Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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quinta-feira, 26 de maio de 2016

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo II: Divisões a respeito da Santíssima Trindade - Sub Capítulo 05 > A lenga lenga dos pontos fundamentais da doutrina protestante

Neste artigo o leitor benevolente encontrará os seguintes artigos:

  1. A lenga lenga dos pontos fundamentais de doutrina
  2. Quando os símbolos de fé não tem valor
  3. Se o juízo de fé é particular...
  4. Nos domínios da Bibliolatria
  5. O que é fundamental para um pode não ser para outro...
  6. Nos confins da loucura
  7. O triunfo da arrogância
  8. Cegos guiando cegos
  9. Isolando certos pontos doutrinais
  10. Tinha de dar mesmo onde deu - No relativismo...
  11. Quando opinar não basta
  12. No atoleiro das contradições
  13. Um posicionamento perigoso.
  14. Chegando aos confins da incerteza




QUEM É QUE DETERMINA OS PONTOS FUNDAMENTAIS DE DOUTRINA???


Ortodoxo: Se assim o é, gostaria que saber - pois tal pergunta ainda não foi respondida pelos Alciatos, Jurieus, Basnages, Oliveiras, Pereiras, Seymores, etc - quem é que determina quantos e quais são esses tais pontos essenciais ou crenças fundamentais do protestantismo??? Quem com sua autoridade e poder constrange todos os livre examinadores a receber determinada doutrina como essencial ou seja, como parte constituitiva da divina Revelação?

Por outro lado não consideramos que a doutrina Cristã ou o conteúdo doutrinário da boa Nova seja simples questão de opinião como sugere o Dr Kennedy... Pois nos Evangelhos jamais damos com Jesus perguntando as multidões: Que pensais vós sobre a Trindade ou a Imortalidade da alma? Qual é vosso ponto de vista? QUAL VOSSA OPINIÃO. Vamos debater???

Em que parte do Evangelho damos com Jesus enviando os apóstolos para que debatam com os gentios ou lhes forneçam opiniões???

Sócrates, o maior de todos os homens segundo Russeau, dialogava ou debatia trocando ideias com seus interlocutores. Jesus não.

Jesus ensinava como quem tinha autoridade ou seja como era arrogante ou divino.

De modo que OPINIÕES, hipóteses, sugestões, palpites ou teorias não vem ao caso do Cristianismo ou da igreja... Alias nada mais refratário a REVELAÇÃO do que opinião...

Nem posso compreender como as Sociedades Bíblicas torrem tantos e tantos milhões de libras com o objetivo de anunciar opiniões...

Com efeito o próprio Dr James Kennedy exorta os missionários protestantes dizendo que evangelizar "Não é questão de ganhar debates ou de perder-se em discussões.".... 

No entanto que fazer com opiniões senão discuti-las???

Caso os protestantes não desejem que suas opiniões e teorias multiformes sejam debatidas ou discutidas ASSUMAM O DESAFIO E UNAM-SE EM TORNO DA VERDADE DIVINA QUE É UNA!!!

No entanto para que possam atingir esta meta devem recorrer a algum tipo de autoridade que transcenda suas individualidades... NESTE CASO QUAL SERÁ ELA???





QUANDO OS SÍMBOLOS SÃO INÚTEIS!


protestante: Os presbiterianos apostam nos símbolos de fé.

Ortodoxo: "A pura doutrina bíblica não pode ser fixada por símbolos... isto contraria o princípio fundamental do protestantismo." Pape 1830; num 51 p 420

"A aceitação de símbolos como regra infalível é crença abominável e supersticiosa." Haurenski p 
296

"Tombou nossa Igreja na superstição aceitando confissões puramente humanas como garantias da Verdade; embora nossos pais tenham crido e ensinado que na Bíblia apenas encontra-se a Verdade suprema." Scheibel

"AS PRETENSÕES DP SÍNODO DE DORDT NÃO ESTÃO DE ACORDO COM OS PRINCÍPIOS DA FÉ PROTESTANTE." De Wette

Afinal os símbolos servem apenas para expressar publicamente qual seja a fé ensinada pela Igreja Histórica e mantida pela sucessão apostólica. Aderimos ao símbolo não pelo símbolo mas tendo em vista a natureza da instituição cuja fé ele pretende exprimir e a idoneidade daqueles que o subscreveram.

Sendo assim um símbolo confeccionado por uma 'igreja' surgida em 1535 e endossado apenas por leigos será sempre um arremedo de símbolo. 

Pois se os calvinistas podem criar símbolos de fé também os anabatistas, cristadelfos, sandemanianos, sabatistas, adventistas, jeovistas, neo ebionitas, etc podem faze-lo... e teremos tantos símbolos quanto cabeças...



Se o juízo é particular ou individual...


protestante: !?!

ortodoxo: Acompanhe-me - Se o fundamento da doutrina é a vontade de cada individuo disto decorre que cabe a cada um determinar quais sejam seus pontos essenciais sem precisar inquietar-se com as opiniões alheias! 

Disto resultam dois FATOS bastante sabidos: 

1) Que cada credo ou símbolo protestante tenha validade restrita a determinada seita

2) A inexistência de doutrinas comuns professadas pelos adeptos do protestantismo em sua totalidade. 

Nem mesmo os princípios gerais ou solas, são unanimemente reconhecidos pela totalidade das organizações protestantes no tempo presente.

Portanto quando qualquer protestante refere-se a certos pontos fundamentais, devemos compreender os tais pontos fundamentais como fundamentais não para todos os examinadores da Bíblia - i é protestantes - mas para si mesmo ou no máximo para a seita a que pertence.

E eles jamais conferem Unidade credal ao protestantismo como um todo. Ficando o protestantismo em posse de diversos credos ou símbolos com seus doutrinas fundamentais.


Agora se determinar o que é essencial ou fundamental não cabe ao individuo, mas a um líder, um sínodo, ou uma organização cai por terra o princípio do livre examinismo - i é a tão alardeada prerrogativa individual de examinar e julgar a doutrina da Igreja - e com ele o edifício do protestantismo. Afinal o padrão comunitário da autoridade é essencialmente Católico. 

Havendo pontos essenciais e anteriores ao exame i é DOGMAS os srs oferecem aos católicos ortodoxos e aos papistas um bem que não possuem...

"LIBERDADE INUTIL essa que nos foi concedida pelos reformadores caso devessemos permanecer escravizados por suas opiniões." Uhlig "In der A K Z" 1830 num 64 p 523

"Sua confissão de fé - a de Lutero - não pode nem deve ser encarada como padrão pelas gerações futuras porque ele fez da livre expansão do espírito da fé como um dos fundamentos da igreja." Von Langsdorf 'Forderungen des wahren teuschen protestantismus'; 1831, p 108

Agora se estão mesmo na posse do direito de interpretar as escrituras a revelia da igreja e de julgar a igreja julgando as Escrituras a quem fica sujeito o individuo? 

Julgada a igreja pela escritura e esta PELO INDIVIDUO, que autoridade resta para além do indivíduo??? O qual fica desde então arvorado como padrão ou critério da fé...

Como aqueles que autorizam o indivíduo a julgar a escritura e a igreja podem exigir dele qualquer tipo de submissão ou obediência?


protestantePenso que o juízo doutrinário fique ao encargo da Bíblia. A bíblia é que determina o que é ou não fundamental.


ABOMINÁVEL IDOLATRIA


"A experiência tem demonstrado que O LIVRO SAGRADO NÃO PODE SERVIR PARA UM PROPÓSITO PARA O QUAL NÃO FOI FEITO. Pode ser que em certas circunstâncias um meio de conversão para algumas pessoas. TODAVIA UM LIVRO, NO FIM DAS CONTAS, NÃO PODE FAZER FRENTE A ASTÚCIA DO ENTENDIMENTO HUMANO."Cardeal Newmann in 'História de minhas ideias religiosas' V

ortodoxo: Com razão foi dito que vocês protestantes atribuem características e capacidades humanas ao livro (existe até mesmo uma publicação protestante intitulada 'A bíblia não é um livro mas uma pessoa' - talvez a quarta pessoa da Santíssima Trindade rsrsrsrs)

Nós no entanto afirmamos que fixação dos principais pontos de doutrina não pode caber a Bíblia, primeiramente porque não sendo um ser humano ou uma pessoa mas livro, não é dotada de capacidade para raciocinar e, consequentemente, para exercer julgamento. 

Homens julgam homens, livros nada julgam...

Ademais porque ela é justamente o objeto sobre o qual o juízo humano é exercido. Sendo assim como poderia ser a um só tempo juiz e réu???? Julgador e coisa julgada??? 

Admitida esta teoria a Bíblia estaria julgando a Bíblia, o livro examinando o livro, a Escritura comentando a Escritura; o que atinge as raias da insanidade...

É certamente o individuo ou homem falível que exerce julgamento sobre as escrituras impondo-lhe um sentido individual, obscurecendo a mensagem divina e poluindo a sagrada Revelação.

E daqui procede a discordância existente entre os diversos intérpretes. 

Pois cada pessoa sendo diferente de todas as outras com sua própria visão de mundo, e seus valores, e seus princípios, tende a compreender distintamente o livro. Assim, a menos que adote um critério hermenêutico eficaz ou assuma o padrão objetivo da tradição lera o livro de maneira peculiar e forjará um tipo de Cristianismo peculiar. 


O que é essencial para alguns indivíduos apenas não pode ser comum a TODOS...


Assim o que é vital, essencial ou fundamental para Jurieu, para Durie, para Campbel, para Irwing ou para E C Pereira, ou para Darby não o será de modo algum para os demais protestantes ou para o protestantismo como um todo.

SERÁ ESSENCIAL OU FUNDAMENTAL SIM MAS A NÍVEL MERAMENTE INDIVIDUAL JAMAIS UNIVERSAL OU A PONTO DE PRODUZIR UMA FÉ COMUM!

Desamparado por qualquer padrão externo e objetivo com Papa, Concilio geral ou Idjima...Isento de qualquer critério, padrão ou norma reguladora exterior ao livro ou ao individuo que o examina o protestantismo não pode deixar de esfarelar-se e de reverter a um aluvião de interpretações arbitrárias fixadas por indivíduos presunçosos.

Podemos definir o protestantismo como uma espiritualidade essencialmente individualista e apontar o éthos individualista como correspondendo ao único elemento comum a todas as seitas!

