Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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sexta-feira, 27 de maio de 2016

LIVRO PRIMEIRO - Capítulo VI > Divisões a respeito dos demais sacramentos: Sub capítulo 02 - Sobre o sentido dos Sacramentos





  1. Um choque de sentidos
  2. Esvaziamento da Encarnação
  3. Lutero e Calvino com o pezinhos no Catolicismo
  4. Duas tradições sacramentais distintas
  5. De como a concepção zwingliana não desgostou os incrédulos
  6. A propósito de Dimas, o bom ladrão
  7. Platão ou Jesus



Cisões em torno da natureza e do sentido dos Sacramentos


Ortodoxo: Isto no entanto não é tudo. 


Pois mesmo entre aqueles que estão unidos pela afirmação a respeito da quantidade ou do número de sacramentos, existe outra divergência não menos grave que toca a definição, o sentido ou essência mesma dos sacramentos multiplicando ao infinito as divisões já existentes...

Protestante: Que quer dizer sentido ou essência do Sacramento?


Ortodoxo: Quero dizer um luterano ou calvinista define sacramento duma maneira enquanto que um Zwingliano ou anabatista define-o em termos totalmente diversos. Bi polar, gira o protestantismo em torno de duas concepções opostas ou contrárias de sacramentos. Os protestantes pensam a vida sacramental de modo diferente. 

No frigir dos ovos queremos dizer que não há conformidade ou acordo entre os protestantes a respeito do que seja um sacramento... Para um grupo é uma coisa e para o outro grupo, outra coisa. 

Protestante"Sacramentos são ordenanças externas decretadas por Jesus Cristo com o objetivo de testemunhar publicamente a fé." 


Ortodoxo: Tal a definição fornecida por Zwinglio e recebida ou professada por grande número de protestantes (Yankees e brasileiros). Julgo poder expressa-la da seguinte maneira: Os sacramentos não passam de ritos, cerimônias ou emblemas externos cuja observância foi decretada por Jesus Cristo Nosso Senhor com o objetivo de propiciar uma manifestação pública da fé da igreja perante o 'mundo'. Tratar-se-ia portanto de um exercício da fé destinado a fortalece-la ou a aumenta-la.


Como se vê aqui, Zwinglio não faz qualquer menção a graça subentendida como um contato espiritual com Jesus Cristo. A definição zwingliana não relaciona a execução do rito com a produção ou o aumento desse estado de espírito.






2 - Platonismo, o esvaziar da Encarnação


Sendo assim só nos resta concluir - a luz da doutrina zwingliana - que os sacramentos jamais penetram ou recôndito alma atingindo a dimensão espiritual (atingida pela fé somente!) do ser humano. Eles permanecem sempre fora do homem e portanto na periferia da religião. Sacramento aqui jamais é vida espiritual comunicada por Cristo ou aumento de 'comunhão' mas de fato uma profissão externa da fé.
A luz desta definição meramente externa, formal, cerimonial e fideista fica bastante fácil compreender porque a vida sacramental declinou em todas as parcelas do protestantismo por onde alastrou-se zwinglianismo, cuja matriz é idealista, descarnada e platônica. Alias, esta relação causal ajuda-nos a compreender porque Zwinglio, na contrapartida do mistério da Encarnação - por meio do qual a materialidade é associada ao espírito - estabeleceu uma barreira irredutível entre o corpo e a alma...


Da qual resultou uma sensível perda de consciência sobre o mistério central de nossa fé, que é a entrada de Deus no mundo e consequentemente sua materialização e introdução na esfera do sagrado. De modo que o protestantismo zwingliano, tal e qual o judaismo antigo, converte-se em negação e fuga diante do mundo. De fato esse sistema de Cristianismo platonizado não pode admitir a incorporação do mundo por Deus... Desesperando e repudiando muito facilmente aquilo que ele desejou assumir. As consequências dessa teologia super espiritualizada acabam sempre sendo mais notórias em termos de 'doutrina social', e a única doutrina social que os sectários, zwinglianos e judaizantes possuem com relação ao mundo é justamente a da apostasia e do catastrofismo... Ainda nessa perspectiva é comum que desgostem do Evangelho e super valorizem a Revelação de João ou Apocalipse,

