Hiper agia ai partenos Maria, akrantos Mitéra tou Khristos Theos - soson imas!
Batul Lala Marian Wallidat al illah - ʕawnu ni!

Nossos pais e avós foram protestantes, nossos tetravos papistas, as gerações do passado remoto no entanto foram Católicas, apostólicas e ortodoxas, e nós, consagrando todas as forças do intelecto ao estudo da coisas santas e divinas desde a mais tenra idade, reencontramos e resgatamos a fé verdadeira, pura, santa e imaculada dos apóstolos, mártires e padres aos quais foi confiada a palavra divina. E tendo resgatado as raízes históricas de nossa preciosa e vivificante fé não repousaremos por um instante até comunica-la aos que forem dignos, segundo o preceito do Senhor. Esta é a senda da luz e da justiça, lei do amor, da compaixão, da misericórdia e da paz entregue uma única vez aos santos e heróis dos tempos antigos.

João I

João I
O Verbo se fez carne




Hei amigo

Se vc é protestante ou carismático certamente não conhece o canto Ortodoxo entoado pelos Cristãos desde os tempos das catacumbas. Clique abaixo e ouça:

Mantido pelo profo Domingos Pardal Braz:

de pentecostal a ORTODOXO.

Jesus aos apóstolos:

"QUEM VOS OUVE É A MIM QUE OUVE E QUEM VOS REJEITA É A MIM QUE REJEITA."


A CRUZ É UM ESCÂNDALO PARA OS QUE SE PERDEM. MAS PARA OS SANTOS PODER E GLÓRIA DE DEUS.

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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

De pentecostal a Ortodoxo - Nosso testemunho pessoal!

Jesus Blessing
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"Este livro não foi escrito contra os protestantes e sim contra o protestantismo." Hoeninghaus in 'Reforma contra a reforma'



Neste artigo o amigo leitor encontrará os seguintes assuntos:

  1. Os roteiros do sectarismo
  2. A opinião de Lutero a respeito das causas das doenças era idêntica e de nossos pentecostais
  3. O inspiracionismo e suas consequências
  4. Meu regresso a casa paterna.
  5. Evolvendo sempre, de assunção em assunção



Minhas origens

Por parte de meu falecido pai, o cidadão lusitano Joaquim Grillo Braz, descendo tanto de mouriscos (muçulmanos convertidos ao papismo) quanto de marranos ou Cristãos novos de ascendência judaica.

Assim sendo ao menos dois quartos de meu sangue são de origem semita ou semítica, fato este que não exalto (como louco) nem deploro (como xenófobo) mas que a luz da Filosofia cínica tenho em conta de absolutamente irrelevante. Minha questão com os hebreus e os árabes - tenho repetido diversas vezes - não é - nem poderia ser!!! - étnica ou racial mas religiosa ou cultural; em torno de crenças, princípios e valores, não de genes.

O problema da Cultura e meu ponto de vista

A mim me é defeso, na qualidade de criatura racional e livre, encarar a ambos os sistemas religiosos - hebraico e muçulmano - como equivocados e o protestantismo como uma espécie de judaização ou islamização do Cristianismo  (E, consequentemente, como um fator de apostasia), a transcendência absoluta como um veneno mortal e a cultura produzida por ela como valorativamente inferior a que nos foi transmitida pelos antigos gregos e romanos ou a que tem sido construída pelo homem moderno na Europa; em especial na França, durante os últimos séculos. (Refiro-me ao matriz humanista de um Mably, Morelly, Lammenais, Bloy, Mounnier, Barres, Brunettiére, Bernanos, Mauriac, Maritain, etc)

O propósito

Por meio desta narrativa desejo informar ao leitor curioso e benevolente como tendo nascido protestante conservador, fundamentalista, fetichista e sectário; cheguei a adquirir um outro tipo de perspectiva ou pensamento em certo sentido oposto, rompendo decididamente com as tradições ancestrais ou com o que me fora dado pela natureza ou cultura. Trata-se pois de minha história e trajetória, a um tempo intelectual a outro religiosa e ética ou melhor de minha evolução espiritual.

Afinal, como tantos e tantos eu bem poderia ter permanecido fiel a ideologia ancestral e paralisado como uma ostra sobre um pedregulho... Todavia como o aparelho sensorial dos humanos é muito mais desenvolvido que o das ostras optei por fazer uso dele e assim por portar-me como autêntico 'homo sapiens', isto é, como alguém que procura informar-se, saber, analisar as evidências e pesar os argumentos ao invés de reproduzir automaticamente aquilo que é ensinado por pretendidas autoridades familiares ou religiosas. E por não conformar-me com o que pela natureza fora dado, tomei a via crítica...

Tal tomada de consciência implicava submeter as crenças familiares a 'prova'... fosse a prova da autoridade a que costumavam apelar insistentemente (O Evangelho) fosse a prova da coerência interna ou da razão. Foi este um momento traumático e decisivo para mim - esta adesão ao pensamento crítico - e por isto desejo que todos tomem conhecimento dele tendo em vista as dificuldades porque passei e o fim a que cheguei.

Trata-se duma experiência significativa e preciosa para mim, a qual; por isto mesmo, desejo partilhar com tantos quantos comungam da mesma condição...


Legado paterno...

Meu bisavô paterno - Braz Jerônimo - chegou a ingressar no seminário de Arcos e receber as ordens menores segundo o ritual da igreja romana, a qual minha família - descendente de mouriscos como já foi dito - era extremamente dedicada. Na vila dos Prados (Pinhel) era ele o único habitante que por saber latim era capaz de responder a Missa. Em decorrência disto exerceu o ofício de sacristão ou acólito até o dia de sua morte sucedida pelos idos dos anos 40...

Uma de suas irmãs guardava as chaves da igreja paroquial, outra zelava pelos altares e estátuas dos santos e uma outra pela conservação das alfaias e paramentos...

Meu avô paterno - que chegou a ser intendente do lugarejo - foi quem forneceu os recursos necessários para reparar a torre da igreja e nela inserir um relógio. Como no entanto fosse um homem de caráter extremamente cruel e desumano acabou dispondo os filhos a incredulidade e a revolta, especialmente meu pai, que era o primogênito.

Também minha avó Maria, era notadamente religiosa ou como se dizia 'devota' ou 'beata', acorrendo assiduamente aos ofícios da igreja, os quais naquele tempo obedeciam ao ritual tridentino e eram abrilhantados pelo canto gregoriano. Ao que se diz ela acreditava conversar com os anjos e santos... e pessoas de sua família teriam presenciado os 'supostos' sinais da Fátima.

Tendo passado ao Brasil bastante jovem meu pai acabou sendo, quase que de imediato, cooptado pelo movimento anarco sindicalista e aderindo a ideologia ateístico-materialista com certos vernizes panteístas. Quiçá tenha lido as obras de Lizandro de la Torre ou de Rogélio Ibarreta...


Um pai educador

Apesar disto, ao contrário de seu pai (meu avô), meu pai era um homem extremamente bondoso, afável, cortês e sobretudo instruído. Assim quando atingi a idade de quatro anos começou a ensinar-me, ele mesmo, as primeiras letras e as artes do cálculo possibilitando que ingressasse na escola praticamente alfabetizado ou 'adiantado' como se dizia então. Graças a ele, antes dos cinco anos, havia lido meu primeiro livro as 'Aventuras de João siri'.

Ao entrar na quadra dos doze já havia lido Mika Waltari (O egipcio), Dostoievsky (Crime e castigo), Defoe, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz... além de toda série infanto juvenil da Sra Leandro Duprê (A saga do cachorrinho Samba) e da Coleção Vagalume, a ponto de decorar capítulos inteiros...

Aos cinco anos de idade papai principiou a iniciar-me nos mistérios da História universal, da História portuguesa, da História nacional, da Geografia física e da Geografia política, etc sabatinando-me quase que diariamente. Tinha além disto, a minha disposição, os livros que haviam pertencido a meu avô paterno, os quais costumava ler e reler com grande prazer.

Minhas professoras

Graças a ele, como já disse,  pude situar-me a frente dos colegas de estudo e tornar-me uma espécie de auxiliar ou secretário dos professores de História e Geografia, em especial das professoras Regina Marta  e Milena Gianonni, as quais rendo preitos de eterna gratidão já pela competência invulgar, já pela amabilidade e polidez. Quando tornei-me quinto anista elas já eram senhoras e estavam prestes a aposentar-se devendo ter iniciado suas respectivas carreiras na década de 50, o método era tradicional, a competência no entanto era exímia e a dedicação imensa.

Naquele tempo - meados dos anos 80 - a maior parte dos estudantes procedia de famílias bem estruturadas. Era um ensino mais ou menos seleto e por isso predominavam os bons modos. A 'educação' era dada em casa e dela trazida e a disciplina imaculada. Até a oitava série jamais ouvi qualquer colega responder ao mestre em voz alta ou insulta-lo. Mesmo quando atingi o ensino médio, no final daquela década, e passei a outra escola, prevalecia um ambiente favorável aos estudos. Cerca de 1993 foi que as coisas começaram a mudar sensivelmente.

