Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Da Unidade de fé existente entre as Igrejas ortodoxas, parte IV- Demonstração Soteriologica












III) Da divina graça e da restauração.

01) Igreja apostólica assiria:

"Todos os santos profetas vaticinaram a respeito do Cristo, aquele que devia trazer a salvação para o mundo e recriar todas as coisas." Mar Odeisho de Nishevam in Marganitha II,04

"...se aproximava o momento em que lhe cumpria pagar a dívida da transgressão do primeiro Adão, e anular o decreto de condenação que amaldiçoava sua raça." iden III,02

02) Igreja apostólica Copta:

"He Himself is identified as the gracious and the decisive movement of God for the
redemption of men in His own Person. In Him the grace of God became an event, for He came to
seek and forgive sinners not only by His words but also by giving Himself on their behalf, on the
He is the Redeemer who supplied in His own Person, words and deeds the glorious content of
the word "grace". The word "grace" appears in the New Testament 152 times, 101 occur in the
Pauline writings."
Tadros Y. Malaty iden

03) Igreja apostólica siríaca:

"A Igreja siríaca cre ortodoxa cre que por meio da morte de Cristo somos salvos da morte eterna." Breve resumo

04) Igreja apostólica Armênia:

"Cristo venceu a morte com sua morte e deu a salvação a toda humanidade." Tchilingirian

05) Igrejas apostólicas bizantinas:

"O que mais este artigo nos ensina? R. Ensina que ele - Jesus - sofreu inocentemente por causa de nossos pecados." Petrus Moghila itens XLIV - XLVIII

"Acreditamos que o nosso Senhor Jesus Cristo é o único mediador, e que, entregando-se por resgate de tudo fez de seu sangue feita uma reconciliação perfeita." Dossiteus decreto VIII







IV) Da fé e das obras (Sinergia)

01) Igreja apostólica assiria:

"A verdade do cristianismo é indicada por isso também, que, como filosofia, ele é dividido em teoria e prática. O fim de sua teoria é a verdade, como já demonstrado, e no fim de sua prática é a virtude, como se provou por aquilo que disse sobre as capacidades da alma, segundo ela exige pureza de pensamento e santidade de intenções determinando que se pague o mal com o bem, que abençemos os que nos amaldiçoam e sobretudo que amemos nossos inimigos." Mar Odeisho de Nishevam in Marganitha III,03

02) Igreja apostólica copta:

"This attitude has its effect in our concept on "Faith". For faith IS not merely
believing in some dogmas or doctrines, but it means achieving the new life in Christ in
all its aspects. We have to enjoy this life through the deep knowledge of the Word of God
(the Holy Scripture), partaking in the church worship, practicing our family worship,
fulfilling God's commandments in our relationship with others etc. ... Faith separated
from conduct."
Tadros Y. Malaty in 'Man and redemption' V

03) Igreja apostólica Armênia:

"A salvação é um processo que se dá ao longo da vida do fiel cooperando ativamente a fé e as obras." Garabed Kochakian "Nossa igreja e seu lugar na Cristandade"

04) Igrejas apostólicas bizantinas:

"Há três virtudes cristãs, sem a qual ninguém pode ser salvo: fé, esperança e caridade, mencionadas pelo apóstolo quando diz: "E agora, continuam a existir a fé, a esperança e a caridade, estas três, mas a maior destes é a caridade ." Petrus Moghila III,04

"Acreditamos que um homem não pode ser salvo pela fé somente, mas através da fé que opera através do amor, isto é, pela fé com obras." Dossiteus decreto XIII

"No quinto capítulo de vossa confisão - luterana de Augsburgo - não dais importância alguma a penitência, a satisfação dos pecados e as obras, pelo contrário ensinais que o homem se salva pela fé somente ou como dizeis graciosamente. Tal não é a fé Católica, pois segundo cremos é necessário renunciar ao pecado, fazer penitência e praticar boas obras, assim é que nos aproximamos de Deus, segundo diz a escritura: Aquele que é de Deus observa os mandamentos de Deus." Jeremias II in Censura orientalis Ecclesiae de praecipuis nostri seculi haereticorum dogmatibus, cap V
Conclusão: Segundo o ensino unânime de nossas Igrejas o homem foi graciosamente resgatado de sua condição miserável PARA A OBSERVÂNCIA DOS MANDAMENTOS EVANGÉLICOS - BEMAVENTURANÇAS - DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, MANDAMENTOS FUNDAMENTADOS NA NOVA E ETERNA LEI DA CARIDADE. Portanto o homem foi graciosamente restaurado pela graça, não para a escravidão do pecado, mas para a prática das boas e santas obras pelas quais nos tormanos santos e perfeitos.
Cremos pois que o homem é justificado pela graça, mas que deve manter-se justificado pela obediência, pois a graça que recebeu é capacitante para preserva-lo de todo e qualquer pecado. Assim a vontade livre deve cooperar com a graça evitando tudo quanto tenha aparência de malignidade e praticanto o bem segundo os exemplos deixados pelo Senhor e seus apóstolos.
Para a Igreja ortodoxa o ensinamento segundo o qual o home se salva pela fé somente, isto é sem caridade, esperança, virtudes, obediência ou obras é um ensinamento ímpio e depravado cuspido pelo inferno.
A Igreja de Deus jamais apresentou esta nova e fácil salvação 'nos pecados' mas a salvação 'dos pecados' para a obediência, a virtude e a santidade.
Cremos que o homem restaurado em Cristo é perfeitamente capaz de resistir aos apelos do mal e de perseverar no bem.
Não cremos pois que o homem foi salvo para VIVER PECANDO E SER REPETIDA E INFINITAMENTE PERDOADO, mas para resistir heroicamente a sedução como membro de Cristo e templo do Espírito Santo.
A Igreja jamais compactuou com a escravidão do pecado e com o antinominiasmo ensinado pelos gnósticos de outrora e reeditado nestes ultimos tempos por João Agricola de Eisleben.
Pois aquele que é libertado pela graça do Filho é verdadeirmante livre e vitorioso sobre a carne, o mundo e a maldade.
Os protestantes porém se encontram divididos entre legalistas/judaizantes ou seja aqueles que pretendem restabelecer todas as leis judaicas revogadas pelo Divino Mestre e Senhor Nosso Jesus Cristo, antinominiastas ou seja aqueles que afirmam a supressão do Decalogo e de toda lei natural e a salvação 'nos pecados' e aqueles que como nós admitam a necessidade das obras - enquanto fruto da verdadeira fé - para a salvação.
Entre nós porém aqueles que se fazem de judeus ou de libertinos são de pronto excomungados e postos fora da igreja de Deus.

Da Unidade de fé existente entre as Igrejas ortodoxas, parte IV- Demonstração Soteriologica










II) Do livre arbítro

01) Igreja apostólica assíria

"E ele - o primeiro homem - foi chamado de uma imagem (de Deus) por três razões: primeiro, em virtude da alma racional com que ele possuía, e que é uma semelhança da imagem divina... Em segundo lugar por conta da vontade livre." Mar Odeisho de Nishevam in Marganitha II,01

02) Igreja apostólica copta

"Man's freedom is the most important divine gift that God bestows on man.
According to St. Cyril of Alexandria, the image of God in which man was created (Gen
1: 26) was his own free - will, and the spoilage of his human nature, that occurred by his
disobedience to God, was the loss of his free - will.
According to Athenagoras, the dean of the Alexandrian School in the second
century, man has the choice to do good or evil1. Man has the freedom to sin or not to sin;
otherwise he could not be condemned, rebuked, exhorted, or summoned.
St. Clement of Alexandria interprets the goodness of the first man not as being
perfect but as having free - will to be advanced towards perfection. He said that Adam
was childlike and innocent; [He was not created perfect in constitution, but suitable for
acquiring virtue... For God desires us to be saved by our own efforts 2].
Therefore the Alexandrians looked at Adam's life in Paradise as if it were a kind
of divine life, because of Adam's free - will that grants him the ability to be in close
contact with God. In this atmosphere, Adam and Eve received God's commandment not
as a restriction that they had to suffer, but on the contrary, as a chance to express their
love through obedience to God by their own free - will. In other words, without this
commandment our first parents would find no way to accept God's love by practicing
love, and had no way to have the experience of free - will."
Tadros Y. Malaty in "Man and redemption."

03) Igreja apostólica armênia:

"A humanidade (masculino e feminino) foi criada à imagem e semelhança de Deus, e como tal é um gênero especial." Tchilingirian; iden, id

04) Igrejas apostólicas bizantinas:

"No que concerne a vontade ela - o primeiro homem - era verdadeiramente livre." Confisão de fé de Petrus Moghila iten XXXIII

"Mas desde que ele - Deus - conheceu um faria um uso correto do seu livre-arbítrio, e outro uso incorreto, destinou uns a benção e outros a separação." Profissão de fé de Dossiteus III

"Deus jamais revogou ou suspendeu o livre arbitro humano." Censura orientalis Ecclesiae de praecipuis nostri seculi haereticorum dogmatibus; Jeremias II, iten XVIII




Considerações: Todas as igrejas ortodoxas afirmam a condição livre dos primeiros seres humanos, sua livre queda e a conservação da livre vontade - para desejar e abraçar o bem - nos seres humanos, regeitando as doutrinas ímpias engendradas pelo Bispo de Hipona, abraçadas pela Igreja cismática de Roma e desenvolvidas pelos sectários.

Tais as doutrinas da corrupção total, da perca do livre alvédrio e da faculdade de compreender os mistérios da religião, da necessidade de uma iluminação interna, da graça irresistível, da predestinação, etc

Doutrinas de origem puramente humana que os ocidentais cultivaram e aperfeiçoaram para sua maior vergonha.

Por isso Agostinho teve de confesar (em seus livros ad Julianum e numa de suas cartas a Jerônimo) - apud Lutero "Os concilios e a Igreja" p224 sg - NÃO TER ENCONTRADO NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, NOS ESCRITOS DOS PADRES ANTIGOS, QUE LHO FAVORECESSE CONTRA PELÁGIO.

Pois tendo caido no extremo oposto ao do monge bretão, o gracismo, apartou-se da tradição original da Igreja, posteriormente classificada pelos latinos como SEMI -PELAGIANISMO, na medida em que faz justiça a natureza e ao livre arbítrio ao invés de enveredar-se por labirintos que conduzem a doutrinas monstruosas como a da reprovação ativa ou da predestinação para o mal.

Regeita pois a Igreja Ortodoxa, neste campo, a autoridade do Bispo de Hipona por compreender que exagerou em suas afirmações, quiçá influenciado pelo maniqueismo. Daí S Fócio, numa de suas enciclicas, advertir o povo sobre os erros que Agostinho cometeu sem no entanto aperceber-se deles ou desejar apartar-se da mãe Igreja.

Hoje no entanto os protestantes, como seus antepassados papistas encontram-se já cindidos em duas correntes ou escolas: a gracista; que perssevera nos erros de Agostinho e a naturalista, que regressou ao naturalismo de Pelágio e arrenegou a divina graça. A corrente gracista por sua vez encontra-se dividida em várias seitas, a começar pela arminiana que é aparentada que se aproxima um pouco do semi-pelagianismo (embora mantenha as falsas e vãs doutrinas da corrupção total e da iluminação interna) até a Calvinista, que por sua vez esta fragmentada
em dois grupos: infralapsários e supralapsários segundo disputam acerca do Decreto Horrivel promulgado pelo Dr Calvino...

De boa fé julgamos ter dado competente resposta a tais heresias em nosso livro sobre "Os dogmas da Igreja" postado em nosso BLOG 'protestando contra o protestantismo' ao qual remetemos todos os interesados sobre o assunto.

Pois nossa igreja encontra-se unida em torno da cooperação entre a Liberdade humana e a divina graça, sem excluir ou menosprezar tanto uma quanto a outra.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Da Unidade de fé existente entre as Igrejas ortodoxas, parte IV- Demonstração Soteriologica












C - Da restauração

I) Do pecado ancestral

01 - Igreja apostólica assíria:

"E assim eles pretenderam tornar-se livres quando a vontade do Supremo Criador, dando ouvido aos conselhos do diabo e assim foram enganados. Devido a isso, tornaram-se filhos da morte, e cairam sob o domínio da iniquidade, e privados foram da glória, e ficaram cheios de toda vergonha, e foram retirados da companhia dos anjos, e foram lançados em uma terra de maldições. Seus filhos também, trilharam os mesmos caminhos da transgressão e se prenderam mais ainda aos laços da iniquidade... e seus corações foram se desviando cada vez mais." Mar Odeisho de Nishevam, Marganitha II,2

02 - Igreja apostólica copta:

"O Pecado original foi cometido por nossos primeiros antepassados." Shenouda III in Teologia comparada

03 - Igreja apostólica Armênia:

"No entanto, por causa da queda do homem, o pecado entrou no mundo." Tchilingirian "A fé da Igreja Armênia."

