Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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domingo, 31 de maio de 2009

Mais uma falsificação: o livro de Daniel




"Em nosso antigo testamento é o último dos assim chamados profetas maiores; na Bíblia hebraica todavia pertence a categoria dos escritos (ketubin) Em outras palavras, na bíblia hebraica esta na terceira parte e não na segunda juntamente com os demais profetas.
Diversas explicações tem sido propostas para esta segregação de Daniel com relação ao demais livros proféticos.
MAS, SE O LIVRO FOI ESCRITO DEPOIS DE 170 a COMO É GERALMENTE ADMITIDO NA ATUALIDADE, ESTE FATO É MAIS DO QUE SUFICIENTE PARA ESPLICAR SUA POSIÇÃO 'SUI GENERIS' POIS O CANON PROFÉTICO FORA FECHADO CERCA DE 200 a C...
DANIEL PARECE TER SIDO ESCRITO NOS DIAS DA TERRIVEL PERSEGUIÇÃO PROMOVIDA POR ANTIOCO EPÍFANES, REI DA SÍRIA QUE REINOU ENTRE 175 A 164 a C...
ESTA OBRA REPRESENTA UM INTENTO DE MANTER OS JUDEUS FIÉIS A SUAS TRADIÇÕES, MESMO DIANTE DO MARTÍRIO...
PARA EXPRESSAR SUAS ESPERANÇAS ELES SE APROPRIARAM DA VENERANDA FIGURA DE DANIEL, UM JUDEU DA ANTIGUIDADE DO CATIVEIRO BABILÔNICO OU TALVEZ DA ÉPOCA DA DEPORTAÇÃO DAS DEZ TRIBOS. O PROFETA EZEQUIEL MENCIONA-O JUNTAMENTE COM NOÉ E JÓ ENTRE AS FIGURAS ILUSTRES DO PASSADO...
ATUALMENTE TODOS OS SÁBIOS CONCORDAM EM ADMITIR GERALMENTE QUE OS ARGUMENTOS USUAIS SOBRE OS QUAIS SE PRETENDIA BASEAR A PATERNIDADE DE DANIEL NÃO SÃO DE FORMA ALGUMA CONCLUDENTES...
ENTRE AS DIVERSAS RAZÕES QUE TEM LEVADO OS ERUDITOS A ESTA CONLUSÃO, ALISTAREMOS AS SEGUINTES:
  • NO CANON JUDAICO DO ANTIGO TESTAMENTO ESTE LIVRO NÃO ESTA INSERIDO ENTRE OS PROFETAS, MAS NUMA COLEÇÃO POSTERIOR INTITULADA ESCRITOS.
  • A LINGUAGEM DO LIVRO, MISTURA DE HEBRAICO E ARAMAICO, REFERE A UMA ÉPOCA MUITO POSTERIOR AO CATIVEIRO.
  • O EMPREGO DE TERMOS PERSAS E GREGOS REFORÇA ESTA HIPOTESE.
  • OS DADOS HISTÓRICOS INSERIDOS NOS CAPÍTULOS 2, 7 e 11 MOSTRAM APENAS UMA VAGA FAMILIARIDADE COM OS ACONTECIMENTOS PERTINENTES A ÉPOCA DO CATIVEIRO E A DOS PRIMEIROS TEMPOS DO RETORNO...
  • OS CONCEITOS TEOLOGICOS EXPRIMIDOS NESSA OBRA ESTÃO MUITO MAIS PRÓXIMOS DAS PSEUDO EPIGRAFES COMPOSTAS NOS SÉCULOS II E I a C QUE DOS DEMAIS LIVROS CANÔNICOS." in "Comentário bíblico de Abingdon." Tomo I, Buenos aires, Aurora, p 770 sg
EXCURSO -

Ao que tudo indica existiu de fato um vidente de nome Daniel ou Danel, o qual deve ter se tornado conselheiro de Nabonido, Baltazar e quiçá de Ciro o grande.

Logo após sua morte os judeus de Babilônia atribuiram-lhe uma série de feitos originalmente atribuidos aos deuses e heróis babilônicos especialmente os que se referem a Gilgamesh, o 'encantador de feras', tal a origem da "Cova dos leões". Doravante Daniel ou Danel passou a ser encarado por seus compatriotas como uma espécie de "Gilgamesh" hebreu...

Muito provavelmente Daniel ou Danel legou a posteridade alguns oráculos inspirados referentes a vinda e a missão do Messias. Quando da composição do nosso 'romance' tais oráculos foram agregados a narrativa e inseridos aqui e acolá.

Temos portanto diante de nós um núcleo profético de cárater sobrenatural inserido numa obra de ficção composta muito depois, por volta do segundo século a C.

Já por ter vivido cerca de quatro ou cinco séculos afastado dos eventos que pretendia narrar o autor do livro de Daniel resvalou em erros assaz clamorosos e indefensaveis.

Em vão as "Testemunhas de Jeová" tem pretendido salvaguardar a infalibilidade histórica deste livro, POIS SABEM MUITO BEM QUE BALTAZAR, FILHO E REGENTE DE NABONIDO, FOI DERRUBADO POR CIRO O PERSA E QUE NÃO HOUVE QUALQUER INTEREGNO MEDA ENTRE UM E OUTRO...

Entrementes, nosso 'Daniel' fabrica a um 'Dario o medo' e o introduz da narrativa:

"Nessa mesma noite, o rei Baltazar foi assassinado e Dário, o medo tomou o poder." Dn 5,30

"DE DARIO O MEDO NADA SE SABE. PARECE QUE O AUTOR DO LIVRO CRIA QUE O GOVERNO HAVIA PASSADO DOS BABILONICOS AOS MEDOS E QUE DARIO FOI O PRIMEIRO REI DA NOVA DINÁSTIA. OS HISTORIADORES NÃO TEM NOTICIA ALGUMA SOBRE UM REINO MEDO ENTRE A DOMINAÇÃO BABILÔNICA E A PERSA." in 'Comentário de Abingdon" p 776

"DARIO O MEDO É DESCONHECIDO DOS HISTORIADORES, ALIAS, CIRO 'O PERSA' JÁ HAVIA SUMETIDO OS MEDOS ANTES DE TOMAR BABILÔNIA." Bíblia de Jerusalem, nota loc. cit.

Até mesmo a STV teve de se contentar em emitir estas palavras:
"Embora os 'altos críticos' da Bíblia tenham levantado dúvidas quanto a exatidão histórica do livro de Daniel, as descobertas arqueologicas, o decOrrer dos anos, REFUTARAM COMPLETAMENTE AS ASSERÇÕES DELES." in "Toda a escritura é inspirada por Deus e proveitosa." p 132

Concedemos sem resistência que alguns elementos da narrativa - tais como fornos crematórios e covas com animais selvagens - foram corroborados pelas descobertas, sem embargo, INDA ESTAMOS BEM LONGE DUMA 'REFUTAÇÃO COMPLETA' NOS TERMOS DA STV...

Pois quanto mais os arqueologos tem cavado e desenterrado monumentos mais provas e evidência tem se acumulado quanto ao fato DE CIRO O PERSA TER SUCEDIDO AO CALDEU BALTAZAR FILHO DE NABONIDO. Quanto ao tal Dario o medo, nem uma linha, nem um palavra, nem um traço... é como se jamais tivesse existido apesar do 'Completamente' da STV.

Alguns comentaristas desesperados tem identificado Dario o Medo com Dario de Hysdape, sucessor de Cabisses filho de Ciro. Deste modo a emenda sai pior do que o soneto...
Já porque no capítulo sexto, verso vigesimo primeiro Ciro o grande é apresentado como sucessor de Dario... Neste caso o erro é manifesto porquanto Dario de Hysdape assumiu o trono em 518 após o assassinato do falso Ismerdis e o pacto dos nobres (Heródoto - tomo I).
Tivesse Daniel vivido sob Dario de Hysdape, seria forçoso admitir que chegou aos cento e dez anos de idade... agora insinuar que Daniel viveu sob Ciro 'o persa' e que Ciro o persa sucedeu a Dario em 486 equivale a insinuar que Daniel atingiu a cifra dos cento e quarenta anos...

Logo, temos uma sucessão absolutamente exata: BALTAZAR> CIRO 'O PERSA' > CAMBISSES > GAUTAMA (FALSO ISMERDIS) > DARIO DE HYDASPE E SEU FILHO XERXES...

E uma sucessão ficticia: BALTAZAR > DARIO 'O MEDO' (Dn 5,30) > CIRO 'O PERSA' (Dn 6,29) > CAMBISSES...

Estamos pois diante de dois erros clamorosos e duma sucessão imaginária ou equivocada.

E podemos desafiar a todos os fundamentalistas da face da terra exigindo que nos mostrem 'descobertas arqueologicas' que corroborem a cronologia dinástica do livro de Daniel!!!

Para o fundamentalista não há outra saida senão apelar para um futuro vago e sempre postergavel, alegando que no futuro tais provas virão a luz para a confusão dos incrédulos ou sustentar publicamente que nossos documentos e fontes arqueologicas foram produzidos ou por Deus (com o objetivo de enganar os homens e dificultar sua salvação) ou pelo Demônio, convertido destar-te em Criador.
Pois como veremos ao tratar do criacionismo, da evolução e dos fósseis as únicas saídas para o fundamentalismo são igualmente desonrosas, pois de um lado convertem deus em demônio e por outro convertem o demônio em criador...

Ora afirmando a malignidade do Santo e Bendito ou transformando o Diabo num segundo princípio os protestantes se relevam como verdadeiros adptos da falsa gnose e reproduzem os delírios de seu pai Lutero.

Eis o preço que tem de pagar por sua teoria fetichista de inspiração, pela autoridade do Velho Testamento e por suas fábulas... a criação de um anti-evangelho...

Assim o amor a lei e aos escritos hebraicos destroem neles todo amor e respeito para com Jesus e seu Evangelho...










Dos nomes dos anjos.


Em nosso artigo sobre os Anjos (blog 'Vida Cristã') assim nos expressamos sobre a origem da crença nesses seres:



"Os primitivos hebreus nada sabiam sobre anjos e os saduceus - que aceitavam apenas e tão somente o pentateuco sob as ressenções mais antigas do javismo e eloismo - foram os derradeiros guardiães dessa tradição vetusta...


Os anjos tal e qual lhos conhecemos só foram conhecidos pelos hebreus e admitidos em seu credo durante o domínio persa.


Originalmente tais criaturas pertencem ao zoroastrismo ou mazdeismo, não ao mosaismo e menos ainda ao Cristianismo.


A primeira menção categorica a tais seres pertence ao livro de Daniel, pseudo epigrafe composto no século II a C ou seja tres ou quatro séculos após o domínio persa.


O Livro de Tobiel que é da mesma época também menciona um certo anjo Rafil cultuado até hoje em nossas igrejas..."





Ora acrescentamos as seguintes palavras de Voltaire:


"Os hebreus - povo conduzido pela própria divindade - a princípio não deram nomes aos anjos que por fim Deus condescendia em enviar-lhes. TOMARAM DE EMPRÉSTIMO OS NOMES QUE LHES DAVAM OS CALDEUS, QUANDO A NAÇÃO JUDAICA ESTEVE CATIVA NA BABILÔNIA. MIGUEL E GABRIEL SÃO REFERIDOS PELA PRIMEIRA VEZ POR DANIEL, ESCRAVO DAQUELES POVOS. O JUDEUS TOBIAS, QUE VIVIA EM NÍNIVE, CONHECEU O ANJO RAFAEL, QUE VIAJOU COM SEU FILHO PARA AJUDA-LO A REAVER CERTA SOMA QUE LHE DEVIA O JUDEU GABAEL." in D. F pp 28

As duas idades do pai Abraão.



]

"Reza o Gênesis que tinha Abraão, setenta e cinco anos ao emigrar do país de Haran, após a morte de seu pai Tareu, o oleiro. O mesmo Gênesis, porém, diz que este Tareu, tendo gerado Abraão aos setenta anos, viveu até a idade de duzentos cinco anos, e que Abraão só saiu de Haran depois da morte do pai." D. F. Ed Atena - SP - 1956 pp 10


Explanatio:


Como a maior parte dos nossos fundamentalistas não compreende muito bem os mistérios da aritmética, vou traduzir para o português claro -


Primeiro texto (saida de Haran): Gen 12,4 "Com setenta e cinco anos saiu de Haran."


O segundo texto - que Voltaire omite - PERTENCE AO DIVINO E PERPÉTUO TESTAMENTO DE CRISTO: "Saiu da Caldéia e veiu a Haran, donde saiu após a morte de seu pai." Atos 7, 4

Pois: "Morreu Terá em Haran." Gn 11,32


Texto segundo de Voltaire (e terceiro nosso):


"Viveu Terá setenta anos e gerou Abraão, Nahor e Haran." Gen 11,26


Texto terceiro: "E foram os dias de Taré duzentos e cinco anos." Gn 11,32




CÁLCULOS MATEMÁTICOS IRREFRAGÁVEIS:



1) Se Taré gerou Abraão com setenta anos e veio a morrer com duzentos devemos concluir que quando taré faleceu Abraão contava com cento e trinta e cinco anos.


Pois 205 - 70 = 135


2) Se Abraão só saiu de Haran após a morte de seu pai - COMO AFIRMA A INSPIRAÇÃO > Atos 7,4 - deve ter saido de lá com cento e trinta e cinco anos.



