Neste artigo o leitor paciente encontrará os seguintes tópicos:
- Antropomorfizando um livro
- O fator subjetivo
- Contradição, o sinal do erro
- Unidade doutrinal
- Confusão doutrinal
- Habilitando-se para compreender a Escritura
- A Igreja precede o Evangelho Escrito
Antropomorfizando um livro
protestante: Sempre tenho ouvido dizer que "A bíblia interpreta a si mesma.". O homem é que não a deixa falar...
Ortodoxo: Pura e simples frase de efeito: pomposa, elegante, cheia de aparências; mas... completamente vazia, e estúpida.
Afinal como todos os demais livros a Bíblia é isenta de aparelho fonador não podendo por isso mesmo falar... Neste sentido é tão cega, surda e muda como os 'indolos' da igreja romana e apenas pode ser lida por um homem de carne e osso... Isenta de cérebro ela sequer pode conceber pensamentos... E por qualquer ângulo que examinemos o problema teremos de concluir que ela - a Bíblia - é completamente inepta para manifestar seu próprio sentido e isto pelo simples fato de ser um livro, isto é um amontoado de papel e tinta, e não - como querem os fanáticos - uma pessoa, a 'quarta pessoa' da Santíssima Trindade!!!
Pessoas pensam, ouvem, veem e sobretudo falam.
Livros não pensam, nem ouvem, nem veem, nem falam, assim a Bíblia...
A qual é e sempre será objeto passivo de leitura executada por um elemento ativo que é o ser humano, e sendo lida é interpretada, analisada e compreendida por aquele que a lê e não por si mesma.
Quanto a ser interpretada ou compreendida corretamente precisa ela de um interprete capacitado, ou seja guiado pela tradição viva da Igreja, do contrário "O verdadeiro sentido do livro permanecerá inexato até o dia do juizo final." Pomer 'Das recht. des fursten uber...' p 54
Cada indivíduo tende a interpretar conforme sua personalidade
Protestante: Por que?
Ortodoxo: Porque "Faz parte da natureza humana o princípio da variação das idéias, das opiniões e dos modos de se compreender." Krug in 'Was sollen die prot...' 1828 portanto "Admitido que cada fiel possa julgar o sentido da Escritura, decorrerá, necessariamente, um profundo desacordo a respeito do que se deva crer entre os membros da Igreja." id, ibd
"Inúmeros interpretes discordarão diariamente a respeito do significado desta ou daquela passagem e entrarão em conflito." pondera o Dr Samuel Wix "É fato - acrescenta Oeffentliche Nachricht von der ersten... 1823 - No protestantismo a respeito de cada artigo de fé há sempre um grupo que sustenta e outro que repudia."
No frigir dos ovos o leitor inepto, despreparado ou fanático nada fará além de atribuir a escritura - consciente ou inconscientemente - suas próprias crenças, opiniões, gostos, sentimentos, tendências, aspirações, idéias, etc Disto resulta que a pura e perfeita palavra de Deus, acaba convertendo-se em palavra impura e imperfeita de homem.
Isto é tão certo que ao citar determinada passagem em seu sentido comum, qualquer um de nós deverá estar pronto para ouvir o rifão: Isto é interpretação sua; eu compreendo esta passagem de outra maneira!!! E só nos resta concluir que a Revelação da Verdade cedeu lugar o Império ou domínio absoluto das interpretações: como Cu cada um tem o seu e pronto!. Diante disto só nos resta dar de ombros e desesperar, pois como dizia Haufp: "A BÍBLIA NÃO NOS INDICA QUALQUER REGRA DE INTERPRETAÇÃO." in 'Briefe das studium der christl. religionsurkund betreffend' 1814
Para os protestantes todavia, nada mais comum do que a propósito de qualquer passagem bíblica haver mais interpretações que doutrina propriamente dita, de modo que a doutrina fica obscurecida pelas interpretações. E a verdade vai sendo perdida de vista e cedendo lugar ao desespero e ao ceticismo.
Quando um texto pode comportar dois sentidos ou significados válidos e quando não pode!
