Neste artigo o amigo leitor encontrará os seguintes tópicos:
- Contradições a respeito da criação de Adão e Eva.
- A natureza invertida do paraíso.
- A História da Criação evolutiva (evolucionismo)
- Os principais nomes do Evolucionismo: Anaximandro, Aristóteles & Lucrécio
- Os padres da igreja e o evolucionismo: Hilário, Ambrósio, Agostinho...
- Escolástica e evolucionismo: Alberto Magno e Tomás de Aquino.
- Ressurgimento do evolucionismo especulativo: Bacon, Descartes, Buffon...
- O evolucionismo científico: Lamarck, Darwin, Wallace, De Vries, Weissman...
- As evidências da Evolução: fósseis, uma História.
- A embriologia
- Os orgãos vestigiais
- A anatômia comparada
- Breve panomara da Evolução dos seres vivos.
O primeiro sábio a antever a possibilidade duma evolução por parte dos seres vivos e a estabelecer ligação entre eles, parece ter sido Anaximandro de Mitelo, da escola Jônica. "Explica que os homens a princípio nasceram dos peixes e depois de terem sido nutridos como esqualos e desenvolver proteção, foram arrojados a terra seca." Plutarco de Queróneia. in 'Quest. conviv.' 730
"E susteve que antes o homem era uma besta procedente do peixe." é o que declara o Santíssimo Hipólito, Bispo das nações, no capitulo quinto do primeiro livro da Filosofumena
- ARISTÓTELES E LUCRÉCIO EVOLUCIONISTAS
Tal hipótese encontrou benévola acolhida da parte de Aristóteles e de Lucrécio que lha sustentou no "De rerum natura."
Todavia, já na baixa idade média já depara-mo-nos com um retorno ao hilozismo aristotélico e a 'ratio seminale' estóica, por parte de Alberto, o grande e de Tomas de Aquino, ambos tributários de Agostinho e que por isso não tiveram qualquer dificuldade em admitir a evolução dos seres vivos.
Sustentado, a princípio pela maior parte da Igreja romana e posteriormente reforçado pelo protestantismo, o Criacionismo perdurou - com raras excessões, como Bacon, Pascal e Leibnitz - até a segunda metade do décimo oitavo século, quando Buffon ousou retomar o evolucionismo embora como mera 'hipótese de trabalho' em sua "História Natural.".
Hipótese de trabalho que no entanto foi fervorosamente adotada por Erasmo, avô de Ch Darwin - no poema intitulado Zoonomia (1795) - e pelo poeta Goethe.
- JOÃO BATISTA LAMARCK
Sem embargo disto, foi ao imortal J. B. Lamarck que coube a glória ímpas de ter sido o primeiro sábio moderno a argumentar seriamente sobre a evolução biologica das espécies propondo-a como um concreto e irredutivel, em oposição ao criacionismo reinante. É assaz conhecido o esquema de Lamarck - exposto em sua 'Philosophie Zoologique' (1809) - sobre o pescoço da girafa, com que tentou estabelecer a lei do 'Uso e do desuso' segundo a qual os caracteres adquiridos são herdados. Posteriormente esta teoria foi reeditada pelo russo Trophim Lissenko, permanecendo implicita em diversas exposições, mesmo após as experiências levadas a cabo por Weismann.
De fato as alegações dos neo lamarckistas não são despreziveis, pois eles advertem que tais experiências não deram resultado devido as contingências do tempo, enquanto na natureza a transmissão dos caracteres demoraria muitos milhões de anos.
Lamarck teve sua teoria apoiada pelo eminente pesquisador Geoffroy de Saint Hilaire, que havia excursionado por diversas partes do mundo - inclusive do Brasil - com o intuito de estudar os elementos da faunda e da flora.
Posteriormente Wallace e Darwin endossaram, problematizaram e ampliaram a tése de Lamarck agregando-lhe outras provas e evidências. Ao que tudo indica Wallace teria precedido a Darwin, cometeu no entanto, o desastroso erro de comunicar-lhe sua teoria numa carta... destarte o nome aristocrático de Darwin acabou associado ao obscuro nome de Wallace que era um homem de origem humilde. Pois as coisas corriam deste modo da Inglaterra vitoriana...