A meu velho pai, portanto, devo tudo quanto sou, inclusive a felicidade de ter cultivado os estudos filosóficos e por fim de ter encontrado e abraçado a fé Ortodoxa; isto porque foi ele quem predispoz-me a tais ascensões ao incutir- me na alma o gosto e o amor pelo saber; pré requisito essencial a todo e qualquer progresso nos domínios do conhecimento, seja profano ou religioso. Este amor intenso pela instrução e pelo saber ou hábito é que me tem servido, até o presente dia, de lenitivo em meio as agruras da existência, mitigado os dissabores, serenado as inquietudes e proporcionado incontáveis momentos de alegria e contentamento.

Na observação da vida, da natureza e dos fenômenos encontrei alegria e contentamento diários... na Biblioteca um meio de conversar com os  que já estão mortos sem precisar evoca-los... no Trabalho quotidiano a enfermaria da mente... no sono tranquilo e sereno um repositório de energias.

Meus costados maternos

No entanto tal a geração do homem, tal a moeda...

Uma e outra tem duplo aspecto: a moeda duas faces ou lados, a geração dois ramos: paterno e materno.

Diante disto, após ter memorado minhas origens paternas, cumpre descrever as origens e a família de minha veneranda mãe, por cujos costados recebi - juntamente com o sangue - os venenos da transcendência absoluta e o vezo do fetichismo. Tal herança no entanto redundou em meu maior benefício e suprema vantagem, como se sucede amiúde aqueles que amam e buscam sinceramente a verdade...


Experiencialidade protestante


É justamente graças a ela que tendo entrado e saído da ideologia protestante - como quem passou e não ficou! - posso revindicar um conhecimento experiencial do protestantismo e opo-lo a visão ingênua e idealizada típica dos espíritas, ortodoxos e romanistas. Foi justamente este contato inicial com o protestantismo que veio a plasmas meu pensamento anti ecumenista, alimentado ademais por uma concepção filosófica não relativista.


Raízes papistas


Pelo lado materno meus ancestrais eram de origem espanhola e italiana, misturados em parte com a gente da terra (ou seja indígenas de Ubatuba). Da parte dos ancestrais italianos minha bisavó recebeu aquele tipo de 'catolicismo' ou romanismo popular e folclórico, o qual resumia-se com assistir os principais atos do culto: Missa, adoração do santíssimo, ladainhas, Te Deum, etc oficiados na vetusta Igreja do Valongo, em Santos; santuário de antigas tradições, cujo aspecto no entanto, pouco me agrada. Minha bisavó era muito dada a tais cerimônias; embora pouco ou nada soubesse a respeito da doutrina ou da fé.

Assim sua fé - como a de quase todo povo naquele tempo - era mais sentimental ou emocional do que teológica ou consciente...

A trajetória religiosa de minha avó materna

Vovó Leonor, desde menina, mostrou forte tendência a prática religiosa.

Comungava todos os Domingos, jejuava e confessava; amiúde no Valongo. Até onde sei, durante numa destas confissões o padre teria feito algumas perguntas inconvenientes (Minha avó sempre tendeu ao puritanismo extremo)... as quais tendo sidas mal interpretadas por minha avó, levaram-na a esbofetea-lo...

Foi o que costumamos classificar como escândalo e quanto bastou para esta minha avó incompatibilizar-se com a igreja romana e a afastar-se de suas práticas. Antes disto no entanto faz-se necessário registrar que a exemplo da maior parte dos parentes e das amigas, minha avó já havia tido contato com o espiritismo kardecista, após um de seus irmãos ter sido vitimado pela gripe espanhola. Creio que isto se deu pelos idos de 1913.

A bisavó no entanto continuou assistindo regularmente as missas e ofícios como era hábito seu.

Quanto a minha avó, sob os auspícios de uma amiga, não tardou a tornar-se frequentante assídua do espiritismo e, posteriormente, a atuar como médium num dos diversos centros da cidade. Isto pelos idos de 1920/22. Quando mamãe (1932) e meus tios (1922, 1926, 1930) vieram ao mundo, vovó já era fervorosa discípula de Allan Kardec e fiel consumidora de beberragens homeopáticas.

Seja como for, quando minha mãe contava com cerca de cinco anos de idade (1936) a avó (contando já com mais de 40 anos) teve um surto psicótico; tendo de ser conduzida a Itapira, hospitalizada e isolada. Parece ter sido um caso de depressão pós parto agravado por certas 'intrigas familiares'... seja como for esta minha avó ficou completamente maluca e extremamente agressiva, ao menos quando surtava.

Desde 1929 - após a famosa crime econômica em virtude da qual perdera grande parte de seus bens (terras e imóveis) -  a bisavó - crendo ter sido desamparada pelos Santos da igreja romana (dos quais sempre fora devota)  - a exemplo da filha, também deixou de prestigiar os atos do culto romano, sem no entanto envolver-se com o espiritismo ou com qualquer outro tipo de fé e tornando-se, como dizemos hoje, indiferente ou irreligiosa.

A passagem da família ao protestantismo

Lamentavelmente, a indiferença da bisavó Adelina durou muito pouco tempo. Pois já em 1935, a instâncias duma comadre 'recém convertida', travou contato com a famigerada 'Assembléia de Deus' e, pouco tempo depois, passou a frequentar-lhe os cultos regularmente. Isto se deu justamente quando minha avó, que permanecera, até então, fiel ao kardecismo, enlouqueceu e - como já dissemos - teve de ser hospitalizada em Itapira.

Nesse mesmo ano - 1936 - a bisavó tomou a decisão insólita de rebatizar-se e como sinal de fé, ou melhor de fanatismo, fez despedaçar e queimar nosso lindo oratório de jacarandá, que com as figuras dos santos, havia sido legado pelos piedosos ancestrais... Tais os fastos do iconoclasticismo, da selvageria e da barbaria, peculiares ao fundamentalismo bíblico.

Destruída a obra de arte, a bisavó dirigiu-se a supradita seita e banhou-se nas águas, tornando-se oficialmente protestante. S Cipriano no entanto afirma que "O Batismo das seitas nada purifica mas contamina." ,e nós recebemos seu testemunho como verídico.

Posteriormente - isto é após a bisavó ter ido para seu próprio lugar em 1945 - uma de suas filhas (que havia abandonado a seita Batista e se tornado indiferente) declarou que tendo ido a uma sessão espírita lá manifestou-se a bisavó Adelina, lamentando-se amargamente de ter aderido ao protestantismo e asseverando que estava num lugar de expiação pagando por seus pecados. Não posso dizer que isto seja verdadeiro, mas também não posso dizer que seja falso... Os protestantes, que são peritos nos escritos dos judeus, sabem muito bem que uma medium de Endor foi capaz de chamar com sucesso ao espírito do sacerdote Samuel...

Durante os dois anos subsequentes a conversão de minha bisavó (ou seja até meados de 1938 - 9) não houve dia da semana ou do mês que não levantasse vidente ou profeta, no templo em que ela frequentava, com o intuito de anunciar o pronto restabelecimento de sua filha, minha avó, internada em Itapira... E no entanto, o estado de saúde de minha avó, tanto mental, quanto físico, agravava-se dia após dia.

Até que - com o passar do tempo e a reedição das mesmas profecias - a bisavó, foi perdendo sua fé na 'Assembléia de Deus' (1940). Foi quando instada por outra vizinha, decidiu assistir a reunião de uma seita rival, a não menos famigerada 'Congregação Cristã do Brasil'. E lá chegando, sucedeu-se um daqueles inúmeros fenômenos paranormais ou metapsiquicos que tanto mexem com o imaginário de nossos pentecostais analfabetos, a ponto de impressionar até mesmo os incrédulos de baixa extração.

Refiro-me ao fenômeno da telepatia - devidamente corroborado pelo pesquisador Warcollier - o qual sob a alcunha de 'profecia' costuma ser explorado por eles...

Mal minha bisavó entrara na sala de reuniões da CCB, levantou-se um 'profeta' anunciando-lhe que chegara a hora da graça para sua filha - minha avó - caso ela - a bisavó - fosse imediatamente a Itapira busca-la. Pois obedecida a ordem divina, a enferma haveria de ser completamente curada pelo poder do espírito santo naquele mesmo local. Diante de tais palavras de encorajamento Dna Adelina não hesitou, partiu no primeiro trem para Itapira, retirou a filha do hospício, trouxe-a de volta a Santos e conduziu-a a sala da CCB, onde - segundo dizem - foi 'miraculosamente' curada, recobrando a sanidade mental. Isto é o que se conta e diz porque em verdade minha avó jamais deixou de apresentar certos tiques e jamais tornou-se perfeitamente 'normal', apenas cessou de surtar.

E se cessou de surtar é justamente porque a enfermidade de que sofria era de fundo mental ou afetivo e não de fundo somático ou físico. Do contrário as orações e a auto sugestão não teriam produzido efeito algum e teria permanecido maluca.

Seja como for - diante disto - tanto minha avó quanto os irmãos mais velhos de minha mãe foram todos 'rebatizados', enquanto minha bisavó, os demais filhos e netos (que já havia sido rebatizados na Assembléia de Deus) foram rebatizados pela segunda vez, arrenegando o batismo da Assembléia de deus, segundo a praxe da CCB. Sendo assim praticamente todo ramo materno de minha família tornou-se protestante, sectário e pentecostal cerca de trinta e cinco anos antes que a este que vos escreve fosse dado ver novamente a luz deste mundo.

