Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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sábado, 27 de agosto de 2016

LIVRO PRIMEIRO > Capítulo I - Sessão 10: Divisões a respeito da doutrina da Predestinação / Artigo O) Se a controvérsia do gracismo e da livre vontade é ociosa ou irrelevante

"A IGREJA CRISTÃ TEM ESTADO UNIDA A RESPEITO DE TAIS PONTOS QUAIS SEJAM, O PECADO DO HOMEM, A SANTIDADE DIVINA E A DIVINDADE DE JESUS CRISTO." James Kennedy 'Evangelho explosivo' pp 97






Ortodoxo: Julgo que ao invés de ser neutra é a questão da graça seja crucial para a fé Cristã e em certo sentido, até superior a doutrina da Santa e Indivisível Trindade por tocar a vontade do próprio Deus Legislador que é a fonte da Ética.

Nem vejo como a Trindade continue sendo amável sendo má.

Afinal como dizia Kant fossem duas, três, quatro ou dez as pessoas da Santa Trindade, isto em nada afetaria a natureza da Ética - infinitamente boa - afirmada por Jesus Cristo.

O predestinacionismo no entanto toca ao âmago mesmo da vontade divina bem como ao caráter de nosso abençoado Mestre e Salvador Jesus Cristo, daí sua relevância.

Segundo admitamos ou não o postulado agostiniano/calvinista teremos diante de nós um Pai infinitamente amoroso ou uma Natureza sádica e cruel que se compraz em punir as 'diminutas' partículas racionais que produziu... Afinal diante de sua ilimitada grandiosidade não passamos de elementos infra atômicos.

A diferença então será a imagem ou opinião que formamos a respeito do Uno ou da Santidade, justiça, sabedoria e perfeição dele...

E não podemos minimizar a questão da vontade divina.

protestante: De fato sou levado a admitir que um Ser verdadeiramente generoso e filantrópico seria incapaz de rejeitar a maior parte dos seres que chamou a existência, de abandona-los a sua própria sorte, de vingar-se deles, de exercer rancor contra eles E DE TORNA-LOS ETERNAMENTE INFELIZES.

Os calvinistas no entanto sustentam que ele assim procede com o objetivo de manifestar ou glorificar a sua justiça.


Ortodoxo: Então quer dizer que o 'deus grandioso' tendo em vista afirmar-se diante de umas poucas partículas racionais toma a decisão de lançar a maioria delas num estado de sofrimento invencível ou, como queiram, num palheiro de labaredas inextinguíveis???? 

Mas será que o sofrimento e a infelicidade de tantas criaturas racionais em que havia imprimido sua imagem e semelhança compensa tal 'afirmação'??????

Alias por que o grandioso deus teria necessidade de afirmar-se perante uma pequena parcela de sua criação se é absolutamente perfeito????

Por que haveria o sumo bem e a Felicidade suprema de buscar as ovações e aplausos da natureza criada???

Não seria o caso desse deus construir sua felicidade em cima da desgraça alheia? De criar e produzir por capricho? De chamar a existência pelo o puro capricho de punir? De fazer existir para abandonar, castigar e torturar? De constituir para desprezar ou repudiar???


Que exemplo de conduta temos neste deus não apenas mesquinho em sua reserva, mas sádico em suas punições????

Inda que tal Ser não fosse tão magnânimo quanto aquele que é apresentado pelo divino Mestre nos Evangelhos aguardando ansiosamente pelo retorno do Filho pródigo, bem poderia ter sido menos cruel abstendo-se de produzir tão grande número de seres para a danação.

Diante disto será que poderíamos ter em conta de indiferentes as duas versões: A do deus espetaculoso que num arroubo de vaidade decide imolar milhões e milhões de criaturas aos supostos imperativos duma justiça que desconsidera a livre iniciativa e a do deus que se faz homem para reconciliar consigo pela cruz e pelo sangue todas as coisas isto é o gênero humano... A do déspota insensível e a do Pai amoroso... A do tirano cruel e a do benfeitor universal???

Protestante: Que quer dizer com 'déspota insensível'?

ortodoxo: Segundo os Calvinistas deus teria o direito de repudiar a maior parte dos seres humanos e de expô-los aos suplícios eternos do inferno pelo simples fato de ser Todo-poderoso ou como diríamos nós um Poder Supremo... Ele simplesmente pode fazer e por isso faz.

Assim ele pode criar ou produzir seres com o puro e simples objetivo de punir, castigar e contemplar sadicamente os terríveis sofrimentos daqueles que criou pelo simples fato de te-los podido criar. E assim cria para a desgraça e a infelicidade...

E predestina sem considerar a livre opção ou iniciativa das consciências que produziu.

Convenhamos no entanto que um tipo de existência assim mais parece um desastre do que um dom ou favor e o pior de tudo é que este 'favor' é pura e simplesmente transmitido ou imputado tendo em vista os equívocos de um ancestral.

Em sua infinita cegueira os calvinistas esquecem-se que o Deus dos Cristãos é descrito pelo apóstolo antes de tudo como sendo Amor e que acima de seu infinito poder estão sua Sabedoria, Generosidade, Perfeição e evidentemente Justiça no sentido clássico de dar a cada um o que lhe pertence ao invés de imputar-lhes as culpas de outrem, o que de modo algum é justo mais certamente injusto e oposto a sua vontade.

Protestante: E?

ortodoxo: Por seu amor desmedido o Pai das Luzes é constrangido - por meio de oráculos, profecias e anúncios - a entregar a humanidade inteira nas mãos de seu Filho e Senhor Jesus Cristo, o qual por seu poder invencível conserva-a para todo sempre em sua mão.

Ele, sendo acolhedor a ninguém lança fora e, por outro lado, não existe quem possa tomar seus pertences...