Admitido o princípio do livre exame, tal e qual foi enunciado por Lutero, Ch T Russel é juiz tão bom quanto Wesley, E G Withe juiz tão capacitado quanto Muntzer, Berg juiz tão aparelhado quanto Zwinglio, RR Soares juiz tão digno quanto Calvino e por ai afora... sendo absurdo supor juiz melhor ou pior... TODOS TEM O DIREITO DE EXAMINAR E DE JULGAR e não podemos saber ou compreender como alguns espertalhões tem se arvorado com instrutores e guias dos demais! 

Fosse o livre examinismo encarado com seriedade por nossos adversários e, protestante algum ousaria apresentar-se como instrutor ou guia de outro protestante ou mesmo 'católico'. A exceção daqueles que sendo perfeitamente estúpidos não foram capazes de compreender seu verdadeiro alcance e extensão e, consequentemente; de fazer valer seus direitos sagrados.

Tal a constatação a que chegara o medico espanhol Miguel Servet, o qual por ter ousado examinar tanto mais livre e desembaraçadamente - levando mesma a sério a palavra 'livre' (a ponto de dar razão a Maomé, Ario e Moisés) - a fé foi mandado tostar a lenha verde por J Calvino...

Não pense o caro leitor que em suas cartas - que ainda se conservam - não tenha o pobre Servet feito alarde de sua liberdade Cristã e pleiteado o direito de interpretar e examinar as Escrituras como bem quisesse e sem quaisquer peias doutrinais.

Fe-lo em alto e bom som, quase que aos gritos.

Calvino e seus sequazes no entanto quase estouraram de tanto rir, e então... Como já disse foi o homem literalmente tostado. Uma calamidade!

Alguns no entanto aprenderam a lição e, desde então jamais cessaram de apresentar Lutero, Calvino Zwinglio como vis demagogos cuja suprema aspiração eram estabelecer um Novo papado... Pelo que passou a dita reformação a ser contínua e já não há uma igreja por assim dizer definitivamente reformada mas um Cristandade em perpétuo estado de reforma ou reformulação.

Parte da reforma reverteu aos princípios do papado enquanto a outra converteu-se em devenir ou fluxo interminável e incessante de opiniões...

Temos aqui um Cristianismo que perdeu seu ponto de equilíbrio e cindiu-se em diversos pólos contrários.

ARROGÂNCIA OU LOUCURA???


Eis porque, temos aqui em São Vicente - SP - uma minúscula seita - composta por meia centena de tontos - sobre cuja entrada foi posta uma placa com os seguintes dizeres: 'FUNDADA PELA VONTADE DE DEUS'. Como se o Infinito Deus não tivesse nada de melhor para fazer do que criar uma nova seita barulhenta com que perturbar os vizinhos enquanto a vacina do câncer fica sempre por descobrir e as criancinhas continuam morrendo de fome na Etiópia! Seria cômica senão trágica a existência de um ser tão preocupado com o pouco e nada preocupado com o muito...

E NO ENTANTO TAMBÉM ESTE PATRIARCA OU PROFETA BÍBLICO DEVE LÁ TER DADO COM SUA VERDADEZINHA... IGNORADA PELOS OUTROS 6.999.999.950 seres humanos destinados aos tormentos do inferno devido ao grande pecado de ignorar sua existência...rsrsrsrsrsrs

Para os luteranos este principiozinho foi o antinomiasmo, para os calvinistas a predestinação, para os anabatistas o batismo de adultos, para Socino o unitarismo, para os adventistas a segunda vinda de Cristo, para os sabatistas o sábado e a dieta, para os jeovistas o nome de Deus e os Jonadabes, para os congregados o véu, para os neopentecostais o dízimo, para o G 12 o acobertamento espiritual, e assim sucessivamente...

E ainda não se descobriu ou restabeleceu tudo!!!

Pelo que vai o 'corpo' do protestantismo assemelhando-se cada vez mais ao corpo daquele infeliz que caiu no moedor de centeio!



Cegos guiando cegos...


Raro o sectário que não costume levar bastante a sério seu papel de juiz e reformador. E mal fica ciente do que seja o 'livre exame' inventado por pai Lutero começa a encarar a si mesmo como árbitro da Cristandade universal.

Afinal livre exame é 'lei' que converte qualquer 'caipira' ou 'tabaréu' em profeta semelhante a Elias ou Jeremias e qualquer Hernandez ou Rodovalho da vida em apóstolo como Pedro e Paulo...

A princípio parece que apenas S Tomé havia passado a esta parte do mundo, segundo diziam os jesuítas, hoje no entanto proliferam apóstolos: Oséias, Caleb, Francisco, Luiz, Bento, etc 

É tomar a Bíblia nas mãos, soletra-la e converter-se em Bispo, padre, diácono...

"Certamente - assevera De Wette sucederão tempos mais calmos e mais ou menos estáveis, mas somente para dar espaço a um novo surto de movimento pois o espírito humano jamais sossega e para ele não há termo final em matéria de especulação." 

"Nada poderia limitar a liberdade de buscarmos a Verdade evangélica dentro da palavra de Deus e de aperfeiçoa-la incessantemente ..." in Tittman

"Não devemos temer novidades não pode haver ponto final na busca pela verdade; não existe qualquer regra fixa de fé fora da Escritura santa." in Schuderoff 'Jahrbucher fur Kircher XXXIII

Tolo aqui é quem opta por ser ovelha devorando as migalhas que caem das mesas desses tais profetas e apóstolos! Quando bem pode ser seu profeta, apóstolo, bispo e papa!!!

Desde que tenha a Bíblia nas mãos e saiba soletra-la!!!



ISOLANDO CERTOS PONTOS DE DOUTRINA.


A par disto há ainda o menosprezo por certos aspectos da vida espiritual que não foram devidamente apreciados pelo fundador da seita e por seus seguidores. Assim para os jeovistas e congregados é indiferente que a adoração comunitária seja executada no sábado com os judeus e adventistas, no domingo com os ortodoxos, romanos e anglicanos, na sexta feira com os muçulmanos, em qualquer outro dia da semana ou em dia algum... Para os adventista no entanto o dia da adoração é a pedra de toque da divina revelação e o mandamento mais saliente das tábuas como asseverou a sra Withe...

Acontece que para os seguidores de Ch T Russel e de L Francescon a opinião da Sra Withe não significa coisa alguma. Profeta entre os sabatistas, entre jeovistas e congregados a Sra White não passa duma ilustre desconhecida ou desmiolada.

Já quanto as teorias de Russel Francescon, os sabatistas riem-se folgadamente delas a exemplo de E C Pereira ou A P dos Reis... É alias de bom tom em tais meios que um escarneça do que é mais sagrado para o outro... E senguem rindo uns dos outros e escarnecendo a doutrina rival, como uma comédia bíblica.

Protestantes há que repudiam a comemoração da Páscoa, a qual no entanto é ciosamente observada pelos luteranos e calvinistas... Outros denunciam o Natal, enquanto outros tantos comemoram-no devotamente... Outros enfim, como os primitivos calvinistas, rejeitam o calendário eclesiástico como um todo.

Não havendo autoridade comum no seio do protestantismo - exceto o livro que sendo objeto do exame não pode ser simultaneamente o juiz (pois caso fosse o juiz não seria examinado livremente pelo individuo) - não se pode falar com propriedade em doutrinas 'comuns' ou a respeito das quais todos os livre exaministas devam estar de acordo sob pena de não serem Cristãos.

"Não existe DOUTRINA QUE POSSA SER CONSIDERADA FUNDAMENTAL NO SEIO DO PROTESTANTISMO." Honinghaus opus cit 69

No momento em que Lutero ou Calvino fixarem-nas por meio de sínodos e símbolos, os livre exaministas lhes dirão:

"Que é um símbolo a não ser cadeias de ferro com que desejais prender as consciências dos verdadeiros protestantes." Ludke 'Von falsigen religionseifer 1767

"Nenhum poder natural tem o direito de elaborar símbolos de fé..." Wieland

Assim quando os anabatistas fixarem outras tantas doutrinas essenciais os sabatistas apelarão ao livro, e o mesmo farão os jeovistas com relação aos adventistas... E jamais chegarão a qualquer acordo ou conclusão sobre qualquer doutrina... E condenar-se-ao uns aos outros em nome de sua interpretação ou melhor em nome do livro que creem ser os únicos a compreender!!!

E se Lutero ou Zwinglio ousarem apontar para este ou aquele texto - límpido e claro - do Evangelho, qualquer anabatista lhes dirá: É o que vos parece ou vossa interpretação, de minha parte COMPREENDO E INTERPRETO DOUTRA MANEIRAS, ASSIM E ASSIM...

Afinal não foi exatamente o mesmo que Lutero respondeu aos servos do papa romano?

No entanto quando Karlstadt optou por exercer seus direitos e por discordar, vejamos o que aconteceu:

"Em karlstadt com sua teimosa insistência a respeito do Livre exame e do direito de Livre examinar uma doutrina. LUTERO VIU A FACE DO ABISMO QUE SE ABRIA E QUE AMEAÇAVA DESTRUIR A DOUTRINA CRISTÃ ATÉ OS FUNDAMENTOS. EIS PORQUE ODIOU A MUNTZER E A ZWINGLIO ACIMA DE TODOS E A TANTOS QUANTOS OPTARAM POR LEVAR ADIANTE SEUS PRINCÍPIOS E MÉTODOS SACRÍLEGOS." Hoeninghaus 

Daí Hoffmann: "Nos observamos sem constrangimento a diversidade da fé professada por nossas igrejas. AFINAL NÃO PODERIA SER DIFERENTE NUMA IGREJA QUE AFIRMA SER LIVRE." Die protestantismus

Aqui a liberdade humana, posta no lugar errado, substituiu a Unidade e a Verdade.

E POR NÃO PODEREM SUPORTAR O JUGO DA AUTORIDADE, SEGUNDO DISPOSTO FOI POR DEUS, APARTARAM-SE OS PROTESTANTES DA VERDADE DIVINAMENTE REVELADA E PERDERAM O DOM DA UNIDADE.



TINHA DE DAR ONDE DEU: DO LIVRE EXAME AO RELATIVISMO CRASSO







Só me resta admitir que Nietzsche ('Só existem interpretações') aprendeu muito bem a lição com os confrades de seu pai (os pastores luteranos).

