Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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sexta-feira, 27 de maio de 2016

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo VII > Divisões a respeito da presença real do Senhor da Eucaristia: Sub Capitulo VIII - O impacto da rebelião luterana

Foi quando apareceu em cena o esposo de Dna Catarina von Bora... fr Martinho Lutero de Eisleben.

Não que ele mesmo tivesse suscitado qualquer questão em torno de tão certa e segura doutrina. Pois aqui conformou-se definitivamente com a tradição e sempre acreditou como qualquer ortodoxo ou papista. Conservando imaculadamente a fé Católica, e isto a ponto de seus próprios continuadores classificarem-no como um monge ou troglodita... Nada mas fácil do que espezinhar leão morto!!! Mas ah se Lutero fosse vivo!!! Com que carinhosos epítetos não brindaria seus 'filhos' assembleianos ou adventistas!

No entanto foi ele que destravou as portas da igreja... ou que 'abriu' as porteiras da doutrina as cogitações individuais pelo simples fato de questionar a autoridade divina e negar a tradição.

Oferecendo a seus ouvintes e continuadores - ANABATISTAS, UNITÁRIOS E ZWINGLIANOS - o 'modus operandi' porque haveriam de justificar muito comodamente suas teorias e opiniões profanas.

Referi-mo-nos obviamente ao 'Sola Scriptura' e ao LIVRE EXAME i é a doutrina segundo a qual todo e qualquer Cristão tem o dever de questionar a pregação da Igreja Histórica e de extrair sua fé diretamente do livro, compreendido de modo geral como uma transposição - humana e falível - para o vernáculo do original inspirado e divino.

Foi da Bíblia ou melhor de suas traduções humanas e falíveis que indivíduos prevenidos contra a Igreja antiga extraíram todas as opiniões exóticas que viriam e vieram a DEBILITAR a fé Cristã e preparar os caminhos da incredulidade, do ateismo, do judaísmo e acima de tudo do islã... 

O primeiro passo para o obscurecimento e eclipse da fé entre os europeus foi a confusão doutrinária produzida pelo livre examinismo e o Biblismo afirmados por Lutero em Worms! Urgia baralhar a pregação de modo a torna-la incompreensível. Foi o que Lutero fez e com maestria.

Principiou nosso agostiniano emitindo algumas dúvidas, meio inocentes, a respeito das indulgências papais, passando logo ao terreno da salvação, da fé e das obras, até chegar aos confins da tradição - cujo testemunho desamparava-o - e da igreja, cuja autoridade desamparava-o.

Arrastado por uma polêmica nem sempre honesta e serena, acuado por Eckius, pego de improviso e enrolando-se cada vez mais não restou ao 'profeta saxão' outra alternativa ou recurso que encastelar-se na tal 'suficiência das escrituras' e no exame particular contra as pretensões do Vaticano. 

Isto sem sequer perceber que a longo prazo laborava contra sua própria autoridade e sabotava a fé ancestral, por ter elaborado e assumido a um princípio corrosivo. E corrosivo porque individual, subjetivo, caprichoso e arbitrário... Por meio do qual a Verdade eterna e a divina Revelação foi substituída pelo conceito de Interpretação...

A tragédia aqui foi que após o Papa, os cardeais, os Bispos, os clérigos, os monges e até mesmo o Concílio Geral terem sido denunciados - como corruptores - pelo filho de Dna Margarida todo e qualquer homem deveria acautelar-se de apresentar a si mesmo como mestre ou líder autorizado da Cristandade... Sobrepondo suas opiniões ou interpretações ao foro do juízo individual.

Assim sendo, quando o próprio - esquecendo de tudo quando havia dito e escrito pouco antes - Lutero ousou faze-lo (Revindicando submissão a sua doutrina e chamando os demais livre examinadores a uniformidade luterana) foi tratado pelos dissidentes ou sectários da mesma maneira como tratara o Papa romano e seus auxiliares ou seja com um adversário da liberdade cristã, usurpador, tirano, déspota, anti cristo, sedutor, hipócrita e falso profeta. 


Isto pelo simples fato de não querer avançar com a dita reforma - que segundo a opinião de muitos era insuficiente - e demolir a uma só vez todos os artigos do credo Católico: Da divindade de Cristo ao Domingo... Por não ter abatido por completo e posto a rés de chão todo edifício da fé Ortodoxa, passou Lutero a ser encarado como inconsequente e leviado pela maior  parte de seus herdeiros espirituais. 

Quando a situação chegou a este ponto anabatistas, zwinglianos unitários declararam a uma só voz estar em posse tanto de exemplares da Bíblia - ou melhor traduções dela - quanto de juízo suficiente para compreende-la. Descartando a mediação, a autoridade ou o auxílio do 'grande reformador'...

Espalhados tantos exemplares da Bíblia entre a parte letrada do povo, tornou-se o 'gigantesco' e 'colossal' M Lutero desnecessário, inútil ou mesmo ameaçador face as pretensões do marceneiro, do sapateiro, do padeiro, do pedreiro, do cavaleiro, etc elevado a condição de Bispo particular ou de 'estudante da Bíblia'.

Pois se ao colossal e divino, e predestinado Lutero parecia haver algumas coisas boas no Catolicismo no no Cristianismo ante reformado, para seus sucessores e continuadores o Catolicismo era pagão e diabólico dos pés a cabeça e o Cristianismo alguma outra coisa, ainda em parte 'ignorada' e desconhecida (!!!). Era Lutero um profeta 'meio católico' ou 'meio pagão' a que estranhamente, o deus protestante, iluminará apenas em parte, deixando-o em parte nas trevas do erro e nas garras do paganismo!

Tal a miséria suprema e eterna da pregação protestante; segundo a qual a verdade é restituída homeopaticamente ou a conta gotas, de modo a amancebar-se provisoriamente com o erro e de conviver perfeitamente com ele... Até que surja outro iluminado e continue a demolição.


Nem podia deixar de ser assim...

Afinal no momento mesmo em que Lutero ganha seu minuto de fama, glória e imortalidade por ter resistido corajosamente ao Imperador e ao Papa em Worms cada indivíduo sente-se estimulado a tomar um exemplar da mesma Bíblia e a dar sua contribuição, arvorando-se em reformador ou árbitro da doutrina Cristã e fazendo avançar esta eterna reforma que jamais chega ao fim. Pelo que surgiu na Europa um número impressionante deles. Ficando pulverizada a divina Revelação.

Por via dessa reforma jamais acaba nada sobre a face da terra será mais instável do que a fé Cristã!!! Nada mais instável, confuso e vulnerável as justas críticas postas pela razão!

Na medida em que cada individuo publica ou edita uma versão distinta da fé ou um tipo diferente de Cristianismo a Unidade e a Verdade estão mortas e enterradas como relíquias de Eras passadas. E fechou-se a porta para o acordo e o entendimento.


Se Lutero ao menos por um instante acreditou ingenuamente que seria capaz de comandar toda essa imensa hoste ou turba de leitores da Bíblia não tardou a perceber que as forças que suscitara e retirara do abismo eram incontroláveis e que sequer podia cogitar a respeito dos rumos que haveriam de tomar.


Na medida em que impossibilitava a afirmação de qualquer tipo de autoridade comum, externa a Bíblia, e consequentemente aos indivíduos. 

Mesmo sem vir a percebe-lo Lutero libertará o individuo e demolirá a comunidade da fé e abatera a verdade até os fundamentos. Tornando-se responsável por obscurecer o conceito de divina Revelação, mantido ciosamente pelo próprio islamismo. Aqui, como já dissemos o conceito de Revelação cede passo ao conceito puramente humano e subjetivo de interpretação... Nada de concreto nos é dado ou oferecido pelo Cristo e entregue pela igreja em termos de doutrina e verdade. Cabendo a cada fiel produzir as suas!

Desde então tudo era possível e todas as doutrinas ulteriores e futuras estavam potencialmente contidas na decisão que tomou. De arvorar um livro como autoridade suprema no âmbito da fé... Quando este livro, e consequentemente a Verdade, a doutrina, a revelação e o Cristianismo tornam-se objeto de juízo por parte do individuo e da razão. A qual em tese todos tem acesso...

Fez-se Lutero tão inútil, como fizera inúteis os Bispos, Padres, clérigos, monges, doutores, pastores, líderes eclesiásticos, etc ao admitir que o simples examinador da Bíblia é autoridade suprema em matéria de fé. Criou igrejas individuais, doutrinas individuais, credos individuais, 'cristianismos' a mancheia e demoliu o padrão divino da autoridade. Convertendo o protestantismo futuro ( a que chamamos histórico) - enquanto eterno retorno ao Catolicismo - numa perpétua mentira!

