Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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sábado, 25 de outubro de 2008

Livro da confrontação dos princípios: A origem dos princípios protestantes...











CONHECIDO TAMBÉM POR - KITAB AL MILAL MASHILIA W GARB (luterywa/Kalviniwa): LIVRO DAS SEITAS CRISTÃS OCIDENTAIS> LUTERANA E CALVINISTA.



"ASSIM EXAMINAI TUDO E RETENDE O QUE FOR PROVEITOSO." I Ts 5,21


Uma proposta coerente!


O que temos a propor a você, amigo protestante é algo muito simples, básico e trivial.

Algo de muito simples e muito elementar.

Num primeiro instante não nos dispomos a discutir ou polemizar sobre doutrinas pertinentes a Cristo, sua missão, o mundo celestial, etc Noutras palavras, sobre tudo quanto é afirmado pela ortodoxia e geralmente negado pelas organizações protestantes.

Pois, neste caso, teríamos que disputar com uma multidão de seitas ou sectários e isto equivaleria entrar num labirinto, sem ter em mãos o fio de Ariadne.

Seria tão fastidioso quanto inútil.

Assim, o apóstolo declara: "Abandonai as contendas e vãs disputações."

Pois as contendas e disputações, mesmo quando a pretexto da ortodoxia ou pureza doutrinária, não passam de 'obras da carne' destinadas a contemplação da vaidade, do orgulho, do brilho, do amor próprio... e tudo quanto se quer é usar a Verdade para aparacer, triunfar, humilhar, etc nada mais anti Cristão, nada mais farisaico!

Portanto, caso desejemos iniciar uma conversação amistosa e edificante, que seja produtiva e fecunda para ambas as partes tomemos um fio que nos permita sair... Só então penetraremos no labirinto sem receio... do que resultará diálogo ameno e proveitoso sobre as coisas divinas.

De fato nossa proposta inicial é a do livre exame. Nem mais nem menos... o objetivo deste site outro não é senão admoestar cada protestante para que examine livre, mas séria e vigorosamente os fundamentos e princípios de suas crenças; inclusive a crença basilar na inspiração verbal, plenária ou linear da Bíblia... Isto sob pena de portar-se como um papista detentor de uma fé cega! Afinal qual a diferença entre a fé cega na presença real de Jesus na Eucaristia ou na Imaculada Conceição e a fé cega na inspiração plenária???

Afinal vocês não vivem convidando, a nós ortodoxos - bem como aos anglicanos e papistas - para que exerçamos o livre exame e investiguemos a credibilidade de nossa fé???

No entanto é bem possível que vocês protestantes jamais tenham posto em prática ou a prova, a 'causa instrumental' do protestantismo, livre examinando vosso sistema no que possui de específico, característico e peculiar...

Ainda as tradições protestantes...

Apenas acreditais no que vossos pastores e líderes dizem ou ensinam... limitando-se a reproduzir o que eles afirmam e a endossar seus comentários e exposições. Sendo assim temo que vocês protestantes tenham adotado o princípio ortodoxo da autoridade eclesiástica, do magistério ou da tradição, em que pese ter sido ele condenado por vossos reformadores, do que resultou o desprezo pelas tradições antigas e legítimas e sua substituição pelas tradições novas, humanas e legitimamente protestantes; a saber as opiniões dos próprios reformadores.

Até aqui novidade alguma. Bossuet já havia dado com esta 'esquisitice' no século XVII...

No entanto continua sendo paradoxal que vocês nos convidem, a nós Católicos, para que assumamos e ponhamos em prática um princípio que vós mesmos abandonastes e pusestes de lado. Enquanto vós mesmos adotais o princípio Católico, colocando-o a serviço de tradições espúrias, sejam luteranas, calvinistas ou zwinglianas...

Então como procedendo 'acriticamente' como Ortodoxos ou episcopais, desejais que nós Católicos procedamos criticamente como protestantes???

Será que vocês já puseram em dúvida e já examinaram os princípios e fundamentos de vossas crenças???

Temo que não. Suspeito que são.

Neste caso por que nos aconselhais a que duvidemos das nossas???

Sinceramente temo que vocês, protestantes, estejam nos oferecendo um produto que ainda não testaram... e que não estão dispostos a testar, isto é, vendendo peixe de qualidade duvidosa...

A menos que já tenhais testado o livre examinismo e colhido péssimos resultados...

Seja como for, caso desejeis que adotemos o princípio do livre exame busquem demonstrar que ele é útil, salutar e conveniente!

Como???

Uma inversão assombrosa!!!

Aplicando-o. Pondo-o em prática. Supondo por apenas um instante que vossas interpretações possam estar erradas ou duvidando de vossa fé! Afinal quem espera que o outro duvide de sua fé...

Caso não procedam assim, permitam-nos concluir que vocês procede demagogicamente: servem-se do princípio ortodoxo - recebendo seus líderes como autoridades e as palavras dos reformadores como verdadeiras tradições - e esperais que nós ortodoxos nos sirvamos de princípios protestantes???!!!???

Agora se é mesmo assim permitam-nos inferir igualmente que nosso princípio é muito bom ou superior. Do contrário vocês não teriam traído tão sordidamente o excelente princípio da dúvida e do exame!

NO TERRENO DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS!


Por princípios ou fundamentos não nos reportamos aqui a qualquer elemento ou artigo do credo Cristão, uma vez que na multiplicidade das seitas creio que não haver um item sequer deste credo que tenha permanecido incólume ou inume após a revolução luterana...

Pouco importa. Basta-nos saber que há um pequeno núcleo de teorias e práticas COMUNS em torno das quais tem orbitado todas as seitas e o pensamento protestante 'conservador' de modo geral, no decorrer destes quase cinco séculos pós luteranicos.

Refiro-me a uma poucas doutrinas enunciadas por Lutero com bastante empenho, entusiasmo e sabor de novidade ao iniciar sua carreira de Reformador e acolhidas quase que de imediato com o mesmo empenho e entusiasmo pelos primeiros reformadores - Zwinglio, J. Blaurock, J Calvino - e fiéis em sua totalidade como sinal de consciência. E que são ainda hoje, ao menos formalmente, admitidas pela maior parte das confissões reformadas que apresentam-se como 'ortodoxas'.

O cerne das ideologias Católica e Protestante

Para além de toda e qualquer doutrina a respeito de Cristo, da Eucaristia, dos Sacramentos, da Virgem, dos Santos, das representações, etc são estes princípios ou fundamentos essencialmente ANTI CATÓLICOS, pelo que em cada posicionamento doutrinal do protestantismo 'ortodoxo' temos uma espécie de acomodação ou melhor emanação sua. São estes fundamentos e princípios que tem regulado os credos protestantes.


Um grande conflito

Nem preciso dizer ou esclarecer que face a cada um destes fundamentos ou princípios caracteristicamente protestantes (poderíamos inclusive falar num 'espírito do protestantismo') temos um princípio Católico ou Ortodoxo e bem poderíamos definir este pequeno conjunto de princípios Católicos como o 'espírito' ou sentido Católico (ou Ortodoxo). Diante disto mesmo face as divergências e variantes doutrinárias podemos com propriedade discorrer sobre um conflito entre um espírito protestante comum a todas as seitas e as estruturas 'Católicas'; romana, anglicana e Ortodoxa (esta apenas sua expressão perfeita!).

Temos aqui ainda duas matrizes das quais partem no mínimo duas visões de mundo ou perspectivas ideológicas e culturais irredutíveis.

OS PROTESTANTES EM GERAL reconhecem a existência de tais fundamentos ou princípios aos quais dão o nome de "Solas"...







OS CINCO 'SOLAS' - & SEIS PRINCÍPIOS



Mas que teorias, doutrinas, fundamentos ou princípios serão estes?

Principiemos nossa investigação dando a palavra aos próprios luteranos:


"A reforma proposta por Lutero tem quatro pilares, ou seja, quatro princípios teológicos fundamentais... Estes quatro pilares ensinados por Lutero ainda hoje são atuais. Por isso merecem ser preservados na memória. Sobre estes pilares fundamentamos a nossa fé e com base neles agimos no mundo em que vivemos. Quais são estes quatro princípios?"
http://http//www.luteranos.com.br/articles/9353/1/Os-pilares-da-Reforma/1.html














01) O Biblismo ou suficiência das Escrituras em matéria de fé e a decorrente negação do magistério apostólico e da sagrada tradição. Esta doutrina recebeu a alcunha de 'Sola Scriptura'





A)"Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir." M Lutero





B)"A diferença entre nós e os papistas é que eles não admitem que a igreja só possa ser pilar da verdade a menos que esteja de acordo com a palavra de Deus. Nós por outro lado afirmamos que o é enquanto submete-se reverentemente a palavra de deus, que é a verdade preservada por ela e aos outros transmitida por suas mãos." João Calvino





C) "Sei por experiência que sou ensinado por deus... durante a juventude dediquei-me bastante a aprendizagem humana como toda minha geração. Assim quando dediquei-me ao estudo da Escritura, da teologia e da filosofia fui percebendo a oposição e notando as dificuldades. Enfim cheguei a conclusão e optei por abrir mão de tudo e aprender a vontade de Deus apenas de sua palavra." Ulrich Zwinglio





D)"QUANTAS VEZES NÃO SE ENGANOU JERÔNIMO! QUANTAS AGOSTINHO! QUANTAS AMBRÓSIO! QUANTAS VEZES NÃO SÃO ELES DE PARECER DIFERENTE! QUANTAS VEZES NÃO SE RETRATAM DE SEUS ERROS... SÓ HÁ UMA ÚNICA ESCRITURA INSPIRADA PELO ESPÍRITO DO CÉU, PURA E VERDADEIRA EM TODAS AS COISAS." F. Melanchton. in Corp. Reform. I,115



E)"SOMENTE A SAGRADA ESCRITURA DEVE SER ADMITIDA COMO REGRA DE FÉ E SEMPRE E ÚLTIMO RECURSO COM QUE AQUILATAR-SE O SENTIMENTO RELIGIOSO." Bernard de Mandeville in 'Free thoughts on religion, the church and national happinefs' praef pg IV

F)"A BÍBLIA, A BÍLIA, DIGO EU É A ÚNICA RELIGIÃO DOS PROTESTANTES." Chilingwhort 






G)"O PROTESTANTISMO SÓ CONVÉM EM DIZER QUE A BÍBLIA É O ÚNICO PADRÃO DA VERDADE." De Wette


H)"A BÍBLIA, A BÍBLIA, TEMOS A BÍBLIA E NÃO QUEREMOS NADA ALÉM DA BÍBLIA." Joseph Smith reproduzindo os clamores de seus adversários protestantes,





I)"As escrituras como regra infalivel da vida e do exercício fazem parte da regra fundamental do protestantismo." Leslie Dunstan, in "Protestantismo." Zahar. p 62





J)"Para nós a Bíblia e só a Bíblia, é a suprema fonte de autoridade teológica tal como foi afirmado nos primórdios da reforma." Karl Barth.




L)"o Protestantismo surgiu na História com a afirmação de que a Bíblia... mais do que a tradição ou a igreja, contitui a suprema autoridade em todos os assuntos referentes a fé e a prática Cristãs." E. J. Jurji in "História das grandes religiões." Rio de janeiro. "O Cruzeiro" p 376





M)"Essa forma propõe o retorno a Bíblia e o direito de apreciação individual." Saurat in "Historia de las religiones." Santiago, Ziz zag, p 228





N)"Daí tira o Cristianismo evangélico (leia-se protestante!) o traço mais visível que o caracteriza: é eminentemente A RELIGIÃO DE UM LIVRO - A BÍBLIA." Erasmo Braga in "Cruzada espiritualista - religiões comparadas" p 79 sg 02) 








02) O livre examinismo ou direito que cada fiel tem de examinar as escrituras sagradas e de julgar a doutrina anunciada pela igreja. Os em geral não contam este princípio por estar intimamente relacionado com o Sola Scriptura.




A)"NÃO POSSO PERMITIR QUE SE IMPONHAM AS ESCRITURAS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO.
É DE NECESSIDADE QUE SE DEIXE LIVRE A PALAVRA DE DEUS, FONTE DONDE MANA TODA LIBERDADE." Martinho Lutero, ep I, p 504



A afirmação do Livre exame enquanto base ou fundamento da pseudo reforma encontra-se até mesmo nos livros didáticos que circulam entre os nossos estudantes do ciclo fundamental.





Quando Lutero enunciou publicamente este princípio o grande Erasmo, exarou este vaticínio: "SE ESTE TEU PRINCÍPIO FOR ADMITIDO A CRISTANDADE SE CONVERTERÁ NUM AMONTOADO DE SEITAS."











03) O solifideismo ou doutrina da salvação pela fé somente (Al Murjia) ou seja sem caridade e sem obras. Esta doutrina recebeu a alcunha de 'Sola fide'.



A) "CERTAMENTE ME DIREIS: É UMA IMPIEDADE CHAMAR O FILHO DE DEUS DE INIQUO E PECAMINOSO. NEGAI QUE ELE FOI CRUCIFICADO E MORTO... PARA NÓS É UM CONSOLO SABER QUE CRISTO TOMOU SOBRE SI, VERDADEIRAMENTE E NÃO FALSAMENTE, OS NOSSOS PECADOS." M Lutero in Gl 3,13



"ESTANDO O MUNDO PURIFICADO E LIVRE DOS PECADOS... SE VIRDES OU SENTIRDES O PECADO EM VÓS, NÃO PODE SER PECADO, POIS SEGUNDO O DEUS DE PAULO, O PECADO, A MORTE E A MALDIÇÃO, JÁ NÃO EXISTEM NO MUNDO, MAS EM CRISTO." Iden, Tischenreden ps 41 sgs



B) "O artigo da justificação pela fé é o mestre, o príncipe, senhor, diretor e juiz DE TODO GÊNERO DE DOUTRINA." Lutero in P Drews "Disputationes Dr M Luthers in den Jahren 1535 - 1545..." Goettingen 1895

"A justificação pela fé é o princípio essencial e primeiro motor da reforma." Sauzin L 'Propos de Table" Paris; Ed Montaigne 1932 praef p 18

"A justificação pela fé faz parte da estrutura fundamental do protestantismo." Leslie Dunstan, Iden, id.





04) O sacerdócio universal de todos os crentes ou acesso direto a Deus sem mediação dos apóstolos, dos sacramentos ou da igreja. É a doutrina do 'Solus Christus' da qual decorre a doutrina da invisibilidade da Igreja.



A"UM SAPATEIRO, UM FERREIRO, UM CAMPONÊS, TODOS OS HOMENS TEM SEUS OFÍCIOS E SUAS VOCAÇÕES, NO ENTANTO, TODOS SÃO VERDADEIRAMENTE CONSAGRADOS COMO SACERDOTES E BISPOS." M Lutero in "Primeiros princípios da reformação." Londres. Murray, 1883, ps 21 sgs



"Creio na Igreja invisível e Católica." Lutero






05) O Sola Gratia ou doutrina segundo a qual a vontade humana é corrupta e inoperante para a salvação (Al Jabria):




A)"Entendo que o pecador é justificado somente pelo amor, pela misericórdia e pela graça de Deus, e nada mais. A graça de Deus me livra da culpa, do poder e da presença do pecado.” Conversas com Lutero, p.224

"Podemos dar por certo que sequer os anjos são livres, pois o livre arbitro é um apanágio exclusivo de Deus." Opera ed Weimar XVIII, 664

"Tudo se realiza segundo os decretos imutáveis de Deus... tudo quanto fazemos, faze-mo-lo não livremente mas por pura necessidade." id, XVIII, 709

"No que toca a salvação ou a condenação, o homem não tem livre arbítrio; é o cativo, o súdito e o escravo ou da vontade de Deus ou da vontade de Satanas." id XVIII, 638

"Se te agrada Deus coroando os indignos, não te desagrades de Deus condenando os inocentes. Se ele é justo duma forma porque não o será da outra? Aqui ele espalha graça e misericórdia entre os ímpios e mais além severidade e cólera entre os inocentes, em ambos os casos pode parecer iniquo, mas na verdade é justo e veraz. Como é justo que recompense os indignos, é incompreenssivel agora... Como é justo que castigue os inocentes, é incompreenssivel agora..." id, XVIII, 730

"Deus é bom praticando o mal como o homem é mal mesmo praticando o bem." id, XVIII, 709

A maior parte das citações são extraidas do "Servo arbitro" obra sobre a qual Lutero, pouco antes de morrer, disse ser sua obra prima.


B)"Tudo no homem: entendimento e vontade, alma e corpo, esta tudo corrompido... o homem por si mesmo nada é senão corrupção." Calvino in Institutas II, 01 - 10

"O homem não é capaz de fazer qualquer coisa que não seja má; por isso não erramos ao afirmar que vive sob a contingência do pecado." id II, 03 - 05

"Só Deus pode obrar a conversão do homem, pois este sequer possui a faculdade de pensar nela." id II, 03 - 06

"Quão assaz esquisita parece a muitos a doutrina segundo a qual, Deus predestina parte dos homens a salvação e outros a perdição." id III, 21, 01





C)"É necessário admitir que o homem peca por divina necessidade." Zwinglio in Franca IRC


IN TOTUM:






"En general se puede decir lo siguiente: (01) aceptan, la biblia como única regla de fe (02) creen en la justificacion por la fe sola (03) y muchos en el sacerdocio individual de los creyentes (04) pretenden que el juicio individual basta para la interpretacíon de la biblia sin necesidad de autoridad doctrinal competente." Crivelli. Camilo in "Los protestantes y la america latina" pp 13









Há que se acrescentar ainda um sexto princípio que é a doutrina da apostasia da Igreja Histórica ou antiga, doutrina sem a qual a reforma protestante careceria de todo sentido.