Também fica bastante fácil compreender porque os herdeiros de Zwinglio, tendo fé, menosprezam as ordenanças ou sacramentos a ponto de encara-los como vestígios de farisaísmo ancestral e aspirar por sua abolição. Se já possuem a fé e essa fé é suficiente para salva-los pouco importa manifesta-la ou não, pois o que salva é a fé e não sua manifestação por meio de emblemas. Adicione agora a doutrina da predestinação, segundo a qual os salvos foram escolhidos desde toda eternidade sem qualquer outro critério além da graça posta para a fé... Então se você tem a fé e se julga predestinado nada do que fizer ou deixar de fazer mudará isto, nem mesmo a recepção ou não recepção dos Sacramentos. Os quais nesta perspectiva são abatidos ainda mais.

Dir-se-ia que a doutrina protestante seja a de Lutero, a de Zwinglio e a de Lutero sufocam paulatinamente a vida sacramental estabelecida por Jesus Cristo e patenteada pelo Santo Evangelho até extermina-la.


O Sacramento de fato continua a existir (pelo simples fato de 'estar escrito') mas apenas 'pro forma' e portanto fora da vida da alma e completamente esvaziado de seu legítimo sentido que é a incorporação da matéria pelo espírito enquanto extensão ou ampliação da Encarnação do Verbo.



Protestante: De minha parte ignoro que haja qualquer outra perspectiva.






3 - Lutero e Calvino com os pezinhos no Catolicismo


Ortodoxo: Segundo Kleim (cf 'Os sacramentos na tradição reformada) Lutero e Calvino - em que pese a polêmica em torno do número - nada teriam alterado em termos de definição, conceito, natureza ou essência dos Sacramentos mas conservado o ensinamento atribuído a teologia romana (comum a Igreja Católica e Ortodoxa) ou melhor Católica, aqui tributária de Agostinho.


ProtestanteSeja mais claro por favor.


ortodoxo: Farei o possível. 


“Sacramento é o sinal de uma coisa sagrada” (cf. Cidade de Deus X,5). 

Eis como Agostinho define a natureza do rito a que nós Ortodoxos chamamos de mystêria.



E noutra parte (Doutrina Cristã II, 1) declara com mais precisão ainda: “Sacramento é um sinal visível de uma graça invisível, instituído para nossa justificação”  

Desde então suas palavras foram textualmente subscritas por Hugo de S Victor, Pedro Lombardo, e outros doutores ao cabo de quase mil anos. Bem como pelos clérigos latinos congregados em Trento (pseudo concílio de Trento XIII cap 3).






Assim ao definir Sacramento como "...sinal material ou sensível que unido a palavra sagrada produz um efeito espiritual." Lutero limita-se a reproduzir a definição fornecida por Agostinho e a permanecer no terreno da tradição Cristã ou da mentalidade comum aos primeiros séculos.

Ruptura alguma aqui!






Mesmo Calvino não é doutro parecer; pois reconhece francamente que:  "Esta definição - dada por ele Calvino nada difere em sentido daquela de Agostinho, o qual ensina ser o sacramento ‘Sinal visível de uma cousa sagrada’, ou, ‘a forma visível de uma graça invisível."





Os ortodoxos apreciam sobremodo a definição de Isidoro nas "Etimologias": "Ato visível que oculta a ação do Espírito Santo que é aproximar o homem de Jesus Cristo."Calcada Igualmente na do Bispo de Hipona e jamais houve qualquer controvérsia a respeito mesmo após o Cisma.



Noutras palavras: Sacramento é um rito ou uma cerimônia externa e material que representa uma operação espiritual e interna produzida por Cristo nas almas de seus servidores. É justamente essa dupla realidade - material/espiritual < > esterna/interna - que relaciona-o com as 'duas' formas ou categorias do Único Jesus Cristo: Divindade e Humanidade.

O Sacramento é a um tempo material e imaterial, externo e interno, humano e divino porque seu estatuidor, Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem; e o Sacramento identifica-se com ele e reproduz seus traços.