Pois sempre que citamos um texto qualquer a respeito dos sacramentos, da Virgem, da comunhão dos santos, etc ouvimos infalivelmente o mantra que se arrasta pelos séculos (como se fosse eco de Lutero):  Isto é o que vos parece... A mim no entanto não.

Dali a pouco no entanto torna ele, dizendo com tanto mais cinismo: "Assim sendo devemos ficar com o que a Bíblia diz, ou seja, com o veredito da palavra de deus..."

Dando a entender que a opinião dele a respeito da Bíblia outra coisa não é do que a Bíblia. Naturalmente que isto é supor a imbecilidade do interlocutor...

O qual por vezes é de fato imbecil...

Pois nós temos sempre opiniões ou palpites, ele apenas o significado!!!

Toda parlenga protestante supõe isto: Que devamos substituir a fé comunicada pela Igreja antiga pela interpretação particular de fulano ou beltrano... Do José ou do Toninho, da Ângela ou da Marizinha...

ORTODOXO OU ROMANISTA HÁ NO ENTANTO QUE ENGULA A ISCA...

Tomando a interpretação individual pelo sentido do livro sagrado e a doutrina do Walter pela doutrina de Jesus...


Opiniões não formam religião!


Pape no entanto reconhece que: "Edificar sistemas religiosos sobre OPINIÕES a respeito da Escritura é edificar sobre a areia e não sobre a rocha...in A K Z, 1830 p 171

Afinal a opinião humana a respeito do livro sagrado jamais será o próprio livro.

Agora se você conseguiu compreender a diferença entre a leitura que N e X fazem do Evangelho e o próprio Evangelho.. Se você conseguiu captar a distinção existente entre a compreensão que o RRSoares tem do Livro e o próprio livro... Se logrou perceber que o Testamento é uma coisa e a interpretação atribuída outra coisa... Que entre comentarista e coisa comentada existe um abismo... Você é um privilegiado e esta pronto para saber que o protestantismo não passa duma quimera! 

NA VERDADE AO ACOMPANHAR NOSSOS RACIOCÍNIOS VOCÊ DESCONSTRUIU O PROTESTANTISMO e tornou-se imune a suas cantilenas em torno da Bíblia!

O principal benefício auferido pelo protestantismo e seus defensores resulta da confusão que o bom povo costuma fazer entre ele (o ensino protestante) e o livro i é a Bíblia, tomando uma coisa pela outra. No instante em que você se torna apto para discernir entre as duas coisas: o Evangelho e o que os homens pensam a respeito dele, pronto, está vacinado contra os encantos do neo Cristianismo. 

Diante disto posso exclamar sem temor: AO EVANGELHO! 

Vá ao Evangelho e porfie por localizar em qualquer um deles qualquer um dos SOLAS protestantes! Desafio tá feito, repto tá lançado e se qualquer um dos leitores conseguir demonstrar que um só deles foi de fato ensinado - clara e objetivamente - pelo divino Mestre, faço-me eu mesmo protestante!

"Os protestantes atribuem autoridade ao livro porque não tem coragem de admitir A AUTORIDADE DO INDIVIDUO QUE EXAMINA O LIVRO EM OPOSIÇÃO A LEITURA FEITA PELA IGREJA." Russeau in Cartas da montanha

Tem sido desonesto desde os primórdios o biblismo ao fazer tanto barulho em torno do Livro. Livro que a igreja também possui e lê publicamente em todos os ofícios e cerimônias... Livro que a igreja interpreta, comenta, exalta, glorifica, etc segundo sua tradição... Livro que foi entregue a igreja, conservado, copiado e transmitido por ela!

Não amigo leitor, amigo protestante, o nervo da controvérsia entre Ortodoxia e protestantismo não é o livro ou a Bíblia!!! Não, não o é, nunca foi e jamais o será ou virá a se-lo!!!... O nervo do protestantismo é bem outro, é o tipo de leitura que dele se faz.

Pois enquanto a igreja encarna a leitura histórica do livro numa perspectiva comunitária o protestantismo preconiza a leitura ou a interpretação individual... supondo que cada individuo seja apto para extrair sua fé do livro e para opo-la a fé da igreja...

É pois de todo inutil e sempre inutil berrar aos quatro ventos que 'A ESCRITURA É DIVINA' uma vez que a fé reporta-se sempre a uma leitura executada por homens falíveis. Alias leitura porque o divino torna-se humano e falível. Leitura em que o sagrado cede lugar ao natural ou melhor ao profano... Se a Revelação é uma comunicação sagrada do divino feita aos gênero humano o protestantismo é uma atividade ou labor puramente humano, sempre impotente para dar com a verdade suprema.

Diante de tão trágica verdade só resta a cada protestante ou livre examinador bater o pé e gritar: A Bíblia diz e a Bíblia exige submissão!

A Bíblia diz ou ele faz com que a Bíblia diga??? 

Não, caro leitor, a Bíblia não diz, é ele, o leitor, o comentarista, o intérprete que via de regra força o sentido da Bíblia de modo a faze-la dizer tudo quanto quer!

Neste caso e a Bíblia? Como é que fica a Bíblia???

A Bíblia coitada permanece sempre ali caladinha, muda, silenciosa como uma pedra ou um sarrafo de madeira enquanto o examinador inconsequente fala, discursa e grita em seu nome. Com o intuíto de canonizar, santificar ou divinizar suas próprias opiniões e apresenta-las como indiscutíveis.

E até hoje ainda não invetaram melhor maneira com que ludibriar e enganar os mais simples!


No atoleiro das contradições...


Do que resultam as incontáveis aporias:

Assim Treschow pode dizer que: "O cárater pessoal do demônio é discutível... é necessário falar francamente sobre o assunto." in Der geist des Christenthums 1828

Enquanto Reinhard pondera: "Aqueles que negam a existência pessoal do Demônio estão em oposição a Escritura." in Vorselungen uber die dogmatik, 1812, pp 193

Eis porque "Nós protestantes sequer estamos de acordo a respeito da essência do que seja Cristianismo.admite Blasche na Allg K Z 1830; num 96

"Um afirma que tal doutrina se encontra na Bíblia enquanto outro sustenta que não se encontra PORQUE CADA QUAL LÊ E COMPREENDE DO SEU JEITO." é a constatação de Coste in 'Anhang zu lockes...' 1715

E a necessidade, premente, de se considerar a interpretação Ortodoxa... tendo em vista sua coesão, seu espírito de sistema, sua organicidade, sentido e racionalidade.

O protestantismo todavia "Conhece apenas opiniões, suspeitas, hipóteses... sem oferecer qualquer certeza." declara J G Muller in "Historische untersuchungen" 1801; sendo costume de seus partidários "Tratarem-se uns aos outros como heréticos." Ienaer allg literaturzeitung 1821 n 48


Perigoso inclusive!

Cumpre alertar ainda que este método precipuamente subjetivista constitua uma via de acesso a todas as crenças, fantasias, taras, bizarrices, e monstruosidades que a mente humana seja capaz de conceber e preste-se para justificar todas as espécies de crimes que a maldade humana possa imaginar. Assim o estupro, a guerra, o extermínio de dissidentes religiosos, a caça as bruxas, o infanticídio, a escravidão, o racismo, a homofobia, o machismo, etc tem sido habilmente advogados pelos leitores e examinadores da Bíblia



NOS DOMÍNIOS DA INCERTEZA!!!

Enfim havendo exame há busca e havendo busca ausência...

Ausência. Falta. Carência!

De afirmação, de posse, de verdade...

Os apóstolos comunicaram-nos da Divina Revelação que é o conhecimento da Verdade Eterna.

Os novos apóstolos do protestantismo tem o sinistro prazer de declarar-nos que não estamos em posse da Verdade eterna, mas enganados....

Agora quando lhes perguntamos o que eles tem a nos oferecer em troca...

Ficamos sabendo que nada teem além de interpretações, conjecturas, opiniões, palpites, teorias...

Melhor seria a ilusão da verdade eterna e a aparência da unidade plena!

Afinal que é o protestantismo é em si mesm - como dizia Hegel, e não o Pe Julio Maria (que por parodiar o ilustre filósofo alemão mereceu ser acusado de desonestidade pelo Pr Alvaro Reis) - senão indefinição ou nulidade?






 HEGEL DESONESTO, E NOSSOS PASTORES TUPINIQUINS HONESTÍSSIMOS, EIS ATÉ ONDE VAI A PRETENSÃO DE NOSSOS REFORMADOS...




Schiller - in Geschichte des 30 jahring, 1831, Tomo I, pg 22 - no entanto, não é menos categórico ao afirmar que "A única coisa que une os protestantes é o ódio que sentem pela igreja romana."

"DE DIA PARA DIA SE OUVE SEMPRE MAIS DIZER QUE JÁ NÃO HÁ PONTOS ESSENCIAIS FUNDAMENTAIS..." declarou o profo de teologia C. Doumergue, in Foi et vie. 1922, n 01

"A fé protestante jamais poderá vir a ser determinada, se me perguntas o que é a Igreja te digo que ela ainda não foi terminada..." é o parecer de Von Langsdorf in 'Forderunger des wahren teuschen protestantismus' 1831 pp 108

"Todo aquele que exige uma definição objetiva e fixa de nossa fé, É ESPIRITUALMENTE CATÓLICO e não protestante." ajunta Pape (A  K Z - 1830 num 171 p 1408)



"ASSISTIMOS COM INTERESSE E ATÉ SIMPATIA AS TENTATIVAS FEITAS PARA DETERMINAR CERTO NÚMERO DE DOGMAS IMUTÁVEIS E ABSOLUTOS NUMA OU NOUTRA DAS IGREJAS PROTESTANTES: PARA ISTO TRABALHARAM OS TEÓLOGOS MAIS SUTIS: TODOS FALHARAM... É QUE POR TODA PARTE A TENTATIVA IMPLICA CONTRADIÇÃO." sentenciou A Sabatier. in "Esquisse dune philosophie de la religion" Paris, 1897, p 188



"SE NOS OBJETAM: ESTAIS DIVIDIDOS, QUANTAS CABEÇAS TANTAS DOUTRINAS, RESPONDEMOS: É PURA VERDADE E NÃO QUEREMOS OUTRA COISA." ratifica A. Harnack.