3) Entretanto gn 12,4 afirma que saiu de Haran com setenta e cinco anos.



Mas -


70 (Terá) + 75 (quando Abraão saiu de Haran Gn 12,4) = 145 (idade de Terá por ocasião da saida de Abraão segundo Gn 12,4).


Logo: Se Terá faleceu com 205 anos de idade Abraão deve ter saido de Haran (conforme gn 12,4) cerca de 60 anos antes da morte de seu progenitor.


Entretanto S Estevão - nimbado pelo Espírito Santo - afirmou que Abraão só saiu de Haran após o falecimento de seu pai.




Conclusão final:


Ou esta correto o computo de Genesis ou está correto o computo de Atos dos apóstolos.


Se um estiver certo o outro só pode estar errado.


Como Cristão sustento a inerrancia dos Atos contra a inerrancia dos escritos judaicos e concluo que mais uma vez o Genesis e o testamento de que faz parte estão errados.
PS - Tive a oportunida de ler comentários escritos por teologos protestantes os quais alegavam que o texto errado (logo falivel) era o de Atos ou seja o do Novo Testamento.
Estevão - iluminado pelo Espírito Santo de profecia - teria se equivocado enquanto que o redator anônimo do Gênssis estaria correto.
Eis até onde chega a cegueira dos sectários e judaizantes.
Que o Senhor Jesus Cristo se compadeça desses miseráveis infiéis!

Autor muçulmano esmaga nossos fundamentalistas


Desta vez não vou dar vezo a minha indignação de cristão e clamar contra este homem que expõe uma criança inocente, seu filho alias, a inclemência do sol e a sanha das feras que habitam no deserto para satisfazer aos caprichos de sua senhora...
Não pisarei o terreno da moral...
Tendes a cena diante dos olhos, cada um releia as palavras do Salmo: "DA BOCA DAS CRIANÇAS SAI O LOUVOR MAGNÍFICO" ou do Verbo: "DEIXAI QUE A MIM VENHAM AS CRIANCINHAS" e medite...
Os ímpios jamais admitirão que o patriarca hebreu foi um pai desnaturado porquanto os registros não lho denunciam ou condenam... QUE CADA FUNDAMENTALISTA ATIRE SEUS FILHOS A CATINGA, OU A FLORESTA, OU AO CAMPO... IMITANDO AO SANTO HOMEM, POSTO QUE OS SANTOS DEVEM SER IMITADOS!
Basta, limitar-me-ei a transcrever um texto que aponta as contradições internar da narrativa e a convidar nossos fundamentalistas de plantão a refuta-lo:
"Se aceitarmos a versão da Bíblia, enfrentaremos sérias contradições, porque está claro no Gênesis 16,16 que Abraão tinha oitenta e seis anos quando Ismael veio ao mundo, e conforme o mesmo livro 21,5, era de cem anos quando Isaac nasceu, isto quer dizer que Ismael era de catorze anos quando Isaac nasceu.
Mas, conforme Genesis 21,14-19 diz-nos que Ismael era uma criança de colo, E AINDA DEACORDO COM GENESIS ISTO SE SUCEDEU APÓS O DESMAMAMENTO DE ISAAC. ORA OS TEOLOGOS BÍBLICOS ADMITEM QUE AS CRIANÇAS ERAM DESMAMADAS AOS TRÊS ANOS, LOGO CHEGAMOS A CONCLUSÃO DE QUE ISMAEL TERIA DEZESSETE ANOS QUANDO FORAM ABANDONADOS...
COMO AGAR PODERIA CARREGA-LO EM SEUS OMBROS UM MOÇO DE DEZESSETE ANOS? DO CONTRÁRIO MAIS FÁCIL SERIA ELE CARREGAR A MÃE...
AO ANALISAR BEM ESTES VERSOS E ESTAS CONTRADIÇÕES CHEGAMOS A CONCLUSÃO DE QUE A BÍBLIA - no que tange ao Velho Testamento o autor esta absolutamente correto - TEM ALGUMAS VERACIDADES, A PAR DE ADIÇÕES HUMANAS." in Aminuddin Mohamad, iden, p 30

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Desde quando baleia é peixe?


O Senhor fez que ali se encontrasse um grande peixe para engolir Jonas, e este esteve três dias e três noites no ventre do peixe. Jn 2,1
et præparavit Dominus piscem grandem ut degluttiret Jonam et erat Jona in ventre piscis tribus diebus et tribus noctibus


Tanto AM quanto a vulgata latina seguem aqui o ORIGINAL HEBRAÍCO do livro de Jonas.


Nem é preciso dizer que para a totalidade dos sectários o hebraico constitui o texto repectus ou seja normativo do Testamento Velho. Para eles os LXX não passam duma corruptela e alguns como a Sra Mary Schultz chegam mesmo a questionar a sua existência.
Não há pois remédio senão admitir que a palavra inspirada e infalivel de deus - em seu original hebraico - afirma que um homem, Jonas, foi engolido por um grende peixe, por um grande peixe de água salgada.

Sabemos no entanto que nenhum peixe de água salgada - talvez nem mesmo o tubarão baleia - possui o ventre suficientemente amplo para abrigar a um homem adulto.


Diante deste 'probleminha' os sectários alegam que em hebraico a palavra vertida por 'grande peixe' também pode ser vertida por monstro.


E de fato em Ezequiel muitos costumam a verte-la por dragão...


Entretanto o que é um monstro?


Eis o que nos diz o preclaro ornamento dos dicionáristas nacionais (AM e Sva.):

"Produção contra a ordem regular da natureza... animal que apresenta no todo ou parte estrutura diferente de sua espécie ou sexo... extraordinário." II tomo, 371


Estamos pois diante do dragão de Ezequiel, do Leviatan, do Behemot, do Basilisco e de outras criaturas do gênero irmãs gêmeas da Hidra e da Quimera...
Tal a opinião de Moshe Leon, que no Zoar refere-se ao peixe que engoliu Jonas como "Shalshelet ha-Kabbalah" e explicando que se tratava de um peixe criado por Javé já nos primórdios do mundo com o intuito de hospedar o profeta, que Jonas passou por sua boca como quem passa pelo pórtico da sinagoga de Seforis, que os olhos do peixe lhe serviam de janelas, que acendeu lamparinas dentro dele e que era capaz de observar tudo quanto se passava do lado de fora através duma perola que funcionava como bola de cristal...


Por isso que os conservadores - como o autor do "Manual Bíblico", Lisboa, 1885 - fazem questão de anotar que "Deus preparou o peixe" ou seja tratar-se-ia duma espécie de monstro criado propositalmente por deus com o objetivo de engolir o vate judaico.


Posto de lado o monstro cumpre observar que as traduções protestantes em sua quase que totalidade designam a dita criatura sob a alcunha de grande peixe, tanto mais conforme a acepção do próprio hebraico a que seguem.


Permanece pois de pé o problema...


Nenhum peixe de água salgada - nem mesmo o tubarão baleia - é capaz de conservar um ser humano vivo no interior de sua cavidade abdominal, o único ser ou animal marítimo hipoteticamente capaz de faze-lo é a Baleia.


Donde os LXX consignam: kai prosetaxen kurioV khtei megalw katapiein ton iwnan kai hn iwnaV en th koilia tou khtouV treiV hmeraV kai treiV nuktaV


khtei megalw = baleia grande


E o Verbo da vida:


wsper gar hn iwnaV en th koilia tou khtouV treiV hmeraV kai treiV nuktaV outwV estai o uioV tou anqrwpou en th kardia thV ghV treiV hmeraV kai treiV nuktaV Mat 12,40


koilia tou khtouV = ventre da baleia


Pois a raiz de Khtei e Khtouv (Ketos) é a mesma (KHT = baleia).



Portanto o ser envolvido na questão - se devemos compreender a história literalmente - é um mamifero, a baleia. Di-lo o Cristo Bendito sancionando a versão grega do Testamento Velho.


Conclusão: A Bíblia hebraica incide, mais uma vez, em erro tomando por peixe o que na verdade é um mamifero.


Pois a baleia tal e qual o morcego tem filhos e lhos amamenta.
Foi Aristoteles - Gliesch R p 05 - que incluiu a Baleia entre os mamiferos, duzentos anos antes que Jonas fosse vertido para o grego e trezentos e cinquenta anos antes de Cristo.


Afinal peixes põe ovos e não dão de mamar a seus filhotes


Não se trata pois - como poderia sugerir alguma mente transtornada - dum peixe que tem filhos e amamenta...


Trata-se antes de um mamifero - mamifero que mama - que nada...


Como o morcego é um mamifero que voa.


Pois mamifero não quer dizer: ser que vive na terra, mas ser que deita crias e as amamenta, coisa que peixe ou ave alguma faz.


Evidentemente que Deus, tendo concebido todos os seres vivos, tem pleno conhecimento disto.


Quem não lho teve certamente foi o redator da profecia de Jonas.


Diremos por isso que seu este livro não corresponde a um propósito divino de natureza etico/moral?


Longe de nós tal pensamento.


O que dizemos e dizemos em alto e bom som porque nosso Mestre nos mandou amar a luz e não as trevas é que o proposito do livro não é dissertar sobre zoologia (pois baleias não são peixes), botânica ou qualquer outra ciência ou disciplina profana, mas atribuir a Deus um gesto de compaixão que até então não se ousava atribuir-lhe.


A mensagem do livro e sua parte verdadeiramente inspirada e infalivel se encontra no derradeiro verso:


E então, não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil seres humanos, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e uma inumerável multidão de animais?... Jn 4,11


Conhecem os protestantes as escritura, ignoram no entanto sua verdadeira finalidade (ético/religiosa) bem como a verdadeira natureza e o verdadeiro cárater de Deus... Sua idolatria para com o livro transforma-os em guias cegos que conduzem outros tantos cegos ao abismo da superstição.


Que o Verbo perfeito se compadeça deles e lhos perdoe porque não distinguem a mão direita da esquerda. Não eles não sabem o que fazem.






Vago



"A verdade não pode existir em coisas que divergem." Jerônimo de Stridon

Provérbios 26






v 4:"Não respondas ao néscio segundo sua insensatez, para não seres semelhante a ele."


v 5: "Responde ao tolo segundo sua loucura para que ele não se julgue sábio aos seus olhos."


Versão Ave Maria. (e também o espanhol Felix T. Amat)










Non rispondere allo stolto secondo la sua stoltezza per non divenire anche tu simile a lui.

Rispondi allo stolto secondo la sua stoltezza perché egli non si creda saggio.

Diodati




No respondas al necio según su necedad, no sea que tú también te vuelvas como él.

Responde al necio según su necedad, no vaya a creerse que es un sabio.

Nacar Colunga

Scio, 1858 eaden



Nunca respondas al necio como merece su necedad...

Responde al necio como merece su necedad...

Valera




Ne réponds pas à l`insensé selon sa folie, De peur que tu ne lui ressembles toi-même.

Réponds à l`insensé selon sa folie, Afin qu`il ne se regarde pas comme sage.

Jerusalem


Crampon, ed 1905 eaden



Answer not a fool according to his folly, lest thou also be like unto him.

Answer a fool according to his folly, lest he be wise in his own conceit.

KJV



Ne respondeas stulto juxta stultitiam suam ne efficiaris ei similis

Responde stulto juxta stultitiam suam ne sibi sapiens esse videatur

Vulgata



Almeida entretanto:

Não respondas ao tolo segundo sua estultícia...

Responde ao tolo segundo sua estultícia...




E o Pe Antonio Pereira de Figueiredo:

Não respondas ao louco segundo sua loucura...

Responde ao louco segundo sua loucura...


Pe Matos Soares, 1955 eaden



Caso conhecessemos somente versão da AM e apenas os rudimentos da lingua terçada por Camões, não nos surpreenderiamos diante dos termos: néscio, insensatez, tolo e loucura...

A intenção do tradutor - que segue as pegadas do clérigo espanhol Amat - é justamente esta: ocultar mais uma escandalosa falha da Bíblia infálivel...

Falha patenteada por todas as outras traduções expostas num total de nove.

Segundo as nove versões o sábio hebreu teria se expressado assim:


4 - Não respondas ao louco conforme sua loucura...

5 - Respondas ao louco conforme sua loucura...


O primeiro verso é de predicação negativa pois comporta a partícula NÃO, enquanto que o segundo é de predicação afirmativa trazendo o verbo no imperativo: respondas.

Portanto o que o versículo de cima proibe-nos de fazer: 'responder ao louco no mesmo tom' o versículo de baixo aconselha-nos a fazer.

Porque o negativo e o afirmativo se chocam e se excluem mutuamente.

Estamos pois diante duma contradição insofismável e onde há contradição não pode haver verdade.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Menti, menti e algo há de ficar... mais manhas protestantes!


"Negais a sobrevivência da alma? Um mago poderia faze-la aparecer diante de vós." Lactâncio
Desde de que surgiu o protestantismo tem vivido e se alimentado de farças e mentiras.


E não há arma por mais desonesta que seja que não empregue contra seus adversários sejam ortodoxos, espiríticos, romanos, agnóstas, ateus, etc


Rejido pela ímpia doutrina do solifideismo o protestantismo apela a toda sorte de manobras e estratégias com que destruir a divina revelação, uma única vez entregue aos santos para a incorruptibilidade.


