Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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sábado, 28 de maio de 2016

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo VIII: Primeira reflexão sumária sobre as divisões protestantes> B) Protestantismo, ortodoxia e heresia...




A chicana de E C Pereira


protestante: "Segundo Paulus as confissões luterana e zwingliana só diferiam quanto o sacramento." Eduardo C Pereira, in "O problema religioso na américa latina." 1920, p 68

Ortodoxo: Certamente que, entre luteranos e zwinglianos, a principal controvérsia girava e ainda gira, como vimos, em torno da Eucaristia. Aparentemente duas seitas e uma divergência; até que é pouco mesmo... Caso abstraiamos o sentido e ignoremos a difusão...

No entanto quem é que disse ou será capaz de dizer que o universo protestante resume-se em Luteranos e Zwinglianos??? 

O douto gramático é que esqueceu-se de mencionar as outras 1050 ou 11.998 seitas de que se compõe - ou em que se decompõe - o protestantismo: O anabatismo, cujos adeptos discordam dos luteranos e zwinglianos no que tange ao pedobatismo; o pentecostalismo, cujo grosso da clientela crê possuir o monopólio do Espírito Santo; o metodismo, cujos membros são arminianos e infensos a teoria calvinista da predestinação; o socianismo, cujos adeptos negam a existência da Santíssima Trindade; o sabatismo, cujos membros discordam de todos os demais protestantes no que tange ao dia do repouso, etc, etc, etc Nem há dedos suficientes nos dedos das mãos e dos pés para contar tanta divisão...



Mesmo porque são 'resmas' de seitas, dezenas de divergências; dúzias de querelas, ataques, lutas... e excomunhões sem fim.



As quais como viemos explanando até aqui tocam a todos os artigos da nossa fé imaculada: Da Trindade a oração pelos mortos! Passando pelo Domingo, a cruz, a ingestão de sangue, as ícones, etc Nada escapa ao ímpeto e fúria dos bíblicos... 



E ESTA TUDO MUITO BEM REGISTRADO E DOCUMENTADO POR MELANCHTON, PEUCER, HOSPINIAN, CHYTRAEUS, BOSSUET, SALIGIUS, HOENINGHAUS, MOHELER, DOELLINGER, ETC


II - Amsterdam 1948, um grande fiasco!


Isto quanto aos antigos apenas. Pois quanto aos modernos:

"No conselho mundial das igrejas protestantes congregado em Amsterdam 1948, o mais possível a que chegaram todas as seitas ali presentes e que não eram todas, mas longe disto, foi admitir a Divindade de Jesus e sua missão salvadora sem no entanto prestar maiores esclarecimentos a respeito de ambas, uma vez que tais definições suscitariam divergências inconciliáveis. Pedraz e Macintyre SJ opus cit 1959 Loyola p 49



E exemplo do que foi dito pelo teóforo Clemente de Alexandria aos pagãos poderíamos dizer aos protestantes: Nós nada não inventamos, limita-mo-nos a citar vossos autores! Vossas conferências, vossos sínodos, vossos catecismos, vossos boletins, vossos jornais, vossas revistas...



Tais publicações é que testificam a rodo sobre as infinitas divisões com que vocês fragmentam o corpo de Cristo.


III - E C Pereira mantendo a farsa de Jurieu sobre os pontos fundamentais




protestante: Segundo Miguel G Torres e E C Pereira "O que se deve admirar no protestantismo não são as variações denominacionais de sua vida histórica, MAS A UNIDADE FUNDAMENTAL DOS CREDOS DE TODAS AS NUMEROSAS AGREMIAÇÕES EVANGÉLICAS ORTODOXAS." Iden. p 64
Ortodoxo: Quanto ao ínclito Pr mineiro distinguir um 'protestantismo ortodoxo' em oposição as demais correntes protestantes ou o 'outro protestantismo' - No caso heterodoxo rsrsrsrsrsrs - devo convir que até possa ser uma distinção conveniente e oportuna para ele na medida em que satisfaça seus interesses individuais e sectários, pois como já dizia Demóstenes: "Naquilo que deseja, nisto tende o homem a crer!"


Portanto se ele QUER achar unidade no protestantismo - Como areias na Antártida ou gelo no Atacama - não somos nós que haveremos de impedi-lo inda que citemos milhões e milhões de testemunhos... Verá a unidade onde quer ve-la e de modo algum haverá de aprecia-la onde existe.

"A vontade é irrefutável." (Origenes) e a fé muitas vezes questão de simples vontade...

Quantas vezes - Após realizar uma porção de exames, submeter-se a uma séria de procedimentos e obter uma série de demonstrações a respeito de seu estado precário de saúde - a pessoa, inconformada e irredutível, mesmo entanto já condenada pela natureza e a beira do túmulo, contesta o diagnóstico formulado pelo médico alegando jamais ter estado tão bem ou ter se sentido tão saudável??? Tem um câncer em estado terminal diagnosticado e não aceita, e mesmo diante dos sintomas recusa-se a admiti-lo!

Que dizer então a respeito das opiniões religiosas que florescem a sombra do rancor e do fanatismo???

De minha parte, para além da esfera subjetiva - O único terreno sobre o qual deve estar assentada e fixa a doutrina religiosa - ignoro quem o tenha comissionado (OU A QUALQUER LÍDER OU CHEFE PROTESTANTE!) para julgar e dirimir tão grave questão, isto é, qual seja a ortodoxia protestante, seus artigos de fé ou verdades essenciais...



Uma coisa é cada pastor estar piamente convencido de que é uma espécie de arbitro universal e infalível do Cristianismo (Papa) - O que certamente esta de acordo com as pretensões do Ego - e outra, bastante diversa é se-lo de fato, isto pelo simples fato de não poder demonstrar cabalmente ter sido escolhido pelo Cristo, pelos apóstolos ou mesmo pelo conjunto dos livre examinadores espalhados pelo planeta. 



Uma coisa são as pretensões e outra a realidade. No hospício por exemplo todos pretendem ser Napoleão, e no entanto...



Não sendo assim prevalece a verdade segundo a qual CADA LIVRE EXAMINADOR É TÃO BOM E COMPETENTE QUANTO TODOS OS OUTROS... 



E o que pode ou pôde Lutero pode Rufino, Chico, Rita, Pedro, Maria, Letícia... 



Sem consideração de rótulos como ortodoxo ou herético; coisas de Catolicismo i é de hierarquia, autoridade, tradição... Tudo muito alheio ao protestantismo.