Só nos resta concluir dizendo que quando os Jurieus, Claudios, Seymoures, Migueis Torres, ECPereiras, Oliveiras, etc alardeiam a tal unidade fantasmagórica do protestantismo, estão implicitamente admitindo a importância da unidade no que concerne ao objeto intelectual ou racional da fé e REFORÇANDO A ARGUMENTAÇÃO ORTODOXA!!!






terça-feira, 26 de maio de 2009

Vago

Duelo entre pajés












Cerca de um mês levantei grande celeuma ao classificar certo pastor luterano como pajé.

Sentiu-se ofendido o piolho ou carrapato do Dr Lutero.

A ponto de crer-se insultado por mim.

Eu no entanto não tive a menor intenção de ofender nosso pajé. Afinal até onde me é dado saber os verdadeiros pajés ainda não descobriram essa coisa maravilhosa 'de deus' chamada dízimo.

Coisa que faz muito pastor encher a pança sem precisar trabalhar honestamente para ganhar o pão com o suor do próprio rosto. E o que é pior, em nome do Carpinteiro ou seja do Operário, do Trabalhador Jesus Cristo...

E de Paulo apóstolo, o qual também trabalhava fabricando tendas.

Segundo determina o Talmud que todo Rabino deve aprender um ofício e ensina-lo a seu filho.

Rabinos e pajés trabalham... pastores vivem de dízimos ou seja colhem onde não plantaram e juntam o que não semearam...

E não recebem em gênero como os sacerdotes ortodoxos e romanistas dos tempos de antanho... cobram em dinheiro vivo mesmo e as vezes até em cheque pré datado.

Quanto ao sentido da palavra dízimo há dois modos de interpreta-la: para que os miseráveis não ousem pagar menos, afirmam a literalidade do preceito judaico> nunca menos de 10% dos vencimentos até o último centavo furado sob pena de queimar no enxofre do inferno na companhia desagradável do verme que nunca morre... já para as ovelhas mais gordas, introduzem uma flexibilidade para cima ou seja para mais até converterem o tal dízimo em vigésimo ou em trigésimo.

Efetivamente o pajé de nossas selvas não tem malícia suficiente a ponto de escamotear a fé pública de maneira assim tão cínica e escandalosa...

Cara de pau assim tão cínica é apanágio exclusivo daqueles que mercadejam com o invisível leiloando o céu  e vendendo milagres a rodo.

'Quem dá mais por uma ressurreição' exclama o pajé da cidade vestido de terno e gravata...

E o trouxa dá.

"Dá ou desce" segundo a fórmula da pilantragem ou seja da máfia religiosa que costuma encampar até mesmo grandes Redes de Televisão. Afinal estamos naquela terrinha que segundo Ch de Gaulle não é lá muito séria...

Bem, é possível que os reverendos pastores desejem processar-nos... ah ah ah rsrsrsrsrsrs....

Pois tomam pajé por ofensa...

Afinal, os pajés prestam culto aos astros e elementos e, como representantes de culturas iletradas, recusam-se a aceitar a bibliolatria protestante.

Diante de tal insolência os protestantes, a exemplo de seus mestres os patriarcas e reis do povo de Israel, mimoseiam os desaventurados pajés com os títulos de idólatras, ímpios, malditos, possessos, sedutores, etc

Tal repertório a que os líderes protestantes costumam recorrer com o intuito de achincalhar os líderes das outras religiões para em seguida gritarem que estão sendo perseguidos, caluniados, humilhados...

Minha falecida avó já dizia: Quem tem telhado de vidro não ouse lançar pedras no telhado do vizinho...

Veja lá quem tem preconceito, quem se sente ofendido, quem se atiça todo e grita de indignação ao ser chamado de pajé???

Acaso o pajé não é também ele um ser humano???

Como tenho o pajé em conta de gente ou melhor em conta de líder religioso posso dizer em alto e bom som que minha intenção não foi insultar a quem quer que seja.

Do contrário teria dito: possesso, endemoninhado, condenado, maldito... mas, como sou uma pessoa civilizada e fina, digo que tais palavras - de baixo calão - não fazem parte do meu vocabulário. Usem e abusem delas os pastores protestantes, enquanto lídimos paradigmas da civilidade biblicista.

Bem disse Saramago que a Bíblia - o Antigo Testamento sem dúvida - é um excelente manual de péssimas maneiras.

Os pastores protestantes que o digam!

Quando digo que o Scholls é um pajé... que o Malafaia é um pajé... que o R R Soares é um pajé... estou querendo dizer que os honoráveis pastores protestantes e os xamãs, pajés, feiticeiros, etc comungam do mesmo espírito, digo da mesma ideologia fetichista...

Isto não deve nem pode ser tomado em conta de ofensa, mas de juízo conceitual perfeitamente demonstrável.

Acaso não são, uns e outros, denodados paladinos do trololó criacionista???

Segundo o qual javé, deus dos hebreus teria tirado o mundo da cartola, o home do barro e a mulher da costela com um simples toque de sua varinha de condão?

Então são fetichistas.

Pois o fetichismo consiste em suster que os deuses produzem diretamente, ex nihil, e com uma simples palavra, qualquer ser, coisa ou objeto que desejem produzir, sem necessidade de recorrer a qualquer processo nos moldes naturais.

Logo criacionismo = fetichismo.

Sentem-se atacados e agredidos os criacionistas?

Azar deles... estabeleçam uma nova inquisição e torrem seus adversários num fogareiro a exemplo de mestre Calvino...

Porque para nós o criacionismo não passa dum mito arqui ultrapassado face a experiência captada por nossos sentidos e assimilada pelo intelecto.

Curioso os fundamentalistas não podem sofrer que o homem tenha 'vindo do macaco' o qual em todo caso é um ser vivo e inteligente, mas folga em que o homem veio do barro ou seja da lama, do lodo... Tenha santa paciência, para esses tabaréus o barro é superior aos primatas...

A razão no entanto salta a vista: os registros judaicos asseveram que o homem procede da lama e não do macaco, logo: pau no macaco e viva o livro!

Dissesse o livro que o homem procede da merda, da urina ou do cuspe, os palermas diriam amém do mesmo modo pois o livro é infalível, mesmo quando se opõem a percepção, a razão, a experiência e a reflexão...

Diz o livro que a baleia é um peixe e que o morcego é uma ave... pau em Aristóteles, em Calímaco de Cirene e até mesmo no beatinho do Linneu... pois os sacerdotes israelitas que viveram dez ou quinze séculos desta era conheciam taxonomia muito melhor que Buffon, Jay Goud ou Dawkins...

Assustador o poder duma ideia não?

Confesso que o fetichismo até fica bem nos recônditos da selva amazônicas, em meio as tabas, manitos, e pajés com seus maracás... afinal tratam-se de sociedades iletradas que passam ainda por um estádio pré científico. Exigir que os povos da floresta incorporem Darwin, Freud, Marx e Eisntein a suas tradições seria ridiculamente grotesco ou melhor quichotesco.

Acontece que os pastores protestantes e suas dóceis ovelhas não vivem em meio as selvas umbrosas de nosso ínvio sertão, mas no âmago mesmo de nossas megalópoles, no acesso da cultura contemporânea por meio do aparelho educacional. Quero dizer com isto que as descobertas científicas dos últimos cinco séculos não poderiam passar assim tão desapercebidas aos olhos de toda essa gente cuja referência cultural parece remontar há dúzia de séculos antes de Cristo.

Eis porque a ação dos pajés da cidade assusta-me enquanto a dos pajés da selva diverte-me.

Diga-se de passagem que os mitos indígenas são até mais sensatos e aceitáveis que os mitos do antigo Israel, afinal os Kuikurus fazem os homens brotarem de árvores e os maias quichés do milho, enquanto os antigos israelitas e nossos fundamentalistas não saem do barro.

Aqui temos mais uma vez o homem procedendo de um ser vivo, o vegetal... lá temos o homem procedendo da lama, do barro, do limo, da matéria morta e amorfa por meio de uma ato caprichoso de cárater mágico.

Os guias espirituais de nossos antepassados souberam produzir e criar algo bem melhor do que a cosmogonia do antigo israel, embora esta também tenha sua razão de ser, seu mérito e seu significado no contexto sócio cultural em que foi concebida e veio a luz.

Nossa crítica, como gostamos de pontuar e de marcar, não é dirigidas aos antigos sacerdotes sumérios, babilônicos, assirios, persas ou israelitas, mas aos atuais líderes protestantes, os pastores, que são os principais apóstolos da mentalidade mágico fetichista no contexto atual.

É a esta reprodução do modelo arcaico e ultrapassado das antigas sociedades pré científicas com as necessárias consequências no âmbito da ciência e da técnica que dirigimos nossas invectivas.

Intimamente ligado a ela esta a noção de que um deus 'interventor' cujas intervenções ou consertos estendem-se até o momento presente por meio de milagres.

No tempo e local oportunos analisaremos a teoria segundo a qual o Cristianismo é uma espécie de 'tenda de milagres' formada por um bando de exorcistas andarilhos.

Por ora basta assinalar que não passa dum fetichismo procedente de matriz fetichista, a saber, o já referido criacionismo.

Comporta pois o biblicismo toda uma visão ou concepção mágica de universo em que a palavra Lei natural ou espiritual não faz qualquer sentido.

Para os pentecostais e fundamentalistas tudo obedece ao sabor do capricho ou da vontade arbitrária de um deus sedento de glória que deseja aparecer e brilhar neste nosso mundinho insignificante.

Eis porque a superstição luterana permanece impermeável a crítica científica.

O culto do livro sob sua forma mais singela e degradante engendrou nestes últimos séculos um choque frontal entre o imaginário dos antigos israelitas e as constatações experimentais afirmadas pelo modelo científico contemporâneo sobre o qual construímos por assim dizer nossa civilização.

Estamos pois diante dum assombroso dilema que precisa ser superado.

Mantida e ampliada a mentalidade científica a sociedade terá a possibilidade ou a chance de reelaborar-se e de evoluir ou seja de progredir, de melhorar, de aperfeiçoar-se. Substituída a mentalidade científica pelas quimeras proto semíticas e pela cantilena fetichista dos pastores, recuará a civilização até a barbárie e a ignorância dos tempos ante cristãos e ante helênicos.

