"Confessamos juntos que boas obras - uma vida cristã em fé, esperança e amor - se seguem à justificação e são frutos da justificação."
No frigir dos ovos o monumento fraseológico acima nada tem de Ortodoxo, papista ou luterano.
A teoria segundo a qual as obras, são NECESSARIAMENTE, executadas a 'posteriori' e não a priori; foi ardilosamente canonizada e santificada por Calvino - A partir das ilações de Regius, Bucer, Zell, Creuciger, Pffinger e especialmente de Osiander - tendo em vista conciliar a proposta Ortodoxo/papista da responsabilidade humana (E como tal indispensável a uma boa ordem social) com a opinião solifideista e antinominiastica elaborada pelo falso profeta Martinho Lutero. (O qual tomou por ponto de partida os delírios de Agostinho e seus seguidores.)
Segundo esta perspectiva, assumida primeiramente por Melanchton - em 1536 em seus "Comentários a João" - e seu círculo (os filipistas), o homem não era mais salvo PELAS boas obras, mas PARA as boas obras.
Assim - apresentadas como fruto ou produto da fé - entravam novamente as obras como coisa estritamente necessária e sem a qual não seria possível estar em posse da salvação; mas não como coisa que salvava ou pela qual se adquiria a salvação, pois segundo eles a salavação deveria ser graciosa.
Todavia como graciosa se disposta para um fim Ético, a saber, á prática das boas obras? Mesmo pago depois o preço continua sendo pago...
Naturalmente que esta ideia não correspondia de modo algum algum a opinião sacrílega formulada pelo monge saxão - Cf capitulo anterior e nosso estudo e refutação ao princípio do Solifideismo; a ser publicado futuramente neste livro - segundo a qual o homem era salvo por deus somente. Pela fé ou pela graça apenas e sem qualquer tipo de obra < a priori ou a posteriori > ou compromisso. Ignorava Lutero qualquer vínculo existente entre o comportamento humano e a unidade divina, a qual dependia apenas do sangue de Cristo e estava no acesso de qualquer criminoso ou psicopata.
Como solifideista e anti nominiasta Lutero jamais entrou em acordo com Melanchton ou Calvino a respeito desta questão crucial.
E tampouco seus discípulos e sucessores mais próximos como Flacius, Praetorius, Heshusius, Spangemberg... Amsdorf por exemplo chegou a formar em torno de si um núcleo de Luteranos 'ortodoxos', os quais sob a alcunha de amsdorfianos, sustentavam não só a inutilidade mas a perniciosidade absoluta das boas obras no que diz respeito a salvação dos verdadeiros crentes.
No momento oportuno apresentaremos ao benevolente leitor muitos outros textos luterânicos e divulgaremos publicamente os péssimos frutos e funestas consequências que o anúncio de Lutero e de seus sequazes trouxe a infeliz Alemanha do seculo XVI, convertendo-a - Segundo reconhecem os próprios pregadores luteranos em seus sermões - numa espécie de lupanar, botequim, açougue, cova de argentários... enfim na cloaca do gênero humano!
Bastou menos de uma década para que a pregação solifideista (A mesma que no tempo presente floresce aqui no Brasil e provoca idênticos resultados) ameaçasse a própria existência da sociedade alemã. Diante disto os políticos e juristas (como Striegel, Wessembeck, Vigelius, etc ) - Que sequer encontravam tempo para dormir diante de tantos e tantos crimes a serem punidos - clamaram contra os luteranos fiéis (Fossem flacianos e/ou amsdorfianos) apontando-os como responsáveis por este triste estado de coisas.
Foi exatamente este contexto e a pressão exercida pelo poder secular que obrigou Melanchton a abraçar a doutrina da nova obediência ou da necessidade das obras 'a posteriori' desenvolvida, pouco tempo depois, com uma perícia verdadeiramente escolástica por Mestre Calvino.
Pai Calvino foi o estilista de primeira ordem, que costurou a nova roupa destinada a cobrir a nudez moral do 'Novo Evangelho' tornando-o menos escandaloso e vil. Pffeginger, Regius, Osiandro, Zeel... forneceram os materiais, Melanchton alinhavou mas foi Calvino que arrematou e preparou o traje.