IV A estranha sorte da Ortodoxia protestante perdida pelos confins deste imenso Brasil





Certamente que nosso bom homem compreende por 'protestantismo ortodoxo' sua própria seita a "presbiteriana independente" ( que ele mesmo teve a ousadia de fundar!!!). Seita tão ortodoxa e importante que sua extensão restringe-se a esta nossa terra de 'Santa cruz' (O outro presbiterianismo, "dependente" parece ter perdido sua ortodoxia ao mancomunar-se com a maçonaria) além de ter sua Ortodoxia questionada pelos irmãos dependentes, pelos quais o mesmo E C Pereira e Cia foram excomungados em 1903... Eis o homem, pertencente a uma seita cismática e dividida, que ousa vir a público vindicar a unidade do protestantismo!!! Alega que entre os protestantes ao tempo de Paulus havia apenas uma dissidência entre 'todos os protestantes' falseando o pensamento deste autor (O qual se refere apenas a luteranos e calvinistas e não a totalidade do balaio protestante) e separa-se de sua própria seita por causa da maçonaria!!! Bela unidade!!!

Eis as 'credenciais' da nova portinhola aberta pelo gramático mineiro nos ínvios sertões do Brasil...



Mas supinamente desconhecida tanto na Europa quanto na Ásia ou na África, regiões a que ainda hoje não chegou a opinião do partorzinho tupiniquim, (Mais de século depois)e nas quais, consequentemente, impera ainda impera soberana a heterodoxia protestante...



Oh maravilha das maravilhas; penas o círculo hiper estreito dos presbiterianos independentes capitaneados pelo pastor de Campanha teve acesso a verdade bíblica! Como somos privilegiados e felizes!!!

Que sorte imensa teve o Brasil em contar com o sr E C Pereira expositor autorizado da Escritura e árbitro universal da Ortodoxia protestante... 



Felizes os ouvidos que o ouviram e os olhos que o contemplaram!!! rsrsrsrs

E o homem sem motivo algum ou por picuinhas - Pois não se tratava da única questão importante entre os protestantes, a saber, da Eucaristia, mas de subvenções maçônicas! - separa-se de sua própria seita, responsável por te-lo resgatado as garras do papa...

Quem não vê que o homem, separado de sua própria comunhão, zomba decididamente de seus ouvintes ao declarar que a única dissidência existente entre eles, protestantes, restringe-se a questão eucarística!!! Além de forçar, desonestamente, as palavras de um autor Católico!!! Tais as armas sujas e enferrujadas empregadas pela falaciosa apologética protestante!



Típico é, sabemos nós, de cada reformador, heresiarca ou sectário perdido por este mundão afora, DAR RAZÕES A SI MESMO e contemplar a sua própria 'obra' como último refúgio da ortodoxia ou da verdade, ignorada por todas as seitas rivais e ferretear seus opositores com os epítetos de heterodoxos, heréticos, malditos, etc E são livre examinadores!!! E alegam haver unidade nesse balaio!!!


V - A Triste sorte da Bíblia nas mãos dos livre examinadores!




O papismo assistam-lhe ou faltem-lhe razões ao menos tem um papa que colocando-se acima da Bíblia e de seus leitores individuais revindica o direito de definir que seja ou não verdade de fé. O protestantismo no entanto não possui papa, nem concílio, nem Bispo ou qualquer autoridade externa a Bíblia e superior ao indivíduo que a lê. DE MODO QUE TODOS OS JULGAMENTOS OU INTERPRETAÇÕES PARTICULARES SÃO IGUALMENTE AUTORIZADOS, caindo por terra a velha distinção: Ortodoxia/heterodoxia enquanto resultante do padrão da autoridade. No protestantismo não há autoridade, o individuo tudo pode em termos de doutrina, a Bíblia, coitada, é elemento passivo - Tão passivo como um pedaço de pedra ou de madeira - e como tal exposta ao arbitro do leitor, o qual extrai dela o quem bem quer, forjando e inventando as doutrinas que lhe passarem pela caixola.

Isto sem que o pobre livro reclame ou solte um pio enquanto sofre os piores abusos.

Pudera o Evangelho defender-se como uma virgem pudica ao ser estuprada e matar seus violadores não sobraria pastor ou livre examinista sobre a face da terra. No entanto ela não tem nem olhos para ver, nem boca para gritar e muito menos braços para socar ou pernas para fugir e escapar a sanha protestante do livre exame...

E fica ali quietinha coitada, exposta aos piores e mais vergonhosos vexames... Ah se ao menos pudesse chorar suas mágoas ou suspirar!

Diante disto cumpre-nos perguntar a tais falastrões chamados pastores: A que título os srs mencionam uma ORTODOXIA (protestante) ou interpretação autorizada? Autorizada por quem??? Comissionada por quem? Onde? Quando???



Esta pergunta no entanto protestante algum haverá de responder-nos!
Autorizada pela Bíblia???

Mas a Bíblia sendo muda e estando nas mãos de todos a ninguém autoriza ou autoriza a todos, o que dá na mesma. A Bíblia todos os protestantes recorrem... E cada qual acredita ter sua própria interpretação particular autorizada por ela... Qual protestante não apela a autoridade da Bíblia? Qual pastor não revindica para si o seu apoio???

A questão é saber se são todos - apesar da variação e contradição - apoiados pela Bíblia???

Agora, querido leitor, ponha a mão da consciência e considere a seguinte questão: "Aceitaria como verdadeiro em matemática um princípio de que resultaria serem dois mais dois para uns oito, pata outros quarenta, para outros cinquenta... possibilitando milhares de resultados diferentes? Um princípio de diagnóstico clínico em função do qual o mesmo conjunto de sintomas pudessem ser atribuídos a quaisquer enfermidades?" Pedraz e Macintyre SJ Loyola, 1959 p 47

Neste caso que vale apelar a Bíblia se as conclusões ou resultados são contraditórios e conflitantes e se a contradição exclui a verdade?

De que vale estar em posse de um Evangelho verdadeiro se suas interpretações são falsas? 

Você até pode me responder alegando que sua religião consiste no direito do individuo examinar a escritura. Tudo bem, neste caso, a propósito da imposição ou fixação dos tais pontos fundamentais de doutrina (Selo da unidade protestante) ouso perguntar-lhe se há no seito do protestantismo intérprete ou comentarista especial, privilegiado ou superior a todos os outros??? Refiro-me a algum livre examinista com o qual todos os outros tivessem de concordar...



VI - Quem será o árbitro universal dos protestantes?

protestante: Suponhamos que haja um...

Ortodoxo: Supondo a existência deste protestante especial como poderíamos distingui-los dos demais livre examinadores?