Não somos espíritas, muito pelo contrário encaramos todos os fenômenos espíriticos ou quase todos sob o prisma do animismo. Estamos firmemente persuadidos que os 'espíritos' não passam de espíritos encarnados ou seja de emanações ou poderes da alma humana.


Entretanto não nutrimos ódio quanto o espiritismo mas pelo contrário encaramos sua teologia centrada no Novo e não no Velho testamento, sua escatololia restauracionista e sobretudo sua moral, pautada no amor com a maior boa vontade e simpátia.


O protestantismo odeia ao espiritismo qual uma sapo odeia a andorinha...


Porque o espiritismo, mesmo sendo um sistema falso ou puramente humano, comporta, sem embargo elementos belos e de origem divina. O protestantismo é só trevas, só feiura, só vulgaridade...


Por isso odeia ao espiritismo, seu maior rival - juntamente com o romanismo tradicionalista, a ortodoxia e agnosticismo - no que diz respeito as classes mais ilustradas. Cercado por quatro lados o protestantismo não avança em tal terreno...


Apenas os iletrados, analfabetos, alienados, etc continuam a abraça-lo como ópio que é...


Entretanto o protestantismo é inacapaz de combater já a desmoralizada igreja romana, já o espiritismo no terreno do Testamento Novo ou do Evangelho.


Para ser bem sucedido deve recorrer necessariamente ao Velho Testamento e judaizar. Daí a teoria da inspiração verbal e plenária a que tanto se apegam como tabua de salvação.


Como o Cíclope só se sentia a vontade dentro de sua caverna o protestantismo só se sente a vontade dentro da caverna judaica... a luz do evangelho da graça fere seus olhos.


Como um morcego ou uma toupeira ele não pode contemplar o Sol dos oráculos divinos.


Como o cogumelo floresce na estrumeira e o corvo insidioso se deleita em aspirara as emanações deletérias do lôdo o protestantismo se deleita apenas e tão somente nos livros dos judeus e com eles ataca aos espíritas tachando-os de necromantes e os cristãos tachando-os de idólatras...


Porque Jesus de Nazaré, nosso Verbo encarnado e Mestre infalivel, Jesus jamais condenou o espíritismo ou a confecção de imagens, e tampouco os apóstolos seus enviados.


Para condenar já o Cristianismo, já o espiritismo o protestantismo deve fazer petição ao Testamento Velho e abolido que substituido pelo Novo não vigora mais.


Entretanto quando vai ao Testamento antigo inda assim o protestantismo se enrrola todo, porque o testamento dos judeus não é redutivel a sua teologia... A teologia protestante não se encaixa nem mesmo nos escritos dos judeus, só se encaixa menos nas cabeças tontas de seus adeptos.








Verdade é que os espíritas já deram aos protestantes uma resposta digna de sua malignidade perguntando-lhes porque não cumprem mais a lei do levirato posto que se encontra lá no testamento antigo de par com a condenação feita a necromância... mas os protestantes não querem saber de levirato ou de comida Kosher... escolhem do testamento antigo o que lhes agrada ou apraz e regeitam sem escrupulos a todo o resto. Nem sequer ao testamento Velho sabem ou querem honrar...








A palavra inspirada e infalivel aconselha-os a "Dar bebida forte aos que perecem, e vinho aos amargurados de espírito; para que bebam, e se esqueçam de sua pobreza, e de suas fadigas não se lembrem mais." prov 31,6 mas eles como perfeitos maniqueus - é C S Lewis quem o diz - condenam o uso do vinho...


Entretanto não desistem...


Segundo sua teologia composta por Lutero e Calvino as almas dos mortos não podem aparecer de modo algum seja porque dormem na sepultura ou porque estão como que presas numa cela.


Portanto se dormem ou estão presas é impossivel que sejam evocadas ou que se comuniquem com os vivos.


Se as almas se desfizeram como pensavam os saduceus representantes da tradição avoenga, se estão em estado comatoso ou presas em compartimentos não pode haver necromância.


Sem espíritos não pode haber evocação de espiritos...


Entretanto o testamento Velho diz:



Lv 19.31 :Não vos voltareis para os que consultam os mortos nem para os feiticeiros; não os busqueis para não ficardes contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus.

Lv 20:6 : Quanto àquele que se voltar para os que consultam os mortos e para os feiticeiros, prostituindo-se após eles, porei o meu rosto contra aquele homem, e o extirparei do meio do seu povo.

Lv 20:27 :O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro, certamente será morto. Serão apedrejados, e o seu sangue será sobre eles.

Dt 18:11: nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos.




É a propria bíblia judaica que contraria a teologia protestante ao proibir que os mortos sejam consultados.


Imaginemos por um momento que os protestantes teem razão e que os mortos não podem aparecer ou ser consultados...


Então porque cargas dagua o legislador hebreu teria proibido seus súditos de entrar em contado com eles?


Imaginemos que seja impossivel estacionar nossos carros diante de quaisquer garagens... neste caso - hipotético - porque o municipio haveria de criar uma lei multando aqueles que estacionam seus carros diante duma garagem qualquer...


Imaginemos um estado hipotético em que não haja fumo ou cigarro... como poderiam existir leis contra o fumo ou organizações anti tabagistas.


Imaginemos que os direitos humanos não pudessem ser violados... qual seria o sentido das nossas organizações em defesa dos direitos humanos?


Ao afirmar que as aparições ou comunicações da parte dos mortos são impossiveis os protestantes estão afirmando justamente isto: que seu velho testamento se deu ao trabalho de condenar ações impossiveis de serem realizadas!!!


Os mortos jamais aparecem ou podem se comunicar com os vivos, entretanto o pentateuco condena aqueles que CONSULTAM OS MORTOS.


Pois a palavra inspirada não diz como deveria se fosse o caso: aqueles que passam por consultar os mortos ou que figem, ou que pretendem consulta-los, mas AQUELES QUE CONSULTAM OS MORTOS, ou seja aqueles que lhos consultam de fato, verdadeiramente.


Criam pois os judeus do tempo de Saul e David na possibilidade de se evocar aos mortos ou de ser vizitado por eles. Daí a promulgação das ditas leis anti-espiríticas...


Evidentemente que o Testamento antigo - como belo acervo de contradições que é - também comporta textos DE ORIGEM MUITO MAIS ANTIGA, os quais supõe que a alma inexista - a crença original dos povos semitas (materialismo) - ou que durma na sepultura ou ainda que passe a viver num reino de sombras (no tempo de Saul e Samuel os hebreus já haviam atingido esta fase).


Nos derradeiros livros compostos pelos judeus como Daniel e Sabedoria já nos deparamos com as doutrinas clássicas da ressurreição (recebida do mazdeismo) e da imortalidade descarnada (importada da Grécia)...


Mas tornemos a questão das aparições dos mortos.


Apesar do horror instintivo que os conservadores e fundamentalistas nutrem com relação a comunicação com os mortos ou quanto sua simples aparição - pois sabem deduzir as consequências teologicas de tais fatos - o Testamento antigo comporta ao menos um testemunho positivo e irrefragavel neste sentido.


Refiro-me a aparição de Samuel a Saul referida em I Samuel 28. verdadeira pedra no sapato do fundamentalismo.


O texto em questão é bastante, simples, objetivo e claro pois não se trata duma exposição teologica mas duma breve narrativa de cunho historico, cuja veracidade parece ser admitida até mesmo por De Wette e Horne, ei-la:




7.
O rei disse aos seus servos: Procurai-me uma necromante para que eu a consulte. Há uma em Endor, responderam-lhe.
8.
Saul disfarçou-se, tomou outras vestes e pôs-se a caminho com dois homens. Chegaram à noite à casa da mulher. Saul disse-lhe: Predize-me o futuro, evocando um morto; faze-me vir aquele que eu te designar.
9.
Respondeu-lhe a mulher: Tu bem sabes o que fez Saul, como expulsou da terra os necromantes e os adivinhos. Por que me armas ciladas para matar-me?
10.
Saul, porém, jurou-lhe pelo Senhor: Por Deus, disse ele, não te acontecerá mal algum por causa disso.

11.
Disse-lhe então a mulher: A quem evocarei? Evoca-me Samuel.

12.
E a mulher, tendo visto Samuel, soltou um grande grito: Por que me enganaste?, disse ela ao rei. Tu és Saul!
13.
E o rei: Não temas! Que vês? A mulher: Vejo um deus que sobe da terra.

14.
Qual é o seu aspecto? É um ancião, envolto num manto. Saul compreendeu que era Samuel, e prostrou-se com o rosto por terra.
15.
Samuel disse ao rei: Por que me incomodaste, fazendo-me subir aqui? Estou em grande angústia, disse o rei. Os filisteus atacam-me e Deus se retirou de mim, não me respondendo mais, nem por profetas, nem por sonhos. Chamei-te para que me indiques o que devo fazer.

16.
Samuel disse-lhe: Por que me consultas, uma vez que o Senhor se retirou de ti, tornando-se teu adversário?
17.
Fez o Senhor como tinha anunciado pela minha boca: ele tira a realeza de tua mão para dá-la a outro, a Davi.
18.
Não obedeceste à voz do Senhor e não fizeste sentir a Amalec o fogo de sua cólera; eis por que o Senhor te trata hoje assim.
19.
E mais: o Senhor vai entregar Israel, juntamente contigo, nas mãos dos filisteus. Amanhã, tu e teus filhos estareis comigo, e o Senhor entregará aos filisteus o acampamento de Israel.
20.
Saul, atemorizado com as palavras de Samuel, caiu estendido por terra, pois estava extenuado, nada tendo comido todo aquele dia e toda aquela noite.



Como se pode depreender da leitura - desde de que a façamos livremente, sem travos teologicos - Saul recorreu a uma medium para que esta lho puzesse em contato com Samuel e de fato ou a mulher o fez, ou, como afirmam os expositores papistas, Samuel aparece antes mesmo que a mulher inicia-se seus encantamentos, surpreendendo-a, repreendendo o rei e vaticinando seu trágico fim.


Acontece que a teologia protestante não pode sofrer um agravo assim tão forte que conceda aos mortos o conhecimento do futuro...


Sua teologia - irmã gêmea da saducéia - não pode admiti-lo sob a pena de chegar a comunhão dos Santos e outras doutrinas tipicamente Cristãs, que eles protestantes afirmam terem sido inventadas pelo papa romano ou por Constantino...


Era necessário pois jogar areia ou obscurecer a narrativa de Samuel 28.


E como a figura do Demônio - que faz sua primeira aparição em Isaias - se presta a tudo, logo enfiaram o tal do Demônio no presente texto sem dar a mínima para o fato de que aqui em Sam 28 - o Demônio não é citado nem sequer por apelido...








O amigo leitor poderá ler quantas vezes quizer o texto acima e a menos que algum tradutor lhos tenha inserido não encontrará alusão alguma seja a Satanaz, a Belzebu, a Lúcifer, a Diabo... ou a qualquer um desses seres tão caros a teologia protestante.


Sem divindade de Cristo o protestantismo vive - as Tjs são a maior prova disto - sem Diabo não. o protestantismo depende do capeta para viver apavorando os outros... é uma religião de terror e não de amor.


Alegam os sectários que Samuel é um Demônio disfarçado...


Mas quem diz isto eles ou a Bíblia infalivel?


A Bíblia infálivel diz pura e simplismente: A MULHER VIU SAMUEL (e não a mulher viu o Diabo como dizem os protestantes) v 12


SAMUEL FALOU (e não Lúficer falou como afirmam os protestantes) v 16


SAUL ATERRORIZADO COM AS PALAVRAS DE SAMUEL ( e não atemorizado com as palavras de Satanaz disfarçado) v 20


A Bíblia inspirada e infalivel diz três vezes Samuel e nenhuma vez Diabo e os protestantes ainda teem a cara de pau e o cinismo de dizer que se trata do Diabo disfarçado.


Assim até mesmo o arcanjo Gabriel passa por Diabo disfarçado...


Nem mesmo para interpretação de quinta categoria isto serve, pois se trata de negação nua e crua.


A escritura hebraica diz uma coisa: Samuel e os protestantes outra: Diabo.


Mas onde que esta o Diabo? No texto?


Não, apenas na mente dos protestantes?


O autor de I Samuel não meciona Diabo algum, quem lho menciona são os leitores protestantes...


Entretanto que diz a tradição hebraica sobre o assunto?


Para nós que como Jesus e seus apóstolos seguimos o Canon da diáspora ou dos helenistas, vulgarmente conhecido por canon dos setenta, não há dúvida alguma de que:



"Depois disso, adormeceu e apareceu ao rei, e lhe mostrou seu fim (próximo); levantou a sua voz do seio da terra para profetizar a destruição da impiedade do povo." Eclo 46,23


Para aqueles que não reconhecem a canonicidade do texto fica patente qual era a tradição judaica mais antiga.


Josefo é do mesmo parecer afirmando sobre esta passagem que "A alma de samuel foi interrogada." baseando-se conforme se supõe num antigo Targum ora perdido.


O mesmo refere o Doutor Tanchuma (in Tanchuma 63,2) ao escrever que: "Dois foram chamados deuses Moisés e Samuel."


É verdade que a tradição Cristã cindiu-se em três correntes:


A primeira e mais antiga, tributária da tradição judaica reconhecia que o ente evocado pela mulher era Samuel.





Assim Justino o Mártir que em sua disputa com o rabino Tarfon (ano 140)- cap. 105 - alegou o testemunho de I Sam 28 a favor da imortalidade consciente da alma humana.