Podemos defini-lo ainda como um rito ou cerimônia que nos associa ou nos aproxima de Jesus Cristo. 


Alias, cada rito esta relacionado, ainda que remotamente, com algum dos mistérios de Cristo, do qual retira seu mérito ou valor: Assim nosso Batismo esta na dependência do Batismo de Cristo, a Eucaristia ligada a paixão do Senhor, a Crisma reporta ao Espírito Santo, e sucessivamente... Dir-se-ia que pelo Sacramento cada mistério cristológico é inserido em nossas almas em determinada etapa de nossa existência.



Por isto Kleim, acertadamente declara que a teologia sacramental de Lutero, Calvino, Agostinho ( e Isidoro, Damasceno, etc) é praticamente a mesma. Em termos de conceito a visão sacramental de Lutero e Calvino é perfeitamente católica ou ortodoxa, não inovadora, distinta ou conflitante.

Protestante: Sendo assim nossa compreensão de Sacramento encontra-se em estado de oposição face a compreensão de Lutero ou Calvino? 



4 - Duas tradições sacramentais distintas


Ortodoxo: Sem sombra alguma de dúvida. O protestantismo atual assume duas visões ou teorias sacramentais radicalmente opostas, contraditórias, antagônicas e inconciliáveis. 

Protestante: Quer dizer as opinião de Agostinho Zwinglio?


Ortodoxo: A princípio parte do movimento protestante aderiu aberta ou inconscientemente a opinião do despadrado Suíço enquanto que a outra parte permaneceu atrelada a opinião de Lutero Calvino, a qual como já dissemos, foi tomada a Agostinho e corresponde ao sentir da Ortodoxia.


Com o passar do tempo no entanto, o ódio consagrado pela generalidade dos protestantes a tudo quanto seja ou pareça ser católico foi aproximando-os cada vez mais da visão zwingliana, segundo a qual fé e a graça operam independentemente dos Sacramentos, concebidos como meros emblemas cujo objetivo é dar testemunho público da fé.







5 - De como a concepção zwingliana não desgostou os incrédulos


Esta visão platônica ou neo platonizante (e idealista) como já dissemos, foi endossada igualmente pelos liberais ou protestantes 'incrédulos' os quais após terem assumido por completo os pressupostos do naturalismo só podiam encarar a realidade interna da operação sacramental como uma espécie de ato mágico. De fato os naturalistas, materialistas e adversários da religião beneficiaram-se amplamente da teoria zwingliana uma vez que a partir dela ficava sempre mais fácil negar a existência de qualquer realidade espiritual... 

Assim a ideia de que nada havia neles além de expressão gestual ou simbólica foi entusiasticamente acolhida por tantos quantos repudiavam os pressupostos nicenos ou atanasianos e consequentemente a Encarnação de Cristo.

Afinal se Jesus Cristo não era Deus os Sacramentos não podiam possuir a capacidade de inserir os homens no plano da espiritualidade ou aproxima-los verdadeiramente do Sagrado. 


Assim parte dos que vieram a esvaziar os sacramentos de sua realidade espiritual e a apresenta-los como formalidades meramente externas e superficiais não tardaram a acalentar dúvidas a respeito da Natureza de Jesus Cristo enquanto os que já não acreditavam na Natureza divina do Verbo foram levados a canonizar as opiniões reducionistas de Zwinglio a respeito deles e desde modo a acalmar suas consciências.

Pois desta forma o Cristo perdia acesso imediato e direto ao íntimo do ser. 


Unitarismo, anabatismo e teoria sacramental externa ou meramente simbólica associaram-se por 'afinidades eletivas' e não por mero acaso. O sentido geral ou a tendência era a mesma.

Protestante: Deixe-me ver se compreendi bem.

Para Lutero e Calvino os sacramentos eram sinais externos que de algum modo produziam, aprofundavam ou aumentavam a graça divina, enquanto que para Zwinglio a produção ou o aumento da graça corresponde a uma relação direta entre Deus e a alma fiel que se concretiza e esgota no plano invisível da fé, e; consequentemente sem a necessidade de qualquer sinal ou rito material e visível???

