
AO INVÉS DE ESPECULAR DOENTIAMENTE SOBRE A ORIGEM DO MAL, DANDO ORIGEM A TEOLOGIAS MORTAS E FEDORENTAS, CONTEMPLEMOS A VERDADEIRA 'ARVORE DA VIDA' E O FRUTO DE NOSSA ETERMA SALVAÇÃO: JESUS FILHO DE MARIA, A VIRGEM.
Nada mais repugnante do que a narrativa hebraica da criação em sua acepção literal.
Por outro lado, se comprendida nos devidos termos: como um alegoria hebraica ou semita, sobre a experiência comum do homem em face ao mistério do mal e uma tentativa de explicar sua origem, a pitoresca narrativa adquire novas cores...
Genesis três é basicamente isto: um testemunho existêncial, da parte dos antigos semitas, com relação a doença, a velhice, a morte, a dor, o sofrimento e tudo quanto julgamos ser molesto a nossa condição associado a um vivo desejo de lançar alguma luz sobre a aparição de tais fenômenos.
Testemunho que de certa forma foi corroborado por grande parte dos povos antigos através daquelas narrativas mitológicas concernentes uma idade aurea em que o homem vivia feliz e isento de tantos quantos males acometem-no no tempo presente.
Zeus no entanto enviou Pandora a Epimeteu e Pandora abriu a caixa...
Todos os seres humanos pertencentes a todos os povos e raças que habitam debaixo do sol, certamente já se deram conta do conflito que há entre nossos desejos, vontades, aspirações, planos e a realidade por assim dizer: nua e crua... de nossa condição.
Todos sem excessão vivemos num mundo estranho em que ao menos alguns elementos da realidade não nos agradam e no qual nossos próprios atos nos irritam ou envergonham...
Todos fazemos coisas com relação as quais nos arrependemos depois e não desejariamos ter feito.
Todos os seres humanos pertencentes a todos os povos e raças que habitam debaixo do sol, certamente já se deram conta do conflito que há entre nossos desejos, vontades, aspirações, planos e a realidade por assim dizer: nua e crua... de nossa condição.
Todos sem excessão vivemos num mundo estranho em que ao menos alguns elementos da realidade não nos agradam e no qual nossos próprios atos nos irritam ou envergonham...
Todos fazemos coisas com relação as quais nos arrependemos depois e não desejariamos ter feito.
Por mais que nos empenhemos em realizar uma determinada ação ela dificilmente é executada como desejariamos...
Nossas melhores atitudes não nos contentam nem nos satisfazem e quase sempre somos levados a crer que poderiamos ter agido melhor.
Aspiramos por um ideal de perfeição que jamais se concretiza...
Todos sentimos em nós aquele conflito interior simbolizado pelo anjinho e pelo diabinho e que foi brilhantemente deslindado já por Freud, já por Adler, já por Jung...
Todos partilhamos a mesma fragmentação, a mesma duplicidade, a mesma inquietação, o mesmo desconforto...
Gênesis III é uma representação simbólica desta situação conflitante em que cada um de nós foi lançado e uma singela tentativa para se descobrir suas causas mais remotas.
Surpreendentemente, o registro hebraico faz remontar tal estado de coisas ao tempo de nossos 'primeiros pais' ou seja a aurora da humanidade, quando segundo alguns, o pensamento reflexivo e os juizos valorativos emergiram na consciência dos primeiros homens sendo sufocados pelos instintos e apetites anímicos com que vieram a chocar-se.
Neste caso o pecado original não seria necessariamente um pecado mas uma situação de conflito entre as aptidões racional e moral recém aparecidas no homo sapiens e sua herança ancestral ou biologica com as respectivas necessidades instintivas.
Seria o homem tentando emancipar-se de sua animalidade ou de sua carnalidade para consagrar-se aos ideais do espírito...
Seria a aspiração do homem por um mundo intelectual ou ideal, imaginado ou captado por ele, frente a este mundo real onde campeiam a dor, a velhice, a morte e sobretudo a ignorância e a malignidade.
Todos sentimos em nós aquele conflito interior simbolizado pelo anjinho e pelo diabinho e que foi brilhantemente deslindado já por Freud, já por Adler, já por Jung...
Todos partilhamos a mesma fragmentação, a mesma duplicidade, a mesma inquietação, o mesmo desconforto...
Gênesis III é uma representação simbólica desta situação conflitante em que cada um de nós foi lançado e uma singela tentativa para se descobrir suas causas mais remotas.
Surpreendentemente, o registro hebraico faz remontar tal estado de coisas ao tempo de nossos 'primeiros pais' ou seja a aurora da humanidade, quando segundo alguns, o pensamento reflexivo e os juizos valorativos emergiram na consciência dos primeiros homens sendo sufocados pelos instintos e apetites anímicos com que vieram a chocar-se.
Neste caso o pecado original não seria necessariamente um pecado mas uma situação de conflito entre as aptidões racional e moral recém aparecidas no homo sapiens e sua herança ancestral ou biologica com as respectivas necessidades instintivas.
