Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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domingo, 16 de novembro de 2008

Cap LI - O amor dedicado as Escrituras pela Igreja antiga



"AQUELE QUE DESPREZA A LEITURA DAS SAGRADAS LETRAS MOSTRA CLARAMENTE QUE NÃO ACALENTA EM SEU CORAÇÃO O AMOR A DEUS." TRITEMIUS O ABADE, + 1517; in "Serm. IV"






"Acaso não foi dos papistas - E ESTES DA ORTODOXIA (grifo nosso) - que tomamos as sagradas Escrituras e o púlpito. Sem eles que saberiamos nós?" Lutero





protestante: Num de seus sermões meu pastor descreveu Lutero e Calvino dois varões escolhidos por Deus com o objetivo de vindicar o conhecimento e a autoridade de sua Santa palavra, a Bíblia, retirada pelos Bispos das mãos dos fiéis...

ortodoxo: Continue.

protestante: Durante os mil anos de trevas que cobriram a Cristandade Ocidental foi a leitura da Bíblia terminantemente proibida, inclusive sob pena de morte. Assim os raros e belos exemplares mostrados pelo amigo nos capítulos precedentes estavam quase todos sepultados nas bibliotecas dos monastérios e acorrentados as paredes... prestes a se converterem em pasto de traças.

ortodoxo: Sinto muito mas não compreendo o que quer dizer com "mil anos de trevas."?

protestante: Segundo Maitland e Wylie o ascendência da Igreja sobre a sociedade européia, a partir do século V ao século XVI desta Era - ou seja, a Idade Média de ponta a ponta - bem poderia ser descrita como uma "longa noite de mil anos" i é, como um período de estagnação material, intelectual e moral ao menos no que diz respeito as sociedades ocidentais ou ao continente europeu.

ortodoxo: Em que pese corresponder a Idade Média a um período de abatimento porque passaram as sociedades ocidentais após a queda do Império romano e as consequentes migrações dos povos bárbaros vindos do Norte, a imagem estereotipada ou melhor o rótulo maniqueista segundo o qual tais sociedades permaneceram paralisadas durante cerca de dez séculos por obra e graça da igreja romana ou do episcopado foi já descartado e posto de lado pela historiografia há mais de setenta anos como equivalendo a uma visão simplista.

Aos autores protestantes é que partindo do ódio ou do preconceito julgaram conveniente lançar toda culpa - no que diz respeito a crise medieval porque passará a Europa - sobre as costas largas da igreja rival; ignorando ou ocultando os demais fatores e forjando mais uma visão reducionista da História.

A bem da verdade os protestantes nutriam autêntica fobia por aquela Idade pelo simples fato de não ter sido possível dar com qualquer vestígio deixado pela igreja deles durante o intercurso da mesma, querendo significar, esta total ausência de testemunhos históricos, que - ao menos até 1521 - tal igreja jamais existira. E como tais autores julgavam, que tudo quando havia de bom na Europa de seu tempo, deveria ser creditado as luzes trazidas por Lutero só podiam encarar o período ante protestante ou medieval como um período dominado por espessas trevas... as trevas de Constantino, dos Bispos ou do papado...

protestante: QUAIS OS EMBASAMENTOS TEÓRICOS DE SUA AFIRMAÇÃO ?

ortodoxo:


"O declínio da Idade Média" por Johan Huizinga
"O que é a Idade Média" por Kurt Godefroid.
"O tempo das catedrais" por Georges Duby
"O mito da Idade Média" por Regine Pernoud
"A vida na Idade Média" por D Haucourt
"A História da Europa" por Henri Pirenne
"O período Medieval" por E K Chambers
"A vida na Idade Média" por G J Coulton
"Cristianismo e progresso." por Cristopher Dawson
"O Cristianisno e a Civilização ocidental." Iden
"Teorias sociais da Idade Média." por Bede Jarreth
"A História de Filosofia medieval." por F. C. Copleston
"Filosofia e civilização na Idade Média." por Mauricio de Wulf
"O espírito da Filosofia Medieval." por Ettienne Gilson
Etc, etc, etc, etc, etc,

protestante: Quer dizer então que não houve nenhuma idade das trevas?

ortodoxo: Nenhuma fase da história humana é composta exclusivamente de luzes ou de obscuridades.

