Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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domingo, 16 de novembro de 2008

Cap LII - A Biblia pauperum



"É INTERESSANTE QUE AS JANELAS TAMBÉM CUMPRIAM OUTRO OBJETIVO.
VISTO QUE GRANDE PARTE DO POVO COMUM NÃO SABIA LER (COMO PODERIAM INTERPRETAR OU LIVRE EXAMINAR AS ESCRITURAS SE SEQUER SABIAM LER???) A JANELA COM GRAVURAS ERA UM MEIO DE FAMILIARIZAR AS PESSOAS COM OS PERSONAGENS E EVENTOS MENCIONADOS NA BÍBLIA, BEM COMO COM AS DOUTRINAS NA IGREJA.
ASSIM AS JANELAS PASSARAM A SER CONHECIDAS COMO BIBLIA PAUPERUM OU "A BÍBLIA DOS POBRES".
EM CHARTRES... HÁ UMA CATEDRAL QUE CONTEM A MAIOR COLEÇÃO DE JANELAS DE VITRAIS ORIGINAIS, QUE DATAM DE 1150 A 1240, MAIS DE 170 DELAS AINDA INTACTAS.
UMA DAS MAIS NOTAVEIS É A ÁRVORE DE JESSÉ, QUE REPRESENTA A GENEALOGIA DE JESUS A COMEÇAR POR JESSÉ PAI DE DAVI, CENAS DO MINISTÉRIO DE JESUS E DE SUAS PARABOLAS, COMO A DO BOM SAMARITANO, DO RICO E LÁZARO, DO FILHO PRÓDIGO, ETC ACHAM-SE IGUALMENTE PRESENTE NOS VITRAIS."
REVISTA "DESPERTAI!" STV, 08 DE MARÇO DE 1991. P 22

Cap LI - O amor dedicado as Escrituras pela Igreja antiga



"AQUELE QUE DESPREZA A LEITURA DAS SAGRADAS LETRAS MOSTRA CLARAMENTE QUE NÃO ACALENTA EM SEU CORAÇÃO O AMOR A DEUS." TRITEMIUS O ABADE, + 1517; in "Serm. IV"






"Acaso não foi dos papistas - E ESTES DA ORTODOXIA (grifo nosso) - que tomamos as sagradas Escrituras e o púlpito. Sem eles que saberiamos nós?" Lutero





protestante: Num de seus sermões meu pastor descreveu Lutero e Calvino dois varões escolhidos por Deus com o objetivo de vindicar o conhecimento e a autoridade de sua Santa palavra, a Bíblia, retirada pelos Bispos das mãos dos fiéis...

ortodoxo: Continue.

protestante: Durante os mil anos de trevas que cobriram a Cristandade Ocidental foi a leitura da Bíblia terminantemente proibida, inclusive sob pena de morte. Assim os raros e belos exemplares mostrados pelo amigo nos capítulos precedentes estavam quase todos sepultados nas bibliotecas dos monastérios e acorrentados as paredes... prestes a se converterem em pasto de traças.

ortodoxo: Sinto muito mas não compreendo o que quer dizer com "mil anos de trevas."?

protestante: Segundo Maitland e Wylie o ascendência da Igreja sobre a sociedade européia, a partir do século V ao século XVI desta Era - ou seja, a Idade Média de ponta a ponta - bem poderia ser descrita como uma "longa noite de mil anos" i é, como um período de estagnação material, intelectual e moral ao menos no que diz respeito as sociedades ocidentais ou ao continente europeu.

ortodoxo: Em que pese corresponder a Idade Média a um período de abatimento porque passaram as sociedades ocidentais após a queda do Império romano e as consequentes migrações dos povos bárbaros vindos do Norte, a imagem estereotipada ou melhor o rótulo maniqueista segundo o qual tais sociedades permaneceram paralisadas durante cerca de dez séculos por obra e graça da igreja romana ou do episcopado foi já descartado e posto de lado pela historiografia há mais de setenta anos como equivalendo a uma visão simplista.

Aos autores protestantes é que partindo do ódio ou do preconceito julgaram conveniente lançar toda culpa - no que diz respeito a crise medieval porque passará a Europa - sobre as costas largas da igreja rival; ignorando ou ocultando os demais fatores e forjando mais uma visão reducionista da História.