Após o restabelecimento de minha avó, a bisavó - fanatizada - decidiu consagrar sua vida inteiramente ao novo deus, a ponto de burlar os ensinamentos da CCB - no que diz respeito ao ofício da mulher - e de anunciar publicamente sua nova fé em pleno porto de Santos, distribuindo Bíblias e folhetos de índole religiosa a marinheiros, turistas e transeuntes. Nem preciso dizer que sua atitude fez escândalo.

Uma família: diversas seitas

Logo após a morte da bisavó - que faleceu com cerca de 60 anos em 1945 - a família cindiu-se em três grupos religiosos e rivais: Congregados (minha avó e filhos), presbiterianos e batistas (irmãos e primos de minha avó). Por esse mesmo tempo uma das irmãs de meu avô materno (esposo desta minha avó Leonor) professou na Assembléia de Deus... Desde então introduziu-se em nossa família a dissidia religiosa, pois cada grupo ou membro tomou a peito demonstrar que o outro estava equivocado por não compreender O VERDADEIRO SENTIDO DA 'Bíblia'... isto é a mesma Bíblia que todos liam e estudavam tão ativamente... E QUANDO NASCI ESTAVAM EM GUERRA.


Terrorismo protestante

Quanto a mim mesmo, desde cedo, fui 'gentilmente convencido' a acompanhar minha avó e minha mãe aos cultos da CCB. Quanto aqueles - dentre os jovens que eu conheci - que recusavam-se a ir a seita eram persuadidos de diversas maneiras seja pela privação do alimento, da liberdade de brincar ou mesmo da liberdade de ir e vir; até que 'reconsiderassem' e optassem por assistir a tais reuniões... havia ainda aqueles que eram corrigidos pela vara ou literalmente 'surrados' segundo o modelo bíblico... Nós no entanto não sofríamos qualquer castigo graças a meu pai, que era 'incrédulo'...

Todavia como tínhamos a lingua solta e fazíamos, vira e mexe, alguma pergunta ou comentário indesejável (isto com sete ou oito anos de idade) eramos frequentemente exorcismados pelas piedosas matronas de birote: aos gritos de - Sai chifrudo desse menino... Sai capeta...

Não hesito nem temo classificar tais recursos como verdadeira 'inquisição' familiar e terrorismo religioso posto em prática pela maior parte das famílias protestantes das mais diversas seitas.

Alias, digo 'gentilmente convencido' - moralmente constrangido - porque livre e conscientemente jamais teria me associado aquele tipo de gente fanática, obtusa e grosseria, mesmo sendo um menino.

Sentido Católico

Parafraseando Mme Elsie Dubugras posso até dizer que já nasci romano, anglicano ou melhor Católico Ortodoxo (TRADICIONALISTA/EPISCOPAL) e como tal, infenso ao espiritualismo descarnado e platonizante prevalecente nos meios protestantes; a transcendência absoluta e inexistência de representações  tão característicos das seitas bíblicas; a ausência de símbolos e de um ritual religioso comum... Toda aquela falta de ordem e sobriedade, aquela franca anomia, aquele improviso... tudo ali despertava minha repugnância e me desagradava. Ouso dizer que antes de conhecer o padrão Católico ou Ortodoxo já aspirava por ele e já o desejava.

Olhar para aquelas paredes nuas, caiadas de branco e para aqueles homens de terno e gravata que saltavam balbuciavam, tremiam e berravam a plenos pulmões era extremamente mortificante para mim... sentia-me deslocado, fora de lugar, isolado, perdido, incomodado...

Toda aquela frieza, desordem, barulho e confusão, molestavam-me e eu não me sentia bem ou feliz ali. Desde muito cedo aspirava por paz, ordem, temor, reverência, piedade, beleza, coerência... se bem que não soubesse ao certo que fossem tais coisas. Assim era menino ou moço e já sofria pois tinha medo de desgostar a Jesus Cristo a um lado e a outro sonhava com coisas que na prática ignorava.

Interessava-me muito pela figura da Mãe de Jesus e até posso declarar que já sentia certa reverência por ela, embora os protestantes fossem absolutamente reticentes neste sentido. Também sentia certo encanto e atração pelo símbolo da Cruz (porque hoje tenho grande devoção) embora a CCB classificasse tal símbolo como 'maldito', eu no entanto já havia lido nos escritos de Paulo que a Cruz era loucura para os ímpios mas para os fiéis virtude e glória de Deus, e por isso não concordava com eles e entrava em contendas. Eles declaravam que eu estava equivocado, mas eu sabia bem o que tinha lido.

Estas discussões foram amargas. Eu costumava levar a sério tudo quanto lia no Evangelho e nos escritos dos apóstolos e, assim sendo, a questionar as doutrinas protestantes da Cruz, da Virgem, da Eucaristia, etc Mas eu não partia da doutrina Católica, porque não a conhecida. Apenas encarava os textos como sagrados e buscava o sentido mais simples e natural. Assim desde cedo percebi que os protestantes atribuiam arbitrariamente a escritura o sentido que mais os agradasse ou que considerassem ser o mais apropriado... foi devido a esse caráter subjetivo e arbitrário que fui tomando ódio ao livre exame e aspirando por outro padrão ou critério que eu ignorava. Pois aspirava por um Cristianismo objetivo e bem definido.

Meu estado de espírito

Como o filho pródigo da parábola aspirava pelo pão dos filhos mas recebia apenas as bolotas do escravo...

Minha condição racional sentia-se profanada em seu amago mais profundo e eu desejava não estar ali.

Aquele culto não correspondia aos anseios da minha alma, aos desejos de meu coração e ao caráter do meu intelecto; apenas a música, que era bela, confortava-me um pouco. Em meio tanto emocionalismo, a tantas discussões, a tanta inexatidão, a tanta insanidade... eu me sentia como Ulisses na cova de Polifemo...

Encarcerado naquela caverna mais tenebrosa que a de Platão eu aspirava por contemplar a beleza da verdade mas, tudo quanto via eram sombras: sombra de doutrina, sombra de culto.... Sombras, sombras nada mais como diz a música.

Quantas vezes, sendo ainda menino, não cogitava a respeito dos motivos que levavam tantas pessoas a gritar futilmente com Deus, uma vez que ele é, como define a piedade Espírito plenisciente, por penetrar todas as coisas e conhecer nossos pensamentos mais recônditos antes mesmo que sejam formulados... Minha própria minha dizia ser errado gritar com os pais e os mais velhos!!! E no entanto aquelas pessoas estavam habituadas a berrar com o próprio deus... e eu ficava atordoado e sem saber o que pensar.

Foi quando ouvi a leitura do livro dos Reis sobre a disputa de Elias com os profetas de Baal. Diante disto fiquei convencido de que o culto protestante, correspondia exatamente aquele culto bárbaro descrito no livro dos judeus e não ao culto estabelecido por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo ou aquele tipo de culto sóbrio e racional determinado pelo Apóstolo.

Longe de mim por em dúvida que houvessem ali inumeros corações voltados para Deus Nosso Pai, todavia que pesado tributo não pagavam tais corações, aos caprichos da vontade humana naquilo que tem de mais rasteiro e vulgar. Quisera desassociar-me mas era uma moleque de seus doze anos e temia magoar minha mãe e minha avó chamando sobre mim a reprovação da família. Com toda inocência mantinha as aparências e humildemente suplicava a deus para que me converte-se a si.

Embalde procurei - dia após dia - encontrar algum vestígio ou traço beleza naquele local, no entanto, a exceção da melodia; nada encontrei... Nada de reverência, nada de piedade, nada de recolhimento, nada de devoção, nada se sobriedade, nada de racionalidade... Nada além de arroubos histéricos associados a sons inarticulados, gritos, ruídos e exaltação dos sentidos; misticismo barato e emocionalismo patético. Tudo ali era fogo, tremor e vendaval... eu no entanto aspirava por uma brisa leve e suave como aquela porque Elias havia sido visitado na montanha.. por uma brisa que trouxesse ao menos um pouco de beleza ao jardim emurchecido de minha pobre alma.

Era moço e já me sentia velho e curvado devido a inquietação religiosa porque era consumido.

No reinado da incoerência

Também não compreendia porque as famílias deviam separar-se umas das outras no decorrer do serviço religioso, indo homens para um lado e mulheres para o outro. Se a família (do tipo burguês) era, como alegam os líderes e profetas, uma instituição divina ou sagrada, tal separação tocava ao absurdo... Eu odiava ter de separar-me de minha avó e de minha mãe e ser posto naquele curral masculino com uma multidão de estranhos e desconhecidos com os quais não tinha afinidade alguma.

Jamais tive audácia suficiente para perguntar a qualquer um daqueles nobres e respeitáveis senhores de paletó e gravata sobre o motivo de repetirem - como papagaios ou discos quebrados - centenas de vezes as mesmíssimas palavras: glória, aleluia, amem, misericórdia, etc se conforme eles mesmos viviam dizendo que Jesus havia proibido o emprego de vãs repetições... Cheguei a contar cento e oitenta e sete glórias num só culto e a constatar - mais tarde - que entre tais preces e as ladainhas papistas não havia qualquer diferença... apesar de condenadas as repetições estavam e pelo que vejo ainda estão em voga no pentecostalismo mais do que no papismo, embora sejam empregadas aleatoriamente ou seja sem qualquer arranjo.