Evidentemente que a desagregação do império romano e sua posterior invasão pelos bárbaros germânicos fez com que a Europa passasse por uma espécie de 'crise de identidade', alias por uma crise mais ou menos prolongada, que estendeu-se por quatro ou cinco séculos.

Sem embargo disto em todos os períodos, fases e idades da História nos deparamos com aspectos positivos e negativos, aquisições e retrocessos, rupturas e permanências... ora são os radicais da grande revolução pilhando monumentos e obras de arte por toda França, ora os líderes da Revolução industrial oprimindo ao máximo os operários (A maioria dos quais constituída por mulheres e crianças inclusive), ora a expansão norte americana rumo ao Oeste acarretando o extermínio de centenas de milhares de peles vermelhas, ora o regime estalinista patrocinando o Holodomor... ORA O HOMEM CONTEMPORÂNEO ERGUENDO SUAS MÃOS ÍMPIAS CONTRA A NATUREZA E EXTERMINANDO NOSSOS IRMÃOS ANIMAIS...

Ademais, se há alguma relação entre esta crise e o fenômeno religioso, digo o Cristianismo Ocidental, esta relação não pode ser definida como uma relação de causalidade nos termos PAPADO > IDADE MÉDIA... e sim nos termos IDADE MÉDIA > PAPADO. Assim não é a igreja ou o papado que dá origem a crise, mas a crise que atuando sobre esta parte da igreja da origem ao papado no século XI. Importante estabelecer esta distinção.

protestante: Compreendo...

ortodoxo: Quanto a divulgação das Escrituras todavia, gostaria de saber a que escrituras se refere?

protestante: As escrituras, do Antigo e Novo testamentos.

ortodoxo: Portanto de acordo com o seu ponto de vista - ou o da confissão a que pertence - o Novo testamento era supinamente ignorado pela maior parte do povo Cristão no decorrer da Idade Média?

protestante: A leitura pública da Bíblia era feita sempre em latim e pouquíssimas pessoa eram capazes de compreender aquilo que estava sendo lido.

ortodoxo: Erro clamoroso este. Erro a que chamamos anacronismo...

Ao menos no que diz respeito a nossas linguas neo latinas ou seja originarias do latim, como o português, o espanhol, o francês, o italiano, etc pois da a entender que surgiram da noite para o dia ou que foram inventadas por alguém, quando na verdade são resultados dum processo bastante lento que prolongou-se por séculos a fio... assim a proximidade ou a semelhança entre as linguás neo latinas sob suas formas mais primitivas e o latim era ainda maior, permitindo que este fosse facilmente compreendido por nossos antepassados. 

Foi somente a partir dos séculos XV ou XVI que as linguás neo latinas cristalizaram-se como formas perfeitamente distintas do latim barbarizado... i é, as vésperas da pseudo reforma protestante.

Assim, o conhecimento da lingua latina esteve bastante disseminado durante toda idade média, inclusive entre as pessoas de cultura mediana. 

Para não falarmos nos sábios e eruditos, pois até o século XVIII o latim foi encarado como sendo a lingua das artes e da ciência, mais ou menos como o francês no século XIX e o inglês em nossos dias.

Eis porque os nomes científicos das plantas e dos animais ainda hoje são registrados neste idioma, bem como os brocardos jurídicos.

Grosso modo até podemos afirmar - com Erasmo e muitos outros latinistas do século XVI (protestantes inclusive) - que o declínio das letras latinas na Europa foi provocado pela eclosão da Reforma protestante e sua tendência nacionalista, regional, provinciana... de que resultou a afirmação definitiva das traduções bíblicas e o consequente abandono da 'última flor do lácio, inculta e bela.'

Servia pois o domínio do Latim como vestíbulo ou preâmbulo ao estudo das Sagradas escrituras, estando hoje demonstrado, que o estudo e cultivo de linguas estrangeiras favorece a criação de novas sinapses ou conexões neuronais e por consequência a assimilação das demais formas de conhecimento...

De fato foi a ignorância completa da lingua latina um sério problema para os papistas da América Latina, inclusive para nossos antepassados durante o segundo Império... para a multidão de escravos... produzindo certo desconforto espiritual, logo explorado pelos primeiros missionários protestantes que aqui chegaram. Não foi todavia um sério problema para os falantes de linguas neo latinas que floresceram um ou dois séculos antes do descobrimento da América no velho continente.