A bem da verdade os protestantes nutriam autêntica fobia por aquela Idade pelo simples fato de não ter sido possível dar com qualquer vestígio deixado pela igreja deles durante o intercurso da mesma, querendo significar, esta total ausência de testemunhos históricos, que - ao menos até 1521 - tal igreja jamais existira. E como tais autores julgavam, que tudo quando havia de bom na Europa de seu tempo, deveria ser creditado as luzes trazidas por Lutero só podiam encarar o período ante protestante ou medieval como um período dominado por espessas trevas... as trevas de Constantino, dos Bispos ou do papado...

protestante: QUAIS OS EMBASAMENTOS TEÓRICOS DE SUA AFIRMAÇÃO ?

ortodoxo:


"O declínio da Idade Média" por Johan Huizinga
"O que é a Idade Média" por Kurt Godefroid.
"O tempo das catedrais" por Georges Duby
"O mito da Idade Média" por Regine Pernoud
"A vida na Idade Média" por D Haucourt
"A História da Europa" por Henri Pirenne
"O período Medieval" por E K Chambers
"A vida na Idade Média" por G J Coulton
"Cristianismo e progresso." por Cristopher Dawson
"O Cristianisno e a Civilização ocidental." Iden
"Teorias sociais da Idade Média." por Bede Jarreth
"A História de Filosofia medieval." por F. C. Copleston
"Filosofia e civilização na Idade Média." por Mauricio de Wulf
"O espírito da Filosofia Medieval." por Ettienne Gilson
Etc, etc, etc, etc, etc,

protestante: Quer dizer então que não houve nenhuma idade das trevas?

ortodoxo: Nenhuma fase da história humana é composta exclusivamente de luzes ou de obscuridades.

Evidentemente que a desagregação do império romano e sua posterior invasão pelos bárbaros germânicos fez com que a Europa passasse por uma espécie de 'crise de identidade', alias por uma crise mais ou menos prolongada, que estendeu-se por quatro ou cinco séculos.

Sem embargo disto em todos os períodos, fases e idades da História nos deparamos com aspectos positivos e negativos, aquisições e retrocessos, rupturas e permanências... ora são os radicais da grande revolução pilhando monumentos e obras de arte por toda França, ora os líderes da Revolução industrial oprimindo ao máximo os operários (A maioria dos quais constituída por mulheres e crianças inclusive), ora a expansão norte americana rumo ao Oeste acarretando o extermínio de centenas de milhares de peles vermelhas, ora o regime estalinista patrocinando o Holodomor... ORA O HOMEM CONTEMPORÂNEO ERGUENDO SUAS MÃOS ÍMPIAS CONTRA A NATUREZA E EXTERMINANDO NOSSOS IRMÃOS ANIMAIS...

Ademais, se há alguma relação entre esta crise e o fenômeno religioso, digo o Cristianismo Ocidental, esta relação não pode ser definida como uma relação de causalidade nos termos PAPADO > IDADE MÉDIA... e sim nos termos IDADE MÉDIA > PAPADO. Assim não é a igreja ou o papado que dá origem a crise, mas a crise que atuando sobre esta parte da igreja da origem ao papado no século XI. Importante estabelecer esta distinção.

protestante: Compreendo...

ortodoxo: Quanto a divulgação das Escrituras todavia, gostaria de saber a que escrituras se refere?

protestante: As escrituras, do Antigo e Novo testamentos.

ortodoxo: Portanto de acordo com o seu ponto de vista - ou o da confissão a que pertence - o Novo testamento era supinamente ignorado pela maior parte do povo Cristão no decorrer da Idade Média?

protestante: A leitura pública da Bíblia era feita sempre em latim e pouquíssimas pessoa eram capazes de compreender aquilo que estava sendo lido.

ortodoxo: Erro clamoroso este. Erro a que chamamos anacronismo...

Ao menos no que diz respeito a nossas linguas neo latinas ou seja originarias do latim, como o português, o espanhol, o francês, o italiano, etc pois da a entender que surgiram da noite para o dia ou que foram inventadas por alguém, quando na verdade são resultados dum processo bastante lento que prolongou-se por séculos a fio... assim a proximidade ou a semelhança entre as linguás neo latinas sob suas formas mais primitivas e o latim era ainda maior, permitindo que este fosse facilmente compreendido por nossos antepassados. 

Foi somente a partir dos séculos XV ou XVI que as linguás neo latinas cristalizaram-se como formas perfeitamente distintas do latim barbarizado... i é, as vésperas da pseudo reforma protestante.