De fato os pentecostais são tão cegos e alienados a ponto de não perceberem que empregam mais repetições do que seus inimigos os papistas... pois é um tal de glória e aleluia que corre como sangria desatada!

Mais uma vez estavam nossos protestantes soprando trave em vista alheia sem cuidar do próprio cisco... tal e qual costumam fazer contra os iconófilos e necromantes, logo eles, que saboreiam carne de porco e carne sufocada com sangue... petisco condenado pela mesma Torá de Moisés...

Mero oportunismo

Citar o antigo testamento contra seus adversários citavam e continuam citando a todo instante; observa-lo porém, nem sequer na mente ou na imaginação... Diante dos espiritas, papistas ou ortodoxos apresentam o pentateuco como equivalendo a 'pura palavra de Deus'; todavia quando apontamos no mesmo pentateuco as centenas de dispositivos que eles, protestantes, inobservam; dizem que isto e aquilo foi abolido (KKKKK)

Veja só - palavra de deus (que não nos agrada) abolida!!! E parte que nos agrada e convém 'palavra de Deus' válida. E depois ainda ousam dizer que o mesmo deus é imutável... Haja diletantismo! Eramos meninos e já conheciamos o 'segredo do rei' i é que o velho testamento era objeto de seleção arbitrária, tipo: unidunite salame minguê ou minha mãe mandou escolher este da qui... O que favorecia a lei protestante era canonizado e mantido, o que não favorecia descartado...

Lembrei-me certa vez dos fariseus que colocavam fardos pesados sobre os ombros alheios... afinal os protestantes só se servem do antigo testamento e lembram-se dele quando se trata de atacar o papismo, o espiritismo e a ciência. Discordava desta abordagem oportunista, diletante e arbitrária mas não sabia o que pensar pois a um lado não podia admitir a validade do A T e por outro ignorava a distinção entre o Decálogo e o resto...

Fosse bom o antigo testamento, em sua totalidade, os protestantes não hesitariam em pô-lo em prática ou em observa-lo; cumpri-lo e executa-lo a exemplo dos judeus ortodoxos... crer como creem os judeus querem, viver como vivem os judeus não querem; porque viver como judeus é difícil e os protestantes só apreciam o que é fácil, conveniente, oportuno e comodo: fé, discurso, teoria, palavrório, opiniões, palpites, doutrinas esquisitas ... praticar não praticam nem mesmo os mandamentos promulgados por Jesus Cristo no sermão da montanha recorrendo maquiavelicamente ora a Paulo ora a Lutero com o intuito de invalida-los!!! Eis como S Paulo e 'S Lutero' emancipam os protestantes da lei de Jesus Cristo e indicam-lhes um caminho largo e plano... Uma salvação mágica e fácil...

E já havia percebido entre eles duas tendências extremistas e igualmente monstruosas...

Pois na mesma medida em que alguns poucos pretendiam restabelecer a lei de Moisés e o padrão legalista dos antigos fariseus e escribas em sua totalidade; outros, a exemplo de Lutero, aspiravam por abolir todo tipo e espécie de lei, inclusive a lei moral da consciência e o padrão evangélico decretado pelo Verbo. Os primeiros exclamavam: Moisés é nosso legislador porque traço algum da Lei foi abolido, enquanto os demais replicavam: Cristo jamais apresentou-se como legislador; assim sendo salva-mo-nos pela fé somente e salva-mo-nos em nossos pecados... Tanto na CCB quanto na AdD legalistas e solifideistas terçavam armas e lançavam dúzias ou centenas de textos e passagens uns contra os outros... uns tendiam ao antinomiasmo e outros ao puritanismo e legalismo extremo... COM BASE NA LEITURA DO MESMO LIVRO!!!


Completamente perdido...

Em meio a esta batalha, conflito, guerra ou duelo escriturístico que jamais terminava ou chegava a qualquer lugar sentia-me mal.

Eram vidas inteiras gastas em meio a controvérsias inúteis, consequentemente dúvidas e mais dúvidas iam acumulando-se em minha mente juvenil...

Tanto mais opiniões, interpretações e sentidos diferentes conhecia mais perplexo ficava.

Eram tantas 'verdades' quanto cabeças. Um dizia isto e outro aquilo sobre a pessoa e os ensinamentos de Jesus Cristo.

Ansiava por uma resposta contundente, ansiava pela posse da verdade plena, ansiava por algo de objetivo, anelava por algo concreto...

O protestantismo tudo quanto o protestantismo oferecia-me eram palpites...

Destinado a liderança!

Vovó, sem embargo, acalentava a vã esperança de que um dia eu chegasse a tornar-me ancião ou doutor de sua seita.

Parafraseando o grande Darwin eu bem poderia ter dito a pobre anciã: "Que terrível profeta ou pastor haverei de ser minha avó."

Seja como for era necessário ter afinidade com as escrituras. Pelo que entregava-me com afinco, sobretudo a leitura dos Evangelhos e dos Salmos dos judeus. E tanto mais lia, estudava e compreendia tais escritos ia percebendo a nítida diferença entre o Jesus anunciado pelos pregadores e líderes e o Jesus dos Evangelhos.

Por esse tempo fui encaminhado pelo próprio governo a um Colégio modelo, destinado a crianças 'super dotadas' como se dizia então. Meu Q I foi medido e meu pai advertido de que me seria facultado ingressar num projeto educativo de vanguarda. Com o apoio de meu pai passei a estudar sob regime integral durante dois dias da semana.

A paixão e morte de minha avó e as falsas profecias!

Quando completei oito anos de idade foi que minha avó Leonor sofreu o primeiro AVC.

Não me recordo de que, enquanto sã, a velhota tivesse ido ao médico sequer uma vez, feito qualquer exame, medido a pressão ou tomado algum remédio...

Habitualmente, quando enfermava, vovó limitava-se a por um copo d água junto ao rádio durante a oração feita pelo missionário pentecostal Davi Miranda. Terminada a oração ou melhor a declamação, servia-se daquela água qual fosse uma panaceia ou teriaga.

Assim Miranda vende água que não é dele e os homeopatas e espiritas levam a fama... Ao menos os espiritas e homeopatas vendem suas próprias águas, enquanto o Davi vende água paga com o dinheiro alheio e temperada com palavras mágicas... Mistérios do protestantismo e como tais, mais profundos do que o mistério da nossa SSma Trindade.

Em situações mais graves a velha mandava chamar os profetas da seita para ser ungida com óleo, pois os estatutos da CCB referem-se a um arremedo de Evkelaion... eles ungem os parvos com óleo de cozinha e convencem-nos de que estão curados... o que acontece depois encontra-se perfeitamente descrito pelo hipnólogo Fábio Puentes em seu magnífico livro 'Hipnose, Marketing das religiões': se a enfermidade é de fundo afetivo ou psíquico a auto sugestão produz a cura, se é de fundo somático ou físico, cessam os sintomas produzindo-se a ilusão da cura e posteriormente a recaída e a morte jamais divulgadas...

Mesmo sem saber, minha avó estava a observar fielmente os preceitos do Dr Lutero:

"Estou convencido de que a cegueira, a mudez, a surdez e a maior parte das doenças são causadas pelo demônio. Neste caso a ciência dos médicos incrédulos não serve para nada, só a oração pode salvar o enfermo. Esses médicos orgulhosos não sabem de nada..."


E como cada qual colhe fatalmente os frutos que semeia, minha pobre avó colheu uma hemiplegia incurável, expiando presa a uma cadeira durante três longos anos.

No entanto, mesmo enquanto achava-se presa aquela cadeira, definhando; não houve ano ou mês sequer, em que algum profeta não vaticinasse seu pronto restabelecimento pelo poder e para a glória do Senhor Jesus...

E com a Bíblia na mão, em nome do espírito santo, asseveravam que o 'deus do impossível' não tardaria a 'fazer a obra' e a devolver a saúde e o vigor aqueles membros já atrofiados e ressequidos...

E acrescentavam, como fazem ainda hoje, que o deus deles era capaz de fazer brotar membros amputados, de ressuscitar pessoas mortas a uma semana, de libertar do câncer e da AIDS, etc Bastando que para isto, o futuro beneficitário exercesse fé (pois na CCB não cobravam dízimo) no sangue de Jesus...

Quantas vezes não ouvi eu mesmo semelhante parlenga e quantas vezes não falhou miseravelmente!!! Digam as paredes de sua casa que ainda encontram-se de pé!!! E testemunhem no último dia contra tal gênero de charlatães que infestam o mundo.

Das circunstâncias em que os falsos prodígios acontecem.

Nós no entanto, não nos dado por vencidos ousavamos indagar do pregador em que circunstâncias tais eventos haviam sido realizados. Sucedendo-se a repisada instrução segundo a qual o prodígio acontecerá no interior do pais, durante a calada da noite e na presença de alguns poucos membros da comunidade segundo lhe fora relatado pelo irmão X que ouvirá do irmão N... tudo muito vago, muito impreciso, muito misterioso como sempre. Sem qualquer laudo, qualquer testemunha isenta ou qualquer tipo de gravação... TUDO MUITO DIFERENTE DAQUILO QUE NOS É TRANSMITIDO PELO EVANGELHO.