04 - Igreja apostólica siríaca:

"Ele resgatou-nos que crêem nele, e perdoou o pecado original que nós herdamos de nossos primeiros pais." Zakarias Iwas, enciclica sobre o Verdadeiro arrependimento.

05 - Igreja apostólica russa (representando todas as tradições bizantinas):




"Assim como todos os homens estavam em estado de inocência de Adão, então, quando ele pecou, todos pecaram nele e ter permanecido no mesmo estado de pecado." Petrus Moghila iten XXIV

"Entre os pastores da Igreja Oriental não há dúvida sobre o ensinamento seja do pecado ancestral herdado em geral, ou sobre as conseqüências desse pecado para a natureza humana em particular."
Michael Pomazansky in "Teologia dogmática ortodoxa"





Embora haja certa ingenuidade e confusão por parte de nossas igrejas e teologos em torno desta doutrina é certo que todos tendem a encara-la como a emergência ou entrada do mal no mundo, permanecendo todavia equidistantes dos dois grandes desvios protestantes: a doutrina da corrupção total na natureza, forjada pelo abençoado Agostinho. cf Pomazansky iden id e da teoria pelagiana ou naturalista segundo a qual há seres humanos naturalmente bondadosos e santos, i é, que não precisam ser socorridos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como supuzeram muitos dos primeiros anabatistas e socianos e ainda hoje é sustentado por todos os liberais.

Nada há na ortodoxia que se oponha a teoria segundo a qual o pecado original deva ser compreendido como o mau exemplo transmitido pelos primeiros seres humanos a seus descendentes e que culminou no triunfo total da iniquidade neste mundo e na fragilização da natureza humana.

Da Unidade de fé existente entre as Igrejas ortodoxas, parte III - Demonstração Cristológica






B - Pertinentes a Encarnação ou ao Cristo.

02) Da única pessoa e das duas naturezas do Cristo

03) Da comunicação de propriedades entre as naturezas.





01) Da Igreja apostólica assíria.




  • Embora Diodoro de Tarso tenha marcado posição contra os apolinaristas afirmando a integralidade da natureza humana assumida pelo Verbo e sua distinção quanto a natureza divina, é certo que jamais negou a unidade existente entre ambos separando as naturezas e afirmando a existência de duas pessoas, pois ele mesmo escreveu: "NÃO EXISTEM DOIS FILHOS."

  • Quanto a Teodoro de Mopsuestes, os eruditos ocidentais M. Richard, E Amann, R Devreesse e especialmente A Grillmeier demonstraram que Teodoro que além de ter lutado heroicamente contra o apolinarismo, foi um dos promotores da doutrina ortodoxa das duas naturezas publicamente reconhecida em Calcedônia... segundo os mesmos autores os textos condenados em 553 haviam sido interpolados já por seus inimigos, ja pelos verdadeiros 'nestorianos'. As obras que dele nos chegaram em lingua siríaca provam suficientemente que sua Cristologia era ortodoxa, apesar da terminologia confusa e inexata. in Altaner/Stuiber 'Patrologia' Paulus pp 322. Ao contrário do que dizem os fanáticos em suas chicanas, ao menos neste ponto a razão assiste aos ocidentais, pois na "História" de Facundo de Herminoe - X, 01 - esta registrado que seus inimigos monofisitas e apolinaristas falsearam suas obras tendo em vista sua condenação.

  • Também é necessário enfatizar a ligação do grande Santo, Mestre, Doutor João Crisóstomo, com Diodoro, do qual fora aluno e principalmente com Teodoro - que foi por ele encaminhado a vida monástica - ligação que o ímpio Justianiano tentou a todo custo negar, mas que uma série de cartas autênticas do glorioso Padre testifica: "Jamais me esquecerei quanto ao amor genuino, sincero e isento de toda maldade, que Teodoro, desde a mais tenra juventude manifestou para comigo e do qual ainda hoje dá mostras." - ep 212 - pois não mediu forças para conseguir o retorno - ep 204 - de seu virtuoso e esclarecido amigo, envolvido pelas insídias do monstruoso e abominável Teófilo de Alexandria. Segundo João de Antakia - in Facundo II,02 - o grande Teodósio tendo assistido a um sermão seu, predicado no sínodo de Constantinopla (394) não podendo se conter exclamou: "Eis que me assentei aos pés de Ambrósio e Gregório, entretanto confeso que jamais ouvi pregador como tu.", ao que parece tal veneração foi mantida pelo neto do grande Teodósio, Teodósio II, o qual tinha por costume escrever ao velho Bispo de Mopsuestes pedindo-lhe conselhos e instruções. Conforme o já referido Facundo - VIII,06 - mesmo Cirilo de Alexandria havia recomendado como salutares algumas obras de Teodoro; Melétius seu sucessor ( Tillemont XII, 442) exclamara no dia mesmo de sua elevação: "Nós cremos como cria Teodoro, abençoada seja a fé de Teodoro."; os Bispos da Síria em resposta aos anatematismos de Cirilo, revidaram: "Preferimos ser queimados vivos do que condenar a Teodoro."; Ivas escreveu a Mari a carta laudatória condenada pelos púpilos de Justiniano em 553, S Teodoreto de Cirro, amigo de Leão de Roma, apresentou-o como "Doutor da Igreja Católica" e João de Antakia exaltou-o como pilar da fé ortodoxa... Penso que tantas referências sejam sufientes para reabilitar a este prelado que viveu, militou e morreu nas fileiras da ortodoxia.

  • Quanto a Nestor convem salientar que:


a) Jamais cindiu o Senhor em suas pessoas ou seres distintos como afirmaram os medievos estúpidos e alguns de nossos padres mal informados. Eis como se expressa Lutero, no livro "Dos concilios e da Igreja": "Atentai bem: é inegável que Nestorio não acreditava em dois Cristos, mas num só Cristo." pp 207 mostrando mais juizo do que nossos monges ineptos.



b) Nestório jamais sermoou contra o título de 'Mãe de Deus' aplicado a Santa e Pura Virgem Maria. Quem sermoou contra o significado popular que lhe havia sido atribuido por parte dos fiéis oriundos do paganismo foi seu apocrisário Anastácio - Hist Tripar Cassiodoro X - seguindo ao que parece o exemplo de Teodoro de Mopsuestes (o qual todavia concordara em retratar-se tendo em vista a paz e o bem da igreja)



c) É INEGÁVEL QUE O TÍTULO SEMPRE EMPREGADO PELA IGREJA DE DEUS COM RELAÇÃO A SANTA VIRGEM, ESTAVA A SOFRER AVUSOS NAQUELE TEMPO - ESPECIALMENTE NO EGITO - DANDO VEZO A TEORIAS PAGÃS SEGUNDO AS QUAIS A VIRGEM MÃE TERIA GERADO A PRÓPRIA DEIDADE GERADA PELO PAI SOMENTE.



d) Tendo em vista tais abusos Nestorio deu apoio a seu apocrisário, merecendo ser citado em Éfeso como Mestre ímpio, pelo oportunista Cirilio, sobrinho do infernalíssimo Teófilo e patriarca de Alexandria.



e) Tendo chegado antes a Éfeso Cirilo enviou dádivas ao Basileu e dele obteve o privilégio de abrir o Concílio ANTES QUE O PATRIARCA JOÃO DE ANTAKIA E SEUS SUFRAGÂNEOS - aliados de Nestor - HOUVESSEM CHEGADO.



f) Disto resultou enorme confusão entre os padres a ponto de Nestor, a exemplo de seu mestre exclamar: "Removo, removo a causa de tantas disputações e admito que a Virgem seja chamada mãe de Deus." id



g) Nem por isso deixou de ser remetido com cerca de trinta Bispos ao exílio no deserto e Schetis.



h) Todavia a redescoberta de sua obra máxima o "Bazar de Heraclides" ocorrida em 1910 tem lançado novas luzes a respeito de sua Cristologia, afinal a Cristologia por ele condenada - na pessoa de seu opositor Sofrônio - é a de Apolinário ( segundo a qual a deidade de transformara em corpo material ), cuja terminologia imprecisa - mas não a cristologia - fora imprudentemente adotada por Cirilo.



i) Ao que tudo parece indicar a analise de Lutero permanece de pé: o nó da questão não era a pessoa de Cristo ou as duas naturezas, MAS A COMUNICAÇÃO DE PROPRIEDADES, cuja aplicação abusiva perecia comprometer a distinção entre elas e confundi-las; daí a tendência dos antioquenos a minimizar a comunicação de propriedades e a posição extrema de alguns companheiros e discipulos de Nestor - os verdadeiros nestorianos, que a principio eram poucos - que consistia em nega-la, encarando as duas naturezas como unidas mas ao mesmo tempo incomunicáveis, concebendo pois a unidade de Cristo como meramente externa e não interna, é o que chamavam união sem mistura ou confusão.


Com justeza alegavam - e os monofisitas também - que o termo 'união hipostatica' fora inventado por Apolinário de Laodicéia e que como tal não convinha emprega-lo com relação a fé ortodoxa.



l) Este não foi o parecer de Nestor, o qual, como seus predecessores admitiu o termo Mãe de Deus, em sua acepção relativa - e perfeitamente correta - ou seja enquanto Mãe da natureza humana assumida por Deus e não geradora da natureza divina.



m) Alguns por zelo cego chegaram a cogitar que o termo Mãe de Cristo exprimia a relação entre o Salvador de modo ainda mais preciso, o que de certo modo esta correto se lho exprimimos a luz de Calcedônia. Devemos advertir porém o emprego que o apóstolo faz do termo "Sangue de Deus" no livro de Atos e o emprego do termo "Paixão de Deus' por parte dos teofóros Inácio Martir e Clemente de Alexandria, os quais não pode ser considerado como incorreto ou encarado como apolinarismo/monofisitismo



n) Por isso o Patriarca Leão I de Roma - aconselhado por Teodoreto de Cirro - instou com o Basileu Marciano (segundo Lemos na "História eclesiástica" de Zacarias de Metilene e no livro "Contra as duas naturezas em uma pessoa") para que Nestor fosse chamado a Calcedônia, de modo a que pudesse exprimir suas queixas. (daí Dióscoros de Alexandria excomungar Leão) Nestor porém respondeu ao Imperador nestes termos: "Mais me agrada a solidão e a aridez destes desertos que a incompreesão dos seres humanos." e passados alguns meses entregava sua alma ao Supremo Senhor enquanto os padres estavam congregados em Calcedônia.



o)Mar Babai no "Livro de União" ensina "Duas qnome (hipóstase, não usa o Chalcedonian deste termo, a essência), que são, sem mistura, mas eternamente unidos em um parsopa (pessoa, caráter, identidade, também "hipóstase" no uso de Calcedônia). Em grego hipóstase é utilizado especificamente para se referir ao que corresponderia a parsopa Babai, e ousion corresponderia a qnome. No período em que Babai e outros formularam os respectivos modelos cristológicos as palavras como "hipóstase" e "ousion" ainda não estavam fixados em sentido estrito, e assim foi possível usar um único termo para significar duas coisas distintas." (donde se segue que os assirios creem como nós: uma pessoa em duas naturezas)



p) Cerca de setecentos anos depois Mar Odeisho de Nishevam - século XIII - assim se expressava sobre o Cristo: "Com os Santos Padres aprendi a confessar de Cristo como Deus perfeito e homem perfeito, à semelhança de Deus e à semelhança de um servo, o Filho de Davi, e o Filho do Altíssimo, carne e Verbo." Marganitha III,04



q)Finalmente o atual patriarca dos assírios radicados no Ocidente, assinou um acordo com o líder dos Rumi - o falecido João Paulo II - segundo o qual: "A humanidade a que a Virgem Maria deu à luz sempre foi a do próprio Filho de Deus. Eis a razão pela qual a Igreja Assíria do Oriente refere-se a Virgem Maria como "Mãe de Cristo, nosso Deus e Salvador". À luz dessa mesma fé, a tradição católica aborda a Virgem Maria como "Mãe de Deus" e também como "a Mãe de Cristo."



