Neste artigo o amigo leitor encontrará os seguintes tópicos:
- Contradições a respeito da criação de Adão e Eva.
- A natureza invertida do paraíso.
- A História da Criação evolutiva (evolucionismo)
- Os principais nomes do Evolucionismo: Anaximandro, Aristóteles & Lucrécio
- Os padres da igreja e o evolucionismo: Hilário, Ambrósio, Agostinho...
- Escolástica e evolucionismo: Alberto Magno e Tomás de Aquino.
- Ressurgimento do evolucionismo especulativo: Bacon, Descartes, Buffon...
- O evolucionismo científico: Lamarck, Darwin, Wallace, De Vries, Weissman...
- As evidências da Evolução: fósseis, uma História.
- A embriologia
- Os orgãos vestigiais
- A anatômia comparada
- Breve panomara da Evolução dos seres vivos.

O primeiro sábio a antever a possibilidade duma evolução por parte dos seres vivos e a estabelecer ligação entre eles, parece ter sido Anaximandro de Mitelo, da escola Jônica. "Explica que os homens a princípio nasceram dos peixes e depois de terem sido nutridos como esqualos e desenvolver proteção, foram arrojados a terra seca." Plutarco de Queróneia. in 'Quest. conviv.' 730
"E susteve que antes o homem era uma besta procedente do peixe." é o que declara o Santíssimo Hipólito, Bispo das nações, no capitulo quinto do primeiro livro da Filosofumena
- ARISTÓTELES E LUCRÉCIO EVOLUCIONISTAS


Tal hipótese encontrou benévola acolhida da parte de Aristóteles e de Lucrécio que lha sustentou no "De rerum natura."




Todavia, já na baixa idade média já depara-mo-nos com um retorno ao hilozismo aristotélico e a 'ratio seminale' estóica, por parte de Alberto, o grande e de Tomas de Aquino, ambos tributários de Agostinho e que por isso não tiveram qualquer dificuldade em admitir a evolução dos seres vivos.
Sustentado, a princípio pela maior parte da Igreja romana e posteriormente reforçado pelo protestantismo, o Criacionismo perdurou - com raras excessões, como Bacon, Pascal e Leibnitz - até a segunda metade do décimo oitavo século, quando Buffon ousou retomar o evolucionismo embora como mera 'hipótese de trabalho' em sua "História Natural.".
Hipótese de trabalho que no entanto foi fervorosamente adotada por Erasmo, avô de Ch Darwin - no poema intitulado Zoonomia (1795) - e pelo poeta Goethe.
- JOÃO BATISTA LAMARCK
Sem embargo disto, foi ao imortal J. B. Lamarck que coube a glória ímpas de ter sido o primeiro sábio moderno a argumentar seriamente sobre a evolução biologica das espécies propondo-a como um concreto e irredutivel, em oposição ao criacionismo reinante. É assaz conhecido o esquema de Lamarck - exposto em sua 'Philosophie Zoologique' (1809) - sobre o pescoço da girafa, com que tentou estabelecer a lei do 'Uso e do desuso' segundo a qual os caracteres adquiridos são herdados. Posteriormente esta teoria foi reeditada pelo russo Trophim Lissenko, permanecendo implicita em diversas exposições, mesmo após as experiências levadas a cabo por Weismann.
De fato as alegações dos neo lamarckistas não são despreziveis, pois eles advertem que tais experiências não deram resultado devido as contingências do tempo, enquanto na natureza a transmissão dos caracteres demoraria muitos milhões de anos.
Lamarck teve sua teoria apoiada pelo eminente pesquisador Geoffroy de Saint Hilaire, que havia excursionado por diversas partes do mundo - inclusive do Brasil - com o intuito de estudar os elementos da faunda e da flora.
Posteriormente Wallace e Darwin endossaram, problematizaram e ampliaram a tése de Lamarck agregando-lhe outras provas e evidências. Ao que tudo indica Wallace teria precedido a Darwin, cometeu no entanto, o desastroso erro de comunicar-lhe sua teoria numa carta... destarte o nome aristocrático de Darwin acabou associado ao obscuro nome de Wallace que era um homem de origem humilde. Pois as coisas corriam deste modo da Inglaterra vitoriana...