De modo geral os protestantes restringem tal postulado a Igreja Frank (romana). No frigir dos ovos porém, consideram a Santa Igreja Ortodoxa e Católica, como tão ou mais corrupta do que a igreja Frank.

Convem a todo ortodoxo esclarecido saber como os novos apóstolos costumam referir-se a nossa Santa Mãe a Igreja Ortodoxa.

Eis porque julgamos útil reproduzir aqui suas blasfêmias:

"Considerando que a Igreja Ortodoxa professa doutrinas e usa formas de culto que se afastam das escrituras sagradas e também diferem essencialmente das doutrinas professadas pela igreja cristã presbiteriana do Brasil, declaramos que não convem..." Supremo concílio presbiteriano em resp a consulta por parte da igreja de Santos - SP (in o 'Puritano' - orgão da seita - a 10 - VI - 1950)

Já o presbitério calvinista de Sorocaba referiu-se a a Ortodoxia nos seguintes termos:

"... movimento religioso que, evidentemente, rejeita muitas das afirmações de maior importância contidas nos símbolos de fé (refere-se certamente aos quatro Solas)"



Comparação entre a estrutura da fé protestante e a estrutura da fé ortodoxa



I - Protestantismo - Do livro, Deus, no livre axame, estabelece a revelação de sua graça, fé e glória.




1) Causa eficiente - Deus (segundo alegam os protestantes)



2) Causa material - O livro ou seja a Bíblia, o biblismo.



3) Causa instrumental - O livre exame ou a leitura da Bíblia pelo homem (segundo os protestantes iluminado pelo Espírito Santo)



4) Causa formal - A Divina Revelação. (segundo alegam os protestantes)



5) Causas finais: Sola gratia, sola fide & Solus Christus (gracismo, fideismo e invisibilismo eclesiástico)



II - Ortodoxia - Dos apóstolos (sucessão apostólica), Deus por meio da tradição, estabelece sua revelação para a incorruptibilidade.


01) Causa eficiente - Deus



02) Causa Material - Os apóstolos e seus sucessores ou o ministério apostólico. (Apostolicidade)



03) Causa instrumental - A tradição eclesiástica (Apostolicidade) ou a Igreja Ortodoxa que é sua expressão.



04) Causa formal - A divina Revelação



05) Causa final - A conservação da doutrina necessária ao aperfeiçoamento espiritual dos seres humanos. (Infalibilidade da eclesiástica)












Segundo nosso ponto de vista (pautado na experiência histórica ou no historicismo como queria Mathias Flacius) tais princípios -  que constituem por assim dizer a essência ou cerne da ideologia protestante e o que oferece de verdadeiramente positivo - são de origem puramente humana e incompatíveis com os princípios divinos enunciados nos Santos e divinos Evangelhos.Queremos dizer com isto que implicam a negação daqueles sagrados princípios que devem nortear a Igreja de Cristo e que subvertem os fundamentos mesmos da divina revelação engendrando a apostasia.

Grosso modo podemos afirmar que os princípios protestantes foram surgindo ou sendo inventados no decorrer da História da Igreja, alguns inclusive bastante cedo - outros mais tarde - todos no entanto, em franca oposição as doutrinas divinamente reveladas e confiadas a Igreja. Até Lutero os princípios protestantes subsistiram dispersos á margem da igreja ou seja sem qualquer coesão. Foi Lutero que afirmou-os pela primeira vez como sistema unificado, ousando inclusive apresenta-los como fundamento pétreo da doutrina Cristã, o que comporta mistificação mais do que grosseira.

Por princípios sagrados ou divinos entendemos as notas, sinais ou marcas distintivas que caracterizam a única e verdadeira igreja estabelecida pelo Mestre e que auxiliam-nos a identifica-la com absoluta certeza em meio a multidão de religiões e seitas que a cercam revindicando seus títulos.

São eles como a placa da rua em que habitamos, o número ou as características externas de nossa residência; as quais garantem-nos que estamos nos dirigindo ao lugar certo e não a outro qualquer.

Tais sinais ou notas são para a Igreja de Cristo o que as marcas de nascença ou a 'feição' são para um nascituro permitindo que seja reconhecido por seus pais mesmo estando num berçário misturado com  dezenas de outras crianças quase que idênticas ou bastante parecidas consigo.

São como os documentos e registros que asseguram publicamente nossa própria identidade.

Do contrário, Cristo teria nos deixado desamparados e completamente as escuras a respeito da Igreja Histórica que estabeleceu. Desejou ele no entanto, que fosse mais fácil ao Cristão identificar a mãe Igreja do que ao homem comum identificar o Sol durante o dia (Origenes) e por isto concedeu-lhe uma série de sinais característicos ou de marcas que são exclusivamente seus e que em seu conjunto impossibilitam qualquer tipo de equívoco servindo de obstáculo a operação do erro movida pelas seitas, que correspondem a cizânia semeada pelo maligno nos campos do Senhor.


Ei-los:



01) A UNIFORMIDADE DE CONFISSÃO, FÉ, PREGAÇÃO, DOUTRINA OU CRENÇA.



02) A SANTIDADE DE DOUTRINA E DE AÇÃO.



03) A CATOLICIDADE COMPREENDIDA COMO VISIBILIDADE.



04) E A APOSTOLICIDADE OU ORIGEM APOSTÓLICA.



TAIS PRINCÍPIOS ESTÃO INCLUSOS NO SÍMBOLO DE FÉ ADMITIDO PELA MAIORIA DAS ORGANIZAÇÕES PROTESTANTES:



"CREIO NA IGREJA, UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA."



E ainda:





05) A INFALIBILIDADE OU INERRÂNCIA EM MATÉRIA DE DOUTRINA.



06) A ORTODOXIA OU IMUTABILIDADE DE CONFISSÃO, FÉ, PREGAÇÃO, DOUTRINA OU CRENÇA.





Tais marcas são divididas pelos doutores em duas categorias bem distintas:


  • NEGATIVAS: São aqueles sinais ou características que a Igreja de Cristo deve apresentar sob pena de ser falsa, mas que não possui com exclusividade. 


Donde se segue que separadas das demais notas ou isoladamente podem ser reproduzidas pelas seitas ou organizações puramente humanas.

É evidente que o valor de tais marcas é inferior ao das marcas positivas, apanagio exclusivo e inconfundível da PRESENÇA DIVINA na Igreja.


  • POSITIVAS: São aqueles sinais ou características que as demais organizações ou comunhões não podem apresentar e que por isso mesmo pertencem exclusivamente a igreja de Cristo


As notas de carater negativo são:
  1. A santidade
  2. A catolicidade
  3. A apostolicidade

Assim a santidade pode vicejar e florescer no âmago de todas as almas nobres e sinceras - como Schweitzer e Kagawa por exemplo - que professam o luteranismo ou o calvinismo...

Também é evidente que o protestantismo hodierno possui e até aceita possuir aquela visibilidade que foi negada por seu inventor.

Já a apostolicidade de origem a ortodoxia partilha-a com a igreja de Roma, a qual nem por isso é verdadeira, mas cismática e apóstata.

Já a


  1. Unidade  
  2. Infalibilidade doutrinária e
  3. Imutabilidade/Ortodoxia 


São apanágios exclusivos da verdadeira Igreja de Cristo enquanto 'emanações' ou dons da natureza divina.

Uma vez que Deus apenas é Um, Infalível e Imutável; homem ou organização alguma de origem ou cárater puramente terrestre pode apresenta-los. São pois como três arrecadas ou brincos de pérola postos nas orelhas e nariz da esposa pelo divino esposo e ninguém pode arranca-los.

Unidade, infalibilidade e imutabilidade denotam comunhão ou união com o sagrado no mais alto gráu e indicam  sua presença e ação neste nosso mundo.

Donde se segue que todas as seitas ou partidos, ou facções de origem puramente humana apresentarão:

  1. Cisões ou fragmentações
  2. Desvios ou corrupções
  3. Mudanças ou alterações


E QUE ESTES SÃO OS SINAIS PELOS QUAIS PODEMOS CONHECER E DISTINGUIR AS SEITAS.


Os dois padrões - humano e divino/ protestante e ortodoxo - serão comparados a partir do seguinte esquema ou plano:



01) Livre examinismo; efeito: Divisão e sectarismo X Tradicão apostólica (apostolicidade) enquanto vínculo da: Unidade.



Significando que o Livre examinismo opõe-se a Unidade eclesial.



Roteiro:




  • Estado fragmentário e caótico do protestantismo.
  • Demonstração da Unidade como marca da Igreja pela Escritura canônica.
  • Refutação do livre examinismo
  • Defesa da tradição apostólica por meio da Escritura.
  • Demonstração histórica da Tradição.
  • Breve panorama da unidade na ortodoxia.




02) SANTIDADE X SOLIFIDEISMO



Significando que o Solifideismo se opõe a Santificação dos Filhos de Deus.



Roteiro:




  • Estado moral do protestantismo no decorrer da História.
  • Demonstração da Santidade como marca da Igreja pela Escritura canônica.
  • Refutação do solifideismo e afirmação do sinergismo.
  • Breve demonstração da santidade no campo da Ortodoxia.
  • Demonstração dos sacramentos como veículos da divina graça, celestial.








03) Sacerdócio universal/invisibilismo eclesiástico; efeito: a mais completa desordem X Hierarquia eclesiástica e visibilidade da Igreja> efeito: a mais perfeita ordem e harmônia.



Significando que invisibilidade e visibilidade são termos excludentes.



Roteiro:




  • Negação da invisibilidade da igreja ou no caso de sua necessidade ou existência pelos protestantes.
  • Refutação da invisibilidade eclesiástica.
  • Demonstração na visibilidade e fundação da Igreja pela escritura canônica.
  • Demonstração histórica sobre a visibilidade da Ortodoxia.




04) Biblismo X Sucessão apostólica - Fundamentalismo biblicista X Liberalismo teológico moderado.



Significando que o teoria biblicista destrói a autoridade constituida por Cristo para reger sua Igreja.



Roteiro:




  • Demonstração sobre a origem dos pseudo reformadores.
  • Demonstração da autoridade dos apóstolos como mediadores e mestres pela Escritura canônica.
  • Demonstração da doutrina da sucessão apostólica pelas sagradas letras: evangélica e apostólica.
  • Demonstração histórica sobre a origem das Santas Igrejas que compõe o Catolicismo Ortodoxo.
  • Refutação ao Biblismo e demonstração da tradição apostólica pela Escritura canônica.
  • Sobre o falso entendimento dos protestantes a respeito da S Escritura
  • De como devemos compreender e honrar a Escritura sem menosprezar a luz da razão.








05) ORTODOXIA X MUTABILIDADE.



Significando que imutabilidade e mutabilidade são termos excludentes.



Roteiro:




  • História das variações protestantes e do abandono dos princípios fundamentais.
  • Demonstração da ortodoxia como marca da Igreja pela palavra de Cristo e e seus apóstolos.
  • Demonstração histórica sobre a imutabilidade na verdadeira Igreja Católica.
  • Refutação ao progressismo.




06) Sola gratia e predestinação X livre arbitro e semi - pelagianismo - Depravação total X Alienação de Deus ou dano parcial.




  • Histórico do gracismo e do predestinacionismo.
  • Exame dos textos apresentados pelos protestantes a respeito da conversão.
  • Apresentação dos textos contrários a doutrina do gracismo.
  • Exame dos textos apresentados pelos protestantes como favoráveis a presdestinação
  • Apresentação dos textos contrários a doutrina da predestinação
  • A doutrina da presdestinação face a razão humana, os efeitos desta doutrina na vida dos fiéis
  • Exame dos textos apresentados pelos protestantes a respeito dos efeitos do pecado ancestral




07) Infalibilidade eclesiástica X doutrina da apostasia.




  • Exame dos textos alegados pelos protestantes sobre a falibilidade e a apostasia da Igreja.
  • Apresentação dos textos favoráveis a Infalibilidade eclesiástica.
  • Exame da doutrina da apostasia a luz da razão.




CONVEM ESCLARECER OS LEITORES QUE A DEMONSTRAÇÃO DE NOSSOS PRINCÍPIOS SERÁ REALIZADA SEGUNDO O PRINCÍPIO RÉGIO E BASILAR DO ADVERSÁRIO, I. É, O BIBLICISMO.



EXAMINAREMOS AS ESCRITURAS TOMANDO POR BASE UMA EXEGÉSE LITERO-GRAMATICAL DOS EVANGELHOS E ESCRITOS APOSTÓLICOS E ASSIM DEMONSTRAREMOS CABALMENTE QUAIS SÃO OS SINAIS E MARCAS DISTINTIVOS DA VERDADEIRA IGREJA.



CONCLUSÃO: LEVANTAREMOS A LUVA!



DEMOLIREMOS OS PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS SUBSEQUENTES DO PROTESTANTISMO PARTINDO DE SEU PRIMEIRO PRINCÍPIO: O EXAME DAS ESCRITURAS.



ASSIM FAREMOS COM QUE O SISTEMA LUTERANO SE AUTO-DESTRUA OU SUICIDE.



No decurso dos dialogos serão abordados até a exaustão os seguintes tópicos:




  • Inspiracionismo/iluminismo.
  • Pentecostalismo: dons, carismas e milagres.
  • Teologia da prosperidade.
  • Canon do Velho Testamento.
  • A autoridade do Velho Testamento.
  • As fábulas judaicas.
  • A septuaginta, que pensar dela?
  • As traduções romanos e protestantes do Novo Testamento - Tradutore/Traditore.
  • Princípios básicos de hermeneútica.
  • O valor da razão no contexto da escritura.
  • O relacionamento entre os reformadores.
  • As inquisições protestantes.
  • A origem das principais seitas.
  • Curiosidades sobre algumas seitas.
  • Lutero e a liberdade de consciência.
  • Protestantismo e guerras.
  • Protestantismo e progresso científico.
  • Protestantismo e capitalismo/imperialismo.
  • Protestantismo e preconceitos.
  • protestantismo e incredulidade.
  • A questão da eucaristia no protestantismo.
  • A questão do pedobatismo no protestantismo.
  • A questão das adiaforas no protestantismo.
  • A questão da predestinação no protestantismo.
  • Os teologos protestantes e a Divindade de Jesus.
  • Qual é a verdadeira igreja Católica?
  • A apostolicodade do romanismo - considerações.
  • O protestantismo como instrumento de judaização e islamização do Cristianismo.
  • Apostasia?
  • É o Cristianismo um sistema reformável?
  • Restauracionismo.
  • Etc, etc, etc




No dialogo sempre que possivel a fala do PROTESTANTE será extraida de obras apologéticas, destinadas a sustentar a causa do protestantismo ou a atacar o romanismo, a ortodoxia, o episcopalianismo, o espiritismo, etc  seguindo sempre as referências.


Em termos de citação a primazia caberá sempre aos pretendidos reformadores: Lutero, Zwinglio, Calvino, etc de modo que o contraditor não possa alegar que ignoramos a doutrina protestante ou que a estamos distorcendo como é habitual entre eles. O segundo lugar fica reservado aos símbolos de fé ou credos protestantes. O terceiro aos doutores, mestres e teólogos mais importantes como FlaciusGehard, Duplessis du Mornay, Turretini, Grotius, Leibnitz, John Milton, Campbel, Hodge, Harnnack, Angus, Barth, Brunner, Pelikan, etc


Na boca do Ortodoxo poremos citações de livros escritos precipuamente pelos padres da Igreja e em seguida por filosofos ou controversistas romanos, espíritas, agnóstas, etc Isto após termos recorrido as penas EVANGÉLICA E APOSTÓLICA.



Assim daremos a palavra primeiramente a Inspiração e nela antes de tudo ao Verbo encarnado, sucessivamente aos padres da Igreja, aos controversistas, críticos, pensadores, etc observando sempre a mais perfeita ordem e evitando ao máximo falar em nosso próprio nome, como se fossemos nós mesmos autoridade em matéria de Religião Cristã. Nós nos limitamos a servir de veículo a legítima autoridade diante da qual somos como 'vapor que sai da panela' ou 'pano de chão e farrapo'. 

Sabe aquele Deus que tudo sabe que bem poderíamos ter fundado nossa própria seita, obtido lucro e juntado considerável fortuna. Afinal talento e capacidade não nos falta e nada ficamos devendo a esses charlatães como Valdomiro, Feliciano ou Malafaia... nós no entanto acreditamos firmemente na vida futura e na ressurreição prometida, e por isto nos atemos ao que julgamos verdadeiro, a saber, o padrão apostólico e a Sagrada Tradição; a ponto de termos já sofrido significativos danos e agravos por amor deste padrão.