Emitindo teoria sobre a falibilidade parcial - ou 'meia' apostasia - da Igreja histórica, Lutero facultou aos demais a possibilidade de ampliarem ao máximo o alcance desta falibilidade e de porem em dúvida todos os artigos de fé historicamente afirmados pela Cristandade, assim o batismo infantil, a presença real, a divindade do Senhor, o número dos Sacramentos, a comunhão dos Santos, etc, etc, etc

Nem podia Lutero atalha-los. Pois se a Igreja antiga fundada pelo divino Mestre errará como poderia ele Lutero achar-se completamente a salvo do erro??? Como por em duvida a igreja tiga sem estender a mesma dúvida a nova? Como descrer do romanismo sem descrer igualmente do protestantismo ou do luteranismo? Por que acreditar que o monge alemão era superior ao clero italiano ou latino? Se a igreja anterior fracassará como crer ingenuamente que sua sucessora seria incorruptível? Portanto a dúvida e o ceticismo já ali estavam no berço mesmo do protestantismo a envenena-lo por completo!

E ele não passou de um acordo provisório ou de uma transição da fé ancestral e Católica para a incredulidade moderna. Protestantismo foi solução de compromisso entre a crença e a descrença desde o princípio e jamais deixou de ser encarado pelos sábios mais atilados como curso de introdução ao ateísmo, ao materialismo e a indiferença.

Pois a busca da Unidade e da Verdade através da Bíblia e do engenho humano produz apenas frustração e desengano. Biblismo e livre exame jamais superam a fragmentação, sinal evidente do erro, e o protestantismo jamais satisfaz os apelos da mesma razão, a qual demanda por critério que conduza-a a estabilidade. Evidentemente que estamos falando de 'autoridade' e de tradição enquanto veículos que nos auxiliam a apreender o sentido dos Santos Evangelhos.

Se a Igreja de Cristo equivocou-se como poderia uma reformação encetada e dirigida por homens estar a salvo do erro e do engano, ou imunizada enfim??? 


Se a igreja Católica que remonta aos apóstolos corrompeu-se tão miseravelmente como supor que a sorte do protestantismo fosse diversa?

Em que os profetas alemães do século XVI seriam superiores ao divino Mestre ou a seus apóstolos? 

Portanto se o Mestre e os abençoados apóstolos nada construíram de definitivo ou de perene...

Deveríamos nos contentar em saltar de corrupção em corrupção??? E de nos contentar com meias verdades provisórias???


Não, não há como fugir a esta amarga verdade: Toda dinâmica da reforma protestante, envenenada pelo ceticismo, conduz fatalmente a perda da fé, a apostasia, a angústia e a desolação. Pois priva a pobre humanidade do único aceno com que a divindade ousou agracia-la no curso da História, a saber, da posse de uma Revelação incorruptível, infalivelmente transmitida e consequentemente da posse da Verdade eterna!

E o que resta após isto e apenas busca inútil, interpretação, opinião, conjectura, teoria, achismo, etc

Criticamente falando não podia a Sociedade dar por certa a falsidade das doutrinas tradicionais em torno do Batismo, da Eucaristia, da divindade de Cristo, dos Sacramentos, etc sem concluir pela falsidade do Evangelho, do nascimento virginal, da ressurreição, etc E mergulhar de cabeça e corpo inteiro no pântano da incredulidade...


Nem podia tecer dúvidas a respeito da igreja, custodiaria da Escritura, sem acabar concebendo dúvidas a respeito da própria Escritura. 

E o próprio protestantismo, foi por este caminho, tornando-se liberal até repudiar a doutrina da inspiração... digo do EVANGELHO. Logo ele que fazia tantas galas sobre a falsa doutrina da inspiração plenária ou linear, e elaborou um falso Corão 'cristão'. Chegou aos extremos de pelo liberalismo repudiar a divindade das palavra de Jesus Cristo e por sua 'ortodoxia' vã a misturar a palavra de Jesus Cristo com as palavras de outros tantos escritores até perder sua especificidade e excelência. 

É sintomático que o protestantismo raramente assuma posicionamentos equilibrados. Pois se alguns de seus adeptos repudiam formalmente a autoridade dos Santos Evangelhos ou das palavras de Cristo, a maior parte deles ainda encontra-se presa a ideia de uma Bíblia unitária de gênesis a apocalipse, do que resulta a voz de Cristo perder-se em meio as outras vozes...

É e sempre será uma religião de extremos e de extremistas. De liberais incrédulos e de fanáticos judaizantes, e raramente sai disto sem sair de si e atingir a verdade divina do Catolicismo. 

Um destes degraus que conduziram o mundo ao abismo da negação foi o anabatismo, outro o zwinglianismo, outro o unitarismo, outro o iconoclasmo, outro o sabatismo e assim sucessivamente.

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo V: Divisões a respeito do Sacramento do Batismo > Sub Capítulo 05 - Reflexão




Um só Cristo, uma só fé e um só batismo!!!
DANDO CUMPRIMENTO A PALAVRA SAGRADA!


"O QUE É BASTANTE CLARO É QUE SÁBIOS E IGNORANTES PODEM ERRAR FEIO CASO OUSEM INTERPRETAR POR SI MESMOS A ESCRITURA SEM CONHECIMENTOS TEOLÓGICOS SUFICIENTEMENTE APURADOS, E SEM RECURSO CONSTANTE AOS ENSINAMENTOS DA IGREJA. FREQUENTEMENTE ATÉ NAS PROPOSIÇÕES MAIS CLARAS, LEVAM A RESULTADOS EQUIVOCADOS. DEVEMOS NOS ALIMENTAR E NOS EDIFICAR COM A LEITURA BÍBLICA CERTAMENTE, POR OUTRO LADO, NO ENTANTO, NÃO SE DEVE PROCURAR SEM UM PREPARO SÓLIDO E SÉRIO, SOLUCIONAR PROBLEMAS RELIGIOSOS TOMANDO POR BASE O TEXTO INSPIRADO." Von Ruville in "La marque du veritable anneau." pp 20







Continuação do diálogo em torno da controvérsia batismal -


Protestante: Concedo que a existência de um rito supersticioso no contexto Cristão não possa deixar de exercer determinada influência sobre a vida espiritual dos crentes;

Ortodoxo: Sendo assim o simples fato de alguns de vocês (A exemplo dos protestantes brasileiros em geral) encararem tal rito como supersticioso - e portanto nocivo a alma - enquanto outros ( A maior parte dos protestantes Norte Americanos e europeus) encaram-no como benéfico e proveitoso não te parece no mínimo estranho? Especialmente se considerarmos que uns e outros pretendem estar fundamentados na mesma Bíblia e que esta mesma Bíblia é simples, clara e auto evidente???

ProtestanteE por que cargas d água deveria se-lo?

Ortodoxo: Justamente porque diz respeito a condição espiritual dos crentes ou a validade de seus Batismos e portanto de sua vinculação a Jesus Cristo. 

Sendo o Batismo de tais pessoas invalido como poderiam ter renascido de novo? 

E sem terem renascido de novo como poderiam herdar aquela vida eterna que não procede da carne e do sangue mas de Deus somente?

Acaso não declarou o Senhor: "A vós é forçoso nascer de novo... pois quem não nasce da água e do Espírito não entrará no Reino celestial?"


E noutra parte: "Quem crer e batizado for será salvo."?

E se receberam outro Batismo que não o de Jesus Cristo como haveriam de ser lavados e purificados de seus pecados segundo o convite do apóstolo:

"Cada um de vós seja Batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados." ???


Assim sendo, a luz da divina Revelação não podemos deixar de exigir um posicionamento direto, claro e inequívoco por parte da igreja de Cristo a respeito da utilidade ou inutilidade deste rito!

Sob pena de perdermos todos este benefícios e vantagens espirituais!

ProtestanteTalvez seja próprio do ser humano lançar confusão mesmo em torno de temas tão importantes e perder de vista os artigos mais preciosos da fé.

Ortodoxo: Se é ou não natural que o homem lance confusão em torno de tais pontos não sei nem desejo sabe-lo. 

Importa saber uma só coisa e uma só coisa saber: Se tal confusão corresponde a um BEM ou a um MAL a uma VANTAGEM ou a uma CALAMIDADE e; consequentemente se esta de acordo com a Santa vontade de Deus e seus planos para a humanidade.

