Corroborando o que registramos no capítulo precedente a respeito de Zozimus não ter recebido a doutrina de Agostinho em sua integralidade e dos decretos de Cartago (418) temos que dez anos depois Hilário e Próspero Tirus informaram o próprio Agostinho sobre a viva oposição suscitada por seus ensinamentos sobre a graça nos mosteiros da Gália (cf Altaner Patrologia 447) bem como a ida de Próspero a Roma sob Celestinus I (e 431) com o intuito de obter a condenação efetiva dos anti agostinianos. Do que resultou uma carta em que Agostinho é louvado de modo geral, sem que no entanto sua doutrina sobre a graça seja oficializada. iden id
Outra evidência a respeito de que nem Roma e muito menos Éfeso haviam decidido qualquer coisa de positivo a respeito é que em 432 Vicente, monge tradicionalista de Lerins, dirigiu umas 'Objectiones' - impugnadas por Próspero - contra os seguidores de Agostinho e um ou dois anos depois o afamado Commonitorium ou memorial.
Memorial em que classifica a opinião de Agostinho como: "UMA INOVAÇÃO DEMASIADO PERTURBADORA." in Chadwick "História da Igreja na antiguidade." Portugal 1973
Também os escritos de João Cassiano de Dobrudscha colaboraram para sua mudança de posição uma vez que este havia sido ordenado diácono por Crisóstomo e era adversário irredutível do agostinianismo.
Em suas Collationes - Vivamente recomendadas por S Bento de Nursia, S Cassiodoro e S Gregório Dialogos - o erudito Altaner extraiu as seguintes proposições:
- A boa vontade em si mesma compele o homem a abraçar a fé
- A graça vem em socorro da Boa Vontade
- A Liberdade e a Graça atuam harmoniosamente levando a cabo o processo da salvação
- A NEGAÇÃO DA VONTADE SALVÍFICA UNIVERSAL DE DEUS É UMA DOUTRINA SACRÍLEGA
- A predestinação dos Santos não é absoluta mas condicionada a aceitação e posterior colaboração.
- A graça é concedida em previsão dos méritos.
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