Acaso seria o E C Pereira cuja ortodoxia foi questionada por seus próprios confrades presbiterianos, para não falarmos nos luteranos, metodistas e anabatistas??? Talvez fosse Othoniel Motta o qual no fim da vida aproximou-se - como Romeu do Amaral Camargo - do espiritismo! Temos ainda o já citado Miguel Vieira Ferreira que ousou identificar-se com o arcanjo Miguel??? Como temos o Edir, o Malafaia, o Hernandez, o Valdomiro...cada qual com sua versão particular de Cristianismo e todos apresentando-se como árbitros universais da verdade!

Mas quem é que no seio do protestantismo, a exceção das 'ovelhas' mais simples - Pagadoras de dízimos - não tem pretensões de Papa, a começar por M Lutero 'Sujeito mais pretensioso e arrogante do que o Papa de Roma no dizer de Muntzer o qual também se fazia de papa, profeta, rei, comandante, inspirado entre a gente de Zikwau...

É uma sucessão interminável de papas, cada qual com pretensões mais largas e tirânicas do que o outro, e cada qual com seus domínios e servos, fragmentando a tão sonhada Unidade protestante. Pelo simples fato de que nenhum destes espertalhões conquistou a adesão unânime dos fiéis... Ficando o protestantismo eternamente cindido, isento de Unidade e sem quaisquer pontos fundamentais...



Já Erasmo Braga dizia com toda propriedade: "RESULTANTE DO LIVRE EXAME, DERAM LUGAR A FORMAÇÃO DE NUMEROSOS GRUPOS EM TORNO DE VÁRIOS TIPOS DE ORTODOXIA, COM REFERÊNCIA AO GOVERNO ECLESIÁSTICO, AOS SACRAMENTOS E AO LIVRE ARBITRO." in "Protestantisno" p 83


Eis ai evangelista... Várias fés, várias ortodoxias (em contradição umas com as outras) várias interpretações, várias opiniões, várias teorias, etc Tillich não e doutro parecer e até considera saudável semelhante estado de coisas... 

E sempre a eterna divisão... Aqui, acolá, mais além.

Mas e os pontos fundamentais???

Em Amsterdam 1948 uma fração modesta das seitas ainda conseguiu fixar dois dogmas: A divindade de Cristo e a redenção... Vinte anos depois a única certeza oferecida por outro punhado de seitas a sua clientela consistia na Existência de Deus!!! Tudo quanto o protestantismo - diga-se parte dele - podia extrair a Bíblia era a Existência de Deus!!!! Neste caso para que Cristianismo se temos já não digo o judaísmo ou o islã mas o aparato natural das razão???

A pergunta que se faz hoje, em 2017, é se congregadas todas as seitas bíblicas conseguiram os protestantes adesão uniforme a doutrina da existência de Deus??? Tenho sérias dúvidas a respeito...

É o protestantismo prenhe e fecundo de verdades particulares pelo simples fato de não estar em posse da Verdade



A qual é SIMPLES, UNA E INDIVISA!!! IMUTÁVEL E SEM SOMBRA DE VARIAÇÃO!



Jaz o protestantismo dividido, cindido e fragmentado justamente por achar-se totalmente desamparado... Assim dizer 'ortodoxiaS' é como declarar não ortodoxia, heterodoxia ou nada dizer. Pois a quem vem ao caso a confusão quando tratamos das coisas divinas???


VII - Ortodoxia protestante, a suprema falácia!



Ocorre-nos o eloquente silêncio do doutor Jewel ao ser questionado sobre a quem competia o arbitramento dos 'exames' individuais no seio do protestantismo...

Locke no entanto assim respondeu por ele:


"Qual das facções opostas acerca destas questões é a mais correta, qual delas é culpada de cisma ou heresia - a dos que dominam ou a dos que se submetem -, tudo isso será, finalmente, revelado, quando a causa de sua separação for julgada...



Mas, se uma dessas igrejas tem o poder de maltratar a outra, pergunto: a qual delas cabe tal poder, e baseada em que direito?

Sem dúvida responderão que a igreja ortodoxa tem poder sobre a errônea ou herege.

Vale isso dizer, mediante termos complicados e capciosos, exatamente nada.

Porque, cada igreja é ortodoxa para consigo mesma e errônea e herege para as outras.


Seja no que for que certa igreja acredita, acredita ser verdadeiro, e o contrário 
disso condena como erro.

De sorte que a controvérsia entre essas igrejas acerca da verdade de suas doutrinas e a pureza de seu culto é igual de ambos os lados; nem existe qualquer juiz, seja em Constantinopla, seja em qualquer outra parte do mundo, cuja sentença possa resolver a disputa.




A decisão dessa questão cabe unicamente ao Juiz Supremo de todos os homens, a quem também cabe castigar os que erraram..." in Tratado da Tolerância



Percebe como santificado o acesso ao livre exame da Bíblia já não há Ortodoxia possível ou Unidade doutrinal mas como queria Nietzsche interpretações apenas??? Conjeturas, teorias, hipóteses, palpites, opiniões e nada mais...

Ortodoxia aqui não passa de rótulo pomposo, desprovido de qualquer significado mais sério. Pelo simples fato da variação estar sancionada.

Podeis escolher a 'versão' que quiserdes e fica seja válida ao menos para vos...



VIII - O significado do livre exame


Aqui Cristianismo fica sendo feira e suas verdades frutas ou verduras, cada qual escolhendo as que mais gosta...

Nem poderia ser doutra forma nos domínios individualistas do livre exame. 

Pois se a cada um assiste o direito de examinar e julgar a escritura é certo que a multidão das pessoas despreparadas haverá de compreende-la variadamente, segundo a variação da incapacidade/capacidade. 

Se - Em geral - cada um lê as escrituras a seu modo e segundo sua experiência ou leitura de mundo; partindo desta leitura de as interpretações jamais se encontram... Tendem a conflitar inexoravelmente e o Cristianismo a converter-se numa forja ou fábrica de doutrinas exóticas e fantasiosas perdendo sua objetividade, unidade, clareza, etc 

Apenas os livre examinadores mais sérios, compenetrados e preparados fugirão a esta regra e, céus eternos... A exemplo do grande Graber refugiar-se-ão em alguma facção do Catolicismo seja a anglicana, papista ou ortodoxa... Livre examinador preparado não se satisfaz com o protestantismo. Daí os pastores - Sério - estimularem a falta de preparo e cuidado com as coisas santas, fazendo os tolos acreditar que são inspirados, apenas para concordarem com eles e quando concordam com eles: Você concorda comigo irmão??? Aleluias... Então é o espírito santo que esta cochichando a verdade e depositando a fé em seus ouvidos, você é profeta! Palmas para o irmão, é profeta!

