Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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domingo, 21 de dezembro de 2008

SÉRIE 'ERROS DO VELHO TESTAMENTO': O MITO SOBRE A ORIGEM DA VIDA.

"PORVENTURA CARECE DEUS DAS VOSSAS METIRAS PARA QUE EM SUA DEFESA FALEIS COM FRAUDE?" palavras verdadeiramente inspiradas e divinas de Jó (13,7)...




I - Fixismo e intervencionismo






Da leitura do livro do gênesis depreende-se muito facilmente que todas as formas de vida foram criadas magica e imediatamente pela divindade: prontas, acabadas e imutáveis, é o que chamamos de fixismo... (vejam como até combina com fetichismo)




O criacionismo para ser coerente e fiel deverá ser necessariamente fixista, postular o cárater estático de todos os seres vivos e contrariar audaciosamente a realidade corroborada dia após dia pelos fatos, refiro-me aquelas transformações a que os seres vivos estão sujeitos no decorrer do tempo e que tem dado origem tanto a certo número de espécies vegetais, quanto a certo número de raças de animais.




A teoria oposta, corroborada pelos fatos, chamar-se-a transformismo; enquanto admite a realidade daquelas transformações porque a vida tem passado, mudando sucessivamente de formas ou evolucionismo, enquanto as formas mais simples (unicelulares) sucedem-se formas cada vez mais complexas (pluricelulares). A este aumento gradativo do índice de complexidade dos seres chamamos propriamente de evolução.




Segundo a narrativa genesiana não há qualquer relação entre a matéria bruta ou amorfa e a vida.




A vida é produto duma criação totalmente a parte, algo de absolutamente novo e produzido diretamente pelo Supremo Ser. A mesma afirmação pode ser aplicada a vida humana, afinal para os fanáticos religiosos o homem não é um animal e sequer possui qualquer tipo de parentesco com eles em que pesem as recentes descobertas no campo dos gênes...


Afinal os sectários não enchergam os gênes e chegam a desconfiar de sua existência. Genética o que! Bradam eles, prefiro ficar com a Bíblia... por ai se calcula a que nível pairam os pensamentos destes pobrezinhos... eles só são capazes de compreender as puerilidades do Hexameron, quanto aos gênes, sejam dominantes ou rescesivos...




Segundo a mitologia hebraica o homem, ou melhor, seu corpo, não procede dos organismos inferiores por via de aperfeiçoamento ou evolução, pelo que demandou mais uma interferência da parte de deus, sendo produzido de uma só vez com todas as caracteristicas atuais...




Nem a vida tem relação com o substrato material sobre o qual veio a desenvolver-se, nem o corpo humano tem qualquer relação com as formas de vida inferiores que lho precederam. Tudo aqui é muito bem fechado em compartimentos estanques... e cada novidade representa uma nova interferência da parte de deus...




Até mesmo parte daqueles que não encaram literalmente o gênesis e que não encaram as escrituras como livro de ciências, admite tais intervenções supondo que após produzir a matéria Deus teria produzido sucessivamente a vida e o corpo humano em três momentos diferesntes e separados uns dos outros. Pois para eles há um abismo intransponivel entre a matéria e a vida, e outro abismo intransponivel entre a vida animal e uma estrutura vital capaz de dar suporte a vida psiquica, caracteristica do fenômeno humano... Assim sendo quando apresentamos uma linha reta dos atomos e moléculas ao desenvolvimento do cortéx cerebral, mesmo as almas mais fortes acabam torcendo seus narizes




Assim não admitem qualquer relação de causa entre matéria e vida ou entre a vida e o corpo humano. Pois admitir a primeira relação seria admitir a tése da abiogenese - comumente admita pelos antigos gregos e pelos escolásticos até meados do século XVII - mil vezes refutada por Redi, Spallanzani e Pasteur; enquanto que admitir a segunda seria rebaixar o nível do ser humano a condição animalesca ou simiesca, como costumam dizer... de minha parte, sempre lamentei, pelos macacos é claro. Pois não merecem estar aparentados com criaturas tão cinicamente mentirosas e com seres tão obstidamente boçais...




II - Deus como produtor imediato da vida: uma nova apologética teísta






Quanto a geração expontânea ou abiogenese - admitida sem quaisquer problemas até o décimo sétimo século - foi descartada; os fatos aparentemente parecem dar razão aqueles que sustentam a criação direta da vida por um poder Supremo, ou uma segunda intervenção, já quanto a questão dos seres infeirores e do ser humano, tudo isto não passa de puro e simples preconceito como veremos mais adiante.




Após as citadas experiências de Redi e particularmente após as de Pasteur, a apologética religiosa seja romana, protestante ou espirítica passou a alegar a existência da vida como prova duma intervenção superior, e, logo, da existência de Deus. Segundo criam a existência da vida diante da impossibilidade absoluta da geração expontânea PROVAVA INDUBITAVELMENTE A EXISTÊNCIA DE UMA MENTALIDADE TRANSCENDENTE. Foi graças a tais padrões de pensamento que surgiram seis, sete, oito, nove ou mais 'vias'... sendo que a cada dia lançavam um novo pavimento a construção de Aquino...


(Extranho modo de se provar a existência de um Ser imensamente Sábio: multiplicando suas intervenções ou reparações no plano natural...)





III - Sexta via: o advento da nova escolástica...






ESTARIAMOS POIS DIANTE DUMA NOVA PROVA, IGNORADA PELOS SISTEMÁTICOS GREGOS E MESMO PELOS ESCOLÁSTICOS: A VIDA.




A VIDA EXISTE, GRITAVAM ELES, LOGO DEUS EXISTE.




OUTROS IAM AINDA MAIS ALÉM E ENCARAVAM A VIDA COMO UMA PROVA INCONTESTÁVEL SOBRE A EXISTÊNCIA E A IMORTALIDADE DA ALMA.




Nossos espiritualistas e religiosos sequer sabiam o que era a vida e já faziam dela uma 'prova' definitiva e irretorquivel no que concerne a existência de Deus e da alma humana. Quem mais perdeu com essa metafísica de botequim foram a espiritualidade e a religião e quem mais auferiu lucros foi o ateismo cujos representantes, com plena razão, morrem-se de rir diante de tais obcenidades inteletuais...




