Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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terça-feira, 2 de junho de 2009

Um dilúvio, de besteiras


















Durante todo o tempo em que o homem ignorou a verdadeira estrutura, forma e extensão do planeta em que habita, os fundamentalistas sustentaram a narrativa do dilúvio em seus termos literais afirmando que fora universal ou seja que atingira todas as partes da terra e que exterminara todos os seus habitantes.

Mesmo porque não tinham conhecimento do Everest... com seus quase 9 Km de altura...

Dia porém raiou em que um teologo honesto como o Pe Panciani (in Vigoroux/Bacuez 'Manual...') ousou escrever estas imortais palavras:

"A ocorrência de um Dilúvio universal seria impossível pelas seguintes razões:

a) Porque as águas existentes tanto na terra quanto nos mares, quanto no ar, não são suficientes para cobrir toda a superfície da terra de uma só vez; porque é forçoso que enquanto que enquanto elas cobrissem o Ararat e os montes vizinhos, do outro lado dos antipodes desse hemisfério ficaria a terra sem uma única gotícula dágua.
(O que é rigorosamente veridico, ou seja DEUS teria de produzir água do nada ou de CRIAR ÁGUA para suscitar um Dilúvio, interrompendo seu descanço sabático)
b) O calor necessário para desprender dos oceanos e retirar das nuvens uma tal quantidade de água destilada supõe os esmagamento de todos os seres vivos sob uma pressão barométrica de mais de quinhentas atmosferas, o que alteraria completamente as condições de vida para os possíveis sobreviventes...(Noé, Noréia e seus filhos e as mulheres de seus filhos teriam de assumir a delgada forma de lesmas ou sanguessugas para sobreviverem sob tais condições, isto se a crosta terrestre não fosse partida ao meio!)

c) Se as águas diluvianas se misturassem com as do mar, todos os peixes de água doce viriam a extinguir-se restando apenas os de água salgada..."
(A menos que houvessem aquarios dentro da arca)

Ouçamos agora o professor Shalders que pertenceu a segunda safra de protestantes brasileiros:

"Para onde foi tanta água após o término do dilúvio? Para onde escoou, SE O OCEANO JÁ ESTAVA CHEIO ATÉ SETE METROS ACIMA DO EVEREST??? SE O EVEREST FOI MESMO COBERTO, SABEMOS QUE FORAM EMPREGADOS 3,960 QUATRILHÕES DE METROS CÚBICOS DE ÁGUA. ORA O VOLUME TOTAL DA TERRA É, EM ALGARISMOS REDONDOS, 1087 QUINTILHÕES DE METROS CÚBICOS, ISTO SIGNIFICA QUE A ÁGUA EMPREGADA NO CATACLISMO CORRESPONDERIA A 36 DÉCIMOS MILÉSIMOS DO VOLUME TOTAL DO GLOBO TERRESTRE.


(O que equivale afirmar: Crosta da terra partida...)

Afirmar que tanta água evaporou, importa dizer que teriamos uma camada com centenas de kilometros de vapor envolvendo nosso planeta e que jamais poderiamos ver o sol ou as estrelas." in Uma análise crítica da Bíblia, São Paulo, 1954 pp 44

Diante de tais argumentos os fundamentalistas tiveram de acomodar suas disparatadas crenças passando a alegar que o dilúvio restringiu-se as 'terras que eram habitadas em 3000 a C'... (Edward Stillingfleet & Matthew Poole) Mas habitadas por quem? Por homens apenas ou por animais? Já que o iracundo Jeová resolveu dar cabo deles também (!!!) Será que havia alguma região do planeta que ainda não havia sido ocupada pelos animais? Ou será que Jeová concordou em exterminar apenas e tão somente os filhos dos homens, feitos a sua imagem e semelhança?A arqueologia e a etnografia no entanto, vieram a demonstrar não apenas com suficiência, mas mesmo com abundância de provas que a Anatólia (Çatal Hyuk) já era habitada em 3000 a C, bem como a China, a Índia (Harapa e Mohenjo Daro) e a própria América (la venta, três zapotes, etc)... que segundo Ameghino foi a verdadeira matriz do homo sapiens... Para não falarmos no Egito (já haviam pirâmides), na Suméria (já haviam zigurates) e nas gálias (já haviam Domens, menires e megalitos)... De modo que, para destruir toda população da terra após 10.000 a C (e a cronologia Bíblica mais dilatada sequer aproxima o fatídico evento duma data tão recuada) o tal dilúvio só poderia ter sido mesmo universal... assim fazemos a volta do parafuso e tornamos ao início da questão.

Restou aos fundamentalistas escorarem-se no folclore e na legenda e alegar que "a narrativa do dilúvio faz parte das tradições de todos os povos.". Alegação que não deixa de ser absolutamente falsa por um lado, já que diversos povos - como os egipcios e a quase que totalidade dos africanos - ignoravam-na ou ignoram-na por completo, e perfeitamente compreenssivel por outro, pois quanto as narrativas dos demais povos, deve-se ter em mente as diversas e sucessivas inundações e catastrofes REGIONAIS que ocorreram e que ainda ocorrem - como o gigantesco Tsunami que submergiu diversas ilhas e exterminou populações inteiras em 2004 - em diversas partes do planeta... Tal a origem dos dilúvios de Deucalion, Ogiges, Foroneus, etc Os próprios maias conceberam a idéia de um Dilúvio - caso a tradução de Brasseur de Bourbourg esteja correta - diante do rebaixamento de terra sucedido no golfo do México e nas Antilhas e do qual resultaram uma série de ruínas submersas próximas a Cuba e a Biquini...

Santo Agostinho - na Cidade de Deus - e os demais padres da igreja referem-se efetivamente a diversos cataclismos e dilúvios sucessivos que destruiram diversos povos e civilizações antigas, quem tiver interese em conhece-los tanto mais de perto consulte a obra do Dr Velikovsky'Mundos em confusão' que é pródiga em relatos do tipo.

Catastrofes como a da Ilhas de Terá e Heligoland, bem como das cidades de Heracleion, Heliké, Bahias, Is, Vineta (Schreiber 'Ruínas célebres' pp 16), Port Royal, etc... deram origem a diversas lendas como a da Atlântida...