Donde se infere que esta luta também diz respeito aos verdadeiros cristãos de boa vontade, fiéis ao pensamento de Jesus Cristo e aos princípios e valores afirmados por seu Evangelho e que não podem ser indiferentes ao bem estar e a qualidade de vida dos seres humanos pelos quais o Mestre amado derramou seu sangue e ofertou generosamente sua vida. Neste sentido lutar pela ciência, pela reflexão, pela liberdade e pelo homem é também lutar por Jesus Cristo e por sua mensagem.

Nós lutamos em Cristo, com Cristo e por Cristo e não com Moisés.

Pois os patriarcas e profetas, ao menos em matéria de ética e de ciências, eram tão ignorantões quanto a Santa burra de Balaão...

Uma reavaliação Velho testamento, saldo atual

Naturalmente que nem todas as constatações de Wellhausen são consideradas como válidas em nossos dias.

Nós não encaramos a pessoa de Wellhausen como uma espécie de Abraão, oferecendo bolinhos e manteiga a javé; como um tipo de Moisés a contemplar os 'quartos' ou o traseiro de Eloim, ou como uma espécie de Salomão a receber o todo conhecimento humano do mesmo modo como Atena saira da cabeça de Zeus seu pai... muito menos confundimos o douto biblista protestante com o Verbo Eterno Jesus Cristo Nosso bem todo perfeito, infalível e irreformável. Welhausen não é nem Santo Padre, nem Papa, nem 'reformador' para nós...

No entanto é assim mesmo que progride o conhecimento humano.

Por meio do esforço depurativo das gerações.

É assim que as arestas ou acidentes, ou particularidades duma teoria ou interpretação vão sendo polidas.
Este reconhecimento desta ou daquela inexatidão não afasta, antes aproxima a pesquisa e o pesquisador de seu objeto que é a Verdade; não obscurece a exatidão mas conquista uma nitidez cada vez maior... reconhecer os erros e inexatidões é caminho para a construção dum saber qualitativamente seguro e certo, é uma passagem para a verdade e uma garantia de honestidade intelectual.

Enquanto a maior parte das religiões (como o israelitismo, judaismo, islamismo, protestantismo...) "Movem-se, transformam-se e evoluem, asseverando a suas ovelhas que permanecem estacionadas e imutáveis." (Charles Guignebert) dando mostra de desonestidade e má fé, a ciência reconhece que se move, admite que reavalia seus dados, reconhece que repensa e corrige parte de suas constatações, sem no entanto sacrificar todo seu depósito ou mergulhar no pântano do ceticismo. O hábito da auto correção é que confere credibilidade a suas conclusões como declarou Sagan (in 'Mundo assombrado por demônios')

Tornemos porem as formas e a Wellhausen...

Sem embargo (das correções, que foram por assim dizer periféricas), de modo geral - em essência - a Teoria das formas não só permanece de pé como foi enriquecida e aperfeiçoada pelas contribuições de outros tantos pesquisadores. De um modo ou de outro a sistematização inicial, promovida por ele, foi útil no sentido de levantar a problemática referente as origens do Velho Testamento. Problemática que na verdade já havia sido levantada por Aben Ezra, setecentos anos antes.

Durante séculos a Cristandade - iludida por uma idéia mágica de inspiração - foi pura e simplesmente pondo de lado, disfarçando ou contornando o problema ao invés de encara-lo com dignidade.

Mesmo sem ser absolutamente fiel, exata ou infalivel, a teoria, tal e qual fora concebida por Wellhausen teve o mérito de encarar honestamente a questão... ao invés de continuar fugindo aos fatos, torcendo-os, falseando-os e destarte corrompendo, como de fato corrompeu o 'ethos' cristão, pautado na honestidade. Foi justamente com este tipo de teologia podre e carunchosa que os santos aprenderam a mentir sem constrangimento ou pudor...

Mentia-se ou engana-se 'por deus' sem discernir as consequências.

Lutero afirmara em alto e bom som que "É lícito pregar uma boa mentira com o intuito de favorecer a verdadeira igreja ( i é a sua)enquanto o papado esperou até o fim do décimo nono século, para com Leão XIII, proclamar que "Deus não precisa ser justificado com as mentiras dos homens.". No entanto toda a apologética tecida - a partir do século XX - em torno do antigo testamento, especialmente em torno do gênesis e de seus primeiros capítulos - por Alvaro Reis, a Torre de Vigia, Archer e mesmo o insigne MacDowell - esta fundamentada nas mais escabrosas mentiras, em trapaças, fraudes, desonestidades, falsificações, etc

Nada mais ímpio, anti cristão e corruptor do que esta defesa desesperada e a qualquer preço de 'Moisés'. Defesa sujas e pestilenciosa que tantos e tantos ateus tem fabricado afastando-os da fonte da vida que é Jesus cristo e seu Evangelho de amor. Toda tarefa destes falsos mestres e profetas parece resumir-se em malquistar as pessoas civilizadas com a fé Cristã, lançando-as nos braços abertos do materialismo e da incredulidade... Como fariseus perfeitos aparecem eles com a canga de Moisés, desejando por o fardo inutil  do pentateuco hebraico sobre as costas dos adoradores e servos de Jesus Cristo.

Analisando as coisas por este ângulo a teoria de Wellhausen é absolutamente Cristã, perfeitamente e legitimamente Cristã, Cristianissíma mesmo; enquanto o fundamentalismo, com suas estratégias e sofismas, mostra-se cinicamente farisaico...

É inacreditável que milhões e milhões de Cristãos continuam trocando a primogenitura celestial por um pratinho de lentilhas... pois na medida em que forjam uma realidade falsa e pecam contra a moral evangélica tendo em vista a promoção de uma falsa doutrina, de uma doutrina que desfigura o sentido da palavra 'inspiração', de uma doutrina cujo fundamento é o comodismo dos seres humanos e não a glória de Deus.

Se no décimo nono século a teoria de Wellhausen foi acolhida por muitos como sendo a quitessencia da verdade, tal acolhida se deveu mais a atmosfera positivista da época segundo a qual era possivel reconstituir a história humana nos mínimos detalhes e quase que infalivelmente, do que a locubrações metafisicas...

O positivismo por sinal não deixou de construir outra faceta mística, mágica, quiçá fetichista em torno da ciência, de suas descobertas e de seu propósito (cf João Ameal 'A verdade é so uma' 'A Europa e seus fantasmas'). Hoje no entanto, somos bem mais sóbrios e realistas...

E assim já não exigimos a perfeição absoluta ou a infalibilidade características do ser divino no plano da natureza. Contenta-mo-nos com garantias razoaveis e com o aproximar-se gradativamente duma verdade que talvez jamais venha a ser deslindada em sua plenitude. Isto não significa que a apreensão das partes constituitivas seja humanamente impossível ou isenta de garantias que satisfaçam as exigências da razão.

Quem desejar algo de mais elevado e divino que vá a Jesus Cristo e aos Evangelhos servindo-se do aparato da crítica e não a Moisés ou aos sacerdotes israelitas com seus registros de natureza moralmente duvidosa para não dizermos baixa.

Em termos de ciência e de conhecimento humano estamos a procura de algo, em demanda, em esforço; mas, ao menos não estamos paralisados diante duma miragem... Melhor uma visão parcial, mas que se constrói em dialogo com o mundo real, do que a ilusão duma quimera...

Hoje sabemos que talvez jamais venhamos a saber, como o próprio Deus sabe e ninguém mais sabe - i é com riqueza e profusão de detalhes - de que modo surgiram e como foram formadas as escrituras hebraicas... podemos no entanto fazer uma ideia geral, humanamente válida e verdadeira. Já podemos ver como por um espelho o que antes de forma alguma víamos, tendo os olhos cobertos pelo véu da ignorância e da superstição.

Simon, Astruc e Wellhausen, apesar de seus erros e desacertos foram os demolidores desta vã ilusão e os arquitetos duma teoria muito superior, capaz de enfrentar a singeleza dos fatos ao invés de recorrer a expedientes de natureza duvidosa...

Eis as principais conjecturas a que temos chegado:

I - É possivel ou até mesmo certo que Moisés, tenha codificado o Decálogo em tabuas de pedra valendo-se duma escrita alfabética recém inventada nos desertos do Sinai ou mesmo de hieróglifos egípcios. O emprego de tais sinais gráficos em tais circunstâncias teve por objetivo impressionar os rudes hebreus, em sua totalidade analfabetos e incutir neles o devido respeito para com a 'lei'...

Em suma: o emprego da escrita teria servido para sacralizar os mandamentos diante do povo.

II - É duvidoso mas não impossivel que Moisés tenha composto alguns hinos e cânticos mais ou menos preservados oralmente pela tradição.

III - Isto é praticamente tudo que podemos atribuir a Moisés, além de alguma tradição oral que circulava a respeito de sua pessoa.

Foi justamente a prevalência desta tradição oral no decorrer meio milênio - de mais ou menos 1400 a 900 ou 850 a C - engendrou uma série de mitos e fábulas, além de erros e contradições.

IV - Os profetas e sacerdotes anônimos que compuzeram o livro, especialmente a partir de Ezequias e Josias, recorreram a um grande número de fontes tanto nacionais quanto estrangerias. As nacionais seriam os tais cânticos e hinos registrados - talvez em papiros egípcios e com sinais egípcios por escribas egípcios - talvez durante o X século sob Saul ou qualquer outro monarca do Norte, após séculos de oralidade...

Estamos pois, diante duma verdadeira colcha de retalhos formada por elementos de origem egipcia, sumeriana e autotocne, artificialmente antrelaçados pelos redatores. Buscar unidade neste reino da heterogeneidade seria como buscar cubos de gelo ou neve no Sol.

Podemos pois falar num núcleo mosaico (decalogo + alguns hinos e cânticos) que em sua maior parte permaneceu sob o domínio da tradição e da oralidade ao cabo de séculos.

Em fragmentos de registros anteriores pertinentes ao tempo em que a tradição passou a ser escrita.

Tais fragmentos consistem nos cânticos e hinos introduzidos no corpo da narrativa como os de Miriam, o núcleo do de Moisés, o de Josué e o de Debóra.