Em seguida Origenes o qual - em sua Homilila sobre I Sam 28 - susteve brilhantemente o sentido literal do texto - explicitando o sentido de eggastrimuqon - e dele sacou a mesma doutrina que Justino.


Ambrósio de Milão como de costume segue a opinião de Origenes - in Lucas 1,33 - ao qual muito admirava.


Agostinho de Hipona a princípio (vide Quest a Simpliciano) endossou a falsa teoria segundo a qual Samuel seria um Demonio disfarçado ( posteriormente canonizada ou convertida em dogma de fé pelos sectários), posteriormente todavia, reconheceu sua fragilidade e aderiu a tése tradicional. (in Doct Christ II,23)






Zeno de Verona em seus Sermões também se mostra apegado a opinião tradicional.



A segunda que é a mais recente postulava que tudo não passou de um truque de prestidigitação ou ventriloquismo e que Saul se deixou lograr pela mulher.


Esta teoria segundo consta foi elaborada primeiramente por Jerônimo de Stridon; o qual anteriormente erra adepto da teoria demoníaca mas que também foi capaz de perceber sua inanidade. in Expos in Ez XIII,17


Por isso traduziu o termo grego eggastrimuqon por ventriloquo.


Outros dizem que foi inventada por Eustátio de Antakia (cf Homilia contra Origenes).


Teodoreto seguiu a Jerônimo ou a Eustátio, mas fez questão de acrescentar que as profecias eram verdadeiras e procedentes do céu.


O latino Tomás - Summa II, II - inclinava-se ora a esta ora a primeira, mas preferiu ficar em cima do muro.


Os racionalistas de hoje não encaram o texto doutra forma e devemos convir que comparada com a teoria demoníaca a teoria da fraude é muito mais refinada e digna de aceitação, pois leva em conta a mentalidade da época.


A terceira teoria não tem sua origem nem na tradição dos judeus e tampouco na reta razão mas foi inventada pelo grande doutor Tertuliano de Cartago (cf Edward Gibson "preservative against poperty") e recebida pelo grande Basílio (in Isaias 8) e por S Gregório de Nissa como podemos ler em sua carta a Theodotos.


Esta última teoria, concebida por Tertuliano e sustentada apenas por três padres da antiguidade é que foi acolhida de braços abertos e canonizada pelo protestantismo conforme Lutero, Calvino, Pedro o Mártir e outros lhe concederam fóros de dogma sacratíssimo. E até nossos dias a maior parte dos protestantes tem aderido a ela...


Conclusão: O ensinamento da Bíblia infalivel é de que os mortos podem aparecer expontaneamente aos vivos, os sectários entretanto afirmam que isto é impossivel e concluem que Samuel não passava dum Demônio disfarçado, assim revelam o quanto prezam de fato a Bíblia infalivel...


Que jamais possa eu nutrir tais sentimentos com relação a Ilíada ou a Odisséia, pois se tal é amor eu já não sei o que é ódio...


Em todo caso gostaria de perguntar aos teologos protestantes porque o Espírito Santo escreveu "Samuel" ao invés de "O Demônio disfarçado de Samuel"? Será que desejava ser obscuro e induzir tantos os antigos hebreus quanto os primeiros Cristãos ao erro? Ou será que desejava enganar mesmo aos leitores?


Por ai se vê o quanto a Bíblia é facil: pois lemos uma coisa quando o texto quer dizer outra totalmente diferente...




Pode um suicida ser morto por outra pessoa?







1Samuel 31,3-6:



"... Ferido mortalmente pelos flecheiros, ordenou Saul ao seu escudeiro: “Desembainha a espada e traspassa-me com ela! Não venham esses incircuncisos e me traspassem, abusando de mim!” Mas o escudeiro não quis saber, porque tinha muito receio. Então Saul tomou a espada e se precipitou sobre ela. Quando o escudeiro viu que Saul estava morto, também se precipitou sobre a espada e morreu ao lado dele. Portanto neste dia morreram Saul e os três filhos, o escudeiro, bem como todos os seus homens."






2Samuel 1,4-10:



"Davi lhe perguntou: “Como foi a coisa? Vai contando!” O outro disse: “É, o pessoal fugiu da batalha e houve muitas baixas e mortos entre a tropa. Saul e seu filho Jônatas também morreram”. Davi ainda perguntou ao moço informante: “Como chegastes a saber que Saul e seu filho Jônatas estão mortos?” A isto o informante respondeu: “Cheguei casualmente à montanha de Gelboé, eis senão quando vi Saul apoiado na lança e encurralado pelos carros e cavaleiros. Quando ele se voltou para trás, avistou-me e me chamou. Aí eu disse: ‘Pronto: às ordens!’ Então me perguntou: ‘Quem és tu?’ Eu lhe disse: ‘Eu sou amalecita’. E ele me disse: ‘Vem cá e dá-me o golpe de misericórdia, pois estou tomado de estertores, embora toda a minha vida ainda esteja em mim’. Eu me acerquei dele e acabei de o matar, pois via que não sobreviveria, quando viesse a cair. Em seguida tirei-lhe da cabeça o diadema e do braço o bracelete e os trouxe para meu senhor.'"





Elementos da primeira narrativa inspirada e infalivel:



- Saul havia sido mortalmente ferido na barriga pelos arqueiros filisteus.


- Temia ser apanhado vivo e torturado por seus adversários caso demorasse a morrer.


- Pediu pois que um de seus fâmulos abreviasse sua agônia, para que não caisse nas mãos dos filisteus.


- Temendo escapar ao ataque dos filisteus e ser acusado de regicídio por seus compatriotas o fâmulo se recusa a atender a súplica do rei.


- Diante da recusa de seu fâmulo só restou a Saul suicidar-se atirando-se sobre sua própria espada. Não sem hesitar porquanto o suícidio era mal visto por seus súditos em especial pelos clérigos.


- O ESCUDEIRO VIU QUE SAUL ESTAVA MORTO.


- E percebendo que seu rei estava morto, matou-se ele também.


Até Aqui I Samuel 31,3 e segs.





Analisemos agora os elementos da segunda narrativa inspirada e infalivel:



- Saul estava fraco - pela perda de sangue - apoiado (e não atravessado) em sua lança e cercado pelos inimigos.


- Receava porém sucidar-se, pede portanto ao estrangeiro que lhe dê um golpe de misericórdia.


- O estrangeiro aproximou-se e vendo-o ferido por uma flecha na barriga, julgou-o perdido.


- DIANTE DISSO RESOLVEU-SE A ATENDER SEU PEDIDO E LHE VIBROU CERTEIRO GOLPE DE MISERICÓRDIA. (O texto afirma que acabou de mata-lo após o que despojou-o de seus ornamentos régios que foram entregues a David).



Até aqui II Samuel 1,4 segs.



Agora façamos a comparação:


O primeiro texto assevera que Saul deu morte a sí mesmo, porquanto atirou-se não sobre uma lança, mas sobre sua espada e que o escudeiro antes de sucidar-se, VIU QUE SAUL ESTAVA MORTO.


ESTAVA POIS MORTO E NÃO AGONIZANTE OU MORRENDO E HAVIA MORTO A SI MESMO.


Conclusão: Saul suicidou-se.


O segundo texto entretanto nos assevera que Saul ainda estava vivo e combatendo - se bem que ferido - quando o narrador avistou-o.


E que obedecendo a um pedido seu ACABOU DE MATA-LO COM SUAS PRÓPRIAS MÃOS APÓS O QUE RETIROU SEUS ORNAMENTOS.


Conclusão: Saul foi morto pelo amalecita com um golpe de misericórdia.




Conclusão final:


Temos diante de nós uma contradição formal de termos.


Pois o primeiro deles afirma que o homem deu morte a sí mesmo ou seja que suicidou-se enquanto que o segundo termo sustenta que foi morto por uma outra pessoa.


Sabemos todavia que um mesmo homem não pode matar-se e ser morto porquanto só se morre uma única vez.


A ninguém é dado suicidar-se e ser assassinado.


Portanto ou Saul de fato suicidou-se e não foi assassinado ou foi assassinado pelo amalecita e, neste caso não pode suicidar-se.


A dar-se fé ao primeiro caso a primeira narrativa é fiel, mas a segunda - II Sam 1,4 - é falsa e talvez tenha sido composta por ordem de David com o objetivo de limpar a memória de Saul.


No segundo caso a segunda narrativa seria verdadeira, a primeira no entanto seria falsa correspodendo certamente a uma manobra dos sacerdotes com o objetivo de acrescentar mais um ultraje a memória de um rei que não quiz se curvar diante de suas pretensões.

Vago

Uma correção a Bíblia infálivel...




Ja fizemos questão de anotar num de nossos artigos precedentes que se redatores de I e II Samuel e I e II Reis sabiam que estavam a compor registros inspirados e infáliveis os redatores de I e II Crônicas entretanto sabiam muito bem que estavam a corrigir escritos faliveis, a saber os livros de Samuel e dos Reis cujas páginas estão inquinadas de erros.


Tomemos primeiramente II Samuel 21,19:


"Ainda em Gob, em outra guerra contra os filisteus, Elcanã, filho de Jair de Belém, matou Golias de Gat, que usava uma lança comprida como cilindro de tear."



Na LXX - "kai egeneto o polemoV en gob meta twn allofulwn kai epataxen eleanan uioV ariwrgim o baiqleemithV ton goliaq ton geqqaion kai to xulon tou doratoV autou wV antion ufainontwn"



TON GOLIAQ TON GEQQAION > A GOLIAS DE GATH


Aqui o morto é Golias.


Tomemos agora I Crônicas 20,5:


"Houve ainda uma batalha com os filisteus; e Elcanã, filho de Jair, matou Lacmi, irmão de Golias, de Get, que tinha uma lança cujo cabo parecia um cilindro de tecelões."


Na LXX - "kai egeneto eti polemoV meta twn allofulwn kai epataxen ellanan uioV iair ton leemi adelfon goliaq tou geqqaiou kai xulon doratoV autou wV antion ufainontwn"


ADELFON GOLIAQ > IRMÃO DE GOLIAS


Parte da construção é bastante semelhante, entretanto há uma diferença crucial: qui o morto não é Golias em pessoa mas seu irmão Lacmi.




Na primeira palavra de Deus inspirada e infálivel o morto é Golias de Gath e nenhuma referência é feita a seu irmão Lacmi.


Já na segunda palavra de Deus ocorreu ao redator que Golias havia sido morto por David e que o mesmo não poderia ter sido morto duas vezes. Conclusão: Lacmi - um certo irmão de Golias, ignorado pelo redator de Samuel e Reis - entra em cena como tendo sido o personagem morto por Bar Jair.


Em nota referente a II Cron 20,5 sustenta o Pe Scio que "Lacmi segundo o costume dos filisteus havia tomado o nome do irmão falecido."


Entretanto o que se sabe de positivo sobre os costumes deste povo? Quase nada...


E o que se sabia no tempo do revmo Pe Scio?


Nada de nada...


Como pois o douto padre e após ele todos os fundamentalistas protestantes afirmam que um irmão tomou o nome do outro?


Porque é a única estratégia possivel se se tem em vista suster a infalibilidade do Velho Testamento a qualquer preço...


Diante das dúzias de contradições existentes entre as duas narrativas põe-se os bibliolatras de vária estirpe a fabricar tradições e costumes filisteus, egipcios, sumerianos, cananeus, persas, gregos, etc


A palavra de Deus no entanto ignora supinamente a dita tradição ou costume filisteu sobre a troca de nomes... vai ver que o espírito santo se esqueceu de cita-lo...


Por isso os fundamentalistas precisam recorrer as interpretações ou novas emendas de Ligthfoot, Scio, Pierlman, etc




Possiveis soluções:



- Golias e Lacmi, os dois irmãos, eram a mesma pessoa.


rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs


Acontece que duas pessoas não podem ser uma pessoa ao mesmo tempo...



- Lacmi é apelido de Golias.


Nesse caso ele deve ter morrido duas vezes. (uma pelas mãos de David e outra pelas mãos de Bar jair).


Ou ter sido ferido após a morte. (por Bar Jair).


Entretanto desconheço quem o haja ressuscitado...



- São duas pessoas diferentes - ou mesmo dois irmãos - com as mesmas características mortas pelo mesmo Bar Jair na mesma batalha.


Desde de que admitamos terem existido dois Gigantes Golias de Gath...


Porque - cfme I Sam 17,49 - o Golias da lança semelhante a vara de tear havia sido morto por David algum tempo antes...




Única solução possivel:


O redator de II Samuel foi erroneamente informado de que o gigante Golias fora ferido por Bar Jair em Gob, quando já estava morto há algum tempo.


O redator de I Crônicas, melhor informado, corrige o que fora escrito por seu predecessor e registra que Bar Jair ferira de morte não ao falecido Golias, mas a um seu irmão de nome Lacmi.


Conclusão: Os livros dos judeus não constituem a inspirada e infalivel palavra de Deus, exceto quando nos apontam o advento e a missão de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Estamos pois diante de um texto cuja lavra é puramente humana, pertinente a história temporal do povo hebreu e não a história espiritual de nossa restauração.


Não somos hebreus e portanto nada temos a ver com tais histórias ou estórias, elas não nos dizem respeito.
"É com extrema desconfiança que se aventa essa opinião. O que a poderia confirmar é que os Paralipômenos contradizem freqüentemente o Livro dos Reis na cronologia e nos fatos, assim como os nossos historiadores profanos se contradizem algumas vezes." Voltaire in D F pp 192








PARA ONDE FOI LEVADA A CABEÇA DO GIGANTE?



