Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Da Unidade de fé existente entre as Igrejas ortodoxas, parte III - Demonstração Cristológica






B - Pertinentes a Encarnação ou ao Cristo.

02) Da única pessoa e das duas naturezas do Cristo

03) Da comunicação de propriedades entre as naturezas.





01) Da Igreja apostólica assíria.




  • Embora Diodoro de Tarso tenha marcado posição contra os apolinaristas afirmando a integralidade da natureza humana assumida pelo Verbo e sua distinção quanto a natureza divina, é certo que jamais negou a unidade existente entre ambos separando as naturezas e afirmando a existência de duas pessoas, pois ele mesmo escreveu: "NÃO EXISTEM DOIS FILHOS."

  • Quanto a Teodoro de Mopsuestes, os eruditos ocidentais M. Richard, E Amann, R Devreesse e especialmente A Grillmeier demonstraram que Teodoro que além de ter lutado heroicamente contra o apolinarismo, foi um dos promotores da doutrina ortodoxa das duas naturezas publicamente reconhecida em Calcedônia... segundo os mesmos autores os textos condenados em 553 haviam sido interpolados já por seus inimigos, ja pelos verdadeiros 'nestorianos'. As obras que dele nos chegaram em lingua siríaca provam suficientemente que sua Cristologia era ortodoxa, apesar da terminologia confusa e inexata. in Altaner/Stuiber 'Patrologia' Paulus pp 322. Ao contrário do que dizem os fanáticos em suas chicanas, ao menos neste ponto a razão assiste aos ocidentais, pois na "História" de Facundo de Herminoe - X, 01 - esta registrado que seus inimigos monofisitas e apolinaristas falsearam suas obras tendo em vista sua condenação.

  • Também é necessário enfatizar a ligação do grande Santo, Mestre, Doutor João Crisóstomo, com Diodoro, do qual fora aluno e principalmente com Teodoro - que foi por ele encaminhado a vida monástica - ligação que o ímpio Justianiano tentou a todo custo negar, mas que uma série de cartas autênticas do glorioso Padre testifica: "Jamais me esquecerei quanto ao amor genuino, sincero e isento de toda maldade, que Teodoro, desde a mais tenra juventude manifestou para comigo e do qual ainda hoje dá mostras." - ep 212 - pois não mediu forças para conseguir o retorno - ep 204 - de seu virtuoso e esclarecido amigo, envolvido pelas insídias do monstruoso e abominável Teófilo de Alexandria. Segundo João de Antakia - in Facundo II,02 - o grande Teodósio tendo assistido a um sermão seu, predicado no sínodo de Constantinopla (394) não podendo se conter exclamou: "Eis que me assentei aos pés de Ambrósio e Gregório, entretanto confeso que jamais ouvi pregador como tu.", ao que parece tal veneração foi mantida pelo neto do grande Teodósio, Teodósio II, o qual tinha por costume escrever ao velho Bispo de Mopsuestes pedindo-lhe conselhos e instruções. Conforme o já referido Facundo - VIII,06 - mesmo Cirilo de Alexandria havia recomendado como salutares algumas obras de Teodoro; Melétius seu sucessor ( Tillemont XII, 442) exclamara no dia mesmo de sua elevação: "Nós cremos como cria Teodoro, abençoada seja a fé de Teodoro."; os Bispos da Síria em resposta aos anatematismos de Cirilo, revidaram: "Preferimos ser queimados vivos do que condenar a Teodoro."; Ivas escreveu a Mari a carta laudatória condenada pelos púpilos de Justiniano em 553, S Teodoreto de Cirro, amigo de Leão de Roma, apresentou-o como "Doutor da Igreja Católica" e João de Antakia exaltou-o como pilar da fé ortodoxa... Penso que tantas referências sejam sufientes para reabilitar a este prelado que viveu, militou e morreu nas fileiras da ortodoxia.