Nos empréstimos feitos pelo javista e pelo redator sacerdotal aos registros babilônicos e sumerianos; em empréstimos tomados a sabedoria do Egito pelos redatores deuteronomista e sacerdotal... Os 'sacerdotes' também tiveram acesso aos registros provenientes da escola de Elias, cujos fastos narraram e cuja antiguidade é manifesta...

Posteriormente tudo isto foi revisado, corrigido e alinhavado pelo imame Ezra ou seus apaniguados.

Ezra e aqueles que o sucederam até cerca de 400 a C coligiram as memórias de Natã, Gad, Miquéias, Semeias, Oded e Ado (fontes das Crônicas), bem como os escritos dos Reis e profetas, a excessão da profecia de Daniel, outra falsificação que também é um caso a parte.

Os salmos não foram compostos pelo rei David, exceto um ou outro talvez, mas por seus cantores e mestres de côro como Asaf e os filhos de Coré, ou por levitas do tempo de Ezequias, Josias e Ezra.

Parte dos provérbios tem por fonte Agur e lamuel, ambos massaitas, isto é xeques árabes do deserto ou como se diz beduinos.

Jó e Judite são ficções ou romances conforme já dizia o Santíssimo Teodoro de Mopsuéstia.

É bastante provável que Jó não passe duma adaptação feita a a partir de original fenício, babilônico ou mesmo sumeriano.

O mesmo se diga de Ester e Tobias.

Estamos pois diante dum verdadeiro cipoal de fontes procedentes deste nosso mundo mesmo e não diante de palavras baixadas diretamente dos céus como postulam os fundamentalistas cegos.

Tais informações são absolutamente exatas e não podemos deixar de tirar as devidas consequências a menos que abracemos ao conspiracionismo infantilista ou a teoria das duas verdades...

Assim, por um lado só nos restaria apelar ao Diabo e multiplicar ao máximo sua atuação no mundo ( a ponto de fazer dele um vice-deus) e por outro comprometer a natureza divina em sua santa sabedoria...

Ficamos pois entre Siger e Pomponazi de um lado e o "Malleus maleficorum" do outro.

O protestantismo não nos oferece outras opções fora Cila ou Caribde... tudo ou nada, ame ou odeie.




"Alguns acrescentam que profeta algum citou os livros do Pentateuco, que não é citado nem pelos Salmos nem pelos livros que são atribuidos a Salomão, tampouco por Isaias ou Jeremias, enfim por Livro canonico algum. Os termos que correspondem a Genesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio não são encontrados em qualquer parte do antigo testamento e nem mesmo no Novo." voltaire in D F p 275


Os termos correspondentes a que alude Voltaire são: Berexit (princípio), Veelee Chemot (eis os nomes), Vayedabber (ele falou), Vaykra (ele chamou) e Elle haddebarim (eis aqui as palavras) conforme lemos na História Sagrada do Pe Roquette. (Tomo I - in praef.)






ROTEIRO DAS QUATRO FONTES - J E D P - NO PENTATEUCO:




Fontes do primeiro livro atribuído a Moisés, o Gênesis.


- De Gn 1,1 a 2,4 PRIMEIRA NARRATIVA A RESPEITO DA CRIAÇÃO, FONTE P OU SACERDOTAL, emprega apenas Eloim ou deuses
- De Gn 2,4 a 5,1 FONTE J OU JAVISTA
- De Gn 5,1 a 5,32 FONTE P
- De Gn 6,1 a 6,8 FONTE J
- De Gn 6,8 a 6,22 FONTE P
- De Gn 7,1 a 8,22 FONTE J
- De Gn 9,1 a 9,27 FONTE P
- De Gn 9,18 a 11,9 FONTE J
- De Gn 11,10 a 11,31 FONTE P
- Gn 12 & 13 FONTE J com acréscimos ou correções sacerdotais
- Gn 14 é de Fonte indeterminada
- Gn 15 é javista com possíveis resquícios eloistas.
- Gn 16 é javista com acréscimos ou correções sacerdotais
- Gn 17 FONTE P
- Gn 18 FONTE J
- Gn 19 FONTE J
- Gn 20 FONTE E OU ELOISTA
- Gn 21, 1 - 7 É UMA MISTURA DAS TRÊS FONTES - J, E & P
- Gn 21, 8 - 32 FONTE E
- Gn 22 FONTE E com elementos de J
- Gn 23 FONTE P
- Gn 24 FONTE J
- Gn 25, 1 - 7 FONTE J
- Gn 25, 7 - 17 FONTE P
- Gn 25, 19 - 20 FONTE P
- Gn 25, 20 - 34 FONTE J
- Gn 26,1 - 33 FONTE J
- Gn 26, 34 e 35 FONTE P
- Gn 27 FONTE J
- Gn 28, 1 - 5 FONTE J
- Gn 28, 6 - 9 FONTE P
- Gn 28, 10 - 22 MESCLA DE FONTES J e E
- Gn 29 FONTE J
- Gn 30 FONTE J com elementos de E
- Gn 31 FONTE E com elementos de J
- Gn 31, 43 - 54 FONTES J e E
- Gn 32, 1 - 3 FONTE E
- Gn 32, 4 - 14 FONTE J
- Gn 32, 14 - 22 FONTE E
- Gn 32, 22 ao fim Mescla de J e E
- Gn 33, 1 - 17 FONTE J
- Gn 34 é de fonte indeterminada
- Gn 35 e 36 mescla de J, E e P
- Gn 37, 3 - 11 FONTE J
- Gn 37, 11 até o fim FONTES J e E misturadas
- Gn 38 FONTE J
- Gn 39 FONTE J
- Gn 40 FONTE E
- Gn 41 FONTE E a partir do verso 33 elementos de J
- Gn 42 FONTE E
- Gn 43 & 44 FONTE J com algumas adições
- Gn 45 até 46,8 MESCLA DE FONTES J e E
- Gn 46,8 a 30 FONTE P
- Gn 46,31 - 47,6 FONTE E
- Gn 47, 5 - 12 FONTE P
- Gn 47,13 até o fim FONTE J
- Gn 48 mescla das fontes J, E e P 
- Gn 49 é de fonte indeterminada contendo elementos que remontam a Salomão e Davi
- Gn 49,29 até o fim FONTE P
- Gn 50 mescla das fontes J e E com adição de P nos versos 12 e 13

Até aqui as fontes de Gênesis.




Fontes do segundo livro atribuído a Moisés, o Êxodo:


- Ex 1, 1 - 5 FONTE P
- Ex 1, 6 - 14 FONTE J
- Ex 1, 15 sg FONTE E
- Ex 2 FONTE E com adições de J
- Ex 2,23 sg FONTE P
- Ex 3 & 4 FONTES J e E
- Ex 5 FONTE J
- Ex 6 FONTE P
- Ex 7 - 10 FONTE P com resquícios de J e E
- Ex 11 composição indeterminada
- Ex 12, 1 - 21 FONTE J
- Ex 12, 24 - 27 FONTE D
- Ex 12, 27 - 39 FONTE J
- Ex 12, 39 até o fim FONTE P
- Ex 13, 1 - 16 FONTE D
- Ex 13, 1 sgs FONTES J e E
- Ex 15,22 FONTE J
- Ex 16 FONTE D com elementos de J
- Ex 17, 8 - 16 FONTE J
- Ex 18 FONTE E
- Ex 19, 1 - 15 FONTE P
- Ex 19, 16 até o fim FONTE J
- Ex 20 FONTE E
- Ex 20,22 a 23,33 CÓDIGO DA ALIANÇA
- Ex 24, 1 -11 mescla de fontes J e E
- Ex 24, 12 até o fim mescla de fontes E e P
- Ex 25 - 31 FONTE P
- Ex 32 - 34,29 mescla de fontes J e E
- Ex 34,39 até o fim pertence a fonte indeterminada
- Ex 35 - 40 FONTE P

Até aqui as fontes do Êxodo.


Fontes do terceiro livro atribuído a Moisés, o Levítico:

Lv 1 - 10 FONTE P
Lv 11 tradições arcaicas
Lv 13 - 16 iden
Lv 17 - 26 > A 'LEI DA SANTIDADE' - FONTE D com acréscimos de P
Lv 27 FONTE P pós exílio.
Forma do livro - pós exílio. Coligido por Ezra e seus auxiliares.

Até aqui as fontes do Levítico.


Fontes do quarto livro atribuído a Moisés, o livro dos Números:

Nm 1 - 4 FONTE P
Nm 5 a 10,28 FONTE P
Nm 10,29 até o fim FONTE J
Nm 11 mescla das fontes J e E
Nm 12 FONTE E retocada por P
Nm 13 - 14 mescla de fontes J e E num quadro de P
Nm 15 FONTE P
Nm 16 FONTE J ou E mesclada com P
Nm 17 - 20 FONTE P
Nm 21, 1 - 9 fonte indeterminada porém antiga
Nm 21, 10 - 20 FONTE P
Nm 21, 21 até o fim, fonte indeterminada porém antiga
Nm 22 - 24 FONTE E com adições de J, os oráculos procedem ou de livros mais antigos ou da tradição oral sendo muito antigos.
Nm 25 fonte indeterminada porém bastante antiga.
Nm 26 - 31 FONTE P
Nm 32 FONTE D
Nm 33 a 36 FONTE P pós exílio

Até aqui as fontes do livro dos Números.


Fonte do quinto livro atribuído a Moisés, o Deuteronômio:

Dt 1, 1 - 6 FONTE P pós exílio
Dt 1, 6 - 4,40 FONTE P
Dt 4,40 - 12 FONTE P
Dt 12 - 28 CÓDIGO DEUTERONOMISTA > FONTE D
Dt 28 - 34 Peças deuteronomistas e sacerdotais de diversas épocas reunidas durante o período pós exílio.





PORQUE OS FANÁTICOS REJEITAM A DOUTRINA DAS FONTES



Uma das indagações mais comuns a respeito da doutrina das fontes diz respeito a resistência que ela tem enfrentado nos meios populares ou como se diz entre os 'crentes'... e a sua prevalência quase que exclusiva entre os eruditos e pessoas sem fé, que apresentam-se como liberais em matéria de Cristianismo.

Naturalmente que esta pergunta possui uma resposta adequada e de certo modo simples.

A alma mesma do protestantismo tem consistido em divulgar as escrituras gregas e hebraicas em lingua vernácula ou seja em traduções e versões.