Quanto aos campônios que além de constituirem o grosso da população ignoravam o Latim no século XIV ou XV, continuaram a ignorar supinamente o vernáculo, seja qual fosse sua origem, até meados da grande revolução ou do décimo nono século. Alias o desejo de possuir ou de ler a Bíblia surge como um desejo marcadamente burguês procedente do ambiente urbano ou citadino e não do ambiente rural, ambiente em que a maior parte das pessoas sequer cogitava em ler ou escrever...

protestante: E conforme o senhor havia dito, o conhecimento das escrituras é bastante difícil.

ortodoxo: Ocorre-me neste instante a passagem paulina a respeito daqueles "Que se deixam batizar pelos mortos."

Eis um versículo - entre vários - sobre o qual os comentaristas mais hábeis tem se recusado a emitir qualquer juízo definitivo. E mesmo assim os Mórmons tem recorrido a ele com o objetivo de sancionarem a prática do batismo por procuração e se dedicado a recensear toda população falecida do planeta, de modo que sequer um único defunto permaneça pagão...

Outro versículo não menos polêmico procede do Evangelho de S João. Tratam-se daquelas palavras alusivas ao Espírito e segundo a qual ele viria convencer os mortais a respeito: "DO PECADO, DA JUSTIÇA E DO JUÍZO." ora até hoje os expositores e comentaristas discutem, debatem, opinam a respeito do sentido de tais palavras sem que no entanto tenham chegado a um consenso...

protestante:  "Os homens é que tem se mostrado infatigáveis em seus esforços com o sentido de obscurecer O SENTIDO CLARO E SIMPLES DAS ESCRITURAS de modo a que contradigam seu próprio testemunho."  Sra White in eaden p 73

ortodoxo: Caso tal sentido fosse mesmo claro, simples e fácil por que deveríamos estudar linguas (o grego principalmente), geografia, História, etnologia, etc E adquirir tantos dicionários, chaves e enciclopédias Bíblicas - Eu mesmo tenho diante de mim os de Davis, Viney, Lallave, Mac Nair, Smith, Modesto, etc - como os que são oferecidos pelas principais editoras protestantes? Melhor ainda por que precisaríamos dos cursos bíblicos oferecidos pelos adventistas ou das aulas bíblicas fornecidas pelas testemunhas de Jeová??? O simples fato de que tanto apoio nos seja oferecido faz já supor que a empreitada não seja tão fácil...

Fosse a Escritura auto explicativa como costumam alardear nossos adversários, a maior parte do material publicado pelas editoras protestantes - da Sentinela e Despertai passando pelo Atalaia e a voz da profecia até as obras dos Drs Geisler e Rinaldi - seria pura e simplesmente inútil... funesto desperdício de papel e de tinta, gastos em detrimento da publicação de Bíblias...

É mesmo a Bíblia um livro aberto a todos e que todos podem compreender sem qualquer necessidade de apoio???

Então por que tanta literatura paralela ou expositiva???

Quando as editoras protestantes limitarem-se a editar Bíblias e nada mais que Bíblias então levaremos a sério a parlenga da Bíblia auto explicante...

Ademais a própria escritura já citada por nós noutra parte mostra o oficial da rainha atalhando o mensageiro de Cristo com estas sábias e irretorquíveis palavras:

"COMO HAVEREI DE COMPREENDER O SENTIDO DESTAS PALAVRAS SE NÃO HÁ QUEM MINISTRE EXPLICAÇÃO???"

Isto é o ministro de Amanitore ou Amanishiqueto nada sabia a respeito de escrituras auto explicativas...

Diante desta situação que faz o evangelista Filipe???

SEGUE COM ELE EXPONDO O SENTIDO DA PROFECIA!!!

Ou seja fornece-lhe uma explicação autorizada.

DONDE SE VÊ QUE NÃO ERA PROTESTANTE OU MELHOR PENTECOSTAL.

protestante: E por que???

ortodoxo: Qualquer pentecostal FOSSE DA SEITA EM QUE EU FUI CRIADO OU DE QUALQUER OUTRA CERTAMENTE DIRIA AO EUNUCO: DOBRA TEUS JOELHOS, ORA, CLAMA PELO ESPÍRITO SANTOS E ELE MESMO TE REVELARA O SENTIDO DA PROFECIA.

Todo e qualquer pentecostal procede ou procederia assim inevitavelmente.