Ainda segundo esta perspectiva os sacramentos não passariam de cerimônias públicas de caráter ou social destinadas a exercitar a fé ou a estimular a afetividade do crente.

ortodoxo: Exatamente. Acertou em cheio.


Nós, com os Luteranos e Calvinistas, acreditamos que quando um servo obediente recebe o batismo, conserva ou amplia sua relação com o Sagrado, vinculando-se a Jesus Cristo ou aproximando-se mais dele. Já o zwingliano encara o Batismo como mero testemunho externo de fé, o qual nada produz em termos espirituais e do qual não resulta qualquer benefício interno como o perdão dos pecados, a vida eterna ou a adoção espiritual. 

Ele descarta como mágica ou supersticiosa a ideia de um Batismo regenerador que vincule a alma do fiel ao divino Mestre e vivifique-a espiritualmente, e capacite-a para observar seus mandamentos. 

Sendo assim até podemos defini-lo como um banho qualquer, com a diferença de que se trata de um banho público exigido por Jesus Cristo e realizado em nome do Deus Trino! 

Seja como for nem a exigência baixada pelo Mestre nem a solene alusão a natureza divina são suficientes para que este banho se torne vivificador e produza qualquer efeito interior de natureza espiritual.

Pelo que o Batismo zwingliano não regenera antes é recebido por crentes já regenerados pela fé em Jesus Cristo ou predestinados. É por amor apenas que os crentes já resgatados e obedientes oferecem este testemunho externo face ao mundo. No entanto em termos de vida espiritual ele nada significa. É irrelevante.








6 - A propósito de Dimas, o Bom ladrão


Com batismo ou sem batismo o crente fiel esta salvo e o predestinado predestinado. E de imediato toda a protestantada nos oferece o Dimas, o ladrão moribundo, como exemplo nesse sentido. Sem compreender que ele NÃO PODIA batizar-se, fazer penitência ou executar qualquer obra porque estava prestes a morrer! E rejeitando aprioristicamente a sugestão de que Dimas ao exercer sua fé, prontificou-se a fazer - caso tivesse vida e oportunidade - tudo quando Jesus e sua lei determinassem que ele fizesse, e assim receber o Batismo, fazer penitência, abster-se de pecar, amar o próximo, abster-se de julgar, ter paciência, etc


Nós Ortodoxos cremos que por meio da Eucaristia tomamos posse de Jesus Cristo de uma maneira especial e mais intensa do que pela fé. Já os Zwinglianos creem que ingerem pão e vinho ou fazem um lanchinho em memória da paixão do Senhor e que esta colação nada produz em termos espirituais limitando-se a simbolizar ou a representar a fé pela qual a alma do crente alimenta-se espiritualmente de Jesus Cristo (!!!). Assim a Eucaristia acaba fazendo o mesmo que o simples ato de fé faz. Nada mais, nada além... 

Como bem se vê os zwinglianos colocaram uma barreira ou obstáculo entre cada rito e a operação espiritual por ele representada concebendo o sacramento como pura e simples ordenança de caráter externo, público ou social. Como se entre a divindade e humanidade daquele que estatuiu os sacramentos existisse a mesma rígida barreira de separação e não permutação de bens. De fato as formas ou naturezas são distintas, o que não destrói a relação existente entre elas..


Por que não são dois jesuses ou dos cristos separados, mas um só Cristo que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem e cujas forças estão conectadas. Mas eles não admitem que o sacramento reproduza esta conecção sendo a um tempo realidade externa e material e a outro interna e espiritual. 

O resultado desta teologia platônica foi que a vida Cristã inspirada pelo zwinglianismo alienou-se cada vez mais dos Sacramentos. Em termos de afastamento progressivo e desinteresse. De fato raramente tais cerimônias são realizadas pelos sectários, mas fria e mecanicamente, apenas porque decretadas pelo 'livro', não porque sejam realmente necessárias, acrescentando algo a fé.

De fato os protestantes não tem desejo ou saudade da 'ceia' exceto quando superam o zwinglianismo e são contaminados, sem saber, e inconscientemente pelo sentido católico. 