Hoje compulsamos diversos exemplares desta apologética 'magistral', como Hume compulsava certos compêndios de metafísica produzidos pelos escolásticos, a ponto de recomendar a leitura de tais obras como um caminho seguro para o ceticismo e a incredulidade e como Kant que indicava-as a seus amigos como sendo um remédio infálivel contra a insônia... Caso os escolásticos não façam juz a tais críticas a apologética moderna certamente faz...




Diante do imenso abismo que há entre a matéria bruta e as formas mais complexas de vida, - capazes de servir como substrato a uma forma de vida ainda mais complexa: a vida psiquica - as sumidades, enchiam as bocas e pontificavam: "Nemo datis quo nom habet" (ninguém pode dar ou comunicar aquilo que não possui) querendo significar que entidades isentas de vida jamais seriam capazes de comunica-la aos seres vivos...




Estamos mais uma vez diante de um principio absolutamente verídico e certo, e no entanto, inadequadamente aplicado a realidade; ou seja aplicado com abuso e agravo.




Como duvidar de que caso não tenha comigo uma barra de chocolate ou qualquer possibilidade de consegui-la não poderei da-la a meu filho quando pedir. Não poderei dar-lhe chocolate, pão, biscoito, leite, arroz ou qualquer outra coisa a menos que tenha tal coisa comigo em meu poder.




Não posso dar aquilo o que não tenho ou não possuo, mas somente o que tenho comigo sob o estado de posse.


Não posso ensinar senão aquilo que sei e não posso explicar senão aquilo que compreendi. Duvidando não posso encaminhar os demais a certeza, ignorando não posso postular o que seja conhecimento e errando não posso ministrar a verdade...




Tal princípio está acima de qualquer discussão.






IV - O problema da vida: em busca de uma definição...







Todavia para que pudessemos aplica-lo a vida, e com absoluta certeza, deveriamos primeiramente saber o que é a vida e defini-la em termos bastante simples. Pois se não sabemos nem podemos definir claramente o que seja a vida como poderiamos tecer silogismos em torno dela? Seria construir castelos no ar...



"Como saber o que é a morte se sequer sabemos o que é a vida?" questionava o sábio chinês já a dois milênios e meio...




Grosso modo ainda não sabemos com certeza absoluta o que seja a vida, embora estejamos bem mais próximos de vir a sabe-lo do que nossos pretensiosos antepassados que sequer eram capazes de decompor a própria urina...


Estamos pois autorizados a apresentar o cádaver como 'uma unidade que deixou de realizar aquilo que chamamos de metabolismo.' (cf Salomão Jorge, in "A estética da morte' - S Paulo, 1964 cap I pp 01)


Da ausência de respiração, decorre a morte do cérebro ou o aparecimento de algum dano irreparável, em que pese a continuidade dos batimentos cardíacos... por isso dizia Shakespeare: "alguns morrem já mesmo em vida..." pois o coma irreversível é ante-sala da morte...


Paralisados o cérebro e o coração temos já a cessação de todo metabolismo, a aniquilação da vida e o domínio absoluto da morte. Destarte o sangue parando de circular, corrompe-se e as cerca de 100 trilhões de células que compõe este agregado principiam a morrer por falta de oxigenação... somente um mês após a falência do complexo é que morrem as derradeiras células daquilo que já é um cádaver...





V - No labirinto do vitalismo...







Via de regra, os apóstolos da 'criação da primeira célula ou forma de vida' (todos transformistas ou evolucionistas evidentemente) são vitalistas conscientes ou inconscientes supondo que a vida seja algo totalmente diverso da soma de capacidades particulares do corpo ou da ação conjuta e harmoniosa dos orgãos. Postulando que a vida seja um fenômeno simples - quando sabemos que é manifestação de diversas capacidades que interagem entre sí, ou seja um fenômeno assaz complexo e irredutivel a definições de fácil assimilação - os vitalistas desenvolveram uma metafísica das mais simplórias... Ignorando a semelhança que há entre a atividade dos organismos superiores e as máquinas, os 'vitalistas' supõe que haja um principio de ordem diversa (quiça imaterial) responsavel por comunicar a vida a tais organismos.




Podemos pois afirmar que o elemento vital introduzido por Bichat no terreno da zoologia nada mais é do que o espírito ou a alma disfarçada... Como irreligiosos mas infensos ao materialismo ou como crentes dominados por uma religiosidade tanto mais esclarecida, tais homens não podiam ou não queriam contentar-se com as afirmações tão solenes de nosso Senhor Jesus Cristo sobre a existência da alma. Como Platão eles desejavam demonstrar sua existência, adicionando por sinal uma nova prova, pautada na vida corpórea em cujos primórdios podiam divisar igualmente a ação de Deus, ação que Platão e os antigos restringiam as faculdades psiquicas...




Naturalmente que qualquer espiritualista ou religioso assinaria em baixo a teoria vitalista identificando o tal 'elemento vital' com a alma ou o espírito humano. Por outro lado alguns metafisicos não muito profundos ficaram bastante impressionados com a nova descoberta e suas possibilidades...




Associado ou até mesmo confundido com a vida, encarada como um epifenomeno seu, o tal elemento opõe-se decididamente aquele realismo naturalista que para muitos cheira já a materialismo.




Porquanto o espírito que se manifesta através de nossa vida psiquica não pode proceder da matéria bruta... tampouco a vida ou o fenômeno vital, o qual também suporia a atuação de um espírito produzido por Deus...




VI - Da relação existente entre o espírito e o corpo e a causa da vida.






Destarte, a questão fica posta nos sequintes termos: PARA QUE HAJA VIDA É NECESSÁRIO QUE HAJA UM 'ELEMENTO' VITAL OU ESPÍRITO DISTINTO DAS REAÇÕES BIOQUIMICAS, NO CASO, IMPOTENTES PARA PROVOCA-LA OU EXPLICA-LA?




Não estou bancando o materialista ou negando a existência ou a imortalidade do espírito, mas indagando com toda a boa fé se A VIDA É DE FATO UMA PRODUÇÃO OU MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO, OU APENAS E TÃO SOMENTE UMA CONDIÇÃO PARA QUE ESTE POSSA VIR A EXISTIR E A MANIFESTAR SUAS POTENCIALIDADES. SEQUER ESTOU AFIRMANDO A VIDA COMO CAUSA MATERIAL OU FORMAL DO ESPÍRITO, MAS COMO SIMPLES CAUSA CONDICIONAL. NESTE CASO A VIDA TERIA PRIORIDADE FACE AO ESPÍRITO OU A VIDA PSIQUICA...




