveis pelo fenômeno eram ignoradas pelos antigos hebreus levando-os a imaginar uma ação direta de Jeová testemunhando a respeito dos preceitos.
"Se Eliseu pode restabelecer a força e o vigor do menino que cria ter morrido, isto deveu as fricções, ao calor de seu rosto e a respiração artificial que insuflou-lhe ar e não a Deus." Spinoza, ibd pp 109

PARAPSICOLOGIA, UMA LUZ PARA O ENTENDIMENTO DOS ESCRITOS JUDAICOS













Outra possibilidade que não pode ser aprioristicamente negada é que alguns dos eventos narrados tanto no antigo testamento, quanto na literatura religiosa das antigas civilizações; sejam verdadeiros e que a gênese dos mesmos esteja relacionadas com o que chamamos de fenômenos paranormais.
Refiro-me a certos eventos e ocorrências que partindo da vontade são provocados pela mente humana, a ponto de suspender as leis naturais que caracterizam a matéria.
Que exista um tal tipo de lei ou relação - superior ou paralela - esta devidamente corroborado por um sem número de constatações experiências, efetuatas e verificadas por sábios e cientistas da categoria de: Robert Hare, William Crockes, Oliver Lodge, Paul Gibier, Sigmund Freud (o qual em suas cartas aconselhou que tais decobertas não fossem divulgadas), Ernesto Bozzano, Charles Richet, Lombroso, Tamburini, Ermacora, Lapponi, De Gasparin, Hartmann, Asakoff, Geley, De Rochas, Schrenk-Notzing, Oesterreich, Crawford, Gatterer, Sidwig, F Myers, Driesh, Sudré, Warcollier, N Fodor, Rodhen, J B Rhine, Ryzl, etc
Tais constatações podem ser apreciadas nas seguintes obras:
  • Richet. Charles - Tratado de Metpsiquica
  • Bozzano. Ernesto - Povos primitivos e manifestações supranormais
  • ---------------- - Metapsiquica humana
  • Sudre. Renne - Tratado de Parapsicologia
  • Tocquet. Robert - Os poderes secretos do homem
  • Asakoff. Alexandre - Animismo ou espiritismo
  • Warcollier. R - Telepatia, narrativa de minhas experiências
  • Soal. S G. - Experiências modernas sobre telepatia
  • Quevedo. Oscar - Face oculta da mente
  • -------------- - Forças físicas da mente
  • -------------- - O que é parapsicologia
  • Wells H G - A nossa vida mental
  • Flammarion Camille - As casas mal assombradas
  • -------------- - A morte e seu mistério
  • -------------- - O desconhecido e os problemas psiquicos
  • Lacroix/Siqueira - O Espiritismo a luz da Razão
  • Imbassahy. Carlos - O Espiritismo a luz dos fatos
  • Raupert, Godfrey - O espiritismo
  • Roure, Lucien - As maravilhas do espiritismo
No frigir dos ovos os adversários da parapsicologia cindem-se em dois grupos:
- Os fanáticos religiosos, que admitem os fatos, mas repudiam as interpretações animista e espiritista, apoiando-se na já decantada demonofilia.
- Os materialistas e ateus - Como Silva Mello em "Mistérios e realidades destes e doutro mundo" e seus 'gurus' Max Dessoir & Paul Heusé - que repudiam os próprios fatos bem como a credibilidade mesma da parapsicologia (!!!), julgando que a fraude tudo pode explicar. (Mesmos sabendo que os supraditos pesquisadores tomaram todas as precauções possiveis com o intuito de evita-la)
No entanto uns e outros procedem por força de vontade.
Todas as pessoas sensatas e equilibradas no entanto, admitem que a mente humana possui a capacidade para:
  • Captar o pensamento alheio - Telepatia
  • Perceber diretamente o passado - Retrocognição
  • Conhecer o histórico de determinado objeto pelo simples ato de toca-lo - Psicometria
  • Conhecer antecipadamente certo número de fatos a serem concretizados no futuro - Precognição
  • Mumificar pedaços de carne, animais mortos ou vegetais com o contato das mãos.
  • Movimentar objetos sem toca-los, fazendo-os flutuar - Telecinese
  • Auto materializar-se ou materializar seus pensamentos - Materialização
  • Produzir sons
  • etc, etc, etc
Tais fenômenos - que nada teem a ver com Deus, as religiões ou a fé - encontram-se entre todos os povos, culturas e civilizações e são narrados desde os albores da História.
De nossa parte julgamos que ao menos algumas das narrativas consignadas do Antigo Testamento, como a do machado recuperado pelo profeta Eliseu, teem sua origem em fenômenos do gênero. Afinal a simples recepção da profecia pelos audientes e videntes, supõe neles uma sensibilidade mais apurada - dai serem chamados sensitivos - que pode muito bem ter agido, esporadicamente, noutros campos, a ponto de ocasionalmente operar diretamente na natureza ou na matéria.
Destarte tais fenômenos deveriam ser classificados e apresentados como paranormais e não como miraculosos, conforme foram causados pela vontade e pelo poder da mente humana e não pode vontade de Deus e operação sua como os verdadeiros milagres produzidos no tempo da graça, a saber: a concepção de Jesus Cristo, sua ressurreição e a conjuração dos ventos e da tempestade no mar da Galiléia, eventos que nenhum tipo de força natural ou de capacidade psiquica seriam capazes de provocar.
Concluimos pois que - salvo as profecias - não há qualquer tipo de ação sobrenatural ou miraculosa no corpo do antigo testamento, o que antes de redundar para o descrédito antes redunda para a máxima glória do Novo Testamento, reforçando sua sublimidade divina.