Conclusão: Admitem pois os assírios que a Virgem possa ser evocada como mãe de Deus, significando sempre Mãe da natureza humana de Deus e ventre pelo qual a natureza divina necessariamente passou - sem no entanto ser gerada - em união com a natureza humana desde o inicio de sua concepção e durante o processo da geração. E admitindo-o admite igualmente o dogma da comunicação das propriedades, ressalvada a má fé dos eutiquianos os quais abusando das fórmulas legadas pelos apóstolos e mártires pretendiam que a deidade sofreu em sí mesma, que a deidade foi pregada em sua natureza mesma, que Deus morreu em si mesmo, e outras loucuras do gênero.
A Igreja sempre creu que Deus nasceu, cresceu, padeceu e morreu em sua natureza humana e por experiência através da comunhão de propriedades, mas de modo algum em si mesmo ou seja sem mediação da natureza humana.
Encarada a luz de Calcedônia a teologia assíria é perfeitamente ortodoxa embora tão imprecisa e sujeita a abusos quando a teologia alexandrino/ciriliana.


02) A Igreja apostólica Copta.

Esta igreja, que jamais foi monofisita ou jacobita - pois seu lider Dióscoros excomungou ao ímpio Eutiques quando soube que ele afirmara a dissolução da natureza humana na natureza divina - aferrou-se fanaticamente a expressão imprecisa e duvidosa do "Mia fisis" colhida por Cirilo - que eles coptas encaram como uma espécie de oráculo infálivel - nas obras dos apolinaristas. Daí ter sido acusada erroneamente de monofisita pelos rumi, pelos assirios e sobretudo pelos nossos bizantinos.



Examinemos porém a explanação de seu patriarca Shenouda III, no livro "Da natureza do Cristo" capitulo III:

"By "one Nature", we mean a real union. This does not involve
mingling as of wheat and barely, nor confusion as of wine and
water or milk and tea. Moreover, no change occurred as in the
case of chemical reaction. For example carbon dioxide consists
of carbon and oxygen, and the nature of both changes when
they are combined; each loses its properties which distinguished
it before the unity. In contrast, no change occurred in the
Divine or Human nature as a result of their unity.
Furthermore, unity between the two natures occurred without
transmutation.
Thus, neither did the Divine nature transmute to the human
nature, nor did the human nature, transmute to the Divine
nature. The Divine nature did not mix with the human nature
nor mingle with it, but it was a unity that led to Oneness of
Nature."

Estritamente ortodoxa sob todos os aspectos.

Empregando por sinal as mesmas figuras que Nestor e S João Damasceno, embora tais figuras: de leite, chá, agua, oléo, etc sejam inadequadas para expressar o mistério.



03) A Igreja apostólica Armênia:

"Os armênios - afirma o latino Jugie - distinguem-se pela clareza com que põem a nu a logomaquia que separou os coptas dos bizantinos."

Via de regra os armênios assim se expressam sobre o mistério: "O mesmo DEUS ENCARNADO, foi crucificado, sepultado, desceu a prisão, ressurgiu ao terceiro dia e subiu aos céus." Khazinedjian "A Igreja apostólica Armênia..." São Paulo, 1987

04) A Igreja apostólica siríaca.

Se coptas e armênios jamais foram eutiquianos ou verdadeiramente monofisitas, o mesmo não se sucede com a Igreja dos siríacos, a qual tem suas origens e seus primeiros dias ligados a heresia daquele 'monge senil' - Khazinedjian - e babão chamado Eutiques, ao qual se juntaram um grande número de bispos orgulhosos como Julio de Halicarnasso e Teodoros Askideus - autênticos teopaskitas e aphtardocetas - além do médico imperial Jacob Baradeus, o qual tendo sido sagrado pelos descontentes montou no dorso dum câmelo e espalhou o cismo por todo o Oriente, em especial pela Síria e pelos países árabes.

Naturalmente que para tais sectários não havendo natureza humana em Cristo não havia qualquer espécie de comunicação de propriedades.

Negavam portanto que a Virgem Imaculada fosse verdadeiramente Mãe de Deus e supunham ter sido ilusório, fantasmagórico ou ficticio o nascimento carnal do Senhor.

Felismente esta igreja, a principio herética e cismática, foi gradativamente recambiada a ortodoxia pelos esforços de homens eminentes como Mar Severos de Antakia, Filoxenos de Mabug, Dionísios Bar Saliba, Mikail, o cronista, etc

De modo que tornaram-se ortodoxos e Calcedonianos, sem no entanto admitirem formalmente o quarto concilio:

"A Igreja Siríaca e Ortodoxa acredita no mistério da Encarnação. Isto é, que o Filho único de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, tomou para si um corpo e se tornou homem... Além disso, acredita que sua verdadeira humanidade e Sua verdadeira humanidade nele foram essencialmente Unidas." Breve resumo sobre a igreja siríaca ortodoxa.

Portanto é um grande sinal de ignorância ou de malignidade afirmar que a dita igreja seja verdadeiramente monofisita.

05) Igrejas apostólicas bizantinas:

"Imediatamente a humanidade em todos os seus membros e racional alma juntou-se com a divindade, de modo que existia simultaneamente verdadeiro Deus e verdadeiro homem em uma pessoa." Petrus Moghila iten XXXVIII

"Nós acreditamos que o Filho de Deus, Jesus Cristo, para que esvaziou-se de si mesmo - Filipenses 2:7 - ou seja, que na carne plasmada pelo Espírito Santo, no seio da a sempre Virgem Maria, assumiu uma natureza humana tornado-se perfeito homem." Dossiteus decreto VII


Conclusão:

É forçoso concordarmos com Ware no sentido de que a maior parte das controvérsias cristologicas em torno do monofistismo - ao menos com relação a igreja Copta - não passaram de meras disputas politicamente exploradas em torno de palavras, palavras por trás das quais estavam os mesmos conceitos ou doutrinas apostólicas.

Seja como for admitindo-se a existência de verdadeiros nestorianos e com muito mais propriedade de verdadeiros monofisitas - julianistas/jacobitas/teopakistas - é certo que, ambas deixaram de existir por volta do século XII/XIII, prevalecendo, grosso modo, uma aceitação informal da Cristologia calcedoniana ou como diriamos uma acomodação. Tal o parecer de Fliche Martin, ao qual acatamos.



Há pois disputação em torno de palavras e expressões por parte de nossos catadores de piolhos e pulgas, mas verdadeira Unidade de fé em torno do que a Ortodoxia pretende dizer a respeito da natureza de seu Senhor e fundador:



Um só Cristo em duas realidades distintas uma da outras mas em intima comunhão por experiência.


DIVINDADE + HUMANIDADE = ÚNICO CRISTO.


Nem a divindade habita na humanidade como num templo ou casa nem a divindade sofre ou morre em si mesma, mas a divindade intimamente unidade a humanidade nela, com ela e por ela sofre e morre por experimentação.


Tendo em vista que Cristo é um ser teândrico, podemos dizer: sangue de Deus, paixão de Deus, morte de Deus e mãe de Deus, tendo em vista a humanidade assumida por Deus ou a humanidade de Deus, ou seja, não em sentido absoluto, mas em sentido relativo, relativo a encarnação e humanização de nosso Deus.


Todas as nossas igrejas apostólicas estão de pleno acordo neste sentido.




O mesmo não se pode dizer a respeito do protestantismo havendo nele quem regeite a natureza divina para fazer do Senhor um simples homem, a exemplo de Ário; quem regeite sua natureza humana para fazer dele uma espécie de fantasma sem mãe ou corpo físico, a exemplo de Eutiques e dos; quem afirme a aniquilação de sua natureza humana após a glorificação, como certo pastor brasileiro como Asquideus; quem suponha a incorruptibilidade de seu corpo físico como Juliano; quem divida-o em dois seres ou pessoas separados como alguns discípulos de Teodoro e Nestor, tal Ziwinglo, o primeiro nestoriano moderno segundo Lutero - dos Concilios e da Igreja 214 - e a grande massa dos sectários que enveredou-se por este caminho e por ódio a Virgem partiu o Salvador em dois: o Cristo Deus Filho do Pai e o Cristo homem Filho da Virgem...


Nós todavia reconhecemos um só Cristo e não dois, em sua divindade gerado pelo Pai somente e em sua humanidade pela Virgem e o Pai... Assim o Pai é verdadeiro genitor das duas naturezas: da divina exclusivamente e da humana em parceria com a Virgem, enquanto a Virgem é verdadeira genitora apenas da natureza por ela gerada, a natureza humana e mãe de Deus apenas de modo impróprio ou seja do mesmo modo que nossas mães merecem ser chamadas de mães sem no entanto terem gerado nossos espíritos.


Pois grosso modo nossas mães são apenas e tão somente mães de nossos corpos.


De moso que ao dizer mãe de Deus não queremos dizer que a gerou a divindade, mas que gerou a humanidade a qual se união intimamente a divindade, tal e qual nossos espíritos se unem e vivificam nossos corpos.


No entanto ninguém diz a sua mãe: mãe de meu corpo! Mas apenas e tão somente mãe... assim a Virgem é mãe de Deus porque gerou o complemento de sua natureza humana.


Não há pois dois Cristos ou dois Salvadores, mas um só Cristo Salvador nascido de Maria sempre Virgem.





sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Da Unidade de fé existente entre as Igrejas ortodoxas, parte II - Demonstração








Além de empregarmos os Testesmunhos de nossas Igrejas apóstolicas Católicas e Ortodoxas, também empregadoremos os testemunhos das Igrejas apostólicas:

- Persa, assiria ou nestoriana, cujo môdelo é extremamente semelhante ao môdelo ortodoxo.
- Anglicana ou Celta
- Romana.

Em que pesem:

# Algumas alterações quanto a fé - o tipo de um sacramento - da primeira igreja devido a seu secular isolamento quanto as igrejas irmãs.
# A romanização e protestantização da segunda ao menos em sua maior parte.
# O estado de cisma em que jaz a terceira - a ponto de poder ser chamada de papista - tendo em vista suas alterações doutrinárias.

Todavia quando esta de acordo com o testemunho de nossas santas Igrejas de Deus, o testemunho delas pode e deve ser levado em conta no sentido de favorecer o catolicismo Ortodoxo.

O testemunho da Igreja Assiria é de sobremodo importante tendo em vista sua autônomia e isolamento quase que bi-milenares.







A - Da Santa Trindade.

Divindade do Filho.

Divindade do Espírito Santo.

Magistério estraordinário: Concilios de Nikaia e Constantinopla I


Testemunhos:

01) Igreja Apostólica Assiria: "Por conta dessas coisas, um Concilio Ecumênico foi congregado, segundo os designios do Bom Jesus, por ordem do piedoso imperador Constantino." Mar Odeisho de Nishevan in "Marganitha" III,04

02) Igreja Apostólica Copta ou egipia: "A igreja copta considera-se a si mesma como um testemunho basilar da fé Cristã. O Credo Niceno, que é recitado em todas as igrejas em todo o mundo, foi escrito por um dos seus filhos favoritos, Santo Atanásio, o Patriarca de Alexandria durante 46 anos, de 327 dC a 373." Aziz Sourial Atiya, MacMillan, Nova York, 1989

03) Igreja Apostólica Armênia: "A Igreja Armênia reconhece os Concilios de Nicéia e Constantinopla."