O evangelista Filipe no entanto assemelha-se mais a um rabino ou a um padre fornecendo-lhe a explicação ele mesmo em nome de Jesus Cristo e como enviado seu.

protestante"Antes da Reforma haviam pouquíssimos exemplares da escritura." Sra White in "O conflito dos séculos." Cp V p 85
ortodoxo: Aqui as palavras do Dr Kroparscheck"NÃO SEI COMO PÔDE PERSISTIR POR TANTO TEMPO, COMO SE VÊ NAS ANTIGAS POLÊMICAS A AFIRMAÇÃO DE QUE A BÍBLIA ERA UM LIVRO FECHADO PARA TEÓLOGOS E LEIGOS. QUANTO MAIS SE ESTUDA A IDADE MÉDIA, MELHOR SE VÊ QUE ESTA FÁBULA TENDE A DESFAZER-SE COMO UMA BOLHA DE AR." Das Shriftprincip Luth. Kirche, 163


"TEMOS DE ADMITIR - escreve Dobschutz - QUE A IDADE MÉDIA POSSUIU UM COMPLETO, SURPREENDENTE, E MUITO LOUVÁVEL CONHECIMENTO DA BÍBLIA, SOB MUITOS RESPEITOS, TALVEZ MAIOR, PARA NOSSA CONFUSÃO, DO QUE OS NOSSOS TEMPOS." Deutsche Rundsckau, 1900, 61


"HÁ UM GRANDE EQUÍVOCO ACERCA DA CONSIDERAÇÃO EM QUE ERA TIDA A BÍBLIA NA IDADE MÉDIA. HÁ QUEM JULGUE QUE ERA MUITÍSSIMO POUCO LIDA, MESMO PELO CLERO; QUANDO O FATO É QUE OS SERMÕES DOS PREGADORES MEDIEVAIS ERAM MAIS REPLETOS DE CITAÇÕES BÍBLICAS, QUE MUITOS DOS SERMÕES PREGADOS EM NOSSOS DIAS; E OS ESCRITOS DE OUTRA ORDEM ERAM TÃO CHEIOS DE ALUSÕES ESCRITURÍSTICAS, QUE É EVIDENTE QUE O PENSAMENTO DOS SEUS AUTORES ANDAVA SATURADO DE LEITURA BÍBLICA." Afirma o Dr Cutts nos "Turning points of English History"


Observe como as principais obras literárias da Idade média como 'A divina Comédia', 'Os Lusíadas' ou 'A Jerusalem Libertada' estão igualmente saturadas de referências e alusões a Sagrada Escritura, patenteando o quanto seus autores estavam familiarizados com ela. O que pressupõe da mesma maneira certa familiaridade por parte do público letrado a que tais obras estavam destinadas.

Para maiores informações recomendamos a obra de H Wollmer: "Materiais para a História da Bíblia e da religião popular na Idade média" (Berlim, 1931, em cinco volumes).


protestante: Há de ter lá algum dente de coelho nesta história...

ortodoxo: Muito pouco provável pois as testemunhas por nós elencadas pertencem todas a sua irmandade, isto é, a confissão protestante..

protestante: Sem embargo a publicação e o estudo dos livros sagrados era rigorosamente punido, não?

ortodoxo: É evidente que a igreja fiscalizava todas as edições, com o intuito de impedir que eventuais falseamentos.

Sínodos regionais, como o de Tolosa (1229) chegaram a vedar a leitura dos Santos livros, devido as falsificações levadas a cabo por bogomilhos, patarinos, beguinos, albigences, paulicianos e outros gnósticos.

Segundo a legislação civil daquele tempo (Inspirada em parte nos costumes dos povos bárbaros que haviam se instalado na Europa) - que estipulava a pena capital no que dizia respeito a falsificações ordinárias - a falsificação da palavra de Cristo ou a corrupção do Santo Evangelho correspondia ao mais grave dos crimes possíveis, o que por sinal patenteia o zelo de tais gentes para com a pureza e a integridade do livro.

No entanto, mesmo enquanto fiscalizava os tradutores e copistas impedindo-os de alterar uma única palavra, a mãe igreja não cessava de estimular a publicação dos textos e traduções considerados dignos.