Seja como for, a narrativa original do dilúvio bíblico também foi tomada de empréstimo aos sumerianos, via Babilônia... Felismente parte dos registros originais foram recuperados nos dois ultimos séculos. Vamos pois a eles:


"As cidades eram Eridu, Batibira, larak, Sipar e Shuruppak...

Ziusudra rei e sacerdote...

Costruiu uma grande...

A voz do céu lhe diz:

Por nosso... um dilúvio vai submergir os locais de culto...

Para destruir a semente do gênero humano...

Constroi pois...

Todas as tempestades de uma grande violência enravivesseram-se ao mesmo tempo.
No mesmo instante, o dilúvio invadiu os lugares de culto.

Por setes dias e sete noites o grande barco foi sacudido, pela tempestade, sobre as águas.

Enfim o sol saiu e deu luz ao céu e a terra.

Ziusudra então abriu a janela de seu grande barco...

Ele ofereceu sacrifício a Utu ( o sol), Anu e Enlil...

Na terra da passagem que é Dilmun. Lá onde o Sol se levanta, por lá ficaram..."

Tal relato encontra-se num tablete recolhido em Nippur (a talmúdica Nipra) que hoje faz parte da coleção sumeriana do Museu da Filadélfia (EUA), tendo sido traduzida em 1914 por Arno Poebel.

Eis o texto babilônico - que inserto na fábula de Gilgamesh havia sido recuperado pouco tempo antes por George Smith - cotejado com o genesis:



“Naqueles dias a terra fervilhava, os homens multiplicavam-se e o mundo bramia como um touro selvagem. Este tumulto despertou o grande deus. Enlil ouviu o alvoroço e disse aos deuses reunidos em conselho: ‘O alvoroço dos humanos é intolerável, e o sono já não é mais possível por causa da balbúrdia.’ Os deuses então concordaram em exterminar a raça humana”.(SANDARS, 1992, p. 149).
“Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra, e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração”.(GENESIS, cap. 6, ver. 5).

“A terra estava corrompida à vista de Deus, e cheia de violência”.(GENESIS, cap. 6, ver 11).

“Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis, e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito”.(GENESIS, cap. 6, ver 7).

Ea (deus da água doce e da sabedoria, patrono das artes e protetor da humanidade), avisa Utnapishtim em um sonho das intenções de Enlil e orienta-o de como sobreviver à catástrofe que estaria por vir:
“... põe abaixo tua casa e constrói um barco. Abandona tuas posses e busca tua vida preservar; despreza os bens materiais e busca tua alma salvar. Põe abaixo tua casa, eu te digo, e constrói um barco. Eis as medidas da embarcação que deverás construir: que a boca extrema da nave tenha o mesmo tamanho que seu comprimento, que seu convés seja coberto, tal como a abóbada celeste cobre o abismo; leva então para o barco a semente de todas as criaturas vivas. (...) Eu carreguei o interior da nave com tudo o que eu tinha de ouro e de coisas vivas: minha família, meus parentes, os animais do campo – os domesticados e os selvagens – e todos os artesãos”.(
SANDARS, 1992, p. 149-151).

“Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos, e a calafetarás com betume por dentro e por fora. Deste modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento, de cinqüenta a largura, e a altura de trinta. Farás ao seu redor uma abertura de um côvado de alto; a porta da arca colocarás lateralmente; farás pavimentos na arca: um em baixo, um segundo e um terceiro”. (GENESIS, cap. 6, ver 14-16).

“… entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos. De tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás entrar na arca, para os conservares contigo”.(GENESIS, cap. 6, ver. 18).

Enlil então envia uma tempestade de grandiosas proporções, fazendo com que toda a terra desaparecesse sobre as águas:
“Caiu a noite e o cavaleiro da tempestade mandou a chuva.(...) Por seis dias e seis noites os ventos sopraram; enxurradas, inundações e torrentes assolaram o mundo; a tempestade e o dilúvio explodiam em fúria como dois exércitos em guerra.”
 (SANDARS, 1992, p. 151-153).

“… nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as portas do céu se abriram, e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites”.(GENESIS, cap. 7, ver. 11-12).

E toda a humanidade foi exterminada:
“… agora eles (humanos) flutuam no oceano como ovas de peixe”. (SANDARS, 1992, p. 152).
“Assim foram exterminados todos os serem que havia sobre a face da terra …” (GENESIS, cap. 7, ver. 23).

Com o passar dos dias, a tempestade ameniza-se e o dilúvio começa a serenar:
“Na alvorada do sétimo dia o temporal vindo do sul amainou; os mares se acalmaram, o dilúvio serenou”.(SANDARS, 1992, p. 153).
“Deus fez soprar um vento sobre a terra e baixaram as águas. Fecharam-se as fontes do abismo e também as comportas dos céus, e a copiosa chuva do céu se deteve”. (GENESIS, cap. 8, ver. 1-2).

Após a calmaria do grande oceano que se formara, Utnapishtim solta uma pomba para ver se há terra firme para que então possa desembarcar:

“Na alvorada do sétimo dia eu soltei uma pomba e deixei que se fosse. Ela voou para longe; mas, não encontrando lugar para pousar, retornou. Então soltei uma andorinha, que voou para longe; mas, não encontrando lugar para pousar, retornou. Então soltei um corvo. A ave viu que as águas haviam abaixado; ela comeu, voou de uma lado para outro, grasnou e não mais voltou para o barco”.(SANDARS, 1992, p. 153).

“Ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela que fizera na arca, e soltou um corvo, o qual, tendo saído, ia e voltava, até que se secaram as águas sobre a terra. Depois soltou uma pomba para ver se as águas teriam já minguado da superfície da terra; mas a pomba, não achando onde pousar o pé, tornou a ele para a arca; porque as águas cobriam ainda a terra. Noé, estendendo a mão, tomou-a e a recolheu consigo na arca. Esperou ainda outros sete dias, e de novo soltou a pomba for a da arca. A tarde ela voltou a ele; trazia no bico uma folha nova de oliveira; assim entendeu Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra. Então esperou ainda mais sete dias, e soltou a pomba; ela, porém, já não tornou a ele”.(GENESIS, cap. 8, ver. 6-12).