Eis porque umas após as outras todas as criaturas racionais aproximam-se do Pleroma, regressam a ele e são reintegrados na unidade divina pelo poder advindo da Cruz. E isto representa a concretização de um plano ou de uma lei que é eterna e cujo objetivo é justamente tornar tais criaturas felizes.

Foi para a felicidade que o Deus Bondadoso decidiu produzir não apenas o gênero humano mas todos os seres e criaturas que povoam este universo e tomam o caminho da perfeição. 

Certamente que os déspotas, tiranos e senhores absolutos se comprazem em executar os súditos diante de suas próprias vistas e em tortura-los segundo os caprichos e variações do humor.






É o que foi registrado sobre Procusto de Eleusis - castigado por Teseu - e Falaris de Agrigento (Que segundo a Suda acabou no torrado no sinistro touro)

E o quanto sabemos sobre o afamado Sardanapalo ou Assurbanipal senhor dos assírios, o qual assim expressou-se: "Eu Assurbanipal gosto de ler bons livros e de cortar as orelhas e narizes de meus cativos de guerra." 

Sobre Atila, que descreveu-se a si mesmo como um flagelo divino, sobre Timur, o coxo; que fazia juntar as cabeças de seus inimigos em pirâmides de Trinta metros de altura.

Sobre Wlad Tepes o Dracul que costumava empalar seus desafetos... Sobre Ivan o terrível, senhor dos bárbaros russos.

Tal no entanto não pode corresponder a Natureza divina...






Assim conforme os instintos primitivos e as variações do humor, e os caprichos da vaidade procederam ultimamente Josepf Mengele, Irma Grese, Maria Mandel, Ilse Koch, Joana Bormann, Elizabeth Volkenrath... Adeptos da estatolatria nazista.


Cremos no entanto que nenhum destes personagens suportaria torturar seus próprios inimigos indefinidamente ou seja por toda eternidade e que se fartariam após certo tempo. 

Diante disto como admitir que o deus bom seja capaz de, por livre iniciativa, não só torturar suas imagens por toda eternidade como predestina-las a tortura desde todo sempre?????






Atribuir a Deus um GOSTO INSACIÁVEL e invencível pela tortura equivale a pinta-lo como um ser mil vezes mais perverso do que um Procusto, um Falaris, um Hitler, um Stalin, um Bush, um Mengele, um Grese, etc

A apresenta-lo como um 'maníaco' infinitizado...

Como um vil celerado, um monstro, uma aberração!

Um poder arbitrário e nefasto!

Um vampiro, eão ou demônio!

Nossa liturgia Ortodoxa pelo contrário apresenta-o como benfeitor, filantropo, amigo e amante do gênero humano.



Já o testamento velho dos hebreus faz repreensão a Jacó pelo fato de ter amado mais a um de seus filhos em prejuízo dos demais, sem que no entanto chegasse a rejeita-los.

Acaso seria o Deus do amor e da graça inferior ao neto de Abraão.

Que Maomé exclame: "Alá recebe quem quer e repudia quem quer" é perfeitamente compreensível. Pois trata-se de um espírito arbitrário e rancoroso saído das areias do deserto. O Evangelho todavia declara: Setenta vezes sete vezes perdoai!!!

Querendo dizer que nossa disposição para perdoar deve ser continua!

E que nunca poderíamos nos negar a perdoar aqueles que dessem mostra de arrependimento verdadeiro!

Tal a Lei de Deus para os mortais

Agora se a Lei procede da natureza divina como negar que ela mesma esteja sempre disposta a perdoar os verdadeiramente arrependidos.


Ademais como poderia o Deus Santo e justo impor aos homens mortais um mandamento que ele mesmo aborrece e não está disposto a cumprir???




Já nos referimos a narrativa em que o velho Pai após ter sido abandonado e desprezado pelo Filho, tornou-o a acolhe-lo com terna solicitude ao invés de cerrar-lhe a porta de seu ferido coração e repudia-lo.

Acaso poderia este pai humano ser superior ou mais benevolente que o Santo e eterno Pai das Luzes????

Acaso seria este homem mais compassivo do que abençoado Deus anunciado por Jesus Cristo????




A propósito do ja citado Jacó não está escrito que acolheu e perdoou os algozes do filho predileto???

Acaso seria Jacó mais benevolente do que o Deus do Evangelho????

Como poderíamos nós acreditar que o Deus da verdade é inferior ao patriarca israelita pelo simples fato de ter predestinado a maior parte de sua prole a castigos perpétuos e determinado por um pecado que eles mesmos não cometeram???




Eis por que o Benigno Salvador declara: COMO SENDO PAI LHE DARÁ PEDRA OU SERPENTE QUANDO CLAMAR POR PÃO E PEIXE???

Como sendo pai poderia negar-se a ser misericordioso ou restringir sua compaixão?

Como sendo pai poderia transferir a culpa e puni-los por pecado alheio?

Como sendo pai poderia deixar de apiedar-se de sua miséria e de socorre-los?

Como sendo pai poderia limitar seus amor e odia-los?

Como sendo pai podeira abandona-los a mercê do pecado para puni-los?

Como sendo pai poderia deixar de conceder-lhes uma chance ou oportunidade?

Como sendo pai poderia definir o destino deles toda eternidade?

Tais as perguntas e questionamentos que o novo Evangelho de Agostinho, Lucidius, Goteschalk, Wicliff, Lutero, Calvino, Baio e Jansenius JAMAIS SERÁ CAPAZ DE RESPONDER!

Recorrendo o mutismo e ao silêncio!

Pois não pode oferecer respostas que calem as aspirações do coração legitimamente Cristão, compelido a perdoar sempre!