Assim conforme o Dr Falk in "Die Bibel am ausgange des mittelalaters." 'de 1450 a 1520 os católicos publicaram 188 edições das escrituras: 156 em latim, 6 em hebraico, 11 em italiano, 10 em francês, 2 em boêmio, 1 em flamengo, 1 em eslavo e 1 em russo.'

protestante"ERAM ACASO OBRAS OFICIAIS? ERAM OBRAS ENCOMENDADAS OU RECOMENDADAS PELA IGREJA, OU FORAM PUBLICADAS A DESPEITO DA IGREJA?" Othoniel Motta in "Lutero, a Bíblia e o padre Leonel Franca", São Paulo, 1933, 25

ortodoxo: A Versão catalã das escrituras foi elaborada cerca de 1306 pelo FRADE DOMINICANO ROMEU DE SABRUGUERA.

A versão valenciana foi elaborada por Bonifácio Ferrer, geral da ordem dos cartuxos e irmão de S Vicente Ferrer.

No tempo de D Diniz foi elaborada uma versão portuguesa, pelos MONGES DE ALCOBAÇA, conforme reza Fernão Lopes na "Crônica de el Rei D João"

Na Inglaterra as escrituras foram parafraseadas já no sétimo século pelo MONGE Cadmon de Whitby, pouco depois S Beda o veneravel verteu os quatro evangelhos para a lingua do povo, sendo que o quarto terminou-o em seu leito de morte.

Uma geração depois S Adelmo BISPO de Sherborne fez verter o saltério.

Também neste período, os BISPOS Eadhelm e Egbert e o MONGE Guthlac trabalharam em Bíblias saxônias.

Durante os séc. IX e X, o ARCEBISPO Aelfric, elaborou uma nova tradução anglo-saxã (o velho inglês).

Depois da conquista normanda de 1066, surgiu uma necessidade para uma Bíblia anglo-normanda, assim a Igreja produziu várias traduções, como por exemplo a Salus Animae (1250). 

Em 1408 o conselho provinciano de Oxford deixou claro que as traduções vernáculas poderiam receber aprovação da Igreja.

Em 1271 o OSTIÁRIO Jacob Van Maerlant elaborou a primeira versão holandesa a Ryembyebel.

Um EREMITA PAULINO elaborou a primeira versão magyar cerca de 1440.

Na Itália os penitentes tinham por costume copilar as letras sagradas vertidas para a lingua comum no décimo quarto século pelos MONGES DOMINICANOS E FRANCISCANOS, os quais haviam rivalizado entre sí no que diz respeito ao esmero das traduções.

Se tantos arcebispos, bispos, monges, eremitas, ministros, etc não são a igreja já não sei o que seja a igreja. 

Duma só coisa sei, que todos eles já estavam mortos e sepultados a muito tempo quando Lutero e Calvino apareceram sobre a face da terra...

protestante: Na Alemanha ao menos foi Lutero quem lançou a primeira versão das escrituras, certo?

ortodoxo: Absolutamente falso, errado e tendecioso. Já no século XI, o MONGE Notker labeus e o ABADE Villiranus de Ebersberg haviam vertido diversos livros santos para a lingua vulgar e setecentos anos antes deles o ariano Wulfilas havia elaborado sua versão gótica das escrituras, cujos fragmentos conservam-se no codex argentum.

Conforme a "The Catholic Encyclopedia", Volume XV, 1912 os alemães já possuíam o livro santo completamente traduzido para o vernáculo bem antes da invenção da imprensa e, daí para frente, as edições multiplicaram-se prodigiosamente.

Segundo o Dr Jostes a primeira versão completa neste idioma teria sido elaborada pelo dominicano J. Rellach.

Conforme o Dr Jansen (in "History of the German people." XIV, 388): "De 1466 a 1522 os católicos alemães publicaram 19 edições completas da Bíblia: 14 na alta Alemanha, em Augsburg, Basle, Strassburg e Nuremberg e 05 na baixa em Colônia, Delf, Halberstadt e Lubeck."

QUANTO AOS EVANGELHOS E LECIONÁRIOS AS EDIÇÕES ASSOMAM A NOVENTA!!! Paul Arblaster, Gergely Juhász, Guido Latre (eds.), de Tyndale Testamento, Brepols 2002


Eis o prefácio da famosa Bíblia de Colônia: "TODO O CRISTÃO DELE LER ESTE LIVRO COM GRANDE DEVOÇÃO E RESPEITO. A GENTE INSTRUIDA DEVE SERVIR-SE DA TRADUÇÃO LATINA DE SÃO JERÔNIMO; MAS AS PESSOAS SEM LETRAS E OS HOMENS SIMPLES... SIRVAM-SE DESTA VERSÃO EM LINGUA ALEMÃ."