04) Igreja Apostólica Síriaca: "A fé da Igreja Ortodoxa Siríaca está de acordo com o Credo Niceno. Ela acredita na Trindade, ou seja num só Deus, subsistente em três pessoas distintas Pai, Filho e Espírito Santo." Breve resumo sobre a Igreja Siríaca Ortodoxa

05) Igreja Apóstolica Russa (representando todas as igrejas apostólicas de rito Bizantino): "Quantos são os concilios ecumênicos? São sete, o primeiro de Nicéia, o segundo de Constantinopla." Catecismo de Filareto, iten 70

06) Igreja anglicana: "Cerca de um século mais tarde, em 325, o Concílio de Nicéia foi reunido e expressou a relação do Filho com o Pai, em resposta aos controversos ensinamentos de Ário. Liderados pelo bispo Atanásio, o Concilio estabeleceu a doutrina da Trindade como ortodoxa e condenou o ensino segundo o Filho foi a primeira criação de Deus. O credo, adotado pelo Concilio descreveu Cristo como "Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus, gerado, não feito, de uma substância (homoousios) com o Pai." Placher W "Leituras sobre a teologia Cristã"

07) Igreja cismática de Roma: "Assim consideramos o Filho como sendo a segunda pessoa da Santa Trindade plenamente igual as outras duas pois não pode haver desigualdade ou diferença alguma entre as pessoas divinas." Catecismo de Trento I, II, 08
Conclusão: Todas as Igrejas apostólicas - inclusive as de Roma e Inglaterra - estão de pleno acordo a respeito da natureza de Deus, recebendo os sagrados Concilios de Nikaia e Constantinopla e professando a doutrina da Satíssima Trindade - Um único Deus em três formas ou tipos de consciência - que é a doutrina vigente em nossas Igrejas ortodoxas: assírias, ortodoxas orientais e ortodoxas ocidentais.
Ja sobre os protestantes é necessário insistir no fato de que sequer estão de acordo sobre este ponto crucial que é a natureza de Deus, posto que a doutrina da Santa Trindade tem sido regeitada por um grande número de seitas, como: sociana, cristadelfa, unitária, jeovista, judaico messiânica, etc e por certo número de sectários anabatistas, adventistas, pentecostais, etc
Além é claro dos liberais...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Da Unidade de fé existente entre as Igrejas ortodoxas, parte I - Dos dogmas Eclesiásticos

A - Pertinentes a divindade.

01) Da Santa Trindade. (divindade de Cristo e Divindade do Espírito Santo)

B - Pertinentes a Encarnação ou ao Cristo.

02) Da única pessoa e das duas naturezas do Cristo

03) Da comunicação de propriedades entre as naturezas.

04) Das duas vontades de Cristo.

C - Da restauração

05) Do pecado ancestral

06) Do livre arbítro

07) Da divina graça e da restauração.

08) Da fé e das obras (Sinergia)

D - Dos Santos Mistérios

09) Do Batismo

10) Da Eucaristia

11) Da Klerotônia (ordem)

12) Da Epitimia (penitência)

13) Do Miron (Crisma)

14) Do matrinômio

15) Da Evkelaion (Extrema unção)

16) Da presença real do Senhor na Eucaristia

E - Da Mãe do Salvador

17) Da maternidade divina de Maria

18) Da virgindade perpétua de Maria

F - Da Igreja

19) Da visibilidade da Igreja

20) Da mediação da Igreja

21) Da unidade da Igreja

22) Da Santidade da Igreja

23) Da Catolicidade da Igreja

24) Da apostolicidade da Igreja

25) Da imutabilidade da Igreja

G - Dos veículos da Divina Revelação

26) Da inspiração das Escrituras

27) Do canon do Novo Testamento

28) Da sagrada Tradição

H - Da comunhão dos Santos

29) Da Imortalidade consciente da alma

30) Da intercessão dos Santos

31) Das preces de sufrágios pelos falecidos

32) Da veneração de imagens e reliquias

I - Das últimas coisas

33) Da segunda vinda visivel de Cristo

34) Da ressurreição final

J - Do culto Cristão

35) O Santo Sacríficio da Missa

36) As orações repetidas

37) O emprego de símbolos e rito. (incenso, círios, campainhas, etc)

38) Do dia de Domingo.

39) Do Jejum


L - Da perfeição Cristã

40) Da pobreza

41) Do celibato

42) Da esperança

43) Da caridade


M - Das grandes teologumenas (não dogmas)

01) O pedobatismo

02) A assunção da Mãe de Deus

03) A natureza dos anjos

04) Da restauração de todas as coisas


Tal a fé da Igreja Ortodoxa.









quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Da Infalibilidade dos Concílios gerais demonstrada pela Santa Escritura e pela tradição da Igreja




"Há uma grande diferença entre os concilios dos papistas e luteranos e este concílio - de Dordt - Naqueles se dá ouvidos a simples homens como o Papa e Lutero enquanto neste se ouve a Deus mesmo. Naqueles há apenas preconceitos mas neste há conhecimento da palavra de Deus, naqueles há inimizades, neste somente fraternidade, naqueles opressão e neste liberdade." Atas de Dordt

"Jesus Cristo prometeu aos apóstolos o Espírito da Verdade, cujas luzes conduziram-nos a verdade plena, e prometeu estar com a Igreja até a consumação dos tempos e também prometeu estar com dois ou três congregados em seu nome... portanto se quando se congregam diversos pastores de diversas nações para decidir conforme a palavra de Deus o que há de ser ensinado nas Igrejas TODOS DEVEM ESTAR PERSUADIDOS E CRER FIRMEMENTE QUE JESUS CRISTO ESTÁ COM ELES DANDO CUMPRIMENTO A SUAS PROMESSAS." Id
















Tendo dissertado brevemente sobre os Concilios Gerais com o objetivo de informar os homens de boa vontade a respeito de como são vistos pela Igreja Ortodoxa e Católica, julgamos necessário arrematar nossa exposição sobre os Concílios Gerais, vindicando sua infalibilidade por meio da sagradas letras e da tradição eclesiástica.











Protestante: Donde Constantino César tirou essa idéia maluca de convocar um Concilio?





Ortodoxo: A Igreja iniciou a convocação de Sínodos ou Concilios em meados do século II - ao que parece o primeiro deles foi congregado em Pergamo cerca de 152, seguido pelo de Hierápolis, congregado em 173 e os de Roma e Jerusalem congregados em 190 - seguindo o exemplo dos apóstolos, os quais certamente seguiram o exemplo dos judeus da diaspora.





P - Todavia a palavra concilio não se encontra das Escrituras.





O - É verdade tal e qual as palavras ou termos Trindade, Pecado original, Homousios, etc as palavras Sínodo - originária do Grego Synodos ou seja "todos no caminho" por "todos juntos" (que hoje designa preferencialmente os concilios particulares ou regionais) - e Concilio - do latim Concilium ou acordo (que hoje designa preferencialmente os concílios gerais, universais ou ecumênicos) - não se encontram nas santas e divinas escrituras, todavia a praxis ou ação de congregar as autoridades e os peritos na doutrina, com o objetivo de dirimir as controvérsias e disputações religiosas surgidas entre os fieís, é legitimamente neo testamentária e apostólica.





P - Como?





O - Convido o estimado amigo a abrir seu exemplar do Novo Testamento no livro dos Atos dos Santos apóstolos capítulo décimo quinto, verso sexto.





P - Vejamos: "Congregaram-se pois os apóstolos e presbiteros para examinar a questão."





O - Que questão?





P - Referente a necessidade ou não dos gentios convertidos adotarem o rito da circuncisão.





O - E o que ficou resolvido?





P - Que os gentios não estavam obrigados a receber a circuncisão.





O - Sim, mas de que modo a decisão lhes foi comunicada?





P - Pera lá: "Os apóstolos, presbiteros e irmãos, aos irmãos que estão em Antioquia..."





O - Certamente, mas em nome de quem diziam ter tomado a decisão?





P - Do Espírito Santo, pois disseram: "Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor outro jugo..." v 28





O - Portanto a Igreja de Jerusalem, congregada sob a liderança dos apóstolos e presbiteros, especialmente de Tiago e Pedro, considerava-se auxiliada sobrenaturalmente pelo Espírito Santo não?





P - Penso que não haja outro modo de interpretar o texto.





O - E por estarem sob o influxo e a tutela do Espírito Santo estavam preservados de todo e qualquer erro não?





P - Certamente que coadjuvados pela ação da terceira pessoa da Trindade divina não podiam cometer erros.





O - Revindicavam pois os apóstolos, presbiteros e santos - ali congregados com o objetivo de julga a questão petinente a circuncisão - o dom da Infalibilidade, certo?





P - Ao que tudo indica sim.





O - Logo a iniciativa da igreja de, liderada por seus pastores, reunir-se em sínodos gerais , com a pretensão de julgar infalivelmente as controvérsias religiosas emergentes não foi inventada por Constantino, mas pautada no exemplo dos apóstolos consignado na Escritura Santa e canonica?





P - Acontece que quando o primeiro concilio geral foi convocado por Constantino César em 325 os apóstolos já estavam mortos há mais de três séculos. Com que direito pois os Bispos ali reunidos ousavam revindicar um dom que pertencera exclusivamente aos apóstolos - a infalibilidade - e que com eles baixara a sepultura?





O - O que nos interesa no momento não é se os Bispos congregados em Nikaia eram ou não infaliveis de fato como os Santos apóstolos - pois isto será discutido pormenorizadamente no tópico referente a Sucessão apostólica dos Bispos e da Apostolicidade da Igreja - mas se a atitude deles esteve pautada ou não num exemplo deixado por eles e consignado nas escrituras. Independentemente da falibilidade ou não dos concilios é certo que a praxe de congrega-los esta firmemente embasada nas escrituras. Por outro lado, estabelecido que os Bispos herdaram sua autoridade dos apóstolos por via de sucessão, fica estabelecida igualmente a Infalibilidade dos Concilios referendados pela totalidade ou pela maior parte dos Bispos ortodoxos.





P - É o que veremos!





O - Sim é o que veremos no tempo e no tópico oportunos.





Cumpre-nos todavia apresentar a este respeito, o testemunho dos padres antigos, pois do mesmo modo, se lograr-mos demonstrar pelas escrituras o valor e a legitimidade da tradição, tais citações servirão de prova com relação a autoridade e a infalibilidade dos concilios gerais.





P - Estou ouvindo.





O - Comecemos por S Hilário de Poitiers, confesor da fé, desterrado por ordem de Constâncio Cesar em 356:





"Verdadeiros intrusos são esses arquitetos ignorantes que suas próprias obras derrubam diariamente - os arianos que como nossos sectários reformulavam seus simbolos de fé quase que diariamente - vós com efeito nada sabeis além de atacar e destruir. Assim não procede a Igreja Católica em cuja primeira assembléia reunida com o objetivo de confesar a fé foi erguido um edifício imortal e que conservando o símbolo de Nicéia se encontra na verdade plena, o arianismo todavia foi imutavelmente condenado por ele." Ad Constantius XXIII








Passemos ao bispo de Hipona, testemunha tão cara a Lutero e a Calvino:





"Nós recebemos e guardamos todas as tradições não escritas QUE SÃO OBSERVADAS EM TODA FACE DA TERRA persuadidos de que tais tradições (as universais e não regionais) provem de duas fontes: ou diretamente dos Santos Apóstolos ou dos Concilios gerais, E TAIS FONTES É QUE TORNAM SALUTAR A FÉ DA IGREJA," Ad donatistas IV, 24





Esta passagem se encontra citada por Lutero, no livro "Os concilios e da Igreja" parte primeira e Lutero afirma que "portanto é util estima-los muito." pp 150 ed La Aurora, Tomo VII pp 150





Vejamos agora o que diz o Santíssimo Ambrósio de Milão:





"Do concilio niceno não me separo nem pela morte nem pela espada."





E Leão I de Roma:





"Nós não nos arrogamos de poder discutir ou menosprezar o valor daquilo que foi sancionado pela santa assembléia congregada em Calcedônia pois a autoridade dessas santas assembléias procede do Espírito Santo." ep LXXVIII





E por fim Gregório Dialogos:





"Eu recebo e venero com igual autoridade os quatro santos Evangelhos e os quatro concilios gerais... eu recebo esses concilios de todo coração e abraço suas sentenças sem restrições."








P - Todavia Agostinho afirmou, numa de suas cartas, que os concilios haviam imposto uma pesada carga aos fiéis e que os fiéis não estavam obrigados a carrega-la.








O - Refere-se Agostinho não aos pronunciamentos dos concilios gerais com relação a fé, mas aos decretos canonicos ou juridicos baixados pelos inumeros sinodos regionais que segundo o costume congregavam-se naquelas priscas eras, especialmente no Norte da África. Naturalmente que tais decretos em sua imensa maioria não gozavam de direito divino.





Daí expressar-se no trigésimo segundo sermão: "Os concilios regionais devem ceder lugar a autoridade dos Concilios gerais que congregam representantes de todas as igrejas da terra. Finalmente os concilios gerais têem suas explosições completadas pelos que são congregados posteriormente."