Não o Evangelho de Lutero e Calvino não é nem pode ser neutro mas essencialmente venenoso uma vez que subverte a própria natureza de Deus, sua vontade, seu caráter; daí Menzel te-lo caracterizado como uma "dogmática ímpia."

Tão ímpia e tão nefasta quanto a arianismo, pois se este nega a Trindade das pessoas, aquele apresenta a Trindade de pessoas como má. E não pode ser a negação do amor e da bondade divinas menos grave do que a negação das pessoas. 

protestante: Será que os calvinistas em sua maior parte teem consciência de que a doutrina ensinada por eles converte o Deus Santo em autor e perpetuador do pecado?

Ortodoxo: "Quando eu digo que tudo o que existe - incluindo o mal - é ordenado por um deus infinitamente santo e sábio fazer com que a glória de Cristo brilhe mais intensamente, quero dizer que, de um modo ou de outro, deus determina que todas as as coisas sirvam para a glorifica de seu Filho." tal o ensinamento do pregador calvinista John Piper.

Deus decreta a existência, poder e eternização do pecado, a transferência de culpa, a imobilização moral da humanidade, a formação de uma massa damnabilis, o repúdio de parte de suas criaturas, etc Enfim todo esse mal imenso com o objetivo de brilhar diante das criaturas!!!!!

Ele acorrenta as gerações ao pecado desde toda eternidade, vira-lhes as costas, abandona-as, despreza-as, condena-as e tortura-as eternamente apenas para GLORIFICAR - SE...

Tal a imensa miséria do deus calvinista... Que espera ser ovacionado e aplaudido por sua mesquinhez e insensibilidade!

Protestante: De fato devo convir que uma tal concepção seja essencialmente obscena.

Ortodoxo: Neste caso leia atentamente as linhas abaixo (Mero desenvolvimento da resposta dada pelo Pr calvinista James Withe aos srs Hannegraaf e Bryson): 



"Se Deus ordena e causa todas as coisas, então isto também se aplica ao estupro de uma criança?

Quer isso seja afirmado como uma observação ou simples questão retórica, não há argumento aqui que exija outra resposta além de um simples "sim". 

Se Deus ordena e causa todas as coisas, então é claro que isso se aplica ao estupro de uma criança, ou de cinco bilhões de crianças. Não há refutação.


Essa é uma granada emocional. (Logo se como um hipócrita você se deixa comover pelo estupro de uma criancinha por um 'abominável padre romanista' é um perfeito hipócrita ou no mínimo um tolo uma vez que DEUS não partilha de seus emocionalismo... ELE E NÃO O PADRE ROMANISTA É O VERDADEIRO AUTOR DO ESTUPRO UMA VEZ QUE É 'CAUSADOR ATIVO E SOBERANO DE TODAS AS COISAS E PORTANTO DE AMBAS AS PARTES ENVOLVIDAS NESTES CRIME' INCLUSIVE DA VONTADE DE ESTUPRAR!!! QUE É DELE POIS DELE PROCEDE!!!)

Seu poder está no sentimento popular de que o estupro de uma criança...

Neste caso, a granada é lançada contra a honra e poder de Deus. (O qual se sente muito honrado decretando o estupro de crianças embora nós idiotas encaremos esta invenção maravilhosa do poder de deus como um crime!)

...aqueles que chamam a si mesmos de cristãos COLOCAM O BEM ESTAR DA CRIAÇÃO - i é das criancinhas estupradas, das mulheres torturadas com requintes de crueldade, dos cancerosos em estádio terminal, etc - bem acima de sua reverência para com Deus. (enfim do deus que quis brindar a humanidade com essas coisas maravilhosas, provoca-las ativamente e em seguida condena-las???!!!!????)

Estes são, é claro, maus cristãos... (Se você se escandaliza com o mal e o pecado ou se sensibiliza diante dos sofrimentos alheios esperando alias que Deus seja Bom, Generoso, Amoroso, etc VOCÊ É UM MAL CRISTÃO - O bom cristão encara a tortura, o estupro, etc com a maior naturalidade do mundo...)

De fato, muitas pessoas colocariam seus animais de estimação acima de suas religiões. Assim, alguém poderia esperar ser bem-sucedido com: "Se Deus ordena e causa todas as coisas, então isso também se aplica à indigestão de seu cachorro". A este ponto, eu não ficaria surpreso nem mesmo um pouco se alguém tanto abandonasse a doutrina da soberania divina e recuasse a um teísmo finito, ou tornasse contra Deus por machucar seu cachorrinho. (enfim para nosso honrado calvinista entre os peidos de um cachorrinho e o estupro de uma criança ou a tortura não vai diferença alguma. Ademais nosso calvinista sequer considera que deus se preocupe com o bem estar de um vil cachorro, embora tenha se dignado a conceber o animal e a chama-lo a existência...)"

Os parentéticos são nossos.

Enfim os calvinistas estão firmemente persuadidos, como os muçulmanos, a respeito do qadar islâmico ou seja do fatalismo, do destino e do controle direto de todas as ações humanas pelo poder de deus!!!

Sendo assim admitem, ao contrário de Agostinho E TODOS OS SEUS SUCESSORES (QUE AINDA TINHAM ALGUMA MEDIDA DE PUDOR CRISTÃO) ATÉ CALVINO que deus não só predestina o homem ao pecado como obriga o homem a pecar, fazendo-se ele mesmo autor consciente do mal e do pecado numa perspectiva irredutível...

protestante: Agora me perdi uma vez que o amigo havia dito que a diferença entre Lutero e Calvino é que este admitia a reativação da liberdade dos eleitos.

Ortodoxo: É verdade que em diversas partes de suas obras Calvino admite a reativação da liberdade dos eleitos. Em algumas circunstâncias no entanto - ou ao menos noutras passagens de suas obras - afirma que é causador ativo e soberano de nossas ações.