Assim, o conhecimento da lingua latina esteve bastante disseminado durante toda idade média, inclusive entre as pessoas de cultura mediana. 

Para não falarmos nos sábios e eruditos, pois até o século XVIII o latim foi encarado como sendo a lingua das artes e da ciência, mais ou menos como o francês no século XIX e o inglês em nossos dias.

Eis porque os nomes científicos das plantas e dos animais ainda hoje são registrados neste idioma, bem como os brocardos jurídicos.

Grosso modo até podemos afirmar - com Erasmo e muitos outros latinistas do século XVI (protestantes inclusive) - que o declínio das letras latinas na Europa foi provocado pela eclosão da Reforma protestante e sua tendência nacionalista, regional, provinciana... de que resultou a afirmação definitiva das traduções bíblicas e o consequente abandono da 'última flor do lácio, inculta e bela.'

Servia pois o domínio do Latim como vestíbulo ou preâmbulo ao estudo das Sagradas escrituras, estando hoje demonstrado, que o estudo e cultivo de linguas estrangeiras favorece a criação de novas sinapses ou conexões neuronais e por consequência a assimilação das demais formas de conhecimento...

De fato foi a ignorância completa da lingua latina um sério problema para os papistas da América Latina, inclusive para nossos antepassados durante o segundo Império... para a multidão de escravos... produzindo certo desconforto espiritual, logo explorado pelos primeiros missionários protestantes que aqui chegaram. Não foi todavia um sério problema para os falantes de linguas neo latinas que floresceram um ou dois séculos antes do descobrimento da América no velho continente.

Quanto aos campônios que além de constituirem o grosso da população ignoravam o Latim no século XIV ou XV, continuaram a ignorar supinamente o vernáculo, seja qual fosse sua origem, até meados da grande revolução ou do décimo nono século. Alias o desejo de possuir ou de ler a Bíblia surge como um desejo marcadamente burguês procedente do ambiente urbano ou citadino e não do ambiente rural, ambiente em que a maior parte das pessoas sequer cogitava em ler ou escrever...

protestante: E conforme o senhor havia dito, o conhecimento das escrituras é bastante difícil.

ortodoxo: Ocorre-me neste instante a passagem paulina a respeito daqueles "Que se deixam batizar pelos mortos."

Eis um versículo - entre vários - sobre o qual os comentaristas mais hábeis tem se recusado a emitir qualquer juízo definitivo. E mesmo assim os Mórmons tem recorrido a ele com o objetivo de sancionarem a prática do batismo por procuração e se dedicado a recensear toda população falecida do planeta, de modo que sequer um único defunto permaneça pagão...

Outro versículo não menos polêmico procede do Evangelho de S João. Tratam-se daquelas palavras alusivas ao Espírito e segundo a qual ele viria convencer os mortais a respeito: "DO PECADO, DA JUSTIÇA E DO JUÍZO." ora até hoje os expositores e comentaristas discutem, debatem, opinam a respeito do sentido de tais palavras sem que no entanto tenham chegado a um consenso...

protestante:  "Os homens é que tem se mostrado infatigáveis em seus esforços com o sentido de obscurecer O SENTIDO CLARO E SIMPLES DAS ESCRITURAS de modo a que contradigam seu próprio testemunho."  Sra White in eaden p 73

ortodoxo: Caso tal sentido fosse mesmo claro, simples e fácil por que deveríamos estudar linguas (o grego principalmente), geografia, História, etnologia, etc E adquirir tantos dicionários, chaves e enciclopédias Bíblicas - Eu mesmo tenho diante de mim os de Davis, Viney, Lallave, Mac Nair, Smith, Modesto, etc - como os que são oferecidos pelas principais editoras protestantes? Melhor ainda por que precisaríamos dos cursos bíblicos oferecidos pelos adventistas ou das aulas bíblicas fornecidas pelas testemunhas de Jeová??? O simples fato de que tanto apoio nos seja oferecido faz já supor que a empreitada não seja tão fácil...

Fosse a Escritura auto explicativa como costumam alardear nossos adversários, a maior parte do material publicado pelas editoras protestantes - da Sentinela e Despertai passando pelo Atalaia e a voz da profecia até as obras dos Drs Geisler e Rinaldi - seria pura e simplesmente inútil... funesto desperdício de papel e de tinta, gastos em detrimento da publicação de Bíblias...