Triste mas o caipira ou tabaréu semi analfabeto e despreparado, ao ser aplaudido por outros tantos tabaréus pagadores de dízimo num palco qualquer alcançou o seu minuto de fama. Converteu-se em celebridade da fé... Porque livre exame é isso mesmo querido leitor, recurso que possibilita a qualquer incompetente, frustrado ou vencido na vida, brilhar como profeta por alguns instantes ou apresentar-se como reformador do Cristianismo!!!

Não sabe advogar, lecionar, clinicar e mesmo contar ou exprimir-se corretamente toma uma Bíblia do JFA e põem-se a catar umas verdades exóticas até convencer-se de que é o reformador iluminado ou escolhido por Deus, colaborador e braço direito de Jesus Cristo, perdido nos confins do nosso Brasil. Chega a ser patético ou cômico contemplar este imenso acervo de nulidades alçados a categoria de videntes, profetas ou 'bispos' pelo livre exame. A mediocridade deve ser eternamente grata a Martinho Lutero e enaltece-lo noite e dia pelo expediente que lhe foi concedido...

Tal o significado do livre exame e o principal motivo porque é endeusado.

Do contrário quem ouviria falar num Schwenkfeld, num Sternemberger, num Irving, num Campbell, num Pharran??? Pegando ou não no cabo da enxada ou lavrando a terra teriam de arrastar-se por uma vida trivial e obscura. Não fosse o triste ofício de interpretar ou melhor de estuprar a Bíblia, imaginando doutrinas exóticas...

Nada mais grotesco do que testemunhar qualquer um destes milhões de examinadores, como E C Pereira, apresentar sua opinião como sendo a única verdade da face da terra, fazer galas de ortodoxia ou interpretação autorizada e condenar como heréticas todas a opiniões rivais!!! No campo do protestantismo sabe a piada...

Afinal heréticas para quem meu Bom Jesus?

Apenas e tão somente para ele, o individuo pretensioso que não constitui padrão de autoridade para os demais livre examinadores, em tese, alcançados pelo mesmo direito. 

Pois se o livre exame não toca a todos de igual modo e resta algum espaço a autoridade há que se buscar a legítima autoridade nos domínios do tempo, do passado, da história, etc Revestindo-se a conversa de aspecto totalmente distinto!

Admitida a existência de uma igreja discente e duma igreja docente ou duma estrutura hierárquica como negar que tal estrutura corresponda a Igreja mais Antiga i é a Igreja Ortodoxa???

Adotais o discurso da Ortodoxia???

Fica sempre falacioso na boca de um livre examinista.

Apenas a Igreja - CONGREGAÇÃO ESTABELECIDA E COMISSIONADA PELO PRÓPRIO JESUS CRISTO - pode adota-lo por ter a audácia de apresentar-se a todos os homens como GUARDIÃ INCORRUPTÍVEL E INFALÍVEL DA REVELAÇÃO DIVINA... E por atrever-se a condenar o livre exame como pernicioso e vão, fulminando o protestantismo!

Admitindo-se que tenha sido incumbida pelo próprio Cristo de manter e conservar inalteradamente o significado de sua mensagem - Escondido por detrás da letra inspirada - não é apenas natural mas imperativamente necessário e até esperado que, em nome da verdade Una, ouse condenar todas as interpretações rivais como ímpias e falaciosas.

Afinal seu padrão é a autoridade conferida pelo divino Mestre e não a via natural da exegese ou da hermenêutica.

A Igreja antiga, já o dissemos, não pesquisa nem busca ou procura. Instrui, informa, adverte, apregoa, anuncia, julga e condena, sempre conforme o mandamento de Jesus Cristo: Ide e ensinai... Determina o significado da escritura, impõem a doutrina e fala em nome daquele que a constituiu, separando os crentes em Ortodoxos e heréticos.

Segundo abraçam com reverência a integralidade da divina revelação (honorificando a Jesus Cristo) ou julgam-se no direito de selecionar aquilo em que desejam crer.

E ficam sendo estes últimos, que não ouvem a igreja dos apóstolos, como pagãos e publicanos.  

O protestantismo, todavia, não esta plenamente convicto a respeito de sua infalibilidade ou seja de sua missão divina. E sequer tem sido capaz de revindica-la...

"Não cremos numa igreja infalivel e sim numa evangelho infalivel. Não cremos na infalibilidade mas na durabilidade da igreja" afirma outro de seus paladinos...

No entanto: "Segundo os protestantes não caiu a igreja uma vez em erros numerosos e graves? NESTE CASO QUE GARANTIA TENHO EU DE QUE NÃO TORNOU A CAIR OUTRAS VEZES OU DE QUE NÃO HAVERÁ DE CAIR NO FUTURO?" Pedraz e Macintyre SJ Loyola, 1959 p 54

Como se vê, para o protestantismo, durabilidade equivale a uma sucessão de quedas... Pelo qual vai a verdade rolando de abismo em abismo para ser resgatada a migalhas...

Portanto, se não creem numa igreja autoritativa, infalivel e restritiva que sentido as palavras Ortodoxia e heterodoxia fazem para eles?

Que é heresia se não há ofício divino ou infalível que a possa determinar???

Que é heresia se há apenas interpretação, investigação, busca, opinião, teoria???

Que é heresia se não há tribunal sagrado a que caiba julgar a doutrina???

Que é heresia sem critério, padrão ou árbitro que a caracterize como tal????

E consequentemente que é Ortodoxia???

Admitido os pressupostos do protestantismo não passam de palavras vazias, verba vana ou vanilóquio destinado a iludir os tontos.

Pena que os antigos gnósticos, arianos e docetas ao menos em parte ignoravam o segredo do rei, i é, o princípio do livre examinismo... Por meio do qual poderiam reclamar perfeita igualdade face a Ortodoxia!

.........

A constatação obvia é que a examinador algum assiste o direito de, a exemplo do Pr E C Pereira, apontar seu concorrente na busca pela verdade como herético...

A menos que se faça Bispo ou papa!

Pois toda e qualquer interpretação é lícita e válida nos domínios a protestantice. 

No protestantismo prevalece a doxa (opinião), o palpite, o achismo...

A investigação humana, a pesquisa, a busca, a procura, a interrogação e não a posse da verdade plena concedida pelos céus via mistério da Encarnação.

