Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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quarta-feira, 3 de junho de 2009

O cipoal da cronologia bíblica - As dinastias de Israel e Judá segundo os livros dos Reis











"Somente um desocupado se daria ao trabalho de por em acordo a cronologia dos livros dos Reis e das Crônicas com a cronologia dos impérios..." Jerônimo de Stridon



Não foi a toa que escolhemos a frase acima com o intuito de abrir este nosso artigo pertinente a cronologia vetero testamentária proposta pelo Livro dos Reis.

Afinal é ao dito Jerônimo que a Igreja latina deve sua 'Vulgata'... versão a que Jerônimo dedicou dezenas e dezenas de anos cotejando manuscritos ora perdidos para nós.

Ele no entanto pode examinar e comparar manuscritos latinos, gregos, siríacos e hebreus...

Adquirindo destarte uma visão bastante realista - ou como diriam os fanáticos deste nosso tempo 'irreverente' - ao menos no que toca ao velho testamento, cuja cronologia mais parece um cipoal do que qualquer outra coisa.

De nossa parte, optamos por entrar na liça tendo em vista nossa condição de bacharel e de licenciado em História e o salutar objetivo de evitar que os estudos de natureza histórica sejam obscurecidos e desvirtuados por um servilismo fetichista face as crônicas religiosas dos antigos hebreus.



I) A cronologia dos reis de Judá conforme os livros dos Reis.



Tomando por ponto de partida as operações do Faraó Sesac na Palestina, sucedidas cerca de 925 a C e a indicação bíblica ( I Reis 14,25) de que ocorreram durante o quinto ano de Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, somos levados a concluir que tanto ele como Jeroboão de Israel, subiram ao trono cerca de 930 a C. que fica sendo nossa data mais remota. 

Segundo a mesma escritura teria Roboão governado Judá por dezessete anos, o que nos conduz a 913.
Quanto a Abia, sucessor de Roboão, esta registrado que começou a reinar no décimo oitavo ano de Jerobão rei de Israel (913) e que reinou por cerca de três anos, o que nos leva a 911.
O piedoso Asa, filho de Abia, reinou cerca de quarenta e um anos, até cerca de 870.
Josafá, que subiu ao trono de Judá durante do quarto ano de Acab rei de Israel (870), floresceu até 845 por cerca de vinte e cinco anos.
Foi sucedido por seu filho Jorão - esposo de Atalia, filha de Acab - que governou por oito anos ou seja até 837.
Ocozias seu filho, reinou durante um só ano: 836.
Atalia, mãe de Ocozias, tomou o poder neste mesmo ano detendo-o até 830. 
Joas, neto de Atalia, e pupilo do sacerdote Joiada, governou por vinte e nove anos, até 791.
Foi sucedido por Amasias, seu filho, cujo reino estendeu-se por trinta anos até 761.
Amasias cedeu lugar a Ozias, que reinou por mais de meio século, até 709.
Em 709 foi a vez de Joatão subir ao trono e de mante-lo por dezesseis anos, até 693.
Acaz, seu filho e sucessor reinou outros tantos anos até 677, quando foi substituido pelo reformista Ezequias.
Ezequias, bisavô de Josias, sentou-se sob o trono de Judá por vinte e nove anos, o que nos conduz a cerca de 648.
Manassés seu filho reinou durante cinquenta e cinco longos anos, até 593.
Amon, seu sucessor, foi assassinado pelos fanáticos após dois anos de governo em 592.
Foi quando ascendeu ao trono o 'bom rei Josias', cujo reinado de trinta e um anos leva-nos ao ano de 561.
Joacaz foi derrubado neste mesmo ano dando lugar ao primeiro Joaquim que floresceu até 550 ou seja por onze anos.
O segundo Joaquim manteve-se apenas durante 550, quando Nabucodorosor substitui-o por Matanias, cujo nome fez mudar para Sedecias.
Sedecias, o derradeiro rei dos judeus, governou por outros onze anos, o que nos constrangeria a situar a queda de Jerusalém em 539.