É mesmo a Bíblia um livro aberto a todos e que todos podem compreender sem qualquer necessidade de apoio???

Então por que tanta literatura paralela ou expositiva???

Quando as editoras protestantes limitarem-se a editar Bíblias e nada mais que Bíblias então levaremos a sério a parlenga da Bíblia auto explicante...

Ademais a própria escritura já citada por nós noutra parte mostra o oficial da rainha atalhando o mensageiro de Cristo com estas sábias e irretorquíveis palavras:

"COMO HAVEREI DE COMPREENDER O SENTIDO DESTAS PALAVRAS SE NÃO HÁ QUEM MINISTRE EXPLICAÇÃO???"

Isto é o ministro de Amanitore ou Amanishiqueto nada sabia a respeito de escrituras auto explicativas...

Diante desta situação que faz o evangelista Filipe???

SEGUE COM ELE EXPONDO O SENTIDO DA PROFECIA!!!

Ou seja fornece-lhe uma explicação autorizada.

DONDE SE VÊ QUE NÃO ERA PROTESTANTE OU MELHOR PENTECOSTAL.

protestante: E por que???

ortodoxo: Qualquer pentecostal FOSSE DA SEITA EM QUE EU FUI CRIADO OU DE QUALQUER OUTRA CERTAMENTE DIRIA AO EUNUCO: DOBRA TEUS JOELHOS, ORA, CLAMA PELO ESPÍRITO SANTOS E ELE MESMO TE REVELARA O SENTIDO DA PROFECIA.

Todo e qualquer pentecostal procede ou procederia assim inevitavelmente.

O evangelista Filipe no entanto assemelha-se mais a um rabino ou a um padre fornecendo-lhe a explicação ele mesmo em nome de Jesus Cristo e como enviado seu.

protestante"Antes da Reforma haviam pouquíssimos exemplares da escritura." Sra White in "O conflito dos séculos." Cp V p 85
ortodoxo: Aqui as palavras do Dr Kroparscheck"NÃO SEI COMO PÔDE PERSISTIR POR TANTO TEMPO, COMO SE VÊ NAS ANTIGAS POLÊMICAS A AFIRMAÇÃO DE QUE A BÍBLIA ERA UM LIVRO FECHADO PARA TEÓLOGOS E LEIGOS. QUANTO MAIS SE ESTUDA A IDADE MÉDIA, MELHOR SE VÊ QUE ESTA FÁBULA TENDE A DESFAZER-SE COMO UMA BOLHA DE AR." Das Shriftprincip Luth. Kirche, 163


"TEMOS DE ADMITIR - escreve Dobschutz - QUE A IDADE MÉDIA POSSUIU UM COMPLETO, SURPREENDENTE, E MUITO LOUVÁVEL CONHECIMENTO DA BÍBLIA, SOB MUITOS RESPEITOS, TALVEZ MAIOR, PARA NOSSA CONFUSÃO, DO QUE OS NOSSOS TEMPOS." Deutsche Rundsckau, 1900, 61


"HÁ UM GRANDE EQUÍVOCO ACERCA DA CONSIDERAÇÃO EM QUE ERA TIDA A BÍBLIA NA IDADE MÉDIA. HÁ QUEM JULGUE QUE ERA MUITÍSSIMO POUCO LIDA, MESMO PELO CLERO; QUANDO O FATO É QUE OS SERMÕES DOS PREGADORES MEDIEVAIS ERAM MAIS REPLETOS DE CITAÇÕES BÍBLICAS, QUE MUITOS DOS SERMÕES PREGADOS EM NOSSOS DIAS; E OS ESCRITOS DE OUTRA ORDEM ERAM TÃO CHEIOS DE ALUSÕES ESCRITURÍSTICAS, QUE É EVIDENTE QUE O PENSAMENTO DOS SEUS AUTORES ANDAVA SATURADO DE LEITURA BÍBLICA." Afirma o Dr Cutts nos "Turning points of English History"


Observe como as principais obras literárias da Idade média como 'A divina Comédia', 'Os Lusíadas' ou 'A Jerusalem Libertada' estão igualmente saturadas de referências e alusões a Sagrada Escritura, patenteando o quanto seus autores estavam familiarizados com ela. O que pressupõe da mesma maneira certa familiaridade por parte do público letrado a que tais obras estavam destinadas.