Após a bonança, já em terra firme e grato ao deus Ea por ter lhe salvo a vida, Utnapishtim prepara um sacrifício aos deuses:
“Eu então abri todas as portas e janelas, expondo a nave aos quatro ventos. Preparei um sacrifício e derramei vinho sobre o topo da montanha em oferenda aos deuses”.(SANDARS, 1992, p. 153).
“Então Noé removeu a cobertura da arca, e olhou, e eis que o solo estava enxuto”.(GENESIS, cap. 8, ver 13).

“Levantou Noé um altar ao Senhor, e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar”.(GENESIS, cap 9, ver 20).



Posteriormente a evidência de que tal dilúvio sumeriano de fato ocorrera foi encontrada pelo Dr Wooley:





"Foi então que, em 1928, o arqueologo britânico Leonard Wooley, quehavia dois anos escavado o sítio de Ur, na Caldéia, sobre o Tell Al-Muqaiyar, descobriu as sepulturas reais da cidade, contendo tesouros arqueologicos e artísticos incalculáveis... Depois que a euforia da descoberta passa, Leonard Wooley, examinando o terreno logo abaixo das tumbas reais, percebeu um fato insólito: Normalmente, as camadas inferiores deverir deixado traços de ocupação humana anterior; ora, o terreno estava inteiramente livre de qualquer vestígio.



Examinando-o de mais perto, o arqueólogo inglês constatou que era formado por argila de aluvião, isto é, depositada por uma extensão de água do mar, de uma lago ou ainda o Eufrates. Levando em conta que o nível no qual esta camada se encontrava era muito mais elevado do que o curso do Eufrates, que corria nao longe dos vestígios de Ur, não podia, portanto, ter sido orio que havia depositado os aluviões.



Intrigado com esse fato, Wooley ordenou que seus operários cavassem mais adiante. Verificou-se então, que, três metros mais abaixo, a camada de aluvião terminava e, em vez de rocha ou terra virgem, Wooley encontrou fragmentos de cerâmica grosseiramente modelada a mão, bem anterior a cerâmica de Ur, que havia sido feita no torno.



Portanto, grupos humanos haviam vivido no local, antes da suméria e, provavelmente, haviam sido destruidos por um cataclismo que provocara o espesso depósito de aluiões.



Wooley, que conhecia bem a Bíblia, julgou ter encontrado indicios indiscutiveis do dilúvio, Porém, para ter mais certeza, mandou cavar outro poço, um pouco mais adiante, que revelou a mesma sucessão de câmadas.



Para controle, fez, então, cavar um terceiro poço, mais longe, porém, desta vez, numa elevação natural. Aí, não encontrou qualquer traço de aluvião... 



Estava provado que inundações catastróficas haviam feito submergir por completo esta parte do mundo...



Em definitivo encontrou-se uma camada do dilúvio em Ur com cerca de 2,2o m, outra em Kish com cerca de 3,00 m, uma em Uruk com cerca de 1,50 m e uma em Nínive, situada no IV milênio... 





O DILÚVIO É ATUALMENTE INTERPRETADO COMO TENDO SIDO UMA SÉRIE DE INUNDAÇÕES PROVOCADA POR VIOLENTAS CHEIAS DO EUFRATES E DO TIGRE EM ÉPOCAS DIFERENTES (PELO MENOS DUAS: POR VOLTA DE 3200 - 3000 E DE 2800 -2700 a C)...



O MITO DO DILÚVIO TEM, PORTANTO, UM FUNDAMENTO REAL. CONTUDO, A CATASTROFE NÃO HAVIA, EM HIPÓTESE ALGUMA, AFETADO TODA A TERRA NEM DESTRUIDO TODO GÊNERO HUMANO; MAS DEVIA TER IMPRESSIONADO DE TAL MANEIRA OS SOBREVIVENTES DA REGIÃO MESOPOTÂMICA QUE ESTES, DE BOA FÉ, ACREDITARAM QUE TODA A HUMANIDADE HAVIA DESAPARECIDO." Louis Fréderic in "A arqueologia e os enigmas da Bíblia." Rio de Janeiro, Otto Pierre, 1978, p 102 sg



Confirmou-se pois a narrativa hebraica em seus traços gerais e ao mesmo tempo verificou-se a falsidade da interpretação medieval, ainda hoje sustentada por nossos fundamentalistas. Foi justificado o Genesis mas condenada a interpretação disparatada dos sectários protestantes.



Enfim, recomendamos aos leitores que assistam este elucidativo documentário produzido pela BBC:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Epop%C3%A9ia_de_Gilgamesh








DILÚVIO 'PROTESTANTE' IMPOSSÍVEL









Caso você não saiba, o côvado é uma antiga medida de distância; equivalente a mais ou menos dezoito polegadas (45,72 centímetros). Assim, temos uma arca com as seguintes medidas:
Comprimento: 300 x 45,72 = 137,16 metros; Largura: 50 x 45,72 = 22,86 metros; Altura: 30 x 45,72 = 13,76 metros

"Se sermos ao côvado a dimensão de meio metros, cada andar da arca teria cerca de 5 metros de altura, destarte as dimensões da arca seria cerca de 150 metros de comprimento, 25 metros de largura e 15 de altura. Um barco grande sem sombra de dúvida, mas mesmo assim, menor do que nossos transatlânticos... supondo que contava com três andares e que era retangular, chegamos ao total de 1125 metros quadrados." Shalders. pp 42

Em metros cúbicos 43.144,17


Gostaram? Cerca de metade do Titanic com seus 269 metros de cumprimento, e no entanto ela contava apenas com duas saídas. Uma porta lateral (citada no vers. 16) e uma janelinha (!) no topo com um côvado de dimensão, ou seja, 45,72cm (!!!). Como a porta fora fechada pelo próprio Javé ficamos a cogitar donde vinham o ar e a luz necessários a vida de seus ocupantes?

