A CONTROVÉRSIA DA LIVRE VONTADE ENTRE OS ANABATISTAS E SECTARIOS
As seitas todas também cindiram-se por completo a respeito da matéria, apesar de lerem a mesma Bíblia como reconhece a Enciclopédia dos menonistas.
Basta dizer que o primeiro anabatista a abordar o assunto Hubmaier (Von der Freyhait des Willens, e Das ander Biechlen von der Freywilligkeit des Menschens, ambos publicados no Nikolsburg em 1527) distinguiu - como Calvino - uma "vontade secreta" (poder plenário) uma "vontade revelada" - isto é duas vontades - em deus, assim sendo, a fé nos revela sua "vontade de atrair", que oferece graça e misericórdia a todos. Mas há também uma "vontade excludente" ou desejo de vingança e punição que o leva a rejeitar e condenar a maior parte do gênero humano. Já Hans Denk, tal e qual os padres tridentinos, apresentava o livre arbitrio como uma espécie de graça primária e universal que tornava o homem responsável para com a graça da posse de Deus... E jamais empregou o termo pecado original. "Não basta que Deus esteja em ti pela graça, tu deves antes estar nele pela escolha." era seu lema... Tomado ao que parece as obras do injustiçado Pelágio. Seja como for sua teoria esta mais próxima de Aquino, Oecolampadius, Molina e Arminus do que de Goteschalk, Wicleff, Lutero, Calvino, Pietro Martir, Zanchius e Turretini. Esta doutrina a respeito duma graça preveniente que restabelece a vontade livre foi reafirmada por diversos grupos... Ja Marpeck asseverava que a predestinação dizia respeito aqueles que futuramente haveriam de colaborar voluntariamente com ele, reduzindo-a de certa maneira a presciência divina. Predestinou Deus alguns homens a vida eterna por ter conhecido desde toda a eternidade que desejariam sua graça e que fariam bom uso dela. Esta doutrina, comum a todos os padres gregos, remonta aos latinos Himcmar e Rabano Maur. Apesar disto Schwenckfeld tomou-o por pelagiano. Todavia a confissão de fé menonita de 1600 seguiu por este caminho tomado igualmente por Bernahrd Rothmann A respeito de Joris sabemos ter reproduzido os ensinamentos otimistas do grande Erasmo. Para Melchior Hoffman a graça significava uma possibilidade de salvação para tantos quantos aspirassem por ela e não a um decreto, uma coerção ou uma imposição divina e irrecusável. Chegamos assim a 1557 quando Melanchton sob o título de Prozess wie es soll gehalten werden publicou um violento ataque contra os anabatistas especialmente no que dizia respeito a negação da doutrina do pecado original. Respondeu-lhe Peter Walpot por meio do tratado Handbüchlein mais amplo den Prozess. Eis o que ele registrou no sétimo capítulo daquele livro:
Enciclopédia Menonita
Grosso modo os Batistas sempre discutiram a não poder mais a respeito da natureza e da graça a ponto de constituirem dois imensos grupos nos EEUA - os da graça particular ou restrita (calvinistas) e os da graça geral ou livre (arminianos) - os quais vivem a excomungar-se mutuamente no decorrer dos últimos três séculos. Apesar da Bíblia clara e auto evidente (!!!) Todavia, quanto as seitas radicais mais recentes, por mais paradoxal que isto possa parecer, abraçaram de modo geral a doutrina da vontade livre; sem que no entanto seus membros tenham deixado de discutir o tema até a exaustão citando carradas de passagens bíblicas pessimamente traduzidas. |
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