Resposta de Voltaire ao fundamentalista inglês Haskewill segundo o qual a cultura hebraica fora em tudo superior a civilização greco-romana e responsável pelo descobrimento das principais artes e ciências.
"Pretendeu um escritor, chamado, creio, Pluche, promover Moisés a categoria de físico. Já antes dele um outro procurou concilia-lo com Descartes dando a estampa o "Cartesius mosaizans".
A dar-lhe fé Moisés foi quem primeiro concebeu os turbilhões e a matéria sutil.
É no entanto por demais sabido que Deus, fazendo de Moisés um grande legislador e profeta nem sequer lhe passou pela cabeça fazer dele mestre de física.
Moisés ensinou os hebreus quais os seus deveres, mas não disse uma palavra sobre filosofia.
Calmet, que compilou tudo que é lenda, sem jamais raciocinar fala num 'sistema dos hebreus'.
Porém esse povo grosseiro jamais teve sistema algum.
Nem sequer possuia escola de geometria.
O termo era grego para eles...
Deparam-se em seus livros algumas idéias obscuras, incoerentes e dignas em tudo e por tudo de um povo bárbaro, sobre as estrutura do céu..." in D F pp 104
Desenvolvimento -
Aqui o testemunho objetivo dos fatos corrobora plenamente as afirmações do pensador francês sem que haja aqui preconceito algum, apenas História.
Assim devemos compreender e saber que toda produção humana é cultural, sem cair no funesto erro de atribuir idêntica significância a todos os fatos ou produções culturais. Tanto em sentido material ou técnico quanto em sentido ético ou teórico tem a humanidade evoluído ou feito significativos avanços no terreno da cultura.
Dizer que não existe diferença alguma entre a cultura em que estamos inseridos e dos aborígenes australianos, dos bosquímanos, dos
Assim devemos compreender e saber que toda produção humana é cultural, sem cair no funesto erro de atribuir idêntica significância a todos os fatos ou produções culturais. Tanto em sentido material ou técnico quanto em sentido ético ou teórico tem a humanidade evoluído ou feito significativos avanços no terreno da cultura.
Dizer que não existe diferença alguma entre a cultura em que estamos inseridos e dos aborígenes australianos, dos bosquímanos, dos
Os antigos hebreus, como tantos e tantos outros povos jamais se destacaram nos ramos da ciência e da arte.
Os que sustentam a tése contrária é que o fazem por puro preconceito baseados na falsa premissa de que constituiam um povo sagrado, eleito e especial.
Dominados por uma concepção mágico/fetichista de mundo anologa a que anima os povos primitivos e nossos fundamentalistas os hebreus não descobriram por assim dizer ramo algum do conhecimento.
Todo escolar medianamente ilustrado esta farto de saber que a maior parte das artes e ciências foram inventadas ou descobertas pelas antigos gregos.
Consultem se assim o desejarem a obra magistral de Farrington "The greek cience."
Admitamos, grosso modo, que os antigos egipcios, indianos e maias compartilhasm a sublime glória de terem descoberto as matemáticas, que os mesmos egipcios iniciaram o estudo da medicina, que os chineses encetaram a filosofia ou a moral e que os caldeus encetaram a astronômia de par com a astrologia. A contribuição dos pré helenicos não passa disto, não vai além...
A matemática, a medicina, a moral e a astronômia foi tudo quanto produziram, e, mesmo assim, os gregos, que lhas herdaram lhas fizeram progredir em larga medida.
Fora isto deram a luz: A dialética (Zenão de Eléa), a Lógica (Aristóteles), a metafísica (Tales/Anaximandro), a ontologia (Parmênides), a física (Leucipo/Democrito), a Psicologia (Aristoteles), a Ciência Política (iden), a sociologia (Dicearco de Messina/Polibios), a teoria musical (Pitagoras/Aristoxenos), a Arquitetura (Hipodamos de Mileto), a mecânica (Straton/Arquimedes), a gramática (os alexandrinos), a Zoologia (Aristoteles), a Botânica (Teofrasto), a didática (Hípias de Élis)... praef.
Consideremos ainda as contribuições de um Euclides no campo de matemática, de um Hipócrates no campo da medicina, de um Aristarco ou de um Hiparco no campo da astronômia, de Antistenes no campo da moral...
E podemos fazer uma pálida idéia sobre o quanto os antigos gregos enriqueceram o patrimônio científico da humanidade.
Mais fascinante ainda é saber que passando ao terreno da arte ainda nos deparamos com o espírito helênico a dianteira da civilização, seja com Zeuxis ou Fídias... Se contemplais a Hagia sophia ou o Domo da rocha lá está algo deste espírito...
Diante de tais fatos haverá alguém tão louco a ponto de postular a superioridade dos antigos hebreus com relação aos antigos gregos nos domínios da ciência e da arte?
É lamentável que a história desse povo atrasado faça parte efetiva de nossos curriculos escolares por conta de preconceitos toscos de ordem religiosa.
Mais lucrariamos estudando o contributo dos antigos chinezes em todos estes campos. Entretanto desprezamos uma cultura tão vasta e tão rica quanto a cultura da antiga China tudo porque ela não nos ensinou que deus aprova sacrifícios humanos, roubo de terras e outros crimes...
Enquanto Hipocrates fazia suas experiências e depois quando Dioscorides compunha sua matéria médica os hebreus ainda empregavam emplastros de figos! Entretanto nossos fundamentalistas empregam pomada de beladona... ou recorrem ao bisturi!
Tampouco lavam suas feridas com azeite e vinho ou procuram dormir para sarar de quaisquer doenças...
Reza o Talmud que cada estrela do céu era empurrada por um anjo...
Os hebreus sequer sabiam edificar e enfeitar a um templo tendo de pedir ao rei idólatra Hiran de Tiro que lhes fornece-se todos os peritos em arquitetura, orivesaria, pintura, escultura, etc Porque eram uns bárbaros récem saidos do deserto e não conheciam estas coisas...
E posteriormente quando recosntruiram seu templo tiveram de contar com a ciência e o apoio dos persas... e no tempo de Antíoco ainda eram refratários a todo e qualquer avanço no campo das artes e ciências.
No tempo do rei messias já sabiam calcular chuvas e estiagens, mas não passavam disto, sua mentalidade teologica lhes tolhia os passos na vereda do conhecimento.
Entretanto trata-se dum povo de rara vivacidade e fino intelecto.
Por isso que nos tempos modernos o judaismo forneceu uma pleiade de sábios e homens de ciência - a começar pelo divino Spinosa cuja memória é imperecivel - todos entretanto, e sem excessão, refratários a instituição religiosa de seus pais e antepassados. Os israelitas só passaram a contribuir poderosamente no que diz respeito a construção da ciência moderna na medida em que se apartaram das concepções mágico/fetichistas presentes em seus livros sagrados e em que aderiram ao naturalismo helênico, condição 'sine qua non' para que a ciência surja e se desenvolva.
Pois a visão sobrenaturalista ou supersticiosa destrói a ciência no berço ou impede seu desenvolvimento.
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