Aqui o erro e escabrosamente manifesto, pois 539 corresponde justamente a entrada de Ciro, o persa, na cidade de Babilônia, e a libertação dos judeus.

Há pois um acréscimo de meio século no cômputo do Antigo Testamento. 

Pois Jerusalém foi tomada pelos caldeus, cerca de 588/587 e não cerca de 549 a C.




II) A cronologia dos reis de Israel conforme os livros dos Reis.



Examinemos agora a cronologia proposta para os reis de Israel:

930 corresponde ao inicio do reinado de Jeroboão, o qual tendo governado por vinte e dois anos leva-nos a 909, o segundo ano de Asa, rei de Judá.
Sucedeu-lhe o filho Nabad, que reinou por dois anos apenas ou seja em 909 e 908.
Baasa, após dar-lhe a morte, reinou por vinte e quatro anos até 884.
Neste mesmo ano (884) Ela e Zambri e no ano seguinte (883) ou mesmo em 882 o general Omri, que poz fogo a Tirsa e mandou construir Samaria.
Omri governou por cerca de doze anos até 870, quando foi sucedido por seu filho Acab.
Acab reinou durante vinte e dois anos, até 848, sendo sucedido neste mesmo ano por seu filho Ocozias.
Ocozias governou por cerca de um ano ou seja durante 848.
Foi sucedido pelo irmão Jorão, que pereceu após doze anos de reinado, cerca de 836, as mãos de Hazael, rei de Damasco.
Disto aproveitou-se o comandante Jeú para subir ao trono e conserva-lo até a morte sucedida, muito provavelmente, em 806, após trinta anos de reinado.
Joacaz seu filho governou por dezessete anos até 789.
Joas filho de Joacaz, faleceu cerca de 773, após dezesseis anos de reinado.
Seu sucessor Jeroboão II, reinou por quarenta e um anos até 732.
Zacarias foi assassinado após doze anos de reinado em 720, sucedendo-o um tal de Selum.
Manaem eliminou Selum no ano seguinte 719, reinando por dez anos até 709.
Em 709 reinou o primeiro Facéias e em 708 o segundo Facéias por vinte anos até 688.
O derradeiro rei de Samaria Oséias, conservou o trono por nove anos até 679/678 quando da tomada e destruição de Samaria por Salmanasar V ou Sargão II.


Aqui o erro não é menos escabroso, pois 679 corresponde ao reinado de Asaradão em Nínive.

Também aqui há um acréscimo de quase meio século, tal e qual na lista pertinente ao reino de Judá, uma vez que dependem uma da outra confirmando o erro.

Segundo o registro histórico Samaria foi tomada e saqueada, cerca de 722 a C.






III) O 'imbroglio'...


Os registros históricos - de origem grega, persa, egípcia, babilônica e assíria - no entanto, informam-nos que Samaria foi destruida em 722 por Salmanasar V ou pelo segundo Sharrukin & e que Jerusalem foi pilhada e incendiada quase cento e cinquenta anos depois, em 588/587 por Nabucodorosor, filho de Nabupolasar.

E disto depende toda cronologia profana, neste caso tão solidária quanto a dos reinos de Judá e Israel no livro dos Reis...


  • A cronologia grega




Os antigos gregos costumavam a contar o tempo a partir da primeira olimpíada organizada em 776 e repetida, por assim dizer de quatro em quatro anos.

Efetivamente os 'doxografos' e 'sistemáticos' Antistenes, Teofrasto, Apolodoro, Hermipo, Dicearco, Archtimos, Sosícrates, Damnóm, Aristoxeno, Jerônimo (Dos acontecimentos memoráveis), Dimitri Falereu (Elenco dos arcontes de Atenas), Alexeno (Das coisas maravilhosas), Clearco de Soli (Sentenças dos filósofos) Neantho, Possidônio, Hipobotos (Das seitas dos filósofos), Sósion (Das sucessões dos Filosofos) e Sosíbios, dentre outros, partiram dos ditos jogos, fixando a geração em que cada sábio ou filósofo teria vivido.