Por isto o autor da "Nau dos insensatos" pode escrever em 1494 - Quando Messer Lutero não passava dum meninote - : "A Alemanha inteira regurgita de Bíblias." 

Alias 75% das obras publicadas de 1445 a 1520 na Alemanha versavam a respeito da fé e da religião.

E Delumeau em sua obra já clássica sobre as origens da Reforma protestante"OS REFORMADORES NÃO DERAM PORTANTO AOS CRISTÃOS OS LIVROS SANTOS TRADUZIDOS EM LINGUA VULGAR QUE A IGREJA LHES TERIA RECUSADO, FOI O CONTRÁRIO QUE SE SUCEDEU..." p 78

Não é por acaso que nos diversos museus subsistem ainda "Cerca de 1.000 manuscritos ou fragmentos de manuscritos medievais de traduções da Bíblia em alemão." Paul Arblaster Id

Para maiores informações vide W. Walther, "A Biblia na Alemanha durante a Idade Média.", Brunschwig, 1889

protestante: E o caso das Bíblias acorrentadas?

ortodoxo: Balela. Antes da invenção da imprensa os manuscritos em geral custavam muito caro e rouba-los constituia um excelente negócio.

Assim, para evitar que fossem roubados - sem privar o povo de ter acesso a eles - recorreu-se ao expediente de acorrentar tais códices - como eram chamados - as paredes das bibliotecas. Isto era feito não apenas com as Bíblias mas com as obras de Platão, Aristóteles, Sêneca,Ovídio, Virgílio, etc

Alias durante a Idade média considerava-se uma obra de piedade deixar em testamento os livros dos Evangelhos, dos Salmos e das horas canônicas para que, encadeados as paredes das igrejas, pudessem ser lidos pelos mais humildes membros da congregação.

Diante disto que pôde fazer a pseudo reforma?

Nada além de profanar sacrilegamente este santo livro que havia sido fielmente custodiado pela mãe Igreja no decurso de dezesseis séculos e centenas de gerações.. 

Nada além de propiciar o descontrole e a falsificação...

E de dar inicio ao império do deboche e do escárnio...

"Disputada, versejada, cantada e tocada é a Bíblia em todas as nossas tabernas." já se queixava Henrique VIII - escandalizado -numa carta dirigida ao parlamento pelos idos de 1546. in Hill, 2003 p 36

Dai a chistosa afirmação de Ivan Roots segundo a qual a religião da Bíblia iniciou-se nos barzinhos da Inglaterra. iden id

Assim tomava-se um bom trago, ficava-se 'inspirado' e lia-se a Bíblia...


domingo, 2 de novembro de 2008

XXI - Derradeira controvérsia > A autoridade da Bíblia.

Mil vezes repisada é a alegação protestante segundo a qual "O sistema reformado é caracterizado pelo amor e pelo respeito do homem face a 'palavra de Deus'; enquanto que o sistema episcopal é caracterizado pelo desprezo com que encara a mesma palavra apresentando-a como obscura."

Tal a pretensão e audácia dos sectários...

E no entanto entre eles mesmos, protestantes,  o testemunho concernente as Escrituras jamais foi uniforme ou consensual... queremos dizer com isto que disputam a respeito dela e de sua autoridade desde o principio e que jamais cessaram de disputar a respeito. Pois como os pensadores atenienses descritos pelo Apóstolo, a posteridade de Lutero não cessa de disputar a respeito de tudo quanto concerne a fé...

Via de regra papistas, Ortodoxos e protestantes conservadores, insistem em afirmar que o repudio a autoridade da Escritura é um fenômeno típico do iluminismo e da idade contemporânea...

Laboram em erro no entanto, tantos quantos endossam tal assertativa...

Efetivamente o protestantismo conservador muito tem a lucrar e a tirar partido da ignorância dos papistas, de nossos ortodoxos e mesmo dos incrédulos; no que diz respeito a História da reforma e de suas controvérsias doutrinárias, a qual jamais deveria sair debaixo de suas vistas...

Conhecer a História da reforma protestante é como que estar vacinado ou imunizado contra o protestantismo.