P - É certo todavia que Gregório de Nazianzo, numa de suas cartas, assim se exprimiu: "Nada de bom tem a Igreja obtido de tais reuniões."





O - Tais palavras são genuinas. Não querem dizer todavia que os pronunciamentos dos Concilios gerais fossem faliveis em matéria de fé, mas que, tendo em vista o magistério ordinário - através do qual a igreja exerce comum e discretamente sua infalibilidade - a iniciativa de congrega-los era no mínimio inutil, senão perniciosa, ao menos do ponto de vista moral, servindo incluisive, segundo pensava Lutero, para deitar mais fogo a fogueira ao invés de deixar que ela se extingui-se lentamente.





Afinal o próprio Gregório assistira, enquanto Bispo de Constantinopla diversas intrigas e querelas serem suscitadas pelo segundo Concilio geral, congregado em sua igreja, tendo ele mesmo de suportar terriveis acusações por parte dos Bispos do Egito e da Grécia pelo fato de ter apoiado a elevação de Paulino de Antioquia. Disto resultou uma forte crise de depressão, um pedido de renúncia e uma retirada sem retorno para o campo.





Campo em que morreu fielmente adito a fé proclamada em Nicéia e em Constantinopla, em que pese sua decepção e sua opinião pessoal com relação a convocação de sinodos e concilios, afinal Gregório sempre fora amante da paz e da solidão enquanto os melhores e mais excelentes concilios sempre comportaram investidas e tumultos promovidos por prelados e dignatários ambiciosos.








P - Não seria muito mais simples ficarmos com a Bíblia ao invés de nos fiarmos em tais reuniões?





O - Acaso os Bispos congregados em nossos concilios gerais ignoravam a Bíblia?





Certamente que não. Pelo contrário a maior quase que totalidade deles lia-a em grego sua lingua original, havendo também diversos padres e doutores conhecedores do aramaico (a verdadeira lingua de Jesus ).





Portanto o assunto em questão não é a autoridade ou o conteudo do Novo Testamento, coisa que não se discute, MAS SUA LEITURA, COMPREENÇÃO OU INTERPRETAÇÃO POR PARTE DAQUELE QUE LÊ.





AFINAL OS PADRES CONGREGADOS NOS CONCILIOS NADA FIZERAM ALÉM DE PROCLAMAR OFICIALMENTE QUAL ERA A INTERPRETAÇÃO DADA PELA IGREJA A TAL E TAL TEXTO.





Portanto quando os protestantes opõe a Bíblia aos concilios não é a Bíblia que eles opõe mas SUA LEITURA, COMPREENÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA.





De modo que nós somos levados a questionar sobre que leitura, compreenção ou interpretação da Bíblia deveriamos preferir: a da comunidade, da habilidade e da antiguidade ou a da individualidade, da inabilidade e da modernidade, outras palavras, se devemos ficar com o sentido proposto pela Igreja ou com um sem número de sentidos contraditórios propostos já por seitas já por cabeças?





Penso que seja muito mais prudente receber a interpretação una proposta por esses concilios gerais de que tomaram parte milhares de exegetas e hermeneutas afastados dos santos apóstolos por uma distância de no máximo sete séculos.





Opinião por opinião prefiro a dos concilios, dos Bispos e da Igreja; do contrário faria uma para mim mesmo ao invés de me submeter a autoridade desses reformadores que principiaram por negar toda e qualquer autoridade para apresentarem-se a si mesmos como autoridades. Se o livre exame deve ser levado mesmo a sério, não me importo nem um pouco com as opiniõezinhas do Macedo, do Soares, do Malafaia, do Rodovalho, etc





P - ...

Questões disputadas sobre o quinto Concilio ou II Concilio de Constantinopla







Na História da Igreja de Philip Hugues, nos deparamos com esta citação assaz reveladora: "DEVE LER-SE ALHURES OS COMPLICADOS DETALHES DESTE CONCÍLIO GERAL QUE FOI O MAIS ESTRANHO DE TODOS." p 50

Segundo os autores da "Nova História da Igreja" ed Vozes - obra preciosa por sua objetividade histórica e acuidade teológica - a convocação do dito concilio envolveu diversas manobras por parte dos Cripto monofisitas - Menas, Justiniano, Teodora, Asquideus e outros seguidores de Julio de Halicarnasso, humilhados pelo decreto de Calcedônia que reabilitara Teodoro de Mopsuestes, Teodoreto de Cirro e Ibas de Edessa, resolveram tirar a desforra convocando este Novo Concilio.


"As obras de três teólogos nestorianos ou seminestorianos, Teodoro de Mopsuéstia, Teodoreto de Ciro e Ibas de Edessa, tinham sido resumidas como os "três capítulos" e aprovadas em Calcedônia. Mas os monofisitas pressionaram o Imperador justiniano através de sua mulher Teodora, conseguindo que ele condenasse os "três capítulos" por um edito em 543. O Papa Virgílio foi persuadido, ou intimidado, a confirmar essa condenação, mas a opinião surgida no Ocidente o levou a solicitar a convocação de um concílio ecumênico, que se reuniu em Constantinopla e condenou os "capítulos". Assim, o Oriente foi reconciliado às custas do Ocidente.
" (M. Deanesley, History of the Medieval Church, p. 11

Isto é tão certo quanto Teodora ter patrocinado as ordanações ilicitas realizadas em toda Síria, Palestina e Arábia por Baradeus, líder dos monofisitas e quanto seu esposo Justianiano ter composto diversos hinos de sabor monofisita hoje incorporados a nossa liturgia bizantina e por ter assinado, pouco antes de morrer, um édito imperial a favor do eutiquianismo. Cf Justiniano nas patrologias Altaner/Stuiber e Cadiz dentre outras.

Não podiam entretanto aluir por completo ao Concilio ortodoxo de Calcedônia sem se arriscarem a provocar uma revolução por parte dos Católicos. Decidiram-se então a contentar ou conciliar ambas as partes: ortodoxos e eutiquianos, já publicando cerca de 10 (dez) canones de teor calcedoniano ou ortodoxo aos quais adicionaram outros quatro condenando as memórias e escritos daqueles três varões ortodoxos justificados pelos padres de Calcedônia.

Foi justamente esta parte do Concilio que recebeu o nome de 'Três capítulos' e mereceu unissono repúdio especialmente por parte das igrejas do Norte da África e da Europa Ocidental, causando grande comoção.

Pressionado pelos Bispos ocidentais o Papa romano Virgílio, o único dos cinco patriarcas da Igreja que ainda não havia assinado as atas conciliares, recalcitrou e precisou ser convencido pelo braço secular... nem por isso deixaram de chover anatemas contra o dito concilio na medida em que de certo modo, inda que sutil, tocava a reputação dos padres congregados em Calcedônia.

Disto resulta que, ao menos a parte do concílio referente aos três capítulos, não tendo recebido adesão firme e sincera por parte do Bispo de Roma, jamais obteve autoridade universal mesmo enquanto mera lei eclesiástica.

Afinal, já vimos que tais julgamentos pessoais não estando diretamente ligados a divina revelação não podem gozar do 'status' da infalibilidade mesmo quando são propostos por verdadeiros concilios ecumênicos com a sincera aprovação de todos os Bispos.

Grosso modo nem o julgamento dos Padres de Calcedônia nem o dos Padres de
Constantinopla, pertinente as obras de Teodoro, Teodoreto e Ibas, gozam de infalibilidade. De modo que tudo se restringe a questões de reputação e dedução, tais como: se os padres de Calcedônia não souberam julgar corretamente as ditas obras dos referidos personagens, como poderia julgar infalivelmente sobre a doutrina ortodoxa? Posto esta que já naqueles tempos, as vésperas da Idade Média, grassava enorme confusão a respeito dos fins e das prerrogativas concialiares.

Afinal a própria tentativa de atingir e macular a reputação e a autoridade dos Padres de Calcedônia ficava reduzida a nada se consideramos que os primeiros dez canônes de Constantinopla são de teor calcedoniano e perfeitamente ortodoxos.

Daí a referida "Nova História da Igreja" fazer questão de registrar que os teologos latinos ainda não são capazes de ajuizar algo sobre o "real valor" da dita reunião.

O que tem servido de pretexto já para os sectários, os membros de outras religiões, os incrédulos, os materialistas e os ateus aventarem a FALIBILIDADE DOS CONCILIOS ECUMÊNICOS E DA IGREJA.

Todavia recorrer ao III Concilio de Constantinopla com o intuito de desmoralizar a Igreja é meter os pés pelas mãos e fazer tempestade em copo d água se considerar-mos que:


  • A matéria em questão não sendo pertinente a doutrina não pode implicar em infalibilidade por parte do Concilio
  • A primeira parte do Concilio, de teor calcedoniano/ortodoxo e que certamente contou com a adesão de todos os patriarcas ortodoxos, inclusive de Vírgilio de Roma, não contem erro algum
  • Evidentemente que a segunda parte - referente aos três capítulos - carece até mesmo de autoridade meramente eclesiástica na medida em que o Papa romano Vírgilio e os demais patriarcas certamente, foram coagidos pelo déspota Justianiano a referenda-la. Logo não tendo sido livremente referendada tal parte carece de todo valor.
  • Devemos neste caso preterir o julgamento do II Concilio de Constantinopla e ficar com o julgamento emitido pelos padres de Calcedônia, pelo simples fato deste ser mais antigo e ter podido arguir a um dos réus.

Seguem os canônes doutrinais e ortodoxos do concilio:







1. Se alguém não reconhece a única natureza ou substância (oysia) do Pai, Filho e Espírito Santo, sua única virtude e poder, uma Trindade consubstancial, uma só divindade adorada em três pessoas (hypostáseis) ou caracteres (prósôpa), seja anátema. Porque existe um só Deus e Pai, do qual procedem todas as coisas, e um só Senhor Jesus Cristo, através do qual são todas as coisas, e um só Espírito Santo, no qual estão todas as coisas.


2. Se alguém não confessa que há duas concepções do Verbo de Deus, uma antes dos tempos, do Pai, intemporal e incorporal, e a outra nos últimos dias, concepção da mesma pessoa, que desceu do céu e foi feito carne por obra do Espírito Santo e da gloriosa Genitora de Deus e sempre virgem Maria, e que dela nasceu, seja anátema.


3. Se alguém disser que existiu um Deus-Verbo, que fez os milagres, e um Outro Cristo, que sofreu, ou que Deus, o Verbo, estava com Cristo quando nasceu de uma mulher, ou que estava nele como uma pessoa em outra, e que ele não era um só e o mesmo Senhor Jesus Cristo, encarnado e feito homem, e que os milagres e os sofrimentos que ele suportou voluntariamente na carne não pertenciam à mesma pessoa, seja anátema.


4. Se alguém disser que a união de Deus, o Verbo, com o homem foi feita quanto à graça, ou à ação, ou à igualdade de honra ou autoridade, ou que era relativa ou temporária ou dinâmica1 ou que era conforme o beneplácito (do Verbo), sendo que o Deus Verbo se comprazia com o homem...


5. Se alguém conceber a única personalidade (hypóstasis) de nosso Senhor Jesus Cristo de tal modo que permita ver nela diversas personalidades, tentando introduzir por este meio duas personalidades ou dois caracteres no mistério de Cristo, dizendo que dessas duas personalidades introduzidas por ele provém uma única personalidade quanto à dignidade, à honra e à adoração, como Teodoro e Nestório escreveram em sua loucura, caluniando o santo Concílio de Calcedônia ao alegar que a expressão "uma personalidade" foi por ele usada com essa ímpia intenção; e se não confessar que o Verbo de Deus foi unido à carne quanto à personalidade (kath' hypóstasin)...


6. Se alguém aplicar à gloriosa e sempre virgem Maria o título de "genitora de Deus" (theotókos) num sentido irreal e não verdadeiro, como se um simples homem tivesse nascido dela e não o Deus Verbo feito carne e dela nascido, enquanto o nascimento só deve ser "relacionado" com Deus o Verbo, como dizem, porquanto ele estava com o homem que foi nascido...


10. Se alguém não confessar que aquele que foi crucificado na carne, Nosso Senhor Jesus Cristo, é o verdadeiro Deus e Senhor da glória, parte da santa Trindade, seja anátema.

[Os quatro cânones restantes tratam com mais pormenores das opiniões dos três teólogos.]




Bettenson, Henry (Editor) in Documentos da Igreja Cristã.