Jamais saberemos se Darwin plageou mesmo Wallace e até que ponto serviu-se de suas idéias para completar e dar forma a "Evolução das espécies" lançado em 1858. Ao que parece Darwin temia a fúria dos fanáticos religiosos e por isso guardara seu livro a sete chaves, quanto a este particular assistia-lhe plenamente a razão...
Entrementes levantaram-se os clérigos de todos os partidos e seitas e denunciaram a teoria evolucionista como ímpia tudo porque opunha-se a letra de gênesis destruindo pela base o dogma abominável do biblicismo. Doravante todos viriam a saber que a estátua erguida por Lutero tinha pés de bronze e que o pedrisco lançado por Darwin e Wallace a faria cair. Naqueles tristes tempos todavia, ainda era tabú contextar a letra do genesis e repudiar a superstição criacionista... Darwin foi acusado de ateismo, mesmo tendo reconhecido oficial e publicamente a existência do Supremo Ser e professar a fé anglicana; acusação falsa e aleivosa, com que a 'gens' fundamentalista insiste em apupa-lo até o dia de hoje, dando provas da mais absoluta má fé e do mais descarado cinismo.
É verdade que no fim da vida Darwin tornou-se agnósta ou seja indiferente em matéria de religião. Isto no entanto não se sucedeu por causa da teoria da evolução e sim devido a morte de sua amada filha, baque do qual jamais veio a recuperar-se e que acabou por conduzi-lo a sepultura. Não contentes em atribuir-lhe uma ideologia que jamais professara ou viria a professar (o ateismo), os crias, apelaram a chicana e confeccionaram uma série de cartazes apresentando o corpo de um macaco com o rosto do egrégio cientista. TAIS OS ARGUMENTOS PODEROSÍSSIMOS QUE ESSES BASTARDOS OPÕE A TEORIA DA EVOLUÇÃO... Wallace que além de ser teista era espiritualista convicto e Cristão militante. Devem-se a sua pena diversas monografias contestando a doutrina segundo a qual a Evolução das espécies era produto exclusivo do estocasmo ou seja so acaso.

I- Os fósseis
A palavra Fóssil foi criada pelo sábio papista George Agricola em meados do século XVI.
Fósseis são restos de animais e vegetais mortos que sepultados sob certas condições, como temperatura e pressão, vieram a mineralizar-se ao cabo de uns tantos milhares ou milhões de anos.
Tratam-se geralmente de espécies desaparecidas ou extintas como Trilobitas, Pterodactilos, plesiosauros, mamutes, megatérios, etc subentenda-se partes de seus corpos, geralmente os ossos (esqueleto) pois as partes moles são mais vulneráveis.
O primeiro sábio a dar com a verdadeira natureza dos fósseis, parece ter sido o grego Xenófanes de Colofon a respeito do qual assevera o abençoado Hipólito (no livro primeiro e décimo segundo capítulo da Filosofumena):
"Ele podia apontar provas a respeito de que no passado terra e mar estavam agregados: que no seio sa terra, mesmo das altas montanhas, foram encontradas conchas. Dizia que em Siracusa foram encontradas impresões de peixes e focas nas pedreiras e em Pharos um ramo de louro impresso num bloco de rocha, em Melita todas as partes de diversos animais marinhos encrustradas. Ele afirma que isto se sucedeu quando tais seres submergiram na lama em que viviam..."
Os antigos chineses encaravam os fósseis como restos de dragões e empregavam-nos em sua farmacopéia. Aristóteles no entanto susteve que não passavam de formações naturais.
Na China Shen Kuo + 1095 recorreu a evidência de fósseis marinhos escavados nas montanhas Taihang para inferir a existência de processos geológicos e alterações do nível do mar ao longo do tempo. Usando a suas observações sobre bambus petrificados, encontrados em Yan'an região de Shanbei, província de Shaanxi, conclui por uma alteração gradual do clima, uma vez que Shaanxi por se tratar de uma região seca não seria um habitat propício para o crescimento de bambus.
Dentre os modernos o primeiro a investiga-los e a reeditar as sensatas afirmações de Xenófanes foi Leonardo Da vinci em um de seus apontamentos ainda ináditos.
Coube ao Bispo papista Nicolaus Stenius, um dinamarques falecido em 1686, iniciar a decifração do grande livro de pedra da natureza. Foi ele que estabeleceu um ordenamento temporal para os fósseis que eram encontrados, criando destarte a noção de camadas ou extratos geológicos, base de todos os estudos e formulações subsequentes.