  • Quanto a Nestor convem salientar que:


a) Jamais cindiu o Senhor em suas pessoas ou seres distintos como afirmaram os medievos estúpidos e alguns de nossos padres mal informados. Eis como se expressa Lutero, no livro "Dos concilios e da Igreja": "Atentai bem: é inegável que Nestorio não acreditava em dois Cristos, mas num só Cristo." pp 207 mostrando mais juizo do que nossos monges ineptos.



b) Nestório jamais sermoou contra o título de 'Mãe de Deus' aplicado a Santa e Pura Virgem Maria. Quem sermoou contra o significado popular que lhe havia sido atribuido por parte dos fiéis oriundos do paganismo foi seu apocrisário Anastácio - Hist Tripar Cassiodoro X - seguindo ao que parece o exemplo de Teodoro de Mopsuestes (o qual todavia concordara em retratar-se tendo em vista a paz e o bem da igreja)



c) É INEGÁVEL QUE O TÍTULO SEMPRE EMPREGADO PELA IGREJA DE DEUS COM RELAÇÃO A SANTA VIRGEM, ESTAVA A SOFRER AVUSOS NAQUELE TEMPO - ESPECIALMENTE NO EGITO - DANDO VEZO A TEORIAS PAGÃS SEGUNDO AS QUAIS A VIRGEM MÃE TERIA GERADO A PRÓPRIA DEIDADE GERADA PELO PAI SOMENTE.



d) Tendo em vista tais abusos Nestorio deu apoio a seu apocrisário, merecendo ser citado em Éfeso como Mestre ímpio, pelo oportunista Cirilio, sobrinho do infernalíssimo Teófilo e patriarca de Alexandria.



e) Tendo chegado antes a Éfeso Cirilo enviou dádivas ao Basileu e dele obteve o privilégio de abrir o Concílio ANTES QUE O PATRIARCA JOÃO DE ANTAKIA E SEUS SUFRAGÂNEOS - aliados de Nestor - HOUVESSEM CHEGADO.



f) Disto resultou enorme confusão entre os padres a ponto de Nestor, a exemplo de seu mestre exclamar: "Removo, removo a causa de tantas disputações e admito que a Virgem seja chamada mãe de Deus." id



g) Nem por isso deixou de ser remetido com cerca de trinta Bispos ao exílio no deserto e Schetis.



h) Todavia a redescoberta de sua obra máxima o "Bazar de Heraclides" ocorrida em 1910 tem lançado novas luzes a respeito de sua Cristologia, afinal a Cristologia por ele condenada - na pessoa de seu opositor Sofrônio - é a de Apolinário ( segundo a qual a deidade de transformara em corpo material ), cuja terminologia imprecisa - mas não a cristologia - fora imprudentemente adotada por Cirilo.



i) Ao que tudo parece indicar a analise de Lutero permanece de pé: o nó da questão não era a pessoa de Cristo ou as duas naturezas, MAS A COMUNICAÇÃO DE PROPRIEDADES, cuja aplicação abusiva perecia comprometer a distinção entre elas e confundi-las; daí a tendência dos antioquenos a minimizar a comunicação de propriedades e a posição extrema de alguns companheiros e discipulos de Nestor - os verdadeiros nestorianos, que a principio eram poucos - que consistia em nega-la, encarando as duas naturezas como unidas mas ao mesmo tempo incomunicáveis, concebendo pois a unidade de Cristo como meramente externa e não interna, é o que chamavam união sem mistura ou confusão.


Com justeza alegavam - e os monofisitas também - que o termo 'união hipostatica' fora inventado por Apolinário de Laodicéia e que como tal não convinha emprega-lo com relação a fé ortodoxa.



l) Este não foi o parecer de Nestor, o qual, como seus predecessores admitiu o termo Mãe de Deus, em sua acepção relativa - e perfeitamente correta - ou seja enquanto Mãe da natureza humana assumida por Deus e não geradora da natureza divina.



m) Alguns por zelo cego chegaram a cogitar que o termo Mãe de Cristo exprimia a relação entre o Salvador de modo ainda mais preciso, o que de certo modo esta correto se lho exprimimos a luz de Calcedônia. Devemos advertir porém o emprego que o apóstolo faz do termo "Sangue de Deus" no livro de Atos e o emprego do termo "Paixão de Deus' por parte dos teofóros Inácio Martir e Clemente de Alexandria, os quais não pode ser considerado como incorreto ou encarado como apolinarismo/monofisitismo



n) Por isso o Patriarca Leão I de Roma - aconselhado por Teodoreto de Cirro - instou com o Basileu Marciano (segundo Lemos na "História eclesiástica" de Zacarias de Metilene e no livro "Contra as duas naturezas em uma pessoa") para que Nestor fosse chamado a Calcedônia, de modo a que pudesse exprimir suas queixas. (daí Dióscoros de Alexandria excomungar Leão) Nestor porém respondeu ao Imperador nestes termos: "Mais me agrada a solidão e a aridez destes desertos que a incompreesão dos seres humanos." e passados alguns meses entregava sua alma ao Supremo Senhor enquanto os padres estavam congregados em Calcedônia.