Poderíamos, explorando a boa fé alheia, especialmente a dos mais simples, ter amealhado proventos e adquirido riquezas materiais com que sonham os homens. Mas optamos por tomar o jugo de Jesus Cristo e acumular tesouros incorruptíveis e eternos nos céus!

Sabe Cristo que não buscamos a glória que provém dos homens mas apenas e tão somente a suma glorificação de seu nome e de sua palavra, que é o Santo Evangelho, lei do amor.

Agora, retomando o fio da meada, esta oposição de fontes e documentos de caráter primário tornara nosso diálogo provocante para uns, para outros acintoso talvez. É que resolvemos aproximar e contrapor as trevas a luz tendo em vista salientar o brilho da luz.

Nosso escopo é informar as naturezas mais nobres, excelentes e capacitadas de modo que, após a leitura deste trabalho já não possam recorrer a quaisquer desculpas, sofismas ou alegações subordinando-se a vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo e abraçando sua lei que é o regime eclesiástico e sacramental.

Objetivamos evitar que os Cristãos fiéis e sinceros saiam desta vida passageira precariamente informados a respeito de assunto tão grave quanto a divina Revelação e seu propósito.

Seguem abaixo alguns fragmentos duma carta por nós endereçada a amigo de origem protestante, convidando-o a examinar o protestantismo e a reformação:







CARTA A THEOTÍMIO




Caríssimo THEOTÍMIO, cordiais e fraternas saudações em Cristo Jesus Nosso Senhor.

Devido a minhas ocupações laborais, que como sabes são muitas, somente hoje pude ler tua carta com a devida consideração e respeito.

Estou cônscio de que te interessas muito por assuntos de natureza espiritual ou religiosa e, consequentemente pela destinação espiritual e eterna de teu velho professor, o qual, como moço virtuoso e magnânimo desejas conduzir aos magnânimos pés de Jesus Cristo. Tendo em vista a nobreza de tais sentimentos não poderia deixar de ser-lhe imensamente grato e de augurar-lhe todo bem possível.

Também eu quando jovem ansiava por conduzir aos pés do divino Mestre e resgatar as chamas eternas do inferno, as infortunadas almas dos idólatras - ou seja dos budistas, romanistas, espíritas, etc (cujas crenças por sinal eu ignorava por completo) - incrédulos e ateus, abrindo-lhes se possível as cabeças e nelas enfiando duma só talagada os dois testamentos ou seja Bíblia inteira de Gênesis a Apocalipse segundo a mil vezes corrigida versão JFA... Como Paulo de boa consciência observava as leis dos ancestrais e era zeloso da 'verdade bíblica'.

Mais uma vez o papel dos tais reformadores!

#Sei que não és capaz de compreender como alguém possa aproximar-se do Senhor Jesus Cristo e fruir de intensa comunhão com ele sem passar pelos novos mediadores: Lutero, Calvino, Zwinglio, etc. e estar na unidade (!!!) deles... Para os protestantes estes tais 'reformadores' são personalidades muito importantes embora tenham aparecido apenas no decurso do décimo sexto século desta nossa Era, e incontáveis gerações de Cristãos devotos tenham passado muito bem sem conhece-los ou fazer caso deles.

Conforme alegas "Deus se utilizou desses homens maravilhosos com o intuito de glorificar a sua Santa palavra até então obscurecida pela igreja católica." 


A ilusão do voluntarismo 

E estou ciente de que não poucos comungam da mesma opinião vã e ilusória com toda boa fé e honestidade do mundo... boa fé que respeito e honestidade que venero enquanto frutos duma ignorância involuntária e as vezes até mesmo invencível. Mas que também pode ser - como de fato as vezes é! - fruto dum letal comodismo...

Considera porém, que a menos de quinhentos anos, a totalidade dos mortais acreditava piamente que o Astro rei girava em volta de nosso minúsculo planetoide - a Dna Terra - fazendo-lhe galas. 

O Sol no entanto, sem fazer caso de tais opiniões e prejuízos permaneceu imóvel no centro do sistema enquanto nossa terra continuou seguindo seu curso normal e orbitando em torno dele. Pois a realidade objetiva não é redutível a nossas crenças, opiniões ou teorias. 

Não são nossas vontades - como queriam Schoepenhauer e Nietzsche - que determinam a realidade... ou nos adaptamos a realidade externa a nós e nos conformamos com ela ou permanecemos no erro e na ilusão, paralisados, estacionados como a ostra sobre a pedra... A lei da gravidade não depende de nosso conhecimento, permissão ou adesão para atuar; pelo que aviões continuam caindo e navios afundando independentemente de nossa douta opinião!

Fina parvoice é acreditar que qualquer objeto ou coisa deva ser conhecida por nós seres humanos para receber o existir como pretendem os fenomenologistas. As coisas não existem porque as conhecemos antes podemos conhece-las justamente porque existem e porque existem em si mesmas independentemente de nossa percepção ou conhecimento... Assim milhões de estrelas, constelações e mundos que não podem ser alcançados por nossos olhos, mas que existem de fato como Sirius, Aldebaran e Anatares existiam e já existiam antes de terem sido percebidas e classificadas por nossos sábios ancestrais... foram de fato classificadas e percebidas mas não 'produzidas' por nós.

Tampouco uma crença ou opinião qualquer torna-se real apenas porque aderes a ela ou porque acreditas que ela corresponde a verdade. O mundo parece estar tornando-se maometano e nem por isto o maometismo vai tornando-se verdadeiro; assim o mormonismo, o jeovismo e outras tantas seitas, pois a verdade não depende do número dos percipientes. 

"Ainda que todos os seres humanos declarassem que a virtude é vício e o vício virtude, vício e virtude continuariam sendo aquilo que sempre foram." dizia com razão o nosso Gustavo Barroso.

Mormente quando tuas crenças dizem respeito a História ou a eventos relacionados a condição humana... toda tua boa vontade e sinceridade são de todo impotentes para torna-las reais! Quando as crenças chocam-se contra os fatos encontram a morte, pois como foi dito 'CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTO'.

Não foi nossa crença ou nossa vontade que fez Jesus Cristo ressuscitar dos mortos, mas do fato concreto da ressurreição é que sacamos a fé. Fé excelente é a que sucede aos fatos...

Assim tu tens crenças sem fatos e desamparadas pela História. Enquanto tenho fatos contrários a tuas crenças e prejuízos... E TEU PROTESTANTISMO CONTINUA DESAMPARADO DA VERDADE!!!





As crenças não alteram a realidade existente!

Evidentemente que qualquer um de nós pode crer tanto no drácula, quanto no Mickey, no saci pêrere ou na missão divina de Martinho Lutero - apresentado pelos luteranos do século XVII como "quinto evangelista", "anjo", "Testemunha da verdade", "profeta da Alemanha", etc - pelo simples fato de costumarmos crer no que mais nos agrade e convenha... Todavia crenças são crenças e só se tornam verdadeiramente dignas de aceitação quando apoiadas sobre algum fato ou evidência... digo - e com Mathias Flacius - sobre algum elemento de natureza histórica, segundo a qualidade do Cristianismo e seu caráter distintivo face as demais religiões. (Marc Bloch)

É necessário adotar um critério seguro de evidência caso não queiramos flutuar ao sabor das opiniões num oceano de subjetivismo. Destarte qualquer um poderá aferrar-se - como foi dito por Montaigne - a religião que recebeu dos pais e antepassados conformando-se com ela. Assim o maometano gritará por seu Corão, o hebreu por seu Talmud e ganhará quem mais fôlego tiver.


Os critérios da fé cega

Se com os criacionistas e ao contrário dos verdadeiros teólogos, dignos deste título, 'cres' apenas porque 'esta escrito', porque teus antepassados assim acreditavam, porque sentes algo no teu coração, etc devo dizer que tua fé é cega e inconsistente e teus critérios inconsistentes. 


Oferecendo motivos a quem deseje crer!

Apelar ao que 'esta escrito' sem maiores explicações fazem mais de um bilhão de muçulmanos aos quais concedes este privilégio na medida em que repetes: 'Maktub'! Sabe no entanto que tal não corresponde a postura assumida pelos primeiros cristãos - como Aristides, Quadrato, Milciades, Justino, Apolinário, Melitão, etc - face aos questionamentos direcionados a Igreja pelos pagãos; nossos ilustres antepassados, na esteira de S Pedro, optaram por justificar racionalmente nossa esperança. Alegando que os Cristãos Católicos teem motivos para crer ou que a razão e os fatos históricos encaminham-nos a esta fé.

Ao invés de terem dito 'maktub' e repetido esta 'senha de geração em geração' como os muçulmanos e alguns dos teus correligionários criacionistas.


Tradições ou critérios familiares ou nacionais não satisfazem a verdade

Se dizes 'meus antepassados acreditavam assim' te equivocas porque teus antepassados eram papistas e não protestantes. Por outro lado se os protestantes dos EUA podem apelar a sua ascendência protestante e dizer que seus pais haviam crido como eles; aos papistas de Portugal e Espanha; aos ortodoxos da Grécia e Egito, aos muçulmanos da Jordânia e Iraque; aos budistas do
Tibet e aos fetichistas das tribos brasileiras e africanas assiste o mesmíssimo direito; pois este posicionamento equivale declarar: Fique cada qual com as crenças de seus pais e não mudem!

Caso o mundo antigo tivesse assumido semelhante postura teria permanecido pagão. Mesmo porque o neoCristianismo nada lhe teria oferecido ' a mais'  face aos mitos e legendas prevalecentes... Seria um substituir mito por mito,  fábula por fábula, lenda por lenda... 

Não, não foi este padrão de pensamento que possibilitou a conquista do Império romano pelo Catolicismo Ortodoxo...


Sentimentos, emoções ou experiências psicológicas não contam por serem intransferíveis!

Por outro lado se tua fé esta fundamentada naquilo que sentes ou experimentas internamente; este critério individualista e subjetivo para nada presta uma vez que cada ser humano sente de modo diverso ou particular... assim o derviche muçulmano ou o xamã africano sentem que suas crenças são tão verdadeiras quanto as tuas, e quem és tu para declarar que as experiências deles não são verdadeiras ou reais??? Dizes que os sentimentos e experiências deles são causados por Satanás; eles retrucam e dizem o mesmo a respeito de teus sentimentos e experiências... E NÃO SE SAI DO LUGAR, não há diálogo... não há acordo...


Apenas a percepção e o raciocínio contemplam a totalidade do gênero humano.

Então careces de um critério tanto mais segundo e universalmente aceitável ou seja que contemple a condição de todos os seres humanos; ora este método só pode ser o reflexivo e racional.

Eis porque o Cristianismo triunfante fez da História -  enquanto entrada de Deus no Tempo e no espaço - e do fato histórico, uma espécie de estandarte em torno do qual travou todas as suas batalhas e combates com Frontão, Celso, Filostrato, Hierocles, Porfírio, Libânio, Juliano, Símaco, etc E assim tem sido até hoje segundo continuamos a disputar com Reymarus, Paulus, Eichorn, Bauer, Feuerbach, Strauss, Salvador, Dupuis, Renan, Bossi, Lentsman, Vipper, etc

Foi com petições e apelos a fatos históricos que Minucio Félix, Origenes, Metódio, Eusébio, Apolinário, Eusébio, Cirilo, Ambrósio e Agostinho, deram competente resposta ao paganismo antigo e por assim dizer feriram-no de morte. Não foi obra de vontade, desejo, imaginação ou fé cega, mas de fé esclarecida, consciente, firme e embasada na realidade... e o mesmo fizeram seus continuadores como Gerdil, Marsene, Hanenberg, Delitzsch, Hettiger, Schwans, Weiss, Devivier, Senna Freitas, etc ou seja tantos quantos  vindicaram a idoneidade da fé face a incredulidade moderna...

Nenhum destes homens sábios se satisfez com declarar: Sinto no meu coração, meus pais e avós acreditaram ou 'maktub' (esta escrito).


Examinando o protestantismo

Ouso pois Convidar-te para que examines sem receio e temor os fundamentos de tua própria crença. 

Tens algo a temer????

Suponhamos que tal crença seja falsa e vã: lucrarás a verdade! Suponhamos que seja verídica, e consistente, sairá vitoriosa e fortalecida após passar pelo crivo dos fatos históricos; assim, de um modo ou de outro, sairás ganhando... Pois é típico da crítica destruir o erro e firmar na verdade.

Poderia a verdade temer a crítica sem temer a sí mesma?

Julgo que não, mas também tens cérebro. Usa-o pois se te foi dado por Deus não pode deixar de constituir um dom excelente! Se o pensamento de Deus procede não pode de modo algum prejudicar-nos! 

Ademais, não foi tua querida reforma que principiou a convidar os fiéis a duvidar e  por conseguinte a examinar as bases e fundamentos tradicionais do Cristianismo? Neste caso por que não aplicar o mesmo método a ela, isto é, a reforma protestante, examinando-a com a mesma severidade e rigor? Inicia tu o exame e da-nos o exemplo, é uma questão de coerência caríssimo Theotímio! Se te recusas a examinar, se não examinas comigo e antes de mim pecas contra o primeiro princípio do sistema a que aderiste.






Toma o exemplo de Bucer, que segundo Doellinger - 1849, tomo II, pp 33 - que jamais deixou de buscar unidade com a Igreja Antiga e de reexaminar seus pontos de vista.




De Melanchton, que também reconheceu a importância de aproximar-se o máximo possível da antiga fé, buscando um entendimento e um caminho para a unidade. Do grande Camerarius, que sempre acreditou numa possível e desejável conciliação do protestantismo com a Igreja antiga, e que veio a falecer enquanto discutia com o imperador Rudolf sobre os meios necessários para implementa-la. De Tschudi, Erasmo e Cassander, os quais admitindo a necessidade duma reformação ética recusaram-se a condenar em bloco as verdades antigas e a inaugurar um novo padrão religioso.





Do grande Grotius, que adiantando-se a todos os homens de seu tempo, buscou conhecer a História e as crenças da verdadeira Igreja Católica e Ortodoxa e aproximar-se da igreja papa até onde fosse possível.






De Gerardo Vossius que foi homem conciliatório e que tomou por guia em suas pesquisas a fé da igreja antiga.





De Simão Episcopius que não teve receio de travar amistoso dialogo com o franciscano Wadding.





De Leibnitz, que travou amena e proveitosa conversação com o insigne Bispo de Meaux, Bossuet, tendo em vista a reconciliação das facções.



De Molanus que não titubeou em travar relações de amizade e fecundo dialogo com o Bispo Spinola. (Cf Regimento relativo a unidade de todos os Cristãos)







De Gibbon que não temeu folhear a erudita obra de Bossuet sobre 'As variações das igrejas protestantes.' e a reconhecer-lhe os méritos.






De Newman, Keble e seus companheiros, próceres do movimento de Oxford e do retorno aos abençoados teólogos padrão do século XVII.


Tens diante de ti uma plêiade de exemplos legados pelos protestantes mais ilustres os quais não hesitaram analisar os fundamentos da tão decantada reforma e os princípios da revolução religiosa... 

Porque hesitarias tu imita-los a menos que suspeites ser falsa a tua religião!

Passemos pois a tua reforma pelo crivo da razão, da liberdade e da benignidade, é o que te proponho.

Queres exame? Solicita-o de nossa parte? Convida-nos a investigar??? Comecemos por examinar o mais recente, o mais novo, o mais próximo de nós... ou seja o protestantismo; mesmo porque será mais fácil tendo em vista a grande cópia de documentos.

Sendo divino como crês como poderia sucumbir face a dúvida ou a suspensão do juízo???

Investiguemos portanto, livre mas metódica e resolutamente os fundamentos da dita reformação ao invés de repetir o que vulgarmente se ouve pelas esquinas repetidos pela plebe inculta e analfabeta desta terra ou nas páginas dos livros didáticos. Abandonemos os boatos, as suposições e os preconceitos sectaristas responsáveis por transformar a túnica inconsútil do Senhor numa verdadeira colcha de retalhos...

Achegue -mo-nos sem temor a esta que mereceu ser cognominada - por Cícero in Ad Tuscul. - 'Mestra da vida' ouçamos suas lições e acatemos seu testemunho... 

Mais! Submetamos tua cara reforma a prova dos evangelhos...

Sim meu caro, a prova dos Evangelhos!!! 

Acaso poderá haver prova mais nobre e excelente do que esta???

Mas a que prova te referes? Que vem a ser esta tal prova dos Evangelhos, explica-me!

Sim, te explico caríssimo Theotímio!





Exigências infundadas e estúpidas do protestantismo!



Teus confrades, bem o sei, folgam em submeter a Igreja do Verbo Encarnado a prova do Velho Testamento, apelando a "lei e ao testemunho" do que resultam insidiosas críticas, afinal nem poderia este 'defunto' caber naquele paletó, como não pode o vinho novo CABER NOS ODRES VELHOS ou o retalho novo ser ligado a TECIDO ANTIGO... quem o advertiu foi o próprio Jesus Cristo! Os odres estouram pois não foram feitos para este vinho, a costura rasga pois não foi feita para este retalho!!!!