É O ESPÍRITO QUE MANTEM A VIDA OU A MANUTENÇÃO DA VIDA ORGÂNICA QUE POSSIBILITA A EXPRESSÃO DO ESPÍRITO E SUA AFIRMAÇÃO NO MUNDO?




É A VIDA UM FENÔMENO PURAMENTE NATURAL MANTIDA POR UM MECANISMO PRÓPRIO E QUE SERVE DE VEICULO PARA O ESPÍRITO OU UMA FENÔMENO PROVOCADO POR ELE?



QUEM PRECEDE A QUEM? O ESPÍRITO A VIDA OU A VIDA AO ESPÍRITO?



É forçoso observar que quando falamos em prioridade ou presciência, não nos referimos ao tempo, pois segundo S Gregório de Nyssa: "Nem o corpo é anterior a alma, nem a alma ao corpo, pois vieram a existir juntamente." in Da alma e da ressurreição




A prioridade ou a presciência a que nos referimos é de determinação. É a preparação do corpo que determina a produção do espirito ou a preparação do espírito que determina a formação do corpo?




Nem precisamos torrar os miolos para concluir que o espírito sendo simples não pode ser preparado... o corpo no entanto bem como a vida, enquanto entidades ou fenômenos compostos não só podem ser preparados e produzidos como de fato o são por livre disposição de nossos progenitores segundo a lei natural.




É a relação sexual que dá príncipio a vida, propiciando a união entre o espermatozóide e o óvulo e a formação do zigoto, formação que determina o surgimento expontâneo - por decreto divino - ou a emanação ou a introdução do espirito, se presumir-mos que em alguns casos possa retornar e adquirir um novo corpo. Seja como for o espírito, mesmo admitindo que preexista, jamais provoca a formação do corpo e da vida, antes conta com essa formação e dela depende. No exato instante porém, em que surge a primeira forma do corpo (o zigoto) e com ela o ciclo da vida; agrega-se-lhe o espírito.



O espírito associa-se ao fenômeno natural da vida, embora não possamos dizer que haja causação.


O CORPO É PREPARADO POR ELEMENTOS SIMPLES, JÁ VIVOS, E QUE POR CONSEQUÊNCIA COMUNICAM-LHE A VIDA, SEM QUALQUER NECESSIDADE DE UM ESPÍRITO OU DE UM ELAN VITAL.


É o espírito que precisa e depende da vida para constituir-se como ser pessoal e único e não o contrário. A vida poderia certamente subsistir sem qualquer espírito embora isto não se suceda na realidade pelo simples fato de estar posta para o desenvolvimento e cultivo do mesmo.



Particularmente não posso crer que a vida seja causada ou mantida por um espírito, uma alma ou um elan vital, mas que tendo sido - a vida - provocada por causas puramente naturais (logo efeito delas), possibilite o surgimento e o aperfeiçoamento do Espirito. Assim podemos comparar a vida corpórea a um cavalo ou a um camelo, cuja existência não tendo sido provocada pelo homem, fornece-lhe no entanto a condição necessária para montar...



Destarte tanto podemos abandonar nossas montarias por vontade própria ou impossibilidade de nossa parte; quanto por algum problema ou defeito que venha acomete-las e a comprometer a utilidade das memas...






VII - Reflexão em torno das causas da morte






TAL A QUESTÃO PERTINENTE A CAUSA DA MORTE:




O homem morre porque O CONDUTOR DA MONTARIA OPTOU POR DESMONTAR E ABANDONA-LA OU PORQUE UM DEFEITO QUALQUER COMPROMETEU A EXISTÊNCIA OU CAPACIDADE DA MONTARIA? É O ESPÍRITO QUE DECIDE QUANDO QUER ABANDONAR OU CORPO E DESTRUIR A VIDA OU O CORPO QUE VINDO A GASTAR-SE E A DESFALECER PROVOCA A DESERÇÃO DO ESPÍRITO? QUEM PROVOCA A MORTE, O ESPÍRITO OU O CORPO?



Penso que o povo, postulando que a separação do espírito e do corpo ocasiona e implica na morte ou seja na cessação da vida, inverteu a realidade


Longe vão os tempos em que Vieira podia exclamar: "Quereis saber o que é a morte, observai um corpo sem alma." (donde se infere que a vida era considerada como manifestação ou epifenômeno da alma), sem que qualquer ouvinte ousa-se impugna-lo.

Ponderando que caso o espírito fosse Senhor da vida e causador da morte ser-lhe-ia possivel abandonar o corpo no momento em que decidi-se faze-lo e sem o menor esforço provocar sua morte e acarretar sua destruição. A simples deliberação ou ordem da alma acarretaria o fatídico divórcio produzindo a cessação dos impulsos vitais. Mal a vontade aspira-se pela morte e já o homem lograria consuma-la sem maiores esforços.


E no entanto ao menos comumente, tal não se sucede, sendo a realidade da morte bem outra.



Não quero nem posso ignorar que o espírito deprimido que aspira pela morte seja capaz de destruir o corpo lentamente até fazer cessar a vida. Mas isto só vem a corroborar nossa teoria: enquanto há vida, vigor e saúde o espírito não pode desprender-se facilmente do corpo. Só lhe é dado provocar o desprendimento imediato quando faz suprimir violentamente a vida ou seja quando atenta contra ela, danificando o corpo através do suicidio. Por força de simples vontade ou impulso interno oriundo do espírito não se concretiza a morte!


Logo, para desprender-se o espírito deve antes de tudo, matar o corpo e aniquilar a vida... em não matando o corpo e destruida a vida não consegue desprender-se...



Donde se infere muito logicamente, que, se o liame da vida não pode ser rompido por determinação e vontade do espírito, é justamente porque a vida não foi causada ou produzida por ele, donde se conclui que não pode ser definida ou apresentada como simples manifestação sua.



Pois caso tivesse produzido a vida seria capaz de poder suprimi-la quando quizesse sem recorrer aqueles meios violentos ou destrutivos que acarretam tanta dor e desconforto, sem falarmos na terrivel hesitação produzida pelo instinto.