Para maiores informações recomendamos a obra de H Wollmer: "Materiais para a História da Bíblia e da religião popular na Idade média" (Berlim, 1931, em cinco volumes).


protestante: Há de ter lá algum dente de coelho nesta história...

ortodoxo: Muito pouco provável pois as testemunhas por nós elencadas pertencem todas a sua irmandade, isto é, a confissão protestante..

protestante: Sem embargo a publicação e o estudo dos livros sagrados era rigorosamente punido, não?

ortodoxo: É evidente que a igreja fiscalizava todas as edições, com o intuito de impedir que eventuais falseamentos.

Sínodos regionais, como o de Tolosa (1229) chegaram a vedar a leitura dos Santos livros, devido as falsificações levadas a cabo por bogomilhos, patarinos, beguinos, albigences, paulicianos e outros gnósticos.

Segundo a legislação civil daquele tempo (Inspirada em parte nos costumes dos povos bárbaros que haviam se instalado na Europa) - que estipulava a pena capital no que dizia respeito a falsificações ordinárias - a falsificação da palavra de Cristo ou a corrupção do Santo Evangelho correspondia ao mais grave dos crimes possíveis, o que por sinal patenteia o zelo de tais gentes para com a pureza e a integridade do livro.

No entanto, mesmo enquanto fiscalizava os tradutores e copistas impedindo-os de alterar uma única palavra, a mãe igreja não cessava de estimular a publicação dos textos e traduções considerados dignos.

Assim conforme o Dr Falk in "Die Bibel am ausgange des mittelalaters." 'de 1450 a 1520 os católicos publicaram 188 edições das escrituras: 156 em latim, 6 em hebraico, 11 em italiano, 10 em francês, 2 em boêmio, 1 em flamengo, 1 em eslavo e 1 em russo.'

protestante"ERAM ACASO OBRAS OFICIAIS? ERAM OBRAS ENCOMENDADAS OU RECOMENDADAS PELA IGREJA, OU FORAM PUBLICADAS A DESPEITO DA IGREJA?" Othoniel Motta in "Lutero, a Bíblia e o padre Leonel Franca", São Paulo, 1933, 25

ortodoxo: A Versão catalã das escrituras foi elaborada cerca de 1306 pelo FRADE DOMINICANO ROMEU DE SABRUGUERA.

A versão valenciana foi elaborada por Bonifácio Ferrer, geral da ordem dos cartuxos e irmão de S Vicente Ferrer.

No tempo de D Diniz foi elaborada uma versão portuguesa, pelos MONGES DE ALCOBAÇA, conforme reza Fernão Lopes na "Crônica de el Rei D João"

Na Inglaterra as escrituras foram parafraseadas já no sétimo século pelo MONGE Cadmon de Whitby, pouco depois S Beda o veneravel verteu os quatro evangelhos para a lingua do povo, sendo que o quarto terminou-o em seu leito de morte.

Uma geração depois S Adelmo BISPO de Sherborne fez verter o saltério.

Também neste período, os BISPOS Eadhelm e Egbert e o MONGE Guthlac trabalharam em Bíblias saxônias.

Durante os séc. IX e X, o ARCEBISPO Aelfric, elaborou uma nova tradução anglo-saxã (o velho inglês).

Depois da conquista normanda de 1066, surgiu uma necessidade para uma Bíblia anglo-normanda, assim a Igreja produziu várias traduções, como por exemplo a Salus Animae (1250). 

Em 1408 o conselho provinciano de Oxford deixou claro que as traduções vernáculas poderiam receber aprovação da Igreja.

Em 1271 o OSTIÁRIO Jacob Van Maerlant elaborou a primeira versão holandesa a Ryembyebel.

Um EREMITA PAULINO elaborou a primeira versão magyar cerca de 1440.

Na Itália os penitentes tinham por costume copilar as letras sagradas vertidas para a lingua comum no décimo quarto século pelos MONGES DOMINICANOS E FRANCISCANOS, os quais haviam rivalizado entre sí no que diz respeito ao esmero das traduções.

Se tantos arcebispos, bispos, monges, eremitas, ministros, etc não são a igreja já não sei o que seja a igreja. 