Jamais saberemos se Darwin plageou mesmo Wallace e até que ponto serviu-se de suas idéias para completar e dar forma a "Evolução das espécies" lançado em 1858. Ao que parece Darwin temia a fúria dos fanáticos religiosos e por isso guardara seu livro a sete chaves, quanto a este particular assistia-lhe plenamente a razão...
Entrementes levantaram-se os clérigos de todos os partidos e seitas e denunciaram a teoria evolucionista como ímpia tudo porque opunha-se a letra de gênesis destruindo pela base o dogma abominável do biblicismo. Doravante todos viriam a saber que a estátua erguida por Lutero tinha pés de bronze e que o pedrisco lançado por Darwin e Wallace a faria cair. Naqueles tristes tempos todavia, ainda era tabú contextar a letra do genesis e repudiar a superstição criacionista... Darwin foi acusado de ateismo, mesmo tendo reconhecido oficial e publicamente a existência do Supremo Ser e professar a fé anglicana; acusação falsa e aleivosa, com que a 'gens' fundamentalista insiste em apupa-lo até o dia de hoje, dando provas da mais absoluta má fé e do mais descarado cinismo.
É verdade que no fim da vida Darwin tornou-se agnósta ou seja indiferente em matéria de religião. Isto no entanto não se sucedeu por causa da teoria da evolução e sim devido a morte de sua amada filha, baque do qual jamais veio a recuperar-se e que acabou por conduzi-lo a sepultura. Não contentes em atribuir-lhe uma ideologia que jamais professara ou viria a professar (o ateismo), os crias, apelaram a chicana e confeccionaram uma série de cartazes apresentando o corpo de um macaco com o rosto do egrégio cientista. TAIS OS ARGUMENTOS PODEROSÍSSIMOS QUE ESSES BASTARDOS OPÕE A TEORIA DA EVOLUÇÃO... Wallace que além de ser teista era espiritualista convicto e Cristão militante. Devem-se a sua pena diversas monografias contestando a doutrina segundo a qual a Evolução das espécies era produto exclusivo do estocasmo ou seja so acaso.
O primeiro embate entre crias e evolunicionistas teve por pivôs o filósofo darwinista Thomas Huxley e o clérigo protestante Samuel Wiberforce. Debateram o assunto em público, e apesar dos gritos, maldições e insultos do 'santo prelado' Wallace literalmente esmagou-o, triturando a parvoice criacionista e vindicando brilhantemente a teoria da evolução. Ao ser inquirido por Wibeforce "Se descendia do macaco por parte do avô ou da avó." Huxley atalhou de pronto: "NÃO TENHO NENHUMA VERGONHA DE TER UM MACACO COMO AVÔ, VERGONHA TERIA SE DESCENDESSE DE ALGUÉM QUE COMO VOSSA ILMA EMPREGASSE TRUQUES TÃO BAIXOS COM O INTUITO DE DEFENDER SUAS IDÉIAS..." Desde então nada mudou e os criacionistas tem sido repetidamente batidos e refutados de geração em geração... Continuam no entanto a repetir as puerilidades de duzentos anos atrás em suas revistinhas e opusculos embolorados... De tal modo que podemos aplicar-lhes o rifão popular: O pior cego é aquele que não quer ver. Naturalmente que nem todos os cientistas estão de acordo quanto as forças ou quanto a principal força que tem presidido a evolução dos seres, Lamarck sugeriu como ja foi dito a transmissão de caracteres adquiridos, Darwin e Weissman a adaptação ao meio e certa concorrência (mas não luta em termos físicos como alguns de seus discípulos e sucessores) entre as espécies batizada como seleção natural, De Vries as mutações radioativas, etc Posteriormente Haldane e Dobzhansky elaboraram a assim chamada teoria sintética que procura coordenar a ação de cada um desses fatores. Segundo dizem o estocasmo ou acaso manifesta-se através das mutações radioativas, por meio das quais os gênes são alterados e a alteração produzida por eles no organismo transmitida sucessivamente as gerações; a viabilidade ou não da transformação é testada pelo meio ou seja pela seleção natural em termos de superação das dificuldades e de adaptação ao meio, aqueles que se adaptam, estabilizam-se; aqueles que não se adaptam desaparecem e já se vê que nem toda mutação é benéfica ou proveitosa. As mutações só são benéficas ou proveitosas quando comunicam alguma nova capacidade a espécie em questão, quando destroem algum