o)Mar Babai no "Livro de União" ensina "Duas qnome (hipóstase, não usa o Chalcedonian deste termo, a essência), que são, sem mistura, mas eternamente unidos em um parsopa (pessoa, caráter, identidade, também "hipóstase" no uso de Calcedônia). Em grego hipóstase é utilizado especificamente para se referir ao que corresponderia a parsopa Babai, e ousion corresponderia a qnome. No período em que Babai e outros formularam os respectivos modelos cristológicos as palavras como "hipóstase" e "ousion" ainda não estavam fixados em sentido estrito, e assim foi possível usar um único termo para significar duas coisas distintas." (donde se segue que os assirios creem como nós: uma pessoa em duas naturezas)



p) Cerca de setecentos anos depois Mar Odeisho de Nishevam - século XIII - assim se expressava sobre o Cristo: "Com os Santos Padres aprendi a confessar de Cristo como Deus perfeito e homem perfeito, à semelhança de Deus e à semelhança de um servo, o Filho de Davi, e o Filho do Altíssimo, carne e Verbo." Marganitha III,04



q)Finalmente o atual patriarca dos assírios radicados no Ocidente, assinou um acordo com o líder dos Rumi - o falecido João Paulo II - segundo o qual: "A humanidade a que a Virgem Maria deu à luz sempre foi a do próprio Filho de Deus. Eis a razão pela qual a Igreja Assíria do Oriente refere-se a Virgem Maria como "Mãe de Cristo, nosso Deus e Salvador". À luz dessa mesma fé, a tradição católica aborda a Virgem Maria como "Mãe de Deus" e também como "a Mãe de Cristo."



Conclusão: Admitem pois os assírios que a Virgem possa ser evocada como mãe de Deus, significando sempre Mãe da natureza humana de Deus e ventre pelo qual a natureza divina necessariamente passou - sem no entanto ser gerada - em união com a natureza humana desde o inicio de sua concepção e durante o processo da geração. E admitindo-o admite igualmente o dogma da comunicação das propriedades, ressalvada a má fé dos eutiquianos os quais abusando das fórmulas legadas pelos apóstolos e mártires pretendiam que a deidade sofreu em sí mesma, que a deidade foi pregada em sua natureza mesma, que Deus morreu em si mesmo, e outras loucuras do gênero.
A Igreja sempre creu que Deus nasceu, cresceu, padeceu e morreu em sua natureza humana e por experiência através da comunhão de propriedades, mas de modo algum em si mesmo ou seja sem mediação da natureza humana.
Encarada a luz de Calcedônia a teologia assíria é perfeitamente ortodoxa embora tão imprecisa e sujeita a abusos quando a teologia alexandrino/ciriliana.


02) A Igreja apostólica Copta.

Esta igreja, que jamais foi monofisita ou jacobita - pois seu lider Dióscoros excomungou ao ímpio Eutiques quando soube que ele afirmara a dissolução da natureza humana na natureza divina - aferrou-se fanaticamente a expressão imprecisa e duvidosa do "Mia fisis" colhida por Cirilo - que eles coptas encaram como uma espécie de oráculo infálivel - nas obras dos apolinaristas. Daí ter sido acusada erroneamente de monofisita pelos rumi, pelos assirios e sobretudo pelos nossos bizantinos.



Examinemos porém a explanação de seu patriarca Shenouda III, no livro "Da natureza do Cristo" capitulo III:

"By "one Nature", we mean a real union. This does not involve
mingling as of wheat and barely, nor confusion as of wine and
water or milk and tea. Moreover, no change occurred as in the
case of chemical reaction. For example carbon dioxide consists
of carbon and oxygen, and the nature of both changes when
they are combined; each loses its properties which distinguished
it before the unity. In contrast, no change occurred in the
Divine or Human nature as a result of their unity.
Furthermore, unity between the two natures occurred without
transmutation.
Thus, neither did the Divine nature transmute to the human
nature, nor did the human nature, transmute to the Divine
nature. The Divine nature did not mix with the human nature
nor mingle with it, but it was a unity that led to Oneness of
Nature."

Estritamente ortodoxa sob todos os aspectos.

Empregando por sinal as mesmas figuras que Nestor e S João Damasceno, embora tais figuras: de leite, chá, agua, oléo, etc sejam inadequadas para expressar o mistério.



03) A Igreja apostólica Armênia:

"Os armênios - afirma o latino Jugie - distinguem-se pela clareza com que põem a nu a logomaquia que separou os coptas dos bizantinos."