Protestante: Desafio.

Ortodoxo: Desafio aceito>
"Se deus controla as ações dos homens, e encaminha os seus pensamentos e esforços para a finalidade lhe agrada, os homens não são capazes de fazer planos e de envolver-se em qualquer empresa. Não devemos porém supor que haja uma compulsão violenta, como se deus os arrastasse contra suas vontades; assim isto se dá de forma maravilhosa e inexplicável que decreta todos os movimentos dos homens e no entanto preserva o exercício da vontade. " é o que diz Calvino em seu comentário sobre Isaías X,15

Caindo por sinal na mais absurda das contradições por afirmar simultaneamente a coerção externa e a liberdade.

Além disto seus seguidores - partindo evidentemente do livro pro israelita de Jó, o sincero E NÃO DO EVANGELHO - que Deus se 'escandaliza' tanto do mal a ponto de permitir que o Demônio visite-o e rodei seu trono como os turcos rodeiam a Caaba...

De fato enquanto as Igrejas Ortodoxa e romana reforçaram a ideia de oposição entre Deus e o diabo ao cabo de toda idade média os reformadores retomaram a ideia proto israelita ou hebraica do demônio enquanto servidor de deus e do mal como algo não totalmente péssimo ou repugnante mas como uma espécie de trevas sem as quais a luz divina brilharia bem menos ou não brilharia. Eles afirmam a existência do mal como algo necessário ou bom tendo em vista o conhecimento do bem, afinal como poderiamos conhecer o bem sem a existência do mal.

Protestante: Penso que tal perspectiva não esteja completamente errada.

Ortodoxo: Não nego que o mal, enquanto fenômeno INFORME ou não determinado e provisório possa ser assim encarado. Não no entanto a imposição direta das formas malignas pelo próprio Deus e sua decorrente perpetuação ad aeternitatem...

Por outro lado a concepção de fazem a respeito do tal 'Diabo' não me parece estar de acordo com o veredito do Novo Testamento, registro em que nos deparamos com afirmações semelhantes a esta:
"QUE TEMOS NÓS CONTIGO FILHO DE DEUS????" e "Manifestou-se ele para destruir as obras do Malvado." e ainda APARTA-TE DE MIM SATANÁS!

Então não me parece haver acordo ou laço de amizade entre as duas partes. 

protestante: Os calvinistas não apontam qualquer justificativa no que tange a reprovação absoluta dos maus?


EU NÃO ESTAVA LÁ E VOCÊ???


Ortodoxo: Eles aderem a opinião de Agostinho ou a doutrina do pacto federativo segundo a qual a culpa do pecado cometido pelos ancestrais teria sido atribuída a toda sua descendência ou que a humanidade teria de algum modo pecado COM Adão, ou EM Adão e se tornado culpada nele.

Aqui convém dar a palavra a Mayendorff (na 'Teologia Bizantina')

"O texto bíblico, que desempenhou papel decisivo na polêmica entre Agostinho e os pelagianos, encontra-se em Romanos 5:12, onde Paulo falando a respeito de Adão escreve: 'Como o pecado entrou no mundo por um homem e por causa do pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, porquanto todos pecaram {Ef Pantes ho hemarton}'
Nesta passagem, há um SÉRIO PROBLEMA de tradução. Pois as últimas quatro palavras gregas {EFH PANTES HO HAMARTON} foram vertidas ao latim como 'EM QUO OMNES PECCAVERUNT' ( "EM QUEM [isto é, em Adão] todos pecaram").
Esta tradução é que foi usada no Ocidente com o objetivo de justificar a doutrina da culpa transmitida por Adão a seus descendentes i é o gênero humano. NO ENTANTO TAL SIGNIFICADO NÃO PODE SER TOMADO AO ORIGINAL GREGO INSPIRADO. O texto lido, pela ORTODOXIA> Efh...ho... - uma contração de epi com o pronome relativo ho - deve ser traduzido como "porque" e este significado é aceito atualmente pela maioria dos críticos bíblicos de todas as seitas...
Paulo certamente sustentava um cósmico do pecado ancestral, mas não se pode provar por meio deste texto que ele ensinasse que todos os homens são "culpados"...
Um número de autores bizantinos, incluindo Photius, compreendeu que 'eph ho' significa "porque" e nada viu no texto Paulino além de uma semelhança moral - certamente por meio da imitação - entre Adão e outros pecadores bem como na morte como a retribuição normal para o pecado."
Assim o erro cometido por eles é patenteado pela Letra da Escritura.
E suas doutrinas ficam desprovidas de outro fundamento a exceção do Salmo hebraico atribuído a Davi e no qual ele declara ter sido concebido pecaminosamente já porque sua mãe - ou a do verdadeiro autor do Salmo  - fosse adúltera já porque ele encarasse as relações naturais como sujas e pecaminosas. Ademais nada naquele Hino judaico concerne ao mítico Adão.
Assim cai por terra o outro falso fundamento. 

UM CRISTO QUE ACOLHE POUCOS


Diante disto - concluem os calvinistas - que Jesus Cristo padeceu e morreu apenas por um diminuto grupo de eleitos que o Pai adrede decidiu separar da grande massa perdida formada pelos pecadores e nimbar com sua misericórdia.

Quanto aos mais ou o resto, não se dispondo ele a perdoar dispôs a punir pela culpa de outrem.

É a esta decisão mesquinha que os calvinistas tem em conta de graça ou redenção: A morte de Jesus pela cabala dos eleitos e a perpetuação dos sofrimentos para a maior parte do gênero humano...