"A janela de dimensões exíguas no teto da arca não poderia dar luz suficiente, nem para o andar superior nem para os demais. Destarte como puderam os habitantes da arca viver quase um ano imersos na mais completa escuridão? Não há exagero algum nesta afirmação pois quando terminou o dilúvio, Noé não pode se servir da janela para constatar se as águas já estavam abaixando para poder sair de sua prisão, eis porque enviou o corvo e depois a pomba. Segundo a narrativa a prisão de Noé na arca durou 354 dias ou seja um ano menos nove dias (!!!)" id 43

Será que os habitantes da arca acendiam archotes e tochas em seu interior? Neste caso como que a arca não pegou fogo se era de madeira?


Num ambiente destes, com tantos animais armazenados e tantos excrementos amontoados - No primeiro andar certamente não havia escoamento para o esgoto - devia ser terrivelmente insalubre e disposto a todo tipo de infecções e parasitoses... Dificilmente algum animal resistiria, mesmo Noé...


Vai ver que os anjos recolhiam os excrementos...


Quanto as dimenssões da arca assim se expressou Moigno:

"Não é o número excessivo de gêneros e espécies que se deve invocar para alegar a impossibilidade do dilúvio.
É ao contrário, ás dimenssões colossais da arca que devemos pedir o segredo da multidão de gêneros e de espécies que anima e povoa o globo...
Observe-se que o museu de História natural de Paris comporta em si quase que todos os animais da terra e que no entanto não chega a ser maior do que a arca."
 Les Esplendeurs III, pp 1142

"Esqueceu-se Moigno de que os exemplares do museu de História natural de paris encontram-se empalhados, ou seja, que não se movem, nem respiram, nem se alimentam, nem excretam dentro de suas gavetas e vidraças." Campos Novaes in "As origens chadeanas do Judaismo." pp 281

Esqueceu-se ainda, o bom padre, de contabilizar os animais extintos... e de levar em consideração que o número de casais de cada animal puro a ser embarcado era sete: sete casais vivos e não um único animal empalhado sr Padre!!! Vai ai já uma considerável diferença!!!

Noutro passo o mesmo apologista assim se expressa:

"Assim podemos concluir sem maiores dificuldades que 16.137 espécies de mamíferos, passaros e répteis e 16.000 espécies de insetos poderiam viver com 383.510 hectolitros de mantimentos."
"Pobres naturalistas - redargue Campos Novaes in opus cit - ignorantes os quais afirmam que o número de espécies classificadas até hoje chega a 1.000.000 de formas determináveis, enquanto que a arca só seria capaz de abrigar 32.000 (!!!)"

Grosso modo as dimensões da arca correspondiam as do nosso Contratorpedeiro Pará:
Deslocamento (toneladas): 3.320-padrão / 3.585-plena cargaDimensões (metros): 126,3 x 13,5 x 7,3 (sonar) / 4,4 (quilha)Velocidade (nós): 27,5




Parece muito?
Talvez até pareça, mas não é...



Não, não é e nem um pouco se levarmos em conta que todas as espécies de animais estavam lá.

E como a 'palavra de deus' não comporta restritivos, devemos crer que lá não só os animais que conhecemos hoje mas todos os animais extintos do passado.

Refiro-me aos grandes saúrios já extintos que a sabedoria fundamentalista afirma como contemporâneos do homo sapiens, a megafauna pleistocênica e todos os animais extintos no decorrer dos séculos subsequentes e anteriores a invenção da escrita.

Lá deviam estar certamente o titanossauro com seus 12 metros de cumprimento, 6 de altura e cerca de nove toneladas, o Mosasauro, o Tylosauro, o brontosauro, o tiranosauro, o alosauro, o hadrosauro, o estegosauro, o triceratops, etc

Mais o toxodonte, elasmotério, o megatério, o mamute, o bisão, o Smilodonte, a moa, etc

Além do hipopotamo, do varano, do rinoceronte, do crocodilo, do elefante, do leão, da anta, da zebra, do bufalo, da girafa, etc

Algo centenas de vezes maior que o zoologico de Nova York...

Que nem mesmo uma frota composta por cem Titanics poderia abrigar...
No entanto, segundo parte dos criacionistas: "Noé certamente colocou tais exemplares dentro de sua arca (!!!)" (cf site Creation Tips artigo dinosauros)

A menos que a mega fauna tenha se desaparecido antes de Noé...
Donde se infere ter sido criada para existir durante menos de vinte séculos (!!!), que é o tempo que vai de Adão a Noé...

Ou que Noé tenha desobedecido a lei divina e deixado todos estes animais gigantescos do lado de fora... Neste caso o responsável pela destruição deles teria sido Noé...

E não podemos deixar de encarar tal ato como um ato de desobediência para com as determinações do Criador... Noé teria executado um serviço muito mal feito...

A menos que Deus mesmo tivesse ordenado a Noé a exclusão de todos estes animais com o intuito de extigui-los...

Mas que pecados teriam cometido estes animais para merecerem tão grande punição?
Acaso teriam assassinado por puro prazer, roubado, traido e mentido como os filhos de Adão?
Sem no entanto terem sido aniquilados em sua totalidade...

Será que o pecado cometido por tais seres foi o de serem avantajados e de não caberem na arca construida por Noé?

Mas a dimensão deles não correspondia a vontade de Deus?

Pode haver criação que parta doutro princípio e que não corresponda a vontade de Deus?

Afinal se deus mesmo quiz destruir tais espécies num prazo tão curto de menos de dois mil anos porque se deu ao trabalho de cria-las?
Será que continham algum defeito?
Fazendo com que deus tenha se arrependido por te-las produzido?
Acaso não é perfeito tudo que sai das mãos do perfeito e bom tudo quanto sai da mente daquele que é Bom?
Neste caso porque Deus haveria de destruir obras boas e perfeitas que refletissem sua sabedoria?

Será que algum teólogo fundamentalista poderia responder meus questionamentos?

