AS RAÍZES DA DESUNIÃO ou fontes da discórdia
Sem embargo da concordância existente entre os principais reformadores protestantes em torno de tais dogmas; lobrigava já a discórdia desde o princípio entre os filhos do livre examinismo.
Evidentemente que a dissenção teve de partir dos anabatistas os quais, dentre todos os estudantes da Bíblia, eram os mais ineptos e despreparados...
Evidentemente que a dissenção teve de partir dos anabatistas os quais, dentre todos os estudantes da Bíblia, eram os mais ineptos e despreparados...
Assim, quanto a maternidade divina da Virgem, o primeiro primeiro Ocidental blasfemo que ousou lançar dúvidas a respeito dela foi o alemão Kaspar Schwenckfeld, o qual, iniciado por Lutero nos arcanos do Biblismo, não tardou a revindicar para si mesmo o mérito de ter dado com a verdade até então oculta aos olhos de todos os mortais, inclusive os de seu querido mestre...
Assim sendo, no ano de 1541, nosso homem publicou a "Confissão da Glória de Cristo." obra em que ressuscitava todas frioleiras Eutiques e Juliano, asseverando ter sido a humanidade de Cristo gradualmente absorvida por sua divindade... Esta doutrina era já conhecida pelos padres do sexto século sob a alcunha de aftardocetismo... ou Monofisitismo.
Dentre os ouvintes de Schwenckfeld destacou-se Melchior Hoffmann, homem de imaginação fértil que acreditava papear diariamente com o próprio deus.
Hoffmann como todos os fautores de novidades profanas, acreditou estar fazendo grande coisa ao desenvolver a opinião blasfema de seu colega e certificar que Jesus Cristo jamais fora gerado na carne de Maria ou na nossa natureza humana e verdadeira, sendo equipado com uma carne celestial e aparente.
Consequentemente Maria Santíssima estava já despojada de seu supremo apanágio: A Geração da carne de Deus, e por um motivo bastante simples > O Deus dos Cristãos é que fora despojado do complemento de sua humana natureza e mais uma vez reduzido a condição de espectro ou fantasma. Pelo que a Virgem Maria jamais poderia ter gerado a carne de um Cristo isento de carne ou feito apenas de luz.
E aqui estamos já em pleno terreno do docetismo, teoria ímpia e blasfema segundo a qual Jesus Cristo jamais poderia ter se encarnado ou assumido verdadeiramente a matéria pelo simples fato de ser ela essencialmente má e indigna (maniqueismo)... Do que resultava ser sua Encarnação falsa ou aparente. Jesus apenas fingia ter um corpo de carne ou encenava com o objetivo de iludir-nos. Era assim mais ator do que educador dos mortais... Mais ilusionista e prestidigitador do que médico dos homens.
O Jesus doceta jamais se encarna e jamais se faz homem, não possui realidade externa ou física, não assume a natureza ou condição humana.
Esta 'bela doutrina' fora inventada ainda no século I por um certo Dociteus e zelosamente combatida antes de tudo pelo próprio apóstolo João, o teóforo:
"Assim os sedutores perversos tem se manifestado no mundo. Os quais não admitem que Jesus Cristo se tenha manifestado na Carne. Tal o enganador e anti Cristo. II João 7
"Assim os sedutores perversos tem se manifestado no mundo. Os quais não admitem que Jesus Cristo se tenha manifestado na Carne. Tal o enganador e anti Cristo. II João 7
E em seguida por Inácio Mártir, cujas palavras reproduzimos igualmente:
"Eles falam em nome de Cristo mas não o anunciam, antes repudiam-no. Eles duvidam de seu nascimento, envergonham-se da cruz, negam sua paixão e morte e não creem na sua ressurreição." in ad Trall VI
Tal a opinião de M Hoffmann o qual legou suas tradições Menno Simons, Joris, Denck e outros... Assim se o anabatismo é anti mariano devemos compreender que seu anti marianismo é efeito do docetismo e portanto de um posicionamento equivocado com relação a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Virgem Maria não deixou de ser Mãe de Deus para eles porque o conceito de Mãe de Deus fosse blasfemo, absurdo, sacrílego, pagão, politeísta ou qualquer outra coisa. Nada disto. Os primeiros críticos desta doutrina jamais analisaram o conceito da maternidade divina em si mesmo. Concluíram contra a maternidade divina a partir da premissa Cristológica segundo a qual Cristo não se havia Encarnado de fato ou assumido verdadeiramente a natureza humana. A Virgem não podia ser mãe de Deus porque Jesus Cristo não era verdadeiro homem!!!