Seria o homem tentando emancipar-se de sua animalidade ou de sua carnalidade para consagrar-se aos ideais do espírito...
Seria a aspiração do homem por um mundo intelectual ou ideal, imaginado ou captado por ele, frente a este mundo real onde campeiam a dor, a velhice, a morte e sobretudo a ignorância e a malignidade.
Que furor insano tem levado seres humanos - seres racionais e éticos - a acometer seus semelhantes, fazendo-os sofrer, e gemer, e chorar, e estrebuchar, pelo puro e simples prazer de contempla-los em tais condições...
Teria a razão caido sob o domínio dos sentidos e subvertido a dimensão dos principios e valores?
Feita para ser senhora dos atos humanos teria a razão se convertido em vil escrava dos apetites naturais?
Afinal o homo sapiens faz tantas coisas que nem mesmo o mais irracional dos animais seria capaz de fazer...
Diante duma contradição tão chocante entre o sentido do dever e a malignidade emergente, é perfeitamente compreenssivel que nossos maiores tenham imaginado a intervenção dum personagem totalmente maligno: a serpente ou Diabo.
Não são poucos aqueles que diante de tais crimes ou iniquidades cometidos por seus semelhantes, negam-se a crer que tenham sido perpetrados sem o concurso de algum espírito maléfico... tal sua ingenuidade no que diz respeito a condição dos seres humanos.
Outro aspecto admiravel da estorinha é que ela não declara explicitamente como o mal ou o 'pecado' foram trasmitidos a todos os seres humanos, sem que um sequer esteja isento deles.
O que infelizmente deixou a 'porta aberta' para as loucuras do agostinianismo e do calvinismo...
É certo que nem de longe o redator do gênesis compara o pecado a uma enfermidade ou infecção transmitida magicamente aos nascituros ou juridicamente imputada aos mesmos.
Afinal o homo sapiens faz tantas coisas que nem mesmo o mais irracional dos animais seria capaz de fazer...
Diante duma contradição tão chocante entre o sentido do dever e a malignidade emergente, é perfeitamente compreenssivel que nossos maiores tenham imaginado a intervenção dum personagem totalmente maligno: a serpente ou Diabo.
Não são poucos aqueles que diante de tais crimes ou iniquidades cometidos por seus semelhantes, negam-se a crer que tenham sido perpetrados sem o concurso de algum espírito maléfico... tal sua ingenuidade no que diz respeito a condição dos seres humanos.
Outro aspecto admiravel da estorinha é que ela não declara explicitamente como o mal ou o 'pecado' foram trasmitidos a todos os seres humanos, sem que um sequer esteja isento deles.
O que infelizmente deixou a 'porta aberta' para as loucuras do agostinianismo e do calvinismo...
É certo que nem de longe o redator do gênesis compara o pecado a uma enfermidade ou infecção transmitida magicamente aos nascituros ou juridicamente imputada aos mesmos.

Muito pelo contrário, como afirmou Pelágio, tal narrativa insinua claramente que o mal foi natural ou SOCIALMENTE transmitido as gerações futuras pelo exemplo e pela educação. (o que ocorre já no ventre materno posto que o feto colhe impressões externas já nos primeiros meses de gestação e tais impressões contem elementos 'maus')
COMO TODOS OS SERES HUMANOS SÃO EDUCADOS DESDE OS PRIMEIROS DIAS DE VIDA POR SERES PECAMINOSOS, SEGUE-SE QUE A TEORIA DO MAL OU DO PECADO SE APOSSA DE SEUS SUBCONSCIENTES INDA ANTES DO NASCIMENTO.
Posteriormente os hebreus chegaram a conclusão parcialmente errônea (apenas superficialmente presente no gênesis) de que o 'pecado original' esta relacionado diretamente com as funções reprodutoras.
O salmista com efeito registrou: 'Minha mãe de concebeu no pecado' querendo significar com isso que o meio pelo qual veio a existir, isto é o conúbio carnal, era sujo e pecaminoso e não que lhe foi juridicamente imputado algum pecado por conta de Adão ou Eva...
Posteriormente tal idéia de culpa ou mancha, ou enfermidade herdade veio a ser elaborada e aceita pelos hebreus conforme podemos averiguar nas pseudo epigrafes de Esdras e Baruc.
Quanto ao cárater da primeira ação má ou desobediência posta em prática por nossos avoengos a milhões de anos, certamente jamais teremos conhecimento dele, sendo ocioso ou até mesmo doentio ocupar-se dele...
Sobre a tese naturalista do conflito entre o elemento carnal (entendido genericamente como instintos e não apenas como o instinto reprodutivo, como os judeus, os cristãos e Freud tem procurado enfatizar) e o elemento intelectual ou moral, recém desabrochado nos seres humanos, nem a abraço, nem a regeito, pois parece-me vã especulação.
Certamente que hoje as potências do homem estão em conflito, mas nunca poderemos saber qual conflito ou pecado, deu vezo a todos os outros, determinando tal situação.