Divulga o protestantismo pálidos reflexos humanos do que afirma ser a palavra infalível e divina.

Tais as palavras do Tyndale, do Lutero, do Zwinglio, do Valera, do Almeida, do Pe Figueiredo, da WT, do Smith, etc ou seja palavras meramente humanas enquanto filtradas ou seja postas no vernáculo por uma tradutor humano e falível.

Os protestantes não gostam de considerar a mediação humana e falível do tradutor humano e a discrepância das traduções porque não lhes convém. Preferem empurrar o assunto com a barriga e posterga-lo até o dia do juízo... no entanto vivem corrigindo e expurgando perpetuamente suas versões.

No caso do Pentateuco tais traduções são todas desastrosas na medida em que obscurecem a percepção das fontes preparando o terreno para a negação das mesmas. A ponto do useiro e vezeiro Alvaro Reis referir-se a elas como a 'estilos'...



A eliminação dos 'nomes'



Aparentemente este confusionismo teve inicio com a sagrada Septuaginta, cujos redatores teriam eliminado os nomes Eloim e Javé, dentre outros, vertendo-os igualmente por Theos ou seja Deus e eliminando assim toda e qualquer discrepância. E como os gregos abominavam narrativas sem pé nem cabeça, com cortes, misturas e associações disparatadas, os doutores e teólogos de Alexandria acharam por bem unir as sessões e paragrafos que no original encontram-se truncados. Conferiu pois a Septuaginta ao Pentateuco a aparência de unidade tão alardeada pelos tabaréus desta nossa terra.

A segunda proposição é verídica na medida em que os tradutores fizeram uma série de ajustes formais reorganizando o material bíblico de modo a torna-lo agradável e atraente a mentalidade dos gregos. Quanto a remover os nomes porém, a suposição não parece ser exata.

Por Origenes na 'Hexapla', somos informados de que - ao menos até o terceiro seculo desta Era -  os hebreus conservaram os nomes, mesmo em sua versão grega i é na Septuaginta. Em confirmação do que foi dito pelo ilustre padre alexandrino, alguns versos gregos da escritura hebraica que foram encontrados no Mar Morto e no Egito, trazem o nome em caracteres hebraicos.

Destarte, somos levados a concluir que os nomes foram removidos do texto grego pelos Cristãos, cujo objetivo era identificar tanto mais facilmente, o deus dos antigos hebreus com o Deus e Pai presente na pessoa de Jesus Cristo. 

O tradutor da Vulgata e os tradutores protestantes, - seguindo os exemplos dos tradutores gregos e dos primeiros cristãos - deram outros tantos empurrões e fizeram outros tantos arranjos, assim a camuflagem ficou perfeita e as cicatrizes ficaram mais ou menos bem disfarçadas.

Basta abrirmos a Lutherbibel, a Coverdale, a Valera, a Diodati, a JFA, etc para nos depararmos com o Deus ou Senhor de capa a capa...

Todavia, caso abramos a TNM - versão editada por um movimento herético de inspiração ariana e judaizante que pretende restabelecer o javismo (ou jeovismo) no corpo mesmo da Cristandade - damos já com algo do original. Pois onde o redator Eloista ou Sacerdotal registrou ELOIM, elas traduzem Deus e onde o Javista, o deuteronomista ou o Sacerdote registraram Javé, elas traduzem Jeová.

Em meio aos hebreus porém a mudança seguiu outro rumo. A partir do quarto século desta nossa Era, obcecados pela ideia de que pronunciar o nome divino equivalia a tomar o nome de Deus em vão, os rabinos também optaram por remove-lo das escrituras. 

Acontece que ao faze-lo, puzeram em seu lugar o termo 'Aschem' i é NOME (O), embora outros tenham escolhido 'Ehad' i é Uno e outros ainda 'Edone' ou Adonai, Senhor, que em aramaico corresponde a 'Ribon'. Então eles sabiam que onde tais nomes haviam sido postos o original correspondia a javé. E eram igualmente capazes de ler Eloim, onde os Cristãos liam 'Deus'.

Eis porque o questionamento a respeito de Moisés teve de partir de um rabino judeu como Aben Ezra e de um filósofo judeu como Spinoza, que tinham acesso aos originais do livro e estavam aptos para perceber os nomes e as junturas, ou pelos padres Mazius e Simon e pelo Dr Astruc, que eram versados no conhecimento do hebraico e do aramaico. 

E a continuação também ficou a cargo de especialistas e peritos conhecedores da lingua dos hebreus - como Eichorn, De Wette, Reuss, Graff, Kuenen e Wellhausen - e não dos soletradores de traduções recicláveis, ouvintes do Maiscedo e do Malafalsa.

Agora diz o Reis e com ele o Archer e o Geisler que é tudo uma questão de estilo.

Efetivamente poderia ser o caso do redator ou como dizem 'Moisés' muito preocupado com considerações de ordem estética, busca-se alternar os nomes Javé e Eloim, no corpo dum texto que do contrário pareceria monótono... 

Acontece que os termos javé e eloim não aparecem alternada ou metricamente como nas rimas do Bilac. 

Na verdade os termos javé e eloim além de aparecem aleatoriamente formam NÚCLEOS PERFEITAMENTE DISTINTOS PARA OS QUAIS CONVERGE TODA NARRATIVA.

É como se numa sessão aparecesse cinquenta vezes - repetida e monotonamente - o nome javé e sequer uma só vez o nome Eloim e na sessão seguinte cinquenta vezes o nome Eloim e sequer uma unica vez o outro...

Seria o caso de 'Moisés' ter procurado um estilo sem ter dado com ele???

Ao que tudo indica não foi isto que aconteceu...

Pois entre uma sessão e outra, percebe-se algumas vezes o límite exato do recorte ou seja o espaço onde acaba uma das narrativas e termina a outra. Eis porque o documento pertinente a 'História de Abraão' principia deste modo:
"Então Abraão saiu daquela terra." sem dizer qualquer coisa a respeito da terra donde o patriarca havia saido... já Êxodo 19,25 reza: "Então Moisés, desceu, foi té o povo e disse:" seguindo-se as palavras de Deus referentes ao Decálogo; conclusão: Moisés nada disse porque o documento foi recortado e a narrativa interrompida exatamente onde seu discurso começava... tendo em vista a introdução do Decálogo procedente doutra fonte.

Eis porque os nomes diferentes contem narrativas diferentes, uma narrativa de criação para Eloim (até Gn 2,4) e outra narrativa de criação para javé (após Gn 2,4); uma narrativa de dilúvio para Eloim e outra para javé... uma narrativa que atribui a descoberta do nome divino javé a Enós e outra que posterga a descoberta do nome até Moisés.

Notória a duplicidade do êxodo, ora apresentado como fuga, ora como expulsão; tendo em vista obviamente dois grupos sociais e dois núcleos de tradições, uma procedente do Norte e outra do Sul, embora estejam já bastante diluidas e quase que fundidas numa só.

Por outro lado as narrativas interrompidas para a introdução doutra fonte, conhecem certa sequência ou continuidade mais adiante. De certo modo as fontes J e P e E alternam-se uma a outra, sendo o fio da meada de cada uma retomado mais a frente. Eis porque é perfeitamente possível perceber que o Abraão de J e P circula quase sempre em torno de Hebron no Sul, enquanto que o Abraão de E e Jacó circulam sempre em torno dos grandes santuários do Norte, Siquem e Betel. Via de regra E apresenta o Norte como cenário das aventuras patriarcais enquanto J e P situam tal cenário quase que sempre no Sul...

Eis porque a transposição dos textos da a impressão que os patriarcas andavam de jatinho, pois se quando José é raptado seu pai vive nas cercanias de Hebron (fonte J), quando o faraó manda chama-lo o Eloista apresenta-o sacrificando em Bersabéia... Diante disto alegam os diletantes que os patriarcas eram nômades ou beduínos.
Certamente que deslocavam-se dum lugar para o outro, segundo as vicissitudes do clima, mas não continuamente, pois esta registrado que Rubem, filho de Jacó, labutava num campo de trigo.

Correspondem pois esses contínuos deslocamentos dos patriarcas hebreus a uma estratégia implementada com o intuito de conciliar o terreno especifico de cada fonte. Pois via de regra o ciclo de Jacó/José pertencem ao Norte, enquanto o de Abraão, pertence de certo modo ao Sul.

Como tivemos já ocasião de observar nas traduções e versões ideologicamente forjadas todas estas discrepâncias são habilmente ocultadas pelo intérprete. Eis porque as massas tem permanecido iludidas a respeito da verdadeira forma e origem do Pentateuco e estacionadas no século XVI ou XV.

Não podendo ver, perceber ou apreender a verdadeira forma - literal e original - do registro israelítico, permanecem os leigos a merce dos pastores e charlatães os quais, por isso mesmo, não tem o mínimo receio de reproduzir as locubrações compostas por Dawson, Geikei, Rawlinson, Smith, Arduim ou Sayce há mais de século e meio, como se fossem a última palavra em matéria de ciência histórica e arqueológica.

Assim é fácil encher a boca e gritar alegando que o Gênesis de Moisés esta de pleno acordo com a ciência, isto é com a ciência 'ideológica' (pois foi criada com o intuito de justificar a Bíblia hebraica e suas pretensões) e ultrapassada do décimo nono século. Efetivamente a apologética protestante judaizante estacionou no século XIX, com Sayce (pastor protestante seja dito) e Petrie, e se deu algum passo além só foi até Albrigth ou seja até meados do vigésimo século, mesmo sabendo que Albrigth jamais corroborou os primeiros capítulos ou a cosmogonia do gênesis, limitando-se a justificar a parte do livro pertinente aos patriarcas hebreus, Abraão, Isaac e Jacó.

Qualquer grupo de pessoas civilizadas teria receio de argumentar sobre qualquer assunto ou matéria recorrendo preferencialmente e quase que exclusivamente a autoridades, sábios e pesquisadores, mortos há mais de século pelo simples fato de que a ciência é viva e o saber uma elaboração contínua. A apologética protestante no entanto rescende a bolor, tal e qual as múmias do Antigo Egito...

Eles batem os pés e negam a teoria das formas porque lhes convém, porque querem, desejam, decretam... porque lhes agrada. E como sabemos a vontade é irredutível a qualquer argumentação.