Reza a Bíblia infalivel que: "Davi apanhou a cabeça do filisteu e a levou a Jerusalém, e as suas armas ele as levou para sua tenda." I Sam 17,54

Entretanto a mesma Bíblia infálivel nos assevera - em II Sam 5 - que:


4.
Davi tinha trinta anos quando começou a reinar, e seu reinado durou quarenta anos:
5.
sete anos e meio sobre Judá, em Hebron, e depois trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo o Israel e Judá.
6.
Davi partiu com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que ocupavam a terra. Estes disseram a Davi: Tu não entrarás aqui: cegos e coxos te repelirão! (O que queria dizer: Davi não entrará jamais aqui.)
7.
Mas Davi apoderou-se da fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi.
8.
Davi dissera naquele dia: Quem quiser abater os jebuseus, siga o canal para atingir esses cegos e coxos, inimigos de Davi. De onde o ditado: Nem cego nem coxo entrarão na casa.
9.
Davi estabeleceu-se na fortaleza e chamou-a Cidade de Davi. Cercou-a de muralhas desde Milo, e construiu no interior.




Ou seja antes disso Jerusalem pertencia aos Jebuseus que eram adversários dos israelitas e David não tinha acesso a cidade.

Cumpre estabelecer ainda que na narrativa da morte de Golias esta registrado que David era um mancebo que não tomava parte nos combates ficando responsavel pelas ovelhas de seu pai.

Ele mesmo confesa no Sl 151: "Era eu o menor dos filhos de meu pai o mais novo entre os filhos de minha mãe."

Devia ter pois cerca de treze ou quartorze anos no máximo quando eliminou o gigantesco guerreiro filisteu.

Donde se segue que entre a morte de Golias e a conquista de Jerusalem se seguem cerca de vinte (20) anos...

Pois de seus dezessete a seus trinta e sete anos (quando conquistou Jerusalem aos jebuseus) transcorreram vinte anos...

Como pôde pois ter decapitado Golias e levado sua cabeça para Jerusalem?

Só se guardou a cabeça do dito guerreiro durante vinte anos... Neste caso já não se trataria duma cabeça mas dum crânio descarnado... e no caso de David de um selvagem ou desajustado mental.

Entretanto o dito verso labora noutro erro tanto mais clamoroso ao alegar que David possuia uma tenda, pois:

- Não era soldado e tampouco oficial.

- Vivia como pastor, livremente, no campo, junto aos animais.

- Não esta registrado que David tenha ganho qualquer tenda de Saul. (o rei sequer sabia quem era seu pai.)

- O verso 57 alega que a cabeça do filisteu foi depositada diante do rei.

Conclusão: estamos novamente diante de mais outro anacronismo cometido pela inspirada e infálivel palavra de Deus.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Vago

Duelo entre pajés












Cerca de um mês levantei grande celeuma ao classificar certo pastor luterano como pajé.

Sentiu-se ofendido o piolho ou carrapato do Dr Lutero.

A ponto de crer-se insultado por mim.

Eu no entanto não tive a menor intenção de ofender nosso pajé. Afinal até onde me é dado saber os verdadeiros pajés ainda não descobriram essa coisa maravilhosa 'de deus' chamada dízimo.

Coisa que faz muito pastor encher a pança sem precisar trabalhar honestamente para ganhar o pão com o suor do próprio rosto. E o que é pior, em nome do Carpinteiro ou seja do Operário, do Trabalhador Jesus Cristo...

E de Paulo apóstolo, o qual também trabalhava fabricando tendas.

Segundo determina o Talmud que todo Rabino deve aprender um ofício e ensina-lo a seu filho.

Rabinos e pajés trabalham... pastores vivem de dízimos ou seja colhem onde não plantaram e juntam o que não semearam...

E não recebem em gênero como os sacerdotes ortodoxos e romanistas dos tempos de antanho... cobram em dinheiro vivo mesmo e as vezes até em cheque pré datado.

Quanto ao sentido da palavra dízimo há dois modos de interpreta-la: para que os miseráveis não ousem pagar menos, afirmam a literalidade do preceito judaico> nunca menos de 10% dos vencimentos até o último centavo furado sob pena de queimar no enxofre do inferno na companhia desagradável do verme que nunca morre... já para as ovelhas mais gordas, introduzem uma flexibilidade para cima ou seja para mais até converterem o tal dízimo em vigésimo ou em trigésimo.

Efetivamente o pajé de nossas selvas não tem malícia suficiente a ponto de escamotear a fé pública de maneira assim tão cínica e escandalosa...

Cara de pau assim tão cínica é apanágio exclusivo daqueles que mercadejam com o invisível leiloando o céu  e vendendo milagres a rodo.

'Quem dá mais por uma ressurreição' exclama o pajé da cidade vestido de terno e gravata...

E o trouxa dá.

"Dá ou desce" segundo a fórmula da pilantragem ou seja da máfia religiosa que costuma encampar até mesmo grandes Redes de Televisão. Afinal estamos naquela terrinha que segundo Ch de Gaulle não é lá muito séria...

Bem, é possível que os reverendos pastores desejem processar-nos... ah ah ah rsrsrsrsrsrs....

Pois tomam pajé por ofensa...

Afinal, os pajés prestam culto aos astros e elementos e, como representantes de culturas iletradas, recusam-se a aceitar a bibliolatria protestante.

Diante de tal insolência os protestantes, a exemplo de seus mestres os patriarcas e reis do povo de Israel, mimoseiam os desaventurados pajés com os títulos de idólatras, ímpios, malditos, possessos, sedutores, etc

Tal repertório a que os líderes protestantes costumam recorrer com o intuito de achincalhar os líderes das outras religiões para em seguida gritarem que estão sendo perseguidos, caluniados, humilhados...

Minha falecida avó já dizia: Quem tem telhado de vidro não ouse lançar pedras no telhado do vizinho...

Veja lá quem tem preconceito, quem se sente ofendido, quem se atiça todo e grita de indignação ao ser chamado de pajé???

Acaso o pajé não é também ele um ser humano???

Como tenho o pajé em conta de gente ou melhor em conta de líder religioso posso dizer em alto e bom som que minha intenção não foi insultar a quem quer que seja.

Do contrário teria dito: possesso, endemoninhado, condenado, maldito... mas, como sou uma pessoa civilizada e fina, digo que tais palavras - de baixo calão - não fazem parte do meu vocabulário. Usem e abusem delas os pastores protestantes, enquanto lídimos paradigmas da civilidade biblicista.

Bem disse Saramago que a Bíblia - o Antigo Testamento sem dúvida - é um excelente manual de péssimas maneiras.

Os pastores protestantes que o digam!

Quando digo que o Scholls é um pajé... que o Malafaia é um pajé... que o R R Soares é um pajé... estou querendo dizer que os honoráveis pastores protestantes e os xamãs, pajés, feiticeiros, etc comungam do mesmo espírito, digo da mesma ideologia fetichista...

Isto não deve nem pode ser tomado em conta de ofensa, mas de juízo conceitual perfeitamente demonstrável.

Acaso não são, uns e outros, denodados paladinos do trololó criacionista???

Segundo o qual javé, deus dos hebreus teria tirado o mundo da cartola, o home do barro e a mulher da costela com um simples toque de sua varinha de condão?

Então são fetichistas.

Pois o fetichismo consiste em suster que os deuses produzem diretamente, ex nihil, e com uma simples palavra, qualquer ser, coisa ou objeto que desejem produzir, sem necessidade de recorrer a qualquer processo nos moldes naturais.

Logo criacionismo = fetichismo.

Sentem-se atacados e agredidos os criacionistas?

Azar deles... estabeleçam uma nova inquisição e torrem seus adversários num fogareiro a exemplo de mestre Calvino...

Porque para nós o criacionismo não passa dum mito arqui ultrapassado face a experiência captada por nossos sentidos e assimilada pelo intelecto.

Curioso os fundamentalistas não podem sofrer que o homem tenha 'vindo do macaco' o qual em todo caso é um ser vivo e inteligente, mas folga em que o homem veio do barro ou seja da lama, do lodo... Tenha santa paciência, para esses tabaréus o barro é superior aos primatas...

A razão no entanto salta a vista: os registros judaicos asseveram que o homem procede da lama e não do macaco, logo: pau no macaco e viva o livro!

Dissesse o livro que o homem procede da merda, da urina ou do cuspe, os palermas diriam amém do mesmo modo pois o livro é infalível, mesmo quando se opõem a percepção, a razão, a experiência e a reflexão...

Diz o livro que a baleia é um peixe e que o morcego é uma ave... pau em Aristóteles, em Calímaco de Cirene e até mesmo no beatinho do Linneu... pois os sacerdotes israelitas que viveram dez ou quinze séculos desta era conheciam taxonomia muito melhor que Buffon, Jay Goud ou Dawkins...

Assustador o poder duma ideia não?

Confesso que o fetichismo até fica bem nos recônditos da selva amazônicas, em meio as tabas, manitos, e pajés com seus maracás... afinal tratam-se de sociedades iletradas que passam ainda por um estádio pré científico. Exigir que os povos da floresta incorporem Darwin, Freud, Marx e Eisntein a suas tradições seria ridiculamente grotesco ou melhor quichotesco.

Acontece que os pastores protestantes e suas dóceis ovelhas não vivem em meio as selvas umbrosas de nosso ínvio sertão, mas no âmago mesmo de nossas megalópoles, no acesso da cultura contemporânea por meio do aparelho educacional. Quero dizer com isto que as descobertas científicas dos últimos cinco séculos não poderiam passar assim tão desapercebidas aos olhos de toda essa gente cuja referência cultural parece remontar há dúzia de séculos antes de Cristo.

Eis porque a ação dos pajés da cidade assusta-me enquanto a dos pajés da selva diverte-me.

Diga-se de passagem que os mitos indígenas são até mais sensatos e aceitáveis que os mitos do antigo Israel, afinal os Kuikurus fazem os homens brotarem de árvores e os maias quichés do milho, enquanto os antigos israelitas e nossos fundamentalistas não saem do barro.

Aqui temos mais uma vez o homem procedendo de um ser vivo, o vegetal... lá temos o homem procedendo da lama, do barro, do limo, da matéria morta e amorfa por meio de uma ato caprichoso de cárater mágico.

Os guias espirituais de nossos antepassados souberam produzir e criar algo bem melhor do que a cosmogonia do antigo israel, embora esta também tenha sua razão de ser, seu mérito e seu significado no contexto sócio cultural em que foi concebida e veio a luz.

Nossa crítica, como gostamos de pontuar e de marcar, não é dirigidas aos antigos sacerdotes sumérios, babilônicos, assirios, persas ou israelitas, mas aos atuais líderes protestantes, os pastores, que são os principais apóstolos da mentalidade mágico fetichista no contexto atual.

É a esta reprodução do modelo arcaico e ultrapassado das antigas sociedades pré científicas com as necessárias consequências no âmbito da ciência e da técnica que dirigimos nossas invectivas.

Intimamente ligado a ela esta a noção de que um deus 'interventor' cujas intervenções ou consertos estendem-se até o momento presente por meio de milagres.

No tempo e local oportunos analisaremos a teoria segundo a qual o Cristianismo é uma espécie de 'tenda de milagres' formada por um bando de exorcistas andarilhos.

Por ora basta assinalar que não passa dum fetichismo procedente de matriz fetichista, a saber, o já referido criacionismo.

Comporta pois o biblicismo toda uma visão ou concepção mágica de universo em que a palavra Lei natural ou espiritual não faz qualquer sentido.

Para os pentecostais e fundamentalistas tudo obedece ao sabor do capricho ou da vontade arbitrária de um deus sedento de glória que deseja aparecer e brilhar neste nosso mundinho insignificante.

Eis porque a superstição luterana permanece impermeável a crítica científica.

O culto do livro sob sua forma mais singela e degradante engendrou nestes últimos séculos um choque frontal entre o imaginário dos antigos israelitas e as constatações experimentais afirmadas pelo modelo científico contemporâneo sobre o qual construímos por assim dizer nossa civilização.

Estamos pois diante dum assombroso dilema que precisa ser superado.

Mantida e ampliada a mentalidade científica a sociedade terá a possibilidade ou a chance de reelaborar-se e de evoluir ou seja de progredir, de melhorar, de aperfeiçoar-se. Substituída a mentalidade científica pelas quimeras proto semíticas e pela cantilena fetichista dos pastores, recuará a civilização até a barbárie e a ignorância dos tempos ante cristãos e ante helênicos.

Donde se infere que esta luta também diz respeito aos verdadeiros cristãos de boa vontade, fiéis ao pensamento de Jesus Cristo e aos princípios e valores afirmados por seu Evangelho e que não podem ser indiferentes ao bem estar e a qualidade de vida dos seres humanos pelos quais o Mestre amado derramou seu sangue e ofertou generosamente sua vida. Neste sentido lutar pela ciência, pela reflexão, pela liberdade e pelo homem é também lutar por Jesus Cristo e por sua mensagem.

Nós lutamos em Cristo, com Cristo e por Cristo e não com Moisés.

Pois os patriarcas e profetas, ao menos em matéria de ética e de ciências, eram tão ignorantões quanto a Santa burra de Balaão...