Desde que a 'aurora dedirósea' assistiu aos primeiros vagidos do sistema protestante nas plagas da Wittemberga, assistiu a um espetáculo admirável; pois viu a um lado um grupo de homens que emprestando características humanas ao livro ousou coloca-lo primeiramente no lugar da Igreja e posteriormente no lugar do próprio Cristo - forjando com papel e tinta as férreas cadeias da bibliolatria - e a outro, um grupo rival, que pela primeira vez após o colapso do gnosticismo, ousou apresentar as mesmas escrituras como lavra puramente humana...

E nem poderia deixar de ser assim, uma vez que 'Extrema se tangunt'...

Destarte na mesma medida em que os protestantes determinaram situar a Escritura num patamar acima daquele em que fora posta pelo Senhor Jesus Cristo e em que optaram por coloca-la num plano que jamais fora querido ou desejado por Deus em sua Santa Sabedoria; outros tantos protestantes, seus irmãos e confrades, decidiram abate-la por completo submetendo-a ao crivo da experiência e da razão.

Nem bem havia Lutero elevado o livro aos altos dos céus em sua cruzada contra os Bispos e a Igreja, quando Otto von Brunfels - pastor Luterano de Steinau e Neuenburg e botânico famoso - perplexo diante de tantas disputações feitas por seus irmãos em torno da Escritura, desesperou quanto a capacidade do intelecto humano para penetrar-lhes o sentido, e sustentou a teoria sobrenaturalista da inspiração, asseverando - em suas 'Pandectas...' 1527 - 'Que o legítimo sentido da Escritura era revelado pelo Espírito Santo.' 

Ele perseverou neste pernicioso erro até 1530, quando envolveu-se numa tremenda polêmica com Erasmo e foi 'doutrinariamente' surrado pelo filosofo... cf Contemporaries of Erasmus - in Bucer



Pois aludindo aos luteranos, zwinglianos e as diversas correntes de anabatistas, que revindicavam unanimemente o apanágio de terem sido diretamente instruídos por Deus, perguntou-lhe Erasmo se o Espírito Santo podia contradizer-se ou a respeito de que partido estava dizendo a verdade e de quais estavam mentindo???

Desde então Brunfels passou acalentar dúvidas cada vez mais sérias a respeito do Livre exame e por fim a respeito da própria autoridade dos Evangelhos tão maltratados pelo 'método'... 

O fruto de tais duvidas foram as 'Precationes biblicae' Renaissance Studies: Articles 1966-1994 - Malcolm Smithobra condenada pela rainha Elizabeth e repetidamente expurgada, em que nosso homem antecipava em duzentos anos as teses de Reymarus e em quatrocentos anos as de R Bultmann... 

Ambos tão protestantes e luteranos quanto ele por sinal...

Ao que parece Brunfels, partindo do princípio segundo o qual a igreja papista havia falseado a divina Revelação e admitindo a verdade histórica segundo a qual o Novo Testamento fora entregue a Lutero e aos protestantes pela mesma igreja papista ou pela Católica (a Igreja Ortodoxa dos Bispos 'fundada' por Constantino {!!!}), inferiu que não havia motivo algum para supor que a mesma instituição não tivesse adulterado o Evangelho em benefício de suas doutrinas e crenças.

Por outro lado, considerava nosso bom homem 'Se a igreja papista tivesse conservado imaculadamente as Escrituras, sem adultera-las nem profana-las, por que não teria permanecido fiel em todas as outras coisas; ao contrário do que diziam nossos reformadores???'

E quando os luteranos respondiam que Cristo havia preservado miraculosamente sua santa palavra da corrupção, Brunfels redarguia: neste caso os papistas poderiam dizer a mesmíssima coisa (como de fato diziam): Cristo preservou miraculosamente a sua santa igreja da corrupção. Pois o que supostamente teria feito pelo livro, poderia ter feito igualmente pela igreja...

E arrematava: é forçoso concluir que o Novo testamento fora 'alterado' e 'corrompido' pela astúcia da igreja...

Eis porque concedia ele, 'Os apologistas romanos, saiam-se tão bem contra os reformadores, extraindo do Evangelho as passagens e trechos necessários a contra argumentação.' 

Segundo Otto de Brunfels a reforma deveria ter posto o dedo no fundo da ferida e questionado, e repudiado, e banido, o texto mesmo dos Evangelhos e dos escritos apostólicos; enquanto produto aparecido no seio duma igreja corrupta (praticamente desde o ano 70 com a morte de Pedro e Paulo) ou enquanto elemento profanado por ela... 