Afinal Jesus realizava seus verdadeiros milagres publicamente, em plena luz do dia e cercado por seus inimigos...

Posteriormente, quando éramos já professores, após termos ouvido mais uma narrativa sobre ressurreições provocadas pela fé, pergunta-mos a aluna se havia algum atestado ou laudo comprovando que aquela pessoa havia estado morta e recobrara a vida. A aluna asseverou-nos que sim e comprometeu-se a levar tal documentação a escola, apresentando-me a mim e a turma no dia seguinte. JÁ SE FAZEM QUASE QUINZE ANOS E ESTAMOS ESPERANDO TAL DOCUMENTAÇÃO ATÉ HOJE...

Foi assim que ao cabo de três anos - e após ter cuspido centenas ou milhares de pílulas... - minha avó saiu mesmo da cadeira mas para passar ao leito, após um segundo AVC... De certo modo a profecia - como na antiga Grécia dos oráculos capiciosos (Cf Fontenelle 'História dos oráculos') - fora cumprida, pois a velhota saíra da cadeira... mas não para caminhar ou saltar como uma gazela.

Após este segundo AVC foram mais três ou quatro anos de sofrimentos e misérias indescritíveis...

Agora pasme o amigo leitor: durante todo este tempo os profetas jamais deixaram de anunciar o livramento da infeliz e de acenar com milagres em nome do deus maravilhoso que opera o impossível. E bem se vê que a esperança deles é material e para o corpo e não espiritual para a vida eterna...

Efetivamente o sadismo dos profetas chega as fronteiras da insanidade. Com que facilidade não se aproximam dos aleijados e mutilados com o intuito de insuflar-lhes falsas esperanças e com que dificuldade prestam qualquer auxilio real e verdadeiramente cristão como cuidar deles por algumas poucas horas enquanto os filhos ou parentes resolvem algum problema ou simplesmente repousam... Obras por obras os sectários prezam apenas as estrondosas e sobrenaturais. As obras simples e 'corriqueiras' determinadas pelo Evangelho - dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, etc - parecem atribuir muito pouco valor. Tal a escuridão e treva espiritual em meio a que rastejam enquanto acenam com todo tipo de maravilhas e prodígios aparentes...

Até que após quase sete anos de padecimentos vovó foi de fato libertada não pelas orações ou pelo poder dos videntes de meia tigela, mas pela mão generosa de nossa irmã morte. Passou destarte do catre a tumba sem que se cumprissem os vaticínios da crentalhada fanática... e nada fez por ela o deus dos milagres a que servira fervorosamente ao cabo de meio século.

Agora não julgue o magnânimo leitor que o caso de minha avó seja único ou isolado. Pelo contrário, é mais comum do que podemos supor ou imaginar... Basta-me dizer que a avó de um professor amigo meu - Profo Neres - assídua frequentante da AdD, pereceu vitimada por um infarto fulminante algum tempo depois de ter sido convencida por seu pastor e curandeiro a deixar de tomar os remédios preceituados pelo médico isto porque, segundo diziam, estava já 'Curada pelo poder de Deus'... ocorre-me ainda o caso de Dna Odete, diabética e ex secretária da reitoria de Nsa Sra do Amparo - SV, a qual tendo apostatado e passado a IURD foi igualmente convencida pelos pastores a jejuar e a abandonar o uso da insulina; como resultado sofreu uma queda, fraturou o fêmur e veio a óbito após seis meses de terríveis sofrimentos; em meio aos quais não recebeu qualquer tipo de auxílio por parte da 'irmandade' *

Minha ruptura definitiva com o protestantismo

Após a morte da avó continuei frequentando, esporadicamente, a CCB, não por devoção é claro, mas por simples hábito ou costume... Afinal as práticas da seita continuavam a despertar apenas repulsa em meu coração... havia no entanto recordações, música de certa qualidade e sobretudo muita confusão em minha mente juvenil. De certo modo eu ainda cogitava ser a ovelha perdida e tinha esperanças de que o Senhor falasse a minha alma e me convencesse sobre os fundamentos da fé.

Foi quando ocorreu-me a feliz ou infeliz idéia de ler a Bíblia... digo a Bíblia toda, incluindo todas as partes do Antigo Testamento, as epístolas a que chamamos Católicas e a Revelação. Em suma capa a capa...

Bíblia que eu sequer sabia não passar de TRADUÇÃO HUMANA E FALÍVEL executada pelo despadrado João Ferreira de Almeida e estar cindida em dois testamentos!!! Pode parecer insólito, mas como assevera o Rvmo Pe Dubois (apud Biblismo 1922) os protestantes pouca ou nenhuma atenção prestam ao fato de seus livros estarem cindidos em duas partes: Velho e Novo Testamento, tudo misturando e citando a granel: Jesus com Gênesis, Paulo com Salomão, João com Jeremias... e por ai vai, uma aluvião de textos misturados como numa terrina de sopa...

Como ignoram supinamente ter sido escrita em grego e não descida dos céus em vernáculo...

Recordo-me de ter feito uma prece e aberto o livro, bem ao estilo de 'A cruz e o punhal'...

Assim, tão levianamente, tratava-mos aquilo que acreditava-mos ser a palavra pura e imaculada de Deus...

A leitura caiu no livro dos Salmos ou hinos dos judeus.

O Salmo em questão dizia respeito a Jerusalém, ao rei, a seus inimigos, etc Fiquei aturdido pois tais palavras nada significavam para mim e eu sequer imaginava o que queriam dizer...

Penso que, se tivesse iniciado o estudo do livro pelo Evangelho ou seja das palavras de Jesus, como recomenda o Pr Caio Fábio, o efeito teria sido bem outro. A religiosidade dos Salmos, todavia, não estava posta para minhas necessidades espirituais.

Sendo assim, desapontado, fechei o livro e fui ter com um profeta, em busca de orientação e esclarecimento.

E do quanto perguntara a respeito da leitura e a interpretação das Escrituras, recebi a seguinte determinação:

Cumpre não se fiar em livros compostos pelos homens guiados por Satanaz. O melhor caminho para a compreensão da escritura é dobrar os joelhos e implorar a graça do espírito santo. O próprio espirito abrira sua mente e fará com que possa compreender o significado da passagem mais díficil e obscura; ele tudo revela ao verdadeiro servo de Deus.
Isto foi o que ouvi e no que firmemente acreditei sem fingimento.

Assim, tendo chegado a casa, não hesitei por em prática tudo quanto me fora recomendado...

Após singela prece abri novamente o volume 'inspirado', caindo a leitura mais uma vez no livro dos Salmos e num Salmo cuja linguagem parecia-me - mais uma vez - incompreensível e obscura.

Desta vez, no entanto, estava preparado.

Assim sendo não perdi tempo:

Dei por inúteis todos os comentários e dicionários bíblicos, caí de joelhos por terra, prostrado, temeroso, tremendo, e, supliquei a graça, o favor e a comunhão do espírito santo de modo que me fosse dado compreender o sentido do que estava lendo.

Foi neste exato momento que as escamas se me caíram dos olhos e sendo cego pude ver. Foi meu caminho de Damasco e minha saída de Babilônia protestante. 

Pois apesar de ter suplicado com toda boa fé deste mundo e em nome do Senhor Jesus, solicitando a orientação divina, eu - como tantos e tantos outros que agora são ateus, materialistas ou incrédulosnão obtivera qualquer resposta ou esclarecimento de natureza sobrenatural. Destarte a burla fora posta a luz e revelada com toda clareza. Podendo eu aquilatar toda sujidade da manobra pentecostal e operação do erro... digo a manobra, porque os 'truques' conhecia já de oitiva...


De como enganado pelo pentecostalismo passei a odiar Jesus Cristo


Assim em meio as trevas do silêncio que me envolviam e as lágrimas da revolta, pus-me de pé já não como fiel mas como incrédulo e escarnecedor.

Ficasse eu ali de joelhos feito um idiota, esperando as luzes do espírito santo e teria morrido de sede ou inanição ou levantado careca e de barbas brancas sessenta ou setenta anos depois rsrsrsrsrsrsrsrs...

A partir daquele trágico instante - como Saulo a sair da cidade Santa - respirava eu apenas ódio e revolta contra aquele que menos merecia e a respeito de cujos ensinamentos - por obra e graça do pentecostalismo - eu até então tão pouco sabia: Jesus de Nazaré...

Naquele tempo de flor (segundo a expressão do piedoso Jair Pires) eu nada sabia a respeito dos falsos mestres e sedutores Lutero, Calvino, Zwinglio e dos demais fundadores de seitas e igrejolas - como Vrigen e Francescon - antecipadamente descritos por nosso Bom Mestre: Nos derradeiros tempos levantar-se-ão falsos mestres e profetas da mentira, que seduzirão e desviarão a muitos, executando prodigios mentirosos... Tampouco sabia eu qualquer coisa a respeito das origens da Reforma protestante, como mais tarde vim saber por meio de seus próprios redatores...

Era numa palavra: um perfeito alienado e minha mente encontrava-se em estado de confusão.