Uma reavaliação Velho testamento, saldo atual

Naturalmente que nem todas as constatações de Wellhausen são consideradas como válidas em nossos dias.

Nós não encaramos a pessoa de Wellhausen como uma espécie de Abraão, oferecendo bolinhos e manteiga a javé; como um tipo de Moisés a contemplar os 'quartos' ou o traseiro de Eloim, ou como uma espécie de Salomão a receber o todo conhecimento humano do mesmo modo como Atena saira da cabeça de Zeus seu pai... muito menos confundimos o douto biblista protestante com o Verbo Eterno Jesus Cristo Nosso bem todo perfeito, infalível e irreformável. Welhausen não é nem Santo Padre, nem Papa, nem 'reformador' para nós...

No entanto é assim mesmo que progride o conhecimento humano.

Por meio do esforço depurativo das gerações.

É assim que as arestas ou acidentes, ou particularidades duma teoria ou interpretação vão sendo polidas.
Este reconhecimento desta ou daquela inexatidão não afasta, antes aproxima a pesquisa e o pesquisador de seu objeto que é a Verdade; não obscurece a exatidão mas conquista uma nitidez cada vez maior... reconhecer os erros e inexatidões é caminho para a construção dum saber qualitativamente seguro e certo, é uma passagem para a verdade e uma garantia de honestidade intelectual.

Enquanto a maior parte das religiões (como o israelitismo, judaismo, islamismo, protestantismo...) "Movem-se, transformam-se e evoluem, asseverando a suas ovelhas que permanecem estacionadas e imutáveis." (Charles Guignebert) dando mostra de desonestidade e má fé, a ciência reconhece que se move, admite que reavalia seus dados, reconhece que repensa e corrige parte de suas constatações, sem no entanto sacrificar todo seu depósito ou mergulhar no pântano do ceticismo. O hábito da auto correção é que confere credibilidade a suas conclusões como declarou Sagan (in 'Mundo assombrado por demônios')

Tornemos porem as formas e a Wellhausen...

Sem embargo (das correções, que foram por assim dizer periféricas), de modo geral - em essência - a Teoria das formas não só permanece de pé como foi enriquecida e aperfeiçoada pelas contribuições de outros tantos pesquisadores. De um modo ou de outro a sistematização inicial, promovida por ele, foi útil no sentido de levantar a problemática referente as origens do Velho Testamento. Problemática que na verdade já havia sido levantada por Aben Ezra, setecentos anos antes.

Durante séculos a Cristandade - iludida por uma idéia mágica de inspiração - foi pura e simplesmente pondo de lado, disfarçando ou contornando o problema ao invés de encara-lo com dignidade.

Mesmo sem ser absolutamente fiel, exata ou infalivel, a teoria, tal e qual fora concebida por Wellhausen teve o mérito de encarar honestamente a questão... ao invés de continuar fugindo aos fatos, torcendo-os, falseando-os e destarte corrompendo, como de fato corrompeu o 'ethos' cristão, pautado na honestidade. Foi justamente com este tipo de teologia podre e carunchosa que os santos aprenderam a mentir sem constrangimento ou pudor...

Mentia-se ou engana-se 'por deus' sem discernir as consequências.

Lutero afirmara em alto e bom som que "É lícito pregar uma boa mentira com o intuito de favorecer a verdadeira igreja ( i é a sua)enquanto o papado esperou até o fim do décimo nono século, para com Leão XIII, proclamar que "Deus não precisa ser justificado com as mentiras dos homens.". No entanto toda a apologética tecida - a partir do século XX - em torno do antigo testamento, especialmente em torno do gênesis e de seus primeiros capítulos - por Alvaro Reis, a Torre de Vigia, Archer e mesmo o insigne MacDowell - esta fundamentada nas mais escabrosas mentiras, em trapaças, fraudes, desonestidades, falsificações, etc

Nada mais ímpio, anti cristão e corruptor do que esta defesa desesperada e a qualquer preço de 'Moisés'. Defesa sujas e pestilenciosa que tantos e tantos ateus tem fabricado afastando-os da fonte da vida que é Jesus cristo e seu Evangelho de amor. Toda tarefa destes falsos mestres e profetas parece resumir-se em malquistar as pessoas civilizadas com a fé Cristã, lançando-as nos braços abertos do materialismo e da incredulidade... Como fariseus perfeitos aparecem eles com a canga de Moisés, desejando por o fardo inutil  do pentateuco hebraico sobre as costas dos adoradores e servos de Jesus Cristo.

Analisando as coisas por este ângulo a teoria de Wellhausen é absolutamente Cristã, perfeitamente e legitimamente Cristã, Cristianissíma mesmo; enquanto o fundamentalismo, com suas estratégias e sofismas, mostra-se cinicamente farisaico...

É inacreditável que milhões e milhões de Cristãos continuam trocando a primogenitura celestial por um pratinho de lentilhas... pois na medida em que forjam uma realidade falsa e pecam contra a moral evangélica tendo em vista a promoção de uma falsa doutrina, de uma doutrina que desfigura o sentido da palavra 'inspiração', de uma doutrina cujo fundamento é o comodismo dos seres humanos e não a glória de Deus.

Se no décimo nono século a teoria de Wellhausen foi acolhida por muitos como sendo a quitessencia da verdade, tal acolhida se deveu mais a atmosfera positivista da época segundo a qual era possivel reconstituir a história humana nos mínimos detalhes e quase que infalivelmente, do que a locubrações metafisicas...

O positivismo por sinal não deixou de construir outra faceta mística, mágica, quiçá fetichista em torno da ciência, de suas descobertas e de seu propósito (cf João Ameal 'A verdade é so uma' 'A Europa e seus fantasmas'). Hoje no entanto, somos bem mais sóbrios e realistas...

E assim já não exigimos a perfeição absoluta ou a infalibilidade características do ser divino no plano da natureza. Contenta-mo-nos com garantias razoaveis e com o aproximar-se gradativamente duma verdade que talvez jamais venha a ser deslindada em sua plenitude. Isto não significa que a apreensão das partes constituitivas seja humanamente impossível ou isenta de garantias que satisfaçam as exigências da razão.

Quem desejar algo de mais elevado e divino que vá a Jesus Cristo e aos Evangelhos servindo-se do aparato da crítica e não a Moisés ou aos sacerdotes israelitas com seus registros de natureza moralmente duvidosa para não dizermos baixa.

Em termos de ciência e de conhecimento humano estamos a procura de algo, em demanda, em esforço; mas, ao menos não estamos paralisados diante duma miragem... Melhor uma visão parcial, mas que se constrói em dialogo com o mundo real, do que a ilusão duma quimera...

Hoje sabemos que talvez jamais venhamos a saber, como o próprio Deus sabe e ninguém mais sabe - i é com riqueza e profusão de detalhes - de que modo surgiram e como foram formadas as escrituras hebraicas... podemos no entanto fazer uma ideia geral, humanamente válida e verdadeira. Já podemos ver como por um espelho o que antes de forma alguma víamos, tendo os olhos cobertos pelo véu da ignorância e da superstição.

Simon, Astruc e Wellhausen, apesar de seus erros e desacertos foram os demolidores desta vã ilusão e os arquitetos duma teoria muito superior, capaz de enfrentar a singeleza dos fatos ao invés de recorrer a expedientes de natureza duvidosa...

Eis as principais conjecturas a que temos chegado:

I - É possivel ou até mesmo certo que Moisés, tenha codificado o Decálogo em tabuas de pedra valendo-se duma escrita alfabética recém inventada nos desertos do Sinai ou mesmo de hieróglifos egípcios. O emprego de tais sinais gráficos em tais circunstâncias teve por objetivo impressionar os rudes hebreus, em sua totalidade analfabetos e incutir neles o devido respeito para com a 'lei'...

Em suma: o emprego da escrita teria servido para sacralizar os mandamentos diante do povo.

II - É duvidoso mas não impossivel que Moisés tenha composto alguns hinos e cânticos mais ou menos preservados oralmente pela tradição.

III - Isto é praticamente tudo que podemos atribuir a Moisés, além de alguma tradição oral que circulava a respeito de sua pessoa.

Foi justamente a prevalência desta tradição oral no decorrer meio milênio - de mais ou menos 1400 a 900 ou 850 a C - engendrou uma série de mitos e fábulas, além de erros e contradições.

IV - Os profetas e sacerdotes anônimos que compuzeram o livro, especialmente a partir de Ezequias e Josias, recorreram a um grande número de fontes tanto nacionais quanto estrangerias. As nacionais seriam os tais cânticos e hinos registrados - talvez em papiros egípcios e com sinais egípcios por escribas egípcios - talvez durante o X século sob Saul ou qualquer outro monarca do Norte, após séculos de oralidade...

Estamos pois, diante duma verdadeira colcha de retalhos formada por elementos de origem egipcia, sumeriana e autotocne, artificialmente antrelaçados pelos redatores. Buscar unidade neste reino da heterogeneidade seria como buscar cubos de gelo ou neve no Sol.

Podemos pois falar num núcleo mosaico (decalogo + alguns hinos e cânticos) que em sua maior parte permaneceu sob o domínio da tradição e da oralidade ao cabo de séculos.

Em fragmentos de registros anteriores pertinentes ao tempo em que a tradição passou a ser escrita.

Tais fragmentos consistem nos cânticos e hinos introduzidos no corpo da narrativa como os de Miriam, o núcleo do de Moisés, o de Josué e o de Debóra.

Nos empréstimos feitos pelo javista e pelo redator sacerdotal aos registros babilônicos e sumerianos; em empréstimos tomados a sabedoria do Egito pelos redatores deuteronomista e sacerdotal... Os 'sacerdotes' também tiveram acesso aos registros provenientes da escola de Elias, cujos fastos narraram e cuja antiguidade é manifesta...

Posteriormente tudo isto foi revisado, corrigido e alinhavado pelo imame Ezra ou seus apaniguados.

Ezra e aqueles que o sucederam até cerca de 400 a C coligiram as memórias de Natã, Gad, Miquéias, Semeias, Oded e Ado (fontes das Crônicas), bem como os escritos dos Reis e profetas, a excessão da profecia de Daniel, outra falsificação que também é um caso a parte.

Os salmos não foram compostos pelo rei David, exceto um ou outro talvez, mas por seus cantores e mestres de côro como Asaf e os filhos de Coré, ou por levitas do tempo de Ezequias, Josias e Ezra.

Parte dos provérbios tem por fonte Agur e lamuel, ambos massaitas, isto é xeques árabes do deserto ou como se diz beduinos.

Jó e Judite são ficções ou romances conforme já dizia o Santíssimo Teodoro de Mopsuéstia.

É bastante provável que Jó não passe duma adaptação feita a a partir de original fenício, babilônico ou mesmo sumeriano.

O mesmo se diga de Ester e Tobias.

Estamos pois diante dum verdadeiro cipoal de fontes procedentes deste nosso mundo mesmo e não diante de palavras baixadas diretamente dos céus como postulam os fundamentalistas cegos.

Tais informações são absolutamente exatas e não podemos deixar de tirar as devidas consequências a menos que abracemos ao conspiracionismo infantilista ou a teoria das duas verdades...

Assim, por um lado só nos restaria apelar ao Diabo e multiplicar ao máximo sua atuação no mundo ( a ponto de fazer dele um vice-deus) e por outro comprometer a natureza divina em sua santa sabedoria...

Ficamos pois entre Siger e Pomponazi de um lado e o "Malleus maleficorum" do outro.

O protestantismo não nos oferece outras opções fora Cila ou Caribde... tudo ou nada, ame ou odeie.




"Alguns acrescentam que profeta algum citou os livros do Pentateuco, que não é citado nem pelos Salmos nem pelos livros que são atribuidos a Salomão, tampouco por Isaias ou Jeremias, enfim por Livro canonico algum. Os termos que correspondem a Genesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio não são encontrados em qualquer parte do antigo testamento e nem mesmo no Novo." voltaire in D F p 275


Os termos correspondentes a que alude Voltaire são: Berexit (princípio), Veelee Chemot (eis os nomes), Vayedabber (ele falou), Vaykra (ele chamou) e Elle haddebarim (eis aqui as palavras) conforme lemos na História Sagrada do Pe Roquette. (Tomo I - in praef.)






ROTEIRO DAS QUATRO FONTES - J E D P - NO PENTATEUCO:




Fontes do primeiro livro atribuído a Moisés, o Gênesis.