Conforme creem eles Jesus não teria morrido pelo gênero humano mas apenas e tão somente por meia dúzia de privilegiados, por um grupinho de predestinados ou uma elite de felizardos.

Assim eles limitam a vontade redentora do abençoado Salvador e restringem a ação de sua divina graça.

E por ai se vê que a nova proclamada por eles é péssima nova para muitos ou melhor, para a maior parte dos seres humanos, enquanto que a nossa mereceu ser classificada como uma verdadeiramente boa para todos os seres chamados a Unidade de Jesus Cristo.

Nossa mensagem é de fato uma mensagem de esperança e otimismo para todos os mortais, enquanto que a mensagem deles é mensagem de arrogância ou desesperação, vaidade ou pessimismo, presunção ou desgraça...

Assim eles não são capazes de explicar como um Ser que é ilimitado por definição pode limitar sua graça redentora ou como um Ser que é infinito seja capaz de oferecer aos homens uma categoria finita e reduzida de perdão.

Eles jamais serão capazes de demonstrar que a punição de uma multidão tendo em vista o pecado de um só seja justa e continuarão a declarar 'que é porque é' e jamais poderão evidenciar as RAZÕES de sua esperança porque a crença na imputação da culpa alheia não é apenas injusta mas irracional!

Tartamudeiam eles - segundo a teoria federativa que arquitetaram - que todos estavam presentes em Adão ou que Adão jurou pacto ou aliança em nome de todos...

Eu no entanto nada assinei e não passei qualquer procuração a Adão ou a qualquer outro para decidir por mim. Não concordei, não validei, não dei assentimento. E você?

Protestante: Bem... Eu também não.

Ortodoxo: Pelo que fica sendo tal 'pacto' ou 'acordo' unilateral.

Pois nenhum de nós estava lá, nem eu nem você e nenhum de nós sequer existia...

Agora se o tal Adão fez um pacto comprometendo os que lá não estavam, cabia a Deus, como ser infinitamente justo que é, corrigi-lo e ensinar-lhe o que mais tarde haveria de ensinar a Ezequiel, o vidente, i é, que cada qual responde apenas por si mesmo e por suas decisões, não pelas decisões alheias.

Assim o Pai não pode responder pelas ações de seus filhos e menos ainda os filhos serem punidos pelos pecados dos pais!

A própria pena profética é quem o declara, repudiando o padrão primitivo da horda patriarcal.

Não fico chocado por saber que um Adão troglodita, um beduíno ou um bárbaro qualquer tenha concebido essa ideia monstruosa e abominável. O QUE ME CHOCA SOBRETUDO É QUE 'CRISTÃOS' OUSEM ATRIBUIR TAL INICIATIVA A DEUS!!!

Para em seguida declarar que deus é Justo!!!

Embora o sistema acima descrito seja a negação de toda justiça e a glorificação da maldade.

Para ser sincero devo dizer que os dogmas do pecado original, da depravação total e da eleição formam um trio ideológico bastante exótico...

Afinal se deus é mesmo infinitamente Justo como eles vivem dizendo não precisaria salvar uma alma sequer... Por outro lado se é infinitamente bom porque não salva-las todas?



Diante disto nossos calvinistas limitam-se a repetir as obcenidades de Agostinho e Lutero: Deus é justo cometendo injustiças, ou, é justo porque é todo poderoso... ou ainda: é o mistério de sua majestade...

Lançando por terra todo esforço escolástico - e semi gnóstico ou semi racionalista - de Mestre Calvino e dando por certo que em tal sistema a razão não vem ao caso e não tem qualquer espaço. Não é fé a respeito de que se possa raciocinar em termos de teologia mas superstição cega.

Enfim o reconhecimento de que toda lógica empregada por Calvino e seus seguidores é apenas aparente, insuficiente ou falsa e que devemos nos contentar com a sublimidade da própria ignorância ou com uma fé tão rudimentar e irrefletida quanto a dos infiéis constituí a suprema miséria do Calvinismo e seu fim é idêntico ao do islã e dos acharitas com seu 'esta escrito'...

Esta registrado no livro...



Agostinho e Lutero são muito mais honestos quando tripudiam da razão humana e apregoam uma fé de toupeira sem quaisquer disfarces.

Tudo quanto nos resta é constatar que os calvinistas acreditam num deus meio não misericordioso e misericordioso, finito, limitado e mesquinho em suas dádivas; e, consequentemente, num deus a imagem e semelhança de si próprios; enfim num deus que tem seu ponto de partida nos preconceitos acalentados pelos homens, não na palavra santa e divina de Jesus Cristo.




O Verbo no entanto manifestou uma graça plena e redenção total no mesmo momento em que assumiu a natureza que é comum a todos e se fez Emanuel.

Pelo que convocou todos os homens nos seguintes termos: VINDE A MIM TODOS OS QUE ESTAIS CANSADOS E OPRIMIDOS QUE EU VOS ALIVIAREI, ACHEGAI-VOS DE MIM QUE SOU BOM E MISERICORDIOSO E ENCONTRAREIS REFRIGÉRIO PARA VOSSAS ALMAS, POIS MEU JUGO É DOCE E MEU FARDO LEVE.

Ele não disse que ele mesmo traria, atrairia ou converteria magicamente e tampouco convocou alguns apenas, mas declarou: TODOS os que estais cansados e oprimidos...

Porque se todos estavam doentes e fragilizados pelos pecados ele como médico veio para tratar a todos. Pois se os médicos humanos segundo preceito de Hipócrates a enfermo algum podem repudiar como haveria o médico dos médicos de recusar-se a atender algum enfermo?

Pastor bom como haveria de abandonar a maior parte das ovelhas as garras do lobo voraz?