Via de regra os armênios assim se expressam sobre o mistério: "O mesmo DEUS ENCARNADO, foi crucificado, sepultado, desceu a prisão, ressurgiu ao terceiro dia e subiu aos céus." Khazinedjian "A Igreja apostólica Armênia..." São Paulo, 1987

04) A Igreja apostólica siríaca.

Se coptas e armênios jamais foram eutiquianos ou verdadeiramente monofisitas, o mesmo não se sucede com a Igreja dos siríacos, a qual tem suas origens e seus primeiros dias ligados a heresia daquele 'monge senil' - Khazinedjian - e babão chamado Eutiques, ao qual se juntaram um grande número de bispos orgulhosos como Julio de Halicarnasso e Teodoros Askideus - autênticos teopaskitas e aphtardocetas - além do médico imperial Jacob Baradeus, o qual tendo sido sagrado pelos descontentes montou no dorso dum câmelo e espalhou o cismo por todo o Oriente, em especial pela Síria e pelos países árabes.

Naturalmente que para tais sectários não havendo natureza humana em Cristo não havia qualquer espécie de comunicação de propriedades.

Negavam portanto que a Virgem Imaculada fosse verdadeiramente Mãe de Deus e supunham ter sido ilusório, fantasmagórico ou ficticio o nascimento carnal do Senhor.

Felismente esta igreja, a principio herética e cismática, foi gradativamente recambiada a ortodoxia pelos esforços de homens eminentes como Mar Severos de Antakia, Filoxenos de Mabug, Dionísios Bar Saliba, Mikail, o cronista, etc

De modo que tornaram-se ortodoxos e Calcedonianos, sem no entanto admitirem formalmente o quarto concilio:

"A Igreja Siríaca e Ortodoxa acredita no mistério da Encarnação. Isto é, que o Filho único de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, tomou para si um corpo e se tornou homem... Além disso, acredita que sua verdadeira humanidade e Sua verdadeira humanidade nele foram essencialmente Unidas." Breve resumo sobre a igreja siríaca ortodoxa.

Portanto é um grande sinal de ignorância ou de malignidade afirmar que a dita igreja seja verdadeiramente monofisita.

05) Igrejas apostólicas bizantinas:

"Imediatamente a humanidade em todos os seus membros e racional alma juntou-se com a divindade, de modo que existia simultaneamente verdadeiro Deus e verdadeiro homem em uma pessoa." Petrus Moghila iten XXXVIII

"Nós acreditamos que o Filho de Deus, Jesus Cristo, para que esvaziou-se de si mesmo - Filipenses 2:7 - ou seja, que na carne plasmada pelo Espírito Santo, no seio da a sempre Virgem Maria, assumiu uma natureza humana tornado-se perfeito homem." Dossiteus decreto VII


Conclusão:

É forçoso concordarmos com Ware no sentido de que a maior parte das controvérsias cristologicas em torno do monofistismo - ao menos com relação a igreja Copta - não passaram de meras disputas politicamente exploradas em torno de palavras, palavras por trás das quais estavam os mesmos conceitos ou doutrinas apostólicas.

Seja como for admitindo-se a existência de verdadeiros nestorianos e com muito mais propriedade de verdadeiros monofisitas - julianistas/jacobitas/teopakistas - é certo que, ambas deixaram de existir por volta do século XII/XIII, prevalecendo, grosso modo, uma aceitação informal da Cristologia calcedoniana ou como diriamos uma acomodação. Tal o parecer de Fliche Martin, ao qual acatamos.



Há pois disputação em torno de palavras e expressões por parte de nossos catadores de piolhos e pulgas, mas verdadeira Unidade de fé em torno do que a Ortodoxia pretende dizer a respeito da natureza de seu Senhor e fundador:



Um só Cristo em duas realidades distintas uma da outras mas em intima comunhão por experiência.


DIVINDADE + HUMANIDADE = ÚNICO CRISTO.


Nem a divindade habita na humanidade como num templo ou casa nem a divindade sofre ou morre em si mesma, mas a divindade intimamente unidade a humanidade nela, com ela e por ela sofre e morre por experimentação.


Tendo em vista que Cristo é um ser teândrico, podemos dizer: sangue de Deus, paixão de Deus, morte de Deus e mãe de Deus, tendo em vista a humanidade assumida por Deus ou a humanidade de Deus, ou seja, não em sentido absoluto, mas em sentido relativo, relativo a encarnação e humanização de nosso Deus.