orgão e retiram alguma capacidade são nefastas, acarretando a destruição daquele ser ou de sua descendência. O grupo darwinista por sua vez esta cindido entre os ortodoxos e moderados conforme dão maior ou menor relevo a 'seleção natural' e segundo compreendem-na ou não em termos de simples luta ou força bruta. Seja como for é absolutamente certo QUE HÁ MAIS CONCORDÂNCIA ENTRE OS CIÊNTISTAS NO QUE TANGE AS CAUSAS E AGENTES RESPONSÁVEIS PELO PROCESSO EVOLUTIVO DO QUE ENTRE OS PASTORES PROTESTANTES QUANTO A TRINDADE OU A PESSOA DE JESUS... Que os protestantes, divididos em milhares de seitas e discordando praticante sobre todos os pontos da doutrina Cristã, tenham a audácia de criticar a teoria da evolução partindo da premissa de que os cientistas ainda não chegaram a um acordo definitivo sobre sua principal causa é o cúmulo da desonestidade e do cinismo! Natural que a princípio hajam divergências entre os cientistas, as quais vão sendo dirimidas com o passar do tempo e o ritmo das pesquisas até que finalmente se chega a um consenço... Pois a ciência admitindo sua falibilidade e procura auto-corrigir-se, donde resulta sua credibilidade. (cf Sagan "Mundo habitado pelos demônios"). O que não se compreende é que o protestantismo apresentando-se como uma revelação procedente de Deus, que é um só, infalivel e todo poderoso, ESTEJA TODO DIVIDIDO, EM SEITAS, PARTIDOS E TEORIAS, para além ramo ou escola científica... pois um simples versiculo sobre a eucaristia produz entre eles tantas opiniões quanto são as cabeças que opinam e já ninguém se entende onde dois ou três interpretam o livro... Ao menos Dawkins não queimou Jay Gould e Sagan não esganou Medawar, COMO CALVINO FEZ COM SERVET E OS HABITANTES DE BASILÉIA COM GENTILIS... Com a ficha repleta de assassinatos e completamente divididos em seitas beligerantes que creem estar na posse definitiva da verdade plena, os criacionistas não teem o direito de apontar as divisões acidentais e periféricas que provisoriamente separam os evolucionistas! Não sabem julgar uma Bíblia e pretendem julgar a ciência... rsrsrsrsrs Vão ler o Evangelho e tirar a trave do própria vista, antes de vir soprar ciscos na vista alheia seus fariseus hipócritas! Primeiro Vces entram em acordo sobre o único sentido da escritura e depois, só depois, ousam apontar para nossas discusões em torno de um evolucionismo que enquanto fato nenhum cientista discute... a menos que seja púpilo da Santa Ellen ou do profeta Ch T Russel, recebendo por intermédio deles a ciência infusa do criacioburrismo inepto e indecoroso. Diante dos postulados exarados por Lamarck, Darwin, Wallace, Weismann, De Vries, Haldane, Mayr, Gould, etc os criacionistas repetem os mesmos 'loci comunes' de sempre: Não há como datar o surgimento do homem ou dos seres vivos.... É impossivel saber com certeza quando a vida ou os primeiros homens aparaceram sobre a terra... Não há aparelhamento ou tecnologia para tanto... e outras quejandas com que entopem os ouvidos daqueles que são ainda mais idiotas do que eles a ponto de ouvi-los... Experimente perguntar a um desses 'cientistas' improvisados o que são eucariontes, procariontes, ribossomos, RNA, DNA, citosina, guanina, mitocôndrias ou alélos... Eles só sabem de Caleb, Finéias, Odolão, Giesi, etc e teem a audácia de erguer a cabeça e exigir fóros de cidade! Cumpre expurgar o mundo desta praga e mandar estes trogloditas de voltas as cavernas donde jamais deveriam ter saido! Mande-mo-los de volta a suas bíbocas e pocilgas para que jamais retornem a nossas acadêmias e escolas, nas quais deve reinar a ciência e não a superstição e o obscurantismo. Vejam só um patéta, um beócio, um energúmeno, que mal sabe ler ou soletrar sua tradução JFA pretendendo julgar as experiências de um Weismann ou de um Haldane!!! Eis até onde chega a arrogância e a vaidade desses pafúncios... A religião, respeita-mo-la certamente. Nada temos contra os anjos e seus classificadores... Quanto as pretensões teocráticas de certas seitas que invadem o campo e domínio das ciências naturais clamando por sua destruição, não podemos nem queremos