Mestre e Instrutor Supremo como poderia ter votado previamente parte dos homens a ignorância crassa?

protestante: Certo calvinista amigo meu, declarou que se o Senhor a todos convocava externamente por meio da palavra atraia apenas alguns por meio de sua graça soberana.

Ortodoxo: Neste caso sendo ele a Verdade Eterna por que não foi veraz e convocou aos predestinados ou eleitos apenas?

No mundo natural em que vivemos vendedor que só dispusesse de meia dúzia de laranjas e convocasse a cidade inteira para beber suco em sua lanchonete seria logo autuado como falsário... Por ter feito propaganda enganosa!

Tal o Cristo dos calvinistas com sua oferta aparente acenando com promessas que não estava disposto a cumprir!!!

Portanto este Evangelho corrompido que ousa apresentar nosso divino Mestre como um mistificador vulgar deve ser combatido sem tréguas por tantos quantos amam-no verdadeiramente.


O 'ALLA DO MAL', CUSPIDO E ESCARRADO POR JOÃO CALVINO




protestante: Certamente que apresentam um Cristo dúplice, uma vez que o Cristo deles não tem coragem suficiente para convocar apenas os seus queridos eleitos e para repudiar no tempo aqueles que já repudiou desde toda eternidade e por cuja salvação finge interessar-se.

Destarte fica o Evangelho com sua oferta geral de salvação feita a TODA CRIATURA convertido numa triste farsa ou palinódia, numa encenação enfim.

E Jesus Cristo nosso Bem convertido num embusteiro ou charlatão. Como aqueles que vão de cidade em cidade oferecendo elixires miraculosos ou teriagas capazes de sanar todos os males, quando sabem que conteúdo dos vidros não passa de água...

Disto não tenho dúvida.





Ortodoxo: Faço minhas as tuas palavras e ter pergunto em que um poder cego, arbitrário e caprichoso se distinguiria das antigas divindades pagãs?

protestanteCaso toquemos apenas a questão do número ou da quantidade divina pondo de lado a questão da vontade ou da qualidade não colocamos o dedo dentro da ferida e permanecemos no erro dos judeus... Dispensamos a côrte mas continuamos com Assur, Zeus ou Jupiter fulminante e seus raios. Então é evidente que a primitiva concepção sobre deus deva ser reformulada por completa. Não basta atingirmos a unidade e apresentar sua vontade em termos puramente humanos.

Ortodoxo: Acaso um deus que fosse Onipotente sem ser caridoso, justo, bondadoso, fiel, veraz, etc seria de fato amável ou desejável????

protestante: Deus para ser Deus deve apresentar todas as virtudes ou qualidades possíveis em máximo grau além de guiar-se pelas mais nobres e excelentes, assim a sabedoria, o amor, a justiça...

Ortodoxo: Portanto este ser caracterizado antes de tudo pelo poder, pelo amor próximo, e pelo desejo da glorificação... e não por atributos e sentimentos mais elevados como o amor, a generosidade, a benevolência e a filantropia não é de modo algum o Deus dos Evangelhos mas uma perpetuação do velho e rancoroso Jao ou mesmo do sádico Assur.

Os Cristãos (com o arcipreste S Bulgacov) no entanto, em oposição a Nietzsche, optam prioritariamente em conceber seu Deus em termos de amor. E se no símbolo protestam crer em Deus 'Todo poderoso' no mesmo símbolo, algumas linhas mais abaixo, professam crer na kenosis ou na aniquilação desse poder pelo despojamento até a morte e morte de Cruz.

Nós não cremos num deus que se relaciona verticalmente com os homens e sim num Deus solidário que caminha com os homens, que se faz homem, que se faz presente, que se faz em tudo igual a nós menos na maldade. É nesse Deus que se faz fraco com os fracos, pobre com os pobres, sofredor com os sofredores que cremos e não podemos crer que este Deus repudie ou abandone a quem quer que seja.

Ouso agora interrogar-te novamente sobre o sentido do predestinacionismo ou do calvinismo!

protestante: Diante de tantas e tantas evidências tomadas ao Evangelho não posso deixar de encara-lo como um dos supremos ultrajes feitos a Natureza divina.





Ortodoxo: Tanto mais reflito sobre a contingência duma criação imperfeita, tanto mais abomino a hipótese calvinista.

protestante: Por favor seja mais claro.

ortodoxo: Julga você que para Deus o ato criador fosse necessário caso lhe fosse impossível restaurar todos os seres?

Protestante: Deus sempre poderia abster-se de criar, no entanto caso desejasse criar não poderia deixar de produzir o mais perfeito dos universos possíveis. Dentro da perspectiva da liberdade, do mal e do pecado é claro.

Ortodoxo: No entanto como um mundo em que parte considerável das criaturas racionais é pre destinada a tormentos e punições eternas poderia ser o mundo mais perfeito do mundo?

Seria a solução do abandono a mais digna da Divindade benevolente ou a mais condizente com sua Paternidade?

protestante: Só poderia encarar como absolutamente perfeito e necessário o ato criador por meio do qual a divindade se dispusesse a partilhar as infinitas riquezas de seu Ser com o maior número possível de seres. Penso ainda, quanto ao surgimento do mal e do pecado, que Deus sempre poderia conceber uma maneira de reverte-los e de aniquila-los restaurando todas as coisas em seu devido lugar. Uma solução que eternizasse o mal ou o pecado não me parece esgotar as possibilidades divinas e menos ainda uma solução que predestinasse os homens ao pecado ou que constrange-se suas liberdades.

Deus me parece tanto mais sábio e perfeito sendo capaz de persuadir homens livres.