É dos protestantes no entanto desejar enfiar vinho novo em odres velhos ou seja a doutrina Cristã ensinada pelo Verbo encarnado nas páginas do antigo testamento ou dos escritos judaícos E ASSIM CRIAM UMA NOVA RELIGIÃO OU UM NOVO CRISTIANISMO JUDAIZADO OU MELHOR DIZENDO MUTILADO: sem sacramentos, mãe de Deus, amigos de Deus, representações, adoração dominical, etc Tudo quanto é próprio do Cristianismo e não se encontra na Tanak dos hebreus eles simplesmente repudiam...




É uma loucura julgar a Nova Lei de Jesus Cristo pela letra do antigo testamento ou pela Torá!



No entanto, segundo o quarto evangelista (Jo 1,17) aquela lei e testemunho que tiveram Moisés por mediador, não continham em sí nem graça nem verdade.

Sendo de todo incompetente, inepta e inoperante para aquilatar o dom do Deus encarnado Jesus Cristo! 

Como recorrer a um critério isento de graça e de verdade para apreciar corretamente o benefício celestial???

Bem se vê que os protestantes recorrem, desde o princípio, a estância errada quando fazem petição ao Testamento Antigo.

Não é pela sombra que se julga a luz, nem pela imagem que se avalia o objeto, nem pelo símbolo que se aprecia a realidade... O veredito divino deve proceder da Luz, do objeto, da coisa em si, da realidade, ou seja do Novo Testamento, do Evangelho, das Santas e divinas palavras de Jesus, nosso Mestre amado.

Assumindo o critério do Novo Testamento ou do Evangelho!!!


A graça e a verdade só podem ser aquilatadas pela graça e pela verdade... e não por um veículo limitado, inferior ou menos abrangente. Não compete ao subalterno exercer juízo sobre o que lhe é superior em qualidade nem pode uma placa ou seta julgar o sítio para onde aponta e dirige os viandantes...

Abandonemos pois a região sombria da morte e passemos a luz da vida eterna, ao veredito do Novo testamento, a prova do Evangelho. Para tanto basta tomar por guia as ações e palavras do Mestre dos mestres e de seus amanuenses - os apóstolos - e a partir destes testemunhos imaculados e puros lançar juízo sob a obra de Lutero e seus sequazes! Ao Evangelho amigos protestantes! Afinal a igreja para a qual foram escritos e que amorosamente transmitiu-os as gerações vindouras não pode teme-los!

Pode e deve temer as lendas, os mitos e fábulas do antigo testamento... as tradições mortas dos fariseus e rabinos... e os juízos que os indivíduos arquitetam a partir delas; mas não o Evangelho, pois deste provém apenas o bem e as coisas boas! 


Pois o Evangelho, Nova e perpétua lei do povo de Jesus Cristo, não nos desampara, antes nos fornece um critério muito mais sólido e seguro do que aquele que é fornecido pela lei humana e falível dos hebreus; critério suficientemente límpido, objetivo e claro e pelo qual podemos por a prova todas as confissões da Cristandade, e aqui esta ele:








"A ÁRVORE BOA DA BONS FRUTOS, A ÁRVORE MÁ DA MAUS FRUTOS, PELAS SUAS OBRAS É QUE OS CONHECEREIS."


NÃO É PORTANTO JUÍZO DOUTRINAL OU TEÓRICO QUE DEVEMOS FORMULAR COMO QUERIA LUTERO E COM ELE TODOS OS DOUTORES PROTESTANTES, MAS JUÍZO ÉTICO!!!


Um critério excelente!


Assim a derradeira pergunta que devemos fazer a respeito da dita reformação EQUIVALE AQUELA QUE O MESTRE AMADO FARÁ AOS HOMENS NO ÚLTIMO DIA - que benefícios concretos a reforma protestantes trouxe aos seres humanos??? Qual a contribuição positiva feita pela reforma protestante em termos de evolução e aprimoramento moral? Em que esta reforma contribuiu para para a elevação do gênero humano em termos de virtude e excelência? Em que o protestantismo tornou-nos mais ternos e mais humanos???


Theotímio, como varão instruido nos oráculos sagrados, bem sabes que por fruto - karpos - Jesus quis designar inequivocadamente as ações e operações humanas.

Conforme o Pr M. A. Lallave (cf Dicionário Bíblico, Ariza, Sevilha, 1880, tomo II, p196. ) tal uso era corrente e tradicional entre os antigos judeus...

Também o apóstolo Tiago, em sua epístola canônica, dirigida a Igreja, certifica que:

"Duma mesma fonte não pode brotar agua doce e amargosa e que uma mesma árvore não pode deitar azeitonas e figos..."

Noutras palavras que a Igreja de Cristo não pode fazer BEM e Mal aos seres humanos ou que não poderia nem pode tornar os seres humanos piores do que são!!!




Examinemos as vidas e o legado ético dos reformadores protestantes e verifiquemos se eram mesmo dignos de Cristo!



Recorramos pois a evidência perfeita das obras, dos frutos, dos produtos ou do resultado e verifiquemos a exatidão das tuas palavras -  assim como das de Boettner e Geisler - a respeito da missão divina daqueles homens que no decorrer do século XVI ousaram apresentar-se a si mesmos como profetas e reformadores da Cristandade. Verifiquemos destarte se estavam de fato a altura de semelhante pretensão! Nada mais te súplico, nada mais te peço, nada mais te rogo, retribuindo assim o interesse que manifestaste pela salvação de minha alma, afinal "amor, amore, compensatur."

Poderia o Mestre ter escolhido tais colaboradores sem levar em conta a idoneidade dos mesmos??? Poderia ter escolhido para restabelecer a verdade Revelada homens que jamais viveram segundo sua vontade??? Poderia ter escolhido para reformar a igreja e substituir os apóstolos tais tipos de indivíduos??? É PERGUNTA QUE DEVERIA EXPUNGIR A CONSCIÊNCIA DE TODO PROTESTANTE HONESTO TENDO EM VISTA O CARÁTER IMPOLUTO DE NOSSO SACROSSANTO REDENTOR!!!!

Tu me fizestes um convite.

Podes declara-lo tardio na medida em que levei muitos anos examinando o protestantismo e outros tantos o romanismo, o espiritismo, a Ortodoxia. 

Eis porque te remeto a devolutiva: Examina primeiro tu que és adepto do livre exame ao invés de condenar a Igreja antiga sem conhecimento de causa. Faz isto e supera o vezo dos teus companheiros! 

O conselho que dado foi por Tertuliano ao César romano, dou-o a ti: Desejas condenar nossa fé ortodoxa e Católica principia por estuda-la e conhece-la de modo a que não acabes condenando o que não existe ou o que existe apenas na tua imaginação e fantasia! Condena o Catolicismo pelo que é de fato e não pelo que supões ou imaginas ser...

Graça, paz e bem em Jesus Cristo Nosso Senhor, a tí e a todos os homens pacíficos e de boa vontade.#








Então amigo protestante, ESTAS DISPOSTO A ENCARAR ESTE DESAFIO ESPIRITUAL?



AVERIGUAÇÃO HISTÓRICA SOBRE A ORIGEM DOS CINCO PRINCÍPIOS PROTESTANTES OU ORIGEM DOS CINCO SOLAS







"Duas são as condições para que possamos conhecer qualquer sistema: a primeira, entrar nele; a segunda, sair dele." Augusto Comte



Caro Theotímio, amigo amado no Senhor Jesus Cristo. Tendo rompido com o protestantismo e aderido ao papismo conheço suficientemente, tanto os méritos quanto as deficiências da apologética papista, alias, frequentemente reproduzidos por nossos escritores ortodoxos.

Afinal nossa literatura de controvérsia face ao protestantismo encontra-se em franca dependência da literatura papista, a qual é, por assim dizer, sua fonte.


A falácia segundo a qual todos os princípios protestantes remontam a Lutero!

Grosso modo os papistas esforçam-se por demonstrar que os cinco princípios característicos do protestantismo saíram todos da cabecinha do Dr Lutero tal e qual Atena da cabeça de Zeus seu pai... e este é seu erro capital.

Diante de tanta superficialidade fica até fácil para os advogados do protestantismo - Boettner, Geisler, Lyra, etc - redarguirem, alegando que tais princípios (ao menos parte deles) são anteriores a Lutero e ao advento do protestantismo, e insinuarem, levianamente, que deitam suas raízes no terreno divino do Evangelho e na tradição dos Santos Padres; o que é absolutamente falso.

Afinal nem tudo quanto é antigo ou anterior a Lutero é necessariamente Ortodoxo!

Eis porque neste campo quaisquer generalizações são temerárias e perigosas, especialmente quando apressadas.

Generaliza a igreja romana, por pretender edificar uma muralha ou uma 'linha Maginot' entre si e o campo por assim dizer protestante e poder com maior autoridade, força e justeza fulminar a nova religião sem ser atingida pelos raios! Admitindo que ao menos parte dos princípios arvorados por Lutero não só são anteriores a ele (e a sua reformação!) como foram por ela tolerados ou mesmo acalentados - ao menos durante algum tempo - fica demonstrada sua cumplicidade face a grande revolução protestante e sua falsidade ou inferioridade face a Igreja Ortodoxa e Católica, incólume e infensa face a tais princípios (assim o Sola Gratia assim o Sola Scriptura). Diante disto foi necessário criar uma espécie de redoma de vidro ideológica e apresentar o protestantismo como algo de todo surpreendente, inusitado, novo; produzido inteiramente pela imaginação do Dr Lutero!


Trabalho de Lutero: associar e canonizar heresias!

O que podemos afirmar com toda certeza - solicitando que vocês, protestantes, nos contradigam se possível for - É QUE LUTERO FOI O PRIMEIRO A ASSOCIAR OU A REUNIR OS CINCO PRINCÍPIOS NUM 'CORPO DOUTRINÁRIO' E A APRESENTA-LOS COMO O FUNDAMENTO E A BASE DA INSTITUIÇÃO CRISTÃ. Esta foi sua obra e isto ninguém antes dele jamais havia feito! Lutero a parti de tais doutrinas - antes apenas esparsas pelo corpo da igreja papa - estabeleceu um 'corpus' dogmático destinado, como já dissemos, a reformular cada artigo da fé Ortodoxa, já repudiando-o formalmente já reinterpretando-o.

Antes de Lutero, tais principios haviam sido apresentados apenas ocasional e isoladamente por seus inventores, promotores e simpatizantes; jamais como um sistema organicamente coeso e menos ainda como fundamento da Cristandade primitiva. Aqui podemos lançar repto aos protestantes solicitando que nos indiquem os nomes daqueles que antes de Lutero apresentaram seus princípios ou Solas como fundamento ou base da Instituição Cristã!


Cada um destes princípios quando afirmado foi denunciado pela Igreja como novidade profana!


No entanto não existe Lutero antes de Lutero como não existe protestantismo antes do protestantismo ou reforma antes da reforma; apenas como já dissemos elementos dispersos surgidos durante a trajetória histórica da igreja e unanimemente condenados por seus elderes, os sucessores dos apóstolos. Assim, como veremos, temos invariavelmente, a afirmação de algum destes princípios e a imediata ou quase que imediata oposição dos Bispos Ortodoxos sejam orientais ou ocidentais. Ao tempo em que vieram a luz cada um destes princípios foi aquilatado pela igreja como uma novidade profana.


Padrão formal da fé da igreja no século IV era o Concílio Ecumênico!


Por isso que nenhum deles foi apresentado por sínodo ou Concílio ou inserido em qualquer símbolo de fé! Nem poderia qualquer simbolo de fé algum reconhecer o livre exame e o biblismo sem dar-se por inválido!
Donde a própria existência de sínodos, concílios e símbolos de fé testifica que mo Sola Scriptura e o livre exame jamais foram postos em prática ou reconhecidos pela Igreja antiga cujo padrão era a autoridade e o fundamento a sucessão apostólica!

Sem livre exame ou papa o órgão pelo qual a igreja expressava pública, formal e INFALIVELMENTE sua fé era o Concílio Ecumênico. A simples controvérsia nicena demonstra-o cabalmente: os arianos desesperados acudiam a escritura... por outro lado ninguém cogitava em recorrer ao ex catedra do papa romano; toda temática girava basicamente em torno do Concílio ou melhor de sua validade ou não; porque se válido era INFALÍVEL e FALÍVEL apenas se inválido. E ninguém ousava contestar ou negar publicamente a infalibilidade de um Concílio Ecumênico pelos idos de 330 ou 340 desta Era!

No entanto como poderia alguém conceber ou pensar um concílio ecumênico e atribuir-lhe infalibilidade caso fosse reconhecido a cada indivíduo, ainda que leigo, o direito de extrair sua fé diretamente da Bíblia e formular um Credo???? A simples ideia de um Concílio ecumênico é suficiente pata demonstrar que semelhante princípio já não fazia parte da consciência cristã no século IV desta Era!

Examinemos detidamente cada um deles e chegaremos a certeza!






I) Sola Scriptura (Termo criado por Bucer em 1536)






Aqui o engano é manifesto, uma vez que a quase totalidade dos apologistas romanos, atribui a invenção do Biblicismo a Martinho Lutero.





O biblismo no entanto fora inventado cerca de século e meio antes pelo inglês J. Wycliffe, apontado por muitos como precursor de Lutero ou pré reformador, o que em certa medida é verdadeiro e em certa medida falso.

Ora nós, ORTODOXOS,  não receamos nada de J Wycliff  pelo simples fato de ter vivido e florescido no século XIV e não nos séculos I, II, III ou IV. Tomar Wycliff por esteio e fundamento da 'verdade' ou da reforma é recuar apenas dois séculos mas continuar separado do Cristo Histórico, de seus apóstolos, da Igreja primitiva e da tradição autêntica por mais de milênio. Então entre Wicliff e Lutero a tanta diferença quanto entre Lutero e Charles Tazel Russel. São testemunhos demasiado recentes fornecidos pela apostasia ocidental.

Os protestantes costumam apresentar tal fato como um triunfo... mas é um triunfo ilusório e superficial uma vez que não chega ao ano 1000 desta nossa Era... portanto se eles desejam atribuir a paternidade der alguns deste Solas ao clérigo inglês, não nos importa. Wicliff nem era o Cristo nem foi discípulo dele ou sucessor de seus apóstolos...

Convém agora reproduzir as palavras do reitor de Lutterworth consignadas em sua obra "De sufficientia legis Christi":

"A verdadeira autoridade emana da Biblia, que contém o suficiente para governar o mundo." 

Segundo Parker (in "Estrela da manhã da reforma, Exeter, Paternoster, 1965) este teólogo medieval teria ensinado que "A Sagrada Escritura era a autoridade máxima para cada crente, a norma de fé e as bases para a reforma da vida religiosa, política e social ... Em si mesma, perfeitamente suficiente para a salvação, sem a adição de costumes ou tradições, como o direito canônico, orações aos santos, jejuns, peregrinações ou a Missa."

Lutero parece ter sido conduzido a Wicliff pelo escolástico Gabriel Biel (+ 1495) o qual parece atribuir certo valor a um testemunho independente do testemunho da Igreja. Sauzin L 'Propos de Table" Paris; Ed Montaigne 1932 praef p 24


Cumpre-nos examinar os poucos textos apresentados por eles - protestantes - com o intuito de estabelecer que a doutrina da suficiência das Escrituras fora ensinada pelos teóforos padres e pela igreja primitiva:








  1. Agostinho de Hipona (in 'Bens da viuvez' II):

  • "A sagrada Escritura determina a regra de nossos ensinamentos."

Para nós Ortodoxos gregos é ponto pacífico que Agostinho (O padre predileto da Cristandade Ocidental!) tenha ensinado diversos erros, fábulas e mentiras até hoje zelosamente conservados pelos ocidentais. De fato a igreja papalina - como sinal de sua falibilidade e corrupção - não cessa de apresenta-lo como o mais glorioso de seus padres (Atrevendo-se a coloca-lo acima de Origenes, Eusébio, Nisseno, Basílio, Crisóstomo e Damasceno, etc) ou testemunha de prestigio e reputação intocáveis.

E no entanto este mesmo Agostinho, quase papa compôs um alentado volume de 'Retratações' examinando seus erros!

Longe de romper com a tradição imbecil da igreja papa ou de reforma-la neste particular o protestantismo veio consagra-la dogmaticamente, e bem poderíamos definir o protestantismo como a 'religião de Agostinho' ou como o Agostinianismo. Afinal Agostiniano era Lutero e Agostinianas foram as bases da doutrina calvinista concernente a graça, simples desenvolvimento ou aprimoramento dos erros engendrados pelo Bispo de Hipona... isto é tão exato que as 'Institutas... ' de Calvino reportam a todo instante a este doutor africano citando-o a par de Paulo e 'Moisés'.

Isto no que tange a doutrina do 'Sola gratia' ou do gracismo, não do 'Sola Scriptura'.

Pois quanto ao Biblismo avançam demasiadamente aqueles que pretendem atribui-lo ao teólogo hiponense.

Mesmo porque Agostinho jamais registrou: APENAS OU SOMENTE a escritura determina... Que ela seja um dos determinantes e alias o mais excelente quanto a forma, não paira dúvida. A FORMA DO EVANGELHO QUE É A PALAVRA DE CRISTO É SOBRETUDO EXCELENTE e a igreja de Deus jamais colocou tal assertativa em dúvida!!!