Também não posso deixar de mencionar aqueles homens, que submetidos a uma determinada experiência - narrada se bem me lembro pelo Silva Mello no já citado livro dos mistérios - cujo fim era faze-los crer que estavam morrendo, acabaram morrendo de fato. Destarte o engano a que haviam sido submetidos redundou na destruição da vida, na morte do corpo e na libertação, como dizem do espírito. Direi que o espírito daqueles homens desejava a separação e a morte?



O máximo que podemos afirmar ou supor é que como condenados a morte que eram, resignaram-se a aceita-la.



Ousareis dizer-me no entanto que o corpo deles não foi atingido ou atacado?



Certamente os corpos de tais homens foram atingidos sim, pela crença, pela emoção provocada por ela, pelo aumento da pressão sanguinea causada pela emoção e pelo colapso cardíaco provocado pelo aumento da pressão.


Tudo parece indicar que o principio da morte de tais homens foi a crença por parte do intelecto de que de fato o corpo estava sendo destruido e a vida aniquilada, crença responsável por provocar justamente os efeitos responsáveis pela destruição do corpo e a cessação da vida.


E no entanto tal peleja contra o corpo - que sendo como era o corpo de um detento deveria estar bastante depauperado - não foi decidida pacifica e serenamente num instante. Houve uma luta entre o corpo e o espírito, ao cabo da qual o espírito venceu aniquilando o corpo e saindo dele.



Forçoso é concluir que esta indução artificial, demonstrou a grande força que o espírito possui face ao corpo, a ponto de sob certas circunstâncias - como fragilidade corporal ou má formação dos orgãos, quiçá do coração - comanda-lo, lutar com ele e destrui-lo; fazendo cessar a vida. Penso todavia que sem a concorrência de certas circunstâncias de fundo somático tal não possa se dar, sendo sempre límitada a ação do espírito sobre um corpo vigoroso, perfeito e saudável.


Mesmo porque naquele estado de natureza que constitui o mundo real, parece que fatos como estes são extremamente raros. Ocorre-me aqueles que teem morrido de medo ou de terror... penso no entanto que alguma predisposição por parte do corpo ou má formação dos orgãos, quiçá do coração, favoreça tal esforço por parte do intelecto imanigativo. Destarte nenhum destes eventos ocorre a revelia do corpo e de suas condições mas na dependência dele e em colaboração com ele.


No estado de natureza a resistência de um corpo saudável e vigoroso, face a vontade destrutiva do espírito não pode ser menosprezada... por vezes a batalha entre um e outro dura muitos anos, até que o corpo esgotado desce a sepultura e se dissolve, enquanto o espirito, sendo simples, segue rumo a sua destinação, como diziam os antigos assirios... Aqui a vontade triunfou mas não num instante ou num momento como se a vida estivesse nas mãos do espírito ou sob seu controle.



Convem salientar ainda que muitas vezes e talvez na maioria das vezes, a determinação negativa do espírito ou como se diz a angústia, a depressão e o instinto destrutivo; são provocados por hormônios lançados na corrente sanguinea por glândulas desreguladas... tal a depressão de origem somática...


A honestidade constrange-nos mais uma vez a admitir que em certo número de casos, a segregação dos hormônios seja determinada por uma emoção negativa ou um estado de ânimo destrutivo... Assim, mais uma vez, ao menos nos casos anormais ou patológicos; afirma-se a interação ou a ação reciproca do corpo sobre a alma e V V.



O estado de normalidade psiquica todavia parece indicar-nos a prevalência do corpo face a vontade da alma e sem apelação.



Na medida em que a o espírito jovial combate decididamente face a doença e a depauperação do corpo, optando por viver. Pessoalmente jamais vimos qualquer aidético ou canceroso sobreviver muito tempo sem a mediação de remédios ou de tratamentos... por outro lado, nós mesmos acompanhamos alguns pacientes, que associando a terapia a uma grande vontade de viver, lograram viver o quintuplo do tempo assinalado pelos médicos.


Destarte a vontade de viver pontencializa a ação dos medicamentos ou a produção de anti-corpos, enzimas, hormônios, etc dando vezo a uma batalha que pode prolongar-se por muito tempo, alargando a vida do paciente para muito além de todos os prognósticos... Alguém já disse que a primeira tarefa de uma moléstia mortal é destruir a vontade que o enfermo tem de viver e que tudo se decide no exato momento em que o enfermo abdicou dela.


Chegamos assim e mais uma vez, a interação espírito - corpo que não parece dar qualquer tipo de vantagem ao segundo elemento...


Grande parte dos casos patológicos sejam psiquicos ou físicos, parecem apontar sempre a interação corpo-espirito tanto nos casos de recuperação, quanto nos de piora.





Resta-nos investigar os casos de morte súbita ou fulminante - provocados por causas internas ou externas - e indagar se em tais casos a vontade humana foi capaz para manter a vida...



De tudo quanto temos lido sobre as consequências do infarto fulminante, parece-nos que o corpo logra destruir a vida sem fazer caso de qualquer determinação interna do espírito ou da vontade, o que também acontecer em mais da metade dos AVCs... Só em 2010 20% dos obitos foi causado por infartos e avcs e outros 10% por diversas formas de acidentes e violências que tampouco fizeram caso da vontade daqueles que vieram a perecer... E o número de sinistros poderia ter sido o dobro caso não houvesse a intervenção externa de outros seres humanos... por mais que se fale na força de vontade daqueles que foram socorridos após os eventos acima descritos, é certo que se não tivessem sido socorridos, tratados e medicados por terceiros, teriam vindo a óbito apesar de toda força de vontade e desejo de viver.




Temos pois de admitir que pelo menos um terço dos que partem para o além túmulo, parte mesmo sem querer e a revelia do espírito, enquanto tantos quantos tem sobrevivido a infartos, avcs e acidentes graves, teem sobrevivido antes de tudo devido a ação de recursos externos. A boa vontade pode até contar e facilitar a recuperação de tais pessoas, agilizando-a inclusive, mas não decidi-la ou determina-la.


Tal é o ciclo da vida bruscamente interrompido e o espírito alijado para fora do corpo.



Somos pois levados a crer e a admitir que é a cessação dos impulsos vitais ou a morte que provoca o desprendimento ou a partida do espírito e não a separação do espírito e do corpo que provoca a morte.