O Deus que convence o homem ao invés de violar sua liberdade parece-me sem dúvida muito mais inteligente.

ortodoxo: De fato que mérito há em comunicar a existência para punir, castigar, supliciar ou torturar sem que haja esperança de cura ou restauração??? Para que eternizar o mal e o pecado e por que predestinar ao invés de preservar a liberdade ou mesmo de reativa-la convertendo o homem num desafio digno da Suprema Perfeição?

protestante: De fato só podemos compreender o ato criador caso consideremos que ele, Deus, planejava reconciliar a humanidade como um todo e glorifica-la na eternidade. Por isso que o pecado representa apenas um obstáculo temporal e finito; e apenas enquanto tal, querido e desejado. Querido e desejado para ser superado ou para que o homem desvencilhe-se dele livremente optando pela santidade.

Quis Deus que o pecado viesse a adquirir uma existência provisória para poder triunfar dele pelo mistério da Encarnação e da cruz.

Foi para vencer o pecado no homem livre que Deus previamente assentiu em sua existência.

Assim ele não haverá de subsistir para sempre.

ortodoxo: Sabia resposta. Agora diga-me cá uma outra coisa> Se Deus não desejava restaurar e glorificar a todos os seres humanos porque permitiu que viessem a existência? Acaso a existência daqueles que Deus não deseja remir (admitindo que ele pode não desejar remir alguém) - ou seja dos excedentes - é necessária?

Protestante: Talvez seja necessária ou ao menos útil a ordem temporal, i é, tendo em vista exercitar os santos na virtude... Foi o que ouvi de meu amigo calvinista.

ortodoxoAdmitamos que a existência de tal categoria de seres seja necessária ou util na ordem da natureza.

Neste caso, Deus, prevendo o sofrimento dos mesmos, não poderia ter condicionado a imortalidade de suas almas a sua glorificação de modo que as almas dos réprobos perecessem com seus corpos no termo da vida presente e assim ficassem privados do supremo bem que é a unidade divina sem que precisassem ter consciência sobre tão miserável estado?

Não seria suficiente para tais seres a experiência de após terem suportado uma existência tão precário neste mundo evolverem ao nada???

Por outro lado não seria mais misericordioso da parte de Deus aniquilar do que torturar por meio do fogo e do enxofre???

protestante: De fato a mim me parece que extinguir-se por completo após ter habitado num mundo como este constitua suficiente castigo para os ímpios, pois implica, no fim das contas, em sofrer sem receber compensação alguma.

Ortodoxo:  Se deus constituíu a alma imortal e indestrutível para poder puni-la eternamente por pecados cometidos no tempo finito não percebo como isto possa ser justo.

De fato os méritos dos homens santos constituem penhor para toda a eternidade pelo simples fato de terem sido incorporados ao Senhor Jesus Cristo, pelo que suas obras tornam-se ao menos em parte obras de Jesus Cristo e como tais dignas de um valor perpétuo.

No entanto como poderiam os pecados e crimes dos ímpios adquiri semelhante valor sem terem sido vivificados por ele?

Assim por conta de sua misericórdia bem poderia Deus ter decretado uma imortalidade condicional.

E não uma imortalidade posta para culpas que de fato não existe porque não se prolongam para a eternidade.

Protestante: Tanto os protestantes, quanto os papistas e mesmo os ortodoxos em sua maior parte costumam dizer que os pecados dos ímpios ofendem a deus e que sendo ele, deus, eterno tais ofensas são por assim dizer eternas.

Ortodoxo: De fato parte do povo costuma pensar assim.

No entanto caso consideremos que ser ofendido é ser atingido e afetado como poderíamos crer que aquele Ser infinito e plenisciente haveria de produzir as criaturas que produziu para ser afetado por elas e abdicar de sua bem aventurança???? Criaria Deus seres tão diminutos para ser molestado ou incomodado por eles???



Segundo nossos Mestres Arnóbio, o antigo e Lactâncio; o Deus verdadeiro é impassível em sua bem aventurança e por isso não pode ser afetado ou ofendido ações praticadas pelos homens. O que já havia sido patenteado pelos filósofos...

Ademais conhecendo o desenrolar de tais ações até o fim, a reversão do mal, a aniquilação do pecado e a restauração de todos os seres ao fim do processo ele conhece de antemão a fraqueza dos atos isolados que são cometido a revelia de sua vontade.

E sabendo que a existência deles é efêmera não se deixa abalar.

Permanecendo constante em sua máxima felicidade.

Sem acalentar rancor ou desejo de vingança alias.

Pois tais ações, próprias dos homens, são em si mesmas sinais de frustração e ignorância.

A única vingança exercida por Deus é a conversão de seus opositores ao bem e a virtude.

Seja como for ao menos os não calvinistas atribuem os ditos castigos as ações livres ou pecados voluntariamente cometidos pelos homens e não a um destino inexorável a que não se pode escapar.

Os calvinistas apenas levam a injustiça da condenação eterna ao cúmulo, fazendo-a retroceder e vinculando-a um decreto arbitrário pelo qual a culpa de um é atribuída a muitos.

protestante: Certamente porque semelhante deus aspira vê-los sofrer por toda eternidade, porque se compraz em contemplar perpetuamente o padecimento cruel que suportam e sobretudo porque alimenta-se daquela angústia sem fim que os consome sem jamais consumi-los... Que Deus nos preserve de um deus assim!






Ortodoxo: Tal o deus calvinista: mesquinho, carniceiro, algoz, verdugo e torturador; Supremo vampiro que alimenta-se da dor com que esmaga as almas de suas vítimas.

Ser desprovido de alma, coração, ternura ou complacência e perfeita inversão do conceito paterno afirmado por Jesus Cristo.

Ente desalmado, grosseiro e vulgar cujo sumo prazer é por em prática tudo quanto Jesus de Nazaré condenou nos seres humanos e mortais, começando pelo ciume e pela vingança.