Logo não somos autorizados a negar que a Escritura ou melhor o Evangelho, que é a palavra de Cristo e fonte da primária da fé, determine a conteúdo de nossos dogmas, segundo o sentido que lhe é dado pela tradição na comunhão da Igreja.  Consiste a Escritura do Novo Testamento, em especial do Evangelho, na fonte mais remota da Revelação embora seu significado seja fixado NÃO PELA CONJECTURA LIVRE DO INDIVÍDUO mas pelos comentários dos padres da Igreja e sentenças dos Bispos. 

Neste sentido, o testemunho autêntico da escritura auferido pelo testemunho da História não pode ser rejeitado.



Bíblia, tradição e livre exame - A FARSA PROTESTANTE do SOLA SCRIPTURA!!!


O esclarecimento ou observação feita acima é de importância capital caso desejemos por a luz e tornar visível o erro dos protestantes.

Facil é demonstrar que o 'Sola Scriptura' não existe ou que não passa de pura falácia. Pois ele não funciona de modo algum só ou isolado.

Grosso modo podemos dizer e declarar que o 'Sola Scriptura' e o 'Livre exame' são princípios complementares, que se completam e funcionam em conjunto como os dois lados de uma moeda.

Os protestantes acusam os episcopais de terem associado a Escritura canônica um segundo princípio, a saber, a tradição ou a Igreja, como queiram. Esta acusação é procedente tendo em vista a manutenção do significado do livro ou a interpretação.

O pôrque da Tradição

De fato a existência de uma Bíblia ou de um livro nada significa. Para que o livro adquira significado religioso deve estar posto ou voltado para os seres humanos, TEMOS ENTÃO AQUI UM SEGUNDO ELEMENTO para além do livro: o público que deve assimilar sua mensagem. Até aqui não teríamos problema algum se o Evangelho não tivesse sido codificado numa outra lingua, o grego, há quase dois mil amos e CASO A LINGUAGEM HUMANA NÃO ESTIVESSE SUJEITA A VARIAÇÕES PERIÓDICAS. O quanto basta para por em risco o sentido ou mensagem de qualquer documento antigo.


De como um livro jamais pode dar sentido a si mesmo


Queremos dizer que um livro é um livro, princípio material e sempre incapaz de interpretar e dar sentido a si mesmo. Para que a mensagem de um livro antigo seja conservada intacta faz-se mister recorrer a um órgão externo e paralelo a ele. Assim em termos profanos temos uma crítica literária...


Conexão e não oposição entre o Evangelho e a tradição apostólica


Em termos religiosos esta autoridade externa, que ao invés de opor-se ao livro, como sustem leviana e gratuitamente os protestantes, conserva-lhe o único significado objetivo e legítimo é a tradição ou a Igreja para a qual este Livro, o Evangelho, foi escrito e que é anterior a ele. Não há oposição entre a igreja e o livro mas associação ou relação.

Relação que podemos exprimir da seguinte maneira: EVANGELHO (ou Novo Testamento) + Tradição = Revelação. Aqui a tradição limita-se a MARCAR ou PONTUAR o sentido do livro, mantendo viva sua mensagem ou conteúdo.

A MANHA PROTESTANTE

Nem puderam os reformadores protestantes fugir a esta dicotomia ou repudiar impunemente a norma e regra histórica da tradição. Limitando-se a substituir a consciência histórica e eclesiástica ou o sentido comum da tradição PELO JUÍZO INDIVIDUAL E SUBJETIVO.
Tudo quanto a reforma fez foi substituir a tradição eclesiástica pelo ser humano em estado de isolamento ou como dizemos pelo indivíduo. Não excluiu o segundo princípio ou o órgão paralelo a escritura, apenas alterou sua natureza. Por isso que após o primeiro princípio do protestantismo, o pomposo 'sola' scriptura - que nos dá a entender que existe apenas livro ou bíblia e nada mais! - segue imediata e necessariamente o segundo princípio que o LIVRE EXAME, pertinente ao leitor que se debruça sobre o livro sagrado tentando compreende-lo sozinho. Segundo o protestantismo este leitor tem autoridade para tanto E AUTORIDADE PARA DAR SENTIDO AO QUE LÊ OU INTERPRETAR A ESCRITURA. 


Substituição da Tradição pelo indivíduo: consequências


Agora se éle que lendo dá sentido a escritura quem nos garante que o sentido dado é o original ou correto?

Agora se esta leitura executada pelo indivíduo pode sempre estar equivocada que resta da divina Revelação ou da religião revelada?

Tudo quanto obtemos aqui, por meio do livre exame, são conjecturas, opiniões, especulações humanas em torno do Evangelho e não uma religião revelada ou divina!

AQUI A ÚNICA SAÍDA É TOMAR O INDIVÍDUO ISOLADO E EM OPOSIÇÃO A COMUNIDADE COMO INFALÍVEL... Pois só mesmo um indivíduo pretensamente infalível podería ser capaz de substituir eficazmente a norma e regra divina da tradição! Eis porque o mesmo pentecostalismo que se ri da infalibilidade do papa romano arvorou a doutrina da infalibilidade dos profetas ou videntes com o objetivo de tranquilizar a consciência protestante...

Nem podem os protestantes históricos rir dos pentecostais supondo-os completamente idiotas. Pois foi este mesmo protestantismo histórico que substituindo o órgão divino e infalível da tradição pelo juízo natural e falível do individuo formulou a tese aberrante e monstruosa de uma religião REVELADA e FALÍVEL (sem dar com a monstruosa contradição de termos). Quiçá os reformadores e seus sucessores imediatos sequer puderam compreender o conceito de revelação divina e desta incompreensão resultou, a longo prazo o deísmo. Isto na medida em que a maior parte dos juízos ou interpretações individuais movidas mais pela vontade do que pela razão, resultaram na fragmentação da Cristandade, na edificação das seitas, na perca da unidade divina e na confusão doutrinal...

O resultado desta fadiga ou cansaço foi dicotômico e extravagante: a um lado os liberais e do outro os pentecostais: os incrédulos e os supersticiosos. 


Agostinho, os antigos Padres e o sentido ÉTICO DO EVANGELHO!!!

Retomando o fio da meada...


Cumpre observar ainda que o testemunho apresentado pelos protestantes diz respeito a Ética e não a DOUTRINA OU A FÉ PROPRIAMENTE DITA. Não se trata, penso eu, de uma observação ociosa. Antes julgo perfeitamente natural que o hiponense - a exemplo de outros tantos padres - refira-se as santas escrituras, mormente quando diz respeito as palavras do próprio Senhor Jesus Cristo, as quais, não poucas vezes são de fácil compreensão e notório significado, especialmente em se tratando de princípios e valores.

Ora o livro sobre a viuvez é antes de tudo um livro dedicado a Ética, assim os Sermões e as Cartas de nossos padres, nas quais amiúde apresentam o Santo Evangelho como a norma e regra mais excelente para ser tomada pelos fiéis. 

Isto me faz pensar que Agostinho, enquanto se refere as PALAVRAS DE JESUS CRISTO, como fonte inspiração para a vida pratica; reconhece a clareza ordinária da mesmas e sua primazia face a qualquer tradição espúria ou enganosa, mas inclusive face aos demais registros - em especial os do antigo testamento - com que os sectários buscavam obscurecer o sentido. Afinal em sua época tanto circulavam - em algumas igrejas - falsas tradições quanto entre os heréticos já se buscava adequar a Instituição do Evangelho aos oráculos dos judeus, em especial a Torá. Sob o amontoado das tradições falsas firmou-se o papado, enquanto o protestantismo nascente renovou a antiga operação do erro, dando largas a judaização da fé.

Ouso admitir que nas palavras de Jesus (ou no Evangelho) haja um conteúdo ético ou prático facilmente compreensível a luz da razão humana e que este conteúdo específico da Revelação foi assinalado por diversos padres antigos em suas obras dedicadas a Ética, pelo que não exitaram em remeter seus leitores ao Evangelho como LEI DOS CRISTÃOS. Supondo alias que tais passagens seriam lidas segundo o espírito da Igreja!

Por outro lado não é menos certo, mas indubitável que os padres antigos distinguiam outro conteúdo - celestial ou doutrinário - para além da ética. Este tanto mais complexo e cuja investigação reservavam aos Bispos, mestres, doutores (os quais podiam ser simples leigos peritos na Tradição) e sínodos

Se a Cristandade histórica é de certo modo culpada por ter silenciado a respeito do primeiro conteúdo e arrogado uma ilusória e absurda infalibilidade ética ou moral; o protestantismo não é menos culpado por ter passado ao largo do segundo conteúdo, tendo em vista sua complexidade.

De modo geral podemos admitir que as palavras do Senhor Jesus Cristo, consignadas no Evangelho - mormente quando não haja disputa alguma quanto ao significado - gozam de excelência frente a qualquer outra fonte, tanto escriturística quanto eclesiástica (caso a tradição não esteja de acordo - Idjima). Se os demais registros estiverem em oposição e as tradições em choque é natural e necessário que a prioridade seja dada as palavras do Divino Mestre.


A tradição não é mais excelente do que a Escritura mas tão necessária quanto ela.


Negarão por isto os protestantes mais ilustrados a importância da pena apostólica - enquanto fonte subsidiaria - tendo em vista o esclarecimento das passagens 'obscuras' ou controversas do Evangelho???

Certamente que não.

E no entanto as palavras dos apóstolos, mesmo quando, excepcionalmente; ajudam a aclarar o sentido da pena Evangélica não se tornam superiores a ela.

Assim quando nossas tradições apostólicas ajudam a aclarar o sentido das pelas profética, apostólica e evangélica; nem por isso tornam-se superiores a ela ou a escritura.

Apenas são necessárias para manter o sentido original da Escritura e portanto tão necessários quanto ela. A tradição não é autônoma mas uma conexão com a Escritura. Não exerce superioridade face a ela, gozando apenas de paridade.


Para os Católicos a TRADIÇÃO substitui sim o livre examinador ou o exame individual e a interpretação subjetiva da Escritura.



OS ORTODOXOS NÃO SUBSTITUEM O EVANGELHO OU O NOVO TESTAMENTO PELA TRADIÇÃO. SUBSTITUEM PELA TRADIÇÃO O INDIVÍDUO, LEITOR ISOLADO OU LIVRE EXAMINADOR. Este é que não tem lugar na instituição Cristã.

Afinal o problema criado pelo protestantismo em torno da Escritura não é de autoridade ou oposição - há aqui um falso dileta introduzido pelos reformadores em causa própria! - mas de forma, tradução e interpretação.

O problema não é a soberania do Evangelho INTERPRETADO A LUZ DA TRADIÇÃO e sim COMO E POR QUEM ESTE EVANGELHO DEVE SER INTERPRETADO OU QUEM DEVE ATRIBUIR-LHE SENTIDO: O indivíduo ou a Igreja. A disputa não esta centrada no Evangelho, no Novo Testamento ou NA ESCRITURA - a qual a Igreja reverencia e toma por lei - mas no INTÉRPRETE. Assim seu foco é o livre exame e não a escritura!

O protestantismo é que baralha a questão para apresentar-se como campeão da Escritura QUANDO é na realidade seu demolidor tendo em vista o deletério princípio do Livre Exame!


Uma coisa é receber o testemunho do Evangelho, das palavras de nosso Mestre amado, no original grego ou numa tradução interlinear e cujo sentido corrente seja mais ou menos universal; e outra, totalmente distinta receber o testemunho da JFA ou de qualquer outra tradução falível, concernente a um texto qualquer do antigo testamento, notável por sua obscuridade, face a um oceano de interpretações conflitantes... para em seguida opor este texto não só a igreja e a tradição mas ao sentido corrente das próprias palavras de Jesus. Assim os protestantes tem justificado diversos preconceitos como o adultismo, o machismo, a idolatria capitalista, as guerras, a pena capital, a homofobia E PENSO SER MUITO MAIS GRAVE JUSTIFICAR TAIS ERROS FACE AO EVANGELHO DO QUE APELANDO A FALSAS TRADIÇÕES como fazem igualmente as igrejas Católicas. 

No primeiro caso convencionamos, e certos padres conosco e toda Igreja Grega; que o testemunho das palavras do Senhor é superior a toda tradição, escritura, teoria, doutrina e como tal irrecusável... quanto ao segundo caso porém, do recurso a citações vetero testamentárias extraídas de traduções capengas; é claro que preferimos optar pelo guia tanto mais seguro da tradição Cristã e apostólica; tal e qual os mesmos padres em suas disputas com os gnósticos e outros heréticos dos tempos antigos.

Não se trata pois de repudiar o veículo da tradição da igreja face a passagens obscuras de teor doutrinário, mas de afirmar a soberania absoluta do Evangelho e das palavras do divino mestre no plano dos princípios e valores ou seja no campo da ética; segundo ele não só poderia como deveria ter se expressado do modo mais claro possível a ponto de fazer-se compreendido pelas gerações futuras, ainda quando estivessem infectadas por qualquer erro doutrinário ou heresia.

Assim todo e qualquer protestante que lê em Lutero a respeito da suficiência absoluta da fé; é capaz de aprender a necessidade imperiosa do amor das seguintes palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros.

E os filhos ingratos e pestilenciosos da Ortodoxia que encontram-se dispostos para este sistema iniquo de coisas podem igualmente ler e compreender: "Não junteis tesouros na terra... Juntai vossos tesouros no céu..." e ainda "É mais fácil a corda passar pelo fundo da agulha do que um rico entrar no Reino celestial."

Assim se Agostinho declara que a Escritura determina nossa Santa fé não diz nem declara que determina-a sozinha, excluindo a tradição. Silencia sobre a veículo da tradição talvez por te-lo em conta de obviedade... De fato a Escritura esclarecida pela tradição determina nossa fé... segundo Agostinho RECONHECE EM TANTAS OUTRAS PASSAGENS DE SUAS OBRAS A PONTO DE SER - ao menos quanto a isto - CLASSIFICADO como uma Católico e apóstata pelos protestantes mais fanáticos.

Para Agostinho como para nós a questão não gira em torno da autoridade do Novo Testamento, a qual para nós é evidente; mas de significado, clareza ou interpretação. Nós apoiados pela semiótica declaramos que todo registro escrito torna-se ininteligível carecendo de um aparato crítico. Os protestantes mal informados alegam que o significado da Bíblia toda É tão fácil quanto o significado da Mônica ou do Pato Donald...

MAIS UMA VEZ A QUESTÃO GIRA EM TORNO NÃO DA AUTORIDADE MAS DA INTERPRETAÇÃO E AQUI AS IGREJAS CATÓLICAS SÃO MUITO MAIS REALISTAS. A ponto dos pentecostais terem percebido o problema e revindicado a infalibilidade magica para seus profetas.


Ademais, tornando a Agostinho, sabemos que o argumento do silêncio é sempre ineficaz e se os protestantes alegarem que o hiponense cá silencia sobre a tradição bem podemos revidar dizendo que também silencia sobre estudos bíblicos, hermenêutica, exegese, etc




  • "Não tomemos por regra: eu digo isso, você diz aquilo; mas; Assim diz o Senhor. Pois a autoridade dos livros do Senhor TODOS RECONHECEMOS." .... "Nem deve alguém concordar com bispos católicos se por acaso errarem em alguma coisa, se a opinião deles é contrária às escrituras canônicas de Deus." Cartas a Petiliano Donatista sobre a 'Unidade da Igreja' III

Aqui o próprio caráter do Escrito em questão indicam já, de algum modo, o sentido das mesmas.

Basta considerar que este escrito não é endereçado aos Ortodoxos filhos da igreja, mas aos DONATISTAS, os quais tendo principiado pelo cisma e REJEITADO A TRADIÇÃO COMUM A IGREJA, fixaram uma nova tradição (particular e espúria) até que por via de sucessivas disputas e controvérsias principiaram - ao cabo de um século e influenciados quiçá pelos arianos - por sustentar algo semelhante ao Biblismo protestante. Tal o fim e a morte de inúmeras seitas antigas como tem sido já nestes tempos sinal de fragilidade e de morte para toda Cristandade.

É perfeitamente compreensível, que certas porções da igreja antiga, após a consumação do cisma e a ardilosa tentativa de se confeccionar tradições novas e distintas, tenham alguns líderes concebido e buscado por em prática - ainda que sutil e timidamente - a teoria da suficiência das escrituras associada a uma interpretação sectária em conexão com as tradições peculiares recentemente produzidas. 

O mesmo não se sucede ainda hoje com os próprios papistas em suas polêmicas com os Ortodoxos a respeito da infalibilidade papal? Quantas vezes os papistas desamparados pelo testemunhos dos padres antigos, passam imediatamente a Mt 16,18, insinuando que a dita passagem dispense maiores esclarecimentos e colocando-a acima da sagrada tradição e em oposição as sentenças dos padres antigos???

Eis porque Lutero, não podendo recorrer a legítima tradição contra a tirania papal, renovou o erro dos donatistas e de alguns arianos, o qual é atualmente renovado pelos próprios papistas... e por toda latinidade... E descambam de precipício em precipício, de abismo em abismo...