Mesmo a respeito da igreja romana, detinha qualquer informação consistente, pois sempre tomará por verás a alegação dos 'profetas', segundo a qual a CCB ou a Assembléia, correspondiam a verdadeira igreja fundada pelo Jesus histórico e sempre mantida por certo número de Santos ocultos a vista do mundo. Tal a crença dos Quackers segundo foi descrito por Voltaire nas 'Cartas da Inglaterra', dos anabatistas, adventistas e testemunhas de jeová com suas testemunhas anônimas e fantasmagóricas da Verdade... Contavamos ter predecessores como os Bispos Ortodoxos, mas eram predecessores ocultos e obscuros a respeito do qual nada se sabia, nem mesmo o nome...

Afinal como poderíamos nomear um calvinista no século XIII, um Zwingliano no século X, um anabatista no século VIII ou um assembleiano século V??? Decerto não poderíamos dar nomes a personagens inexistentes...

Portanto, admitindo que Jesus Cristo havia estabelecido o padrão pentecostal e não o padrão tradicional ou episcopal vigente no Catolicismo Ortodoxo e no papismo, vim, a crer que ele - Jesus Cristo - tendo estabelecido este padrão corrupto, não passara de vil charlatão cujo suplício fora não só justo, como digno de todo louvor.

Tomei ódio mortal a Jesus Cristo e um ódio tal que chegava aos paroxismos da cólera. E digo, não minto, que se não houvesse quem o pregasse eu mesmo o teria cravado no lenho com minhas próprias mãos e cuspido sobre sua divina face.

A esse tempo fui informado de que os espíritas não acreditavam na divindade de Jesus.

Até então eu nada sabia a respeito dos 'necromantes' de Kardec, exceto que eram necromantes ou que evocavam as almas dos mortos.

No entanto semelhante descoberta encheu-me de júbilo e fez-me ir sem maiores delongas ao encontro deles, afoito por ultrajar tão excelsa figura... Quão doloroso foi para mim perceber que os tais espíritas cuidavam mais do que quaisquer outros em observar e cumprir os mandamentos e preceitos recomendados pelo odiado nazareno... Tomei-lhes verdadeira aversão e deles afastei-me como duma praga...

Optei então acercar-me dos judeus e congratular-me com eles pelo grande serviço que haviam prestado a humanidade, a saber, de terem supliciado o 'falso profeta' e sedutor Jesus de Nazaré; e como, mesmo eles, pareceram melindrar-se diante de minha ferocidade anti cristã não tardei a sair, decepcionado, pela porta dos fundos da Sinagoga.

Aos muçulmanos não procurei porque ignorava a existência dos mesmos ou sua presença no litoral paulista... seja como for eles também tem grande estima não só a figura de Jesus mas até mesmo a de sua Imaculada mãe, a ponto de exceder os protestantes no respeito devido a ela... o que naquelas circunstâncias despertaria em meu coração o mais vivo horror...

Conclusão: Vi-me constrangido a digerir sozinho e isoladamente todo ódio que dedicava a Jesus Cristo e a encarar a mim mesmo como uma espécie de aberração ou aborto da natureza... Tivera eu, naquele momento crucial, tomado contato com Nietzsche e seus seguidores, talvez minha ulterior evolução se tivesse dado noutro sentido... a respeito de Nietzsche e suas opiniões no entanto eu pouco ou nada sabia.

Minha conversão a igreja romana

Dia raiou no entanto, em que circunstâncias até certo ponto similares as que haviam levado minha bisavó a conduzir minha avó até o salão da CCB, levaram minha mãe a conduzir-me a uma cerimônia papista aqui na Matriz desta cidade de S Vicente, uma das mais antigas do pais.

Após ter passado por um terrível choque emocional encontrava-me sob a ameaça da depressão, definhando dia após dia e com a saúde física já um tanto abalada. Diante disto algumas senhoras católicas amigas da família insistiram para que minha mãe me levasse a uma missa.

Apesar de protestante minha mãe consentiu em enviar-me aquela missa esperando que disto resultasse o fim da minha depressão.

Assim se deu meu primeiro contato com o papismo ou com as formas do Catolicismo que ainda subsistiam nele e o qual só pode ser definido como um choque espiritual...

Ali tudo era radicalmente diverso do quanto eu havia visto e experimentado na CCB...

As paredes achavam-se adornadas com belíssimos painéis de figuras coloridas destinadas a agradar a vista...

O indumentária do oficiante também era distinta das vestes que caracterizavam a assistência.

Não haviam gritos, achaques ou tremeliques...

Todos se serviam de livrinhos e respondiam da mesma maneira as exortações do oficiante havendo a mais perfeita ordem e sobriedade. Até os gestos eram coordenados de modo que as pessoas ajoelhavam e levantavam simultaneamente. O oficiante destacava-se pela sobriedade com que erguia os olhos para o alto, juntava as mãos em prece, estendia as mãos para o alto, curvava-se, ajoelhava-se...

O cheiro do incenso, os adornos florais e as luzes dos círios tudo contribuía para criar uma atmosfera de mistério e recato como eu jamais havia visto até então.

Tudo ali falava de piedade, reverência, harmonia, etc

Havia nos elementos materiais e gestos, em cada detalhe, uma linguagem simbólica pela qual eu sempre aspirara sem no entanto poder definir.

Bem como a heresiarca Ellen G White havia registrado no 'Grande conflito'

Disto resultou uma sensação imediata de pertencimento, como se alguém me dissesse: Eis o teu lugar, tu o encontraste finalmente! Chegaste a terra da promissão!

Assim podemos definir meu encontro com o papismo ou melhor com o conteúdo apostólico ou Ortodoxo que nele subsiste: como uma identificação ou melhor, como um amor a primeira vista e um amor que não deixou de aumentar até o presente momento.

Diante disto foi demasiado fácil minha reconciliação com o Senhor Jesus Cristo. E num piscar de olhos - como Paul Claudel - fiz-me papista devotado...

E aquele que um dia tratará por 'carpinteiro nazareno' passei a tratar por'Verbo encarnado', pedagogo, médico e pastor do gênero humano...

De como encontrei-me no papismo

Após o inferno do livre exame e o purgatório da divisão, como diz o Pe Dubois, chegara ao paraíso da verdade Una por via da tradição apostólica, vinculo da unidade e da paz.

Narrei minuciosamente tudo quanto se sucederá até então porque considero minha adesão ao papismo como evento de significado crucial em minha humana trajetória. Sem ela jamais teria chegado até onde cheguei pois corresponde ao primeiro passo em direção a Ortodoxia, a filosofia grega, ao espírito científico, a praxis socialista, etc Todo meu universo pessoal e intelectual prende-se de algum modo a minha adesão a igreja romana.

Posteriormente encetei estudos no âmbito da teologia, a qual se me apresentou - face aos devaneios pentecostais - como um todo coerente e capaz de satisfazer as mais rigorosas expectativas postas pelo intelecto.

Desde a mais tenra idade, como já disse, jamais lograra compreender ou assimilar o insopitável desprezo tributado pelos protestantes a Santa Virgem Mãe de Jesus... Tampouco agradavam-me as repetidas e infinitas discussões a respeito do batismo, da eucaristia, do livre arbítrio, etc Discussões que jamais levavam a qualquer lugar e não passavam de batalhas ou contendas teológicas em que citações serviam como munições a serem assestadas contra os que acreditavam ou interpretavam doutro modo. E o que é ainda mais grave, citações mal traduzidas, que cada qual torcia e compreendia a seu próprio modo numa perspectiva subjetivista. Batalhas em torno de expressões, signos, palavras, frases, significados, etc e intenso conflito espiritual.

Aqui o pântano tenebroso do solipsismo crasso... apresentado como santuário da verdade pelos apologistas e advogados do sistema protestante. Não havia concórdia, harmonia, unidade ou paz!

De como vim a constatar o erro fundamental do protestantismo

Foi assim que após ter percebido os pontos fracos da doutrina, cheguei a conclusão de que o calcanhar de Aquiles responsável por converter a 'igreja'  fundada por Lutero numa autêntica casa de Orates ou como dizemos 'da sogra' fora o princípio comum do Biblismo associado ao livre examinismo.

Eis porque nesta casa todos gritam e ninguém manda ou manda quem pode mais - ou seja quem tem pão ou ferro - como no caso dos heresiarcas que obtiveram o apoio do Estado com o objetivo de intimidar ou eliminar seus rivais. Por 'rivais' devemos compreender aqueles que em nome da 'liberdade' ousavam discordar das sentenças e decretos jactanciosos daqueles, que com auxílio do braço secular, pretendiam impor uniformidade fictícia em torno de interpretações autorizadas... repudiando na prática o fundamento ou princípio do livre exame, ora apresentado como monopólio de alguns privilegiados (Lutero, Calvino, Zwinglio) e não mais como direito 'líquido e certo' de cada cristão...

Disto resultou, quase que de imediato, a formação de novas 'ESTRUTURAS ECLESIAS' tão ou até mesmo mais autoritárias do que a igreja romana, com seus sínodos e credos particulares e uma nova 'tradição' cristã posteriormente transmitida as sociedades protestantes e mecanicamente recebida, como o papismo ou a ortodoxia na I Média. Pelo que os reformadores limitaram-se a substituir a tradição antiga e legítima por novas tradições elaboradas por eles mesmos... ficando o livre exame, ao menos em parte, abandonado.