Protestante: Neste caso talvez hajam diversos significados inseridos numa mesma passagem...
Ortodoxo: Isto seria possível apenas quando determinados acontecimentos reais (a redundância é proposital!) fossem empregados pelo narrador com o objetivo de ministrar simbolicamente alguma lição. De modo que tanto a narrativa literal quanto o ensinamento alegórico fosse verdadeiros, pelo simples fato de não estarem em oposição ou se contradizerem alias.
Assim diversos autores antigos, sem terem posto em dúvida a veracidade literal das narrativas concernentes a cura do aleijado na fonte de Betesda, a multiplicação dos pães e ao Bom samaritano, tem buscado delas extrair determinados ensinamentos e doutrinas.
Assim diversos autores antigos, sem terem posto em dúvida a veracidade literal das narrativas concernentes a cura do aleijado na fonte de Betesda, a multiplicação dos pães e ao Bom samaritano, tem buscado delas extrair determinados ensinamentos e doutrinas.
No entanto dentro de seu próprio gênero - literal ou simbólico - deve haver perfeita correspondência a respeito do que se diz. Pelo que não pode aquele texto narrar ou ensinar objetos que se excluam. Assim uma narrativa literal não pode declarar que Jesus CUROU e NÃO CUROU determinada pessoa e uma narrativa alegórica não pode simbolizar ao mesmo tempo que a alma perece juntamente com o corpo físico e sobrevive a sua dissolução; como não poderia significar que os homens ressuscitarão e não ressuscitarão no último dia.
Assim um texto que diga respeito a livre vontade jamais poderia afirma-la e nega-la ao mesmo tempo fosse seu gênero literal ou alegórico.
Pois ao mostrar-se contraditório mostrar-se-ia igualmente falso.
O Cristo todavia não pode enganar-se nem enganar-nos e tampouco o Evangelho conter matérias equivocadas.
Assim um texto que diga respeito a livre vontade jamais poderia afirma-la e nega-la ao mesmo tempo fosse seu gênero literal ou alegórico.
Pois ao mostrar-se contraditório mostrar-se-ia igualmente falso.
O Cristo todavia não pode enganar-se nem enganar-nos e tampouco o Evangelho conter matérias equivocadas.
É exatamente o que se sucede quando diante das palavras: "Este é o meu corpo", uns afirmam SER o pão corpo do Senhor enquanto outros afirmam NÃO SER ELE CORPO DO SENHOR. Pois como coisa alguma pode SER E NÃO SER AO MESMO TEMPO SOB O MESMO ASPECTO é impossível que um texto sagrado, inspirado e veraz comporte em si estes dois sentidos excludentes: o Ortodoxo e tradicional e o Zwingliano ou puramente simbólico.
Não podem os textos sagrados ou as palavras de Cristo ministrar lições opostas ou excludentes pelo simples fato de comportarem erro ou falsidade.
Não podem os textos sagrados ou as palavras de Cristo ministrar lições opostas ou excludentes pelo simples fato de comportarem erro ou falsidade.
É como ser e não ser filho da própria mãe ou do próprio pai. Biologicamente você não pode ser e não ser filho de seu pai ou de sua mãe.
É como estar e não estar lendo este texto ao mesmo tempo...
Portanto se Lutero afirma que o homem é determinado e Melanchton que é livre não há como ambos estarem certos. Um deu com a interpretação correta e outro forneceu uma interpretação equivocada necessariamente. Não podem, um afirmando e outro negando a respeito da mesma qualidade com relação a determinado objeto, estar ambos corretos.
Se Zwinglio admite a maternidade divina de Maria como verdadeira e Sternberg repudia-a como falsa não há como conciliar ambas as assertativas...
Daí Honinghaus: "Se dos mesmos textos da bíblia tirais uma conclusão diversa da minha, isto só prova uma única coisa: Vossa doutrina não corresponde a verdade divina e absoluta; pois como não há dois sóis não pode haver duas verdades em oposição."