Dum modo de outro: feito pela igreja (corrupta) e para a igreja ou apropriado por ela, o Novo Testamento correspondia a um desígnio ímpio... a uma manobra destinada a 'corroborar' a apostasia.

Simultaneamente formou-se entre os batistas a seita dos abecedários, que preconizava o analfabetismo, a queima de livros e o quietismo como sendo os principais elementos do credo Cristão... pois o espírito soprava onde  bem queria dispensando a mediação do livro...

Outros tantos, sem chegarem ao cúmulo de queimarem as Bíblias e os demais livros religiosos, subordinaram o livro ao critério subjetivo da inspiração individual... tal Hans Denk, tal Joris, tal a 'Sociedade dos amigos' e seu principal apologeta Barclay para o qual o livro, sem a moção do Espírito é como um paralítico ou aleijado... 

Assim temos de um lado os conservadores ou fundamentalistas; prole de João Calvino e como tais partidários da falsa doutrina da inspiração plenária e linear e consequentemente do criacionismo, puritanismo, dispenssacionalismo, pentecostalismo, etc e de outro os liberais ou bultmanianos para os quais a palavra de Jesus nada tem de sagrada ou de divina; e ambos os grupos apresentam-se como protestantes.

Em meio a estes dois grupos extremistas, mesmo no seio do protestantismo, há certo número de homens honestos e instruídos, que como nós são partidários da doutrina da inspiração funcional e gradativa; e que leem todos os demais registros a luz do Evangelho ou seja da palavra de Cristo.

Destarte estão cindidos os protestantes em diversas correntes, grupos ou opiniões face ao legítimo significado da Escritura para a consciência Cristã e nem mesmo aqui há acordo entre eles.



protestante: "Basta a suficiência da escritura interpretada individualmente como regra de fé e prática." para fazer um protestante. J. Locke

Ortodoxo: Agora veja só que tragédia meu amigo, pois nem mesmo o tão alardeado respeito pelo livro permeneceu de pé nos cantões reformados. Como podemos inferir dos seguintes testemunhos:

"O LIVRO QUE NÓS CHAMAMOS DE DIVINO NÃO É DIVINO, MAS HUMANO." exclama Ritschel. Henrique Brandão, opus cit p 62

"NÃO HÁ MAIOR ABERRAÇÃO DO ESPÍRITO HUMANO DO QUE A CRENÇA DE QUE A BÍBLIA CONTEM UMA REVELAÇÃO DE DEUS, ELA NÃO PASSA DUMA COLEÇÃO DE FÁBULAS." afirma Delizch, iden, id

"EIS QUE TIRAREI TODO RESPEITO POR ESSE LIVRO DE VOSSA CABEÇA." bradou o Pr Koller diante de seus alunos, futuros pastores, na universidade de Giessen.

Eis porque ao romper com seus correligionários o erudito Theodor Zahn fez a seguinte analise:

"NESTA IGREJA DOMINAM PREGAÇÕES QUE JÁ NÃO ADMITEM OS DOGMAS DA BÍBLIA, QUE NÃO CREEM NEM EM DEUS E NEM NA IMORTALIDADE." Iden, p 76

"O PRINCÍPIO ESCRITURISTICO É UM PRINCÍPIO CONTRADITÓRIO, NO QUAL NINGUÉM MAIS CRÊ." assegura-nos o profo W. Hermann

Já o profo de teologia protestante H. Bois, expressa-se do seguinte modo: "A ESCRITURA É UM TESTEMUNHO SOBRE A EXPERIÊNCIA CRISTÃ E NÃO UM REGISTRO INFALIVEL." in Revue de Metaphysique et morale. Set/Dez de 1918, p 704

Entrementes Rade desafiava "CITEM-ME OS ORTODOXOS UM SÓ PROFESSOR CULTO QUE EM NOSSOS DIAS ADMITA AS CONFISSÕES DE FÉ E AS ESCRITURAS." in Christliche welt

Christopher Hill chega a afirmar que "A analise penetrante dos textos feita por James - um dos proceres da Reforma da Inglaterra - e sua exposição sobre falsificações contribuiram, em última analise, PARA SOLAPAR A CONFIANÇA DA AUTORIDADE DA BÍBLIA." 2003 p 34