respeitar, antes julgamos ser um dever combate-las. Pois é pretensão funesta, que põe em risco a marcha da humanidade começando pelo desenvolvimento de novas terapias e medicamentos com que debelar as enfermidades que atingem nossos corpos, efeito que gritos de pastor algum - por mais gritador que seja - jamais produzirá. Se a religião deseja ser respeitada, pelos cientistas, pelos filosofos, pelos homens livres, etc que reconheça seus límites, que não ultrapasse a demarcação, que se mantenha nos termos do espírito. Respeite a esfera do secular e do profano para que seja também ela respeitada na peculiaridade de sua esfera. A religião deverá aceitar-se como uma parte do todo e não como o todo inteiro, se deseja ser crida pelos homens do século XXI. Do contrário, extinguir-se-a ou levará a civilização contemporânea a bancarrota... Não são os cientistas que teem desrespeitado a crença (embora - como o sr Dawkins - alguns deles, provocados pelos fanáticos, acabem respondendo no mesmo tom) mas a crença que desde o princípio, desde os tempos de Hipócrates, tem combatido o progresso e o desenvolvimento da Filosofia e da ciência. Dentre tais crenças destaca-se certamente o protestantismo ou melhor o fundamentalismo protestante como haveremos de estabelecer com abundância de provas quando no Livro segundo desta obra analisar-mos os frutos da reforma protestante e sua relação com a ciência. A mêdula do fundamentalismo, seu cerne, seu coração e sua alma é o criacionismo. Firamos pois a hidra em seu coração! Delenda est criacionismo! Ao contrário do que dizem os fundamentalistas da estirpe de Pinóquio, estamos da posse de um número signifativo de evidências que corroboram a teoria da evolução dos seres vivos. Dentre elas ressaltaremos apenas de passagem:I- Os fósseis
A palavra Fóssil foi criada pelo sábio papista George Agricola em meados do século XVI.
Fósseis são restos de animais e vegetais mortos que sepultados sob certas condições, como temperatura e pressão, vieram a mineralizar-se ao cabo de uns tantos milhares ou milhões de anos.
Tratam-se geralmente de espécies desaparecidas ou extintas como Trilobitas, Pterodactilos, plesiosauros, mamutes, megatérios, etc subentenda-se partes de seus corpos, geralmente os ossos (esqueleto) pois as partes moles são mais vulneráveis.
O primeiro sábio a dar com a verdadeira natureza dos fósseis, parece ter sido o grego Xenófanes de Colofon a respeito do qual assevera o abençoado Hipólito (no livro primeiro e décimo segundo capítulo da Filosofumena):
"Ele podia apontar provas a respeito de que no passado terra e mar estavam agregados: que no seio sa terra, mesmo das altas montanhas, foram encontradas conchas. Dizia que em Siracusa foram encontradas impresões de peixes e focas nas pedreiras e em Pharos um ramo de louro impresso num bloco de rocha, em Melita todas as partes de diversos animais marinhos encrustradas. Ele afirma que isto se sucedeu quando tais seres submergiram na lama em que viviam..."
Os antigos chineses encaravam os fósseis como restos de dragões e empregavam-nos em sua farmacopéia. Aristóteles no entanto susteve que não passavam de formações naturais.
Na China Shen Kuo + 1095 recorreu a evidência de fósseis marinhos escavados nas montanhas Taihang para inferir a existência de processos geológicos e alterações do nível do mar ao longo do tempo. Usando a suas observações sobre bambus petrificados, encontrados em Yan'an região de Shanbei, província de Shaanxi, conclui por uma alteração gradual do clima, uma vez que Shaanxi por se tratar de uma região seca não seria um habitat propício para o crescimento de bambus.
Dentre os modernos o primeiro a investiga-los e a reeditar as sensatas afirmações de Xenófanes foi Leonardo Da vinci em um de seus apontamentos ainda ináditos.
Coube ao Bispo papista Nicolaus Stenius, um dinamarques falecido em 1686, iniciar a decifração do grande livro de pedra da natureza. Foi ele que estabeleceu um ordenamento temporal para os fósseis que eram encontrados, criando destarte a noção de camadas ou extratos geológicos, base de todos os estudos e formulações subsequentes.