Eis porque a proposta calvinista não pode nem deve ser encarada como neutra pelos filhos do Evangelho e combatida com um simples erguer dos ombros!

protestante: ???

ortodoxo: Para mim se a doutrina romanista - segundo a qual Deus, no fim das contas, será rejeitado livremente pela grande maioria dos seres humanos - já é dura e difícil de engolir que dizer da doutrina genebrina segundo a qual foi Deus mesmo que rejeitou a maior parte da humanidade já la 'ab aeterno'.

Assim se dum lado temos apenas um deus frustrado e rancoroso, que pune por ter sido rejeitado do outro temos um deus acintosamente cruel e que rejeita para poder punir....

Diante de tais teologias mortas e putrefatas cumpre indagar: A criação, a imortalidade da alma e a condenação eterna nos termos em que são postas constituem eventos necessários?

Penso que não pelo simples fato de não esgotarem as possibilidades da perfeição divina.

Sustentam os doutos que Deus somente.

Eu no entanto sou levado a crer que a bem aventurança disposta aos seres criados e a existência dos mesmos corresponda a um impulso existencial que parte da própria natureza divina.

Não é o Deus Cristão o solitário rabugento do judaismo ou do islã. Ele já se fez três desde toda eternidade e agora no tempo torna-se muitos e converte-se num turbilhão, e retorna a si enriquecido.

Pode Deus enriquecer a si mesmo?

De fato se é Deus, e se o quis, e se o desejou e se o planejou desde toda eternidade???

Pois não produziu os seres de improviso e tampouco produziu-os fora de si.

O fluxo dos seres existe nele e ao menos enquanto intensão e pensamento desde toda eternidade. Pois ele não conhece mutação verdadeira, e o curso que decretou a estável e imutável em termos de dinamismo e não em termos de paralisia.

Caso Deus fosse paralítico e inativo não estaríamos a escrever estas linhas.

No entanto nele e para ele nos movimentamos, somos e existimos.

Tornemos no entanto ao deus calvinista. O qual agindo livremente e estabelecendo por decreto já a imortalidade da alma, já a salvação de uns poucos, já a condenação de muitos, patenteia ser um deus maligno. Um autêntico 'Allá do mal' nos termos do bom e velho Kunta Kinté...


protestante: Pois estava em seu poder impedir que os seres indesejáveis e 'absolutamente incorrigíveis' - aqueles que não desejou nem perdoar, nem glorificar - viessem a existência ou fosse o caso comunicar-lhes uma alma destrutível, de modo a que padecessem menos.

Ao menos do ponto de vista da pobre criatura uma existência eternamente infeliz jamais constituíra bem superior a inexistência. Na medida em que a existência não constituí um bem em si mesmo, mas um meio ou instrumental tendo em vista a Theosis i é nosso retorno ao Uno e nossa incorporação a ele segundo esta escrito:

"O que haveremos de ser ainda não foi proclamado." 

E -

"Seremos assim semelhantes a ele porque o veremos exatamente qual é."

ortodoxo: O que seria muito mais digno daquele que disse "Bem aventurados os misericordiosos." 

No entanto ao que parece, o deus calvinista, não faz questão de ser misericordioso até o fim... Exceto para com alguns... Poucos...

Sendo insensível para com todos os outros.

É um deus insensível ou limitado cuja descrição não consta nas sagradas páginas do Evangelho.

Conclusão: Sua misericórdia possui medida embora saibamos que o Deus verdadeiro não comporte medida.

Tenha sempre diante de si que no fim das contas o deus de Calvino - que não é ó Deus de Jesus e do Evangelho - punirá uma multidão de seres que jamais tiveram sequer uma chance para optar e evidentemente para evitar os pecados pessoais.

Assim é um deus que não concede oportunidade a todos...

E tampouco é o deus da igualdade mas da seletividade e da diferenciação.

O réprobo vem a existência já condenado por um pecado que não é seu mas de um outro. Mal o espermatozoide penetrou o óvulo temos já um santo ou um condenado...

Embrião ainda e teve já sua sorte decidida para bem ou para mal sem que haja mínima esperança de alteração.

Nasce vitimado pelo pecado alheio e sendo vítima é punido juntamente com o culpado.

Aqui o inocente, que recebe passivamente uma culpa derivada de pecado alheio, é castigado juntamente com o infrator...

Trata-se pois de um deus que não sabe acolher, ouvir, compreender, discernir...

De um deus tão truculento e grosseiro quanto seus adoradores, afinal não passa de mera projeção fabricada por suas mentes materiais.

É MAIS BENEVOLENTE E SÁBIA A LEI HUMANA. POR DECLARAR QUE DIVIDAS CONTRAÍDAS POR PAIS OU FILHOS NÃO PODEM SER OBJETO DE HERANÇA OU TRANSMISSÃO!

Pois Jesus Cristo jamais libertou a quem quer que fosse duma suposta culpa original mas apenas e tão somente disse:




"Teus pecados estão perdoados."

A saber, os pecados pessoais, cometidos voluntariamente pela própria pessoa, a qual limitou-se a imitar o procedimento equivocado dos ancestrais!



Fica pois perfeitamente demonstrado que segundo a doutrina Calvinista é deus o verdadeiro autor do mal e do pecado, na medida em que deixou de tomar todas as medidas necessárias com o objetivo de aniquila-lo ao cabo do tempo e de garantir o triunfo eterno e absoluto do Bem.

E por não ter garantido este triunfo não podemos admitir que sua vontade seja santo e que ele mesmo seja santo.

Afinal como poderia aquele que é santo e que em virtude de sua santidade odeia o mal tolerar a presença do mal e do pecado para todo sempre?

Pior ainda como poderia ter determinado eternamente sua afirmação???

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