A principal evidência a nosso favor é que por mais medo da morte e vontade de viver que as pessoas tenham, ninguém logrou escapar ao corte do alfange... por mais que quizesse não houve quem conseguisse viver ilimitada e eternamente neste mundo... Destarte o espírito tem sua resistência quebrada fatalmente pela condição do corpo e pela fragilidade da vida.


A extinção da vida provoca a partida do espirito e ele acaba lançado fora do mundo material e corpóreo.




E seu lançamento ocorre muitas vezes entre os mais vivos gemidos e sentidas lágrimas. Porque o hóspede não deseja abandonar seu hospedeiro... e a saida do mundo contraria sua vontade de viver perpetuamente no mundo dos corpos. A vida no entanto, por não ser o espírito, completa seu ciclo quando o corpo sofre qualquer dano irreversivel em alguma a de suas partes vitais. E não consegue mais manter-se... Assim, se a alma é uma entidade sobrenatural, a vida é um fenômeno de ordem puramente natural que independe dela para vir a ser, embora quando venha a ser venha a ser com ela... com ela mas não por ela... Pois a vida vem da vida, vem do espermatozóide e do óvulo e não do espírito.

Podemos pois encara-la como a harmônia das células, tecidos, orgãos e aparelhos... A vida se mantem pelo trabalho conjunto ou pela associação de todos os aparelhos e sistemas que formam o organismo... pela boa disposição e perfeição de cada uma das partes... os orgãos, dos tecidos, das células... Quando um dos tecidos, orgãos, aparelhos ou elementos é mal feito ou sofre algum abalo produzido por agente externo ou acidente interno - fruto da má alimentação ou da idade (como o câncer por exemplo) - aparece a enfermidade, a vida é posta em risco ou mesmo destruida, e a alma se aparta daquele corpo morto que se torna um cadaver. Os sinais deste processo são, como foi assinalado, a ausência de respiração, a danificação do cérebro, a cessação dos batimentos cardíacos e o fim da circulação sanguinea responsável pela potencialização dos vasos e pela irrigação dos tecidos... destarte as células morrem. É o fim...

Rompeu-se a interação entre os elementos constituintes. Não há mais lugar para o espírito e suas manifestações psíquicas. É a morte compreendida a luz do realismo ou melhor da realidade.



VIII - Espírito: uma entidade cuja existência jamais poderá ser empiricamente constatada




Devemos confesar sem, sem rebuços ou temor, que para quaisquer ramos da ciência a percepção imediata quanto ao espírito separado do corpo é impossivel e inverificavel, em vista de seu cárater imaterial.


Neste caso que faz a parapsicologia?


A parapsicologia chega apenas perto, pois corrobora sua existência por via de inferência lógica fundamentada na demonstração e percepção da alma, que é sua forma e involucro material. Aqui permanecemos na dependência do processo dedutivo e não da demonstração experimental, o que para os, empiristas, positivistas e cientificistas não passa de metafisica disfarçada.


Caso o espírito humano pudesse ser isolado num laborátorio conforme os princípios que norteiam o empirismo ou seja via dos sentidos, isto só viria a indicar que não se trata do espírito mas de qualquer outra coisa. Demonstrado do ponto de vista do cientificismo, o dito 'espírito', passaria a não existir ou nada significar para crença que afirma seu cárater imaterial em termos absolutos. O espírito é algo que exclui toda e qualquer composição ou materialidade.


O máximo que os aparelhos e experiências logram atingir é a alma, cuja materialidade fica patenteada justamente pelo fato de ter sido atingida ou percebida pelos aparelhos e experiências. Tal apreenssão deste elemento sutil, obriga-nos a encara-lo não como o espírito mesmo mas como aquele envoltório que lhe dá forma, ou seja, como o mediador plástico de Cudworth.


Destarte fica plenamente justificada a asserção do apóstolo: Vosso Espírito, vossa alma e vosso corpo...


E a afirmação dos antigos padres segundo a qual nossa parte extra corpórea não é absolutamente imaterial, mas um espírito imaterial limitado ou contido por um corpo etéreo composto por matéria difusa. Este corpo etéreo de matéria difusa é que foi ultimamente apreendido durante as experiências realizadas pelos parapsicologos. Outras alegações são baseadas em certas capacidades do homem ou da mente que parecem ser imateriais ou espirituais, como a pan cognição, a retro cognição e sobretudo a pré cognição que importa em conhecer com exatidão um determinado evento que ainda não se concretizou no domínio material da imanência.







IX - No domínio dos organismos vivos mais simples... rumo a origem da vida.