Tomemos a guiza de exemplo Tales Milésimo, que é contado a um tempo entre os sábios da Hélade e a outro entre os primeiros filósofos juntamente com Ferecides e Pitagoras de Samos.

Segundo testifica Apolodoro nas 'Crônicas' ele teria nascido durante o primeiro ano da XXXV Olímpiada e falecido durante a LVIII olímpiada. 

Disto decorre ter nascido cerca de 606 e falecido cerca de 540, com aproximadamente sessenta e cinco anos.

Sosícrates, dentre outros, assevera ter sido contemporâneo de Creso, rei da Lídia, a quem prometera desviar as águas do Hális.

S Hipólito nas 'Philosophumena' referindo-se a Pitágoras escreve: "Na mesma época com mínima diferença de tempo floresceu ele."
Refere ainda o mesmo padre que Pitágoras abandonara sua terra natal por causa do tirano Polícrates. O qual por sua vez fora suprimido pelo Satrapa Oroites de Sardes, após quase meio século de reinado.

Já Sólon, de Salamina, contado entre os sábios da Hélade; teria fugido de Atenas sob Psistrato e buscado asilo em Sardes, junto a Creso, de cuja fortuna por sinal zombou.

Ora este Sólon, segundo Sosíbios, teria florescido da XLVI Olimpíada - que corresponde a mais ou menos 590 a C - quando ocupará o cargo de Arconte. 

Considerando que exerceu a magistratura aos 40 deduzimos ter ele nascido cerca de 630 e passado a Sardes na era dos setenta ou seja cerca de 560 a C uma vez que faleceu no Chipre com cerca de oitenta anos.

Infere-se pois de todos estes testemunhos, que Creso florescera entre 580 e 546 a C.

Efetivamente Heródoto - na 'História' - e todos os cronistas referem que Ciro, o persa teria vencido Creso e anexado Sardes cerca de 546, ou seja aproximadamente sete anos antes de anexar Babilônia e libertar os hebreus. Outro não é o parecer de Ctsias de Gnido na 'Pérsica'.



  • A cronologia persa


Podemos ainda partir das conquistas de Alexandre em 330 até a batalha de Maratona, que teria ocorrido - segundo o testemunho unânime dos cronografos - pouco mais de século e meio antes ou seja cerca de 490. sob Dário. Segundo os mesmos cronografos, Dário teria morrido cerca de cinco anos depois em 485 a C.

Tendo reinado - como atesta sua inscrição tumular em Behistun - cerca de trinta e cinco anos, concluimos que principiou a reinar em 520, após ter vencido o 'torneio dos nobres'.

Antes dele reinaram Gaumata, o falso Smérdis, por dois anos e Kambutiya ou Cambises, filho de Ciro, por sete anos.

Chegamos assim aos límites do reinado de Ciro seu pai, que deve ter supliciado por Tomires cerca de 530 a C.

Eis porque Jerusalem não pode ter sido tomada por Nabucodorosor segundo o cômputo do deuteronomista, cerca de 539/538. Porque este tempo corresponde justamente a anexação da Babilônia por Ciro e a libertação dos hebreus após quase cinquenta anos de exílio.


  • As cronologias Assíria e babilônica.

Não menos significativo é o testemunho das cronologias Assíria e babilônica, igualmente refratárias ao testemunho do velho Testamento.










De Teglat Peleser III temos o seguinte testemunho:









"O pais de Bit Humria... levei para a Assíria o grupo de seu povo... Venci Paqaha (Facéias) seu rei e instalei Ausi (Oséias) sobre eles. E recebí dez talentos de ouro e cem talentos de prata..." 

Este registro esta situado cerca de 731 a C.







Vejamos agora que diz a 'Crônica Babilônia' editada sob Dário I:

"No mês de Tebet dia 25 (entre dezembro e janeiro 726/727) Shulman Ashared (Salmanasar V) assomou a poder em Assur e Acad, ele destruiu Shamarain e em seguida foi para seu destino."

A mesma crônica segue registrando:

"No mês de Tebet (entre dezembro e janeiro 722/721) no dia 12 Sharrukin foi entronizado. Em Nisan MARDUC APALIDDINA, assumiu o trono de Babilônia."