Nos termos dos donatistas: O terreno comum!


A menos que Agostinho - o que é bem mais provável - buscando um terreno comum para poder dialogar com seus opositores e persuadi-los, tivesse optado por recorrer unicamente as escrituras, cujo testemunho era recebido tanto pela Igreja quanto pelo cisma; e não a tradição da Igreja - na medida em que eles, cismáticos, a semelhança de nossos protestantes não faziam caso dela - como teria sido possível aproximar-se deles e conquista-los? Uma vez que a autoridade da Escritura era um elemento comum entre as duas facções é natural que Agostinho tivesse acordado em servir-se apenas dele.

Procedeu pois o Bispo de Hipona como os Ortodoxos, papistas e espiritas procedem em suas disputas com os protestantes: admitindo ao menos em tese - como ponto de partida - o Biblismo, e como campo de disputação as escrituras recebidas por eles. Isto é um Ad hominem e não uma doutrina ou testemunho da igreja...

Por fim ele reconhece que, se os donatistas acreditavam que os Bispos Ortodoxos estavam errados, assistia-lhes o direito de ficar apenas com as escrituras que acreditavam ser infalíveis, Nós, do mesmo modo, sem admitir que o conjunto dos Bispos ortodoxos possa equivocar-se em matéria de FÉ ou de DOUTRINA, reconhecemos que tantos quantos julgam que os Bispos possam falhar, façam alarde em torno das escrituras apresentando-se a si mesmos como interpretes mais favorecidos.... No entanto uma coisa é reconhecer o nexo entre as duas teorias; e outra afirmar a validade das mesmas, COISA QUE AGOSTINHO NÃO FEZ, nem podia fazer SEM FAZE-SER DONATISTA ou por-se fora da Igreja. O 'alguém' AQUI não é o ortodoxo, filho da Igreja ou ele mesmo Agostinho, mas o interlocutor Donatista, que considerava a si mesmo como interprete autorizado das escrituras.

Grosso modo só podemos concordar com os Bispos ortodoxos se reconhecemos que não podem errar quando estão de pleno acordo sobre determinado ponto de doutrina, e que este juizo corresponde ao autêntico sentido da Escritura canônica da qual são custodiários enquanto SUCESSORES HISTÓRICOS DAQUELES QUE A REDIGIRAM. Caso não acreditássemos firmemente neste ministério divino, deveríamos nos associar aos donatistas e protestantes, cuja liberdade reconhecemos tanto quanto foi reconhecida por Agostinho. Tais os sentimentos dos donatistas, mas não os de Agostinho ou dos Ortodoxos...

ACOMODAR-SE não é concordar!

Tais sentimentos no entanto constrangem o Ortodoxo, a exemplo de Agostinho, a acomodar-se provisoriamente, pondo de lado o testemunho da tradição e apelando apenas ao da Escritura tendo em vista como já foi dito ganhar o donatista, o ariano ou o protestante para a Igreja de Cristo... Encaramos com suma naturalidade o fato de que as controvérsias com os acatólicos principiem pelo terreno comum da Escritura. Tanto a caridade quanto a funcionalidade constrangem-nos a semelhante reducionismo. Na peleja da caridade abrimos mão desta arma da tradição não porque repudiemos seu valor mas apenas e não somente PARA CONTENTAR O ADVERSÁRIO E SATISFAZER SUAS EXIGÊNCIAS.

Como católico no entanto, o Ortodoxo, repudia vivamente tal doutrina e apega-se firmemente a tradição dos apóstolos como a uma tabua de salvação que lhe garante o conhecimento exato e verdadeiro da palavra divina e o livre acesso a santa e pura doutrina.


  • No mesmo livro contra Petiliano (III,06) Agostinho discorre sobre a possibilidade de um anjo do céu acrescentar qualquer dado a divina revelação ou qualquer emenda aos registros inspirados e a lei do Evangelho, respondendo negativamente com base em Gálatas 1,8

Diz isto porque os Gnósticos, os maniqueus e toda casta de visionários - como aqueles que a semelhança de Hoffman, Leiden, Muntzer, Bourignon, Eller, Fox, Irving, Darby, Smith, Miguel V Ferreira, Pharam, etc povoam as seitas protestantes - viviam acrescentando novos dados, doutrinas e ensinamentos ao depósito da divina revelação, ora apelando a novos registros ora a comunicações particulares assim Maximina e Priscila declaravam ter acesso direto ao Paráclito, Elxai alegava ter tido uma entrevista com o Espírito Santo - um anjo gigantesco de viva nas montanhas da Síria - e os gnósticos apelavam a inúmeros testamentos escritos por Noréia, Set, Parcor, Eldad, Moldad, Natã, Silvano, Glaucias, etc



O ofício da TRADIÇÃO

Aqui no entanto a oposição é artificial uma vez que o princípio da tradição jamais atua autonomamente ou seja sem conexão com a Escritura. Não se trata portanto duma instituição destinada a completar ou substituir a Escritura, mas dua instituição destinada a manter a legitima interpretação da Escritura conservando-lhe o sentido ou a mensagem original.

Tradição não é órgão autônomo que funcione independente ou contrariamente a Escritura, mas o sentido univoco da Escritura em sua perspectiva objetiva, o significado primordial que lhe foi dado pelo autor e o acesso a seu próprio conteúdo EM OPOSIÇÃO aos múltiplos e conflitantes significados atribuídos pelos INDIVÍDUOS OU LEITORES ISOLADOS no decorrer tempo e cujo resultado seria um obscurecimento total e completo da divina Revelação e o império da confusão doutrinária e da incerteza!

Face a letra morta da escritura a tradição corresponde ao legitimo significado DADO pelo autor e preservado pela Igreja no decorrer do tempo tendo em vista A INTEGRALIDADE E CLAREZA DA NOSSA FÉ. Ela não falseia o sentido, antes mantem-no vivo e conserva-o fielmente; noutras palavras a tradição é o sentido da letra e não qualquer outra coisa distinta ou contrária.

A existência de um ou outro artigo de fé que não esteja contido ao menos implicitamente no corpo das Escrituras neotestamentárias, deve ser considerada como pura e simples exceção - assim o Canon do Novo Testamento - jamais como regra. 

A igreja romana talvez compreenda-o como regra, a igreja Ortodoxa, mesmo sem concordar com o biblismo protestante, admite-o apenas como exceção; pois uma tradição reporta sempre a um texto qualquer da Escritura Canônica que lhe dá suporte estrutural.

A regra é que a quase - quase porque o Canon do Novo Testamento não se encontra inserido nele mesmo constituindo um DOGMA TRADICIONAL EM SUA TOTALIDADE - totalidade dos artigos de fé encontra-se, ao menos implicitamente, contida na Sagrada e divina Escritura. Neste sentido o Biblismo (admitida a exceção acima ) corresponde a verdade. O SIGNIFICADO DOS TEXTOS NO ENTANTO FICAM SEMPRE NA DEPENDÊNCIA DA TRADIÇÃO.

Assim, a verdade da Revelação Divina esta embasada na unidade de ambos os veículos - Escritura e Tradição - como a Unidade dos dois tipos do único Senhor Jesus Cristo.

Assim profecia e Novo Testamento, graça e liberdade, fé e obras, etc Escritura e Tradição, são como que representações da única pessoa de Jesus Cristo existente em dois tipos distintos e inseparáveis: o Divino e o Humano e todos os mistérios da fé reproduzem em certa medida esta relação derivada do mistério supremo.

Postular apenas a profecia, a graça, a fé ou a Escritura ou apenas a liberdade, as obras ou a tradição é cindir e retalhar o único Jesus Cristo. 

Escritura e tradição não existem como entidades separadas mas como tipos em comunhão e unidade; integradas uma a outra.

A teologia progride continuamente no conhecimento dos dogmas lançando mais e mais luz sobre eles. O número dos dogmas no entanto permanece sempre fixo e inalterado. O conhecimento da fé se expande, mas a fé permanece fixa, sem adições ou diminuições.

Que Agostinho, como todos os padres reconheça e receba a norma da Tradição, depreende-se de suas próprias palavras:

"Acredito que esta prática venha da tradição apostólica, assim como tantas outras práticas NÃO ENCONTRADAS NAS ESCRITURAS DOS APÓSTOLOS ou nos concílios reunidos por seus sucessores, no entanto como são observadas por toda a Igreja em todos os lugares, acredita-se que tenham sido decretadas pelos próprios Apóstolos." S Agostinho, Batismo 1,12,20,

& noutro passo:

"Quanto aquelas observâncias que seguimos cuidadosamente, que o mundo todo conserva, e que não procedem da Escritura MAS DA TRADIÇÃO, é-nos concedido compreender que foi ordenado e decretado pelos próprios Apóstolos ou pelos CONCÍLIOS PLENÁRIOS, CONSTITUINDO AUTORIDADE VITAL PARA A IGREJA." Carta a Januário 54,1,1,

Estes testemunhos literais são mais do que suficientes para livrar o hiponense da pecha de Biblicista.

Existem no entanto dúzias e dúzias de testemunhos em que Agostinho reconhece a capacidade da tradição para determinar o sentido exato da Escritura, a ponto de que seria fastidioso reproduzi-los.









     2.  S Atanásio "Contra os gentios" I:



  • "Certamente que as Escrituras Santas e divinamente inspiradas, bastam para a exposição da verdade."


No terreno da patrística este é o que mais se aproxima dos delírios luteranos.

Parece até que foi escrito por Calvino, Zwinglio ou algum anabatista holandes e a primeira vista até faz gelar o coração dos Católicos menos esclarecidos.

E no entanto - quanta miséria! - nossos protestantes recorrem a um testemunho truncado.

Agora por que truncado meus amigos????

Certamente por falta de testemunho melhor ou seja LEGÍTIMO... rsrsrsrsrs

Passemos sem delongas ao contexto:

"Certamente que as Escrituras... da verdade, NO ENTANTO SUBSISTEM NUMEROSOS TRATADOS QUE COM ESTE FIM FORAM COMPOSTOS POR NOSSOS BEM AVENTURADOS MESTRES, AQUELE QUE LE-LOS COMPREENDERÁ A INSTRUÇÃO DAS ESCRITURAS E OBTERÁ O CONHECIMENTO DESEJADO." Id


A Escritura tudo contem para nossa instrução - aqui S Atanásio parece concordar com S Agostinho e reconhecendo que a Escritura canônica seja a fonte remota de nossos dogmas - todavia, continua ele, é por intermédio da tradição que temos acesso ao compreensão exata e ao conhecimento inequívoco da mesma Escritura ou seja, a seu único e verdadeiro sentido, escapando assim ao mar tempestuoso das interpretações individuais e contraditórias em cujas ondas sossobram os reformados...

Com efeito, embora a Escritura tudo possua em matéria de doutrina e contenha quase toda verdade nem por isso pode dispensar o auxilio de um veículo distinto, a tradição. Tudo de fato encontra-se na Escritura, mas para que tudo nela percebamos faz-se mister estudar os comentários e exposições dos padres antigos ao invés de confiar em nossa parca capacidade e ignorância.



  • "A sagrada escritura é mais do que suficiente para nós..." S Atanásio, Epistola aos Bispos do Egito IV, 225


Aqui nos deparamos mais uma vez com a apologética desonesta e criminosa dos textos truncados.


Segundo os promotores da luteranidade costumam tratar os escritos de nossos homens bases do mesmo modo e maneira como costumam tratar as escrituras canônicas ou seja com muito pouca reverência.

Passemos pois ao contexto da Carta:

"Os marcionitas e maniqueus rejeitam a Lei antiga, pois não podem aceitar o testemunho delas. COMO PODEM ESTAR CONVENCIDOS SOBRE O SENHOR SE REJEITAM AS PROFECIAS QUE FORAM PUBLICADAS A RESPEITO DELE? AQUELE QUE REJEITA O FUNDAMENTO DOS PROFETAS COMO SE MANTERÁ FIRME NO EVANGELHO?... Portanto, cada uma dessas heresias, com relação à impiedade peculiar de sua invenção, não têm nada em comum com as Escrituras. E seus defensores estão cientes disso, que as Escrituras são demasiado, ou melhor dizendo totalmente, opostas às doutrinas de cada um deles; mas a fim de enganarem os mais simples (como aqueles dos quais está escrito nos Provérbios, 'O simples acreditam em toda palavra),' eles como seu 'pai o diabo' estudam e citam a Escritura, a fim de que pareça que estão de acordo com elas e assim possam persuadir seus infelizes seguidores a acreditarem no que é contrário às Escrituras. Por certo em cada uma dessas heresias o diabo se disfarçou, e lhes sugeriu palavras cheias de artimanhas. O Senhor falou a respeito deles, que 'erguer-se-ão falsos Cristos e falsos profetas, para que possam enganar muitos' como prova disto o diabo veio, falando por cada um e dizendo, 'Eu sou Cristo, e a verdade está comigo;' e ele fez com que cada um deles se tornasse mentiroso como ele. E o estranho é que, mesmo todas as heresias sendo diferentes uma das outras com relação às invenções infelizes que cada uma enredou, estão todas unidas apenas pelo propósito comum de inventar. Pois eles têm um e o mesmo pai que plantou neles todas as sementes de falsidade... Mas a pessoa simples, conforme disse anteriormente, que não está totalmente firmada no conhecimento, considerando apenas as palavras que foram ditas e não entendendo seu significado, é imediatamente atraída pelas astúcias deles... Agora alguém pode escrever muito a respeito dessas coisas, se alguém desejar dar detalhes a respeito delas... pois a impiedade e a perversidade das heresias vão surgir aos montes e a artimanha dos enganadores assumirá proporções terríveis, no entanto como a sagrada Escritura é, de tudo, mais do que suficiente para nós, recomendamos àqueles que desejam saber mais sobre tais assuntos, que estudem a palavra Divina..."

Eis que o sentido do texto ganha vida e salta a vista: as escrituras são suficientes, não face a tradição ou interpretação da Igreja (como queria Lutero) - pois S Atanásio, afirma em alto e bom som que a interpretação individual e livre dos heréticos é falsa e inspirada pelo inferno - mas face aquelas seitas heréticas de gnósticos e maniqueus que mutilavam ou alongavam as escrituras, REJEITANDO LIVROS VERDADEIRAMENTE CANÔNICOS OU ADICIONANDO REGISTROS ESPÚRIOS E APÓCRIFOS. Face a tantos acréscimos e mutilações o CANON DAS ESCRITURAS POSSUÍDO PELA IGREJA ERA SUFICIENTE PARA FIRMAR NA SÃ DOUTRINA. 

Como as teorias caprichosas e disparatas dos gnósticos não se podiam enquadrar nos livros canônicos ou eram explicitamente condenadas por eles - como as dos adventistas e das jeovistas - um conhecimento elementar dos mesmos - E S Atanasio dirige-se a Cristãos de lingua grega, que conheciam o texto original dos Evangelhos e da Septuaginta - bastava para prevenir e imunizar os fiéis, especialmente quando orientados pela tradição da Igreja representada pelo próprio Atanásio, paladino da fé nicena!

Portanto o que Atanásio quis dizer com 'suficiência da Escritura' deve ser compreendido como limite do Canon - face as mutilações e acréscimos dos heréticos do seu tempo - e não como repúdio a tradição apostólica cuja autoridade ele reconhecia, como se depreende das seguintes palavras:

"Também é importante observar que a própria TRADIÇÃO, ensinamento e fé da IGREJA CATÓLICA desde o começo, FOI DADA PELO SENHOR, pregada pelos Apóstolos e preservada pelos Pais. ESTA É A BASE DA Igreja; se alguém se afasta dela sequer deveria ser chamado Cristão." S Atanásio, Carta a Serapião de Thmuis, 1,28, 359 D.C

E outras tantas palavras semelhantes poderíamos reproduzir a respeito da tradição, de sua existência e necessidade não fosse por um único motivo, segundo o qual julgamos por bem cortar caminho:

Controvérsia ariana, biblismo e tradição


Durante a geração de Atanásio - recomendamos vivamente a leitura da obra 'História do arianismo' do Cardeal Newman - haviam duas correntes exegéticas que disputavam o monopólio da verdade divina: A atanasiana, ortodoxa, católica, nicena ou trinitária e a ariana (unitária), sustentada por Eunômio e Aécio.

A nenhuma das partes faltavam textos 'bíblicos', habilidade e perícia; e quiçá os arianos até com mais textos e mais perícia contassem. Atanásio no entanto aderia - como Agostinho diria no mesmo tom a respeito dos Evangelhos canônicos! - aos textos apresentados pela exegese ortodoxa com sentido trinitariano... não porque fossem melhores mas APENAS E TÃO SOMENTE PORQUE REPRESENTAVAM A DOUTRINA AFIRMADA PELOS PADRES CONGREGADOS EM NIKAIA E CRIDA PELA IGREJA EM TODOS OS TEMPOS E LUGARES. Assim para Atanásio e todos os padres Ortodoxos daquele tempo não Era a Escritura que regulava a Tradição, a Igreja ou o Concílio MAS O CONCÍLIO INFALÍVEL que dava sentido a Escritura apontando qual fosse a interpretação correta!