Duma só coisa sei, que todos eles já estavam mortos e sepultados a muito tempo quando Lutero e Calvino apareceram sobre a face da terra...

protestante: Na Alemanha ao menos foi Lutero quem lançou a primeira versão das escrituras, certo?

ortodoxo: Absolutamente falso, errado e tendecioso. Já no século XI, o MONGE Notker labeus e o ABADE Villiranus de Ebersberg haviam vertido diversos livros santos para a lingua vulgar e setecentos anos antes deles o ariano Wulfilas havia elaborado sua versão gótica das escrituras, cujos fragmentos conservam-se no codex argentum.

Conforme a "The Catholic Encyclopedia", Volume XV, 1912 os alemães já possuíam o livro santo completamente traduzido para o vernáculo bem antes da invenção da imprensa e, daí para frente, as edições multiplicaram-se prodigiosamente.

Segundo o Dr Jostes a primeira versão completa neste idioma teria sido elaborada pelo dominicano J. Rellach.

Conforme o Dr Jansen (in "History of the German people." XIV, 388): "De 1466 a 1522 os católicos alemães publicaram 19 edições completas da Bíblia: 14 na alta Alemanha, em Augsburg, Basle, Strassburg e Nuremberg e 05 na baixa em Colônia, Delf, Halberstadt e Lubeck."

QUANTO AOS EVANGELHOS E LECIONÁRIOS AS EDIÇÕES ASSOMAM A NOVENTA!!! Paul Arblaster, Gergely Juhász, Guido Latre (eds.), de Tyndale Testamento, Brepols 2002


Eis o prefácio da famosa Bíblia de Colônia: "TODO O CRISTÃO DELE LER ESTE LIVRO COM GRANDE DEVOÇÃO E RESPEITO. A GENTE INSTRUIDA DEVE SERVIR-SE DA TRADUÇÃO LATINA DE SÃO JERÔNIMO; MAS AS PESSOAS SEM LETRAS E OS HOMENS SIMPLES... SIRVAM-SE DESTA VERSÃO EM LINGUA ALEMÃ."


Por isto o autor da "Nau dos insensatos" pode escrever em 1494 - Quando Messer Lutero não passava dum meninote - : "A Alemanha inteira regurgita de Bíblias." 

Alias 75% das obras publicadas de 1445 a 1520 na Alemanha versavam a respeito da fé e da religião.

E Delumeau em sua obra já clássica sobre as origens da Reforma protestante"OS REFORMADORES NÃO DERAM PORTANTO AOS CRISTÃOS OS LIVROS SANTOS TRADUZIDOS EM LINGUA VULGAR QUE A IGREJA LHES TERIA RECUSADO, FOI O CONTRÁRIO QUE SE SUCEDEU..." p 78

Não é por acaso que nos diversos museus subsistem ainda "Cerca de 1.000 manuscritos ou fragmentos de manuscritos medievais de traduções da Bíblia em alemão." Paul Arblaster Id

Para maiores informações vide W. Walther, "A Biblia na Alemanha durante a Idade Média.", Brunschwig, 1889

protestante: E o caso das Bíblias acorrentadas?

ortodoxo: Balela. Antes da invenção da imprensa os manuscritos em geral custavam muito caro e rouba-los constituia um excelente negócio.

Assim, para evitar que fossem roubados - sem privar o povo de ter acesso a eles - recorreu-se ao expediente de acorrentar tais códices - como eram chamados - as paredes das bibliotecas. Isto era feito não apenas com as Bíblias mas com as obras de Platão, Aristóteles, Sêneca,Ovídio, Virgílio, etc

Alias durante a Idade média considerava-se uma obra de piedade deixar em testamento os livros dos Evangelhos, dos Salmos e das horas canônicas para que, encadeados as paredes das igrejas, pudessem ser lidos pelos mais humildes membros da congregação.

Diante disto que pôde fazer a pseudo reforma?

Nada além de profanar sacrilegamente este santo livro que havia sido fielmente custodiado pela mãe Igreja no decurso de dezesseis séculos e centenas de gerações.. 

Nada além de propiciar o descontrole e a falsificação...

E de dar inicio ao império do deboche e do escárnio...

"Disputada, versejada, cantada e tocada é a Bíblia em todas as nossas tabernas." já se queixava Henrique VIII - escandalizado -numa carta dirigida ao parlamento pelos idos de 1546. in Hill, 2003 p 36

Dai a chistosa afirmação de Ivan Roots segundo a qual a religião da Bíblia iniciou-se nos barzinhos da Inglaterra. iden id

Assim tomava-se um bom trago, ficava-se 'inspirado' e lia-se a Bíblia...