Compactuará o Verbo divino com a confusão semeada pelo homem?

Nada fará o Senhor tendo em vista conter e evitar semelhante estado de coisas?

Faltará a Jesus Cristo poder e força para suster a Verdade eterna de sua doutrina face aos deslizes cometidos pelos mortais???

Prevalecerá a condição humana da vontade e capacidade divinas???

Assim não me interessa o que o homem é capaz de fazer mas o que Deus é capaz de fazer tendo em vista a contenção dos efeitos maléficos produzidos pela atividade humana e a concretização de sua vontade santa e perfeita neste mundo.


Nada mais estranho do que ouvir os protestantes anunciando simultaneamente a vulgaridade dos milagres e a doutrina da apostasia quando o primeiro e único milagre necessário seria justamente a manutenção ou conservação da Verdade Revelada!

Protestante: Longe de mim afirmar ou mesmo supor que a confusão em torno de tais questões seja benéfica, positiva ou saudável. 

No entanto diante das evidências apresentadas só me resta concluir que se trata dum fato: "...ASSIM ADMITIMOS QUE A IGREJA CRISTÃ ESTA DIVIDIDA A RESPEITO." SOCIEDADE GERAL MENONITA DA HOLANDAResposta a BEM

Ortodoxo: Existindo é fato. 

No entanto limitar-se a reconhecer a existência deste fato é muito pouco. 

Afinal o que se espera-se da criatura racional é a elaboração de juízos morais ou qualitativos a respeito dos fatos. Mormente dos mais importantes como aqueles que dizem respeito a vida espiritual.

Em última análise todo e qualquer fato - especialmente os de natureza religiosa - devem ser aquilatados em termos de bem e mal, vício e virtude, perfeição e imperfeição.

Nós; Ortodoxos, papistas e os anglicanos, avaliamos semelhante condição como péssima ou muito ruim pelo simples fato de obscurecer o meio através do qual Jesus Cristo Nosso Senhor determinou vincular a si os seres humanos. 

Tendo Jesus instituído o Batismo poderíamos nós encara-lo como ocioso???

Correspondendo a algo importante para ele - a ponto de torna-lo obrigatório - como poderia ele deixar de ser importante para nós?


Como deixar de valorizar ao máximo uma ordenança promulgada por Jesus Cristo???

Se este povo foi de fato inserido por Jesus Cristo no plano da sobrenatureza ou da economia divina como deixar de crer que as Instituições por ele decretadas devam permanecer sólidas, fixas e luminosas até a consumação dos tempos e seu advento glorioso???

Alias não seria obrigação sua conservar imaculadamente por seu divino poder tais instituições, ordenanças e ritos de modo que jamais pudessem ser obscurecidos???

Assim não nos parece condizente com a perfeição divina semelhante estado de divisão e incerteza.

Nem nos parece trágica e lamentável ou meramente factual a condição do protestantismo face as exigências da Escritura e da Razão mas precária ou melhor dizendo perniciosa!


O protestantismo ainda neste ponto como em inúmeros outros pontos não menos importantes está fragmentado em diversas teorias ou opiniões e esta fragmentação é sinal claro evidente e insofismável de que jamais contou com o apoio divino. O protestantismo não pode proceder daquele Deus que exclamou:

TODO REINO DIVIDIDO PERECERÁ!
Ou dirás tu, amigo protestante, que Deus estabeleceu seu Reino para a destruição????

Só nos resta encarar a divisão segundo a perspectiva da Bíblia e procurar o Reino de Deus noutras paragens.

Se percebes que o Protestantismo é um Reino dividido, tens diante de ti a obrigação moral de seguir em busca daquele Reino divino em que se realiza a Unidade desejada e afirmada pelo próprio Deus como bem estritamente necessário.

Uma vez que o Evangelho apresenta a divisão como algo essencialmente mau e que o protestantismo apresenta-se dividido em inúmeras fés não podemos deixar de concluir, muito logicamente que o protestantismo é mau e que não procede do Deus bom e perfeito.

protestante: Devo admitir que as oscilações  e mudanças não sejam saudáveis no terreno divino da fé.


Ortodoxo: Caso os anabatistas estejam corretos, a prática de tal rito - o pedobatismo - não pode deixar de ser abusiva, supersticiosa, vã, grosseira e consequentemente de abalar o corpo místico de Jesus Cristo (por isso que os anabatistas condenam inexoravelmente tal prática ao invés de permitir que cada família tome sua decisão.) introduzindo a corrupção. 

Por outro lado, caso os batizadores de crianças estejam corretos a eliminação deste rito não poderia deixar de acarretar ao menos certa desvantagem para os filhos dos crentes. 

Assim neste campo não é possível exercer qualquer tipo de neutralidade... Pois ou conservamos ou envenenamos a vida sacramental em seu ponto de partida!

Nada mais grave, nada mais sério. A oposição é real e extrema.

Protestante: É o que parece.

Ortodoxo: Alias em se tratando de uma questão ociosa por que teria provocado tantas brigas, polêmicas, discussões e como vimos até agressões e mortes no decorrer da história? 

Certamente nem pedobatistas nem anabatistas estão dispostos a reconhecer que qualquer a questão suscitada em torno do Batismo seja irrelevante! A própria existência do anabatismo aponta para a importância crucial do tema ou da doutrina.

Por outro lado se a questão é tão importante quanto parece e o protestantismo permanece cindido em dois campos só podemos concluir por sua inaptidão ou miserabilidade. 

E repetir - como dizia o Pr Barleus - que não podemos nem queremos crer nele.

Protestante: Ainda não havia encarado a questão por este ângulo.


ortodoxo: Apreciemos então uma ilustração tomada ao domínio dos fatos -

"Nos confins da selva amazônica havia uma tribo indígena que jamais fora visitada pelo homem branco.

Seus habitantes prestavam culto aos manitos, maracas e aos ossos dos antepassados, bem como a sol, a lua, aos ventos, aos raios, etc e assim iam vivendo... Segundo a lei de seus ancestrais.


No entanto, certo dia, chegou a tal tribo o primeiro um homem branco, enviado pela missão calvinista dos Estados Unidos.


Percebendo que a ocasião era oportuna, nosso ministro pôs-se logo a travar relações com o morubixaba dele obtendo a autorização necessária para permanecer na aldeia.


Nem é preciso dizer que em muito pouco tempo nosso bom homem agregou certo número de prosélitos e começou a instrui-los no que supunha ser a lei do Cristianismo.


Ao cabo de um ano, estando já quase toda a tribo - a exceção do pajé e dos mais idosos - preparada o simpático pastor batizou a todos, inclusive as criancinhas, por infusão!


Passados alguns meses e considerando que sua igreja já estava relativamente consolidada o abnegado pastor viu-se obrigado a partir em demanda de uma outra tribo pagã, situada mais além... Sendo assim constituiu certo número de oficiais e partiu.


E sequer havia completado um ano desde que partira quando um segundo homem branco apareceu na aldeia. Este também portava uma Bíblia e era Batista.


Da mesma maneira logou este segundo missionário instalar-se na aldeia não perdendo um instante sequer tendo em vista expor os erros doutrinários de seu predecessor. Tomou a mesma Bíblia nas mãos, confrontou os diáconos calvinistas, e denunciou com tal veemência o pedobatismo que ao cabo de alguns meses quase todos os Cristãos haviam abraçado seus ensinamentos.


Por fim nosso profeta declarou peremptoriamente que o batismo ministrado pelo pastor calvinista era falso, e que, sendo assim, todos deveriam ser rebatizados, exceto as criancinhas, que não terem fé não podiam ser batizadas!


Diante disto rumaram todos para o riacho mais próximo, a cerca de vinte quilômetros e foram batizados por infusão.


Passados dois anos chegou a aldeia um terceiro missionário, pentecostal e eis que começou tudo de novo: novas doutrinações, novas denuncias e enfim um segundo rebatismo posto que o missionário batista não os havia batizado por imersão e em nome do Senhor Jesus. Os selvagens com a mesma candura de sempre aceitaram todas as imposições do iluminado, dirigiram-se há um rio situado a cerca de trinta quilômetros e mergulharam em nome de Jesus!


E tanto se apegaram ao homem que verteram copiosas lágrimas quando este lhes disse que Espírito Santo incumbira-o de uma nova missão, pelo que se fazia mister deixa-los e partir. 