Deixemos no entanto, de lado, toda essa casta de problemas. Pois já estamos aptos para constatar que quando nossos antepassados conceberam o 'nemo datis...' estavam privados duma concepção realista da vida... Cumpre indagar agora se as formas de vida, tanto mais complexas e perfeitas, alegadas por nossos antepassados em oposição a abiogenese; como a baleia, o cão, o gato, o rato, o macaco, etc são as únicas formas de vida existentes no planeta. Pois caso a vida só se manifesta-se em tais termos de complexidade a argumentação deles teria certa aparência de verosimilhança, digo aparência de verosimilhança, porque após as experiências de Homer Smith sobre o rim - e seus mecanismos de filtração e secreção - na década de 30, sua falsidade tornou-se manifesta perante toda a gente culta... Os charlatães no entanto, continuam forjando discursos artificiosos e burlescos com que enganar a gente simples. Convem pois indagar se existem formas de vida menos complexas, e investigar até que ponto tal complexidade é reduzida, e averiguar até onde vai a simplicidade da vida. Só assim lograremos desfazer o discurso artificioso dos vitalistas e dos pseudo escolásticos com sua apologética podre e nauseabunda pautada em sucessivas interferências divinas e na estrita necessidade de uma intervenção com o intuito de produzir a vida. Vida que segundo eles é irredutivel a interações físico químicas... Investiguemos pois... Caso nos mantenhamos dentro do reino 'animalia' verificaremos que mesmo entre os mais simples representantes do grupo, como os Platyhelminthes, são extremamente sensiveis e até dão mostras de certa inteligência. (o que nos obrigaria a conferir-lhes uma alma espiritual e imortal - como dizia Lizandro de la torre no livro sobre 'A questão social e os cristãos sociais' - o que de forma alguma nos aterroriza, como não aterrorizou a Miguel Psellos). Nada direi sobre os insetos, pois desde os tempos de Maeterlinck, estamos fartos de ler sobre a vida das abelhas, das formigas e até mesmo das termitas e de como possuem, governo, exército, trabalho escravo, berçarios, comedouros, rebanhos, cemitérios e até mesmo de como parecem rezar... Todavia quando chegamos ao reino protista e mais especificamente ao reino monerideo, pertinente as bactérias, notamos já diferenças cruciais até mesmo no que tange a estrutura interna, pois tratam-se de organismos celulares bastante primitivos e desprovidos de um núcleo organizado. Para falar com simplicidade existem apenas dois tipos de células, um tipo bem organizado (eucarionte ou seja provido de carioteca) que deu origem aos reinos superiores e as formas de vida mais complexas. E um tipo 'desorganizado' (procarionte) por assim dizer a que pertencem nossas bactérias, formas de vida nas quais não se verifica qualquer indicio de sensibilidade, menos inteligência. As células deste último grupo são desprovidas de mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo endoplasmático, etc além disto o DNA encontra-se disperso no citoplasma. Trata-se naturalmente de algo bastante primitivo... Apesar disto ainda não chegamos ao nivel mais baixo... Pois ainda não mencionamos as rickettsias, que por não apresentarem mecanismo de auto-duplicação parasitam necessariamente outras células em cujo interior desenvolvem-se, embora possuam DNA e RNA... Talvez algum pascasio ouse dizer que se trata de entidades não vivas, e no entanto elas se movimentam por si mesmas, possuem metabolismo e são capazes de se reproduzir em determinadas condições... donde se infere, necessariamente, que não pertecem ao tipo dos minerais... E no entanto ainda não atingimos o escalão inferior... Pois não mencionamos os virus. Grosso modo os virus são materiais genéticos (DNA ou RNA) envolvidos por uma capsula de proteína. (envoltório proteico) Naturalmente que não há acordo entre os cientistas sobre a natureza dos virus, pois enquanto alguns consideram os virus como seres vivos, outros encaram-nos como seres isentos de vida. Porque no fundo no fundo toda esta questão gira em tonro dua discusão tanto mais profunda e complexa: quais são as manifestações ou evidências da vida num determinado ser. Quais as caracteristicas necessárias para que um ser seja classificado como vivo ou não vivo? Basta que um ser possua material genético, linhagem continua, atividade comum, movimento e reprodução para que seja considerado como vivo ou é necessário que tenha um metabolismo próprio? Aqueles que vinculam o metabolismo a vida negam que os virus sejam seres vivos porque tais seres dependem do organismo de outros seres, aos quais parasitam e infestam, para 'metabolizar'; sem embargo, fora de corpos vivos não mostram quaisquer sinais de vida, assemelhando-se aos minerais e em alguns casos cristalizando-se.


Quando o químico-orgânico Wendell M. Stanley cristalizou o vírus do Mosaico do Tabaco (VMT) em 1935, forneceu um poderoso argumento para que se pudesse pensar nos vírus como estruturas químicas simples, consistindo somente de proteína e ácido nucléico.

Talvez parte daqueles que negam a 'vitalidade' dos virus façam-no apenas por motivos de ordem ideologica ou filosofica... Pois admitida a 'vitalidade' dos virus deveriamos admitir igualmente que os virus são simultaneamente seres vivos e inanimados: inanimados fora dos seres vivos, em estado de latência e vivos dentro dos seres que invadem e infestam, metabolizando, reproduzindo e sobretudo auto movimentando-se... Quanto a negar a vitalidade dos virus, parece-nos um absurdo deplorável, pelo simples fato de crescerem de dentro para fora, de se movimentarem, de se reproduzirem, de afetar os seres que parasitam e de ser destruidos por certos elementos que empregamos a guiza de medicação; o que jamais ocorre com os representantes da esfera mineral, absolutamente isentos de vida. Por outro lado devemos admitir que fora das células parasitadas os virus, ao que tudo indica não vivem... Seriam pois seres meio vivos e meio brutos, quase que uma forma de transição entre a matéria e a vida. Por isso que a existência e o comportamento dos virus tendem a desconsertar aqueles que colocam barreiras intransponiveis onde elas não existem. Aparentemente os virus não apresentam vida psiquica nos termos de inteligência e volição... fornecem sem embargo sinais claros e evidentes de vitalidade biologica quando dentro de células parasitadas e sendo assim constituem as formas de vida mais simples e primitiva de que temos conhecimento. Quiçá o elo perdido entre os primeiros compostos vivos surgidos no substrato material e as formas tanto mais elevadas de vida, como as células que costumam parasitar.


"O caso do vírus é mais ambíguo. Pode-se, por exemplo, transformar um vírus, como o mosaico do tabaco (TMV), em crestais, como os do açúcar comum, e conservá-lo durante anos. Ele não se reproduz, ele não se manifesta, ele não "vive". E depois, um dia, pode-se buscar o pó, acrescentar-lhe água e despejar um pouco da solução numa folha de tabaco. A planta apresentará rapidamente sinais de infecção: o vírus reencontrou seus poderes e se reproduz a uma velocidade assombrosa. Digamos então que o vírus se situa na fronteira da vida." Joel de Rosnay



É justamente o que postulam os teóricos da evolução química: Os vírus representam certamente as formas primordiais de vida que apareceram na sopa primordial e que posteriormente deram origem às primeiras células.


O número de cientistas que aderem a esta teoria é bastante reduzido devido a depêndencia dos virus face a célula, donde se infere que não poderiam ter subsistido sem elas e portanto que não podem ser antepassados ou predecessores delas.


Mark A. Young da universidade de Montana, no entanto, sustenta que: "Os virus são certamente muito antigos, estavam entre as primeiras formas de vida, caso não sejam seus predecessores. Na verdade devemos dar por certo que eles ou seus ancestrais precederam todas as formas celulares que se surgiram nesta planeta." in The scientist


Resta-nos explicar como o virus poderia subsistir independentemente dos seres que costuma parasitar ou seja sem células...