Cap L - Um exército a serviço das Escrituras...



"NO IMPÉRIO BIZANTINO MILHARES DE MONGES DEDICAVAM-SE A COPIAR AS ESCRITURAS E A TRANSCREVER FIELMENTE OS REGISTROS SAGRADOS." in Despertai "O império Bizantino"

XLVII - O cuidado da Igreja para com a Escritura




"No dia que se chama sol, celebra-se uma reunião a que acorrem todos os habitantes dos arredores, e aí são lidos, segundo o tempo permite, AS MEMÓRIAS DOS APÓSTOLOS e os escritos dos profetas. Quando a leitura chega ao fim, o dirigente faz uma breve exortação convidando-nos a por em prática aquilo que foi lido." in Justino Mártir 'I apologia' 67,3 - pp 83







O fragmento acima reproduzido foi escrito por volta do ano 140 desta Era ou seja, cerca de um século após a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo pelo 'filósofo' cristão Justino de Roma; Mártir sob Lucio Vero.

Por esta época a Ortodoxia já havia incorporado a leitura dos escritos do Novo Testamento a adoração pública.




Enquanto Justino escrevia estas palavras, nos confins do Oriente, um sábio chamado Bardesanes, introduzia as melopeias ou salmos responsoriais, que eram recitados alternadamente pelo dirigente e pela congregação. Posteriormente estas salmodias foram adotadas por Efraim, o Sírio e por S João Crisóstomo e introduzidas na adoração.




Do mesmo modo e maneira que a Eucaristia, também os exemplares do Novo Testamento passaram a ser  depositados em tabernáculos, altares ou arcas finamente decoradas. Querendo significar a reverência a que tais obras faziam jus e a nobreza do conteúdo.




E quando se tratava de toca-las para le-las nossos excelentes ancestrais cobriam as mãos com panos de seda ou brocados, costume tomado a sinagoga dos judeus.





Não satisfeita com isto determinou a Igreja nossa mãe que o Evangelho - isto é a palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo - fosse sempre ouvido de pé pela assembléia, querendo significar com isto a prontidão necessária para vive-lo.






Quanto a proclamação do mesmo adotou a Igreja, a exemplo da sinagoga, um estrado, tendo em vista salientar sua origem celestial e, consequentemente sua superioridade. Posteriormente este estrado foi substituído por um mimbar ou púlpito ricamente decorado com cenas extraídas do Evangelho ou simbolos cristãos.





Posteriormente - cerca do século IV - a recitação do Evangelho passou a ser realizada com o dirigente ladeado por dois círios ou duas tochas. Para recordar a assistência que Jesus Cristo era a Luz do mundo e sua palavra uma lâmpada para nossos pés...





Também foi decretado que antes de ser empregado na recitação o Evangelho fosse incensado pelos diáconos. Para significar o seu 'status' sagrado de palavra divina.

Segundo esta escrito: SEREIS ENSINADOS POR DEUS E AQUELE QUE ESTA NO SEIO DO  PAI NO-LO DEU A CONHECER!!!

Em algumas partes da Cristandade passou ele a ser processionalmente conduzido ao altar para ser recebido com cânticos pela congregação; como sói acolher uma boa notícia!

Terminada a recitação do capítulo do dia, era o Evangelho fechado e dado aos fiéis para ser beijado com toda reverência como ainda fazem os Armênios. PARA SIGNIFICAR O QUANTO DEVEMOS AMA-LO!!!




Não poucas vezes servia o Evangelho para abençoar a assistência ou aberto para ser posto sobre as cabeças dos penitentes e significar a graça do perdão divino E DA RECONCILIAÇÃO!!!





Ainda bastante cedo passaram os evangeliários a ser profusamente decorados com pedras e metais preciosos em forma de mosaicos que representavam comumente os quatro evangelistas OU OS MISTÉRIOS DE NOSSA REDENÇÃO!!!





Alguns deles demoraram mais de um século para serem terminados e representam o trabalho de diversas gerações.



Quanto aqueles que tendo recebido a guarda dos livros santos, ousavam desfazer-se deles durante as grandes perseguições, eram tido em conta de traidores e apartados da comunhão. Assim os donatistas romperam com a comunhão da Igreja por recusarem-se a aceitar a validade duma sagração episcopal em que supostamente tomara parte um destes odiados traidores...