Como se vê praticamente nada de novo foi acrescentado e podemos dizer que estamos diante duma cópia de Calcedônia.

CONVEM RELATAR ENTRETANTO QUE O CANON SEXTO TORNOU-SE MUITO QUERIDO AO POVO CRISTÃO PELO SIMPLES FATO DE MENCIONAR O MISTÉRIO/DOGMA NA VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA, ALIAS, A ÚNICA MENÇÃO FEITA POR UM CONCÍLIO COM O PROPÓSITO DE REFERENDA-LO.

Não é pois ocioso perguntar-nos até que ponto uma tal alusão tem sido responsável pela admissão deste obscuro Concilio entre os demais.

NA PIOR DAS HIPÓSTESES ELE TERIA SIDO UM CONCILIO INUTIL.



Breves noções de Cristologia












Importante é que marquemos posição correta a respeito do Cristo Nosso Mestre em sua constituição específica, pois do contrário, partindo de falsas premissas, haveremos de chegar a falsas e funestas conclusões. Entretanto, partindo de premissas verdadeiras não poderemos ser confundidos em nossas esperanças.

Daí nossa insistência em afirmar a DIOFISIS.

Isto é nas duas - DIO - naturezas - FISIS - do Senhor.

Sua natureza divina > LOGOS

&

Sua natureza humana > ANTROPOUS

MONO KRISTOS = THEOS + ANTROPOS

Porque as duas naturezas não estão cindidas ou separadas, mas a semelhança do corpo e do espírito humanos, HIPOSTATICAMENTE UNIDAS E FORMANDO UMA SÓ PESSOA > PROSOPOPON.

E já podemos ser ainda mais precisos e afirmar: KRISTOS = MONO PROSOPOPON > DIA FISIS = THEOS KAI ANTROPOUS.

Um só Cristo ou seja Uma só Pessoa formada pela união hipostática de duas naturezas distintas: a divindade e a humanidade. Há quem por pessoa tenha proposto uma 'Natureza Crística' termo impreciso que sabe a triofisitismo... melhor manter a formulação tradicional porposta pelos padres de Kalkedon.

Cristo = Deus e homem ou Deus/homem.

Tal a Cristologia ortodoxa, comumente aceita pelos romanistas e protestantes históricos, dela faremos amplo uso em nossa obra 'Defesa do dogma eclesiástico' - Vide Blog PROTESTANDO CONTRA O PROTESTANTISMO - mormente nos tópicos referentes a sagrada Eucaristia e a maternidade divina de Maria.

Patenteando por sinal a magnífica coerência que há entre os dogmas constituintes da divina revelação nos termos propostos pela Igreja Ortodoxa e Católica, pois as seitas ministram ensinos confusos que de modo algum se coadunam com a razão.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Das sucessões conciliares.

Se bem que no livro dos Concilios e da Igreja, Lutero tenha protestado fidelidade aos quatro primeiros concilios gerais, em suas conversações a mesa (in Erlangen XXXV - 207) não deixou de referir-se a pessoa de Cristo e a suas naturezas nos seguintes termos:

"CRISTO TEM DUAS NATUREZAS, EM QUE ISTO ME INTERESA? SE ELE TRÁS ESTE NOME MAGNÍFICO - Salvador - E CONSOLADOR TENDO EM VISTA SEU MINISTÉRIO E TAREFA... CRER EM CRISTO NÃO É CONFESAR QUE É UMA PESSOA EM DUAS NATUREZAS; DIVINA E HUMANA, COISA QUE PARA NADA SERVE, SIGNIFICA QUE SAIU DE DEUS E VEIO AO MUNDO PARA SALVAR-NOS E DA SALVAÇÃO QUE NOS DÁ TIRA SEU NOME."

Assim Lutero confesa importar-se muito mais com o que o Verbo nos dá ou oferece do que com o que o Verbo é... sua prioridade não deixa de ser egoista e oportunista, pois é função da pessoa e não a pessoa ou sua natureza íntima.

Pauta-se pois tal concepção no interese e não no amor.

Pois se amamos verdadeiramente o Cristo tanto mais desejamos conhece-lo até as ínfimas minudências, a ponto da alma enlevada dizer a si mesma: "De Christus
nunquam satis” e poder exclamar com Tereza De Ávila:



No me mueve, mi Dios, para quererte
el cielo que me tienes prometido,
ni me mueve el infierno tan temido
para dejar por eso de ofenderte.

Tú me mueves, Señor, muéveme el verte
clavado en una cruz y escarnecido,
muéveme ver tu cuerpo tan herido,
muévenme tus afrentas y tu muerte.

Muéveme, en fin, tu amor, y en tal manera,
que aunque no hubiera cielo, yo te amara,
y aunque no hubiera infierno, te temiera.

No me tienes que dar porque te quiera,
pues aunque lo que espero no esperara,
lo mismo que te quiero te quisiera.


Nós porém, que desejamos aumentar a cada dia nosso amor para com Jesus, para como disse Bernanos, suportar-mos a paixão sofrida pela Igreja em sua carne todos os dias, cuidamos que analisar tanto mais de perto as formulações conciliares referentes a sua pessoa, começando por Nikaia, não é uma tarefa inutil e ociosa mas antes uma tarefa util, vantajosa e edificante.

Afinal a ligação entre os sete primeiros concilios gerais tem sugerido aos racionalistas e incrédulos a tése segundo a qual, tendo sido inventado o dogma da divindade de Cristo pelo primeiro concilio, a doutrina da igreja teve de adaptar-se a ela forjando outras tantas doutrinas subsequentes proclamadas pelos concilios posteriores. De modo que o triunfo do atanasianismo em Nikaia e o triunfo da própria fé nicena após 365 foi causa de todas as tensões doutrinárias surgidas até o século VIII

Os positivistas porém, como o Dr Audiffrent sustentam que o dogma da divindade de Cristo foi inventada pelo apóstolo Paulo...

Por ora deixemos esta questão de lado, para analisar-mos a História dos primeiros concilios e estabelecer as verdadeiras relações existentes entre eles.

Todos temos lido nas Histórias eclesiásticas que Jerônimo o Presbitero, teria exclamado certa vez: Eis que o mundo viu-se ariano e que o arianisno havia solapado quase que por completo a fé ortodoxa.

TODAVIA TAIS PALAVRAS NÃO PASSAM DE PURA E SIMPLES EXAGERAÇÃO.

Afinal proferiu-as Jerônimo após tomar conhecimento de que diversos sínodos e o Bispo romano Libério inclusive, haviam regeitado a partícula "Homousios" - que significa literalmente consubstancialidade, querendo significar propriamente como afirma Lombardo nas sentenças COEXISTENCIALIDADE - SEM NO ENTANTO TEREM REGEITADO A DOUTRINA ORTODOXA DA DIVINDADE DE CRISTO.

E por terem regeitado a particula canonizada pelos trezentos e dezesseis padres de Nikaia (pois Secundo de Ptolomais e Theonas de Mármarica recusaram-se a assinar as atas) passaram a ser chamados impropriamente - como reconheceu S Atanásio - de semi-arianos (pois de arianos nada tinham).

Acontece que passados vinte e cinco anos o mesmo Jerônimo adotou a opinião dos semi arianos, escrevendo numa carta a Dâmaso, recém empossado como Bispo de Roma, pedindo-lhe que admitisse a regeição da partícula "Homousios" tendo em vista o grande tumulto que sua adoção desencadeara, a ponto de parecer-lhe que tal palavra "continha algum veneno".

A verdade é que apesar de ter sido empregada nos escritos e Irineu, Tertuliano e - segundo o testemunho do mártir Pânfilo - Origenes, a expressão "homousius" também fora empregada e de modo abusivo pelos sabelianos e como tal condenada pelo Sínodo de Antioquia congregado por Malkion em 270 com o objetivo de condenar o adocionismo apregoado por Paulo de Samosata.

De modo que os 'tradicionalistas', por fidelidade ao dito sínodo recusava-se a aceita-la.

S Epifânio porém - como podemos ler nas "Questões disputadas" do latino Gabriel Vasquez - marca distinção entre "Synousios" e "Homousios", afirmando que'synousios' significa uma tal unidade de substância que não permite distinção; sendo por isso mesmo preferido pelos sabelianos, enquanto que "homousios" inda que empregado por eles, admite distinções na mesma unidade.

No fim das contas tendo em vista os sofismas com que os arianos e ainda hoje as jeovistas manipulam e corrompem as expressões mais rigorosas como: Deus, Deus verdadeiro, gerado, etc atribuindo-lhes sentidos completamente diferentes daqueles que lhes haviam sido fixados pela tradição, somos levados a confesar que o único remédio capaz de sanear tais males e de impedir tais manipulações era e ainda é o emprego do termo técnico 'homousios', consagrado por Nikaia e mantido inalterado pela igreja em que pesem os dissabores enfrentados por ela.

Desde então só restou aos arianos gritar como os sectários - anabatistas, sabatistas, et aliae - e dizer que 'tal expressão não se encontra nas escrituras sagradas." (fala de Ario contra S Atanásio no dialogo sobre a Trindade contra os arianos de Virgílio de Tapso)

E no entanto esses mesmos arianos que condenavam o emprego do 'Homousios' por não encontra-se tal termo na Bíblia, empregavam do mesmo modo termos que de modo algum se encontravam na Bíblia como 'Transcendente' ou 'ingênito', igualando-se mais uma vez - em hipocrisia - aos hereges de hoje os quais vivem a escrever sobre 'pecado original', 'juizo investigativo', 'corpo governante', 'vinda invisivel' e outras tantas expressões que não se encontram nas Escrituras canônicas.

Antes porém, de entramos no terreno da Cristologia propriamente dita, cumpre-nos fazer uma breve observação sobre a pneumatologia.

Admitindo inclusive que embora a doutrina na S Trindade fosse admitida e professada pela Igreja desde os tempos apostólicos, a terceira pessoa desta Trindade, o Espírito Santo, sempre ficara as sombras, como que oculta ou menosprezada, a ponto de alguns resvalarem em diteismo supondo-a criada e de natureza angelical. Afinal esta terceira pessoa da Trindade nem fora claramente conhecida pelos hebreus, como a do Pai Eterno, nem se encarnara entre nós como o Filho, permanecendo pois, até hoje, na obscuridade, como que envolvida por uma aura de mistério.

Daí certas tendências diteistas apresentadas por alguns homens da Igreja durante dos primeiros séculos e renovadas pelo Patriarca Makedonios logo após o Concilio de Nikaia. A totalidade dos cento e cinquenta padres reunidos em Constantinopla porém - 381 - afirmou que a Igreja sempre reconhecera a divindade do Espírito Santo e condenou, anatematizou e depoz Makedonios e seus sequazes, e por incrivel que pareça não houve com relação a este concilio resistência semelhante a que houvera com relação ao primeiro.

Quanto a Cristologia é absolutamente falsa a alegação segundo a qual sua problemática tivera inicio em Nikaia, afinal por mais de meio século, ninguém lembrou-se de levantar tal questão.

Levantou-a, mais de meio século depois Apolinário, o jovem - 310 a 380 - Bispo de Laodicéia. Homem extremamente sagaz e engenhoso, durante suas polêmicas com os arianos, Apolinário desenvolveu uma teoria cristológica que a seu ver não rompia com a tradição da Igreja - na medida em que admitia a divindade de Cristo - por um lado e que por outro se prestava a golpear de modo tanto mais incisivo aos seguidores de Ario.

Segundo esse homem Jesus era verdadeiro homem, como sempre afirmara a igreja, na medida em que possuia verdadeiro corpo e verdadeira alma - Apolinário era tricotômico - mas não verdadeiro espírito, pois nele, Jesus, o Espírito era substituido pelo Logos ou pela Natureza divina. Conclusão: a natureza humana do Senhor era uma natureza humana incompleta ou mutilada, o que causou furor entre os ortodoxos, sendo o apolinarismo condenado juntamente com o Macedonismo em 381 ou seja um ano após a morte de seu inventor, homem honesto, fiel e que morrera na paz da Igreja.

Era de se esperar que todos os problemas parassem por aqui e que a Igreja passa-se a desfrutar de paz e sossego.

Foi exatamente o que não se deu já porque os seguidores de Apolinário - segundo o testemunho de Leôncio de Bizâncio in "Fraudes dos apolinaristas" - puzeram-se a forjar uma larga série de documentos falsos, atribuindo-os ora a S Atanasio, ora Júlio I de Roma, ora a S Gregório o Taumaturgo.