Embalde os mais espertos arvoram-se ainda em mestres dos mais ingênuos com o objetivo de comanda-los despoticamente pelo simples fato de faltar-lhes sucessão apostólica, tradição, hierarquia, sacerdócio, etc Ainda assim usurpam os nomes de Bispo, presbítero, diácono e compõem um novo e falso clero ' de mentira', ilegítimo, aparente... Além de inútil, já que o exame é livre e o sacerdócio universal!

E força da ignorância e estupidez vão granjeando adeptos entre a gente mais simples e humilde, que não teve acesso ao estudo.

Aceita tais pretensões e revindicações disparatadas quem tem menos dignidade ou inteligência. Quem tem dignidade e inteligência, faz descer o protestantismo todo pela guela e recusa-se a obedecer.

Afinal se todos são igualmente aptos para ler, interpretar e compreender a palavra de Deus ou para oficiar os sacramentos a que propósito vem o pastor? Se não há intermediários entre o homem e Deus para que serve esse homem de terno e gravata ai na frente? Se o acesso a Deus é imediato e livre para que Bispo ou profeta?

Curioso este nosso protestante orgulhar-se duma liberdade que não exerce ou possuí e apresentar-se ao Católico como livre enquanto roja aos pés do pastor a ponto de beijar-lhe as botas! Já viram algum padre em estado profético mandar o cidadão abrir a boca para escarrar nela??? Certamente que não... Nosso protestante fala tanto sobre liberdade e não passa de vil escravo determinado a submeter-se aos caprichos mais aviltantes desde que impostos em nome de Cristo...

"Quem te constitui juiz de teus irmãos???" é pergunta que deveria aplacar a fúria de cada livre examinador...

É assim no entanto que as seitas brotam do livre exame como cogumelos do estrume... Do desejo de controlar ou de monopolizar um exame, que em tese seria livre... E de reverte-lo em benefício próprio enquanto forma de dominação quase que inquestionável. 

Sem embargo, gostaria muito de saber a que Credos ou Símbolos alude o digno polemista? ( E C Pereira)

segunda-feira, 23 de maio de 2016

1c - De pentecostal a Ortodoxo: TESTEMUNHO PESSOAL > Os dois lados da moeda

  1. Minha conversão a Igreja romana
  2. De como encontrei-me no papismo
  3. O erro fundamental do protestantismo
  4. Benefícios de minha conversão ao papismo
  5. Nosso apostolado
  6. Primeiro contato com o espiritismo
  7. Mais uma crise de fé
  8. Meu encontro com a Ortodoxia
  9. Nossas fontes
  10. Amar as pessoas e odiar seus erros






Minha conversão a igreja romana

Dia raiou no entanto, em que circunstâncias até certo ponto similares as que haviam levado minha bisavó a conduzir minha avó até o salão da CCB, levaram minha mãe a conduzir-me a uma cerimônia papista aqui na Matriz de nossa cidade.

Isto porque, após ter passado por terrível choque emocional, encontrava-me sob o jugo mortal da depressão, definhando dia após dia e com a saúde física já um tanto abalada. Diante disto algumas senhoras católicas amigas da família insistiram para que minha mãe fosse comigo a uma Missa.

Apesar de criada no protestantismo minha mãe consentiu em enviar-me aquela missa esperando que disto resultasse o fim de minha depressão.

De fato, mal se deu meu primeiro contato com o papismo ou com as formas do Catolicismo que ainda subsistiam nele e sofri um choque grande choque espiritual...

Pois ali tudo era radicalmente diverso do quanto eu havia visto e experimentado na CCB ou na Add.




As paredes achavam-se adornadas com belíssimos painéis de figuras coloridas destinadas a agradar a vista...



O indumentária do oficiante não era apenas distinta das vestes que caracterizavam a assistência mas bordada com habilidade e capricho.



Ali não havia gritos, achaques ou tremeliques mas momentos de reflexão e silêncio.

Todos se serviam de livrinhos e respondiam da mesma maneira as exortações do oficiante havendo a mais perfeita ordem e sobriedade. Até os gestos eram coordenados de modo que as pessoas ajoelhavam e levantavam simultaneamente.




O oficiante destacava-se pela reverência com que de instante a instante erguia os olhos para o alto, juntava as mãos em prece ou estendia-as para o alto, curvava-se, ajoelhava-se...



O cheiro do incenso, os adornos florais e as luzes dos círios tudo enfim contribuía para criar uma atmosfera de mistério e recato como eu jamais havia visto até então.

Havia nos elementos materiais e gestos, em cada detalhe, uma linguagem simbólica pela qual eu sempre aspirara sem no entanto poder definir.

Em sua aquele primeiro contato com a tradição espiritual do papismo pode ser definido como um deslumbramento.



Exatamente como a heresiarca Ellen G White registrará no 'Grande conflito':

"O serviço religioso da igreja romana é um cerimonial assaz impressionante. O brilho de sua ostentação e a solenidade de seus ritos fascinam os sentidos do povo... Os olhos ficam como que encantados. Igrejas magníficas, imponentes procissões, altares de ouro, relicários com pedras preciosas, quadros finos e esculturas refinadas apelam para o amor ao belo. O ouvido também é cativado. A música é inexcedível. As belas e graves notas do órgão, misturando-se a melodia de muitas vozes assomando por elevadas abóbodas e naves ornamentadas pelas colunas marmóreas das grandes catedrais não podem deixar de impressionar a mente com profundo respeito e piedade... a pompa e solenidade do culto Católico tem um sedutor e fascinante poder... e muitos chegam a encara-la como a própria porta dos céus." in "O conflito dos séculos" 1921 p 614 sg


O protestantismo no entanto, como a mesma autora dá a compreender, por não contemplar a demanda estética posta pelo belo, é uma fé incompleta ou mutilada. Os protestantes em paroxismos de ódio chegaram inclusive a erguer suas mãos contra as obras de arte produzidas pela igreja romana... afinal, é típico do homem  vulgar destruir tudo quando sua mente rasteira é incapaz de compreender.

É feio o protestantismo por ser platônico ou maniqueu e estar voltado apenas e tão somente para as necessidades do espírito puro e descarnado. Mas não somos anjos, somos homens cujo corpo físico de carne e osso foi idealizado pelo próprio Deus e cujo próprio Deus assumiu natureza física e carnal em Jesus Cristo. Sendo assim as prevenções protestantes contra o corpo e a matéria de modo algum se justificam...

Em mim no entanto, a dimensão artística da Igreja despertou uma sensação imediata de pertencimento, como se alguém me dissesse: Eis o teu lugar, tu o encontraste finalmente! Chegaste a terra da promissão!

Consequentemente tornou-se demasiado fácil minha reconciliação com o Senhor Jesus Cristo.