Todas as nossas igrejas apostólicas estão de pleno acordo neste sentido.




O mesmo não se pode dizer a respeito do protestantismo havendo nele quem regeite a natureza divina para fazer do Senhor um simples homem, a exemplo de Ário; quem regeite sua natureza humana para fazer dele uma espécie de fantasma sem mãe ou corpo físico, a exemplo de Eutiques e dos; quem afirme a aniquilação de sua natureza humana após a glorificação, como certo pastor brasileiro como Asquideus; quem suponha a incorruptibilidade de seu corpo físico como Juliano; quem divida-o em dois seres ou pessoas separados como alguns discípulos de Teodoro e Nestor, tal Ziwinglo, o primeiro nestoriano moderno segundo Lutero - dos Concilios e da Igreja 214 - e a grande massa dos sectários que enveredou-se por este caminho e por ódio a Virgem partiu o Salvador em dois: o Cristo Deus Filho do Pai e o Cristo homem Filho da Virgem...


Nós todavia reconhecemos um só Cristo e não dois, em sua divindade gerado pelo Pai somente e em sua humanidade pela Virgem e o Pai... Assim o Pai é verdadeiro genitor das duas naturezas: da divina exclusivamente e da humana em parceria com a Virgem, enquanto a Virgem é verdadeira genitora apenas da natureza por ela gerada, a natureza humana e mãe de Deus apenas de modo impróprio ou seja do mesmo modo que nossas mães merecem ser chamadas de mães sem no entanto terem gerado nossos espíritos.


Pois grosso modo nossas mães são apenas e tão somente mães de nossos corpos.


De moso que ao dizer mãe de Deus não queremos dizer que a gerou a divindade, mas que gerou a humanidade a qual se união intimamente a divindade, tal e qual nossos espíritos se unem e vivificam nossos corpos.


No entanto ninguém diz a sua mãe: mãe de meu corpo! Mas apenas e tão somente mãe... assim a Virgem é mãe de Deus porque gerou o complemento de sua natureza humana.


Não há pois dois Cristos ou dois Salvadores, mas um só Cristo Salvador nascido de Maria sempre Virgem.





terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Das sucessões conciliares.

Se bem que no livro dos Concilios e da Igreja, Lutero tenha protestado fidelidade aos quatro primeiros concilios gerais, em suas conversações a mesa (in Erlangen XXXV - 207) não deixou de referir-se a pessoa de Cristo e a suas naturezas nos seguintes termos:

"CRISTO TEM DUAS NATUREZAS, EM QUE ISTO ME INTERESA? SE ELE TRÁS ESTE NOME MAGNÍFICO - Salvador - E CONSOLADOR TENDO EM VISTA SEU MINISTÉRIO E TAREFA... CRER EM CRISTO NÃO É CONFESAR QUE É UMA PESSOA EM DUAS NATUREZAS; DIVINA E HUMANA, COISA QUE PARA NADA SERVE, SIGNIFICA QUE SAIU DE DEUS E VEIO AO MUNDO PARA SALVAR-NOS E DA SALVAÇÃO QUE NOS DÁ TIRA SEU NOME."

Assim Lutero confesa importar-se muito mais com o que o Verbo nos dá ou oferece do que com o que o Verbo é... sua prioridade não deixa de ser egoista e oportunista, pois é função da pessoa e não a pessoa ou sua natureza íntima.

Pauta-se pois tal concepção no interese e não no amor.

Pois se amamos verdadeiramente o Cristo tanto mais desejamos conhece-lo até as ínfimas minudências, a ponto da alma enlevada dizer a si mesma: "De Christus
nunquam satis” e poder exclamar com Tereza De Ávila:



No me mueve, mi Dios, para quererte
el cielo que me tienes prometido,
ni me mueve el infierno tan temido
para dejar por eso de ofenderte.

Tú me mueves, Señor, muéveme el verte
clavado en una cruz y escarnecido,
muéveme ver tu cuerpo tan herido,
muévenme tus afrentas y tu muerte.

Muéveme, en fin, tu amor, y en tal manera,
que aunque no hubiera cielo, yo te amara,
y aunque no hubiera infierno, te temiera.

No me tienes que dar porque te quiera,
pues aunque lo que espero no esperara,
lo mismo que te quiero te quisiera.