A Virgem Maria não deixou de ser Mãe de Deus para eles porque o conceito de Mãe de Deus fosse blasfemo, absurdo, sacrílego, pagão, politeísta ou qualquer outra coisa. Nada disto. Os primeiros críticos desta doutrina jamais analisaram o conceito da maternidade divina em si mesmo. Concluíram contra a maternidade divina a partir da premissa Cristológica segundo a qual Cristo não se havia Encarnado de fato ou assumido verdadeiramente a natureza humana. A Virgem não podia ser mãe de Deus porque Jesus Cristo não era verdadeiro homem!!!
A partir daí: Da heresia docetista foram de consequência em consequência até a negação de sua virgindade perpétua e o anti marianismo rancoroso. Afina, ao contrário de seus sucessores, repudiavam qualquer ligação ontológica entre Jesus e Maria, eram blasfemadores mas não idiotas ou inconsequentes e sua linha de raciocínio era absolutamente lógica ou coerente.
Repudiando a existência de qualquer vínculo existente entre Maria Santíssima e Jesus Cristo, os anabatistas não puderam deixar de vir a concebe-la como um ente vulgar, uma mulher comum ou uma pecadora ordinária. Afinal Jesus e Maria jamais se encontram...
Totalmente oposta e igualmente coerente ou lógica é a perspectiva de Zwinglio, o qual, partindo do dogma da Encarnação e admitindo a existência de uma vínculo real entre o Senhor Jesus Cristo e a Virgem Maria não podia deixar de concluir que:
"O mais santo dos homens só poderia ter sido gerado pela mais santa das mulheres."
A grande tragédia do anabatismo e do protestantismo posterior foi associar a Cristologia Ortodoxa ou tradicional - Em torno da realidade da Encarnação enquanto vínculo existente entre Jesus e Maria - e o anti marianismo decorrente da Cristologia doceta, essencialmente herética e anti encarnacionista. Resultando daí um híbrido disforme e monstruoso...
Repudiou o protestantismo subsequente - Cada vez mais irracionalista - as premissas: Cristo não encarnou-se de fato, logo não teve mãe... para manter com as consequências: Maria não passa duma criatura ordinária... O que é absurdamente monstruoso.
Assim para os batistas demais protestantes de hoje essa Virgem é verdadeira mãe de Jesus - E como tal responsável por ter fornecido a natureza divina o complemento de sua carne - sem no entanto deixar de ser uma mulher comum ou defeituosa! Agora como isto é possível se é o Deus Santo, Bom, Sábio e Perfeito que a toma por mãe ou a escolhe?
(Eis a pergunta que pastor protestante algum jamais poderá responder-nos satisfatoriamente sem admitir que o Deus Perfeito ame a imperfeição ou que o Deus Santo tolere a maldade...)
(Eis a pergunta que pastor protestante algum jamais poderá responder-nos satisfatoriamente sem admitir que o Deus Perfeito ame a imperfeição ou que o Deus Santo tolere a maldade...)
É perfeitamente possível porque o anabatismo após ter abandonado o docetismo ancestral saltou de olhos vendados noutra churrasqueira, a churrasqueira do Nestorianismo, fazendo reviver outro erro não menos abominável concernente - Mais uma vez - a pessoa da Jesus Cristo. O qual ainda aqui é miseravelmente abatido, sacrificado e desintegrado para que Maria seja atingida e tenha suas prerrogativas negadas...
Jamais haverei de esquecer-me quanto a um fato sucedido durante minha juventude enquanto participava de uma polêmica com os protestantes ( E eu era um recém convertido ao papismo). Naquela ocasião pude ouvir um pastor bastante idoso e experimentado (conhecedor de grego inclusive) dizer a outro pastor bem mais jovem: Jamais aborde esse tema da maternidade divina de Maria, fuja dele como o Diabo da Cruz porque te conduzira a uma tempestade Cristológica...