Em suas apologias e escritos ele jamais declara possuir a prioridade ou o monopólio dos textos bíblicos, NÃO PARTE DA BÍBLIA PARA A DOUTRINA ANTES LIMITA-SE A DEMONSTRAR QUE OS OS DECRETOS DE NIKAIA TAMBÉM POSSUEM FUNDAMENTO BÍBLICO. PARA ELE AMBAS AS PARTES PODEM RECORRER A ESCRITURA E APRESENTAR TEXTOS; NO ENTANTO QUEM FIXA O SENTIDO DO TEXTO É A TRADIÇÃO OU A IGREJA DE CRISTO é a autoridade legitimamente constituída... Os arianos - desamparados pelo Concílio, a Tradição e a Igreja - é que formulavam outros tantos sentidos individuais e artificiosos baralhando a doutrina. Logo a norma e regra de Atanásio não era o juízo PARTICULAR OU O LIVRE EXAME PAUTADO NA Escritura mas a Igreja VISÍVEL HISTORICAMENTE FUNDADA POR JESUS CRISTO.

Era a escritura fundamento sólido e remoto da fé, enquanto recebia seu significado dos Bispos sucessores dos apóstolos e não da cabecinha de cada leitor...

Por isto a cada passo o patriarca alexandrino declara: Tal é a interpretação fornecida pelos antigos, pela igreja, pelos padres e, logo, o único e verdadeiro sentido digno da Escritura; o sentido AQUI É BUSCADO SEMPRE NO PASSADO, não na fantasia, na habilidade ou na imaginação dos coetâneos. Os arianos é que muito timidamente ousavam já opor a Escritura a Igreja rejeitando a tradição legitimamente Cristã, e os protestantes são seus continuadores; herdeiros ou legatários. Eis porque, alega Voltaire nas 'Cartas inglesas' 'Nesta terra das seitas ressurgiu o arianismo'; gerado nas entranhas do livre examinismo, como o sabatismo, o iconoclasticismo, o anabatismo, etc Por que o protestantismo é sucessor do arianismo e êmulo do islam em sua luta de morte contra a Igreja antiga, encarnacionista e trinitária!

Ressurgiu o arianismo nestes tristes tempos e o maravilhoso livre exame foi sua porta de entrada no universo Cristão...



Abusos em torno da tradição

O que alguns padres como S Atanásio e S Agostinho puseram em questão não foi a tradição, mas a função da tradição, enquanto veiculo paralelo e distinto da Escritura ou enquanto veiculo funcional/instrumental da Escritura. Pois também ela, como as Escrituras e todos os mistérios da fé havia sofrido abuso por parte das seitas e dos hereges. E eles apelavam com entusiasmo a tradições profanas com que enfrentar e vencer a igreja detentora das verdadeiras tradições.

No primeiro sentido alguns padres quiseram significar que a Escritura deveria ser complementada pela tradição, o que só pode ser admitido num único caso, pertinente ao Canon.

No segundo sentido outros padres quiseram significar que a Escritura deva ser compreendida ou interpretada a partir da Tradição e que a tradição ate sempre em conexão com a Escritura, acompanhando e elucidando jamais ultrapassando seu conteúdo.







Nós compreendemos a tradição neste segundo sentido: enquanto órgão que nos dá acesso ao conhecimento preciso e exato da escritura e não como uma panacéia da qual se retira o que se deseja, inclusive sentenças francamente opostas aos princípios e valores enunciados pelo Evangelho que é a palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Assim, enquanto a tradição preserva o significado da palavra escrita face os abusos cometidos pelos indivíduos no decorrer do tempo (Garantindo sua identidade histórica e objetividade) a Escritura - especialmente as passagens mais claras do Evangelho no original grego - limita e fiscaliza o órgão da tradição de modo que não venha a sofrer abuso e servir de esteio a falsificações miseráveis e novidades doutrinárias a exemplo da monarquia e da infalibilidade papais.

O papado evidencia que como todas as coisas humanas e divinas também o veículo da tradição esta sujeito a deploráveis abusos quando dissociado do conhecimento e estudo das escrituras canônicas. Como o protestantismo evidencia que o veículo da escritura canônica esta sujeito a idênticos abusos quando dissociado do conhecimento das legítimas tradições apostólicas. Assim das falsas tradições resultou a ditadura espiritual e o repúdio apressado a todas as tradições a anomia doutrinária, até a rejeição da Trindade e da Encarnação do Verbo.

E até hoje os tais extremos continuam se tocando.

Exige o barco da divina Revelação dois remos para sair do lugar: Escritura divina e Tradição apostólica, removido um deles fica o barco parado, girando e dando voltas no mesmo lugar. Assim a igreja romana e assim as seitas protestantes... Pois o propósito divino foi que Escritura e Tradição atuassem sempre juntas corrigindo-se e ajudando-se, e aperfeiçoando-se mutuamente.

Daí S Crisóstomo, S Teodoro, S Teodoreto e S Atanásio recomendarem insistentemente o estudo da Escritura em termos tão enfáticos quanto os de qualquer teólogo protestante... (no Ocidente durante a Idade Média a possibilidade de um módulo de estudos que contemplasse esta necessidade era impossivel, devido as condições materiais e intelectuais criadas pelas invasões teutônicas.) NATURALMENTE QUE OS PADRES REFEREM-SE AO ESTUDO DO NOVO TESTAMENTO - EM ESPECIAL DO EVANGELHO -  NO IDIOMA EM QUE FOI REGISTRADO: O GREGO... E não a traduções humanas e corrompidas dos escritos judaicos.

A ortodoxia tende a valorizar igualmente as escrituras e a tradição, estabelecendo uma relação harmônica entre ambas a luz da unidade existente na Única pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor. 











Conclusão: Não existe qualquer evidência histórica positiva no sentido de que o 'Sola Scriptura' tenha sido FORMALMENTE ENSINADO OU RECONHECIDO POR QUALQUER HOMEM DA IGREJA durante os treze séculos que separam J Wycleff do divino Redentor e seus apóstolos. Entrementes o vazio é total e o silêncio absoluto... Assim o primeiro princípio do protestantismo não é condizente com o caráter histórico do Cristianismo!!!










II ) O livre examinismo. (princípio não autônomo, que se encontra na dependência do primeiro)


Os textos com que os protestantes alegam ter sido o livre examinismo conhecido e praticado nos primeiros séculos são numerosos e serão analisados pormenorizadamente em lugar apropriado (o livro primeiro desta obra).



Por ora cumpre-nos estabelecer que sua paternidade cabe igualmente ao já referido Wycliff.

Segundo o já referido Parker bem como McFarlene (in Causas da dissidência religiosa na Inglaterra, NY, Collier, 1952) o sacerdote inglês insistiu bastante sobre a clareza da Escritura, sobre a necessidade imperiosa de se estudar e compreender a Escritura, e que qualquer homem de fé poderia ser iluminado pelo Espírito Santo. Ora estas doutrinas não são apenas protestantes mas caracteristicamente pentecostais e veremos mais a frente, que Lutero acabou por endossada-las.

Sem embargo disto nosso homem viveu numa época em que um único monge copista gastava em média vinte anos de trabalho para produzir um único exemplar completo das Escrituras... diante disto sua exigência, é no mínimo estranha...


III) Solo Christo.

Este Sola diz respeito antes de tudo ao divórcio entre Nosso Senhor Jesus Cristo e sua igreja terrena e visível e a afirmação de que a igreja de Cristo restringe-se a organismo meramente invisível; uma espécie de 'agremiação de predestinados ou eleitos' (Wycleff) conhecido por deus somente. Por extensão diz respeito ao sacerdócio universal dos fiéis e a abolição da vida sacramental e sensível, confinando já com o Sola Fide na medida em que exclui igualmente a mediação do próximo, fazendo da salvação um negócio entre o indivíduo e seu deus.

Quem já não ouviu algum profeta reformado anunciar que a salvação é individual ou pessoal e não comunitária ou social?

Trata-se de um dos princípios mais remotos do protestantismo - anterior em quase mil anos a Lutero e Wycleff - o que deita suas raízes na Era patrística, fazendo sua primeira aparição no século IV.

Segundo S Epifânio (Panarion LXXV) Aerius, um presbítero de Sebaste, no Ponto, foi o primeiro a ensinar que não havia qualquer diferença entre Bispos, presbiteros e leigos e que todos eram igualmente sacerdotes. Segundo Agostinho (Heresias LIII) Aerius não era ortodoxo, mas ariano; Filastrio acrescenta ainda que se opoz a obervância da Páscoa, alegando que se tratava duma instituição judaica...

Seja como for os gnósticos e montanistas também desprezavam a Igreja Episcopal e visível como corrompida e alegavam que a verdadeira igreja, dos santos, era formada por homens espirituais e perfeitos... 

Leiam os protestantes os catecismos dos montanistas e dos gnósticos e concedam-lhes o 'imprimatur' se assim o desejarem...

Tais teorias sempre foram combatidas pelos Bispos e doutores da Igreja, a par do arianismo e do eutiquianismo... até que extinguiram-se por completo e sem deixar vestígios. Tal o destino de tudo quanto é humano, segundo as palavras ditas pelo no Sinédrio pelo Rabino Gamaliel e consignadas nas Memórias dos Santos Apóstolos.






IV) Sola Gratia. (empregado pela primeira vez por Andreas Bodenstein, vulgo 'Karlstadt' na disputação de 1519)


Doutrina segundo a qual o pecado ancestral tornou a natureza humana de tal modo corrompida que comprometeu o uso da razão e o exercício da livre vontade. Disto resulta que o homem nada possa fazer por sua salvação e que a Deus somente caiba a tarefa de apenas chama-lo, converte-lo, salva-lo e justifica-lo por meio de sua graça, no caso absolutamente soberana e irresistível. Assim é Deus mesmo que escolhe uns e rejeita outros desde toda eternidade, a seu bel prazer e sem previsão de méritos ou deméritos... Cristo simplesmente salva quem quer e perde quem quer... É a teoria da predestinação.



A teoria ímpia da predestinação será minuciosamente analisada sob todos os aspectos possíveis em lugar apropriado.


Por ora basta dizer que mesmo tendo sido enunciada por Huss, Wycleff e Gotheschalk - séculos antes de Lutero, Calvino, Zanchius e Turretini - sua paternidade remonta a Agostinho de Hipona, cuja personalidade sombria fora fortemente influenciada pelos ensinamentos de Manes. 

Neste passo a Cristandade oriental jamais acompanhou Agostinho e manteve-se fielmente apartada tanto dos romanos quanto dos protestantes.



V) Sola Fide. (inventado pelo mesmo Karlstadt em 1519, reproduzido por Melanchton em seus 'Locis communes' publicados em 1521, inserido por Lutero em Galatas III...)


É a teoria segundo a qual o homem se salva sem obras - tanto a priori quanto A POSTERIORI ou enquanto frutos! - ou seja no pecado 'Simul justus et peccator'. Esta teoria exótica que exclui o amor, a ética, a excelência, a virtude, a obediência e a santidade do Evangelho foi o ÚNICO - e certamente um dos mais funestos - DOS CINCO SOLAS INVENTADO PELO DR MARTINHO LUTERO, O QUAL POR SUA VEZ tinha plena consciência de sua autoria ou paternidade.

Lutero foi o primeiro, dentre os seguidores nominais de Jesus Cristo a encarar a justificação como algo meramente externo, imputado, forense - em sentido jurídico - ou vicário e não como uma fonte interna de conduta infundida no homem pelo contado vital estabelecido entre ele e Jesus Cristo. Para ele o sangue de Cristo era como uma espécie de túnica com a qual o Redentor gentilmente cobria as mais abomináveis atrocidades ou crueldades cometidas por seus filhos e bem poderíamos aplicar a esta teoria o mote que os protestantes aplicaram a Tetzel:


"Mesmo que o crente viesse a estuprar a mãe de Deus, o sangue de Cristo purifica-lo-ia de todo pecado, sem qualquer necessidade de reparação ou penitência."


Trata-se aqui da contribuição específica de Lutero no que tange aos fundamentos do protestantismo e por assim dizer de seu 'Sola' o 'Sola' protestante por excelência e a essência da doutrina protestante. 

Este quinto Sola é que tem servido de fundamento ao novo evangelho: evangelho do interesse e do oportunismo - centrado apenas no que Cristo oferece, dá e faz e não naquilo que Jesus exige de seus seguidores - evangelho sem lei, regulamento ou norma de vida; evangelho da permissividade e do comodismo; evangelho fácil e agradável; evangelho que elimina o escândalo da cruz; evangelho da graça externa, aparente e inoperante; evangelho da derrota, da fragilidade e do pecado... Este quinto Sola é que tem servido como fundamento pétreo ao novo Cristianismo, ao Cristianismo alemão, ao Cristianismo individualista, ao Cristianismo dócil, ao Cristianismo comodista, ordeiro, bonito, relaxado... Este quinto Sola que tudo tudo justifica em termos de crimes ou pecados... Este quinto Sola e somente este pertence ao famigerado esposo da Dna Catarina...


Aqui só resta aos protestantes recorrer a este ou aquele texto bíblico, admitir honestamente que Lutero foi o primeiro a compreender o sentido de tais textos, suster que permaneceram selados e fechados durante mil e quinhentos anos, e que ninguém do Oriente ao Ocidente foi capaz de penetrar-lhes o real significado após a morte dos Santos apóstolos...


Pois nem mesmo Agostinho ousou admitir que o homem fosse capaz de salvar-se sem obras - o nó da questão não é se as obras (I É A ORDEM EM QUE AS OBRAS ENTRAM) salvam mas se o homem pode salvar-se sem obras ou seja no pecado e a resposta de toda tradição Cristã anterior a Lutero é um categórico NÃO - ou ao menos o firme desejo de obedecer ao Senhor Jesus Cristo e de viver segundo sua vontade.

Forçoso é concluir que nenhum dos Solas ou das bases e fundamentos do protestantismo - a exceção do sacerdócio universal e a da predestinação - remonta aos primeiros séculos embora nem de longe toquem a Era dos apóstolos ou de Nosso Senhor Jesus Cristo. Historicamente falando não há qualquer vínculo e todas as cadeias se quebram...

Demos a palavra ao próprio Lutero:

"Nas obras dos Padres tudo é treva no que concerne a fé, O ARTIGO DA JUSTIFICAÇÃO É TOTALMENTE OBSCURECIDO É IMPOSSÍVEL CRER QUE TODA HUMANIDADE FORCEJASSE EM SEMELHANTE ERRO. São Jerônimo, escreveu sobre Mateus, as epistolas aos Gálatas e a Tito, mas, ai de mim, com que frieza.. . Ambrósio escreveu seis livros demasiado pobres sobre o Gênesis. Crisóstomo escreveu apenas palavras inuteis, que não ensinam absolutamente nada, sobre a Epistola aos hebreus e mesmo Agostinho NADA DIZ A RESPEITO DA OBRA REALIZADA PELA FÉ... Não consigo encontrar exposição sobre as Epístolas aos Romanos e aos Gálatas QUE ENSINE A DOUTRINA PURA E CORRETA. EIS QUE TESTEMUNHAMOS TEMPOS BEM AVENTURADOS COM RELAÇÃO A PUREZA DOUTRINÁRIA E NO ENTANTO QUÃO POUCOS SABEM APROVEITA-LOS." Conversações a mesa 525 & 536 (Livre combinação)



Os protestantes no entanto acham demasiado fácil ir ao Velho Testamento, ao Apocalipse e ao Corpus paulinum com o intuito de coletar os textos mais obscuros e atribuir-lhes um sentido favorável a tais princípios. Assim, com textos falseados ou manipulados extraidos de partes diferentes da Bíblia constroem seu Frankstein espiritual... e com o orgulho e a vaidade ou a vontade de lucrar, infundem-lhe o sopro da vida.






Ortodoxia, aceitar ou não a controvérsia?



Que devemos, nós, filhos da Ortodoxia e legatários da verdade, fazer quando um protestante qualquer se acerca de nós com o intuito de ministrar ensinamentos religiosos e exercer proselitismo?

A resposta para esta pergunta dependerá antes de tudo da condição intelectual, da capacidade e da preparo de cada um.

Evidentemente que não devemos ativar ou provocar qualquer tipo de controvérsias como fazem por vezes os romanos e via de regra os protestantes. Melhor e mais excelente é praticar e viver a simplicidade do Evangelho dando bom testemunho de Cristo e observando todas as práticas da Igreja. O testemunho da caridade viva e fé operante é anuncio suficiente e perfeito do Evangelho posto a cada um de nós... se você buscar viver o Evangelho estará anunciando Jesus Cristo da maneira mais excelente ainda que sua compreensão da doutrina seja limitada.

Por outro lado se anuncia com a boca, mostra conhecimento da fé, polemiza MAS NÃO VIVE O EVANGELHO, temo que seu anúncio seja vão...


Melhor maneira de anunciar o Evangelho, com a vida!

Louvada é a paciência do publicano e não sua perícia escriturística. Exaltado o arrependimento sincero de Zaqueu e não sua habilidade teológica. 