Três meses depois surge outro branco - o quarto - também este trazendo o famigerado livro negro em suas mãos. Este vinha em nome do exército da salvação e a maior parte da aldeia escutou com a mesma atenção. Sendo assim pôs-se ele quase que de imediato a atacar as doutrinas dos calvinistas, batistas, congregados, etc e fe-lo com uma tal ênfase que parte da assistência solicitou - pela quarta vez!!! - o batismo!


"Quê! - respondeu-lhes o oficial de Cristo - Ficai cientes de que tais ordenanças não são de modo algum necessárias a vossa salvação."


Os indígenas ficaram um tanto desapontados, meio desiludidos, cabisbaixos mas acharam melhor nada dizer até que passado algum tempo também este tomou seus apetrechos e se foi...


Enfim, passados cerca de quatro anos, apareceu naquela aldeia obscura e já evangelizada umas quatro vezes um piedoso colportor adventista. Ansioso por resgatar das trevas aqueles tradicionalistas idolatras, nosso homem começou anunciando-lhes o sábado para em seguida denunciar como diabólicas todas as igrejas dos calvinistas, batistas, congregados, salvacionistas, etc Assegurando que nenhum de seus predecessores entendia qualquer coisa de Bíblia. Diante disto aquele mesmo morubixaba, que a tantos anos acolhera o primeiro missionário Cristão, perguntou-lhe: Agora que estamos prestes a crer em suas palavras e tendo sido batizados já três vezes, desejamos saber o que fazer!


Após alguns instantes o ministro adventista respondeu-lhe: Lamento mas a verdade obriga-me a declarar que só os adultos devem ser batizados por imersão em nome do Pai, do Filho e do Espírito santo. ASSIM SEREIS PLENAMENTE CRISTÃOS.


Os indígenas, ja fartos de tanto Batismo ousaram insistir, declarando que ja haviam sido batizados três vezes EM DEZ ANOS. O adventista no entanto bateu o pé e asseverou que todos os batismos anteriores, eram, por esta ou aquela razão inválidos e que não era dado a homem algum entrar no reino dos céus sem ser validamente batizado!


Foi quando os pagãos liderados pelo pajé ousaram declarar perante o velho morubixaba: Eis que abandonastes o padrão de vossos ancestrais para aderir a uma crença exótica cujas leis flutuam ao sabor do vento... e já fostes ludibriados quatro vezes!


Agora sabe o amigo qual foi a decisão tomada pelos habitantes daquela tribo?


Crivaram de frechas o pobre colportor, partiram-no em pedaços e assaram-no numa fogueira feita com suas próprias Bíblias; após o que devoraram-no.


Feito isto desenterraram seus manitos e maracas, tornando a cultuar os elementos da natureza.


Além disto juraram pelo sol, pela lua, pelas águas e pelos ventos que dariam cabo do primeiro missionário Cristão que ousasse passas a suas terras."



protestante: Penso que o amigo esteja dramatizando.

ortodoxo: Diga você o que disser, no entanto; como uma dúvida puxa outra não poucas pessoas tem sido levadas a desesperar da verdade, da igreja e de Jesus Cristo devido a teoria dos rebatismos, as disputas sobre a validade dos Batismos, as incertezas sobre os elementos essenciais do Batismo, etc

Pois o protestantismo como vimos não oferece a seus profitentes as garantias necessárias a respeito do Sacramento.

Consideremos agora, estimado leitor, que a incerteza em torno do Batismo é apenas uma das dezenas de incertezas ou inexatidões doutrinais características deste padrão religioso confusionista e obscuro.

Principiamos esta análise demonstrando que os protestantes encontram-se doutrinariamente cindidos a respeito da natureza divina e da pessoa de Jesus Cristo. E acabamos de estabelecer que não se encontram em melhores condições a respeito do Batismo.

Nos próximos tópicos demonstraremos - partindo de seus próprios escritos - que acham-se igualmente divididos e em estado de conflito com relação ao número dos Sacramentos e a Presença real do Senhor na Eucaristia outras duas questões a respeito das quais não podemos suavizar ou atribuir pouca importância!



SANTO DEUS, SANTO PODEROSO, SANTO IMORTAL!
TEM PIEDADE DE NÓS E SALVA-NOS!
PORQUE ÉS CLEMENTE E MISERICORDIOSO!!!





segunda-feira, 23 de maio de 2016

1b - De pentecostal a Ortodoxo: TESTEMUNHO PESSOAL > Minha formação

Neste artigo o amigo leitor encontrará os seguintes tópicos:
  1. Terrorismo protestante
  2. Sentido Católico
  3. Meu estado de espírito
  4. No reinado da incoerência
  5. Mero oportunismo
  6. Destinado a liderança
  7. A paixão e morte de minha avó ou falsas profecias
  8. O que Lutero ensinou sobre médicos e doenças
  9. Os falsos prodígios 
  10. Minha ruptura com o protestantismo
  11. De como enganado pelo pentecostalismo passei a odiar Jesus Cristo




Para quem dúvida...


Terrorismo protestante


Quanto a mim, desde muito cedo, fui 'gentilmente convencido' a acompanhar minha avó e minha mãe aos cultos dominicais da CCB. Quanto aqueles - dentre os jovens que eu conheci - que recusavam-se a ir a frequenta-los eram persuadidos de diversas maneiras seja pela privação das guloseimas, da liberdade de brincar ou mesmo da liberdade de ir e vir; até que 'reconsiderassem' sua decisão e concordassem em ir a igreja... Havia ainda aqueles que eram corrigidos pela vara ou literalmente 'surrados' segundo o modelo bíblico... Nós no entanto não sofríamos qualquer castigo graças a meu pai, que era 'incrédulo'...

Todavia como tínhamos a lingua solta e fazíamos, vira e mexe, alguma pergunta ou comentário indesejável (isto com sete ou oito anos de idade) eramos frequentemente exorcismados pelas piedosas matronas de birote, as quais estendiam suas mãos sobre nós e punham-se a gritar: Sai chifrudo desse menino... Sai capeta...

Não hesito nem temo classificar tais recursos como verdadeira 'inquisição' familiar e terrorismo religioso posto em prática pela maior parte das famílias protestantes das mais diversas seitas.

Alias, digo 'gentilmente convencido' - moralmente constrangido - porque livre e conscientemente jamais teria me associado aquele tipo de gente fanática, obtusa e grosseria, mesmo sendo um menino pequeno pois eu jamais me senti atraído por aquilo.


O que eu buscava!


Sentido Católico


Parafraseando Mme Elsie Dubugras posso até dizer que já nasci romano, episcopal ou melhor Católico Ortodoxo e como tal, infenso ao espiritualismo descarnado e platonizante prevalecente em tais meios; a transcendência absoluta e inexistência de representações tão características das seitas bíblicas; a ausência de símbolos e de um ritual ou ordinário comum... Toda aquela falta de ordem e sobriedade, aquela franca anomia, aquele eterno improviso, aquela arbitrariedade; tudo ali despertava em mim a mais viva repugnância e me desagradava. Ouso dizer que antes de conhecer o padrão Católico ou Ortodoxo já aspirava por ele e já o desejava.

Olhar para aquelas paredes nuas, caiadas de branco e para aqueles homens de terno e gravata que saltavam como cangurus, balbuciavam, tremiam e berravam a plenos pulmões foi uma experiência bastante mortificante para mim... sentia-me deslocado, fora de lugar, isolado, perdido, incomodado...

Toda aquela frieza, desordem, barulho e confusão, molestavam-me e eu não me sentia bem ou feliz naquele local. Desde muito cedo aspirava por paz, ordem, temor, reverência, piedade, beleza, coerência... se bem que não soubesse ao certo que fossem tais coisas. Assim era menino ou moço e já sofria pois a um lado tinha receio de desgostar a minha família e a outro sonhava com coisas que na prática ignorava.

Eles falavam mais no Diabo do que em Jesus Cristo!


E como falassem mais no diabo e no inferno do que em Jesus e na bem aventurança celestial, eu tinha mais receio de atrair a atenção do rabudo ou de arder no tal 'fogo do inferno' do que de desagradar a Jesus Cristo Nosso Senhor...


Omitindo uma figura essencial


No entanto, tanto mais me achegava de Jesus não podia deixar de interessar-me pela figura da Mãe de sua mãe e até posso declarar que já sentia certa reverência por ela, decorrente talvez do afeto tributado a minha própria mãe. Os protestantes no entanto, como se sabe, são absolutamente reticentes neste sentido, buscando separar aquilo que o próprio Deus uniu eternamente pelo laço de sua Encarnação. Porque não são plenamente conscientes a respeito da Encarnação de Deus e até chegam a pensar que apenas 'parte' de Deus encarnou-se, embora Deus mesmo não possua parte e as pessoas pertencentes a Trindade divina sejam inseparáveis...