Tais palavras não puderam deixar de chamar-me a atenção mas, aquele tempo eu ainda não era capaz de compreender a profundeza de seu significado.
Hoje no entanto, passados cerca de vinte anos, sou perfeitamente capaz de aquilata-lo e por isso mesmo de aplaudir de pé a coerência dos Catolicismos. Afinal de contas a questão Marial ou Mariana nada é, em última analise, do que epifenômeno da questão Cristológica tocando não a Virgem Maria ou somente a ela - Como julgam aos ovelhinhas analfabetas do Rinaldi - mas antes de tudo pessoa do próprio Mestre Jesus Cristo!!!
Eis porque uma Cristologia saudável, que honorifique ao máximo nosso abençoado Salvador e Mestre, encaminhar-nos-a necessariamente a uma mariologia saudável ou nos exporá ao ridículo.
Não é a compreensão dos protestantes sobre a pessoa de Maria que capenga mas a ideia que os protestantes tem do próprio Jesus e os empréstimos que fazem ora a Dociteu ou aos sucessores de Nestor... Ali negando pura e simplesmente a realidade da Encarnação e aqui dividindo o único Jesus Cristo em dois seres, entidades ou pessoas separadas...
Resta dizer que com seu lema de retorno a Bíblia, de repúdio a tradição da Igreja, de menosprezo para com os antigos padres, não possuem uma Cristologia elaborada, saudável e honrosa para com o Senhor Jesus Cristo. Triste observar como essas criaturas rústicas malbarataram um esforço filosófico e conceitual formulado ao cabo de três longos séculos pelos elementos mais hábeis e destacados da comunidade Cristã. E do qual resultou a possibilidade exprimir com exatidão, clareza e sobretudo piedade, o mistério central de nossa fé face a tantos quantos solicitarem seus fundamentos racionais.
Afinal tudo quanto contém a Escritura canônica do Novo Testamento são os fundamentos mais remotos desta esperança, expressos de maneira diversificada e imprecisa. Foi a reflexão em torno destes elementos rústicos e imprecisos a luz do aparelho conceitual fornecido pela Filosofia grega que possibilitou a Cristandade manifestar esta fé ou esperança com a mais absoluta acuidade e precisão. Evidenciando que a ideia de um Deus Encarnado ou feito homem nada tem de extravagante ou absurda, como querem os judeus, muçulmanos e unitários.
Lamentavelmente, por uma questão de inabilidade e ódio a igreja antiga, os protestantes não só puseram-se a demolir este edifício, que é a glória da Cristandade, como chegaram ao ponto de restabelecer as Cristologias capengas e malsanas criticadas não apenas pelos Padres antigos mas pelos próprios apóstolos na Escritura que alegam amar.
Resta dizer que com seu lema de retorno a Bíblia, de repúdio a tradição da Igreja, de menosprezo para com os antigos padres, não possuem uma Cristologia elaborada, saudável e honrosa para com o Senhor Jesus Cristo. Triste observar como essas criaturas rústicas malbarataram um esforço filosófico e conceitual formulado ao cabo de três longos séculos pelos elementos mais hábeis e destacados da comunidade Cristã. E do qual resultou a possibilidade exprimir com exatidão, clareza e sobretudo piedade, o mistério central de nossa fé face a tantos quantos solicitarem seus fundamentos racionais.
Afinal tudo quanto contém a Escritura canônica do Novo Testamento são os fundamentos mais remotos desta esperança, expressos de maneira diversificada e imprecisa. Foi a reflexão em torno destes elementos rústicos e imprecisos a luz do aparelho conceitual fornecido pela Filosofia grega que possibilitou a Cristandade manifestar esta fé ou esperança com a mais absoluta acuidade e precisão. Evidenciando que a ideia de um Deus Encarnado ou feito homem nada tem de extravagante ou absurda, como querem os judeus, muçulmanos e unitários.
Lamentavelmente, por uma questão de inabilidade e ódio a igreja antiga, os protestantes não só puseram-se a demolir este edifício, que é a glória da Cristandade, como chegaram ao ponto de restabelecer as Cristologias capengas e malsanas criticadas não apenas pelos Padres antigos mas pelos próprios apóstolos na Escritura que alegam amar.
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