- De Gn 1,1 a 2,4 PRIMEIRA NARRATIVA A RESPEITO DA CRIAÇÃO, FONTE P OU SACERDOTAL, emprega apenas Eloim ou deuses
- De Gn 2,4 a 5,1 FONTE J OU JAVISTA
- De Gn 5,1 a 5,32 FONTE P
- De Gn 6,1 a 6,8 FONTE J
- De Gn 6,8 a 6,22 FONTE P
- De Gn 7,1 a 8,22 FONTE J
- De Gn 9,1 a 9,27 FONTE P
- De Gn 9,18 a 11,9 FONTE J
- De Gn 11,10 a 11,31 FONTE P
- Gn 12 & 13 FONTE J com acréscimos ou correções sacerdotais
- Gn 14 é de Fonte indeterminada
- Gn 15 é javista com possíveis resquícios eloistas.
- Gn 16 é javista com acréscimos ou correções sacerdotais
- Gn 17 FONTE P
- Gn 18 FONTE J
- Gn 19 FONTE J
- Gn 20 FONTE E OU ELOISTA
- Gn 21, 1 - 7 É UMA MISTURA DAS TRÊS FONTES - J, E & P
- Gn 21, 8 - 32 FONTE E
- Gn 22 FONTE E com elementos de J
- Gn 23 FONTE P
- Gn 24 FONTE J
- Gn 25, 1 - 7 FONTE J
- Gn 25, 7 - 17 FONTE P
- Gn 25, 19 - 20 FONTE P
- Gn 25, 20 - 34 FONTE J
- Gn 26,1 - 33 FONTE J
- Gn 26, 34 e 35 FONTE P
- Gn 27 FONTE J
- Gn 28, 1 - 5 FONTE J
- Gn 28, 6 - 9 FONTE P
- Gn 28, 10 - 22 MESCLA DE FONTES J e E
- Gn 29 FONTE J
- Gn 30 FONTE J com elementos de E
- Gn 31 FONTE E com elementos de J
- Gn 31, 43 - 54 FONTES J e E
- Gn 32, 1 - 3 FONTE E
- Gn 32, 4 - 14 FONTE J
- Gn 32, 14 - 22 FONTE E
- Gn 32, 22 ao fim Mescla de J e E
- Gn 33, 1 - 17 FONTE J
- Gn 34 é de fonte indeterminada
- Gn 35 e 36 mescla de J, E e P
- Gn 37, 3 - 11 FONTE J
- Gn 37, 11 até o fim FONTES J e E misturadas
- Gn 38 FONTE J
- Gn 39 FONTE J
- Gn 40 FONTE E
- Gn 41 FONTE E a partir do verso 33 elementos de J
- Gn 42 FONTE E
- Gn 43 & 44 FONTE J com algumas adições
- Gn 45 até 46,8 MESCLA DE FONTES J e E
- Gn 46,8 a 30 FONTE P
- Gn 46,31 - 47,6 FONTE E
- Gn 47, 5 - 12 FONTE P
- Gn 47,13 até o fim FONTE J
- Gn 48 mescla das fontes J, E e P 
- Gn 49 é de fonte indeterminada contendo elementos que remontam a Salomão e Davi
- Gn 49,29 até o fim FONTE P
- Gn 50 mescla das fontes J e E com adição de P nos versos 12 e 13

Até aqui as fontes de Gênesis.




Fontes do segundo livro atribuído a Moisés, o Êxodo:


- Ex 1, 1 - 5 FONTE P
- Ex 1, 6 - 14 FONTE J
- Ex 1, 15 sg FONTE E
- Ex 2 FONTE E com adições de J
- Ex 2,23 sg FONTE P
- Ex 3 & 4 FONTES J e E
- Ex 5 FONTE J
- Ex 6 FONTE P
- Ex 7 - 10 FONTE P com resquícios de J e E
- Ex 11 composição indeterminada
- Ex 12, 1 - 21 FONTE J
- Ex 12, 24 - 27 FONTE D
- Ex 12, 27 - 39 FONTE J
- Ex 12, 39 até o fim FONTE P
- Ex 13, 1 - 16 FONTE D
- Ex 13, 1 sgs FONTES J e E
- Ex 15,22 FONTE J
- Ex 16 FONTE D com elementos de J
- Ex 17, 8 - 16 FONTE J
- Ex 18 FONTE E
- Ex 19, 1 - 15 FONTE P
- Ex 19, 16 até o fim FONTE J
- Ex 20 FONTE E
- Ex 20,22 a 23,33 CÓDIGO DA ALIANÇA
- Ex 24, 1 -11 mescla de fontes J e E
- Ex 24, 12 até o fim mescla de fontes E e P
- Ex 25 - 31 FONTE P
- Ex 32 - 34,29 mescla de fontes J e E
- Ex 34,39 até o fim pertence a fonte indeterminada
- Ex 35 - 40 FONTE P

Até aqui as fontes do Êxodo.


Fontes do terceiro livro atribuído a Moisés, o Levítico:

Lv 1 - 10 FONTE P
Lv 11 tradições arcaicas
Lv 13 - 16 iden
Lv 17 - 26 > A 'LEI DA SANTIDADE' - FONTE D com acréscimos de P
Lv 27 FONTE P pós exílio.
Forma do livro - pós exílio. Coligido por Ezra e seus auxiliares.

Até aqui as fontes do Levítico.


Fontes do quarto livro atribuído a Moisés, o livro dos Números:

Nm 1 - 4 FONTE P
Nm 5 a 10,28 FONTE P
Nm 10,29 até o fim FONTE J
Nm 11 mescla das fontes J e E
Nm 12 FONTE E retocada por P
Nm 13 - 14 mescla de fontes J e E num quadro de P
Nm 15 FONTE P
Nm 16 FONTE J ou E mesclada com P
Nm 17 - 20 FONTE P
Nm 21, 1 - 9 fonte indeterminada porém antiga
Nm 21, 10 - 20 FONTE P
Nm 21, 21 até o fim, fonte indeterminada porém antiga
Nm 22 - 24 FONTE E com adições de J, os oráculos procedem ou de livros mais antigos ou da tradição oral sendo muito antigos.
Nm 25 fonte indeterminada porém bastante antiga.
Nm 26 - 31 FONTE P
Nm 32 FONTE D
Nm 33 a 36 FONTE P pós exílio

Até aqui as fontes do livro dos Números.


Fonte do quinto livro atribuído a Moisés, o Deuteronômio:

Dt 1, 1 - 6 FONTE P pós exílio
Dt 1, 6 - 4,40 FONTE P
Dt 4,40 - 12 FONTE P
Dt 12 - 28 CÓDIGO DEUTERONOMISTA > FONTE D
Dt 28 - 34 Peças deuteronomistas e sacerdotais de diversas épocas reunidas durante o período pós exílio.





PORQUE OS FANÁTICOS REJEITAM A DOUTRINA DAS FONTES



Uma das indagações mais comuns a respeito da doutrina das fontes diz respeito a resistência que ela tem enfrentado nos meios populares ou como se diz entre os 'crentes'... e a sua prevalência quase que exclusiva entre os eruditos e pessoas sem fé, que apresentam-se como liberais em matéria de Cristianismo.

Naturalmente que esta pergunta possui uma resposta adequada e de certo modo simples.

A alma mesma do protestantismo tem consistido em divulgar as escrituras gregas e hebraicas em lingua vernácula ou seja em traduções e versões.

Divulga o protestantismo pálidos reflexos humanos do que afirma ser a palavra infalível e divina.

Tais as palavras do Tyndale, do Lutero, do Zwinglio, do Valera, do Almeida, do Pe Figueiredo, da WT, do Smith, etc ou seja palavras meramente humanas enquanto filtradas ou seja postas no vernáculo por uma tradutor humano e falível.

Os protestantes não gostam de considerar a mediação humana e falível do tradutor humano e a discrepância das traduções porque não lhes convém. Preferem empurrar o assunto com a barriga e posterga-lo até o dia do juízo... no entanto vivem corrigindo e expurgando perpetuamente suas versões.

No caso do Pentateuco tais traduções são todas desastrosas na medida em que obscurecem a percepção das fontes preparando o terreno para a negação das mesmas. A ponto do useiro e vezeiro Alvaro Reis referir-se a elas como a 'estilos'...



A eliminação dos 'nomes'



Aparentemente este confusionismo teve inicio com a sagrada Septuaginta, cujos redatores teriam eliminado os nomes Eloim e Javé, dentre outros, vertendo-os igualmente por Theos ou seja Deus e eliminando assim toda e qualquer discrepância. E como os gregos abominavam narrativas sem pé nem cabeça, com cortes, misturas e associações disparatadas, os doutores e teólogos de Alexandria acharam por bem unir as sessões e paragrafos que no original encontram-se truncados. Conferiu pois a Septuaginta ao Pentateuco a aparência de unidade tão alardeada pelos tabaréus desta nossa terra.

A segunda proposição é verídica na medida em que os tradutores fizeram uma série de ajustes formais reorganizando o material bíblico de modo a torna-lo agradável e atraente a mentalidade dos gregos. Quanto a remover os nomes porém, a suposição não parece ser exata.

Por Origenes na 'Hexapla', somos informados de que - ao menos até o terceiro seculo desta Era -  os hebreus conservaram os nomes, mesmo em sua versão grega i é na Septuaginta. Em confirmação do que foi dito pelo ilustre padre alexandrino, alguns versos gregos da escritura hebraica que foram encontrados no Mar Morto e no Egito, trazem o nome em caracteres hebraicos.

Destarte, somos levados a concluir que os nomes foram removidos do texto grego pelos Cristãos, cujo objetivo era identificar tanto mais facilmente, o deus dos antigos hebreus com o Deus e Pai presente na pessoa de Jesus Cristo. 

O tradutor da Vulgata e os tradutores protestantes, - seguindo os exemplos dos tradutores gregos e dos primeiros cristãos - deram outros tantos empurrões e fizeram outros tantos arranjos, assim a camuflagem ficou perfeita e as cicatrizes ficaram mais ou menos bem disfarçadas.

Basta abrirmos a Lutherbibel, a Coverdale, a Valera, a Diodati, a JFA, etc para nos depararmos com o Deus ou Senhor de capa a capa...

Todavia, caso abramos a TNM - versão editada por um movimento herético de inspiração ariana e judaizante que pretende restabelecer o javismo (ou jeovismo) no corpo mesmo da Cristandade - damos já com algo do original. Pois onde o redator Eloista ou Sacerdotal registrou ELOIM, elas traduzem Deus e onde o Javista, o deuteronomista ou o Sacerdote registraram Javé, elas traduzem Jeová.

Em meio aos hebreus porém a mudança seguiu outro rumo. A partir do quarto século desta nossa Era, obcecados pela ideia de que pronunciar o nome divino equivalia a tomar o nome de Deus em vão, os rabinos também optaram por remove-lo das escrituras. 

Acontece que ao faze-lo, puzeram em seu lugar o termo 'Aschem' i é NOME (O), embora outros tenham escolhido 'Ehad' i é Uno e outros ainda 'Edone' ou Adonai, Senhor, que em aramaico corresponde a 'Ribon'. Então eles sabiam que onde tais nomes haviam sido postos o original correspondia a javé. E eram igualmente capazes de ler Eloim, onde os Cristãos liam 'Deus'.

Eis porque o questionamento a respeito de Moisés teve de partir de um rabino judeu como Aben Ezra e de um filósofo judeu como Spinoza, que tinham acesso aos originais do livro e estavam aptos para perceber os nomes e as junturas, ou pelos padres Mazius e Simon e pelo Dr Astruc, que eram versados no conhecimento do hebraico e do aramaico. 

E a continuação também ficou a cargo de especialistas e peritos conhecedores da lingua dos hebreus - como Eichorn, De Wette, Reuss, Graff, Kuenen e Wellhausen - e não dos soletradores de traduções recicláveis, ouvintes do Maiscedo e do Malafalsa.

Agora diz o Reis e com ele o Archer e o Geisler que é tudo uma questão de estilo.

Efetivamente poderia ser o caso do redator ou como dizem 'Moisés' muito preocupado com considerações de ordem estética, busca-se alternar os nomes Javé e Eloim, no corpo dum texto que do contrário pareceria monótono... 

Acontece que os termos javé e eloim não aparecem alternada ou metricamente como nas rimas do Bilac. 

Na verdade os termos javé e eloim além de aparecem aleatoriamente formam NÚCLEOS PERFEITAMENTE DISTINTOS PARA OS QUAIS CONVERGE TODA NARRATIVA.

É como se numa sessão aparecesse cinquenta vezes - repetida e monotonamente - o nome javé e sequer uma só vez o nome Eloim e na sessão seguinte cinquenta vezes o nome Eloim e sequer uma unica vez o outro...

Seria o caso de 'Moisés' ter procurado um estilo sem ter dado com ele???

Ao que tudo indica não foi isto que aconteceu...

Pois entre uma sessão e outra, percebe-se algumas vezes o límite exato do recorte ou seja o espaço onde acaba uma das narrativas e termina a outra. Eis porque o documento pertinente a 'História de Abraão' principia deste modo:
"Então Abraão saiu daquela terra." sem dizer qualquer coisa a respeito da terra donde o patriarca havia saido... já Êxodo 19,25 reza: "Então Moisés, desceu, foi té o povo e disse:" seguindo-se as palavras de Deus referentes ao Decálogo; conclusão: Moisés nada disse porque o documento foi recortado e a narrativa interrompida exatamente onde seu discurso começava... tendo em vista a introdução do Decálogo procedente doutra fonte.

Eis porque os nomes diferentes contem narrativas diferentes, uma narrativa de criação para Eloim (até Gn 2,4) e outra narrativa de criação para javé (após Gn 2,4); uma narrativa de dilúvio para Eloim e outra para javé... uma narrativa que atribui a descoberta do nome divino javé a Enós e outra que posterga a descoberta do nome até Moisés.

Notória a duplicidade do êxodo, ora apresentado como fuga, ora como expulsão; tendo em vista obviamente dois grupos sociais e dois núcleos de tradições, uma procedente do Norte e outra do Sul, embora estejam já bastante diluidas e quase que fundidas numa só.