Ora, este Marduc Apaliddina, é explicitamente citado nos escritos judaítas como Merodac Baladan - II Reis 20,12 - e situado no tempo de Ezequias, com o qual teria se correspondido e aconselhado a romper com a Assíria.

Apaliddina reinou até 703, quando foi desarraigado.

Donde se segue que Ezequias não pode ter sido entronizado - como quer o redator de Reis - em 677 ou seja vinte e cinco anos após a queda do potentado babilônico. 


Deve pois ter reinado Ezequias de 718 a 689 a C.


Já aludimos a inscrição de Senharibe sobre o cerco de Jerusalem ocorrido cerca de 700. Uma vez que Senharibe foi suprimido em 682, segue-se que Ezequias não poderia ter subido ao trono cinco anos depois de sua morte ou seja cerca de 677 a C...








Convém acrescentar que tendo Salmanasar falecido logo após a queda de Samaria, foram seus habitantes deportados por Sargão II, segundo consta na 'Cronica':












"Os habitantes de Shamaraim, que concordaram em conspirar com um rei hostil a mim, para não tolerar a servidão e não pagar tributo a Assur, ousaram erguer-se contra mim e dar combate, eu no entanto, fiado no poder dos deuses meus senhores, lutei contra eles e venci. E contei como pilhagem de guerra 27.280 pessoas, junto com suas bigas e os deuses em quem confiavam." 




Ora as datas dos reinados de Teglat Peleser III, de Salmanasar V, de Sargão II e de Senharibe, são praticamente exatas, sendo impossível alarga-la em cerca de meio século como exige o cômputo bíblico.



  1. Cronologia do império Neo babilônico, segundo Ptolomeu e Beroso:



   Berosus        PTOLEMAIO      DATAS (AC) 
  Nabopolassar        21 anos      21 anos       625-605 
  Nabucodonosor      43 anos      43 anos       604-562 
  Evil-Merodaque       2 anos       2 anos        561-560 
  Neriglissar         4 anos       4 anos        559-556 
  Labasi-Marduk      9 meses         -                556 
  Nabonidus           17 anos      17 anos       555-539 


2 Cronologia do Novo Império Assírio:




Adad-nirari II 912-891 aC "Filho de Ashur-Dan II"
Tukulti-Ninurta II 891-884 aC "Filho de Adad-nirari II"
Ashur-Nasir-pal II 884-859 aC "Filho de Tukulti-Ninurta II"
Salmanasar III 859-824 aC "Filho de Ashur-Nasir-pal II"  
Shamshi-Adad V 824-811 aC "Filho de Salmaneser III"
Semiramis ( Shammu-ramat ), regente, 811-808 aC
Adad-nirari III 811-783 aC "Filho de Shamshi-Adad V"
Salmanasar IV 783-773 aC "Filho de Adad-nirari III"
Ashur-Dan III 773-755 aC "Filho de Salmaneser IV"; eclipse solar 763 aC 
QUE PERMITIU AOS ASTRONOMOS A FIXAÇÃO DE SEU REINADO
Ashur-nirari V 755-745 aC "Filho de Adad-nirari III"
Tiglate-Pileser III 745-727 aC "Filho de Ashur-nirari V"
Salmaneser V 727-722 aC "Filho de Tiglate-Pileser III"

FIM DA LISTA REAL

Sargão II 722-705 aC
Senaqueribe 705-681 aC
Esarhaddon 681-669 aC
Assurbanipal 669 a 631 a 627 aC
Ashur-etil-ilani 631-627 aC 
Sin-shar-ishkun 627-612 aC
Queda de Nínive em 612 aC
Ashur-uballit II 612 aC-ca.608-605 aC reinou em Harran 




  • A cronologia egípcia e a dança dos números...


Em não havendo qualquer outra solução possível, optaram os biblistas por questionar a cronologia egípcia pertinente a vigésima segunda dinástia, procedente de Bubásti.