Tambem o sueco Nils Celsius realizou alguns estudos sobre os fósseis. Ele ousou sustentar perante o bispo luterano Rudbeckius, que a Bíblia não possuia autoridade alguma nos domínios da ciência; disto resultou ser perseguido pelos fanáticos e abraçar o papismo.
Celsius foi seguido pelo luterano Cuvier, o qual mesmo tendo analisado um grande número de fósseis e feito inumeras descobertas no ramo da paleontologia, opoz-se, por vezo religioso a teoria ventilada por Lamarck e por Saint Hilaire (com o qual travou amarga polêmica sustentado o fixismo) convertendo-se no principal advogado do criacionismo.
A Gideon Mantell (+1852) coube o mérito de reconstituir o primeiro esqueleto de um animal pré histórico, o iguanodonte, após o que montou e classificou outros tantos esqueletos. Richard Owen montou outros tantos fósseis, descreveu-os e cunhou o termo Dinossauro, com que ora designamos os gigantescos répteis do Cretáceo. Owen parece ter sido o primeiro paleontologo a admitir a evolução das espécies, inclusive antes de Ch. Darwin, apesar disto manteve-se sempre hostil a teoria da Seleção natural chegando a afirmar que era tão tosca quanto o criacionismo bíblico.
Desde então a Paleontologia jamais cessou de ampliar-se, beneficiando-se ano após anos com novas descobertas. Enquanto escrevemos estas linhas dois bravos cientistas expõe suas vidas com o intuito de capturar ao menos um exemplar do 'extinto' Paleodictyon nodosum nas gélidas águas do Mar do Norte.
Afirmar que todos os fosseis do mundo tiveram sua origem num evento sucedido a menos de cinco mil anos, é acrescentar mais um iten a lista de erros grosseiros e de mentiras deslavadas sustentados pelos criacioburristas em nome daquele que disse: Não dareis falso testemunho... Um erro leva a outro, uma mentira conduz a outra na girandola criacionista, afinal, quem não tem respeito pelo mandamento divino haverá de respeitar a ciência?
Eu mesmo cheguei a ouvir dos lábios de pentecostais e de jeovistas devotos que todos os fósseis haviam sido fabricados pelo capeta com o intuíto de desacreditar a Bíblia e ludibriar os pobres seres humanos (especialmente os diplomados!!! deus parece não gostar dos diplomados)... Eis que a parlenga criacionista não recua diante de nada, até converter o Demônio numa espécie de Criador... A importância dos fosseis no que diz respeito a evolução biologica é que eles testificam a complexização da vida a partir de formas mais simples e primitivas. Quanto mais recuamos nas câmadas geologicas exploradas - e por consequência no tempo - vamos nos deparando com formas de vida mais simples até chegarmos ao domínio absoluto dos seres unicelulares cognominados cianoficeas ou bactérias... Quanto mais avançamos no tempo, tanto mais aperfeiçoadas se tornam as formas...
Do mesmo modo que ao deparar-me com os restos de uma refeição num aposento vazio, estou autorizado a concluir que alguém alimentou-se ali e a inferir o que foi consumido durante a refeição, os fósseis autorizam-nos a reconstituir a estrutura e a vida dos seres extintos já a milhões e milhões de anos. O palentólogo é uma espécie de detetive e os fósseis as pistas de que se serve para formular suas conclusões. O que é impossivel para um leigo inépto: como calcular a idade, o sexo ou o regime alimentar e as vezes até mesmo as enfermidades que acometeram um determinado ser a partir de seu esqueleto; as vezes é até fácil para um antropólogo ou paleontólogo. O arrivista é incapaz de considerar: o estado da calota craneana, a dentição, a bacia, o estado do fêmur, etc e ainda por cima de ridicularizar o pesquisador.
Por isso está escrito: "O idiota ama a tolice e detesta o conhecimento."