Querer deslindar tal mistério é como querer identificar a 'fruta' citada na acepção literal do texto e brigar pela maçã ou pela banana.
Não devemos nos preocupar com tais questões, típicas das mentes vulgares, mas indignas das mentes elevadas...
Basta-nos ter conhecimento de nossa presente situação, fazer alguma idéia sobre como ela se estendeu até nossos dias e sobre os remédios dispostos pela divindade tendo em vista seu saneamento...
Estando em posse de tais conhecimentos o conhecimento exato da 'causa' ou da origem do mal é absolutamente supérfluo.
Ocorre-me uma magnífica sentença atribuida a Buda, mas que, por sua profundidade poderia ser atribuida ao Senhor Jesus Cristo (se é que não procede daquele Logos difuso ou Espírito de Cristo que deu testemunho antecipado sobre ele e sua missão em todos os cantos da terra):
"UM HOMEM AO SER FERIDO POR UMA FLECHA NÃO SE PÕE A COGITAR DONDE A MESMA PARTIU, SOBRE QUE A LANÇOU OU SOBRE DE QUE É FEITA, MAS TRATA SEM DEMORA DE EXTRAI-LA E DE CUIDAR DO FERIMENTO."

O Mito de Adapa - O primeiro arquetipo referente a condição precária de nossa natureza moral:
"O vento Sul soprou com toda força e o empurrou para baixo na casa se Sin, meu deus.
Oh vento Sul, quantos males tens me causado...
Eis que hei de quebrar as tuas asas.
E tendo dito isto, quebrou-se a asa do vento.
E assim, durante sete dias o vento Sul não soprou sobre a terra.
E tendo conhecimento disto Anu disse a seu mesageiro Ilabarat:
-- Porque já a sete dias o vento Sul não sopra sobre a face da terra?
E Ilabarat assim lhe respondeu:
Senhor meu, eis que Adapa, aquele que foi feito por Ea, quebrou a asa do vento.
Quando o grande Anu escutou tais palavras, poz-se a gritar enfurecido sobre seu sólio...
E eis que de Adapa se aproximou... (Gizzida = Nin Giz Zida > deus serpente sumeriano) e disse:
Quando subires ao céu de Anu e te aproximares de seu sólio, encontrarás a porta Tamouz e Gizzida, e eles te falarão a ti
-- Porque esta aparência oh Adapa, porque estas de luto?
Da terra apartaram-se duas divindades.
-- Quais seriam?
Tamouz e Gizzida.
Dito isto eles olharão um ao outro e dirão uma boa palavra a Anu, o qual de receberá.
Mas escuta, quando te aproximares de Anu TE OFERECERÃO O ALIMENTO DA MORTE; não lho comas e te oferecerão a bebida da vida; bebe-a! Ser-te-a ofertado uma vestimenta de luto, veste-a, óleo de darão, unta-te com ele.
O conselho que te dou não esqueças, a palavra que de comunico segura-a.
Assim que Ilabarat anunciou-o: Eis Adapa, aquele que quebrou a asa do vento Sul.
-- Fazei que entre... (disse Anu)
( E assim Adapa entrou no paraíso celestial)
E quando ele avistou a porta do palácio viu que Tamouz e Gizzida estavam lado a lado guardando a porta de Anu. (são os dois Kerub postos a entrada do paraíso hebraico)
Quando avistaram Adapa ambos gritaram: Pelo deus, porque estais assim de luto?
E ele lhes disse: da terra apartaram-se duas divindades.
Tendo ouvido isto Tamouz e Gizzida olharam um para o outro, e murmuraram, e lho puzeram diante de Anu.
E o Rei dos deuses lhe perguntou:
Oh Adapa, quem te ordenou quebrar a asa do vento do Sul?
E Adapa respondeu: Oh Anu, meu Senhor, eis que estava pescando, quando o vento do Sul soprando com grande força, veio e derribou a casa que dediquei a meu Senhor, e assim meu coraçãol encheu-se de indignação.
Tamouz e Gizzida então disserão: vê meu senhor! E o coração de Anu encheu-se de gozo.
Então ele voltou-se para Tamouz e Gizzida e lhes disse: Eis que o filho de Ea esta entre nós, um pecador entre os puros um inferior entre os imortais! Acaso não lho purificastes e não emprestastes a ele um nome de imortal?
Então os ministros buscaram o ALIMENTO DA VIDA (fruto da vida, nectar, ambrosia, soma, etc) mas ele recusou-se a beber. Então aproximaram dele a bebida da maldição (fruto proibido) e ele sorveu, depois lhe deram vestes de luto e ele se cobriu com elas, enfim lhe trouxeram óleo e ele se untou com ele.
Então Anu compadecido dele, perguntou:
Porque agiste assim oh Adapa, porque não comeste do alimento da vida eterna e sorvestes a bebida amargosa? Já não terás a vida eterna.
É porque me lembrei das palavras dele (Gizzida), meu senhor, o qual me disse que não comesse, apenas bebesse... assim regresso ao lar dos viventes..."
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