Desgraçadamente parte desta literatura encontrou acolhida em Alexandria, a ponto do Bispo Kirilo, tomar tais obras, inquinadas de apolinarismo, por obras de S Atanásio.

Seja como for o apolinarismo encontrou grande oposição por parte da Igreja de Antioquia, cujo mestre e teologo Diorodo de Tarso - professor de S Crisóstomo, de Teodoro de Mopsuestes e de Nestor - procurou vindicar a integralidade da natureza humana do Senhor e a distinção entre as duas naturezas, pois os termos empregados até então eram regionais e ambiguos, embora a fé fosse apostólica.

E quanto Nestor em 429/430 ventilou o delicado problema da comunicação de propriedade, Kirilo aproveitou-se da oportunidade para o termo 'MIA FISIS' expressão de natureza dúbia, tomada as falsificações apolinaristas e que tanto podia significar uma natureza, quanto uma pessoa. É certo que para Kirilo, seus sucessores e todos os coptas - que se aferraram a expressão de Kirilo - designou sempre uma pessoa, numa perspectiva puramente ortodoxa, lida entretanto como uma natureza por nestorianos e ortodoxos, fortaleceu a oposição e aumentou a confusão que pouco depois haveria de dar inicio a querela suprema do monofisitismo.

Embora Kirilo, Dioscoro e os coptas jamais tenham tomado mia fisis, por mono fisis, a dita expressão ciriliana, chegando a grande laura de Constantinopla assim foi tomada e traduzida pelo arquimandrita Eutiques, homem tacanho e sem instrução que lavado ao concilio recusou-se a retratar-se.

Basta dizer que o próprio Dióscoros acusado injustamente de monfisitismo por aferrar-se a terminologia do Papa Kirilo, foi um dos primeiros a excomungar Eutiques. Tampouco a Igreja dos armênios, até então em parte nestoriana, adotou as teorias do monge babão, regeitando os decretos de calcedônia por razões de ordem meramente etnicas, politicas e temporais.

A verdadeira igreja herética que renovou a maldição do Docetismo associando-o ao apolinarismo e regeitando aqui a encarnação verdadeira do Verbo e acolá a glorificação de seu corpo físico nos céus, originou-se em Constantinopla mesmo por iniciativa Justianiano, Teodora, Asquideus, Juliano de Halicarnaso e Baradeus, todos negadores da humanidade do Cristo.

Posteriormente todavia Severo de Antioquia, valendo-se de outra terminologia, logrou aproximar esses dissidentes todos da fé ortodoxa, até que o monofisitismo extinguiu-se por completo lá pelos idos do século XII/XIII, passando o jacobismo novamente ao terreno da Ortodoxia, embora formalmente o desencontro permaneça de pé.

Antes que o celeuma tivesse chegado ao fim, o patriarca ortodoxo Sérgio, adito ao Concilio de Kalkedon e adversário do monofisitismo, creu, como Apolinário havia crido com relação aos arianos, ter encontrado uma solução genial tendo em vista a reconciliação dos teimosos jacobitas. Imaginou ele poder negar a doutrina tradicional pertinente as duas vontades do Senhor Jesus Cristo, afirmando que a vontade humana fora como que eclipsada e destruida pela vontade divina e dando origem a doutrina monotelita, recebida pela Igreja monástica dos maronitas e por eles professada até o século XII/XIV - quando por ocasião das Cruzadas associaram-se ao papado tendo em vista resistir ao Islan - segundo o testemunho de seu patriarca Paulo Massad.

Evidentemente que as controvérsias cristológicas pondo em fóco o mistério da encarnação e pondo em equilibrio tanto a divindade quanto a humanidade do Senhor e condenando a regeição de qualquer uma delas como oposta a tradição constante da Igreja, colaborou para que a prática apostólica de se confeccionar imagens pintadas ou icones do Senhor Jesus Cristo, de sua Mãe e de seus apóstolos se dilatasse de vento em popa em que pese as heranças judaicas transcendentes e iconoclásticas igualmente herdadas pela Igreja por parte da sinagoga.

Pois as Icones se prestavam magnificamente para testemunhar já a verdadeira humanidade de Cristo negada pelos monofisitas e já sua natureza divina patenteada pela Encarnação. No fundo a icone de Cristo sempre significou: Deus encarnado ou Deus humanado...

Por incrivel que pareça o ponto culminante deste culto por parte da igreja coincidiu exatamente com o surgimento e a expanssão do Islan, movimento de origem sincrética surgido na árabia por iniciativa do sábio Maomé abu Kassim e tendo por inspirador o arianismo (alem do judaismo é claro pois a mãe de Maome Amina era judia). Dai seu teor iconoclástico que principio pela destruição de todos os idolos e imagens que até então estavam guardados na Caaba de Maca.

É natural que a expansão do islan e seu cárater iconoclástico tenha suscitado ou alimentado aquela herança judaica e iconoclástica ainda presente e bastante viva no seio da Igreja. Herança que certamente não via com bons olhos o crescimento da até então tolerada iconofilia...

Tais os fundamentos da revolução inconoclástica, verdadeira revolução - a última delas no Oriente - judaizante deflagrada no seio da igreja e que minava pela base o mistério da encarnação, como salientou S João Damasceno. Mais uma vez a igreja de Deus foi convulsionada por lutas e batalhas durante cerca de um século, até o triunfo da ortodoxia em 787.

Foi então que pela derradeira vez Oriente e Ocidente se juntaram para condenar uma heresia.

Naquela ocasião congregaram-se trezentos e cinquenta Bispos e doutores sob a presidência do Patriarca Tarasius, tal o sentido da festa que comemoramos sob a designação de festa da ortodoxia.

Romanos, protestantes, ortodoxos e os Concílios Gerais






Após termos solucionado a questão da Infalibidade eclesiástica convem tratar dos modos, formas ou veículos através dos quais a infalibilidade a Igreja é implementada.

É necessário tratar do assunto porque os papistas fazem uma enorme confusão com relação a eles, a qual por sua vez acaba refletindo-se negativamente no campo protestante.

De certo modo a maior parte dos protestantes regeitam a autoridade dos concílios, tomando por base as distorções predicadas pela igreja papista.

Segundo a alta teologia papista a igreja expressa sua infalibilidade de duas maneiras: discretamente através de seu ensino quotidiano, naquilo que há de comum quanto ao ensino de todas as dioceses e bispados existentes - é o que os papistas chamam de magistério ordinário - e através dos concilios e dos decretos ex catedra de seus líderes os papas ou seja através do magistério extraordinário.

Também a Igreja ortodoxa encara as coisas deste modo: que há um magistério ordinário pertinente ao ensino constante das igrejas apostólicas em seu conjuto e um ministério extraordinário exercido pelos concílios ecumênicos.

Todavia enquanto a Igreja romana enfatiza o magistério extraordinário ora atribuido a seus Papas infaliveis ( e também aos concilios a que chama de ecumênicos ) até perder de vista e quase que esquecer o magistério ordinário a Igreja ORTODOXA valoriza e enfatiza entes de tudo e acima de tudo o seu magistério comum e ordinário.

Donde a igreja ortodoxa encara os concilios antigos como expressão externa ou epifenômenos de sua infalibilidade interna e ordinário, postulando inclusive sua desnecessariedade.

Enquanto que a Igreja papista seguindo na direção oposta encara o magistério dos concílios e papas como algo mais ou menos interno, inerente a vida e a estrutura da Igreja e indispensável a sua conservação.

Os Luteranos e calvinistas - para não falarmos nos anglicanos - estão tanto mais próximo da ortodoxia, na medida em que recebem como verdadeiros e válidos os quatro primeiros concilios gerais, argumentando por outro lado que a validade dos mesmos depende das escrituras, o que em parte não deixa de ser verdade pois não podemos encarar nossos dogmas como algo totalmente a parte das santas escrituras.

A maioria dos protestantes no entanto, seguindo o pernicioso exemplo de Munzer, Hubmeier e outros, descartam as interpretações dos concilios pondo a frente delas as interpretações dos individuos ou das seitas. E no entanto quando acossados pelos neo arianos, unitarios e jeovistas apelam quase sempre ao concílio de Nikaia... enquanto mera expressão da fé bíblica.

Outra distorção latina demasiado grave pertinente a função dos concilios ( hoje com os decretos de seus papas ) esta relacionada com o semi-restauracionismo ora professado pela igreja romana.

Pois embora essa igreja não admita que o Espírito Santo revele coisas novas aos concilios ou aos papas, afirma sem embargo que os concilios e papas podem tomar uma crença qualquer pertencente a tradição da Igreja - na verdade fruto de locubração teológica ou teologumena - E MUDAR SEU STATUS OU TIPO, CONVERTENDO-A EM DOGMA DE FÉ E OBRIGANDO TODOS OS CRENTES A ACEITA-LO SOB PENA DE EXCOMUNHÃO. É O QUE CHAMAM DE DEFINIÇÃO veiculo através do qual o número de dogmas da igreja romana aumenta a cada século ao invés de permanecer imutavel e irreformavel como na antiguidade Cristã.

É necessário salientar mais uma vez que os romanos não admitem que se tratrem de novas doutrinas. A doutrina, dizem eles é certamente antiga e necessariamente apostólica, mas seu status até então era como que osbcuro e sua confisão desnecessária a vida da igreja. Todavia depois que a dita doutrina é julgada pelo Papa e transformada em dogma torna-se já necessária a vida da Igreja.

Isto significa que segundo eles o número de coisas necessárias a vida da igreja vai se tornando cada vez maior e que para os apóstolos, mártires e padres o número de 'verdades de fé' era bem menor.

Uma tal doutrina pode até parecer sensata mas contem implicações espirituais seríssimas, pois supõe que o conhecimento dos apóstolos, mátires e padres sobre a fé era tanto mais confuso, obscuro e inferior ao nosso, embora eles estejam situados num espaço por assim dizer mais próximo do Bendito Salvador.

Implica também em mutabilidade no sentido que antes nos salvavamos crendo em N dogmas, enquanto hoje nos salvamos professando X dogmas e amanha nossos filhos deverão salvar-se crendo em Z dogmas.

Até 1950 a crença da Assunção da Virgem não passava duma teologumena para os latinos ( ou seja duma crença piedosa e veneranda, tal e qual sempre foi, é e sempre será para a Igreja ortodoxa, o que implica na possibilidade de regeita-la - supondo que o Corpo da Virgem permanece incorrupto em seu sepulcro <> aguardando o dia da ressurreição - sem por isso deixar de ser ortodoxo) passando desde então a categoria de dogma de fé cuja negação implica em romper com a igreja de Roma.

Casos há porém muito mais graves como o da proclamação do monstruoso e abominável dogma da Infalibidade Papal, definido durante o 'latrocinio do Vaticano' em 1870, pois trata-se certamente duma NOVA E DISPARATADA DOUTRINA ELABORADA PELOS LATINOS DURANTE A IDADE MÉDIA E DA QUAL NÃO HÁ VESTÍGIOS NA ANTIGUIDADE CRISTÃ E NOS SANTOS DOUTORES E PADRES DOS PRIMEIROS SÉCULOS.

Assim a noção semi restauracionista dos latinos quanto ao magistério extraordinário, da vezo, na prática a introdução e afirmação de novas doutrinas como fossem parte efetiva da revelação divina. E isto constitui algo de verdadeiramente monstruoso.

Já Lutero, no livro dos Concilios e da igreja, formulava uma doutrina sobre os concilios muito próxima da mentalidade ortodoxa.

Segundo afirma Lutero nenhum dos concilios antigos ousou propor nova doutrina ou mesmo dogmatizar sobre doutrina que antes não fora considerada como dogmática.

A função dos concilios antigos restringiu-se a expressar, publica, externa e solenemente o que sempre fora ensinado e professado como dogma pelo magistério ordinário, bem como a precisar terminologia com que tais ensinamentos eram ministrados tendo em vista as distorções feitas pelos heresiarcas.

E assim o é.

Rigorosamente falando um concilio não define nada, ele apenas expressa diante dos pagãos, do mundo, dos reis, dos políticos e da opinião pública a doutrina ordinária e comum, revestindo-a por vezes duma terminologia tanto mais técnica quanto arrojada. O conceito ou idéia deste dogma porém sempre fizera parte da profissão de fé da Igreja.