Cada seita responde de uma maneira

Alias enquanto protestante fui jamais ouvi qualquer tipo de ensinamento claro e objetivo em torno da Encarnação de deus, tal e qual encontramos nos Catolicismos. Ademais eles discutiam até mesmo a respeito da natureza do Senhor pondo em dúvida seu caráter divino. Pelo que em diversas ocasiões o Mestre me foi apresentando como simples criatura ou profeta nomesmos termos em que é apresentado pelos jeovistas ou muçulmanos, e isto por pessoas da própria CCB.


Eles abominam o símbolo de nossa redenção

Também sentia certo encanto e atração pelo símbolo da Cruz (porque hoje tenho grande devoção) embora a CCB - em oposição aos ensinamentos do apóstolo Paulo, a que tanto costumam engrandecer quando não merece - classificasse tal símbolo como 'maldito', eu estava em franca oposição e isto produzia diversas contendas. Eles declaravam que eu estava equivocado, mas eu sabia bem o que tinha lido na Bíblia deles sobre a Cruz ser poder e glória de Deus.



Levava a sério o que lia

Estas discussões foram amargas. Eu costumava levar a sério tudo quanto lia no Evangelho, nos escritos dos apóstolos e mesmo nos escritos dos judeus; e, assim sendo, a questionar as doutrinas protestantes a respeito da Cruz, da Virgem, da Eucaristia, das boas obras, etc Mas eu não partia da doutrina Católica, porque a desconhecida, partia antes do Evangelho que lia - na própria tradução defeituosa do Almeida - e sabia que eles estavam sendo infiéis e que ao invés de 'explicar' qualquer coisa negavam, deturpavam, obscureciam...

Apenas encarava os textos como sagrados e buscava, intuitivamente, o sentido mais simples e natural. Assim desde cedo percebi que os doutores protestantes atribuíam arbitrariamente a Escritura o sentido que mais os agradasse ou que considerassem ser o mais apropriado, ao invés de buscar o sentido DA Escritura pondo de lado os ensinamentos previamente fornecidos pela organização a que pertenciam. NÃO ERA UM EXAME LIVRE E MENOS AINDA HONESTO. Haviam ali traduções e tradições humanas...

Foi devido a este caráter subjetivo e arbitrário que fui tomando ódio ao livre exame e aspirando por outro padrão ou critério que de resto ignorava. Pois aspirava por um Cristianismo objetivo e muito bem definido apto para orientar-me a respeito da condição e pessoa de Jesus Cristo.

Tais exigências o protestantismo não contemplava nem satisfazia pois não havia a quem reportar-me ali. Todos eram igualmente habilitados a interpretar e haviam interpretações 'per capita', e cada qual entendia o Cristo, a bíblia, os Sacramentos, a Eucaristia, o Batismo, a Comunhão dos Santos, a vida futura, etc a sua maneira... Era o que eles, os indivíduos diziam, e não o que a Bíblia ou o Evangelho mesmo me diziam.

E eu sabia que a respeito de algumas coisas ao menos como a Eucaristia, a Cruz, a Virgem, a Imortalidade, etc estavam completamente equivocados e separados de Jesus Cristo e sua palavra.




Meu estado de espírito


Como o filho pródigo da parábola aspirava pelo pão dos filhos mas recebia apenas as bolotas do escravo...

Minha condição racional sentia-se profanada em seu amago e eu desejava não estar ali ouvindo tantas opiniões contraditórias e assistindo a tantas disputações inuteis em torno de versículos. Ademais era uma chicana em que cada qual esforçava-se ao máximo não para aprender e obter a verdade mas apenas e tão somente para arvorar-se em 'perito' e humilhar os demais. Cada uma dessas discussões inúteis mais parecia uma briga de galos ou uma corrida de cavalos e nada mais... importava esgotar os argumentos, dar a última palavra e ser aplaudido pela irmandade. Uma feira de vaidades, aquilo não podia ser o doce reino de Jesus cristo!

Um dia acreditavamos estar bem orientados e saber algo de concreto sobre o Cristo e seus mistérios, no dia seguinte aparecia algum irmão e lançando novos argumentos, convertia cada um de nossos dogmas em poerias e a cada amanhecer eram destruídas implacavelmente as certezas do dia anterior. Sempre tinha alguém para a emitir novas e estranhas opiniões e para questionar tudo quanto fora ensinado até então... Aquilo era um celeiro de ceticismo!

Aquele culto não correspondia aos anseios da minha alma, aos desejos de meu coração e ao caráter do meu intelecto; apenas a música, que era bela, confortava-me um pouco. Em meio a tanto emocionalismo, a tantas controvérsias, a tanta inexatidão, a tanta insanidade, a tanto charlatanismo... eu me sentia como Ulisses na cova de Polifemo...

Encarcerado naquela caverna mais tenebrosa que a do velho Platão eu aspirava por contemplar a beleza da verdade mas, no entanto tudo quanto via eram sombras: sombra de doutrina, sombra de culto, sombra de ética.... 'Sombras nada mais, somente sombras na vida' como diz a música.

Quantas vezes, sendo ainda menino, não cogitava a respeito dos motivos que levavam tantos homens feitos e até barbador a gritar futilmente com Deus, uma vez que ele é, como define a piedade Espírito puro e plenisciente, capaz de penetrar todas as coisas e de conhecer nossos pensamentos mais recônditos antes mesmo de serem formulados...Ademais, em casa, minha própria avó costumava dizer ser inconveniente gritar com os pais ou com as pessoas mais velhas!!! NESTE CASO POR QUE NA IGREJA GRITAVAM COM DEUS????

Foi quando ouvi a leitura do livro dos Reis sobre a disputa entre Elias e os profetas de Baal. E dei-me por convencido de que o culto pentecostal correspondia exatamente aquele culto bárbaro típico dos cananeus idólatras e não ao culto estabelecido por Nosso Senhor e definido como sóbrio e racional por seu comendador e apóstolo.

Conclui ainda que a maior parte deles rezava com o objetivo de serem ouvidos pelos homens - em especial os coitados dos vizinhos - e serem tidos em contra de piedosos, a exemplo dos fariseus que faziam tocar suas trombetas. Evidente que quem grita dirige-se a homens de carne e osso.

Longe de mim por em dúvida que houvessem ali alguns corações sinceros e voltados para Deus Nosso Pai. Todavia que pesado tributo não pagavam eles, aos caprichos da vontade humana naquilo que tem de mais rasteiro e vulgar. Quisera desassociar-me e apartar-me deles, mas era uma moleque de seus doze anos e temia sobretudo magoar minha mãe e minha avó e chamar sobre mim a reprovação da família.

Assim sendo, envolvido por aquela atmosfera de fanatismo, eu - como tantos e tantos protestantes do passado! - mantinha as aparências e humildemente suplicava a deus para que me converte-se a si. Porque não cria em nada daquilo e já não tinha certeza alguma... e desesperado sentia meus pés a beira do abismo do relativismo... Estado lastimável foi aquele a que conduziu-me a religião protestante!!!

Embalde procurei - dia após dia - encontrar algum vestígio ou traço beleza naquele local, no entanto, a exceção da melodia; nada encontrava que fosse capaz de confortar-me... Nada de reverência, nada de piedade, nada de recolhimento, nada de devoção, nada se sobriedade, nada de racionalidade... Nada além de arroubos histéricos associados a sons inarticulados, gritos, ruídos e exaltação dos sentidos; misticismo barato e emocionalismo patético. Tudo ali era fogo, tremor e vendaval... eu no entanto aspirava por uma brisa suave e leve como aquela porque Elias havia sido visitado na montanha do Horeb... por uma brisa que trouxesse ao menos um pouco de beleza e de verdade ao jardim emurchecido de minha pobre alma juvenil!!!

Era moço e já me sentia velho e encurvado devido a inquietação religiosa porque era consumido.

Estado lastimável foi aquele a que conduziu-me a religião protestante com suas incertezas, duvidas, imprecisões, divagações, interpretações, discussões, etc Aspirava por uma base sólida sobre a qual construir uma religiosidade sã ao cabo da vida mas tal não me era nem me podia ser dado por obra e graça do livre exame.