Outros no entanto recusavam-se terminantemente a entregar os registros que lhes haviam sido confiados. Neste caso a punição era terrível: ser queimado vivo com um exemplar dos livros Santos amarrado ao peito.

Não poucos cristãos ortodoxos dos primeiros séculos referiram enfrentar este suplício doloroso ao invés de se desfazerem, criminosamente, da palavra de Cristo. Pois não desejavam ser ignorados pelo Mestre no Reino celestial...

Assim, a cada Domingo, era a proclamação do Evangelho abrilhantada pela hierurgia da Igreja.

Todos os símbolos e sinais sensíveis foram dispostos pela mãe igreja com o objetivo de inculcar na gente simples máximo respeito pelas lições deste livro todo divino. E todo um cerimonial simbólico criado para ele, com o intuito de promove-lo e de torna-lo tanto mais compreensível as massas incultas.

Tudo em nossos templos, dos painéis ao ritual, foi direcionado para a contemplação dos mistérios de Cristo.

Na entrada vos deparais com o batistério e com o Mestre sendo batizado por João no Jordão, na abside vos contempla o menino Deus nos braços de sua mãe, junto ao altar temos o cordeio imolado, nas laterais nos deparamos com a anunciação e a ascensão, no púlpito temos o Cristo doutor sobre o sólio da sua majestade, nos abençoando do alto de nossas cúpulas o 'Remunerator'... Tudo aqui fala de Cristo e do seu Reino, da sua glória e do seu resplendor...

A Igreja no entanto não poupou esforços tendo em vista a suprema exaltação de seu fundador e consorte.

E por isso dispôs as leituras do Evangelho em ciclos anuais tomando por eixos temáticos os principais mistérios de Nosso Salvador (Anunciação, Natividade, Batismo, Paixão, Ascensão e Pentecostes). Evitando assim que as leituras se tornassem repetitivas e possibilitando que ao cabo de alguns anos a totalidade do Evangelho fosse ouvida pela assembléia.




Nos cenários - agora convertidos em santuários - em que haviam transcorrido os sagrados mistérios consignados no Evangelho, ofícios e serviços específicos foram criados tendo em vista a instrução dos peregrinos, como Euquéria ou Eutéria, a monja.





Assim junto ao poço de Jacó era cotidianamente recitado o quarto capítulo de S João, o Evangelho da Samaritana; em Caná da Galileia o segundo capítulo, em Betânia o décimo primeiro capítulo do quarto Evangelho; o de Lazáro, em Jericó o vigésimo capítulo de S Mateus, em Tabaga o capítulo nono de S Lucas sobre a multiplicação dos pães... na terra santa cada santuário estava ligado a uma determinada passagem do Novo Testamento... e quando cada um destes eventos tocava ao calendário da Igreja Católica multidões de homens e mulheres de todas as partes do mundo dirigiam-se as citadas memórias com o intuito de festejar, ou seja, de ouvir a recitação daquelas narrativas... PERCORRER A TERRA SANTA ERA E AINDA É - PARA OS ORTODOXOS - PERCORRER O EVANGELHO E OS MISTÉRIOS DE NOSSA RECONCILIAÇÃO!!! UMA LIÇÃO PARA A VIDA E NÃO SIMPLES TURISMO.

E a cada festa e em cada santuário a Igreja reforçava a instrução do Evangelho através de seu ritual e educava as massas na fé ampliando o conhecimento de Jesus Cristo.

Mesmo a penitência eclesiástica, sempre tão rigorosa, podia ser aplacada ou consideravelmente diminuída caso o penitente exercitasse em ler e estudar com empenho os Santos Evangelhos.

Outros - como Tacla - cumpriam penitência compilando exemplares dos livros Santos.

Em algumas igrejas o primeiro capítulo de S João chegou a ser bordado em púrpura com fios de ouro e prata e noutras gravado em placas de mármore ou bronze para que pudesse ser recitado pelos crentes.

Frases extraídas do Evangelho - nas linguas grega ou árabe - era comumente transcritas nas cúpulas e paredes dos mosteiros e capelas.

Peca pois contra a verdade, e gravemente, todo aquele que supõe não ter a Igreja Ortodoxa promovido o conhecimento do Evangelho ou mesmo do Novo Testamento.