Com relação aos fanáticos a única atitude verdadeiramente sábia é o afastamento e o riso... ridendo castigat mores.






UMA PROSA COM O PASTOR ALVARO REIS.



Pr Reis: "Já encontrou, porventura, o nosso contendor quem afirmasse que este verso do Deuteronômio (34,7) fosse escrito por Moisés, para traze-lo como prova contra a autenticidade do Pentateuco? INCONTESTAVELMENTE NÃO, PORQUE TODOS OS INTÉRPRETES DA SAGRADA ESCRITURA SÃO UNÂNIMES EM AFIRMAR QUE NÃO SÓ ESTE VERSO, MAS TODO CAPÍTULO 34 DO DEUTERONÔMIO FOI ESCRITO POR JOSUÉ."

Cristão: Penso que vossa ilma ou ignora a verdade ou falta com o respeito devido a ela, quando diz que todos os intérpretes da escritura estão de acordo em atribuir a autoria do capítulo 34 do Dt a Josué. Pois tanto Flávio Josefus - Contra Apion I,8 e A J IV, VIII 3 e 48 - quanto Filon - Vita Mosis II, 02, III Genebra 1613 p 511 e 538 - dentre os judeus, quanto vosso pai Lutero descrevem como Moisés teria escrito entre lágrimas o relato de sua própria morte. Eis até onde vão as ideias fixas e o fanatismo.

Pr Reis: "Quanto a esta passagem 'E estes são os reis que reinaram em Edom antes que reinasse Rei algum sobre os filhos de israel - é necessário dizer que nada prova contra Moisés; PRIMEIRO, PORQUE ELE, COMO PROFETA, PODIA, POR INSPIRAÇÃO DE DEUS, SABER QUE MAIS TARDE EXISTIRIAM REIS ENTRE OS ISRAELITAS."

Cristão: Neste caso, sendo ele profeta e iluminado, contemplado com ciência infusa a respeito de todas as coisas, porque teria ele compilado supostas memórias de Abraão e Jacó como admite vossa ilma - a p 75 das 'Origens Chaldaicas' - ou recorrido ao 'Livro das guerras do Senhor' em Nm 21,14? Afinal para um homem milagroso deve ser muito mais fácil conhecer o passado, que já aconteceu, do que conhecer o futuro, que ainda esta para acontecer...
Na verdade o Dt não contém apenas um 'oráculo' ou fragmento relativo a uma futura monarquia, mas uma sessão inteira - Cap 17 - formada por orientações devotas ministradas aos futuros titulares do regime então inexistente...
Trata-se dum autêntico discurso clericalista cujo objetivo é intimidar o poder secular representado pela realeza.
Diante de semelhante discurso tanto a razão quanto a virtude levam-nos a concluir que este registro foi composto no tempo da monarquia, muito provavelmente sob Ezequias correspondendo certamente ao 'livro da achado no recinto do templo por Hilcias, sob Josias. Ao invés de recorrer a mistérios (como a profecia) que só fazem algum sentido quando associados a figura do Cristo e voltados para ela.
Ademais fosse mesmo o tal 'Moisés' profeta com conhecimento a respeito do futuro, teria visto e sabido que a serpente de bronze feita por si, seria convertida em objeto de adoração até ser destruida pelo piedoso Josias; e no caso antecipado a ação do dito rei ou evitado forjar a dita imagem... mas ele - Moisés - não fez uma coisa nem outra porque nada sabia de concreto a respeito do futuro.
É de fato muito estranho que o 'profeta' conhecesse antecipadamente os nomes dos reis de Edom (coisa tão importante para a humanidade Cristã e para o Reino celestial) e ignorasse supinamente o destino da serpente forjada por si, bem como o nome daquele por quem somos salvos do mal e do pecado.
Teria Moisés prestado mais serviços a humanidade presenteando-a com uma lista completa dos reis das cidades etruscas ou de Tartessos, cobrindo destrate uma lacuna que ainda não foi preenchida em nossos manuais de história. Moisés no entanto fornece-nos miraculosamente os nomes dos reis de Edom... reino do qual pouco possuimos, em termos de cultura material, além de meia dúzia de cacos!!!!
E para dar tais nomes contou com o auxílio do poder profético...
Curiosos esses protestantes, pois ovacionam os sacerdotes e profetas hebreus, asseverando que eles tinham conhecimento antecipado e sobrenatural sobre os nomes dos reis de Edom, de Josias, de Ciro... enquanto o nome de Deus, o único nome que realmente importa, o nome de Jesus, fica em surdina... POIS DEBALDE PROCURAMOS NOS TAIS REGISTROS HEBRAICOS, SEJA EM MOISÉS, DAVI, JEREMIAS, ETC O ANUNCIO ANTECIPADO E MIRACULOSO DESTE BELO E SANTO NOME.
Por isto asseveramos que não há qualquer milagre, sinal ou profecia em tais nomes de homens, mas indicação a respeito das épocas em que os registros nos quais acham-se inseridos foram compostos.
Eis porque, noutro passo, damos com este: "Eis as palavras que Moisés proferiu e pronunciou do outro lado do Jordão." Dt 1,1; indicando que o redator do livro encontrava-se dentro da terra, quando sabemos que Moisés jamais entrou nela.

Pr Reis: Acaso o amigo não sabe que "Esta passagem na verdade esta mal traduzida... ELA FOI A NOSSO PEDIDO EXAMINADA PELO DISTINTO FILÓLOGO SANCTOS SARAIVA, QUE ASSIM TRADUZIU 'TRANS JORDÂNICA' 'BE - EBER' É AQUI UM NOME E NÃO UMA PREPOSIÇÃO..." opus cit 67

Cristão: É patético. Sabe v ilma ("Esta outra passagem é objeção formulada por Spinoza contra o pentateuco." id ibd) que o argumento encontra-se originalmente no 'Tratado político teológico' de Spinoza, QUE ERA HEBREU, VERSADO NA LINGUA E NAS TRADIÇÕES ANCESTRAIS - além de pensador universalmente aclamado - e mesmo assim opõe ao testemunho dele, o veredito do brasileiro Eliezer dos Sanctos Saraiva, COINCIDENTEMENTE - como o senhor - MEMBRO DA SEITA DOS CALVINISTAS. De fato o tal Sanctos Saraiva deve ter sido uma sumidade, a ponto de ministrar lições de hebraico a Spinoza.
Spinoza no entanto, diz ter colhido suas objeções nos escritos do rabino ABEN EZRA... conclusão: Aben Ezra também ignora o verdadeiro significado de 'Be eber', conservado apenas entre os adeptos  da IPB, da WT, da SBB, etc
A arrogância protestante é de fato ilimitada: a respeito do A T e do hebraico sabem mais do que Spinoza e Aben Ezra... a respeito do N T e do grego sabem mais do que todos os Padres Gregos dos primeiros séculos; enfim é gente que dá lições de latim a Cícero e a Vírgilio.
Nós no entanto adicionamos este outro testemunho:
"Nesse tempo os cananeus habitam esta terra." Gn 12,6 Logo o texto em questão só pode ter sido redigido após a expulsão ou submissão dos cananeus, seja por Josué, Davi, Ezequias ou Josias, em qualquer tempo após a morte de Moisés.


Pr Reis: "Consultada esta passagem a luz do hebraico, disse-nos o erudito filólogo Sanctos Saraiva que 'ela simplesmente designava os cananeus como sendo os primitivos habitantes do pais' EIS PORQUE APÓS OS DOÉSTOS DA INCREDULIDADE PERMANECE O PENTATEUCO INCÓLUME." opus cit 68

Cristão: Fica pois a dita passagem equivalendo a 'Nesse tempo os cananeus JÁ habitavam esta terra'?

Pr Reis: É o que diz nosso distinto correligionário e filólogo Sanctos Saraiva...

Cristão: Neste caso porque nenhuma das dezenas de traduções protestantes que possuo (nem mesmo a TNM) introduziu a palavra JÁ??? Todas, sem exceção vertem: NESSE TEMPO OS CANANEUS OCUPAVAM A TERRA.

W ·e·  knoni          az    b·aretz

E   o   cananeu estava na terra

Reproduzindo o texto dos infiéis.

E a Septuaginta:

cananaioi tote katwkoun thn ghn

Cananeu morava dentro desta terra

Portanto o JÁ não faz parte da letra.

Fará parte da interpretação? 

Não para Aben Ezra e para Spinoza, ambos hebreus e um rabino, para os quais a lição deveria ser lida em passado simples em oposição ao presente narrativo, tempo em que os cananeus já haviam sido desarraigados seja pela espada ou pela assimilação cultural.


Pr Reis: "Jamais Homero aproximou-se da sublimidade de Moisés - assevera Fénelon - nos seus cânticos, particularmente o último, que os filhos dos israelitas devem aprender de cor." opus cit 57

Cristão: Curiosa a apologética protestante, num primeiro momento desce a madeira nos sacerdotes e clérigos papistas, sem poupar sequer os fiéis; bando de alarves, imbecis, estúpidos, cegos, etc No entanto quando se trata de justificar as bobagens e tonteiras do antigo testamento lá vão os pastores fazer promessas a S Agostinho, Fenelon, Bossuet, Lenormant, Vigouroux, Moigno, etc
'Idiotas' (sic) a ponto de não saber o que seja Deus, é natural que tais homens tenham se deixado prender pelas bobagens vetero testamentárias rsrsrs.
Por outro lado se os papistas sabem ser defensores tão habeis e advogados tão capazes quanto a divindade do A T, o sistema teológico construido por eles não deve ser lá tão grosseiro. Neste caso grosseira é a mente dos pastores protestantes incapazes de compreende-lo...
Quanto ao juízo estético valorativo do Bispo de Cambrai, certamente que não é endossado por nós, afinal, na Iliada e na Odissea damos com duas obras que seguem por assim dizer uma sequência ordenada, enquanto nos livros atribuidos a Moisés não damos com qualquer tipo de sequência ou de ordenamento, sendo a narrativa concernente a José, cortada no capítulo trigésimo oitavo pela narrativa de Judá e Tamar. E outros tantos cortes do gênero permeiam todo livro conferindo-lhe um aspecto confuso e desagradavel que faz lembra o Corão.
Nem é preciso dizer que os Santos Evangelhos também conhecem a sequência ordenada que vai da natividade a ressurreição de Jesus.