"Eis porque em nossa própria igreja - declara Ammon - clamores se elevam: nem lógica nem coerência caracterizam nossa pregação." in 'Die unveranderliche einheit' 1827 num 03
Sendo assim, uma vez que cada protestante ou examinador e esta em oposição aos demais no mesmo campo e a respeito da mesma categoria, somos levados a crer que estamos diante de um sistema repleto de erros fabricados pela mão humana e não diante da divina revelação ou no mínimo que a Revelação esta envolvida por um espesso cipoal de opiniões humanas a ponto de tornar-se bastante difícil distingui-la.
Pois "Se o livro é mesmo divino como pode ser julgado pela mente humana e mortal do leitor? QUEM OUSARIA JULGAR LIVREMENTE UMA OBRA ESPECIALIZADA SOBRE GEOMETRIA???" Wieland
O próprio Pastor Marheineck é obrigado a convir conosco e a admitir que: "O livre exame é a fonte de todas as nossas misérias que afloram na igreja Evangélica. AFINAL A VERDADE DIVINA NÃO PODE SER FRUTO DO ENTENDIMENTO HUMANO, SOMENTE A CRENÇA TRADICIONAL NA AUTORIDADE EXTERNA PODE ASSEGURAR A COMUNHÃO NA MESMA FÉ."
E apesar disto... "A UNIDADE É CONDIÇÃO PARA A POSSE DA VERDADE." Waterland
Pelo que os protestantes, com suas infinitas divisões, ficam desamparados por ela.
Protestante: Quer dizer você que a linguagem da Bíblia é ininteligível ou enigmática?
Outra não é a opinião do sábio Wieland: "Algumas de suas páginas oferecem obscuridades a fé mais erudita e bem formada."
Julgo que por hora estes dois testemunhos sejam suficientes para satisfazer-vos pois tornaremos a este assunto no lugar oportuno para examina-lo com maior atenção.
Pelo que os protestantes, com suas infinitas divisões, ficam desamparados por ela.
Não inútil, nem enigmática mas proveitosa para os habilitados.
Protestante: Quer dizer você que a linguagem da Bíblia é ininteligível ou enigmática?
Ortodoxo: Jamais comparamos a Bíblia com um livro de xaradas ou insinuamos que seja ininteligível a ponto de não poder ser bem compreendida pelo leitor dedicado e, consequentemente inútil.
Como se Deus fizesse coisas inúteis e imprestáveis... Não este não é nosso ponto de vista e tampouco o da Igreja e se os protestantes fanáticos ousam atribuir-nos tal ensinamento fica patente que não passam de mentirosos e caluniadores.
Sempre afirmamos e ensinamos que é a Bíblia útil e proveitosa dentro de determinadas condições como o preparo do leitor, suas qualidades e sua dedicação.
Não ensinamos como os falsos mestres protestantes que seja um livro de fácil compreensão - cujo sentido possa ser apreendido num passe de mágica ou como que por encanto - e tampouco que sua compreensão seja impossível aos que se esforçam por obte-la.
Como se Deus fizesse coisas inúteis e imprestáveis... Não este não é nosso ponto de vista e tampouco o da Igreja e se os protestantes fanáticos ousam atribuir-nos tal ensinamento fica patente que não passam de mentirosos e caluniadores.
Sempre afirmamos e ensinamos que é a Bíblia útil e proveitosa dentro de determinadas condições como o preparo do leitor, suas qualidades e sua dedicação.
Não ensinamos como os falsos mestres protestantes que seja um livro de fácil compreensão - cujo sentido possa ser apreendido num passe de mágica ou como que por encanto - e tampouco que sua compreensão seja impossível aos que se esforçam por obte-la.
O que dizemos e julgamos poder demonstrar é que é a Bíblia uma obra cuja compreensão - a princípio nítida - foi-se tornando cada vez mais complexa com o passar do tempo (especialmente quando examinada sem o auxilio da Igreja ou da tradição Cristã) e que portanto seu estudo comporta certas dificuldades. Disto resulta que seu exame, do ponto de vista natural, exige certo nivel de preparação que não corresponde a condição material, econômica, social e consequentemente intelectual vigente na maior parte das sociedades humanas incluindo a nossa.