Afinal, estando errado nosso ponto de partida, a datação da tomada de Jerusalém pelo Sisac/ Seshonki (Setepenre Scioscenk) em 725, bem como a datação de seu próprio reinado, podemos recuar toda listagem de cálculos em meio século e po-la de acordo com as verdadeiras datas da destruição de Samaria e de Jerusalém, em 722 e 588 a C respectivamente.

Convencionaram pois os bibliolatras, em situar o saque de Jerusalem por Sisac em 975, o inicio dos reinados de Roboão e Jeroboão em 981 e o primeiro ano do reinado de Sisac por volta de 994 ou mesmo 1000 a C.

Esqueceram-se eles no entanto que fazendo recuar a lista dos reis de Israel, em meio século, deslocam os reinados de Acab e Jeú, dando vezo a outro conflito face aos registros assírios.

Pois teriamos para o inicio e o fim do reinado de Acab as balizas de 920 a 898 e para Jeú as balizas de 886 a 856 a C.

Ambos no entanto estão relacionados com o soberano assírio Shulman Ashared III que floresceu de 858 a 824 a C.

O primeiro por ter-lhe oferecido resistência em Qarqar no ano de 853 juntamente com 'Hadadidri' (Hadadeser) de Damasco.

(Donde se segue que Acab não pode ser situado meio século antes de Salmanasar III e de Hadadeser, os quais floresceram em meados do século IX a C e não no fim do décimo século)

Já o segundo, Jeú, por ter-lhe prestado vassalagem, logo após ter tomado posse do trono de Israel, o que corresponde justamente aos derradeiros anos de Salamanasar III. 

Logo o último ano de Jeú não pode corresponder ao primeiro ano de Salmanasar III, isto é a 858 a C como exige a dita cronologia recuada.

Situar Sisac, Roboão e Jeroboão no comecinho do século décimo a C implica situar Acab e Jeú meio século antes de Salmanasar, Hadadeser, Ben Adad e Hazael... ou seja em subverter por completo tanto a História da Assíria quanto a do reino de Haran/Damasco.

Seria puxar para um lado em detrimento do outro...

Se sobrar aqui faltará acolá e vice versa, tais os termos precários da dita cronologia bíblica.

Examinemos pois, apenas de passagem, as referências do antigo Testamento aos Faraós do antigo Egito com o intuito de subsidiar nossas constatações.














A respeito de Necao II, o adversário de Josias, a muito pouco a dizer uma vez que Heródoto na 'História' menciona Psamético, seu pai,  em conexão com Assurbanipal, de cujo jugo desmembrara o Egito, com auxilio de mercenários Jônios, cerca de 564. Registra ainda que durante a crise final porque passou a Assíria, Psamético poz cerco a Azoth e sustentou-o durante dezenove anos.

Após cinquenta e quatro anos de reinado foi Psamético substituido por Necao II. Isto deve ter acontecido cerca de 610/609... Eis porque ele não pode ter eliminado Josias por volta de 561, como se depreende da cronologia proposta pela Bíblia.










Já o Farao Hofra ou Apríes (Uahibre) é citado em Jeremias 44,30 como sendo contemporâneo ao exílio dos judaítas.


Efetivamente ele reinou de 589 a 570 a C.


Donde se segue, necessariamente, que Jerusalém não pode ter caído depois de 570...








Outro Faraó é citado no relato bíblico sobre a queda de Samaria:


Contra ele subiu Salmaneser, rei da Assíria; e Oséias ficou sendo servo dele, e pagava-lhe tributos.
Porém o rei da Assíria achou em Oséias conspiração; porque enviara mensageiros a Só, rei do Egito, e não pagava tributos ao rei da Assíria cada ano, como dantes; então o rei da Assíria o encerrou e aprisionou na casa do cárcere. 

2 Reis 17:3-4




Isto significa que Samaria foi destruida por Shulman Ashered III, estando Osorkon a testa do Egito.

Trata-se certamente de Osorkon IV Aakhepere, que parece ter subido ao trono em 723 ou Usimare Osorkon III que floresceu em 730.