De modo geral, em termos sectários esta vivência tornou-se cada vez menos frequente ou rara... Até deixar de ser percebida como algo especial já pela igreja já pelo mundo. E, em alguns domínios, desaparecer sem deixar saudades...

Foi uma ruptura significativa porque a partir dela o sectarismo protestante apartou-se e continua a apartar-se cada vez mais da realidade concreta do mundo e a enfatizar mais a dimensão do espírito numa perspectiva descarnada. Indo na contramão do sentido marcado pela Encarnação do Verbo, que é a reconciliação e pela incorporação do mundo material.


Ao forjar sua teoria Zwinglio tornou a restabelecer a velha e decantada tensão existente entre os mundos espiritual e material, transcendente e imanente, o semítico e pagão e este restabelecimento foi dramático. Tendo em vista certa aproximação com o judaismo antigo e o islamismo que são outras tantas formas de platonismo ou de transcendentalismo absoluto.

Aqui o Cristo é rompido, sua obra de superação cindida e restaurada, e reforçada a antinomia material e imaterial. O que implica reversão e perda de consciência.


Protestante: Agora sei porque os Calvinistas - e Luteranos - a semelhança dos papistas insistem teimosamente a respeito das tais ordenanças elevando ao máximo a importância delas.


Ortodoxo: A menos que os zwinglianos e anabatistas, numa perspectiva oposta ao mistério da Encarnação do Senhor - e portanto platônica ou neo platônica - tenham principiado a menospreza-las abandonando progressivamente seu uso.


Paradoxalmente o objetivo deste menosprezo foi completar ou fazer avançar a obra de Lutero em torno da máxima importância da fé e do acesso direto a Deus... Tal a 'boa intenção'.






7 - Platão ou Jesus?

Foi o próprio Kleim que fez esta triste constatação a respeito dos neo Zwinglianosasseverando que oficiavam a Ceia muito raramente ou quase que nunca. 


Do ponto de vista do zwinglianismo no entanto tal abandono é perfeitamente compreensível. Pois se já comungam do Cristo direta, diariamente e a todo instante pela fé, para que se dar ao trabalho de adquirir e consumir pão e vinho com o mesmo objetivo??? Ademais o ofício da ceia demanda certo trabalho... Prevalecendo naturalmente a 'lei do menos esforço'. E o abandono do sacramento...

Abandono que remonta ao unitário Socino, o qual ainda no século XVI negou que a Eucaristia fosse verdadeiro Sacramento!

O problema aqui é Jesus Cristo ter fixado exterioridades a semelhança dos escribas e fariseus e proclamado - na perspectiva de Lutero - simultaneamente que a fé era tudo. Numa linha de coerência Jesus, como Platão, deveria ter excluído da religião e do culto tudo quanto pertencesse a esfera do sensível. E criado uma religião total ou absolutamente espiritual e isenta de ritos ou exterioridades vãs... 


Todavia, pelo Batismo e a Eucaristia, penetramos os domínios da incoerência. Intuitivamente ao menos, este estado de tensão parece ter sido detectado pela consciência protestante, e o resultado foi o abandono completo dos sacramentos. Pois o núncio da espiritualidade pura e descarnada jamais poderia ter decretado tais cerimônias...

Em certo sentido os neo protestantes ou neo zwinglianos mostram mais coerência do que aquele a quem alegam cultuar e cuja obra devem necessariamente desconstruir, obscurecer e ao menos inconscientemente aborrecer. 

De minha parte não percebo como esta indiferença ou má vontade esteja de acordo com a praxis da Cristandade primitiva, mãe dos mártires. A qual, como se depreende das pinturas assentes nas Catacumbas, fundamentou toda sua vida espiritual em tais cerimônias, especialmente no Batismo e na Eucaristia. 

Os 'Atos dos mártires' inclusive testificam o imenso amor e carinho com que nossos heroicos ancestrais costumavam recorrer aos santos e divinos mistérios estabelecidos pelo Supremo Benfeitor do Gênero humano. As reverências de que eram objeto, o zelo com que eram guardados, os cuidados com que eram ministrados e oferecidos, tudo esta detalhadamente referido ali. Assim na vida de S Tarcísio, o mártir da eucaristia! E nas vidas daqueles que ousaram descer a fonte sagrada mesmo sob a ameaça da morte e da tortura, arrostando toda sorte de perigos... Na partida por fim daqueles que no dia do martírio envergavam a túnica imaculada do Batismo!