Nós porém, que desejamos aumentar a cada dia nosso amor para com Jesus, para como disse Bernanos, suportar-mos a paixão sofrida pela Igreja em sua carne todos os dias, cuidamos que analisar tanto mais de perto as formulações conciliares referentes a sua pessoa, começando por Nikaia, não é uma tarefa inutil e ociosa mas antes uma tarefa util, vantajosa e edificante.

Afinal a ligação entre os sete primeiros concilios gerais tem sugerido aos racionalistas e incrédulos a tése segundo a qual, tendo sido inventado o dogma da divindade de Cristo pelo primeiro concilio, a doutrina da igreja teve de adaptar-se a ela forjando outras tantas doutrinas subsequentes proclamadas pelos concilios posteriores. De modo que o triunfo do atanasianismo em Nikaia e o triunfo da própria fé nicena após 365 foi causa de todas as tensões doutrinárias surgidas até o século VIII

Os positivistas porém, como o Dr Audiffrent sustentam que o dogma da divindade de Cristo foi inventada pelo apóstolo Paulo...

Por ora deixemos esta questão de lado, para analisar-mos a História dos primeiros concilios e estabelecer as verdadeiras relações existentes entre eles.

Todos temos lido nas Histórias eclesiásticas que Jerônimo o Presbitero, teria exclamado certa vez: Eis que o mundo viu-se ariano e que o arianisno havia solapado quase que por completo a fé ortodoxa.

TODAVIA TAIS PALAVRAS NÃO PASSAM DE PURA E SIMPLES EXAGERAÇÃO.

Afinal proferiu-as Jerônimo após tomar conhecimento de que diversos sínodos e o Bispo romano Libério inclusive, haviam regeitado a partícula "Homousios" - que significa literalmente consubstancialidade, querendo significar propriamente como afirma Lombardo nas sentenças COEXISTENCIALIDADE - SEM NO ENTANTO TEREM REGEITADO A DOUTRINA ORTODOXA DA DIVINDADE DE CRISTO.

E por terem regeitado a particula canonizada pelos trezentos e dezesseis padres de Nikaia (pois Secundo de Ptolomais e Theonas de Mármarica recusaram-se a assinar as atas) passaram a ser chamados impropriamente - como reconheceu S Atanásio - de semi-arianos (pois de arianos nada tinham).

Acontece que passados vinte e cinco anos o mesmo Jerônimo adotou a opinião dos semi arianos, escrevendo numa carta a Dâmaso, recém empossado como Bispo de Roma, pedindo-lhe que admitisse a regeição da partícula "Homousios" tendo em vista o grande tumulto que sua adoção desencadeara, a ponto de parecer-lhe que tal palavra "continha algum veneno".

A verdade é que apesar de ter sido empregada nos escritos e Irineu, Tertuliano e - segundo o testemunho do mártir Pânfilo - Origenes, a expressão "homousius" também fora empregada e de modo abusivo pelos sabelianos e como tal condenada pelo Sínodo de Antioquia congregado por Malkion em 270 com o objetivo de condenar o adocionismo apregoado por Paulo de Samosata.

De modo que os 'tradicionalistas', por fidelidade ao dito sínodo recusava-se a aceita-la.

S Epifânio porém - como podemos ler nas "Questões disputadas" do latino Gabriel Vasquez - marca distinção entre "Synousios" e "Homousios", afirmando que'synousios' significa uma tal unidade de substância que não permite distinção; sendo por isso mesmo preferido pelos sabelianos, enquanto que "homousios" inda que empregado por eles, admite distinções na mesma unidade.

No fim das contas tendo em vista os sofismas com que os arianos e ainda hoje as jeovistas manipulam e corrompem as expressões mais rigorosas como: Deus, Deus verdadeiro, gerado, etc atribuindo-lhes sentidos completamente diferentes daqueles que lhes haviam sido fixados pela tradição, somos levados a confesar que o único remédio capaz de sanear tais males e de impedir tais manipulações era e ainda é o emprego do termo técnico 'homousios', consagrado por Nikaia e mantido inalterado pela igreja em que pesem os dissabores enfrentados por ela.

Desde então só restou aos arianos gritar como os sectários - anabatistas, sabatistas, et aliae - e dizer que 'tal expressão não se encontra nas escrituras sagradas." (fala de Ario contra S Atanásio no dialogo sobre a Trindade contra os arianos de Virgílio de Tapso)

E no entanto esses mesmos arianos que condenavam o emprego do 'Homousios' por não encontra-se tal termo na Bíblia, empregavam do mesmo modo termos que de modo algum se encontravam na Bíblia como 'Transcendente' ou 'ingênito', igualando-se mais uma vez - em hipocrisia - aos hereges de hoje os quais vivem a escrever sobre 'pecado original', 'juizo investigativo', 'corpo governante', 'vinda invisivel' e outras tantas expressões que não se encontram nas Escrituras canônicas.