Podemos ainda acompanhar e comparar os vestigios de um determinado animal - como o cavalo ou o camelo por exemplo - através dos extratos geológicos e logo, do tempo; deduzindo as alterações porque passou no decorrer das idades... sua dieta alimentar, sua relação quanto as modificações sucedidas no meio, o fluxo populacional da espécie, etc
II- O desenvolvimento dos embriões
Bem antes de Lamarck, Darwin, Wallace e De Vries tentarem demonstrar a evolução dos seres vivos, no ano de 1828, o Dr Von Baer salientou como os organismos de um mesmo Filo apresentam diversas semelhanças nas etapas primitivas de sua formação. Por exemplo, o girino nas fases iniciais de seu desenvolvimento assemelha-se mais a um peixe do que a uma rã adulta, já os embriões dos vertebrados são tão semelhantes entre si nas fases iniciais QUE É IMPOSSIVEL DISTINGUI-LOS UNS DOS OUTROS SEM PRÉVIO CONHECIMENTO DE MORFOLOGIA EMBRIONÁRIA... "É EVIDENTE QUE AS SEMELHANÇAS MAIS ACENTUADAS NAS PRIMEIRAS FASES SUGEREM RELAÇÕES DE PROXIMIDADE/PARENTESCO ENTRE OS ORGANISMOS." C S Carter in "Cem anos de evolução" São paulo, Ibrasa, 1959, pg 19
III - Os orgãos vestigiais.
Orgãos vestigiais são vestigios de orgãos atrofiados pelo desuso que se encontram presentes nos corpos de alguns animais como a baleia e o homem, dentre outros. A baleia contem em seu corpo os ossiculos de suas desaparecidas patas traseiras, ossiculos de todo inuteis e sem qualquer função fisiológica, remanescentes do tempo em que ela ainda caminava sobre a terra. Já nós outros possuimos o apêndice que serve apenas para fazer-nos sofrer ou morrer de achaques apendicíticos... pois até o presente momento fisiologista algum conseguiu atinar para que raio servem os tais apêndices... "Acredita-se que não há nenhuma função para o apêndice cecal no homem. Alguns pássaros possuem na mesma localização uma bolsa ("bursa") que é responsável pela produção de linfócitos do tipo B, podendo-se supor que o apêndice seja um resquício de uma estrutura semelhante no homem." Wikipédia
O fato de que algumas bactérias uteis à flora intestinal nele habitem não modifica em nada esta situação, isto serve tão somente para demonstrar que num determinado momento tais bactérias colonizaram este orgão vestigial convertendo-o num elemento 'util', mas de forma alguma vital ou mesmo funcional. Houve pois um processo evolutivo de interação entre um membro inutil, as bactérias e o organismo humano. Os orgãos vetigiais são testemunhas mudas, porém eloquentes sobre as transformações porque os organismos tem passado no decorrer do processo evolutivo...
IV - Anatomia comparada.
É preciso ser perfeitamente idiota para deixar de perceber a enorme semelhança existente entre todos os vertebrados cujo eixo é constituido pela espinha ou notocorda. Outra similaridade que não podemos omitir e a disposição dos quatro membros dianteiros e traseiros ou seja superiores e inferiores, desde as nadadeiras do sarcopterygii até nossos braços e pés passando pelas quatro patas dos anfíbios e répteis. Há que mencionar ainda as asas das aves...
Tais as credênciais ou garantias inequivocas fornecidas pelos teóricos da evolução. São fatos e contra fatos não há argumentos... Diante deles somos forçados a admitir que - no que concerne ao corpo ou ao substrato físico - os seres humanos descendem, não de símios ou macacos como costumam insinuar os despudorados criacionistas, mas de antropóides, primatas (sendo a euarchonta o mais primitivo), pequenos mamíferos (o mais antigo parece ter sido o cinodonte), répteis (o primeiro foi o Hylonomus), anfíbios (dos quais o primeiro parece ter sido a ichthycostega), peixes (dos quais o mais próximo dos anfibios parece ter sido o Panderichthys) até chegarmos a primitiva pikaia; mãe de todos os notocordados, e dai aos vermes, cnidários, espongiários, coanócitos, bactérias e virus, que são nossos antepassados mais remotos, tendo feito sua primeira aparição a cerca de quatro bilhões de anos no assim chamado caldo ou sopa primordial.
Quem quizer conhecer mais de perto toda esta História fascinante, que é a nossa História:
http://http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Cronologia_da_evolu%C3%A7%C3%A3o_humana
Mais adiante tentaremos historiar como surgiram esses primeiros homens nossos antepassados e a quais critérios recorremos com o intuíto de distingui-los dos demais primatas seus primos.
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