Pois Osorkon I reinou de 923 a 902 enquanto Osorkon III parece ter reinado de 845 a 816. Que são datas incompatíveis no que diz respeito a queda de Samaria.


Implica a cronologia faraônica que Samaria tenha caido entre 730 e 715, quando reinaram os dois últimos Faraós de nome Osorkon.

Não pode pois Samaria ter subsistido após a última data, até 680 ou 670...

Pois nenhum Faraó de nome Só, floresceu naqueles dias (após 715).

















Além de Sisac, Necao, Hofra e Só, aludem as escrituras judaitas a Tararka.


No contesto do cerco de Jerusalém por Senharibe, sob Ezequias rei de Judá (700)

Quando o jovem Tararka, filho de Pianki, sequer era Faraó, mas, muito provavelmente comandante das tropas.

Tararka parece ter assassinado seu parente Shabataca cerca de 698 - A MENOS QUE SENHARIBE TENHA POSTO CERCO A JERUSALÉM EM 698, O QUE É PERFEITAMENTE POSSÍVEL - e governado até 669 

Donde se segue que Ezequias não pode ter começado a reinar cerca de 677 pois neste caso seu décimo quarto ano (pertinente ao cerco de Jerusalém) corresponderia a 663... estando morto á já o Faraó Tararka.













Resta-nos arrematar esta demonstração situando o Sisac/Seshonk em seu devido lugar:


Aqui 'Federico A Arborio Mella' in 'O Egito dos Faraós'>




"Seshonk - 944 a 923




Entre ele e Ramsés XI - que floresceu em 1087 - há 112 anos determinados para 5 Faraós. Sobram 38 anos, mas... temos os nomes de o2 (dois) faraós Herihor e Pinegiem.


Conclusão: É impossível abrir alguma brecha na cronologia faraônica fazendo-a retroagir em meio século.


Donde se segue, necessariamente, que toda cronologia posterior a Sisac esta errada, na medida em que conduz-nos a 681 - 670 quanto a tomada de Samaria e a 539/539 para a destruição de Jerusalém.


Com um excedente de meio século.






3 - Cronologia das vigésima segunda a décima sexta Dinastia:




Vigésima segunda dinastia:







Shoshenk I (Hedjkheperré setepenré)945 – 924 a.C.
Osorkon II (Sekhemkheperré setepenré)924 – 890 a.C.
Shoshenk II (Hedjkheperé setepenré)890 – 883 a.C.
Takelot I (Usermaatré setepenamon)883 – 874 a.C.
Osorkon III (Usermaatré setepenamon)874 – 855 a.C.
Takelot II (Hedjkheperré setepenré)860 – 835 a.C.
Shoshenk III (Usermaatré setepenamon)835 – 783 a.C.
Pamiu (Usermaatré setepenamon)783 – 773 a.C.
Shoshenk V (Aakheperré)773 – 735 a.C.
Osorkon V (Aakheperré setepenamon)735 – 712  a.C.







Vigésima quinta dinastia:




NomeDataComentários
Kachta (Nimaatré)770 – 750 a.C.Governou a Núbia e a área de Tebas.
Peye (Usermaatré)750 – 712 a.C.Governou a Núbia e a área de Tebas.
Shabaka (Neferkaré)712 – 698 a.C.Governou a Núbia e todo o Egito.
Taharka (Khunefertumré)698 – 664 a.C.Governou a Núbia e todo o Egito.
Tanutamon664 – 657 a.C.Governou a Núbia e todo o Egito.




Vigésima sexta dinastia:



NomeDataComentários
Necao I672 – 664 a.C.
Psamético I (Uahibré)664 – 610 a.C.
Necao II (Wehemibré)610 – 595 a.C.
Psamético II (Neferibré)595 – 589 a.C.
Apriés (Haaibré)589 – 570 a.C.
Amásis (Khenemibré)570 – 526 a.C.
Psamético III (Ankhkaenré)526 – 525 a.C.