Antes porém, de entramos no terreno da Cristologia propriamente dita, cumpre-nos fazer uma breve observação sobre a pneumatologia.

Admitindo inclusive que embora a doutrina na S Trindade fosse admitida e professada pela Igreja desde os tempos apostólicos, a terceira pessoa desta Trindade, o Espírito Santo, sempre ficara as sombras, como que oculta ou menosprezada, a ponto de alguns resvalarem em diteismo supondo-a criada e de natureza angelical. Afinal esta terceira pessoa da Trindade nem fora claramente conhecida pelos hebreus, como a do Pai Eterno, nem se encarnara entre nós como o Filho, permanecendo pois, até hoje, na obscuridade, como que envolvida por uma aura de mistério.

Daí certas tendências diteistas apresentadas por alguns homens da Igreja durante dos primeiros séculos e renovadas pelo Patriarca Makedonios logo após o Concilio de Nikaia. A totalidade dos cento e cinquenta padres reunidos em Constantinopla porém - 381 - afirmou que a Igreja sempre reconhecera a divindade do Espírito Santo e condenou, anatematizou e depoz Makedonios e seus sequazes, e por incrivel que pareça não houve com relação a este concilio resistência semelhante a que houvera com relação ao primeiro.

Quanto a Cristologia é absolutamente falsa a alegação segundo a qual sua problemática tivera inicio em Nikaia, afinal por mais de meio século, ninguém lembrou-se de levantar tal questão.

Levantou-a, mais de meio século depois Apolinário, o jovem - 310 a 380 - Bispo de Laodicéia. Homem extremamente sagaz e engenhoso, durante suas polêmicas com os arianos, Apolinário desenvolveu uma teoria cristológica que a seu ver não rompia com a tradição da Igreja - na medida em que admitia a divindade de Cristo - por um lado e que por outro se prestava a golpear de modo tanto mais incisivo aos seguidores de Ario.

Segundo esse homem Jesus era verdadeiro homem, como sempre afirmara a igreja, na medida em que possuia verdadeiro corpo e verdadeira alma - Apolinário era tricotômico - mas não verdadeiro espírito, pois nele, Jesus, o Espírito era substituido pelo Logos ou pela Natureza divina. Conclusão: a natureza humana do Senhor era uma natureza humana incompleta ou mutilada, o que causou furor entre os ortodoxos, sendo o apolinarismo condenado juntamente com o Macedonismo em 381 ou seja um ano após a morte de seu inventor, homem honesto, fiel e que morrera na paz da Igreja.

Era de se esperar que todos os problemas parassem por aqui e que a Igreja passa-se a desfrutar de paz e sossego.

Foi exatamente o que não se deu já porque os seguidores de Apolinário - segundo o testemunho de Leôncio de Bizâncio in "Fraudes dos apolinaristas" - puzeram-se a forjar uma larga série de documentos falsos, atribuindo-os ora a S Atanasio, ora Júlio I de Roma, ora a S Gregório o Taumaturgo.

Desgraçadamente parte desta literatura encontrou acolhida em Alexandria, a ponto do Bispo Kirilo, tomar tais obras, inquinadas de apolinarismo, por obras de S Atanásio.

Seja como for o apolinarismo encontrou grande oposição por parte da Igreja de Antioquia, cujo mestre e teologo Diorodo de Tarso - professor de S Crisóstomo, de Teodoro de Mopsuestes e de Nestor - procurou vindicar a integralidade da natureza humana do Senhor e a distinção entre as duas naturezas, pois os termos empregados até então eram regionais e ambiguos, embora a fé fosse apostólica.

E quanto Nestor em 429/430 ventilou o delicado problema da comunicação de propriedade, Kirilo aproveitou-se da oportunidade para o termo 'MIA FISIS' expressão de natureza dúbia, tomada as falsificações apolinaristas e que tanto podia significar uma natureza, quanto uma pessoa. É certo que para Kirilo, seus sucessores e todos os coptas - que se aferraram a expressão de Kirilo - designou sempre uma pessoa, numa perspectiva puramente ortodoxa, lida entretanto como uma natureza por nestorianos e ortodoxos, fortaleceu a oposição e aumentou a confusão que pouco depois haveria de dar inicio a querela suprema do monofisitismo.