Tambem o sueco Nils Celsius realizou alguns estudos sobre os fósseis. Ele ousou sustentar perante o bispo luterano Rudbeckius, que a Bíblia não possuia autoridade alguma nos domínios da ciência; disto resultou ser perseguido pelos fanáticos e abraçar o papismo.
Celsius foi seguido pelo luterano Cuvier, o qual mesmo tendo analisado um grande número de fósseis e feito inumeras descobertas no ramo da paleontologia, opoz-se, por vezo religioso a teoria ventilada por Lamarck e por Saint Hilaire (com o qual travou amarga polêmica sustentado o fixismo) convertendo-se no principal advogado do criacionismo.
A Gideon Mantell (+1852) coube o mérito de reconstituir o primeiro esqueleto de um animal pré histórico, o iguanodonte, após o que montou e classificou outros tantos esqueletos. Richard Owen montou outros tantos fósseis, descreveu-os e cunhou o termo Dinossauro, com que ora designamos os gigantescos répteis do Cretáceo. Owen parece ter sido o primeiro paleontologo a admitir a evolução das espécies, inclusive antes de Ch. Darwin, apesar disto manteve-se sempre hostil a teoria da Seleção natural chegando a afirmar que era tão tosca quanto o criacionismo bíblico.
Desde então a Paleontologia jamais cessou de ampliar-se, beneficiando-se ano após anos com novas descobertas. Enquanto escrevemos estas linhas dois bravos cientistas expõe suas vidas com o intuito de capturar ao menos um exemplar do 'extinto' Paleodictyon nodosum nas gélidas águas do Mar do Norte.
Afirmar que todos os fosseis do mundo tiveram sua origem num evento sucedido a menos de cinco mil anos, é acrescentar mais um iten a lista de erros grosseiros e de mentiras deslavadas sustentados pelos criacioburristas em nome daquele que disse: Não dareis falso testemunho... Um erro leva a outro, uma mentira conduz a outra na girandola criacionista, afinal, quem não tem respeito pelo mandamento divino haverá de respeitar a ciência?
Eu mesmo cheguei a ouvir dos lábios de pentecostais e de jeovistas devotos que todos os fósseis haviam sido fabricados pelo capeta com o intuíto de desacreditar a Bíblia e ludibriar os pobres seres humanos (especialmente os diplomados!!! deus parece não gostar dos diplomados)... Eis que a parlenga criacionista não recua diante de nada, até converter o Demônio numa espécie de Criador... A importância dos fosseis no que diz respeito a evolução biologica é que eles testificam a complexização da vida a partir de formas mais simples e primitivas. Quanto mais recuamos nas câmadas geologicas exploradas - e por consequência no tempo - vamos nos deparando com formas de vida mais simples até chegarmos ao domínio absoluto dos seres unicelulares cognominados cianoficeas ou bactérias... Quanto mais avançamos no tempo, tanto mais aperfeiçoadas se tornam as formas...
Do mesmo modo que ao deparar-me com os restos de uma refeição num aposento vazio, estou autorizado a concluir que alguém alimentou-se ali e a inferir o que foi consumido durante a refeição, os fósseis autorizam-nos a reconstituir a estrutura e a vida dos seres extintos já a milhões e milhões de anos. O palentólogo é uma espécie de detetive e os fósseis as pistas de que se serve para formular suas conclusões. O que é impossivel para um leigo inépto: como calcular a idade, o sexo ou o regime alimentar e as vezes até mesmo as enfermidades que acometeram um determinado ser a partir de seu esqueleto; as vezes é até fácil para um antropólogo ou paleontólogo. O arrivista é incapaz de considerar: o estado da calota craneana, a dentição, a bacia, o estado do fêmur, etc e ainda por cima de ridicularizar o pesquisador.
Por isso está escrito: "O idiota ama a tolice e detesta o conhecimento."