Apesar disto, passados quase trinta anos de disputações, a artimanha calvinista veio a ser formalmente repudiada por Andraeas e Chemnitz; na Fórmula da concórdia, cujo teor também é mais ou menos expresso pela Declaração conjunta (A qual por isso mesmo fica sendo contraditória):
Ora isto já não esta totalmente de acordo com a doutrina de Calvino.
Se é verdade que Calvino - em seu 'Comentário aos Salmos' CVI, 06 - reproduz a doutrina de Agostinho e classifica como FANÁTICOS aqueles que honrando o Evangelho afirmam a possibilidade e a necessidade da impecabilidade e da perfeição após a CONVERSÃO E A REGENERAÇÃO ESPIRITUAL não é menos verdade que ainda aqui é bem mais comedido do que Lutero. É conhecida de todos a opinião emitida por ele segundo a qual o homem regenerado pode lutar contra as forças do mal e evitar ao menos UMA VIDA CONTINUAMENTE PECAMINOSA, auxiliado pela disciplina da Igreja, compreendida como uma espécie de reformatório, quartel ou convento destinado a exercitar os predestinados na virtude. Evidentemente que nem mesmo tudo isto basta para tornar o Cristão impecável ou perfeito. Reduz no entanto a presença do mal e do pecado a ponto de já se poder diferenciar o Cristão ou o predestinado do pagão ou do condenado. Aqui a presença do pecado ainda que real é esporádica, reduzida ou mesmo rara e ainda aqui o calvinismo distingue-se cabalmente do luteranismo para o qual o pecado mesmo após a conversão continua a dominar por completo a vida do crente. Naturalmente que aqui o Calvinismo reduzindo a esfera de atuação e o poder do pecado acha-se mais próximo da Ortodoxia do que o luteranismo com sua doutrina da onipotência do mal. A opinião equivocada deste padre judaizante foi que envenenou por completo a soteriologia Cristã levando os Ocidentais e mesmo alguns Ortodoxos inadvertidos a admitirem a salvação nos pecados até ultrapassarem as fronteiras da impudência e virem a crer que não existe nenhuma diferença entre o comportamento dos Filhos de Deus e o comportamento dos Filhos da maldade ou entre a vida dos Cristãos e a dos incrédulos.
Disto resultou a nova perniciosa doutrina do Cristianismo enquanto fonte mágica de perdão, logo de licença e comodismo, e conformismo e a completa perda do ideal primitivo que levou nossos nobres e excelentes ancestrais os mártires a não apostatarem porque caso acreditassem que podiam salvar-se facilmente em seus pecados não teriam suportado tão atrozes sofrimentos por Jesus Cristo.
Desde então, sob o influxo do agostinianismo, a Cristandade latina perdeu cada vez mais o poder de fixar o comportamento humano dispondo-o para uma vida de heroísmo e perfeição, os costumes relaxaram, as massas tornaram-se cada vez mais viciadas e grosseiras e a verdadeira penitência para a correção ou reparação concreta do erro foi destruída. Os caminhos para a afirmação do solifideismo Luterno estavam preparados... Foi um desenvolvimento quase que natural da teologia agostiniana.
Em que pese tudo isto Calvinistas e Luteranos jamais estiveram de acordo a respeito da presença do pecado na vida dos redimidos. Os demais protestantes como veremos, menos ainda.
Já o citado Bispo de Eclanum prevenia com toda razão: "Sob o nome de graça, eles (os agostianisnos), sustentam uma espécie de destino, afirmando que o pecado isentou o homem da liberdade e que ele já não é capaz de aspirar pelo bem, e após sua adesão ao bem permanece imperfeito, e que não seria perfeitamente capaz de romper com mal e de abraçar o bem. " Face ao juízo da fé Ortodoxa e dos Padres gregos tais doutrinas são totalmente equivocadas e falsas. |
PROFECIAS MÓRMONS NÃO CUMPRIDAS
Há um ano
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