
Tendo analisado todos os testemunhos verdadeiramente proféticos contidos no Hexateuco estamos autorizados já a concluir que o registro goza de um gráu bastante baixo de inspiração em comparação com outros registros como os Salmos e os profetas.
Destarte poderiamos compara-lo a um palheiro dentro do qual se encontra uma agulha...
A agulha são os testemunhos proféticos sobre a vinda do Justo...
A agulha sem dúvida é assaz importante, como tudo quanto por sinal concerne ao Senhor Jesus Cristo Nosso abençoado mestre.
O que resta porém não passa de palha...
Os preceitos do Decalogo, mesmo correspondendo a vontade positiva do Supremo Senhor, foram completados e aperfeiçoados pelo Senhor Jesus Cristo...
De modo que o Decalogo da Igreja não é aquele que Moisés recebeu no alto do Sinaí, mas aquele que foi dado por Jesus Cristo sobre o monte...
É característica do verdadeiro povo de Jesus Cristo ignorar tanto a lei cerimônial quanto a lei civil dos antigos hebreus.
Quanto aos mitos com que os antigos hebreus costumavam a explicar a origem do universo, da vida, do homem e da socieadade, antes do advento da ciência; é fardo inutil a que cristão algum esta obrigado a carregar enquanto se deleita com os divinos e celestiais mistérios.
O Cristianismo não é uma panacéia que pretenda explicar a origem do mundo, do homem ou da sociedade; mas um sistema de união com Deus cuja apreenssão intelectual diz repeito a verdades pertinentes ao mundo eterno e invisivel.
Os mitos e a magia tiveram sua razão de ser nos tempos primitivos... quando na impossibilidade de encontrar explicações e soluções condizentes com a realidade que o envolve o homem foi levado a imaginar explicações e a forjar soluções artificiais tendo em vista a satisfação de sua curiosidade e a superação de seus problemas.
Em tais circunstâncias o mito e a magia correspondiam a uma certa necessidade...
Hoje no entanto tanto o mito quanto a magia foram superados pelo conhecimento advindo da reflexão pautada na experiência, conhecimento que nos põe em contato com a realidade e nos fornece explicações válidas, verdadeiras e satisfatórias quanto ao mundo dos fenômenos.
Destarte a religiosidade pode ser depurada da ganga impura que trazia e atingir um status de maturidade na medida em que pretende deslindar não mais o mundo dos fenômenos, mas apenas e tão somente aquele mundo infinito, eterno e invisivel, que esta por assim dizer para além de todas as categorias perceptivas e racionais que limitam nossa humana condição.
Eis porque o fóco da instituição Cristã não é conhecer o mundo material mas transformar o universo dos principios e valores pela aplicação da ética do amor. O universo Cristão não é o universo entitativo ou essencial mas o universo existêncial e valorativo...
Portanto na medida em que os sectários se servem da palha do antigo testamento com o intuito de reedificar a doutrina cristã, desconstroem-na até que implodem o mistério da Encarnação e com ele a base e fundamento da instituição Cristã, reduzida desde então a mera seita judaica...
Tal o reducionismo e a miséria implicados no arianismo. Pois no exato momento em que a consciência Cristã alimentava-se e crescia, surgiu Ário com o intuito de faze-la reverter ao judaismo... e o islã, que não passa de um arianismo arabizado ou duma arabização do Cristianismo...
Eis porque a teoria da inspiração plenária, linear e verbal, associada a uma predileção pelo Velho Testamento face ao Novo, só poderia engendrar como de fato engendrou dúzias de seitas anti-marianas, sabatistas e iconoclastas, cada qual atacando por assim dizer um aspecto do mistério da Encarnação, até o unitarismo que regeita-o peremptoriamente...
Assim podemos caracterizar o processo de judaização inaugurado ou no mínimo fortalecido pela reforma protestante ( em especial pelo calvinismo ) como uma reversão ou inversão do Cristianismo a serviço do judaismo, do islan e da incredulidade.
Grosso modo o fim de todas estas construções de palha erguidas pela vaidade humana, já esta decretado: passarão todas pelo fogo... e passando pelo fogo serão convertidas em cinzas até que já não reste nada. Afinal os mistérios pecualiares ao Novo Testamento e ao Santo e divino Evangelhos não se encontram no Antigo Testamento...
O crivo dos mistérios Cristãos é o Evangelho ou seja a palavra e a autoridade de Jesus Cristo que deveria ser, mas não é, considerada como suficiente em matéria de doutrina pelos sectários...
Buscar a Santa Trindade, os novíssimos ou os sacramentos no Pentateuco é como buscar neve no deserto... do saara...
Rematada parvoice.
Os registros antigos existem apenas para o que foram dispostos ou seja para o propósito ou função de anunciar profetatizamente o advento de Jesus Cristo e não com o intuito de usurpar sua glória antecipando os elementos contidos em sua divina pregação.
De modo que a dignidade ou carisma profético dos mesmos deve ser avaliado e julgado com relação a Jesus Cristo. Ou tais registros nos falam de Jesus Cristo e sua missão ou não nos dizem nada...
Julgamos portanto que o pentateuco seja honrado e empregado com o objetivo de anunciar e glorificar a Jesus Cristo e não endeusado a ponto de se converter numa objeção de consciência aqueles que buscam apenas Jesus Cristo e sua divina graça. Na medida em que pessoas empregam os registros judaicos com o intuito de por fardos sobre os ombros alheios, apartando as almas de Jesus Cristo, abusam verdadeiramente deles e fazem com que cumpram um designio maléfico...
É assim que o fundamento profético converte-se em pedra de escândalo...
Pois o fim de toda lei e toda graça é nossa união com Jesus Cristo e não nossa separação de Jesus Cristo por força de teorias inuteis e picuinhas...
Ninguém precisa saber a origem do universo material, quantos metros cúbicos de água afogaram os gigantes ou quantas vagabundas dormiram com o gigante Sansão para ser bemaventurado segundo os quesitos do Evangelho. Face ao Evangelho todas estas lendas e fábulas são conhecimento inutil ou pernicioso mesmo na medida em que indispõe as mentes face a lei e a graça de Cristo Jesus...
Assim tais registros, manipulados pelos homens ignorantes ou maliciosos, prestam um deserviço a causa da vontade divina.
Honremos pois os santos profetas, não por professar as idéias que eles professaram a respeito da natureza criada, mas por aderir a natureza incriada que se manifestou no Unigênito Filho de Maria. Não são as crenças dos profetas sobre a econômia material dos fenômenos que nos unem a eles com um laço por assim dizer divino e eterno, mas a figura e pessoa de Jesus, o Nazareno.
Abandonemos pois tudo quanto é carnal, vulgar, grosseiro para nos atermos exclusivamente a Cristo Jesus e a seu testemunho.