Até que em 1577, elaborou-se a assim chamada 'Fórmula da Concórdia'... sob a direção de Andraeas e Chemnitz.
Aqui, apesar da admiração do segundo por Melanchton, optou-se por reportar as obras de Lutero - E NÃO NECESSARIAMENTE A BÍBLIA!!! - todo e qualquer ponto controverso.
Esta decisão, firmada em Berg, selou a ruptura entre Andraeas e Chemnitz a um lado e Chytraeus a outro, sendo que este fez questão de registrar: "Meu nome não pode ser contado entre os dos autores desta fórmula."
Desde então admitiu-se que que "Aquele que possui a verdadeira fé, ainda que peque, não deve perder a esperança da salvação."
Insistiu-se pois mais no perdão gracioso do que na responsabilidade e na santidade anunciados por Jesus Cristo no Abençoado Evangelho. O que tem sido geralmente interpretado como a possibilidade do 'crente' viver no pecado e salvar-se pecando.
"Condenamos as seguintes proposições 'Que o homem não possa ser salvo sem boas obras' que 'As boas obras são necessárias a salvação.' e que 'Ninguém jamais salvou-se sem praticar boas obras."" in IV, das condenações
Destarte o arrependimento é concebido ou definido como mero sentimento de culpa e não como uma renuncia efetiva ao pecado ou como uma vitória real obtida contra o Reino impiedade.
E na mesma sessão, pouco mais além, segue esta condenação adrede fabricada contra Osiandro, Melanchton, Pfeffinger, Brentius, Pomeranus, Mathesius, Cruciger, Menius, Mohr, Selnecerius, Chytraeus, Major, Camerarius e Striegel:
"Condenamos igualmente a teoria segundo a qual após a regeneração o homem seja capacitado para observar fielmente todos os mandamentos divinos e deixar de pecar. IDEIA FRÍVOLA E SUPERSTICIOSA INVENTADA PELOS MONGES."
E por fim: "Condenamos igualmente aqueles que ousam dizer que após a regeneração nada sobreviva em nós do velho Adão de modo a arrastar-nos novamente para o mal e o pecado."
Pendeu pois a balança novamente para Flacius, Amsdorf e Spangemberg, etc embora o posteriormente o próprio Chemnitz - por influência de Chytraeus - tenha se aproximado da doutrina 'heterodoxa' de Melanchton e acusado de apostasia (pelo que veio a perecer em estado de demência!)
Também a geração subsequente - do século XVII - encabeçada pelo já citado Gehard voltou-se novamente para Melanchton e seus Locii...
Mesmo assim, muitos, a exemplo de Wigand recusaram-se a assinar a fórmula.
Diante disto recorreram os pastores - de Hersberg - ao principe, suplicando sua exoneração para que "A perigosa dignidade de Bispo não pudesse ser explorada por um patife como ele." (Wigand)
Replicou Wigand que todos aqueles pastores não passavam de argentários e que viviam cobrando juros dos mais pobres, iniciando nova lavagem de roupa suja...
Heshusius foi outro - dos ortodoxos - que tendo assinado a fórmula por receio do poder temporal, retirou sua aprovação e denunciou-a como ímpia...
Selnecerius ainda que polidamente resistiu-lhes em face e alegou que "Andraeas e seus colaboradores deveriam rever suas opiniões devido ao grande escândalo que estava embutido em seus escritos." pouco tempo depois no entanto disse que "Tais escritos não podiam ser lidos sem faze-lo corar de ódio e de vergonha." pelo que condenava seus autores e signatários as 'chamas eternas'.
A respeito do Dr Muskulos temos o juízo de Greser - Histo zu Beschreib... Dresda 1584 - "Satã logo tomou posse o Dr Muskulus com o objetivo de separar os irmãos, pois ele recusava-se a aprovar qualquer artigo."
Nenhum todavia foi mais acintoso do que o Dr Moerlin, cujas palavras achamos por bem reproduzir nesta memória:
"Pessoalmente meu maior prazer seria ver a concórdia reinar entre nossos doutores, mas devido ao samaritanismo de Andraeas, houve falha ao estabelecer uma fórmula de concórdia para toda esta igreja. ASSIM ELA ME INSPIRA PROFUNDA AVERSÃO. E CASO A ANTIGA DISCIPLINA AINDA ESTIVESSE EM VIGOR NÃO DUVIDO DE QUE SEU AUTOR SERIA CONDENADO A PENITÊNCIA ECLESIÁSTICA." in Ep a Columbinus
& dando continuidade a controvérsia.
Pois quando Statius publicou o 'Tesouro eclesiástico' com base nos escritos de Praetorius, Arnd classificou-o como sendo a 'Quintessencia do Evangelho e um tesouro da graça de Jesus Cristo.' , Hildebrand de Nordhausen no entanto apresentou a mesma obra como "Arque herética, blasfematória e antinomiasta."
acrescentando que "As obras de Praetorius antecipam as loucuras dos hochbourgianos, weigelianos, Quacquerianos, quietistas e outros heréticos..."
Pois não havia entre eles concórdia alguma apenas disputações exegéticas em torno de textos e livros, o que bem pouco religioso é.
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