Fica difícil imaginar ou conceber que a piedade deles pudesse ter sido alimentada por uma fé platônica e descarnada nos moldes da de Zwinglio cujo fruto tem sido o menosprezo e a indiferença por tais instituições. São elementos díspares, que não se encaixam.

Penso que o fervor sacramental da Igreja antiga e sua praxis bastem para dar testemunho a respeito da fé que a inspirava partindo duma perspectiva encarnacionista (da Encarnação de Deus em Cristo Jesus) e não duma perspectiva idealista, descarnada, espiritualizante, platônica, maniquéia ou ante Cristã.

Protestante: Com toda sinceridade do mundo parece-me que a opinião de Zwinglio seja a mais acertada...


Ortodoxo: Não nos cabe agora travar discussão sobre a natureza dos sacramentos, especialmente no terreno da escritura. 


Neste momento não quero nem desejo estabelecer quem esteja correto ou incorreto mas apenas e tão somente demostrar que ainda neste ponto os protestantes encontram-se cindidos em dois grupos rivais e irredutíveis e que a tão celebrada Reforma nada fez além de turbar a doutrina dos Sacramentos em benefício da dúvida e de envenenar as fontes espirituais da vida Cristã.


Enfim que parte dos protestantes enuncia e anuncia os sacramentos duma forma e parte doutra forma sem que haja uniformidade ou concordância e consequentemente veracidade. O que temos ainda aqui são opiniões e não revelação divina.

Pois enquanto para alguns cada uma destas ordenanças, posta para um determinado mistério da vida de Cristo e para determinada fase da vida dos fiéis, tem a capacidade de conectar ambas as realidades produzindo uma efusão de graça para outros elas  não passam de cerimônias ocas, vazias e postas apenas para um objeto externo: o mundo.


Conforme a primeira perspectiva temos uma instituição cujo significado é precipuamente religioso ou espiritual. Já conforme a segunda perspectiva temos apenas um significado social ou externo.

Uma coisa no entanto é absolutamente certa: Jesus jamais poderia ter ensinado ambas as doutrinas ou teorias sacramentais pelo simples fato de serem excludentes. 

Aqui, mais uma vez impõem-se a conclusão: Caso uma das facções protestantes esteja correta a outra só pode estar completamente enganada. E no entanto ambas recorrem fanaticamente a MESMA ESCRITURA, QUE APRESENTAM COMO ABSOLUTAMENTE CLARA E LUMINOSA!!! Recaindo o juízo mais uma vez, e sempre, sobre o Biblismo e o livre examinismo!!!

Pois o protestantismo não nos consegue oferecer a verdade Una e simples. Porque os discurso protestante é duplo e contraditório!

Do contrário, se a Escritura é mesmo clara e luminosa como costumam dizer, por que raios eles, protestantes, ainda não chegaram a qualquer acordo a respeito do número e da natureza dos Sacramentos instituídos POR JESUS CRISTO AO CABO DE QUATRO SÉCULOS??? Por que não nos oferecem uma doutrina comum? Porque não nos brindam com a simplicidade da Unidade que é a evidência da verdade? Continuando a oferecer-nos simultaneamente a afirmação e a negação... Como se a Revelação divina não passasse de hipótese!

Mas como poderiam chegar a qualquer definição COMUM a respeito do número e da natureza dos Santos Sacramentos se sequer chegaram a qualquer definição COMUM a respeito da divindade, das naturezas de Jesus Cristo, do Batismo e da Eucaristia??? 


HAVENDO INÚMERAS TEORIAS, OPINIÕES, 
 SUGESTÕES, HIPÓTESES OU INTERPRETAÇÕES PARA CADA UM DESTES DOGMAS OU MISTÉRIOS...