E num piscar de olhos - como Paul Claudel ou Afonso de Ratisbona - fiz-me papista devotado...

E aquele que um dia tratará por 'carpinteiro nazareno' passei a tratar por'Verbo encarnado', pedagogo, médico e pastor do gênero humano...







De como encontrei-me no papismo



Após o inferno do livre exame e o purgatório da divisão, como diz o Pe Duboischegara ao paraíso da verdade Una por via da tradição apostólica, vinculo da unidade e da paz.


Até aqui narrei minuciosamente tudo quanto se sucedera por
considerar minha adesão ao papismo como evento de significado crucial em minha vida. Sem ela jamais teria chegado até onde cheguei pois corresponde a um primeiro passo na direção da Ortodoxia, da filosofia grega, do espírito científico, da praxis socialista, etc e de tudo quanto comporta minha visão de mundo.

A partir daqui serei mais sumário ou suscinto.

Posteriormente encetei estudos no âmbito da teologia, a qual se me apresentou - face aos devaneios pentecostais - como um todo coerente, orgânico, sistemático e capaz de satisfazer as mais rigorosas expectativas postas pelo intelecto.

Desde a mais tenra idade, como já disse, jamais lograra compreender ou assimilar o insopitável desprezo votado pelos protestantes a Santa Virgem Mãe de Jesus... Tampouco agradavam-me as repetidas e infinitas discussões a respeito do batismo, da eucaristia, do livre arbítrio, etc

Discussões que jamais levavam a qualquer lugar e não passavam de batalhas ou contendas teológicas em que citações serviam como apetrechos a serem assestados contra os que acreditavam ou interpretavam de modo diverso.

Aqui o pântano tenebroso do solipsismo crasso... apresentado como santuário da verdade pelos apologistas e advogados do sistema protestante. Não havia concórdia, harmonia, unidade ou paz!

Após ter comido as bolotas do protestantismo, torno a casa paterna!





De como vim a constatar o erro fundamental do protestantismo


Foi assim que após ter percebido os pontos fracos da doutrina, cheguei a conclusão de que o calcanhar de Aquiles responsável por converter a 'igreja'  fundada por Lutero numa autêntica casa de Orates ou como dizemos 'da sogra' fora o princípio comum do Biblismo associado ao livre examinismo.

Eis porque nesta casa todos gritam e ninguém manda ou manda quem pode mais - ou seja quem tem pão ou ferro - como no caso daqueles heresiarcas que obtiveram o apoio do Estado com o propósito de intimidar ou eliminar seus rivais. Por 'rivais' devemos compreender aqueles que em nome da 'liberdade' ousavam discordar das sentenças e decretos jactanciosos daqueles, que com auxílio do braço secular, pretendiam impor uma uniformidade fictícia em torno de interpretações autorizadas... Repudiando na prática o fundamento ou princípio do livre exame, ora apresentado como monopólio de alguns privilegiados (Lutero, Calvino, Zwinglio) e não mais como direito 'líquido e certo' de cada cristão...

Disto resultou, quase que de imediato, a formação de novas 'ESTRUTURAS ECLESIAIS VISÍVEIS' tão ou até mesmo mais autoritárias do que a igreja romana, com seus sínodos e credos particulares e uma nova 'tradição' cristã religiosamente transmitida as sociedades protestantes e mecanicamente recebida, como o papismo ou a ortodoxia na I Média. Não foi, como parecia ser a destruição do papado romano mas a afirmação de outros tantos papados rivais, ilegitimos e demagógicos.

Principiaram os demagogos religiosos do século XVI criticando a igreja romana e seus supostos vícios para logo em seguida reproduzi-los um após o outro a começar pelo clericalismo e o autoritarismo.

Os reformadores a bem da verdade limitaram-se a substituir a tradição antiga e legítima por novas tradições elaboradas por eles mesmos... ficando o livre exame, ao menos em parte, abandonado.


Dos proveitos advindos de minha conversão ao papismo


Creio no entanto que o principal beneficio advindo de minha conversão a Igreja de Roma foi tomar conhecimento a respeito do critério da Tradição apostólica, da distinção capital existente entre antigo e Novo Testamento ( e - consequentemente - da soberania, excelência e primazia que cabe ao Evangelho, do qual enfim pude aproximar-me sem receios e estudar vantajosamente, obtendo o bem mais precioso que é dado possuir; a saber, o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo, de sua pessoa, de seus mistérios, de seu ofício e de seus ensinamentos; especialmente a respeito da lei perpétua do amor enquanto centro e fundamento de toda vida Cristã) e da perspectiva ética ou ativa da fé (por meio de obras). TRADIÇÃO - EVANGELHO E OBRAS!!!

Tendo em vista superar o zelo das 'Testemunhas de Jeová' fundamos um 'círculo bíblico' e nos dispusemos a a estudar a tradição da Igreja cinco horas por dia de Domingo a Domingo durante 365 dias... Nesta empreitada divina fui secundado pelos colegas Fernando e Tiago.

Posteriormente vim a estudar teologia com os próprios pastores protestantes (que desejavam converter-me!!!) de modo a penetrar-lhes melhor o pensamento e compreender ainda melhor os seus erros para em seguida rebate-los.


Nosso apostolado



Auxiliado pela experiência que obtivera dediquei-me por anos a fio - aqui mais uma vez auxiliado pelo Fernando - a travar disputas com os lideres e chefes protestantes (durante muito tempo guardei comigo o gosto pela polêmica.) provocando inúmeras controvérsias públicas e privadas, chegando a ser ameaçado, e quase a ser agredido pelos fanáticos cujas teorias havia publicamente desmascarado. A uma jovem, amiga da família - que recentemente adormeceu em Cristo - fomos capazes tomar as garras do jeovismo; outro moço muito amado as garras do anabatismo... e estas são nossas maiores conquistas e alegrias.


Examinando tudo mesmo!!!

Nosso contato com o espiritismo 


Diante disto, ao cabo de muitos anos, fomos exortados - por um grave e dedicado sacerdote - a examinar e a refutar, do mesmo modo e maneira, o espiritismo kardecista. Sucede no entanto que mais de uma década após meu primeiro contato com o espiritismo estava firmemente persuadido de que seus adeptos buscavam viver sinceramente o Evangelho e não estava disposto a bater-me com eles, mas inclinado a deixa-los em paz.

No entanto como eramos constantemente instigados - pelos padres e por parte do povo - a atacar o espiritismo (pelo qual os papistas cegos nutrem sérias prevenções, quando deveriam vota-las ao protestantismo!) tivemos de ceder e desta anuência resultou mais uma grande reviravolta em nossas vidas.