De minha parte creio que a resposta para esta dificuldade esteja na composição da sopa primordial ou nos elementos que faziam parte dela e que talvez pudessem ser metabolizados pelo virus a partir de um mecanismo bastante primitivo. Após as alterações sucedidas no meio físico e as as mudanças ocorridas na composição da sopa, o virus viu-se forçado a parasitar as células mais primitivas, vindo a deparecer, sem deixar vestígios, aquele primitivo mecanismo de assimilação.

Como Pasteur deu por demonstrado em suas experiências a geração expontânea ou abiogenese não pode ocorrer nas atuais condições mesmo a nivel dos virus. Nas condições físicas do tempo presente os fatos constrangem-nos a admitir que a vida procede sempre de outra vida, anterior e preexistente e jamais de qualquer composto inorgânicos.


Antes de Pasteur encetar suas experiências "muitos acreditavam que os vermes brotavam da imundície e as moscas, da carne estragada. No século XVII, um célebre médico chegou mesmo a dar uma receita para a criação de ratos em 21 dias a partir de uns grãos de trigo e de uma camisa suja." Joel de Rosnay. Hoje ninguém mais leva tais frioleiras a sério... O erro dos apologistas foi dar por estabelecido que sempre fora assim, em todas as eras, no decorrer dos bilhões e bilhões de anos porque passou nosso planeta, supondo que as condições permanecessem fixas e inalteradas, em estado de absoluto repouso. Afinal uma experiência só é válida nos mesmos termos ou condições em que foi realizada. Alterados os termos ou condições deve ser reencetada sob pena de não ser levada a sério... Portanto, se admitirmos que no passado remoto da terra as condições de temperatura, pressão, etc fossem totalmente diversas das que prevalescem no tempo presente os resultados obtidos pelo sábio bretão não poderiam ser generalizados, abstraindo a diversidade de condições. Embora seja impossivel que a geração expontânea ou seja a produção de partículas vivas semelhantes aos virus a partir de compostos inorgânicos ocorra no contexto atual, não é impossivel que tenha ocorrido há bilhões e bilhões de anos sob condições e circunstâncias totalmente distintas das atuais. Destarte o que é verdadeiramente impossivel hoje, poderia ter sido perfeitamente possivel ontem e ter produzido formas transitórias entre o inorgânico e o vital, analogas aos virus ou ainda mais primitivas. Nada há de absurdo ou de insólito nisto... insólito é admitir que o Ser Supremo interferiu repetidas vezes no plano natural seja no espaço de seis dias literais de vinte e quatro horas ou no espaço de milhões e milhões de eras cindidas em dois, três, quatro ou seis períodos arbitrários, quando sabemos que somente os seres humanos precisam interromper seus atos para planejar, pensar ou repousar... Foi considerando tais diferenças entre o hoje e o passado que Oparin elaborou sua genial teoria: "A Teoria de Oparin é uma de várias teorias (por exemplo, a Teoria Cosmogónica) tentando responder à pergunta Se um ser é gerado de um ser precedente, como surgiu o primeiro ser?, depois da teoria de geração espontânea ter sido derrubada por Louis Pasteur em 1864. É a mais aceita pelos astrônomos. Diz que a vida na Terra surgiu há cerca de 3,5 bilhões de anos, surgindo o primeiro ser vivo a partir da combinação de elementos químicos presentes na Terra primitiva. Por volta de 1930, um cientista russo chamado Aleksandr Oparin formulou uma nova hipótese para explicar a origem da vida. Isso culminou com seu livro A Origem da Vida. Oparin possuía conhecimentos em astronomia, geologia, biologia e bioquímica e os empregou para a solução deste problema. Por seus estudos de astronomia, Oparin sabia que na atmosfera do Sol, de Júpiter e de outros corpos celestes, existem gases como o metano, o hidrogênio e a amônia. Esses gases são ingredientes que oferecem carbono, hidrogênio e nitrogênio. Para completar estava faltando o oxigênio, então pensou na água. Para Oparin explicar como poderia haver água no ambiente ardente da Terra primitiva, ele usou seus conhecimentos de geologia. Os 30 km de espessura média da crosta terrestre constituídos de rocha magmática deixam sem sombra de dúvidas a intensa atividade vulcânica que houve na Terra. É sabido que atualmente são expelidos cerca de 10% de vapor de água junto com o magma, e provavelmente também ocorria desta forma antigamente. A persistência da atividade vulcânica por milhões de anos teria provocado a saturação de umidade da atmosfera. Nesse caso a água não mais se mantinha como vapor. Oparin imaginou que a alta temperatura do planeta, a atuação dos raios ultra-violeta e a ocorrência de descargas elétricas na atmosfera (relâmpagos) pudessem ter provocado reações químicas entre os elementos anteriormente citados, essas reações daria origem a aminoácidos. Começavam então a cair as primeiras chuvas sobre o solo, e estas arrastavam moléculas de aminoácidos que ficavam sobre o solo. Com a alta temperatura do ambiente, a água logo evaporava e retornava à atmosfera onde novamente era precipitada e novamente evaporava e assim por diante. Oparin concluiu que aminoácidos que eram depositados pelas chuvas não retornavam à atmosfera com o vapor de água e assim permaneciam sobre as rochas quentes. Presumiu também que as moléculas de aminoácidos, sob o estímulo do calor, pudessem combinar-se por ligações peptídicas. Assim surgiriam moléculas maiores de substâncias albuminóides. Seriam então as primeiras proteínas a existir. A insistência das chuvas por milhares ou milhões de anos acabou levando ao aparecimento dos primeiros mares da Terra. E para estes mares foram arrastadas, com as chuvas, as proteínas e aminoácidos que permaneciam sobre as rochas. Durante um tempo incalculável, as proteínas acumularam-se nos mares de águas mornas do planeta. As moléculas se combinavam e partiam-se e novamente voltavam a combinar-se em nova disposição. E dessa maneira, as proteínas multiplicavam-se quantitativa e qualitativamente. Dissolvidas em água, as proteínas formaram colóides. A interpenetração dos colóides levou ao aparecimento dos coacervados. É possível que nessa época já existissem proteínas complexas com capacidade catalisadora, como enzimas ou fermentos, que facilitam certas reações químicas, e isso acelerava bastante o processo de síntese de novas substâncias. Quando já havia moléculas de nucleoproteínas, cuja atividade na manifestação de caracteres hereditários é bastante conhecida, os coacervados passaram a envolvê-las. Apareciam microscópicas gotas de coacervados envolvendo nucleoproteínas. Naquele momento faltava apenas que as moléculas de proteínas e de lipídios se organizassem na periferia de cada gotícula, formando uma membrana lipoprotéica. Estavam formadas então as formas de vida mais rudimentares. Oparin não teve condições de provar sua hipótese a respeito da origem da vida, mas em 1953 Stanley Miller e Harold Urey, da Universidade de Chicago, realizaram a experiência que ficou conhecida como experiência de Urey-Miller, dando grande credibilidade às suas idéias. Os cientistas colocaram em um balão de vidro: metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Submeteram a mistura a aquecimento prolongado. Uma centelha elétrica de alta tensão cortava continuamente o ambiente onde estavam contidos os gases. Ao fim de certo tempo, comprovaram o aparecimento de moléculas de aminoácidos no interior do balão, que se acumulavam no tubo de U. Pouco tempo depois, em 1957, Sidney Fox submeteu uma mistura de aminoácidos secos a aquecimento prolongado e demonstrou que eles reagiam entre si, formando cadeias peptídicas, similares às encontradas nas proteínas." Wikipédia