Por fim se deus determinou o abandono e a destruição de tantos e tantos seres vivos eis que nos deparamos como mais outra narrativa anti-ecológica assente nos livros dos judeus...
Donde parte dos criacionistas ousa negar a existência dos Dinosauros (!?!)
Em que pese a presença e o testemunho de seus esqueletos em milhares de museus e gabinetes de paleontologia espalhados pelo planeta...
Como duvidar de que sejam realmente descendentes daqueles que como Melanchton, a cinco séculos recusavam-se a por seus olhos numa luneta e griatavam a plenos pulmões que uma terra retangular e fixa ocupava o centro de um universo de 5500 anos???

Haveria a possibilidade de deus ter esticado a dita arca até deixa-la do tamanho do Titanic ou da Ilha do Marajó as escrituras no entanto silenciam sobre tal prodigio...

Se as medidas da tal arca sequer poderiam conter toda a fauna existente atuelmente em nosso planeta, quanto mais poderia conter ela toda fauna que já passou por ele no último bilhão de anos!!!

E mais os alimentos e forragens...(já a epopéia de Gilgamesh faz anotar 10.800 caixas de mantimentos )
Sem contar a água potável e os excrementos...



Sabem os profetas e pastores quanto um elefante ou um hipopotamo comem por dia?

Creem que o seu deus realizou a multiplicação do capim?

Além disto a arca deveria contar também com ambientes climatizados, pois muitas espécies de animais são deveras sensiveis a mudanças climáticas, vindo a perecer... mas eis que era fechada como uma caixa de sapatos... imagine só quanto tempo duraria uma fóca ou um pinguim num ambiente destes???

Imaginem só o heróico Noé peregrinando - como não sabemos - durante trezentos anos por toda a face da terra, de continente a continente (assim já sabemos quem é que descobriu a América e a Oceânia) de ilha em ilha, recolhendo as ditas espécies de animais ou deus produziu alguma espécie de odor capaz de atrai-los? Que cheirinho não devia emanar da bendita arca para atrai-los todos...
Resta-nos saber como teriam as antas, lhamas, coalas, equidnias, etc atravessado os oceanos...
Será que Deus mandou seus anjos arrasta-los pelas orelhas como se diz do profeta Habacuc???


Outro detalhe importante é que haviam animais carnívoros.

Logo como alimenta-los senão juntando um farto suprimento de carnes?
Será que haviam refrigeradores ou geladeiras na arca?
Neste caso Noé deve ter tido de levar bem mais do que sete casais de cada animal herbivoro com o intuito de alimentar aos carnivoros... digo dezenas ou centenas de casais (!!!)
Ou será que o eterno mudou a dieta dos animais carnivoros?
Mais um milagre...
Do contrário como impedir que os leões atacassem as zebras? Como impedir que as raposas comessem os coelhos?

Outro milagre?
E os vegetais?
Como lograriam sobreviver após seis meses de inundação, completamente submersos; mormente as espécies de terra seca?
Acaso não haveriamde apodrecer a maior parte dos frutos, tubérculos e sementes?
Provocando uma extinção e massa de exemplares?
E no entanto inexistem quaisquer evidências sobre uma tal extinção de espécies vegetais cerca de dois ou três mil anos antes de Cristo.
Teria Deus recriado tais espécies?

Enfim toda esta fábula pede um número tão grande de milagres que a torna amplamente ridícula mesmo aos olhos daqueles que creem em milagres...
Pois teria feito: a arca de alargar, o interior da arca ficar iluminado sem luz, atrair os animais, faze-los flutuar nos ares, torna-los dóceis ou vegetarianos, multiplicar a água ou o capim, limpar o esterco, além de fechar a porta obviamente... Tudo para não ferir as suceptibilidades dos nossos fundamentalistas...





"Tudo é milagre na história do dilúvio: milagre que quarenta dias de chuva tenham inundado as quatro partes do mundo e que a água tenha se elevado quinze côvados a cima de todas as mais altas montanhas; milagre que tenham existido cataratas, portas, aberturas no céu; milagre que todos os animais se tenham dirigido para a Arca, vindos de todas as partes do mundo; milagre que o ar e a luz conseguissem penetrar na arca pela minúscula janelinha; milagre que Noé tenha encontrado com que alimentá-los durante seis meses; milagre que todos os animais não se tenham devorado uns aos outros; milagre que tenham sobrevivido fora de seus habitats naturais; milagre que tenham encontrado com que se nutrir ao sair da Arca." Voltaire in D F pp 218










Das contradições Bíblicas referentes ao Dilúvio (Extraidas de Campos Novaes, opus Cit)


Como é assaz sabido desde os dias de Astruc, existem duas narrativas bíblicas sobre o díluvio, uma enlaçada a outra: A narrativa javista, cujo autor, sempre que se refere a Deus emprega o termo Javé e a narrativa Eloista, cujo autor, sempre que se refere a Deus emprega o termo Elohim.

Separando uma da outra e colocando-as lado a lado, as contradições entre as duas narrativas saltam a vista:

a) Quanto ao número de animais que deveria ser recolhido a arca.

A primeira narraviva, a javista, refere a sete casais de animais puros e a um casal de cada animal impuro - Gn 7,2sg - enquanto que a eloista refere simplesmente a um casal de cada espécie - Gn 6,15 - animal.

Pois para o javista o excedente de animais puros - aquele que segundo o Levítico podem ser consumidos pelo homem - serviriam tanto para o consumo de Noé e dos seus quanto para o oferecimento dos sacrifícios de ação de graças ministrados após a saída da arca. O eloista no entanto assevera que os homens se abstiveram de consumir carne até sairem da arca e obterem permissão para consumi-los da parte do Senhor.
A questão é absolutamente simples: se o homem não consumia carne antes de sair da arca (redator eloista) não poderia haver qualquer divisão entre os animais como quer o redator javista. Pois a distinção entre animais puros e impuros sendo dietética e extrinseca exige para tanto que haja consumo de animais (consumo antes do dilúvio, o que entretanto é negado pelo redator eloista); do contrário - e todos os teologos protestantes o sabem - tal distinção seria entrinseca, tendo Deus produzido animais puros e impuros ou seja maus por natureza...
Suster a opinião segundo a qual o Deus Bom desejou criar seres entrisecamente maus, viciados ou defeituosos implica maniqueismo.