Pois tendo em vista dar competente resposta a esta doutrina, empenhamos muitos anos e vigílias buscando analisar a maior parte da literatura existente a respeito, ou seja, os escritos doutrinários do espiritismo (Kardec, Leon Denis, Gabriel Dellane, Aksacoff, Bozzano, etc). Tudo quando podemos dizer em poucas palavras é que ao cabo desta analise minuciosa, nos demos por plenamente convencidos a respeito do quanto o espiritismo estava de acordo com a primitiva tradição da Igreja: o primado absoluto da caridade, a noôgenese evolucionista, a antropologia semi pelagiana, o universalismo origenista, a validade dos conhecimentos científicos, a soberania do Evangelho, etc

E assim sendo tomamos a firme decisão de não disputar com os espíritas; os quais temos em conta de muito mais próximos ao Evangelho e da Ortodoxia do que os protestantes e romanos (em que pesem os erros gravíssimos do kardecismo no que concerne a natureza de Cristo, dos Santos Sacramentos, da igreja, etc).

Nem podemos deixar de reconhecer que nos campos da antropologia, escatologia e ética nossas ulteriores investigações foram em parte direcionadas pela doutrina dos espíritas. O que nos conduziu primeiro as margens do agnosticismo e posteriormente ao seio da Ortodoxia.




Mais uma crise de fé


Cerca de 2004 estavamos em vias de romper com o papismo e passar, ou ao agnosticismo ou a ortodoxia, a respeito da qual pouco ou nada sabíamos.

A doutrina espírita - apesar de termos sido constantemente apresentados como espíritas pelos adversários - não podíamos nem podemos abraçar por dois motivos: Nossa firme adesão ao padrão niceno ou atanasiano no que concerne a natureza divina de Cristo ou ENCARNAÇÃO DO VERBO e nossa crença - não menos firme - na ressurreição dos mortos e na restauração deste nosso mundo material. Os espíritas como é assaz sabido não reconhecem nem a divindade de Cristo e tampouco qualquer tipo de esperança para a matéria portando-se aqui como seguidores de Platão e Mani.

Nós como os antigos estóicos somos panenteístas e acreditamos que a matéria é elemento eterno, incriado e passivo ordenado no tempo pela mente divina e, consequentemente que o elemento material jamais deixará de existir.



Seja como for passado algum tempo fomos mimoseados com a obra intitulada "O papa e o Concilio" de Doellinger

Segundo esta obra mestra - Jamais refutada por qualquer teólogo romano (Ulhathorne limita-se a ridiculariza-la com seus sucessivos 'ad hominens' pelo simples fato de não ter podido refuta-la) - a doutrina da Infalibilidade Papal jamais fizera parte da legítima tradição da Igreja, tendo sido supinamente ignorada por todos os Padres e doutores ao cabo dos sete primeiros séculos. 

Ora eu já havia examinado detalhadamente as controvérsias travadas entre os defensores da Igreja romana - Faber, Gentile Hervetius, Genebrardo de Aix, Lindanus, Fevardentius, Du Perron, Stapleton, Gretser, Wallemburch (s) etc - e os defensores da reforma no décimo sexto e décimo sétimo séculos e estava já prevenido de que o ponto mais fraco da doutrina (Excetuando as doutrinas da graça e das penas perpétuas por serem comuns a ambos os sistemas e a toda Cristandade latina ou ocidental.) era justamente o poder absoluto do papa e sua suposta infalibilidade, no caso, apresentada como dogma, em 1870 (pelo concílio do Vaticano I) após insidiosa resistência por parte dos prelados mais ilustres (Doellinger, Riekens, Michaelis, Friedlander, Ketheller, Hefelle, Dupanloup, Gratry, etc) daquele tempo.

Após madura reflexão as evidências elencadas levaram-me primeiramente a por a prova e finalmente a repudiar, como espúrio, o dogma da Infalibilidade Papal. Fazia-se mister ser coerente e permanecer fiel a tradição até o fim... ao invés de transferir para o terreno sagrado da tradição a abordagem oportunista e seletiva dos protestantes. Tradição para mim era questão de 'tudo ou nada' tal e qual o Santo Evangelho.




Nada em suma podíamos aceitar ou admitir em matéria religiosa que não procedesse desta fonte pura e cristalina. Como Vicente de Lerins desejavamos crer apenas no que fora crido por todos em todos os tempos e lugares e professar apenas o que fora professado pelos apóstolos, mártires e padres, sem qualquer acréscimo ou adição. 

Simultânea e paralelamente o ecumenismo, a emergência da RCC, o puritanismo, as reformas litúrgicas, o liberalismo desbragado, o integralismo (ligado aos setores tradicionais da igreja papalina), etc incompatibilizaram-nos definitivamente com a igreja romana e levaram-nos serenamente a ruptura.

Concluímos assim que a própria Igreja romana não mais satisfazia as exigências da fé Católica e que não era de modo algum a Igreja Católica.



Meu encontro com a Ortodoxia, o Catolicismo pleno!


Pelo que era necessário localizar ou encontrar a fé Católica ou a igreja Histórica que mais se identifica-se com ela. JÁ NÃO NOS SATISFAZÍAMOS COM  MIGALHAS DE CATOLICISMO MAS EXIGÍAMOS CATOLICISMO EM PLENITUDE ou catolicismo ou agnosticismo!

Foi por isto que empenhamos consagrar dois anos inteiros ao estudo da literatura patrística, da lingua grega e dos monumentos da antiguidade Cristã; ao cabo dos quais abjuramos conscientemente o papismo e abraçamos o Catolicismo Ortodoxo (não sem ter flertado antes com o anglicanismo - igreja alta ou anglo catolicismo - comunhão com a qual mantenho até hoje certos laços), esposando quase que de imediato a teologia origenista ou universalista, abraçando a doutrina semi pelagiana e anti agostiniana da graça e endossando a opinião de S Bulgakoff (endossada igualmente pelo Pe Lucien de Laberthonière) a respeito do primado do amor na igreja de Cristo.

Isto porque investigando - a luz das fontes patrísticas - com o mesmo rigor a doutrina da igreja ocidental pertinente a graça i é o gracismo ou agostinianismo (afirmado por Agostinho de Hipona) certifiquei-me de sua falsidade passando a sustentar o semi-pelagianismo, ademais apresentado por Harnack correspondendo ao ensino da igreja primitiva e professado até nossos dias pelo Catolicismo Ortodoxo (como fora certificado por Grotius e Leibnitz).

O posicionamento do protestantismo ortodoxo - o predestinacionismo - face ao tema da liberdade se nos apresenta como inadmissível, o da igreja romana como artificioso.