No reinado da incoerência


Também não podia compreender porque as famílias deviam separar-se umas das outras no decorrer do serviço religioso, indo; homens para um lado e mulheres para o outro. Se a família (do tipo burguês) era, como alegavam os líderes e profetas, uma instituição divina, sagrada e celestial tal separação não era apenas inconveniente mas absurda. Pois impedia as famílias de adorar o Mestre na unidade familiar! De minha parte posso dizer que detestava ter de separar-me de minha avó e de minha mãe e ser posto naquele curral masculino com uma multidão de estranhos e desconhecidos com os quais não tinha afinidade alguma.

Quanto as crianças e jovens cujos pais eram protestantes posso dizer que esforçavam-se, via de regra, por afetar os modos dos adultos e sua gravidade - trajadas como adultos já estavam tal e qual no século XVII - enquanto que eu, como uma criança normal aspirava apenas e tão somente por brincar. Aquelas estranhas e infelizes crianças no entanto não estavam dispostas a brincar!!! O 'homo ludens' que havia nelas havia sido imolado nos altares do cruento jeová!

Brincar ali era crime ameaçado pelos pais e avós como o castigo de deus ou o fogo do inferno!!!

Jamais tive audácia suficiente para perguntar a qualquer um daqueles nobres e respeitáveis anciãos de paletó e gravata sobre o pôrque de repetirem - como papagaios ou discos quebrados - centenas de vezes as mesmíssimas palavras: glória, aleluia, amem, misericórdia, etc se conforme eles mesmos viviam dizendo o próprio Jesus havia proibido o emprego de vãs repetições... Cheguei a contar cento e oitenta e sete glórias num só culto e a constatar - mais tarde - que entre tais preces e as ladainhas papistas não havia praticamente qualquer diferença... apesar de condenadas as repetições estavam e pelo que vejo ainda estão em plena voga no pentecostalismo mais talvez do que no papismo, embora sejam empregadas aleatoriamente ou seja sem qualquer arranjo formal, o que as torna ainda mais desagradáveis.

De fato os pentecostais são tão cegos e alienados a ponto de não perceberem que empregam mais repetições do que seus adversários os papistas... pois é um tal de glória e aleluia que corre como sangria desatada!

Mais uma vez estavam nossos protestantes - como excelentes fariseus! - soprando trave em vista alheia sem cuidar do próprio cisco... tal e qual costumam fazer contra os iconófilos e necromantes, logo eles, que saboreiam carne de porco e ingerem carne sufocada com sangue... petisco condenado pela mesma Torá do dr Moisés...




Mero oportunismo


Citar o antigo testamento contra seus adversários é hábito deles conhecido por todos. Observa-lo porém, ou po-lo em prática nem sequer na imaginação... Diante dos espiritas, papistas ou ortodoxos apresentam o pentateuco embolorado como equivalendo a 'pura palavra de Deus'; todavia quando apontamos no mesmo pentateuco as centenas de dispositivos que eles, protestantes, inobservam; dizem que isto e aquilo foi abolido...

Mas abolido por quem????

Agora veja só - palavra de deus (que não nos agrada) abolida!!! No entanto a parte ou palavra que nos agrada e convém é 'palavra de Deus' válida e verdadeira. E depois eles ainda ousam emendar o soneto e declarar que o mesmo deus é imutável... Haja diletantismo!

Eramos meninos e já conhecíamos muito bem o 'segredo do rei' i é que o velho testamento era objeto de seleção arbitrária, tipo: uni du ni te salame minguê sorvete colore ou minha mãe mandou escolher esse da qui... O que favorecia a lei protestante era canonizado e mantido, o que não favorecia pura e simplesmente descartado ou classificado como abolido.

Lembrei-me certa vez dos fariseus que colocavam fardos pesados sobre os ombros alheios... É exatamente isto que os protestantes costumam fazer com o do antigo testamento: atira-lo contra a religião alheia e a partir dele atacar o papismo, o espiritismo, a ciência. etc Agora na hora de cumprir ou de por em prática os dispositivos do A T, nada... tudo quanto se possa lançar contra eles protestantes 'foi abolido' e não vale mais!!! Velho testamento só vale para os outros, para incomodar, criticar, anatematizar, os outros...

Desde o princípio deplorei desta abordagem oportunista, diletante e arbitrária do antigo testamento, mas não sabia o que pensar pois a um lado não podia admitir a validade integral do A T e por outro ignorava a distinção entre o Decálogo e todo resto ou a soberania do Evangelho que é o livro dos Cristãos.

Fosse bom de fato o antigo testamento, os protestantes seriam os primeiros a viver conforme suas instituições-lo ou seja a cumpri-lo, a executa-lo, a vive-lo tal e qual os judeus ortodoxos... Crer como creem os judeus nossos protestantes querem agora viver como vivem os judeus não querem; porque viver como judeus é difícil ou melhor impossível e os protestantes só apreciam o que é fácil, conveniente, oportuno e comodo: fé, discurso, teoria, palavrório, opiniões, palpites, doutrinas esquisitas... Praticar não praticam nem mesmo os mandamentos promulgados por Jesus Cristo no sermão da montanha, recorrendo maquiavelicamente ora a Paulo ora a Lutero com o intuito de invalida-los!!! De fato S Paulo e 'S Lutero' emancipam os protestantes da lei de Jesus Cristo e indicam-lhes o caminho largo e plano duma salvação sem obras i é comoda e fácil.

E já havia percebido entre eles duas tendências extremistas e monstruosas...

Pois na mesma medida em que alguns poucos pretendiam restabelecer a lei de Moisés e o padrão legalista dos antigos fariseus e escribas em sua plenitude (com dietas, sábados, jejuns, etc) outros, a exemplo de Lutero, aspiravam por abolir todo tipo e espécie de lei, inclusive a lei moral da consciência e o padrão evangélico decretado pelo Verbo.

Os primeiros exclamavam: Moisés é nosso legislador porque traço algum da Lei foi abolido, enquanto os demais replicavam: Cristo jamais apresentou-se como legislador e; assim sendo salva-nos pela fé somente e salva-nos EM nossos pecados... Tanto na CCB quanto na AdD legalistas e solifideistas terçavam armas e lançavam dúzias ou centenas de textos e passagens uns contra os outros promovendo verdadeira batalha espiritual em torno destes dois evangelhos.

E enquanto alguns gritavam: Ao decalogo e, 'Viva Moisés' os demais replicavam: Salvos pela fé somente e sem qualquer obra!

Em meio a esta batalha, conflito, guerra ou duelo escriturístico que jamais terminava ou chegava a qualquer lugar sentia-me mal e indisposto.


Destinado a liderança!



Vovó, sem embargo, acalentava a vã esperança de que um dia eu chegasse a tornar-me ancião ou doutor de sua seita.

Parafraseando o grande Darwin eu bem poderia ter dito a pobre anciã"Que terrível profeta ou pastor haverei de ser minha avó."

No entanto para agrada-la entregava-me com afinco ao estudo da 'Bíblia', sobretudo a leitura dos Evangelhos e dos Salmos dos judeus. E tanto mais lia, estudava e compreendia tais escritos ia percebendo a nítida diferença entre o Jesus anunciado pelos pregadores e líderes e o Jesus dos Evangelhos e concluindo que o autêntico Cristianismo não mais existia, tendo sucumbido miseravelmente ao largo dos séculos...

Alguns anos antes havia sido encaminhado pelo governo a um Colégio modelo, destinado a acolher crianças 'super dotadas' como se dizia então. Meu Q I foi medido e meu pai advertido de que me seria facultado ingressar num projeto educativo de vanguarda. Com o apoio de meu pai passei a estudar sob regime integral durante dois dias da semana e a entrosar-me com outros garotos tão perspicazes quanto eu. Para mim foi um estímulo bastante positivo em todos os sentidos.




A paixão e morte de minha avó e as falsas profecias!



Quando completei oito anos de idade foi que minha avó Dna Leonor sofreu o primeiro AVC.

Não me recordo de que, enquanto sã, a velhota tivesse ido ao médico ao menos uma vez sequer ou feito qualquer exame, medido a pressão ou tomado remédio...

Habitualmente, quando sentia-se indisposta vovó limitava-se a por um copo d água junto ao rádio durante a oração feita pelo missionário pentecostal Davi Miranda. Terminada a oração ou melhor a declamação, servia-se daquela água qual fosse uma panaceia ou teriaga e acreditando estar imunizada contra qualquer tipo de doença.

Assim Miranda vende água que não é dele e os homeopatas e espiritas levam a fama... Ao menos os espiritas e homeopatas vendem suas próprias águas, enquanto o Davi vende água paga com dinheiro alheio e temperada com palavras mágicas... Mistérios do protestantismo e como tais, mais profundos do que o mistério da nossa SSma Trindade.