Há pois uma contradição patente entre as ressenções J e E no que diz respeito a quantidade de seres postos na arca por espécie e a finalidade dos excedentes (pois um só casal costuma ser eficiente como matriz, a menos que Deus tenha desejado extinguir por completo aos 'animais impuros' que ele mesmo criou ) dos animais puros.



b) Quanto ao tempo referente a duração do fenômeno.

O narrador javista é tachativo: choveu durante quarenta dias e quarenta noites (Gn 7,12 e 17 e Gn 8,6) tardando a terra vinte e um nove dias para secar e aportanto a arca ao septagésimo dia (número místico que representa a procação e/ou a penitência). Ja o narrador eloista menciona CENTO E CINQUENTA DIAS, SEIS MESES OU MEIO ANO SOLAR DE CHUVAS E MAIS OUTROS TANTOS MESES DE EFETIVA INUDAÇÃO TENDO A ARCA APORTADO AO CABO DE QUASE UM ANO SOLAR (!!!)

c) Quanto ao secamento da terra.

"As contradições chegam ao cúmulo com a ordem em que foi posta a exploração de corvos e pombos correio, que segue ao verso 8,5, no qual lemos que os topos das montanhas reapareceram no horizonte tornando inutil o envio dos pássaros; então é que exigimos daqueles que negam as ressenções que nos expliquem porque a pomba não logrou por o pé em terra por não encontra-la, como rezam os versos 8,6 e 8,9, quando é certo que o verso imediatamente anterior, acaba de declarar que as montanhas haviam reaparecido no horizonte... Será que os pombos correios, que percorrem centenas de léguas não viram tais montanhas?"
QUANDO OCORREU O TAL DILÚVIO???
Segundo a Massorá quando Lamec veio a luz Adão ainda era vivo.
Assim sendo Noé nasceu cerca de cem anos após a morte do primeiro pai, logo, quando o mundo contava com cerca de mil e quarenta anos pois segundo o relado bíblico Adão teria morrido com cerca de cento e trinta anos...
Donde partindo do ano judaico que está fundamentado na contagem da Massorá inferimos matematicamente que o Diluvio, tendo ocorrido quando Noé contava com cerca de seiscentos anos, ocorreo quando a terra contava com cerca de 1650 anos. Josefo no entanto, recorrendo a outros manuscritos (importa dizer que a cronologia hebraica não é séria) obteve o computo de 155o anos de idade para a terra, quando foi literalmente afogada...
Observe: 3760 (ano judaico calculado pelo rabino Yose ben Halafta, cerca de 160 d C cf Seder Olan) a C - 1650 = 2100 a C, que seria a data do dilúvio segundo a cronologia hebraica ortodoxa!!! Segundo Josefo no entanto o Dilúvio teria ocorrido cerca de 3250 a C (!!!)
Adontando a cronologia de Usherius de Armagh (segundo o qual o mundo foi produzido em 4004 a C) chegariamos a 2300 - 2400 a C...
Caso tomemos por padrão o pentateuco samaritano, que interpõe apenas treze séculos entre a criação e o dilúvio, obteriamos a data de 1700 ou mesmo de 1500 a C...
E de 2400 a 1500 já são novecentos anos de diferença(!!!???!!!) Pérolas da inspiração...
Diante da impossibilidade manifesta (pois os fundamentalistas sabem que a escrita apareceu cerca de 3200 anos antes de Cristo, que a primeira construção de pedra feita pelo homem, a pirâmide de Sakkara no Egito conta com cerca de 4700 anos e que os grandes zigurates da suméria contam com mais de 2400 anos) o único recurso possivel foi recorrer a uma versão 'inexistente e corrompida' (segundo os mesmos protestantes) ou seja a Septuaginta, o que lhes permite adicionar cerca de 600 anos a data do dilúvio, chegando a cerca de 3200 a C...
(Penso que os fundamentalistas deviam tomar decisão, pela cronologia da septuaginta segundo a qual Matusalem teria sobrevivido oito anos ao Dilúvio sem ter entrado na arca - pois esta escrito que só entraram oito almas na arca - ou pela cronologia da Massorá, segundo a qual Sem e Eber teriam sido contemporâneos de Abraão...)
Basta dizer que o grande círculo de Stonehenge foi iniciado cerca de 3400-3100 a C e que não há qualquer evidência sobre ter ele permanecido submerso durante algum periodo de tempo. Por outro lado, caso o Dilúvio tenha ocorrido em 3200 a C não se compreende que em tão pouco tempo tenham atingido as Ilhas Britânicas e se multiplicado a ponto de construir tão grande monumento.
O puro e simples testemunho da escrita e/ou da pré escrita e das artes basta para basta para estabelecer uma linha de continuidade cultural sem qualquer interrupção, de 4000 a C em diante no Egito, em Susa e no vale do Indo. Continuidade cultural esta que - em se admitindo a existência de um dilúvio que aniquilou praticamente toda humanidade, destruindo complemente as culturas ante diluvianas (anteriores a 3200 a C) e engendrando outras culturas a partir dos três filhos de Noé - seria impossivel...
Admitindo-se a existência de um dilúvio universal a História do Egito, da Susiana e da antiga india deveria apontar-nos a existência de outras culturas, extintas e desconhecidas (ou a inexistência de toda e qualquer cultura) anteriores as que conhecemos e se qualquer relação com elas... Esta ruptura cultural no entanto jamais ocorreu sendo patente a solução de continuidade.
Destarte fica historicamente demonstrado que entre 4000 e 3000 a C não ocorreu qualquer exterminou ou aniquilação total de seres humanos e de culturas nos termos da narrativa Bíblica.
Historicamente a narrativa de uma exterminação quase que total de seres humanos durante o quarto milênio a C pertence ao domínio da fábula ou seja não passa duma ficção ou dum romance religioso cujos fundamentos dizem respeito a uma calamidade regional ocorrida na Mesopotâmia.
RESPOSTAS AS OBJEÇÕES DOS FUNDAMENTALISTAS
Objeção: Restos de animais marinhos fossilizados encontrados nos cumes das grandes montanhas como o Everest evidenciam que elas inexistiam no tempo em que ocorreu o Dilúvio (2500 a C) e que formaram-se justamente sob pressão da água que durante o díluvio cobriu toda crosta terrestre.