"Os pesquisadores israelenses e americanos que simularam em laboratório os ciclos de secamento dos mares confirmaram: em presença do barro, as famosas bases se juntam espontaneamente em pequenas cadeias de DNA e sobretudo de RNA, o outro suporte da informação genética (que duplica o DNA na célula). Ora, segundo uma descoberta realizada em 1986 pelo americano Thomas Cech, esse RNA tem um poder extraordinário - o de se "auto-reproduzir. Outra experiência, esta do americano Sidney Fox, permite completar o argumento. Segundo ele, certas moléculas se aglutinaram na sopa primitiva em numerosíssimas bolinhas, as "micro esferas", de certa forma como gotas de óleo na água. Foi uma grande novidade: cada gota podia, com efeito, possuir um conteúdo químico próprio. Sabe-se que certas reações internas podem destruí-la; outras, ao contrário, podem favorecer sua estabilidade. Resultados aquelas que dispunham de um conteúdo favorável puderam subsistir, notadamente as que acolhiam as famosas cadeias de RNA, capazes de se auto-reproduzir. Essa seleção natural química durou um bom bilhão de anos. Houve portanto luta pela vida - antes da vida...



As microgotas continuaram a aperfeiçoar seu metabolismo. Depois da fermentação, a forma mais primitiva de obtenção de energia, que se produz na ausência de oxigênio, surgiram a fotossíntese e a respiração. A primeira se baseia na clorofila; a segunda, na hemoglobina. O universo de uma é verde; o da outra, vermelho. Mas essas duas moléculas são praticamente idênticas e provavelmente originárias de um mesmo "ancestral químico". O surgimento da fotossíntese encheu o ambiente de oxigênio - o que sem dúvida fez surgir na alta atmosfera a famosa camada protetora de ozônio. Produziu-se então uma separação entre aqueles que obtinham energia diretamente a partir do Sol e aqueles que absorviam as substâncias e o oxigênio rejeitados pelos outros. É a espoleta da separação entre mundo animal e mundo vegetal...



A árvore da vida se ramificou muito cedo. Depois das bactérias e das algas apareceram as células mais complexas, dotadas deum núcleo e de órgãos em miniatura. Segundo uma teoria muito recente, tais células teriam resultado de simbioses: a célula vegetal, por exemplo, seria uma célula na qual teria ido viver uma alga - e assim teria constituído nela o cloroplasto. A célula animal com núcleo teria, da mesma forma, acolhido uma bactéria - que nela viria a se transformar na mitocôn-dria, uma espécie de minícentral de produção de energia." Joel de Rosnay entrevista a L,express 1988 trad Super interesante


Desta forma foi eliminada a necessidade duma nova ação, ou duma intervenção posterior tendo em vista o surgimento da vida.

Pois a evolução nos leva a perceber uma atuação contínua da mente suprema através as leis que ela mesma estabeleceu e que como diz Spinoza são a lídima expresão de sua vontade. Mesmo porque entre o pensamento e a vontade divina não pode haver qualquer diferença. E compreendermos já que a vida tenha surgido naturalmente, a partir daquelas leis de causa e efeito que regem a astronomia, a geografia, a física e a química e cujos efeitos haviam sido adrede previstos e calculados pelo sábio Legislador. Conclusão: A VIDA NÃO FOI PRODUZIDA MAGICAMENTE PELA CONFECÇÃO DE FORMAS PRONTAS, PERFEITAS E FIXAS, MAS SABIA E NATURALMENTE; CONFORME LEIS ESTABELECIDAS PELO SUPREMO ARTÍFICE, SOB FORMAS EXTREMAMENTE SIMPLES E PRIMITIVAS, AS QUAIS NO DECORRER DO TEMPO FORAM SE TORNANDO CADA VEZ MAIS COMPLEXAS, EVOLUINDO, PROGREDINDO, ATÉ A MANIFESTAÇÃO DA VIDA PSIQUICA E O APARECIMENTO DO HOMO SAPIENS OU SEJA DA ÚNICA ESPÉCIE ANIMAL CAPAZ DE PENSAR JÁ SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO JÁ SOBRE O SENTIDO DA VIDA E DE SUA PRÓPRIA EXISTÊNCIA, PASMANDO-SE DIANTE DE UM FENÔMENO TÃO RICO QUANTO A EVOLUÇÃO BIOLÓGICA. Nós próximos tópicos procuraremos estabelecer os termos e o esquema da evolução biológica até chegarmos ao homem, refutando cada um dos argumentos alegados pelos 'crias' e tirando as consequências dos mesmos no plano teologico.





Nosso escopo será demonstrar que, para negar a ciência, o uniformitarismo e a evolução o fundamentalismo biblicista deverá apelar forçosamente ao MANIQUEISMO, ao GNOSTICISMO, ao KANTISMO ou a qualquer outra teoria dualista de compreenssão e/ou de mundo.





Para fecharmos com chave de ouro esta longa dissertação, devolvamos a palavra ao Dr Rosnay:



"As recentes descobertas confirmaram sobretudo uma grande idéia: a vida não apareceu por acaso. Ao contrário, ela é o resultado de uma longa evolução da matéria, das moléculas simples às primeiras células. É um processo contínuo intimamente ligado à evolução da própria Terra."

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