McDowell e outros conferem-lhe uma feição distinta: "TAIS LIVROS NÃO CONTÉM QUALQUER PROFECIA E SÃO ISENTOS DE SENTIMENTO RELIGIOSO."
A VERDADE
Antes de tudo cumpre perguntar de onde que os protestantes tiraram semelhante idéia?
Rhodes, Webster e outros costumam citar I Mac 9,27:
"Foi esta uma tribulação para Israel desde o dia em que não se levantara profeta entre o povo."Diante de tais palavras os protestantes inferem que não houve mais nem profecias, nem revelação, nem Espírito Santo após a morte de Malaquias...
O hagiografo no entanto não diz que não houve mais profecia, inpiração, revelação ou ministração do Espírito Santo, mas que ENTRE O POVO (ou seja publicamente) NÃO APARECEU MAIS PROFETA ALGUM, ou seja personagem que fosse dedicado exclusivamente a profecia.
Portanto o que desapareceu algum tempo antes do período macabaico não foi a profecia, mas, o oficio, o encargo ou a função de profeta enquanto homem exclusivamente entregue ao dom de profetizar.Cabe portanto perguntar mais uma vez de que parte do Novo Testamento retiraram a monstruosa e abominável doutrina do recolhimento do Espírito Santo ou do tempo do silêncio...
O protestante certamente não respoderá coisa alguma...
Kitto porém, na sua 'Cyplopedia' (p 377) admitiu honestamente que essa doutrina era uma 'TRADIÇÃO CORRENTE ENTRE OS JUDEUS'.FOI DO TALMUDE - vide livro I desta obra - QUE OS PROTESTANTES RETIRARAM ESTE DOGMA ÍMPIO.Mesmo sabendo que o Senhor disse: 'JAMAIS SE LEVANTOU PROFETA IGUAL JOÃO BATISTA DENTRE OS NASCIDOS DE MULHER'
Que Zacarias, pai do precursor, profetizou a vinda do Justo...
E que todas as gerações anteriores - mesmo entre os gentios - anunciaram a vinda do desejado...
E que cerca de cem anos antes do advento do Senhor o autor do livro da Sabedoria havia escrito estas palavras:
"Tiranizemos o justo na sua pobreza, não poupemos a viúva, e não tenhamos consideração com os cabelos brancos do ancião!
Que a nossa força seja o critério do direito, porque o fraco, em verdade, não serve para nada.
Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas ações; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação.
Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo filho do Senhor!
Sua existência é uma censura às nossas idéias; basta sua vista para nos importunar.
Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes.
Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nosso caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai.
Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte, porque, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários.
Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência.
Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir."
Livro da Sabedoria II, 10 sgs
Profecia superior a esta só mesmo a do capítulo quinquagésimo terceiro de Isaías...
Creia nas fanfarronices protestantes quem desejar...
Nós ortodoxos em geral não podemos admitir ou compreender que haja uma lacuna ou vazio em meio a divina revelação, como se Deus tivesse parado de falar, para depois recomeçar.
Parece-me tanto mais digno da perfeição divina que o ministério do Espirito Santo tenha se prolongado e sucedido de modo continuo e ininterrupto dos primeiros profetas até a morte do derradeiro apóstolo e a composição do derradeiro livro do N Testamento, aumentando de intensidade inclusive na mesma proporção em que se aproximava da Encarnação do Senhor que é o fóco e o fim último de toda profecia.
Supor que tal ministério foi suspenso justamente antes do fim para que foi disposto: a Encarnação e o advento de Jesus é uma dogma tão absurdamente monstruoso quanto o dogma da predestinação para o pecado e outros tantos dogmas forjados pelas mentes doentias dos reformadores protestantes.
POR OUTRO LADO SE O CONTEÚDO PROFÉTICO E O TESTEMUNHO DE JESUS CRISTO SÃO DE FATO IMPORTANTES, perguntemos aos pastores sobre as profecias de Rute, Ester, Lamentações, Cantares e Eclesiastes... onde estão elas, onde se encontram??? Em que semelhantes narrativas dão testemunho de Cristo ou aproximam-nos dele???
O caso é sentimento religioso: neste caso em que Jael assassinando Sísara ou Débora, alegrando-se face a dor experimentada pela mãe do general pagão; MOSTRAM MAIS SENTIMENTO RELIGIOSO DO QUE O VELHO TOBIAS ENTERRANDO SEUS IRMÃOS OU SEU FILHO TOBIEL PERCORRENDO O PAÍS DE UM CANTO A OUTRO COM O INTUITO DE OBTER A CURA PARA SEU VELHO PAI??? CERTAMENTE TOBIAS E TOBIEL ESTÃO MUITO MAIS PRÓXIMOS DO IDEAIS DO EVANGELHO DO QUE AS DUAS MULHERES ISRAELÍTICAS!!!
Caso algum protestante lhe diga: Tais livros não podem ser canonicos porque o Espírito Santo foi recolhido logo após a morte de Ezra.
Responda: Tais livros são verdadeiramente proféticos e divinos - cite a profecia acima extraida do livro da Sabedoria - logo o Espírito Santo não foi recolhido logo após a morte de Ezra continuando o Espírito Santo a praparar o mistério da encarnação do Senhor numa linha de perfeita continuidade, sem espaços, vácuos, lacunas ou excessões que não correspondem a perfeição da mentalidade e da ação divinas.
Afinal o que é gratuitamente afirmado - sem evidência divina - pode e deve ser gratuitamente negado.
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