Resposta: Grosso modo todas as grandes montanhas são de origem recente e formadas por extratos móveis em constante elevação ou assunção.
No entanto, partindo justamente deste fato, segundo qual o Everest cresce cerca de cinco centimetros por ano, fica fácil calcular a data em que ele principiou a formar-se e sua idade em termos mais ou menos exatos.
Partamos do principio segundo o qual o Everest conta com 8848 ms de altura...
1 (hum) metro = 100 (cem) centimetros
Logo> crescendo 5 cm por ano o Everest deve ganhar um metro a cada vinte anos.
Agora basta-nos multiplicar 20 por 8848 para sabermos a idade do Everest, que seria aproximadamente de 177.000 anos (!!!)
E não míseros 2,500 anos ao cabo dos quais o Everest não poderia contar com mais de 125 metros (!!!)...
Eis porque os referidos fósseis encontrados em seu cume datam de milhões e milhões de anos e não de vinte e poucos séculos...
Grosso modo a cordilheira do Himalaia é produto de um atrito contínuo entre duas plascas tectônicas: a Eurasiânica e a Indo/australiana, cujas bordas acabaram saltando para fora.
Caso o Everest tivesse sido causado pelo Dilúvio, não estaria a elevar-se 2.500 anos após a cessação do dilúvio... pois suprimida a causa de sua elevação (o dilúvio) teriamos igualmente suprimido seu efeito (a elevação). Assim a continuidade da elevação nos aponta para outra causa: o atrito entre as placas, pois se tal atrito é o responsável por fazer a montanha crescer ainda hoje somos autorizados a concluir que a montanha principiou a crescer graças a ele e não graças a um dilúvio que teria ocorrido e acabado a menos de 25 séculos.
O próprio livro dos Salmos se opõe a esta teoria bizarra segundo a qual as grandes montanhas inexistiam, pois reza: "COBRISTES A TERRA COM UM MANTO DE ÁGUA E FICARAM SUBMERSAS AS MONTANHAS." 104,7
Objeção: "Antes do dilúvio a atmosfera era diversa da atual, muito mais quente, úmida e vaporosa; a condensação de tais vapores é que forneceu a quantidade de água necessária para inundar as terras emersas." Balsiger D. 'Em busca da arca de Noé'
Resposta: Para fornecer a quantidade de água necessária para inundar todas as terras emersas, ultrapassando as grandes montanhas, como o Roz Wandis ou como queiram o Ararat (com seus quase 6 Km de altura) seria necessário que a camada vaporosa que cobria a terra ante diluviana atingisse dezenas de Kms, impedindo destarte que a luz e o calor do sol chegassem a superfície da terra, logo tornando-a estéril haja visto que os vegetais dependem da luz solar para viver e os animais da existência dos vegetais. Donde uma terra coberta por tão espessa camada de gazes seria uma terra insalubre e deserta.
Objeção: Antes do dilúvio não haviam Oceanos, a terra e a água estavam juntas (!?!)... os vales eram certamente mais profundos do que são hoje e os mares muito mais baixos???
Resposta: Caso todas as terras emersas estivessem juntas, toda água ficaria em redor...
Neste caso donde veio o excedente de água necessário para cobrir as terras emersas e ultrapassar as grandes montanhas?
Não exigiria a lei da gravidade que as águas se espalhassem uniformemente por todo Globo? formando um manto de água mais denso do que a crosta terrestre e capaz de quebra-lo?
Por outro lado se as terras emersas estavam juntas onde ficavam os tais vales e como poderia haver diferença de nivel entre os mares??? E a lei da gravidade???
Toda esta explicação peca por ser confusa e contraditória deixando sempre de explicar donde veio e para onde foi tão grande massa dágua... Teria ido para o manto ou mesmo para o núcleo do planeta?
UM JUÍZO MORAL SOBRE O DILÚVIO
"Deus resolve acabar com todos os seres vivos, homens, animais, repteis e até mesmo as aves do céu. Não bastaria uma simples palavra ou decreto seu para que todos tornassem ao pó??? PARA QUE RECORRER A EXPEDIENTE TÃO BÁRBARO FAZENDO AFOGAR A TODOS??? OS HOMENS, PARA NÃO MENCIONARMOS OS ANIMAIS, FUGINDO SE SEUS LARES EM DEMANDA DE SÍTIOS TANTOS MAIS ELEVADOS, CALCANDO PENHASCOS E BRENHAS, FUNGINDO E VENDO A ÁGUA SE APROXIMANDO CADA VEZ MAIS SEM TEREM PARA ONDE ESCAPAR... ATÉ QUE FORAM ENGOLFADOS E SUBMERSOS... UM SUPLÍCIO DESUMANO, PIOR QUE A INQUISIÇÃO ESPANHOLA. A INQUISIÇÃO MATAVA EM NOME DE DEUS, AQUI É DEUS MESMO QUE MATA E COM REQUINTES DE CRUELDADE." Shalders 41 sgs
Quando eu era menino recordo-me de ter visto minha tia paterna, afogando alguns cãezinhos recém nascidos num balde dágua, talvez por isso a estória do dilúvio me seja molesta, pois apresenta-me um deus em nada superior a minha tia... um deus que afoga seus filhos como cãezinhos num balde...
Por mais que pareça a narrativa do dilúvio não é uma estórinha inocente ou neutra, que transpira meigice, mas uma narrativa verdadeiramente escabrosa sobre um deus sem coração que tortura seus próprios filhos e suplicia-os através de castástrofes naturais.
São textos como este que teem servido de base para que parte dos cristãos nominais encare tudo quanto é terremoto, enchente ou estiagem como castigo de deus... pois a imagem que fazem de Deus é a de um ser mesquinho, limitado, rancoroso, colérico, ciumento e vingativo... sempre disposto a punir ao invés de acolher, perdoar e esquecer como o Deus de Jesus Cristo... desastre algum ocorre no planeta sem que tais pessoas ergam suas vozes com o objetivo de atribui-los a este simulacro de deus...
Nada de atrito entre as placas tectônicas ou de aquecimento global. É deus mesmo que irritado esmurra o planeta ou que lança seu hálito abrasador sobre ele...