Podemos ainda acompanhar e comparar os vestigios de um determinado animal - como o cavalo ou o camelo por exemplo - através dos extratos geológicos e logo, do tempo; deduzindo as alterações porque passou no decorrer das idades... sua dieta alimentar, sua relação quanto as modificações sucedidas no meio, o fluxo populacional da espécie, etc
II- O desenvolvimento dos embriões
Bem antes de Lamarck, Darwin, Wallace e De Vries tentarem demonstrar a evolução dos seres vivos, no ano de 1828, o Dr Von Baer salientou como os organismos de um mesmo Filo apresentam diversas semelhanças nas etapas primitivas de sua formação. Por exemplo, o girino nas fases iniciais de seu desenvolvimento assemelha-se mais a um peixe do que a uma rã adulta, já os embriões dos vertebrados são tão semelhantes entre si nas fases iniciais QUE É IMPOSSIVEL DISTINGUI-LOS UNS DOS OUTROS SEM PRÉVIO CONHECIMENTO DE MORFOLOGIA EMBRIONÁRIA... "É EVIDENTE QUE AS SEMELHANÇAS MAIS ACENTUADAS NAS PRIMEIRAS FASES SUGEREM RELAÇÕES DE PROXIMIDADE/PARENTESCO ENTRE OS ORGANISMOS." C S Carter in "Cem anos de evolução" São paulo, Ibrasa, 1959, pg 19
III - Os orgãos vestigiais.
Orgãos vestigiais são vestigios de orgãos atrofiados pelo desuso que se encontram presentes nos corpos de alguns animais como a baleia e o homem, dentre outros. A baleia contem em seu corpo os ossiculos de suas desaparecidas patas traseiras, ossiculos de todo inuteis e sem qualquer função fisiológica, remanescentes do tempo em que ela ainda caminava sobre a terra. Já nós outros possuimos o apêndice que serve apenas para fazer-nos sofrer ou morrer de achaques apendicíticos... pois até o presente momento fisiologista algum conseguiu atinar para que raio servem os tais apêndices... "Acredita-se que não há nenhuma função para o apêndice cecal no homem. Alguns pássaros possuem na mesma localização uma bolsa ("bursa") que é responsável pela produção de linfócitos do tipo B, podendo-se supor que o apêndice seja um resquício de uma estrutura semelhante no homem." Wikipédia
O fato de que algumas bactérias uteis à flora intestinal nele habitem não modifica em nada esta situação, isto serve tão somente para demonstrar que num determinado momento tais bactérias colonizaram este orgão vestigial convertendo-o num elemento 'util', mas de forma alguma vital ou mesmo funcional. Houve pois um processo evolutivo de interação entre um membro inutil, as bactérias e o organismo humano. Os orgãos vetigiais são testemunhas mudas, porém eloquentes sobre as transformações porque os organismos tem passado no decorrer do processo evolutivo...
IV - Anatomia comparada.
É preciso ser perfeitamente idiota para deixar de perceber a enorme semelhança existente entre todos os vertebrados cujo eixo é constituido pela espinha ou notocorda. Outra similaridade que não podemos omitir e a disposição dos quatro membros dianteiros e traseiros ou seja superiores e inferiores, desde as nadadeiras do sarcopterygii até nossos braços e pés passando pelas quatro patas dos anfíbios e répteis. Há que mencionar ainda as asas das aves...
Tais as credênciais ou garantias inequivocas fornecidas pelos teóricos da evolução. São fatos e contra fatos não há argumentos... Diante deles somos forçados a admitir que - no que concerne ao corpo ou ao substrato físico - os seres humanos descendem, não de símios ou macacos como costumam insinuar os despudorados criacionistas, mas de antropóides, primatas (sendo a euarchonta o mais primitivo), pequenos mamíferos (o mais antigo parece ter sido o cinodonte), répteis (o primeiro foi o Hylonomus), anfíbios (dos quais o primeiro parece ter sido a ichthycostega), peixes (dos quais o mais próximo dos anfibios parece ter sido o Panderichthys) até chegarmos a primitiva pikaia; mãe de todos os notocordados, e dai aos vermes, cnidários, espongiários, coanócitos, bactérias e virus, que são nossos antepassados mais remotos, tendo feito sua primeira aparição a cerca de quatro bilhões de anos no assim chamado caldo ou sopa primordial.
Quem quizer conhecer mais de perto toda esta História fascinante, que é a nossa História:
http://http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Cronologia_da_evolu%C3%A7%C3%A3o_humana
Mais adiante tentaremos historiar como surgiram esses primeiros homens nossos antepassados e a quais critérios recorremos com o intuíto de distingui-los dos demais primatas seus primos.
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