"Nenhum dos posicionamentos, segundo uma interpretação literal das escrituras, levando em consideração todo o contexto teológico, de gênesis a apocalipse, tem apoio bíblico. Não passam de conjecturas formadas por mentes humanas que anelam realizar uma leitura segundo o desejo e anseio do enganoso coração humano." Confissão de autor protestante a respeito das múltiplas escatologias em conflito.
Assaz conhecida é a afirmação de Urs Von Balthazar segundo a qual a escatologia constitui uma das principais 'tormentas' doutrinais experimentadas pelo protestantismo hodierno.
De fato os papistas e os ortodoxos tem se contentado em receber, como dogma divinamente revelado, apenas e tão somente a segunda vinda ou o advento visível de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme reza o símbolo:
"ELE novamente retornará para julgar os vivos e os mortos."
Dando a compreender que todos os espíritos desencarnados haverão de obter mais uma vez o complemento físico do corpo ou como se diz comumente, de ressuscitar; uns na Unidade de Jesus Cristo, os cordeiros para a vida eterna e neste nosso mesmo mundo transmudado; e os demais para a penitência noutros corpos, mais grosseiros e mundos menos evoluídos. É o quanto basta, em nossa "Exposição do símbolo' discutiremos exaustivamente a respeito buscando demonstrar que propriamente apenas dos justos ressuscitam (Deodoro de Tarso, Teodoro de Mopsoestes, Suleiman de Basra...) por terem recuperado a forma adequada de seus corpos enquanto que os ímpios ressuscitam analogicamente apenas, sendo introduzidos em corpos inferiores para a conversão.
Quanto aos papistas, protestantes tradicionais e mesmo alguns ortodoxos mal orientados sustentam ainda a doutrina farisaica do infernismo, alegando que as penas ou castigos impostos aqueles que morreram fora da Unidade de Jesus Cristo terão a mesma duração que as recompensas oferecidas aos justos prologando-se infinitamente por toda eternidade... E essas péssimas teologias perpetuam infinitamente a existência do mal.
A respeito de tão sinistra doutrina passaremos a largo pois haveremos de dedicar-lhe a totalidade de um volume.
Os neo protestantes todavia adicionaram outros tantos dogmas e doutrinas a respeito dos últimos dias, a ponto de constituirem verdadeiros partidos e facções: pré milenista, pós milenista e dispensacionalista, pré tribulacionista, pós tribulacionista, meso tribulacionista, etc cada qual com sua própria geografia ou roteiro extra tumba...
O resultado de tais formulações é uma confusão dos diabos na acepção plena do termo de modo que nem mesmo neste terreno, antes tão simples e batido, logram os livre exaministas chegar a qualquer tipo de acordo, em que pese a clareza e facilidade da Bíblia...
Naturalmente que o eixo de todas essas controvérsias indigestas é a doutrina milenarista ou milenista referente ao milênio ou reinado de mil anos descrito no livro da Revelação.
Eis porque devemos compreender e muito bem o que seja milênio ou milenarismo para compreender até onde seja possível o cipoal da escatologia protestante... E perceber que estamos diante daquela 'casa dividida' descrita pelo Senhor Jesus Cristo no Evangelho glorioso. Casa em que não devemos entrar!!!
Aqui no entanto, antes de fornecer a definição, principiarei deslindando a origem.
Para começo de conversa direi corresponder a doutrina milenarista, a um empréstimo judaico tomado ao zoroastrismo pela literatura apocalíptica pré Cristã.
Derrotados e dominados sucessivamente por Assírios, Babilônicos, Persas, Gregos e Romanos; em suma pelos odiados pagãos, viram-se logo os israelitas e/ou judeus despojados de suas esperanças imperialistas a nível temporal. As quais, com o empréstimo tomado ao Zoroastrismo, transpuseram para o plano espiritual ou religioso concebendo um reinado ou império judaico de mil anos implantado pelo próprio jao com a ajuda de um guerreiro invencível chamado messias. E até hoje eles apresentam um ou dois messias sem saber se unem-nos ou separam-nos: Assim o guerreiro que acaba perecendo e o rei eterno que presidirá o fantástico banquete partindo em postas ao Beemoth e empanturrando os eleitos com gordura...
Trata-se portanto duma doutrina peculiar ao judaísmo - mais especificamente aos Zugot - e não duma doutrina comunicada pelo Senhor Jesus Cristo a seus abençoados apóstolos. cf "M. Simonetti," Milenarismo "na Enciclopédia da Igreja Primitiva."
Segundo podemos constatar a primeira elaboração exata desta doutrina no corpo da literatura religiosa judaica, encontra-se na profecia de Enoc a respeito das semanas, que vai do capítulo 91 ao 107.
Bem mais explicito é o livro de Ezra, onde o vidente recebe uma revelação da parte do arcanjo Uriel. O qual lhe explica que antes do juizo, o Messias virá e estabelecerá um reino temporário com duração de 400 anos após o que toda a criação será aniquilada, inclusive o Messias (7:28). Sete dias após esta catástrofe ocorrerão a ressurreição, o julgamento e a estrada do mundo na economia divina e eterna.
Outras alusões a este maravilhoso evento encontram-se em IV Esdras 10:34; II Baruk 24:1-4; 30:1-5; 39:3-8; 40:1 - 4; & Livro dos Jubileus 1:4-29; 23:14-31
PROFECIAS MÓRMONS NÃO CUMPRIDAS
Há 11 meses
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