Em situações mais graves a velha mandava chamar os profetas da seita para ser ungida com óleo, pois os estatutos da CCB referem-se a um arremedo de Evkelaion... eles ungem os parvos com óleo de cozinha e convencem-nos de que estão curados... o que acontece depois encontra-se perfeitamente descrito pelo hipnólogo Fábio Puentes em seu magnífico livro 'Hipnose, Marketing das religiões': se a enfermidade é de fundo afetivo ou psíquico a auto sugestão produz a cura se é de fundo somático ou físico, cessam os sintomas produzindo-se a ilusão da cura e posteriormente: o abandono dos medicamentos, a recaída e a morte; jamais divulgados...

E tudo fica sempre tido em conta de milagre. Pelo simples fato de que as massas preferem crer do que pesquisar ou investigar.




Mesmo sem saber, minha avó estava a observar fielmente os preceitos do Dr Lutero:

"Estou convencido de que a cegueira, a mudez, a surdez e a maior parte das doenças são causadas pelo demônio. Neste caso a ciência dos médicos incrédulos não serve para nada, só a oração pode salvar o enfermo. Esses médicos orgulhosos não sabem de nada..."

E como cada qual colhe fatalmente os frutos que semeia, minha pobre avó colheu uma hemiplegia incurável, expiando presa a uma cadeira durante três longos anos.



No entanto, mesmo enquanto achava-se presa aquela cadeira, definhando; não houve ano ou mês sequer, em que algum profeta não vaticinasse seu pronto restabelecimento pelo poder e para a glória do Senhor Jesus Cristo... foi o que ouvi a exaustão!!!

E com a Bíblia na mão, em nome do espírito santo, asseveravam os profetas que o 'deus do impossível' ou o 'deus da bíblia' não tardaria a 'fazer a obra' e a devolver a saúde e o vigor aqueles membros já atrofiados e ressequidos...

E acrescentavam, e diziam, como fazem ainda hoje, que o deus deles era capaz de fazer brotar membros amputados, de ressuscitar pessoas mortas a uma semana, de libertar do câncer e da AIDS, etc Bastando que para isto, o futuro beneficitário exercesse fé (pois na CCB não cobravam dízimo) no poder miraculoso de Jesus Cristo!!!

Quantas vezes não ouvi eu mesmo semelhante parlenga e quantas vezes não falhou miseravelmente!!! Digam as paredes de sua casa que ainda acham-se de pé!!! E testemunhem no último dia contra tal gênero de charlatães que infestam o mundo.


É SEMPRE ASSIM!!!


Das circunstâncias em que os falsos prodígios acontecem.


Nós no entanto, não nos dando por vencidos, ousávamos indagar do pregador em que circunstâncias tais eventos - os milagres e prodígios a que se referia! - haviam sido realizados. Sucedendo-se a repisada instrução segundo a qual o prodígio acontecerá no interior de um pais remoto, durante a calada da noite e na presença de alguns poucos membros da comunidade conforme o relato oral que o irmão X ouvirá do irmão N... tudo muito vago, muito impreciso, muito misterioso como sempre. Sem qualquer laudo, qualquer testemunha isenta ou qualquer tipo de gravação... TUDO MUITO DIFERENTE DAQUILO QUE NOS É TRANSMITIDO PELO EVANGELHO.

Afinal Jesus realizava seus verdadeiros milagres publicamente, em plena luz do dia, cercado por seus inimigos e envolvido pelas multidões! Jamais envolvido pela obscuridade da noite nas estreitas vielas da cidade i é as ocultas!!!


Posteriormente, quando éramos já professores, após termos ouvido mais uma narrativa sobre ressurreições provocadas pela fé, pergunta-mos a aluna nossa interlocutora, se havia algum atestado ou laudo médico comprovando que aquela pessoa havia estado morta e recobrara a vida. A aluna respondeu-nos que sim e comprometeu-se a levar tal documentação a escola, apresentando-a a mim e a turma no dia seguinte. JÁ SE FAZEM QUASE QUINZE ANOS E ESTAMOS ESPERANDO POR TAL DOCUMENTAÇÃO ATÉ O DIA DE HOJE...

Foi assim que ao cabo de três anos - e após ter cuspido centenas ou milhares de pílulas... - minha avó saiu mesmo da cadeira mas para passar ao leito após um segundo AVC... De certo modo a profecia - como na antiga Grécia dos oráculos capciosos (Cf Fontenelle 'História dos oráculos') - fora cumprida, pois a velhota saíra da cadeira... mas não para caminhar ou saltar como uma gazela.

Após este segundo AVC foram mais três ou quatro anos de sofrimentos e misérias indescritíveis...

Agora pasme o amigo leitor: durante todo este tempo os profetas jamais deixaram de anunciar o livramento da infeliz e de acenar com milagres em nome do deus maravilhoso que opera o impossível. E bem se vê que a esperança deles é material e para o corpo e não espiritual para a vida eterna...

Efetivamente o sadismo dos profetas chega as fronteiras da insanidade. Com que facilidade não aproximam-se dos aleijados e mutilados com o intuito de insuflar-lhes falsas esperanças e com que dificuldade prestam qualquer auxilio concreto e verdadeiramente cristão qual seja cuidar deles por algumas poucas horas - dar comida, das um banho, etc - enquanto os filhos ou parentes resolvem algum problema ou simplesmente repousam... Obras por obras os sectários prezam apenas as estrondosas e sobrenaturais. As obras simples e 'corriqueiras' determinadas pelo Evangelho - dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, etc - parecem atribuir muito pouco valor. Tal a escuridão e treva espiritual em meio a que rastejam enquanto acenam com todo tipo de maravilhas e prodígios aparentes...

Até que após quase sete anos de padecimentos vovó foi de fato libertada não pelas orações ou pelo poder dos videntes de fancaria, mas pela mão generosa de nossa irmã morte. Passou assim do catre a tumba sem que se cumprissem os vaticínios da crentalhada fanática... e nada fez por ela o deus dos milagres a que servira fervorosamente ao cabo de meio século.

Agora não julgue o magnânimo leitor que o caso de minha avó seja único ou isolado.

Lamentavelmente é bem mais comum do que podemos imaginar ou supor... Basta-me dizer que a avó de um professor amigo meu - Profo Neres - assídua frequentante da AdD, pereceu vitimada por um infarto fulminante poucos dias depois de ter sido convencida por seu pastor e curandeiro a deixar de tomar os remédios preceituados pelo médico isto porque, segundo dizia, estava já 'Curada pelo poder de Deus'... Ocorre-me ainda o caso de Dna Odete, diabética e ex secretária da reitoria de Nsa Sra do Amparo - SV, a qual tendo apostatado e passado a IURD foi igualmente convencida pelos pastores a jejuar - para expulsar o demônio feminino chamado 'diabete' !!! - e a abandonar o uso da insulina; como resultado sofreu uma queda, fraturou o fêmur e veio a óbito após seis meses de terríveis padecimentos; em meio aos quais sequer foi visitada por um obreiro da seita...

Aqui no Hospital S José prometeram a um interno que no dia X - caso acreditasse firmemente e saltasse da cama - deus lhe restituiria a perna amputada! Foi o quanto bastou para o infeliz pular, estatelar-se no chão e perder a outra metade, anterior, da perna.




Minha ruptura definitiva com o protestantismo

Após a morte da avó continuei frequentando, esporadicamente, a CCB, não por devoção é claro, mas por simples hábito ou costume... Afinal as práticas da seita continuavam a despertar em meu coração a mais viva repulsa... havia no entanto recordações, música de certa qualidade e sobretudo muita confusão em minha mente juvenil. De certo modo eu ainda cogitava ser a ovelha perdida e tinha esperanças de que o Senhor falasse a minha alma e me convencesse sobre os verdadeiros fundamentos da fé.

Foi quando ocorreu-me a feliz ou infeliz idéia de ler a Bíblia, digo a Bíblia toda de capa a capa incluindo s partes menos nobres do Antigo Testamento, as epístolas a que chamamos Católicas e a Revelação.

Bíblia que eu sequer sabia não passar de TRADUÇÃO HUMANA E FALÍVEL executada pelo despadrado João Ferreira de Almeida e estar cindida em dois testamentos!!!