O segundo passo decisivo em minha trajetória espiritual foi dado logo após assistir minha primeira quinta feira santa - ofício dos doze Evangelhos - na Igreja ortodoxa de Santos (Hais Gergis). Ao ouvir o hino 'Simeron Kremate'



cantado em grego - tal e qual no vídeo acima - cheguei a conclusão de que se fazia mister abjurar formalmente ao papismo e a todas as teorias que os ocidentais forjaram com suas próprias mentes grosseiras e carnais para receber a luz do Oriente, a reta doutrina, a 'fé justa' procedente dos céus imaculados... Havia chegado ao termo de minha peregrinação espiritual e escapado por duas vezes aos influxos do materialismo e da incredulidade... primeiramente salvo da Babel protestante pela igreja romana e posteriormente salvo da desilusão infalibilista pelo Catolicismo Apostólico e Ortodoxo...

O infernismo, o expiacionismo, o gracismo (agostinianismo) e o infalibilismo papal foram os principais motivos ou fatores que nos levaram a romper definitivamente com a igreja a que tanto devíamos e que tanto amaramos de todo coração.
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Assim por via do universalismo, do funcionalismo, do semi pelagianismo e do episcopalismo passamos a igreja Ortodoxa ou como se diz ao catolicismo grego.

Desde então temos dedicado todo tempo ocioso e livre ao estudo da teologia ortodoxa, da patrística e das origens da Reforma protestante, em especial sobre as figuras de Lutero e Calvino; sem no entanto por de lado o estudo do Evangelho, da Septuaginta, do Talmud, das religiões, dos mitos, da metafisica, da ontologia, da epistemologia, da gnoseologia, da lógica, da História - primitiva, antiga, medieval e moderna - da sociologia, da psicologia, da ciência política, da pedagogia, da literatura comparada, da biologia evolutiva, etc conhecimentos que procuro sempre por a serviço de meu Bom Senhor e Mestre Jesus Cristo, de seu reino eterno, de sua graça e de sua glória. Tudo quanto executo como educador, pesquisador, e homem de ação, etc é com ele, por ele e nele que o executo.





Nossas fontes



Foi assim que de pentecostal vim a ser romanista e de romanista vim a ser Católico Ortodoxo, não sem ter sido fortemente influenciado pelo espiritismo, pelo liberalismo teológico protestante (até onde podemos ser influenciados positivamente por ele, sem perder o Cristo ou tocar o Evangelho), pelas reflexões de Spinoza, pelo pensamento e pelo método de Aristóteles meu segundo mestre e guia após Jesus Cristo- dos escolásticos e dos jesuítas e sobretudo pela ética justicionista de Sócrates, Platão, Antítenes e Zenon. Foi igualmente, por via da Ortodoxia que nos aproximamos ainda mais de Clemente, Orígenes e Eusébio; nossas principais referencias em termos de teologia.





Amar as pessoas e odiar os erros



Eis porque nem posso, nem quero, nem desejo pensar mal dos protestantes ou dos papistas, cuja maior parte, creio eu, tem procurado servir da melhor maneira possível ao Senhor Jesus Cristo e por em prática os imperativos do Santo Evangelho.

Minha disputa não é com os protestantes e papistas cuja nobreza dos sentimentos reconheço; mas com os sistemas a que pertencem: protestantismo e romanismo; os quais penso eu acobertam equívocos lamentáveis em matéria de espiritualidade.

Nem posso odiar cegamente a igreja romana tendo em vista sua origem apostólica e os fragmentos, vestígios, elementos ou traços de Catolicismo Ortodoxo que nela se subsistem; bem como o sincero amor tributado por parte de seus membros ao que acreditam serem tradições legitimamente apostólicas. Amor ou sentido que podemos classificar alias como uma espécie 'Ortodoxia intuitiva'.

Ora nós não podemos deixar de encarar tais elementos como altamente positivos.

Por outro lado tendo eu mesmo muito sofrido e forcejado até aproximar-me da verdade plena - ingerindo as bolotas que eram dadas aos porcos - como poderia julgar e condenar os demais??? Faço minhas as palavras daquele que como eu - Agostinho - muito sofreu por ter estado distante da verdade e ainda mais as que Etérius o Grande, escreveu a propósito dos arianos:

"Hereges são, mas ignoram-no. Hereges são para nós, não para si mesmos, pois tão Católicos se reputam que a nós teem por heréticos. O que eles são para nós, nos somos para eles... A verdade esta de nossa parte, mas eles, equivocados, julgam estar da sua. Cremos tributar reta glória a Deus; eles cuidam que assim fazem igualmente. Não cumprem seu dever para com a Natureza, mas longe de suspeitarem-no, creem exercer a verdadeira fé. Sendo desviados persuadem-se de que trilham o caminho da verdadeira piedade. ENGANAM-SE MAS É DE BOA FÉ E POR AMAREM A DEUS, NÃO POR ODIAREM-NO. Alheios a verdadeira crença, aderem com afeto a sua, E APENAS AO SUPREMO JUIZ CABERÁ JULGA-LOS COMO CONVÉM!". Herculano 'História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal' I, 08 - 1902

Exercemos juízo racional e criterioso SOBRE AS DOUTRINAS, TEORIAS E CRENÇAS, quanto aos seres humanos, não nos é dado julga-los. Aqui bem cabe um 'Nom possumus...' tendo em vista a santidade do preceito: NÃO JULGUEIS PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS!!! Não condeneis para que não sejais condenados!!!

Os pastores e fanáticos que nos julguem e condenem aos terrores de seu mítico inferno, que é um patrimônio ideológico erguido em homenagem ao sadismo humano!

As crenças certamente denunciamos a condenamos mas não os crentes... Ao erro detestamos os não aos homens... As teorias e opiniões nos opomos não as pessoas, as quais foram feitas para serem amadas e respeitadas segundo o decreto de Nosso Senhor Jesus Cristo: AMAI VOSSOS INIMIGOS!!!

Suprema punição e castigo é a ignorância, em termos teológicos, o desconhecimento da correção e pureza doutrinárias. E nem sabemos se este desconhecimento da verdade divina não tem lá algum merecimento caso associado a aspiração e ao amor.

Não posso nem quero ter uma só palavra de acrimônia para com meus ex correligionários.

Meu único desejo é partilhar com eles - e com tantos quantos desejarem - o fruto de minhas experiências, labores e estudos: o conhecimento da fé Ortodoxa, tendo em vista nosso crescimento mútuo em Cristo Jesus e a edificação de seu corpo espiritual.