Consideremos porém que em cada terremoto milhares de seres humanos perecem enterrados vivos após uma lenta agônia, que alias, pode chegar a dias, até que acabam sucumbindo a tortura da sêde ou fome, presos em algum cubículo de concreto... Imaginemos a angústia extrema daqueles que soterrados assistem a decomposição de seus amigos e parentes enterrados consigo e que aspiram o odor nauseabundo que se desprende de seus cadaveres...
Consideremos aqueles que habitando próximo a praia, e que estando presos as ferragens e escombros, observam a água se aproximar cada vez mais rápida até cobri-los e afoga-los lentamente sem que haja qualquer esperança de libertação e salvação.
Consideremos aqueles que presos as ferragens e escombros, feridos e exangues, são apanhados por um incêndio que se alastra e literalmente cozidos a fogo lento...
Tenhamos diante de nós estes três tipos de morte: por esmagamento e asfixia, por afogamento e por incêndio e convenhamos que se tratam de mortes verdadeiramente dolorosas e cruéis; causadas segundo cremos pelas forças cegas e inexoráveis da natureza...
Eles porém, os sectários e fanáticos, atribuem-nas a vontade mesma de Deus, crendo que ele se deleita justamente em soterrar, afogar e queimar seres humanos...
Consideremos enfim, que tanto agora como nos tempos do mítico Noé, ao menos uma parcela da população era formada por alienados mentais, bêbes, crianças que ainda não atingiram a idade da razão, acamados, idosos esclerosados e animais... ou seja por grupos de pessoas isentas de liberdade e responsabilidade, logo inocentes (ano menos no caso dos alienados, crianças e animais) ou muito levemente culpadas...
Já porque não poderiam ter cometido quaisquer pecados pessoais ou próprios...
Donde não podem ter sido castigadas e punidas pelo pecado ancestral que é comum a todos os seres humanos...
Fica pois manifesto que tais pessoas nem podem, nem jamais poderiam responder por seus atos! Por atos que jamais cometeram ou que se cometeram não foi no exercício da liberdade.
E no entanto, em tais circunstâncias elas são sempre as primeiras a perecer, face aos pecadores saudáveis e vigorosos, que logram escapar ou resistir...
A Suma justiça no entanto repugnaria punir o inocente junto com o infrator.
Eis porque o Evangelho da graça e da glória notifica os povos todos de que as punições e castigos de natureza espiritual estão reservados ao além túmulo.
Não negou Jesus, ao cair a torre de Siloé (Lc 13,4) que se tratasse de dum castigo divino, como supunham todos os fariseus e homens ignorantes que o rodeavam?
Pois caso os impenitentes fossem castigados e punidos, já nesta vida, por seus pecados; ficariam sem sentido as punições espirituais e invisiveis que lhes estão reservadas na outra vida.
Mesmo porque os juizos espirituais são ao mesmo tempo pessoais enquanto que as catastrofes produzidas pela natureza ou por ação antrópica são cegas, atingindo a todos: santos e pecadores, penitentes e obstinados, inocentes e culpados sem distinção... Como se sucedeu no incêndio de Londres e no de Upsala nos quais pereceu um bom número de sectários e fanáticos sem que os anjos do céu viessem salva-los...
Grosso modo, pecado algum justifica uma tal atitude da parte de Deus. Digo a ação de soterrar, afogar ou queimar lentamente seres feitos a suma própria imagem e semelhança...
Que Pai seria capaz de castigar ou de punir de modo tão aspero e cruel os filhos que gerou?
Acaso um tal pai, não mereceria ser tido em conta de insenssível e desalmado?
No Evangelho de Cristo todavia nos deparamos com a narrativa segundo a qual o Pai, esperou e aguardou pelo Filho pródigo, sem exasperar-se ou dar mostras de ressentimento, até que o filho regressou e em paz foi recebido, senão com júbilo e contentamento...
Imaginemos um tal tipo de deus, que provoca cataclismos semelhantes ao dilúvio, soterrando, afogando e queimando milhões de seres humanos como se não passassem de vermes ou de insetos, em que um tal deus seria diferente de Hitler ou superior a Menguele?
Em nada...
Pois neste caso Hitler, Menguele e todos os psicopatas, tiranos, déspotas e execráveis inimigos do gênero humano, estariam apenas cumprindo os decretos divinos e espalhando entre nós o juizo de deus (!!!) Com que direito punimos tais celerados ao invés de condecora-los enquanto ministros da cólera e da vinganças divina? Com que direito julga-mo-los e condena-mo-los se estão a imitar a deus? Com que direito censura-mo-los se limitaram-se a cumprir e a executar a vontade do Senhor?
Eis a que ponto chegaram os novos fariseus, a ponto de pintarem aquele Pai de amor revelado pelo Senhor Jesus Cristo na boa nova com as tintas de um Nero, de um Caligula ou de um Domiciano, assassinos e torturadores de homens.
São as tristes consequências de se levar a sério as estorietas forjadas pelos sacerdotes hebreus, homens sem noção ou idéia elevada a respeito das coisas santas e divinas.
Concluimos pois que além de ser falsa, a narrativa do dilúvio é francamente imoral na medida em que distorce a natureza divina empretando-lhe os vícios e defeitos que caracterizam os mortais, tais como a cólera e o desejo de vingança.
O Deus de Jesus Cristo faz lançar fora o temor do castigo e florescer o amor pelos dons concedidos...
O deus do livro do gênesis só faz inspirar medo e terror aos seres humanos com o intuito de obter sacrifícios sangrentos com cujo fétido cheiro se deleita...
Nada mais sacrílego, nada mais blasfemo, nada mais escandaloso do que atribuir tais sentimentos baixos e vulgares aquele em nome de quem Jesus Cristo mandou que perdoassemos nossos semelhantes setenta vezes sete vezes...
Este é o Deus verdadeiro, sobre o qual a razão mesma da testemunho e folga em receber, aquele não passa de um Zeus ou dum Jupiter solitário, infeliz em sua solidão justamente porque não sabe e não aprendeu amar.

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