Assim se não é um livro fechado como 'A profecia celestina' tampouco podemos le-la como uma revista ou gibi que compramos na banca da esquina. Correspondendo nossa posição a uma posição equilibrada ou de meio termo.
Assim se não é um livro fechado como 'A profecia celestina' tampouco podemos le-la como uma revista ou gibi que compramos na banca da esquina. Correspondendo nossa posição a uma posição equilibrada ou de meio termo.
Diante de tais condições é perfeitamente lícito afirmar que o Novo Testamento não foi elaborado com o objetivo de que examinando-o extraiamos o conteúdo da Divina Revelação - Uma vez que a Divina Revelação (sendo de caráter sobrenatural) não pode ser substituída pela especulação racional - mas entregue a Igreja para a edificação piedosa. Cabendo a Igreja histórica e antiga atribuir-lhe o sentido legítimo e univoco.
Vós protestantes é que falseais descaradamente a realidade alardeando ser a Bíblia um livro de fácil compreensão. Há no entanto, mesmo em vosso meio, quem como o Pr Ernesti, admita ser a Bíblia "...mais difícil de ser compreendida do que as obras de Homero, Tucidides e Políbios." in 'Difficult in Neu Testamen.'
Outra não é a opinião do sábio Wieland: "Algumas de suas páginas oferecem obscuridades a fé mais erudita e bem formada."
Julgo que por hora estes dois testemunhos sejam suficientes para satisfazer-vos pois tornaremos a este assunto no lugar oportuno para examina-lo com maior atenção.
A Igreja precede o Evangelho Escrito, não o contrário!
Cumpre ainda acusar os reformadores de terem invertido a economia divina supondo que a Igreja seja posterior ao Novo Testamento, quando sabemos que o Novo Testamento é posterior - em cerca de 15 anos - a Igreja e, portanto, que a Igreja não depende do Livro e bem pode subsistir sem ele.
Sem dúvida a perda de nossos Evangelhos - mais do que a da Iliada, a da Odisséia, a das Geórgicas, a da Eneida, a da Divina Comédia, a dos Lusíadas, etc - corresponderia a um desastre sem precedentes na História religiosa da humanidade. No entanto apesar disto haveria igreja, doutrina, verdade, pregação dos Evangelhos e em suma, Revelação divina!
Sem dúvida a perda de nossos Evangelhos - mais do que a da Iliada, a da Odisséia, a das Geórgicas, a da Eneida, a da Divina Comédia, a dos Lusíadas, etc - corresponderia a um desastre sem precedentes na História religiosa da humanidade. No entanto apesar disto haveria igreja, doutrina, verdade, pregação dos Evangelhos e em suma, Revelação divina!
Disto resulta ser falsa a alegação do protestantismo segundo a qual todos os homens estão obrigados a ler e interpretar a escritura para poderem ser salvos... Aos 'santos' basta a leitura pública oferecida a igreja todos os Domingos e a interpretação correta subministrada pelo clero.
Ja S Tiago, aludindo aos judeus de seu tempo ao invés de declarar que 'Possuiam a Torá em suas casas e costumavam le-la todos os dias.' exclamou: "Acaso Moisés não é LIDO todos os sábados nas Sinagogas?" ou seja durante o culto pelos oficiais comissionados. Os quais segundo a tradição rabínica adicionavam seus comentários.
TAL O COSTUME ADOTADO PELA IGREJA DE CRISTO DESDE SEUS PRIMÓRDIOS.
Ja S Tiago, aludindo aos judeus de seu tempo ao invés de declarar que 'Possuiam a Torá em suas casas e costumavam le-la todos os dias.' exclamou: "Acaso Moisés não é LIDO todos os sábados nas Sinagogas?" ou seja durante o culto pelos oficiais comissionados. Os quais segundo a tradição rabínica adicionavam seus comentários.
TAL O COSTUME ADOTADO PELA IGREJA DE CRISTO DESDE SEUS PRIMÓRDIOS.
É da pregação da Igreja e ofício apostólico e não da habilidade exegética que procede o Reino de Deus e a redenção.
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