Dos proveitos advindos de minha conversão ao papismo

Creio no entanto que o principal beneficio advindo de minha conversão a Igreja de Roma foi tomar conhecimento a respeito do critério da Tradição apostólica, da distinção capital existente entre antigo e Novo Testamentos e - consequentemente - da soberania, excelência e primazia que cabe ao Evangelho (Do qual enfim pude aproximar-me sem receios e estudar vantajosamente, obtendo o bem mais precioso que é dado possuir; a saber, o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo, de sua pessoa, de seus mistérios, de seu ofício e de seus ensinamentos; especialmente a respeito da lei perpétua do amor enquanto centro e fundamento de toda vida Cristã) e da perspectiva ética ou ativa da fé (por meio de obras).

Tendo em vista superar o zelo das 'Testemunhas de Jeová' fundei um 'círculo bíblico' e pus-me a estudar a teologia romana - em especial a exegese e a dogmática - cinco horas por dia de Domingo a Domingo durante 365 dias... Nesta empreitada divina fui secundado por Fernando e Tiago.

Posteriormente vim a estudar teologia com os próprios pastores protestantes (que desejavam converter-me!!!) de modo a penetrar-lhes melhor o pensamento e compreender ainda melhor os seus erros.

Nosso apostolado

Auxiliado pela experiência dediquei-me por anos a fio - aqui mais uma vez auxiliado pelo Fernando - a travar disputas com os lideres e chefes protestantes - durante muito tempo guardei comigo o gosto pela polêmica - encetando inúmeras controvérsias públicas e privadas, chegando a ser ameaçado, e quase a ser agredido pelos fanáticos cujas teorias havia impugnado e lançado por terra. A uma jovem, amiga da família - que recentemente adormeceu em Cristo - pudemos salvar as garras do jeovismo; outro moço, as garras do anabatismo... e estas são nossas maiores conquistas e alegrias.

Nosso contato com o espiritismo 

Diante disto fomos exortados pelos sacerdotes e admoestados por todo povo fiel - pois uns e outros estavam a par de nossos esforços com o intuito de reconciliar os protestantes, e alguns, infensos a moda ecumênica apoiavam-nos - a examinar e a refutar do mesmo modo e maneira o espiritismo. Agora, mais de uma década após meu primeiro contato com o espiritismo tinha consciência de que seus adeptos buscavam viver o Evangelho e inclinava-me a deixa-los em paz.

No entanto como eramos constantemente instigados a atacar o espiritismo (pelo qual os papistas cegos nutrem mais prevenções, quando deveriam nutrir maiores prevenções face ao protestantismo!) tivemos de ceder e desta anuência resultou outra grande reviravolta em nossas vidas.

Pois tendo em vista dar competente resposta a esta doutrina, empenhamos muitos anos e vigílias buscando analisar a maior parte da literatura existente a respeito, ou seja, os escritos doutrinários do espiritismo (Kardec, Leon Denis, Gabriel Dellane, Aksacoff, Bozzano, etc). Tudo quando podemos dizer em poucas palavras é que ao cabo desta analise, nos demos por plenamente convencidos a respeito do primado absoluto da caridade, da noôgenese evolucionista, da antropologia semi pelagiana, do universalismo origenista, da validade dos conhecimentos científicos, da soberania do Evangelho, etc Assim, por uma questão de justiça declinamos de atormentar os espíritas; os quais temos em conta de muito mais próximos ao Evangelho do que os protestantes e romanos (em que pesem os erros do kardecismo no que concerne a natureza de Cristo, dos Santos Sacramentos, da igreja, etc).

Nem podemos deixar de reconhecer que nos campos da antropologia, escatologia e ética nossas investigações foram em parte direcionadas pela doutrina dos espíritas. O que nos conduziu primeiro as margens do agnosticismo e posteriormente a Ortodoxia.

Mais uma crise de fé

Cerca de 2004 estavamos em vias de romper com o papismo e passar, ou ao agnosticismo ou a ortodoxia, a respeito da qual pouco ou nada sabíamos. A doutrina espírita - apesar de termos sido constantemente apresentados como espíritas pelos adversários - não podíamos nem podemos aderir por dois motivos: nossa firme adesão ao padrão niceno ou atanasiano no que concerne a natureza divina de Cristo ou ENCARNAÇÃO DO VERBO e nossa crença - não menos firme - na ressurreição dos mortos e na restauração deste nosso mundo material. Os espíritas como é assaz sabido não reconhecem nem a divindade de Cristo e tampouco qualquer tipo de esperança para a matéria portando-se aqui como seguidores de Platão e Manes.

Nós como os antigos estóicos somos panenteístas e acreditamos que a matéria é elemento eterno, incriado e passivo ordenado no tempo pela mente divina e, consequentemente que o elemento material jamais deixará de existir.

Seja como for passado algum tempo fomos mimoseados com a obra intitulada "O papa e o Concilio" de Doellinger

Segundo esta obra mestra - Jamais refutada por qualquer teólogo romano (Ulhathorne limita-se a ridiculariza-la pelo simples fato de não a ter podido refutar) - a doutrina da Infalibilidade Papal jamais fizera parte da legítima tradição da Igreja, tendo sido supinamente ignorada pelos Padres e doutores dos sete primeiros séculos. Ora eu já havia examinado detalhadamente as controvérsias travadas entre os defensores da Igreja romana - Faber, Gentile Hervetius, Genebrardo de Aix, Lindanus, Fevardentius, Du Perron, Stapleton, Gretser, Wallemburch (s) etc - e os defensores da reforma do décimo quinto ao décimo sétimo séculos e estava já prevenido de que o ponto mais fraco da doutrina romana (Excetuando as doutrinas da graça e das penas perpétuas por serem comuns a ambos os sistemas e a toda Cristandade latina ou ocidental.) era justamente a doutrina do poder absoluto do papa e de sua suposta infalibilidade, no caso, apresentada como dogma em 1870 após insidiosa resistência por parte dos prelados mais ilustres (Doellinger, Riekens, Michaelis, Friedlander, Ketheller, Hefelle, Dupanloup, Gratry, etc) da igreja

Assim as evidências elencadas levaram-me primeiramente a por em prova e finalmente a repudiar, como espúrio, o dogma da Infalibilidade Papal. Fazia-se mister ser coerente e permanecer fiel a tradição até o fim... ao invés de transferir para o terreno sagrado da tradição a abordagem oportunista e seletiva dos protestantes. Tradição para mim era questão de 'tudo ou nada' como o Santo Evangelho.

Assim nada podíamos aceitar ou admitir em matéria religiosa que não procedesse desta fonte pura e cristalina. Desejamos crer como Vicente de Lerins apenas no que fora crido por todos em todos os tempos e lugares e professar apenas o que fora professado pelos apóstolos, mártires e padres, sem qualquer acréscimo ou adição. 

Simultânea e paralelamente o ecumenismo, a emergência da RCC, o puritanismo, as reformas litúrgicas e o integralismo (ligado aos setores tradicionais da igreja papalina) incompatibilizaram-nos definitivamente com a igreja romana e levaram-nos serenamente a ruptura. Concluímos assim que a Igreja romana não mais satisfazia as exigências da fé Católica e que não era de modo algum a Igreja Católica.


Meu encontro com a Ortodoxia, o Catolicismo pleno!

Pelo que era necessário localizar ou encontrar a fé Católica ou a igreja Histórica que mais se identifica-se com ela. JÁ NÃO QUERÍAMOS MIGALHAS DE CATOLICISMO MAS PLENITUDE.

Destarte pude consagrar dois anos inteiros ao estudo da literatura patrística, da lingua grega e dos monumentos da antiguidade Cristã; ao cabo dos quais abjurei conscientemente o papismo e abracei o Catolicismo Ortodoxo (não sem ter flertado antes com o anglicanismo - igreja alta ou anglo catolicismo - comunhão com a qual mantenho até hoje certos laços), esposando a teologia origenista ou universalista, aderindo a doutrina semi pelagiana e anti agostiniana da graça e endossando a opinião de Bulgakoff (endossada igualmente pelo Pe Lucien de Laberthonière) a respeito do primado do amor na igreja de Cristo.

Isto porque investigando - a luz das fontes patrísticas - com o mesmo rigor a doutrina da igreja ocidental pertinente a graça, o gracismo ou agostinianismo - afirmado por Agostinho de Hipona - certifiquei-me a respeito de sua falsidade passando a sustentar - com a Igreja - o semi-pelagianismo. Isto pelo simples fato de corresponder - como admite Harnack - ao ensino da igreja primitiva e ser mantido até nossos dias pelo Catolicismo Ortodoxo (como fora ventilado por Grotius e Leibnitz). O posicionamento do protestantismo ortodoxo - predestinacionismo - e mesmo do romanismo/arminianismo (que postula uma iluminação interna) face ao tema da liberdade se me apresenta como inadmissível, o da igreja romana como artificioso.

O segundo passo decisivo em minha vida espiritual foi dado logo após assistir minha primeira quinta feira santa - ofício dos doze Evangelhos - na Igreja ortodoxa de Santos (Hais Gergis). Ao ouvir o hino 'Simeron Kremate'







cantado em grego - tal e qual no vídeo acima - cheguei a conclusão de que urgia abjurar formalmente ao papismo e a todas as teorias que os ocidentais forjaram com suas próprias mentes grosseiras e carnais para receber a luz do Oriente, a reta doutrina, a 'fé justa' procedente dos céus imaculados... havia chegado ao termo de minha peregrinação espiritual e escapado por duas vezes aos influxos do materialismo e da incredulidade... primeiramente salvo da Babel protestante pela igreja romana e posteriormente salvo da desilusão infalibilista pelo Catolicismo Apostólico e Ortodoxo..