E como poderia o Cristão encarar como bom, edificante ou normal este estado de anomia e confusão em torno dos RITUAIS FIXADOS PELO PRÓPRIO SENHOR JESUS CRISTO??? Acaso poderia ele dar de costas e murmurar: Que tenho eu com tais cerimônias, ao Diabo com elas??? Ou responder: podem ser realidades espirituais ou emblemas de carater puramente externo; podem ser dois, três, quatro, seis ou quanto você bem quiser...

Concluo portanto pela suma gravidade de mais esta imprecisão doutrinal reinante nos domínios protestantes.


O Cristo que eles conhecem, adoram e cultuam é um Jesus diáfano, pálido, romântico, descarnado (ou apenas meio encarnado), semi doceta e produzido por suas próprias mentes sob impulso da doutrina platônica. Eles é que assumiram um postulado que não é apenas pagão mas totalmente falso e equivocado.

De fato não se trata do Cristo plenamente encarnado da Igreja antiga, do Cristo com corpo, com mãe, com apóstolos, com morte, com cruz, com sacramentos, com sangue, com carne, com ossos e com Eucaristia! Este Cristo que incorpora e assimila, e dignifica, abençoa e santifica os elementos materiais NÃO É NEM PODE SER O CRISTO DOS PROTESTANTES!!!

Diante disto fica fácil compreender porque os desorientados não cessam de pugnar contra economia sacramental, material e visível -conservada fielmente pela igreja antiga como sinal ou memória da presença de seu fundador no mundo físico - e de 'preparar as veredas' para o avanço das forças sinistras do ateísmo, do materialismo, do judaismo e sobretudo do islamismo! Tal a Cristologia, a soteriologia e a sacramentologia... Caminham juntas inspiradas pelo princípio realista e encarnacionista ou pelo princípio oposto do espiritualismo platônico e da transcendência absoluta.

Atanasianismo, sinergismo, realismo sacramental, presença real, maternidade divina, comunhão dos Santos, iconofilia, ritual simbólico, etc não são doutrinas isoladas mas organicamente articuladas nos sistemas Católicos. Assim sendo unitarismo, solifideismo, anti sacramentalismo, simbolismo eucarístico, anti marianismo, iconoclasmo, etc são doutrinas que tendem a aglutinar-se devido a solidariedade ideológica e a produzir um novo padrão de Cristianismo cada vez mais anti Católico, judaizante, transcendente e disposto, naturalmente, a incredulidade ou ao islã.

Muitos tendo acesso ao Evangelho e percebendo a diferença radical entre o neo Cristianismo protestante e os ensinamentos de Jesus acabarão perdendo a fé e tornando-se irreligiosos. É solução que atravessa os séculos e alimenta a descristianização dos países protestantes. Outros no entanto serão encaminhados pelo próprio Cristianismo neoplatonizante a sinagoga ou a mesquita. 


O protestantismo ontem, hoje e sempre jamais deixará de ser uma fonte de decepção espiritual e de frustração religiosa para tantos quantos tomem o caminho da reflexão partindo dos Santos Evangelhos ou da Antiguidade Cristã. Ele jamais conseguirá ocultar para sempre suas contradições.

O problema é que aspecto tal frustração ou desencanto assumira ou que orientação será dada aqueles que perderem a fé. 


Permaneçamos pois nós Cristãos Ortodoxos com o DEUS ENCARNADO JESUS CRISTO, com a sagrada Eucaristia, com a vivificante Cruz, com a Virgem imaculada, com os abençoados apóstolos e todos os Santos vitoriosos no seio de nossa Mãe, mestra e Senhora que é a Igreja Una, Santa, Apostólica, Ortodoxa e Católica! 


A qual partindo da tradição ininterrupta tem interpretado corretamente os Evangelhos e encaminhado os povos a verdade una.

As seitas fornecem a seus apaniguados diferentes interpretações, todas e origem puramente humana. A Igreja de Cristo fornece a seus membros a verdade plena entregue aos Santos uma única vez para todo sempre. Agora se nesta Unidade não há verdade, COMO PODERIA SUBSISTIR A VERDADE EM MEIO A VARIAÇÃO E A MUTAÇÃO????







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