Pode parecer até insólito, mas como assevera o Rvmo Pe Dubois (apud Biblismo 1922) os protestantes pouca ou nenhuma atenção prestam ao fato de seus livros estarem cindidos em duas partes: Velho e Novo Testamento, tudo misturando e citando a granel: Jesus com Gênesis, Paulo com Salomão, João com Jeremias... e por ai vai, uma aluvião de textos misturados como numa terrina de sopa...

Como ignoram da mesma forma ter sido nosso Evangelho escrito em grego e não descido dos céus em vernáculo...

Recordo-me de ter feito uma prece e aberto o livro, bem ao estilo de 'A cruz e o punhal'... de modo a que deus abrisse meu entendimento e facilitasse a compreensão.

Assim, tão levianamente, tratava-mos aquilo que acreditava-mos ser a palavra pura e imaculada de Deus...

A leitura caiu no livro dos Salmos ou hinos que os antigos judeus entoavam durante a subida ao templo.

O Salmo em questão dizia respeito a Jerusalém, ao rei, a seus inimigos, etc Fiquei aturdido pois tais palavras nada significavam para mim e eu sequer imaginava o que queriam dizer...

Julgo que caso tivesse iniciado o estudo do livro pelo Evangelho ou seja das palavras de Jesus, como recomenda o Pr Caio Fábio, o efeito teria sido bem outro. A religiosidade dos Salmos, todavia, não estava posta para minhas necessidades espirituais.

Sendo assim, desapontado, fechei o livro e fui ter com um profeta, em busca de orientação e esclarecimento.

E do quanto perguntara a respeito da leitura e a interpretação das Escrituras, recebi a seguinte determinação:

Cumpre não se fiar em livros compostos pelos homens guiados por Satanaz. O melhor caminho para a compreensão da escritura é dobrar os joelhos e implorar a graça do espírito santo. O próprio espirito abrira sua mente e fará com que possa compreender o significado da passagem mais díficil e obscura; ele tudo revela ao verdadeiro servo de Deus.
Isto foi o que ouvi e no que firmemente acreditei sem fingimento.

Assim, tendo chegado a casa, não hesitei por em prática tudo quanto me fora recomendado...

Após singela prece abri novamente o 'sagrado' volume, caindo a leitura mais uma vez no dito livro dos Salmos e num Salmo cuja linguagem parecia-me ainda mais obscura.

Desta vez, no entanto, estava preparado.

Assim sendo não perdi tempo:

Dei por inúteis todos os comentários e dicionários bíblicos, caí de joelhos por terra, prostrado, temeroso, tremendo, e reverente supliquei a graça, o favor e a comunhão do espírito santo de modo que me fosse dado compreender o sentido daquilo que estava lendo.

Foi neste exato momento que as escamas se me caíram dos olhos e sendo cego pude ver. Foi meu caminho de Damasco e minha saída de Babilônia protestante. 

Pois apesar de ter suplicado com toda boa fé deste mundo e em nome do Senhor Jesus, solicitando a orientação divina, eu - como tantos e tantos outros que agora são ateus, materialistas ou incrédulos - não obtive qualquer resposta ou esclarecimento de natureza mágica ou sobrenatural. Definitivamente a burla fora posta a luz e revelada com toda clareza.

Podendo eu aquilatar toda sujidade da manobra pentecostal e operação do erro... digo a manobra, porque os 'truques' conhecia já de oitiva...


GRAÇAS A MANOBRA PENTECOSTAL CHEGUEI A ODIAR JESUS!

De como enganado pelo pentecostalismo passei a odiar Jesus Cristo


Assim em meio as trevas do silêncio que me envolviam e as lágrimas da revolta, pus-me de pé já não como fiel servidor mas como incrédulo e escarnecedor.

Ficasse eu ali de joelhos feito um idiota, esperando as luzes do espírito santo e teria morrido de sede ou inanição ou levantado careca e de barbas brancas sessenta ou setenta anos depois rsrsrsrsrsrsrsrs...

A partir daquele trágico instante - como Saulo a sair da cidade Santa - respirava eu apenas ódio e revolta contra aquele que menos merecia e a respeito de cujos verdadeiros ensinamentos - por obra e graça do pentecostalismo - eu até então tão pouco sabia: Jesus de Nazaré... Isto graças aos homens maus que tem usurpado seu nome.

Naquele tempo de flor (segundo a expressão do piedoso Jair Pires) eu nada sabia a respeito dos falsos mestres e sedutores Lutero, Calvino, Zwinglio e dos demais fundadores de seitas e igrejolas - como Vrigen e Francescon - antecipadamente descritos por nosso Bom Mestre: Nos derradeiros tempos levantar-se-ão falsos mestres e profetas da mentira, que seduzirão e desviarão a muitos, executando prodigios mentirosos... Tampouco sabia eu qualquer coisa a respeito das origens da Reforma protestante, como mais tarde vim saber por meio de seus próprios redatores...

Era numa palavra um perfeito alienado ou estúpido e minha mente encontrava-se em estado de total confusão.

Nem mesmo a respeito da igreja romana, detinha qualquer informação consistente, pois sempre tomará por veraz a alegação dos 'profetas', segundo a qual a CCB ou a Assembléia, correspondiam a verdadeira igreja histórica e primitiva fundada por Jesus e sempre mantida por certo número de Santos ocultos a vista do mundo. 

Tal a crença dos Quackers segundo foi descrito por Voltaire nas 'Cartas da Inglaterra', dos anabatistas, adventistas e testemunhas de jeová com suas testemunhas anônimas e fantasmagóricas da Verdade a respeito das quais nada se sabe de positivo ou existe qualquer mísera linha escrita. Contávamos ter predecessores como os Bispos Ortodoxos, mas eram predecessores ocultos, obscuros, fantásticos e ilusórios a respeito do quais nada se sabia, nem mesmo o nomes...

Afinal como poderíamos nomear um calvinista no século XIII, um Zwingliano no século X, um anabatista no século VIII ou um assembleiano século V??? Decerto não poderíamos dar nomes a personagens ficticios e inexistentes...

Portanto, admitindo que Jesus Cristo havia estabelecido o padrão bíblico/pentecostal e não o padrão tradicional ou episcopal vigente nos catolicismos, vim, a crer que ele - Jesus Cristo - tendo estabelecido este padrão defeituoso e falso não passara de vil charlatão cujo suplício fora não só justo mas digno de ser aplaudido.

Por causa das mentiras pentecostais tomei ódio mortal a Jesus Cristo e um ódio tal que chegava aos paroxismos da cólera. E digo, não minto, que se não houvesse quem o pregasse eu mesmo o teria cravado no lenho com minhas próprias mãos e cuspido sobre sua divina face.

A esse tempo fui informado por alguém de que os espíritas não acreditavam em Jesus.

Até então eu nada sabia de positivo a respeito dos 'necromantes' de Kardec, exceto que eram necromantes ou que evocavam as almas dos mortos e que por isso eram pecadores e idólatras detestados por deus.

No entanto semelhante notícia encheu-me de júbilo e fez-me ir sem maiores delongas ao encontro deles, afoito como estava por escarnecer de tão excelsa figura... Quão doloroso foi para mim perceber que os tais espíritas, mesmo descrendo da divindade de Jesus, cuidavam mais do que quaisquer outros em observar e cumprir as leis e mandamentos consignados no Evangelho... Diante disto afastei-me deles e tomei-lhes verdadeiro ódio.

Optei então acercar-me dos judeus e agradecer-lhes pelo grande serviço que haviam prestado a humanidade, a saber, de terem supliciado o 'falso profeta' e sedutor Jesus de Nazaré; e como, mesmo eles, mostraram-se reservados diante de minha ferocidade anti cristã não tardei a sair, decepcionado, pela porta dos fundos da Sinagoga deplorando-lhe os escrúpulos.

Aos muçulmanos não procurei porque ignorava a existência deles ou sua presença no litoral paulista... Seja como for eles também tem alta estima não apenas por Jesus mas até mesmo por  sua Imaculada mãe, a ponto de exceder os protestantes no respeito que se lhe deve... o que naquelas circunstâncias despertaria em meu coração a mais viva repulsa.

Conclusão: Vi-me constrangido a digerir so e isoladamente todo ódio que consagrava ao nazareno e a encarar a mim mesmo como uma espécie de aberração ou aborto da natureza... Tivera eu, naquele momento crucial, tomado contato com Nietzsche e seus seguidores, talvez minha ulterior evolução tivesse tomado outros rumos, alias nada promissores. A respeito de Nietzsche e suas opiniões no entanto eu pouco ou nada sabia para minha maior felicidade.