"Meu coração há de ter um Senhor! Quem sera o Senhor do meu coração? Quem poderá resistir aos ataques do Diabo e aos apelos da carne? NÃO PODEMOS NOS ABSTER DE PECAR POR UMA MÍSERA HORA POIS COMO DECLARA A ESCRITURA SOMOS ESCRAVOS E PRISIONEIROS DO DEMÔNIO E CONSTRANGIDOS A EXECUTAR TUDO QUANTO ELE DECRETA." Lutero in Walch XVI,118
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ASSIM SE O FILHO VOS LIBERTAR SOIS COMPLETAMENTE LIVRES. Jo 8,36 JESUS DE NAZARÉ!!!
Tal o Qadar islâmico, tal o destino, tal o fatalismo de Wicliff, de Lutero...
Pois esse mesmo Lutero que hoje é apontado nos livros 'didáticos',, brochuras, folhetos, panfletos, apologias, etc como paladino das liberdades modernas (Erro capital em matéria de História) foi na verdade dos mais destacados adversários da doutrina da liberdade ou livre arbítrio metafísico e advogado comprometido do totalitarismo absolutista que acreditava remontar ao apóstolo Paulo, seu deus.
Assim, acham-se cabalmente equivocados aqueles que nada veem na vocação totalitária da Alemanha nazista além dua estranha coincidência ao invés de enxerga-la como um resíduo cultural transmitido pelo luteranismo uma vez que o processo histórico não envolve coincidências. Assim a Alemanha foi iniciada nos arcanos do fatalismo divino e consequentemente nos arcanos do conformismo, do legitimismo e da servidão pelo magnífico 'reformador'...
Nem é preciso dizer - e repetir a exaustão - que sendo monge agostiniano Lutero partiu da teologia agostiniana ou africana até chegar ao qadarita Wicliff em cujas obras muito bebeu... De fato Agostinho encontra-se nas fontes de ambos embora deva-se reconhecer que ele jamais tenha chegado a professar a doutrina do qadar ou dos decretos divinos (ou da ação direta de deus) e insistido até o fim na reativação da liberdade dos eleitos para a cooperação com a graça.
No entanto como ensinará que a condição de eleito ou réprobo é pré determinada por deus e que os réprobos são abandonados a sua condição calamitosa justamente porque suas liberdades não são reativadas e eles não podem pensar, querer e fazer senão o mal; seus continuadores, a partir de Wicliff chegaram a um fatalismo pleno segundo o qual os eleitos também não passam de ginetes do senhor... sendo comandados ativamente por ele.
Grosso modo Lutero, Calvino, Turretini, etc nada fizeram além de assumir e reproduzir as conclusões a que chegará Wicliff arrematando o edifício construído por Agostinho e atingindo o fatalismo crasso segundo o qual todos os homens, sejam eleitos ou réprobos, assemelhar-se-iam a pedaços de pedra ou a pranchas de madeira... diretamente usados, controlados ou comandados - Como marionetes - por um poder maior.
Há inclusive quem vá mais além e sustente que Lutero tenha transportado o totalitarismo político para o plano religioso com o intuito de cimentar o poder dos príncipes outorgando-lhe um sentido sagrado ou canonizando-o.
Se é certo que deus tudo pode no plano espiritual, o príncipe - enquanto manifestação, ministro ou vigário seu - tudo poderia no plano temporal. Assim o potentado temporal estabelecendo as regras da justiça segundo os caprichos de sua vontade assemelhar-se-ia aquele deus que é sempre justo pelo simples fato de ser todo poderoso...
O padrão de Lutero é puramente teutônico, bárbaro, 'medieval' (sic), numa palavra Odinista; mas o substrato ideológico remonta ao noroeste da África e a Inglaterra... Eis porque as sólidas considerações de Platão em torno de uma justiça objetiva e imutável escandalizam-no e ele opta preferencialmente pelo caráter instável do deus dos antigos hebreus...
De fato o deus de Lutero e Calvino é plenamente desregrado enquanto não constitui regra estável e invariável para si mesmo, ficando sua vontade sempre inconstante e arbitrária, para que possa ser todo poderoso. E até hoje os fundamentalistas sustem que deus para ser de fato todo poderoso DEVE ESTAR ACIMA DO BEM E DO MAL...
Enquanto nós sustentamos a existência de um Deus ético cujo poder é limitado por uma vontade imutavelmente fixada no bem e na virtude; assim no amor, na justiça, na veracidade, na fidelidade e não hesitamos afirmar que 'Deus jamais poderia amar o mal e odiar o bem' e que isto 'Lhe seria impossível'.
Não que lhe fosse impossível fazer ou executar o mal caso o desejasse.
O que nós afirmamos não é que lhe faltem forças para fazer o mal, e sim que não pode QUERER o mal.
Assim o que negamos não é a onipotência divina, E SIM QUE SEJA DEUS LIVRE PARA DESEJAR O MAL.
De fato o que sustentamos é que Deus não tenha liberdade para querer o mal, uma vez que sua vontade esta eternamente fixada no bem que é a perfeição.
Sendo Deus infinitamente perfeito só pode aspirar pelo que é mais excelente, assim pelo bem e jamais pelo mal.
Pois sua vontade não conhece oscilação.
É o que deduzimos por via racional e é confirmado pela divina Escritura: "Não é Deus o autor do mal." e Deus é luz e nele não há treva alguma!
Eles no entanto, tiveram de chegar o fundo do posso, até a negação de nossa capacidade cognitiva. Pelo que indagam a guiza de desculpa:
Quem é o homem para saber ou definir qualquer coisa???
Teve assim o protestantismo, com sua teologia maniqueísta, de chegar ao fundo - digo aos resíduos - do cálice...
E com que felicidade os continuadores de Manes descrevem a 'Imago Dei' posterior a manifestação do pecado como verme, cuspe, merda ou coisa parecida...
Lutero não escolheria melhores ou mais adequadas palavras para poder exprimir deu pessimismo já patológico, já teológico.
Basta dizer - e já o dissemos - que nosso homem compôs um alentado volume sobre intitulado 'Arbítrio escravo'. Isto no auge da desgastante polêmica com Mestre Erasmo, a única dentre as quais o obstinado saxão não quis ou não pode dar a última palavra... Dando-se por refutado.
Desde então nem é preciso dizer o quanto passou a odiar ou melhor execrar o antes 'amado' Erasmo, e ataca-lo até o fim de deus dias. Insultando-o e amaldiçoando-o mesmo depois de morto inclusive. Afinal se 'Leão morto é leão morto' para Lutero, Erasmo não passava dum percevejo fedorento fulminado pela cólera de deus... Enfim no supremo patriarca do ateísmo. Pois Lutero chegava a associar a afirmação do livre arbítrio humano com a negação da existência de Deus (!!!).
Mas... oh coisa esquisita. Este 'patriarca odiado do ateismo' ao contrário do Dr Dawkins, de San Harris, de Christopher Hitchens etc combate Lutero não com argumentos tomados a Demócrito ou Epicuro mas com citações tomadas a Irineu ou Jerônimo i é recorrendo aos padres e doutores da igreja. De cujas opiniões Lutero se ri, imitando a Manes por sinal...
Erasmo muito pelo contrário, costumava a referir-se ao discípulo de Policarpo, o mártir; como a "Meu querido Irineu." Uma vez que os ensinamentos de Irineu, por via de Policarpo, reportavam-se ao apóstolo João, aquele mesmo que inclinara sua fronte ao peito do Senhor.
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