  • Conclusão:


"No ano vigésimo primeiro de seu poder o rei - Nabupolassar - permaneceu em seu país. Nabucodonozor o seu filho primogênito, o príncipe herdeiro, mobilizou o exército da Babilônia e assumiu o comando." Registra Beroso na 'Crônica dos reis caldeus'
A partir deste registro temos como calcular a data da tomada de Jerusalém com precisão quase que absoluta.


Partindo de referências cronológicas absolutas ou seja de revoluções solares e lunares ou seja de eclipses.


Segundo eram metodicamente registradas pelos sacerdotes babilônicos.


Pesemos pois as evidências:



  • Evidência 01:
Canon de Ptolomeu. 

Depara-mo-nos desta fonte com uma eclipse lunar ocorrida no quinto ano de Nabupolasar.

Esta eclipse foi situada com absoluta precisão pelos astrônomos no ano de 621 a C, logo Nabupolasar principiou a reinar cerca de 626 a C. 

Até cerca de 606...






  • Evidência 02:

Inscrição número dezoito de Nabonido: Refere esta inscrição a eclipse lunar ocorrido a na madrugada do dia 13 do mês Elul.

Este eclipse foi datado com precisão pelo estudioso  Hildegard Lewy
e situado a 23 de setembro de 554 a C.


Inferia-se da mesma inscrição que a filha de Nabonido havia sido nomeada sacerdotiza do deus da lua, Sin, cerca de dois anos após a ascensão de seu pai.


Esta dedução foi confirmada no ano de 1969 pelo Dr W G Lambert, cuja tradução de alguns tabletes pertinentes ao reinado de Nabonido referiam que sua filha fora nomeada sacerdotiza dos deus da lua, antes do terceiro ano de seu poder...


Logo o primeiro ano de Nabonido corresponde a 555 a C.


Daí situarmos o primeiro ano de Nabupolasar em 627-625 e Ciro em 539.



  • Evidência 03 

A inscrição de número 08, conhecida por 'Estela de Hillah', encontrada na última década do décimo nono século e publicada no ano de 1896.

Tratasse duma verdadeira tábua de registros astronômicos, pertinentes ao tempo de Nabonido, a começar pelo primeiro ano de seu poder.

Segundo o já citado Hildegard Lewi  'A única vez em que esta configuração ocorreu, foi durante um período de três dias entre os dois Simanu e 6 Simanu de que corresponde de  31 maio a  4 junho de 555 a C, durante este período, de fato, as estrelas fixas listadas pela inscrição foram vistas no céu durante a  noite.'


  • Evidência 04




A inscrição H 1 B de Nabonido conhecida por Estela de Adda Guppi.

Descoberta em 1956, contem uma biografia completa da mãe de Nabonido Adda Guppi contendo referências a duração do reinado de diversos reis assírios e babilônicos.

Eis as palavras postas na boca da rainha mãe:

"No ano 20 de Assurbanipal, rei da Assíria, eu nasci, até o ano 42 de Assurbanipal, o terceiro ano de Assur-etillu-ili, seu filho, o 21 ano de Nabopolassar, o ano 43 de Nabucodonosor, o segundo ano de Awel-Marduk, do quarto ano de Neriglissar cheguei aos 95 anos, graças a Sin, rei dos deuses do céu e da terra..."


E arremata:

"Assim de Assurbanipal, rei da Assíria, até o nono ano do rei Nabu-n'id de Babilônia, meu filho, o produto do meu útero, tenho vivido 104 anos de felicidade com a benevolência de Sin, o rei deuses."

Nono ano de Nabonido 546 a C.

Cento e quatro anos 650 a C que corresponde ao décimo oitavo ano de assurbanipal...

Fica pois confirmada a data de 588/587 (décimo oitavo ano de Nabucodorosor) para a queda de Jerusalém e de 539/538 para a conquista da Babilônia por Ciro, o persa.



Fica pois demonstrada ao amigo leitor a leviandade com que os fanáticos religiosos manipulam a História situando a queda de Jerusalem antes ou depois de 589 - 587.

E certificada a falibilidade da cronologia bíblica pertinente aos reinos de Judá e de Israel.


















































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