Não foi o concilio de Nikaia que tornou obrigatoria a crença na divindade de Cristo, doutrina sempre admitida como certa e já se disse que Ario não foi ao Concilio para ser ouvido mas para ser solene e publicamente condenado. Por isso ao ve-lo os santos padres taparam seus ouvidos e bateram com os pés no chão...

Os concilios antigos não foram comissões teologicas estabelecidas tendo em vista a aquisição da verdade, mas auntênticos tribunais condenatórios tendo em vista a condenação de heresias.

A Igreja como um todo sempre professara fé numa Trindade, numa encarnação e numa redenção, embora tal profissão fosse via de regra bastante simples e imprecisa tecnicamente falando. Os concilios tornaram esta profissão mais arrojada além de assumirem-na externamente.

É como se saindo das catacumbas em que até então se encontrava enclausurada, a Igreja fosse convocada a falar publica e abertamente sobre seus ensinamentos essenciais.

Portanto nenhum concilio possui o direito de decretar novos dogmas ou novas doutrinas sob quaisquer pretexto. Pois a divina revelação encerrou-se por completo com a morte dos últimos discipulos do Senhor cerca do ano 105 desta era.

Não sendo licito a igreja receber novas revelações ou novos evangelhos, ficando encerrado o ministério completivo do Espírito Santo e fixados para sempre os límites da fé ortodoxa.




No que tange aos Concilios gerais é necessário deixar bem claro que todos os padres antigos consideraram-nos infalíveis. Infaliveis mas não estritamente necessários...

Pois se tudo quanto os concilios proclamaram faz parte do magistério ordinário da Igreja posto está que a adesão ao magistério da ordinário da Igreja seja suficiente e que qualquer fiel pode salvar-se pela profissão ordinária de fé mesmo sem jamais ter ouvido falar em Nikaia ou KalKedon. De algum modo aquele que professa a Divindade de Cristo ou suas duas naturezas, mesmo que ignore a existência dos tais concilios ou mesmo negue seus termos técnicos por razões de ordem política, referenda o conteudo dos mesmos...

Tal o caso dos Ortodoxos ante Kalkedonianos, os quais por razões de ordem puramente temporal, políticas, administraticas, conceituais, subjetivas, etc recusam-se até os dias de hoje a assinar as atas do quarto concilio, embora na prática ensinem a doutrina ensinada pelo concilio as vezes por meio de outra terminologia.



É absolutamente certo que todas as igrejas Cristãs ortodoxas - mesmo a nestoriana e a pré calcedoniana - recebem o CONTEUDO DOGMÁTICO DOS SETE PRIMEIROS CONCILIOS ECUMÊNICOS professando-o através de seu magistério ordinário.

Nenhuma porém recebe o conteúdo de qualquer concilio 'ecumênico' congregado pelo papa romano no Ocidente pelo simples fato de que membro algum de qualquer outra igreja apostólica fez parte deles...

Assim sendo os concilios que os papas romanos chamam de ecumênicos nada teem de ecumênicos na medida em que expressam apenas e tão somente a fé e a tradição da Igreja particular de Roma e não as tradições de cada igreja apostólica ou seja de toda igreja católica. Portanto, na medida em que todos os orientais estiveram excluidos de tais concilios eles não passaram de sínodos regionais, em que pese o número de seus membros, todos latinos.

E não sendo gerais ou ecumênicos tais concilios não podem nem devem ser recebidos como infaliveis e divinos.

Pois sínodo regional algum é infalivel.

De modo que existem apenas sete concilios ecumenicos, gerais, infaliveis e doutrinariamente normativos para toda Cristandades.

Destes concilios os nestorianos e pre calcedonianos formalmente recebem apenas tres: Nikaia, Constantinopla I e Éfeso embora na pratica recebam os sete, em especial o II concilio de Nikaia.

Os romanistas também recebem os sete, mas acrescentam outros treze ou quatorze sinodos seus, em especial o grande sínodo de Trento convocado pelo Papa romano Paulo III contra os protestantes e que de certa forma toca também a fé ortodoxa.

Os protestantes históricos recebem apenas os quatro grandes concilios indigitados por Gregório Dialogos, embora os Luteranos tendam a referendar e reconhecer também os outros dois que foram congregados em Constantinopla, num total de seis.

É certo porém que protestante algum referenda o nosso sétimo concilio ecumênico, reunido mais uma vez em Nikaia e tendo por objeto a condenação dos iconoclastas.

O que não deixa de ser inusitado, pois se os padres antigos lograram compreender e interpretar as Escrituras santas e canonicas até Kalkedon ou III Constantinopla, porque seus sucessores diretos não estariam capacitados para compreende-las e interpreta-las durante o II Concilio de Nikaia?

É pois bastante problemático e mesmo tendencioso admitir o conteudo de quatro ou seis concilios e regeitar o conteudo do último grande concilio geral, conteudo que sempre regeu e que até hoje tem regido a praxis de todas as nossas igrejas apostólicas seja a nestoriana, as jacobitas ou as bizantinas.

Mas tornaremos a esta questão mais além.


Convem agora investigar sobre o conteudo divino e o conteudo humano dos concilios gerais, porque também tem lavrado ampla confusão quanto a esta matéria e na igreja de Deus não deve haver espaço para confusões.

Pois no passado e ainda hoje muitos romanistas e alguns ortodoxos possuidos por um zelo cego e inconveniente ousaram postular que os Concilios gerais eram infaliveis em sua totalidade ou seja em todos os seus decretos ou canônes o que constitui pavoroso absurdo tendo em vista que tais canônes e decretos são circunstâncias e que se contradizem uns aos outros e as leis dos Santos Padres. E não devemos nos admirar disto pois suas decisões admnistrativas são certamente temporais e não perpétuas levando em conta as condições específicas do momento histórico.

Há pois que se regeitar como vã e absurda tal pretenssão de infalibilidade total ou integral pura superstição urdida por pessoas limitadas, pouco esclarecidas e mormente fanáticas.

Assim os decretos e canones tanto podem ser recebidos como regeitados sem que isto altere a ortodoxia da fé.

Trata-se antes duma questão de consciência, piedade, humildade, etc mas não de fé.

Do contrário estariamos todos impedidos de comer carne com sangue, já porque o primeiro e mais santo dos Concilios gerais, congregado pelos apóstolos em Jerusalem, determinou que os gentios egressos na Igreja de Cristo evitassem o consumo de tais viandas, coisa que hoje nenhum Cristão do universo leva em consideração por saber a judaismo.

E se um decreto dos apóstolos, firmado pelo Espírito Santo, veio a cair em desuso, que decreto haveria de permanecer de pé? Sem dúvida um tal decreto foi inspirado mas apenas para aquele tempo e não para os tempos subsequentes.






Portanto se em meio a este Oceano de canones quizermos saber em que os concilios gerais foram e são infaliveis, devemos como Lutero ater-nos A PROPRIEDADE DO CONCÍLIO.

Mas que vem a ser essa tal propriedade do Concilio?

De acordo com Lutero para apreender-mos o que há de infalivel em cada concilio devemos indagar por que, por quem, em que circunstâncias cada um deles foi congregado.






Assim se quizermos saber em que o primeiro Concilio, de Nikaia é infalivel e normativo devemos indagar sobre por que, por quem, em que circunstâncias e com que intenções ele foi convocado.

E já sabemos que foi convocado com o objetivo ou fim de impugnar a doutrina formulada pelo presbitero Ário de Alexandria e segundo a qual o Verbo Unigênito não passava de criatura e que foi convocado pelo próprio Cesar Constantino tendo em vista o grande celeuma provocado por esta doutrina novidadeira.

De modo que foi infalivel apenas na medida em que impugnou a doutrina exposta por Ario, ou seja no que diz respeito a divindade do Filho em termos de geração e eternidade ou coexistencialidade.





Podemos dizer o mesmo quanto ao segundo Concilio concluindo que é infalivel no que diz respeito a divindade do Espírito Santo em termos de saimento e eternidade ou coexistencialidade, impugnados pelo patriarca Makedonios.





Quanto ao terceiro concilio seu aspecto infalivel diz respeito não só a maternidade divina de Maria, como costuma a sem ensinar vulgarmente, mas principalmente - como assinalou Lutero - quanto a unidade da pessoa de Cristo e a comunicação de propriedades (idiomata em grego), as quais haviam sido postas em duvidas, mal compreendidas ou mal exprimidas pos alguns clérigos pertencentes ao círculo do Patriarca Nestor de Constantinopla.

A ponto de alguns de seus discípulos chegarem a cindir o Cristo em duas pessoas distintas.

Nestor porem não só era ortodoxo, como chegou a exclamar durante a parafernália conciliar: Retiro, removo a admito que Maria Virgem é Mãe de Deus. O que é admitido sem maiores problemas pela Igreja nestoriana há mais de mil anos...

Pois havia grande temor de que a expressão fosse mal compreendida pelos pagãos que adentravam a igreja, dando-lhes a crer que Maria sendo humana gerara a natureza divina do Verbo.







Quanto ao quarto concilio seu aspecto infalivel diz respeito as duas naturezas pertinentes ao único Cristo, pois o arquimandrita Eutiques da grande laura de Constantinopla, por ódio aos nestorianos puzera-se a ensinar que a natureza humana do Senhor fora absorvida pela natureza divina como uma gota dagua ao cair num pote de mel. Denunciou-o aos padres o mesmo Eusébio de Doriléa que vinte anos antes havia denunciado o apocrisário Anastácio - protegido de Nestor - quando este condenara publicamente o emprego do termo Mãe de Deus, assim, tal e qual Nestor foi Eutiques levado a juizo, mas, ao contrário dele, não quiz retrartar-se diante dos padres sendo pois anatematizado e excomungado por eles.

No entanto, mais do que o erro ou a imprecisão dos amigos e discipulos de Nestor, o novo erro referente a natureza divina, prestava-se a inumeras especulações de modo que deu origem a inumeras seitas e partidos rivais, alguns - como o que era presidido por Juliano de Halicarnasso - chegando a afirmar que o corpo físico do Senhor era ilusório ou astral e outros supondo que a natureza humana fora absorvida pela divina após a ascensão e a glorificação do Senhor... Foi segundo Gibbons uma das maiores convulssões porque passara a igreja, a ponto de debilita-la e de prostra-la perante o islan.

Embora devamos reconhecer com Karl Adan que o monofisitismo foi o segmento da Igreja apostólica que melhor marcou sua oposição ao Islan, logrando passar por ele sem minguar na mesma medida que a ortodoxia calcedoniana ou o nestorianismo por exemplo.






O sexto concilio reconheceu solenemente as duas vontades de Cristo, regeitadas por Sérgio de Constantinopla e anatematiozou o monotelismo, espécie de reedição do monofisitismo.









O Sétimo concilio, que foi um dos mais explendorosos, congregado novamente em Nikaia diz respeito a condenação do iconoclasmo e a confissão da doutrina segundo a qual é perfeitamente lícito representam visivelmente a natureza humana do Deus encarnado Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como as figuras (Icones) - pintadas ou esculpidas em relevo mas não em forma de estatuas como fazem os latinos - de sua Mãe Imaculada, dos egrégios apóstolos, virtuosos mártires, teoforos padres e tributar-lhes homenagens semelhantes as que tributamos aos mais velhos, aos superiores ou as reliquias e simbolos patrios, oferecendo-lhes incenso, círios, e flores inclusive.

Posteriormente, como a Igreja romana apartou-se da comunhão Ortodoxa, as igrejas apostólicas foram isoladas pelo jugo do islan e não surgiram novas heresias (no Oriente) não houve mais concilio ecumênico algum, embora nossos doutores e teologos discutam se seria possivel congregar um concilio ecumênico sem a assistência da Igreja romana e tendo em vista um pronunciamento oficial por parte da Ortodoxia diante das seitas ocidentais. Seja como for a ortodoxia não pretende reconhecer que os concilios ecumênicos façam parte efetiva da estrutura da Igreja ou que sejam indispensaveis a sua conservação.

Em sua a questão dos concilios ecumênicos diz mais respeito a utilidade da Igreja do que a sua natureza que é episcopal/popular.

A respeito do quinto concilio, como costuma a ser objeto de um grande número de questões, achamos por bem aborda-lo num tópico especifico.