Por outro lado as narrativas interrompidas para a introdução doutra fonte, conhecem certa sequência ou continuidade mais adiante. De certo modo as fontes J e P e E alternam-se uma a outra, sendo o fio da meada de cada uma retomado mais a frente. Eis porque é perfeitamente possível perceber que o Abraão de J e P circula quase sempre em torno de Hebron no Sul, enquanto que o Abraão de E e Jacó circulam sempre em torno dos grandes santuários do Norte, Siquem e Betel. Via de regra E apresenta o Norte como cenário das aventuras patriarcais enquanto J e P situam tal cenário quase que sempre no Sul...

Eis porque a transposição dos textos da a impressão que os patriarcas andavam de jatinho, pois se quando José é raptado seu pai vive nas cercanias de Hebron (fonte J), quando o faraó manda chama-lo o Eloista apresenta-o sacrificando em Bersabéia... Diante disto alegam os diletantes que os patriarcas eram nômades ou beduínos.
Certamente que deslocavam-se dum lugar para o outro, segundo as vicissitudes do clima, mas não continuamente, pois esta registrado que Rubem, filho de Jacó, labutava num campo de trigo.

Correspondem pois esses contínuos deslocamentos dos patriarcas hebreus a uma estratégia implementada com o intuito de conciliar o terreno especifico de cada fonte. Pois via de regra o ciclo de Jacó/José pertencem ao Norte, enquanto o de Abraão, pertence de certo modo ao Sul.

Como tivemos já ocasião de observar nas traduções e versões ideologicamente forjadas todas estas discrepâncias são habilmente ocultadas pelo intérprete. Eis porque as massas tem permanecido iludidas a respeito da verdadeira forma e origem do Pentateuco e estacionadas no século XVI ou XV.

Não podendo ver, perceber ou apreender a verdadeira forma - literal e original - do registro israelítico, permanecem os leigos a merce dos pastores e charlatães os quais, por isso mesmo, não tem o mínimo receio de reproduzir as locubrações compostas por Dawson, Geikei, Rawlinson, Smith, Arduim ou Sayce há mais de século e meio, como se fossem a última palavra em matéria de ciência histórica e arqueológica.

Assim é fácil encher a boca e gritar alegando que o Gênesis de Moisés esta de pleno acordo com a ciência, isto é com a ciência 'ideológica' (pois foi criada com o intuito de justificar a Bíblia hebraica e suas pretensões) e ultrapassada do décimo nono século. Efetivamente a apologética protestante judaizante estacionou no século XIX, com Sayce (pastor protestante seja dito) e Petrie, e se deu algum passo além só foi até Albrigth ou seja até meados do vigésimo século, mesmo sabendo que Albrigth jamais corroborou os primeiros capítulos ou a cosmogonia do gênesis, limitando-se a justificar a parte do livro pertinente aos patriarcas hebreus, Abraão, Isaac e Jacó.

Qualquer grupo de pessoas civilizadas teria receio de argumentar sobre qualquer assunto ou matéria recorrendo preferencialmente e quase que exclusivamente a autoridades, sábios e pesquisadores, mortos há mais de século pelo simples fato de que a ciência é viva e o saber uma elaboração contínua. A apologética protestante no entanto rescende a bolor, tal e qual as múmias do Antigo Egito...

Eles batem os pés e negam a teoria das formas porque lhes convém, porque querem, desejam, decretam... porque lhes agrada. E como sabemos a vontade é irredutível a qualquer argumentação.

Com relação aos fanáticos a única atitude verdadeiramente sábia é o afastamento e o riso... ridendo castigat mores.






UMA PROSA COM O PASTOR ALVARO REIS.



Pr Reis: "Já encontrou, porventura, o nosso contendor quem afirmasse que este verso do Deuteronômio (34,7) fosse escrito por Moisés, para traze-lo como prova contra a autenticidade do Pentateuco? INCONTESTAVELMENTE NÃO, PORQUE TODOS OS INTÉRPRETES DA SAGRADA ESCRITURA SÃO UNÂNIMES EM AFIRMAR QUE NÃO SÓ ESTE VERSO, MAS TODO CAPÍTULO 34 DO DEUTERONÔMIO FOI ESCRITO POR JOSUÉ."

Cristão: Penso que vossa ilma ou ignora a verdade ou falta com o respeito devido a ela, quando diz que todos os intérpretes da escritura estão de acordo em atribuir a autoria do capítulo 34 do Dt a Josué. Pois tanto Flávio Josefus - Contra Apion I,8 e A J IV, VIII 3 e 48 - quanto Filon - Vita Mosis II, 02, III Genebra 1613 p 511 e 538 - dentre os judeus, quanto vosso pai Lutero descrevem como Moisés teria escrito entre lágrimas o relato de sua própria morte. Eis até onde vão as ideias fixas e o fanatismo.

Pr Reis: "Quanto a esta passagem 'E estes são os reis que reinaram em Edom antes que reinasse Rei algum sobre os filhos de israel - é necessário dizer que nada prova contra Moisés; PRIMEIRO, PORQUE ELE, COMO PROFETA, PODIA, POR INSPIRAÇÃO DE DEUS, SABER QUE MAIS TARDE EXISTIRIAM REIS ENTRE OS ISRAELITAS."

Cristão: Neste caso, sendo ele profeta e iluminado, contemplado com ciência infusa a respeito de todas as coisas, porque teria ele compilado supostas memórias de Abraão e Jacó como admite vossa ilma - a p 75 das 'Origens Chaldaicas' - ou recorrido ao 'Livro das guerras do Senhor' em Nm 21,14? Afinal para um homem milagroso deve ser muito mais fácil conhecer o passado, que já aconteceu, do que conhecer o futuro, que ainda esta para acontecer...
Na verdade o Dt não contém apenas um 'oráculo' ou fragmento relativo a uma futura monarquia, mas uma sessão inteira - Cap 17 - formada por orientações devotas ministradas aos futuros titulares do regime então inexistente...
Trata-se dum autêntico discurso clericalista cujo objetivo é intimidar o poder secular representado pela realeza.
Diante de semelhante discurso tanto a razão quanto a virtude levam-nos a concluir que este registro foi composto no tempo da monarquia, muito provavelmente sob Ezequias correspondendo certamente ao 'livro da achado no recinto do templo por Hilcias, sob Josias. Ao invés de recorrer a mistérios (como a profecia) que só fazem algum sentido quando associados a figura do Cristo e voltados para ela.
Ademais fosse mesmo o tal 'Moisés' profeta com conhecimento a respeito do futuro, teria visto e sabido que a serpente de bronze feita por si, seria convertida em objeto de adoração até ser destruida pelo piedoso Josias; e no caso antecipado a ação do dito rei ou evitado forjar a dita imagem... mas ele - Moisés - não fez uma coisa nem outra porque nada sabia de concreto a respeito do futuro.
É de fato muito estranho que o 'profeta' conhecesse antecipadamente os nomes dos reis de Edom (coisa tão importante para a humanidade Cristã e para o Reino celestial) e ignorasse supinamente o destino da serpente forjada por si, bem como o nome daquele por quem somos salvos do mal e do pecado.
Teria Moisés prestado mais serviços a humanidade presenteando-a com uma lista completa dos reis das cidades etruscas ou de Tartessos, cobrindo destrate uma lacuna que ainda não foi preenchida em nossos manuais de história. Moisés no entanto fornece-nos miraculosamente os nomes dos reis de Edom... reino do qual pouco possuimos, em termos de cultura material, além de meia dúzia de cacos!!!!
E para dar tais nomes contou com o auxílio do poder profético...
Curiosos esses protestantes, pois ovacionam os sacerdotes e profetas hebreus, asseverando que eles tinham conhecimento antecipado e sobrenatural sobre os nomes dos reis de Edom, de Josias, de Ciro... enquanto o nome de Deus, o único nome que realmente importa, o nome de Jesus, fica em surdina... POIS DEBALDE PROCURAMOS NOS TAIS REGISTROS HEBRAICOS, SEJA EM MOISÉS, DAVI, JEREMIAS, ETC O ANUNCIO ANTECIPADO E MIRACULOSO DESTE BELO E SANTO NOME.
Por isto asseveramos que não há qualquer milagre, sinal ou profecia em tais nomes de homens, mas indicação a respeito das épocas em que os registros nos quais acham-se inseridos foram compostos.
Eis porque, noutro passo, damos com este: "Eis as palavras que Moisés proferiu e pronunciou do outro lado do Jordão." Dt 1,1; indicando que o redator do livro encontrava-se dentro da terra, quando sabemos que Moisés jamais entrou nela.

Pr Reis: Acaso o amigo não sabe que "Esta passagem na verdade esta mal traduzida... ELA FOI A NOSSO PEDIDO EXAMINADA PELO DISTINTO FILÓLOGO SANCTOS SARAIVA, QUE ASSIM TRADUZIU 'TRANS JORDÂNICA' 'BE - EBER' É AQUI UM NOME E NÃO UMA PREPOSIÇÃO..." opus cit 67

Cristão: É patético. Sabe v ilma ("Esta outra passagem é objeção formulada por Spinoza contra o pentateuco." id ibd) que o argumento encontra-se originalmente no 'Tratado político teológico' de Spinoza, QUE ERA HEBREU, VERSADO NA LINGUA E NAS TRADIÇÕES ANCESTRAIS - além de pensador universalmente aclamado - e mesmo assim opõe ao testemunho dele, o veredito do brasileiro Eliezer dos Sanctos Saraiva, COINCIDENTEMENTE - como o senhor - MEMBRO DA SEITA DOS CALVINISTAS. De fato o tal Sanctos Saraiva deve ter sido uma sumidade, a ponto de ministrar lições de hebraico a Spinoza.
Spinoza no entanto, diz ter colhido suas objeções nos escritos do rabino ABEN EZRA... conclusão: Aben Ezra também ignora o verdadeiro significado de 'Be eber', conservado apenas entre os adeptos  da IPB, da WT, da SBB, etc
A arrogância protestante é de fato ilimitada: a respeito do A T e do hebraico sabem mais do que Spinoza e Aben Ezra... a respeito do N T e do grego sabem mais do que todos os Padres Gregos dos primeiros séculos; enfim é gente que dá lições de latim a Cícero e a Vírgilio.
Nós no entanto adicionamos este outro testemunho:
"Nesse tempo os cananeus habitam esta terra." Gn 12,6 Logo o texto em questão só pode ter sido redigido após a expulsão ou submissão dos cananeus, seja por Josué, Davi, Ezequias ou Josias, em qualquer tempo após a morte de Moisés.


Pr Reis: "Consultada esta passagem a luz do hebraico, disse-nos o erudito filólogo Sanctos Saraiva que 'ela simplesmente designava os cananeus como sendo os primitivos habitantes do pais' EIS PORQUE APÓS OS DOÉSTOS DA INCREDULIDADE PERMANECE O PENTATEUCO INCÓLUME." opus cit 68

Cristão: Fica pois a dita passagem equivalendo a 'Nesse tempo os cananeus JÁ habitavam esta terra'?

Pr Reis: É o que diz nosso distinto correligionário e filólogo Sanctos Saraiva...

Cristão: Neste caso porque nenhuma das dezenas de traduções protestantes que possuo (nem mesmo a TNM) introduziu a palavra JÁ??? Todas, sem exceção vertem: NESSE TEMPO OS CANANEUS OCUPAVAM A TERRA.

W ·e·  knoni          az    b·aretz

E   o   cananeu estava na terra

Reproduzindo o texto dos infiéis.

E a Septuaginta:

cananaioi tote katwkoun thn ghn

Cananeu morava dentro desta terra

Portanto o JÁ não faz parte da letra.

Fará parte da interpretação? 

Não para Aben Ezra e para Spinoza, ambos hebreus e um rabino, para os quais a lição deveria ser lida em passado simples em oposição ao presente narrativo, tempo em que os cananeus já haviam sido desarraigados seja pela espada ou pela assimilação cultural.


Pr Reis: "Jamais Homero aproximou-se da sublimidade de Moisés - assevera Fénelon - nos seus cânticos, particularmente o último, que os filhos dos israelitas devem aprender de cor." opus cit 57

Cristão: Curiosa a apologética protestante, num primeiro momento desce a madeira nos sacerdotes e clérigos papistas, sem poupar sequer os fiéis; bando de alarves, imbecis, estúpidos, cegos, etc No entanto quando se trata de justificar as bobagens e tonteiras do antigo testamento lá vão os pastores fazer promessas a S Agostinho, Fenelon, Bossuet, Lenormant, Vigouroux, Moigno, etc
'Idiotas' (sic) a ponto de não saber o que seja Deus, é natural que tais homens tenham se deixado prender pelas bobagens vetero testamentárias rsrsrs.
Por outro lado se os papistas sabem ser defensores tão habeis e advogados tão capazes quanto a divindade do A T, o sistema teológico construido por eles não deve ser lá tão grosseiro. Neste caso grosseira é a mente dos pastores protestantes incapazes de compreende-lo...
Quanto ao juízo estético valorativo do Bispo de Cambrai, certamente que não é endossado por nós, afinal, na Iliada e na Odissea damos com duas obras que seguem por assim dizer uma sequência ordenada, enquanto nos livros atribuidos a Moisés não damos com qualquer tipo de sequência ou de ordenamento, sendo a narrativa concernente a José, cortada no capítulo trigésimo oitavo pela narrativa de Judá e Tamar. E outros tantos cortes do gênero permeiam todo livro conferindo-lhe um aspecto confuso e desagradavel que faz lembra o Corão.
Nem é preciso dizer que os Santos Evangelhos também conhecem a sequência ordenada que vai da natividade a ressurreição de Jesus.