Embora Kirilo, Dioscoro e os coptas jamais tenham tomado mia fisis, por mono fisis, a dita expressão ciriliana, chegando a grande laura de Constantinopla assim foi tomada e traduzida pelo arquimandrita Eutiques, homem tacanho e sem instrução que lavado ao concilio recusou-se a retratar-se.

Basta dizer que o próprio Dióscoros acusado injustamente de monfisitismo por aferrar-se a terminologia do Papa Kirilo, foi um dos primeiros a excomungar Eutiques. Tampouco a Igreja dos armênios, até então em parte nestoriana, adotou as teorias do monge babão, regeitando os decretos de calcedônia por razões de ordem meramente etnicas, politicas e temporais.

A verdadeira igreja herética que renovou a maldição do Docetismo associando-o ao apolinarismo e regeitando aqui a encarnação verdadeira do Verbo e acolá a glorificação de seu corpo físico nos céus, originou-se em Constantinopla mesmo por iniciativa Justianiano, Teodora, Asquideus, Juliano de Halicarnaso e Baradeus, todos negadores da humanidade do Cristo.

Posteriormente todavia Severo de Antioquia, valendo-se de outra terminologia, logrou aproximar esses dissidentes todos da fé ortodoxa, até que o monofisitismo extinguiu-se por completo lá pelos idos do século XII/XIII, passando o jacobismo novamente ao terreno da Ortodoxia, embora formalmente o desencontro permaneça de pé.

Antes que o celeuma tivesse chegado ao fim, o patriarca ortodoxo Sérgio, adito ao Concilio de Kalkedon e adversário do monofisitismo, creu, como Apolinário havia crido com relação aos arianos, ter encontrado uma solução genial tendo em vista a reconciliação dos teimosos jacobitas. Imaginou ele poder negar a doutrina tradicional pertinente as duas vontades do Senhor Jesus Cristo, afirmando que a vontade humana fora como que eclipsada e destruida pela vontade divina e dando origem a doutrina monotelita, recebida pela Igreja monástica dos maronitas e por eles professada até o século XII/XIV - quando por ocasião das Cruzadas associaram-se ao papado tendo em vista resistir ao Islan - segundo o testemunho de seu patriarca Paulo Massad.

Evidentemente que as controvérsias cristológicas pondo em fóco o mistério da encarnação e pondo em equilibrio tanto a divindade quanto a humanidade do Senhor e condenando a regeição de qualquer uma delas como oposta a tradição constante da Igreja, colaborou para que a prática apostólica de se confeccionar imagens pintadas ou icones do Senhor Jesus Cristo, de sua Mãe e de seus apóstolos se dilatasse de vento em popa em que pese as heranças judaicas transcendentes e iconoclásticas igualmente herdadas pela Igreja por parte da sinagoga.

Pois as Icones se prestavam magnificamente para testemunhar já a verdadeira humanidade de Cristo negada pelos monofisitas e já sua natureza divina patenteada pela Encarnação. No fundo a icone de Cristo sempre significou: Deus encarnado ou Deus humanado...

Por incrivel que pareça o ponto culminante deste culto por parte da igreja coincidiu exatamente com o surgimento e a expanssão do Islan, movimento de origem sincrética surgido na árabia por iniciativa do sábio Maomé abu Kassim e tendo por inspirador o arianismo (alem do judaismo é claro pois a mãe de Maome Amina era judia). Dai seu teor iconoclástico que principio pela destruição de todos os idolos e imagens que até então estavam guardados na Caaba de Maca.

É natural que a expansão do islan e seu cárater iconoclástico tenha suscitado ou alimentado aquela herança judaica e iconoclástica ainda presente e bastante viva no seio da Igreja. Herança que certamente não via com bons olhos o crescimento da até então tolerada iconofilia...

Tais os fundamentos da revolução inconoclástica, verdadeira revolução - a última delas no Oriente - judaizante deflagrada no seio da igreja e que minava pela base o mistério da encarnação, como salientou S João Damasceno. Mais uma vez a igreja de Deus foi convulsionada por lutas e batalhas durante cerca de um século, até o triunfo da ortodoxia em 787.

Foi então que pela derradeira vez Oriente e Ocidente se juntaram para condenar uma heresia.

Naquela ocasião congregaram-se trezentos e cinquenta Bispos e doutores sob a presidência do Patriarca Tarasius, tal o sentido da festa que comemoramos sob a designação de festa da ortodoxia.