Não é pela habilidade com que se disputa em torno de textos sagrados que seremos julgados mas por nosso posicionamento diante do outro ou melhor dos irmãos conforme tem fome, sede, frio, etc (Mt c 25)

Não é pela perícia nas escrituras que seremos reconhecidos como discípulos de Cristo mas pelo exercício do amor fraterno.


As vãs controvérsias a serviço do ódio!

Dar vezo e seguimento a disputas e controvérsias de caráter público é muitas vezes inutil, contraproducente e pernicioso na medida em que alimenta a incredulidade de uns e a vaidade de outros, o que em nada edifica a piedade. Já foi dito que o azedume romano/protestante é matriz do ceticismo religioso predominante nesta parte do mundo e temo que assim o seja.

Uns e outros estavam mal orientados e colocaram a verdade acima do homem, acima do amor, acima da virtude. Coisa excelente é a verdade quando em seu lugar. Agora foi a verdade posta para o homem e não o homem para a verdade e tudo sob império do amor. A verdade para ser santa deve estar em conexão com o amor, a serviço do bem e da justiça e promover a dignidade do homem.

Protestantes e romanos no entanto mentiram, mataram, roubaram, feriram, etc em nome da verdade e assim procedendo profanaram-na ao invés de honorifica-la. Então que a verdade jamais nos sirva de pretexto para oprimir, excluir, odiar, menosprezar, etc

Porque os cismáticos, heréticos, infiéis e pagãos que desejam viver em paz e harmonia conosco não foram excluídos do mandamento do amor.

Assim aquele que deseja polemizar olhe para dentro de si mesmo, consulte seu coração e pergunte se o faz por amor e bondade ou por vanglória, ou seja, para promover-se e manifestar superioridade.

Satisfeito este critério, que é o mais importante, passemos ao seguinte:


Em se tratando de alguém que por máxima falta de tempo e ocupações cotidianas conhece apenas os rudimentos da fé, é aconselhável recusar toda e qualquer discussão com os protestantes. Cumpre rechaçar, com caridade e firmeza a toda e qualquer solicitação da parte deles.



Habilidades dos ministros protestantes


Quando não estamos muito bem preparados para resistir-lhes, vindicando nossa fé, a prudência obriga-nos a recuar ou 'fugir'... no campo sagrado da fé não deve haver espaço para a temeridade.

Mesmo porque a maior parte dos sectários são especialmente treinados com o objetivo de confundir os adeptos dos demais credos religiosos, em especial os papistas e por extensão, os ortodoxos. E exercitados na arte de vencer os debates a qualquer custo... segundo a cartilha de Schoepenhauer.

Bastante escolados, os missionários protestantes possuem, adrede reservado, imenso arsenal de passagens bíblicas em geral extraídas, sem qualquer critério, de diversas partes da Escritura; algumas por sinal pessimamente traduzidas e quase sempre fora do contexto. Nem é preciso dizer que em sua luta contra a Igreja de Cristo dão preferência aos textos hebraicos, tomados ao antigo testamento; os quais por natureza ignoram as decorrências da Encarnação do Verbo!


A arrogância dos missionários protestantes

Por outro lado, tais homens, encarando a si mesmos como inspirados e pregoeiros da verdade divina não estão nem um pouco interessados em ouvir as razões alheias, em dialogar, em compreender, debater, aprender, etc mas apenas em salvar nossas pobres almas das garras do rabudo...

Não vos enganeis, caríssimos irmãos e irmãs, pois os 'novos apóstolos' que batem a vossas portas ou que gritam em nossas praças não estão dispostos a ouvir, mas apenas e tão somente a falar ou seja doutrinar-vos e obter vossa adesão filial. Tudo quanto querem e desejam é promover vossa apostasia.

Tem a si mesmos em conta de salvadores e a nós em conta de desgarrados ou perdidos... colocando-se numa posição de SUPERIORIDADE. Sendo assim como pode haver diálogo!
Mesmo sem ter sido comissionados a ensinar a verdade comissionam-se a si mesmos com o intuito de impo-la. Agora não vejo porque aquele que ensina também não possa aprender e não penso Jesus como mestre da arrogância.

Para eles no entanto aprender com o outro é sempre IMPOSSÍVEL. 



Seu fanatismo e incoerência

E o que este protestante vem ensinar-vos - ele que não ousa duvidar da JFA! quando mais da Bíblia ou da inspiração plenária!!! - é a duvidar da Igreja antiga, repudiar sua fé e odiar a tradição.

Considerai sobretudo e antes de tudo que este mesmo protestante que vos incita a duvidar dos ensinamentos ministrados pela mãe Igreja, JAMAIS questiona ou põe em dúvida, por um instante sequer, as interpretações fornecidas por Lutero ou os ensinamentos ministrados pelo pastor analfabeto da seita a que pertence. Ele não nos vem tirar a fé, mas substitui-la por outra bem menos qualificada! Para ele a simples ideia de dúvida corresponde a uma sugestão diabólica ou a uma tentação infernal... Não, ele não examina e nem interpreta; passivamente recebe, mecanicamente reproduz e servilmente transmite as tradições legadas pelos carniceiros: Lutero, Calvino, Zwinglio, et aliae

Assim a dúvida é boa para os episcopais mas não para eles bíblicos; para nós é divina, para eles diabólica!

Ele roga que coloqueis a Igreja histórica de Jesus Cristo a prova e que duvideis dela até perder a fé; enquanto ele nem mesmo em sonhos ousa duvidar do quanto é dito pelo 'líder' ou chefe; vidente ou profeta. Ele qualifica vossas tradições como ímpias e segue tradições... ele qualifica vossos líders como ineptos mas recebe o significado da escritura 'sicut' pastor...


As falsas promessas e mentiras!

Eis porque, enquanto permaneceis firmemente ligados a igreja de Cristo, ele insinua, CAPCIOSAMENTE, que pertencer a uma igreja não é importante ou mesmo que não serve para nada... havendo entre eles, inclusive, quem sustente não ter Jesus Cristo fundado igreja alguma... e no entanto, basta que abandoneis a Igreja de Cristo para que o discurso assuma outro tom e nosso missionário passe a insistir fanaticamente sobre a importância ou mesmo a necessidade de se pertencer a uma seita qualquer fundada por Genésio ou Galdino bem como sobre o poder totalitário desta 'igreja'.

E quando vos julgais livres da tutela eclesiástica Ortodoxa lá vem o profeta com sua Bíblia determinar o corte de roupa, a dieta, a música que podeis ouvir, o penteado, o modo de andar, a maneira de sentar, etc e impor-vos um regime semelhante ao do judaísmo antigo ou do islã... Logo ele que quanto eras Católico te acenava com a liberdade... agora no entanto aspira por exercer um controle tirânico sobre tua pessoa!

Declara pomposamente o nosso homem que o nome de Jesus é suficiente para salvar sem Maria, José, João, Pedro ou Tiago; para logo em seguida mencionar, citar ou ensinar Lutero, Calvino ou Zwinglio!!!

Diante de tanta matreirice, quem não for bastante hábil no conhecimento e no manejo das sagradas letras, evite a todo custo disputar com tal tipo de gente. Pois quem disputa por disputar não merece confiança.

"No último dia saberemos a quem pertence a razão." sejam estas as palavras do homem humilde e consciente de suas limitações. E não ouse entrar em vãs disputações com tal tipo de gente.

Seria como entrar na cova do Minotauro, da qual ninguém podia sair!

Por outro lado, aquele que - como nós - estiver em posse das mais excelentes qualidades intelectuais, de suficiente preparo e de um amplo conhecimento, tanto da sã doutrina, quanto da Escritura canônica; não tema dialogar com aqueles que nutrem amor pela verdade divina e aspiram pelo Reino Celestial.

Esperemos no entanto que eles ataquem a igreja, como lhes é próprio; pois para nós o dom da paz esta acima da verdade e nem a eles e suas seitas é lícito atacar por puro e simples ódio. Que o interesse parta sempre deles e não do afã pela discussão.

Quando no entanto atacarem a Igreja Nossa Mãe e Mestra, as instituições divinas e os mistérios da fé imaculada manifestemos com decoro, polidez, civilidade e amor marcada oposição. Nestas condições todo leigo instruído e fiel é comissionado pelos próprios apóstolos para vindicar a divina revelação uma única vez entregue aos Santos e a dar competente resposta aos desvairados! Com afabilidade e doçura quem capaz for para refutar refute!

Caso os adversários estejam dispostos a suspender juizo, a por os preconceitos de lado e a examinar com benevolência a doutrina da igreja; seria um verdadeiro pecado virar-lhes as costas. Especialmente se estivermos capacitados para fornecer-lhes algum tipo de auxílio.

Poderia neste caso o Ortodoxo suspender também ele o juizo sobre as coisas santas e aproximar-se do protestante como quem busca juntamente com ele a verdade divina?

Uma vez que nosso homem não se julgue a si mesmo inspirado, embora ainda hesite a respeito da autoridade divina da tradição apostólica, convém proceder para com ele da mesma maneira que Agostinho procedeu para com os cismáticos donatistas. Este Agostinho que parece ter sido tão grande sem suas virtudes como foi em seus erros e desvios aqui é digno de ser imitado... tal sua amenidade para com os heréticos e cismáticos; a qual deveria ser apanágio de todo bom Cristão. Irineu escrevendo excelente trabalho contra os gnósticos guarda certo travo de aspereza... associemos a verdade a doçura e não a aspereza.

Quanto a isto a norma e regra do Latino Francisco de Sales é perfeitamente exata: "Uma gota de mel atrai mais moscas do que um barril de fel."

A bem da verdade não nos é possível deixar de crer verdadeiramente ou de expulsar a fé de nossos corações como se nada fosse. Dúvida total e absoluta não podemos abrigar em nossos corações...

Podemos e devemos no entanto descer ao nível deste companheiro, assumindo uma postura humilde ao invés duma postura arrogante e propondo-nos a ouvi-lo e se possível auxilia-lo em suas investigações. Trata-se aqui de recorrermos não a dúvida metafísica mas a dúvida metódica e provisória de Descartes, tentar colocar-se no lugar do protestante e compreende-lo para em seguida indicar algumas sugestões

Mesmo porque orientar alguém para que encontre a fé é totalmente diferente de impor a fé. Buscamos ensinar sim, mas por meio do diálogo ou da troca de informações.

Quem impõe a fé discursa ou prega, quem deseja orientar com humildade e singeleza, analisa junto cada dificuldade; reconhece cada obstáculo, pondera cada circunstância...

Desde que o protestante se coloque no terreno da exegese literal ou científica do Novo Testamento não há porque fugir ao diálogo fraterno.

O protestante examinara sem fé e contra a fé; enquanto nós examinaremos cheio de viva esperança; confiando que a fé será fortalecida e sairá vitoriosa.

Certamente que é arduo o exame racional das coisas santas e divinas que nos foram Reveladas; mas de forma alguma improfícuo ou infecundo quando não contamos com algo melhor (a tradição). Mesmo porque razão e tradição estão no mesmo plano, o plano da natureza, enquanto o iluminismo pretende estar no plano da sobrenatureza, impossibilitando toda e qualquer esperança de acordo.

Ao que considera-se inspirado argumento algum demoverá. Siga pois ele seu caminho e nós o nosso dentro do mútuo respeito...

No mais é pura perda de tempo e até loucura dialogar com aquele que julga ser instruido diretamente por Deus.

Aquele todavia que propõe-se a estudar honestamente a Escritura é digno de todo respeito, admiração e louvor. Aquele que sabe por as ideias fixas de lado e ser coerente merece ser acompanhado em sua busca; um buscará a luz da fé o outro buscará fazer com ela brilhe ainda mais. Então podemos caminhar juntos

Afinal de contas aquele que atua de acordo com os princípios que afirma professar (como o biblismo e o livre examinismo) e cuja boa fé é patente não merece condenação. Aquele que ama de alguma forma já alcançou aquilo que procura. Aquele que é sincero não pode deixar de ir avante...

Desprezo apenas merecem aqueles que sustentam e ensinam o livre examinismo sem jamais te-lo posto em prática.

Querem os protestantes que livre examinemos?

De bom grado livre examinaremos com eles ou seja juntos. Como irmãos cujos campos de visão são diversos mas a direção do olhar idêntica...

Querem que coloquemos nossos dogmas de lado? Então declinem dos seus??? Desejam que abramos mão de nossas tradições?? Sacrifiquem as suas??? Esperam que abandonemos nossos preconceitos? Esperamos o mesmo....

Querem ministrar-nos lições, pregar, pontificar?

Tapemos os ouvidos.

Deseja informar-se sobre assuntos religiosos e conhecer melhor sua fé?

Dirija-se a um sacerdote ou mesmo a um leigo ilustrado no conhecimento dos divinos mistérios.

Não há nada de errado, absolutamente nada, em conhecer ou mesmo estudar as outras formas religiosas; desde que principiemos pela mais excelente: a nossa adquirindo amplo conhecimento a respeito dela, como exige o princípio da coerência.

Protestante: Jamais poderei compreender a resistência dos Ortodoxos no sentido de estudar e conhecer o protestantismo.

Ortodoxo: Então vou deixar bem claro para que entenda.

Aqui quem protesta, nega, repudia, questiona, etc - no caso a Fé Ortodoxa e Católica - é você, não eu. Não sou protestante e portanto minha fé não esta posta em relação com qualquer outra fé seja luterana zwingliana ou calvinista.

Minha fé é independente do protestantismo. Pelo que não preciso conhece-lo para tomar consciência dela. Minha fé não é oposição a qualquer outra fé mas afirmação.

Claro que o conhecimento do protestantismo pode ser útil e proveitoso como qualquer outro conhecimento geral, tendo em vista suas decorrências sociológicas alias. Mas tendo em vista a amplidão do saber humano não é absolutamente necessário.

No mais há diversas obras especializadas escritas por autores até certo ponto imparciais como Hume, Challaye, Jurji, Eliade, Saurat, Reinach, etc

Cf Abbé Esslinger "Entretenimentos familiares de um ministro protestante convertido..." Paris Gaume frerés 1840 p 29 sgs

Protestante: Poderia aplicar as mesmas palavras a Ortodoxia ou aos Catolicismos.

Ortodoxo: Lamentavelmente não.

Protestante: E por que?

Ortodoxo: Porque aquele que protesta protesta contra algo e para protestar bem deve conhecer bem o objeto de seu protesto. Uma vez que o protestantismo é uma negação da Ortodoxia ou dos Catolicismos, esta obrigado a conhecer aquilo que nega sob pena de nega-lo infundadamente.

Protestante: De modo que estou obrigado a estudar e a conhecer o Catolicismo?

Ortodoxo: Obriga-o a honestidade. Afinal como repudiar ou negar o que ignoramos ou conhecemos apenas superficialmente? Para bem negar ou protestar urge, antes de tudo, bem conhecer.

Protestante: Eis algo a respeito de que preciso refletir.

Ortodoxo: Eis que você faz galas de protestar contra a fé que eu professo. Estou seguro indo a missa, lendo o catecismo e buscando bem viver minha religião, ai você aparece com um Bíblia nas mãos dizendo que tudo quanto creio esta errado....

Caso você protestasse contra os bens que possuo, minha residência, meu automóvel, etc não me seria defeso interroga-lo sobre os motivos que levam-no a faze-lo???

Protestante: Parece-me que sim.

Ortodoxo: Caso você questionasse os direitos cívis a que faço jus e as garantias pessoais a que tenho direito não me seria defeso interroga-lo a respeito das razões que o animam???

Protestante: Penso que não haja qualquer dúvida a respeito.

Ortodoxo: Da mesma maneira se você protesta contra a fé que professo sou plenamente autorizado a perguntar por que e não creio que possa ser capaz de responde-lo ao menos que a conheça muito bem. Quer protestar contra a Ortodoxia? É direito líquido e certo. Desde que a conheça muito bem.

A ortodoxia, por sinal, pede apenas isto, como já dizia Tertuliano: Ser conhecida.

Alias bom amigo, que vem a ser um protestante?

Protestante: Protestante é aquele que protesta ou que se opõem a algo.

Ortodoxo: Excelente. Agora responda-me mais uma coisa: Que é que leva um homem sábio e judicioso a protestar???? Poderia ele protestar contra algo bom ou indiferente?

Protestante: Parece-me que o homem judicioso e sábio só pode protestar contra o mal.

Ortodoxo: Logo se protestais contra a Ortodoxia é porque a tendes em conta de má???

Protestante: ........

Ortodoxo: Assim, se desejais julgar o Catolicismo, estais obrigados antes, a conhece-lo. Porque protestais, julgais, condenais e não é possível faze-lo sem pleno conhecimento de causa.

Se tendes o direito de julgar a Ortodoxia, ela, como qualquer, réu tem o direito de ser ouvida! Podeis julgar e condenar o Catolicismo. Mas não se ouvi-lo ou se conhece-lo. Do contrário vocês protestantes estariam procedendo exatamente como os antigos imperadores da Roma pagã, que condenavam a igreja, os bispos e os mártires pelo 'ouvir dizer'.... E por isso julgavam tão mal. Caso vocês protestantes e sectários desejem julgar com retidão e propriedade estão obrigados a conhecer nossa religião e nossa doutrina!!! Para os que protestante contra a igreja antiga tal é um dever, uma obrigação!

















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