"Um milagre é a violação das leis matemáticas, divinas, imutáveis, eternas. Mediante essa única exposição, um milagre é uma contradição nos termos. Uma lei não pode ser mutável a violada. Mas uma lei, diz-se-lhes, sendo estabelecida por Deus mesmo, não poderá ser suspensa pelo seu autor? Têm a ousadia de responder que não e que é impossível que o Ser infinitamente sábio tenha estabelecido leis para as violar. Um homem, dizem eles, não desmonta sua máquina senão para fazê-la melhor; ora, é claro que, sendo Deus, ele fez essa imensa máquina o melhor que pode: se viu que haveria alguma imperfeição, resultante da natureza da matéria, ele a preveniu desde o começo; assim jamais há de mudar nada.




Demais, Deus nada pode fazer sem razão; ora, que razão poderia levá-lo a desfigurar por algum tempo a sua própria obra? É em favor dos homens, diz-se-lhes. Será, pois, ao menos em favor de todos os homens respondem eles: pois é impossível conceber que a natureza divina trabalhe para alguns homens em particular e não para todo o gênero humano; mesmo o gênero humano é pouca coisa: é muito menos do que um pequeno formigueiro em comparação com todos os entes que preenchem a imensidão. Ora, não é a mais absurda das loucuras imaginar que o Ser Infinito invertesse em favor de três ou quatro centenas de formigas nesse pequeno pedaço de lodo, o movimento eterno dessas molas imensas que fazem mover o inteiro universo?




Mas suponhamos que Deus desejou distinguir um pequeno número de homens com favores particulares: seria preciso que mudasse tudo o que estabeleceu para todos os tempos e todos os lugares. Ele não tem, por certo, necessidade alguma dessa mudança, dessa inconstância, para favorecer suas criaturas: seus favores estão encerrados em suas próprias leis. Ele tudo preveniu, tudo ordenou para elas; todas obedecem irrevogavelmente à forca que imprimiu para todo o sempre na natureza.




Por que faria Deus um milagre? Para realizar um plano qualquer concernente a alguns seres vivos! Portanto: não pude, com os meus decretos divinos, com minhas leis eternas, preencher um certo plano; vou mudar minhas idéias eternas, minhas leis imutáveis, e tratar de executar o que não consegui fazer por elas. Tal fato seria um sinal de sua fraqueza, e não de sua potência. Seria, parece, nele, a mais inconceptível contradição. Portanto, ousar supor que Deus realiza milagres é realmente insultá-lo (se é que os homens podem insultar Deus); é dizer-lhe: “Sois um ente frágil e inconseqüente”. Portanto, é absurdo crer em milagres, é desonrar de certo modo a Divindade." Voltaire D F pp 266 sgs





Conclusão: suster que Deus executou algum outro milagre além daqueles que foram executados no decurso de sua vida mortal com o objetivo de atrair a si a humanidade e revelar-lhe a lei eterna do amor é passar-lhe um autêntico atestado de insanidade mental.


Uma coisa são os fenômenos anímicos ou psiquicos que não podendo ser contidos pelas leis que rejem a matéria, são por assim dizer extraordinários, outra coisa, totalmente distinta é a ação sobrenatural de Deus sobre a mátéria, adstrita, segundo cremos, ao tempo de sua encarnação e mesmo assim parcimoniosamente elaborada tendo em vista antes de mais nada o aproveitamente ético ou moral dos seres humanos.