O infernismo, o expiacionismo, o gracismo (agostinianismo) e o infalibilismo papal foram os principais motivos ou fatores que levaram-nos a romper definitivamente com a igreja a que tanto deviamos.
Assim por via do universalismo, do funcionalismo, do semi pelagianismo e do episcopalismo passamos a igreja Ortodoxa ou como se diz ao catolicismo grego.

Desde então temos dedicado todo tempo ocioso e livre ao estudo sistemático da teologia ortodoxa, da patrística e das origens da Reforma protestante, em especial sobre as figuras de Lutero e Calvino; sem no entanto por de lado o estudo do Evangelho - tive de aprender o grego para compreende-lo melhor - da Septuaginta, do Talmud, das religiões, dos mitos, da metafisica, da ontologia, da epistemologia, da gnoseologia, da lógica, da História - primitiva, antiga, medieval e moderna - da sociologia, da psicologia, da ciência política, da pedagogia, da literatura comparada, da biologia evolutiva, etc conhecimentos que procuro sempre por a serviço de meu Bom Senhor e Mestre Jesus Cristo, de seu reino eterno, de sua graça e de sua glória. Tudo quanto executo como educador, pesquisador, e homem de ação, etc é com ele, por ele e nele que o executo.

Nossas fontes

Foi assim que de pentecostal vim a ser romanista e que de romanista vim a ser Católico Ortodoxo, não sem ter sido fortemente influenciado pelo espiritismo, pelo liberalismo teológico protestante (até onde podemos ser influenciados positivamente por ele, sem perder o Cristo ou tocar o Evangelho) e sobretudo pelo pensamento e pelo método de Aristóteles - meu segundo mestre e guia após Jesus Cristo- dos escolásticos e dos jesuítas e pela ética justicionista de Sócrates, Platão, Antítenes e Zenon. Foi por via da Ortodoxia que nos aproximamos ainda mais de Clemente, Orígenes e Eusébio; nossas principais referencias em termos de teologia patrística...

Amar as pessoas e odiar os erros

Eis porque nem posso, nem quero, nem desejo querer pensar mal dos protestantes e dos papistas, cuja maior parte, creio eu, tem procurado servir da melhor maneira possível a Nosso Senhor Jesus Cristo e cumprir os imperativos do Santo Evangelho.

Minha disputa não é com os protestantes e papistas cuja nobreza dos sentimentos reconheço; mas com os sistemas a que pertencem: protestantismo e romanismo; os quais penso eu acobertam equívocos lamentáveis em matéria de espiritualidade.

Nem posso odiar cegamente a igreja romana tendo em vista sua origem apostólica e os fragmentos, vestígios, elementos ou traços de Catolicismo Ortodoxo que nela se encontram; bem como o sincero amor tributado por parte de seus membros ao que acreditam serem tradições legitimamente apostólicas; amor que podemos descrever como uma espécie 'Ortodoxia intuitiva'.

Ora nós não podemos deixar de encarar tais elementos como altamente positivos.

Por outro lado tendo eu mesmo muito sofrido e forcejado até aproximar-me da verdade plena - ingerindo as bolotas que eram dadas aos porcos - como poderia julgar e condenar os demais??? Faço minhas as palavras daquele que como eu - Agostinho - muito sofreu por ter estado distante da verdade e mais ainda as de Etérius o Grande, sobre os arianos:

"Hereges são, mas ignoram-no. Hereges são para nós, não para si mesmos, pois tão Católicos se reputam que a nós teem por heréticos. O que eles são para nós, nos somos para eles... A verdade esta de nossa parte, mas eles, equivocados, julgam estar da sua. Cremos tributar reta glória a Deus; eles cuidam que assim fazem igualmente. Não cumprem seu dever para com a Natureza, mas longe de suspeitarem-no, creem exercer a verdadeira fé. Sendo desviados persuadem-se de que trilham o caminho da verdadeira piedade. ENGANAM-SE MAS É DE BOA FÉ E POR AMAREM A DEUS, NÃO POR ODIAREM-NO. Alheios a verdadeira crença, aderem com afeto a sua, E APENAS AO SUPREMO JUIZ CABERÁ JULGA-LOS COMO CONVÉM!". Herculano 'História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal' I, 08 - 1902

Exercemos juízo racional e criterioso SOBRE AS DOUTRINAS, TEORIAS E CRENÇAS, quanto aos seres humanos, não nos é dado julga-los. Aqui bem cabe um 'Nom possumus...' tendo em vista a santidade do preceito: NÃO JULGUEIS PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS!!!

Os pastores e fanáticos que nos julguem e condenem aos terrores de seu mítico inferno, que é um patrimônio ideológico erguido em homenagem ao sadismo humano, sua profanação é manifesta!

As crenças certamente denunciamos a condenamos mas não os crentes... ao erro detestamos os não aos homens... as teorias e opiniões nos opomos não as pessoas que feitas foram para serem amadas e respeitadas segundo decretou Jesus Cristo: NA MESMA MEDIDA EM QUE CONDENARES CONDENADOS SEREIS!

Suprema punição e castigo é a ignorância, em termos teológicos, o desconhecimento da correção e pureza doutrinárias. E nem sabemos se este desconhecimento da verdade divina não tenha lá algum merecimento se associado a aspiração e ao amor.

Não posso nem quero ter uma só palavra de acrimônia para com meus ex correligionários.

Meu único desejo é partilhar com eles - e com tantos quantos desejarem - o fruto de minhas experiências, labores e estudos: o conhecimento da fé Ortodoxa, tendo em vista nosso crescimento mútuo em Cristo Jesus e a edificação de seu corpo espiritual.






Carta resposta a uma missionária protestante

Resposta a mensagem enviada por uma ex aluna convertida ao protestantismo.


O deslumbramento dos neo convertidos 


Cara N, revelo não ter ficado nem um pouco admirado ou surpreso ao ser solicitado por si a 'visitar uma igreja evangélica com o intuito de informar-me a respeito da verdade e da salvação' afinal, todo e qualquer 'Católico' não praticante ou nominal que se faz protestante, principia a anunciar sua nova fé como se de fato constituísse a última novidade em matéria de religião... ou do último biscoito do pacote. 

Deslumbramento até certo ponto compreensível...

A primeira vista o brilho do protestantismo, visto de longe, assemelha-se ao brilho de um diamante ou de uma pedra muito preciosa refletindo magnificamente os raios solares; visto de perto porém - estudado, sabido e conhecido - não passa dum caco de vidro pintado... a distância podemos toma-lo por ouro ou prata, a mão todavia, vemos que não passa de pirita (ouro dos bobos) ou latão; enfim de bijuteria vulgar.


De como a leitura improvisada da J F A faz teólogos no Brasil...

Não é o primeiro romanista de nascimento ou nome, que jamais tendo se dado ao trabalho de praticar e/ou estudar o romanismo e, consequentemente; seduzido por algum profeta de araque, apresenta-se já como mestre ou doutor em matéria de religião, cristianismo, evangelho, protestantismo... é ler a João Ferreira de Almeida de capa a capa para converter-se em profeta, missionário, mestre ou catequista 'bíblico'...


De como uma religião 'má' produziu mães e avós excelentes!

Coisa curiosa: embora o romanismo aqui seja quase sempre pintado como diabólico... as mães e avós que ao educar esta 'boa' e honesta gente recém protestantizada ainda costumam assistir as missas romanas todos os domingos... só me resta concluir que o 'diabo' seja um ser muito bom e honesto. Do contrário as mães e avós de vocês, indo as missas, deveriam ser umas pestes: desleixadas, arrogantes, cruéis, mentirosas, avarentas, etc

Mas o papismo mesmo produzindo excelentes avós, avôs e mães é 'mau' e o protestantismo produzindo péssimos filhos e netos, até o assassinato; é excelente!

Sendo tão tapadas e imbecis as mães e avós pasmo como seus filhos e netos - catecúmenos protestantes - sejam tão geniais!!!

O deslumbre é fruto de um conhecimento superficial ou aparente.

Na verdade tais pessoas - como os missionários de improviso que enviam tais cartinhas a seus mestres - ignoram tanto o protestantismo, sua história, princípios, origens, etc quanto ignoravam o romanismo que fingiam professar. Destarte nossos missionários, que jamais haviam praticado ou professado genuinamente o romanismo, professam muito mal o protestantismo. Pois jamais passam da casca ou da copa; ficando o tutano ou as raízes por atingir!

Como Jacó nossos neófitos desposam uma noiva velada, crendo que se trata da bela Raquel... trata-se no entanto da desengonçada Lia. Assim o protestantismo... belo porque velado, belo porque o amas, e:

"A quem ama o feio bonito lhe parece!"

Assim permanece o véu.

O amor ingênuo e romântico - acrítico - tem o condão de esconder os defeitos do objeto amado! E ficam estes sem perceber!

Falar de protestantismo a um ex protestante é chover no molhado!

Querida amiga, compreendo que tendo nascido papista e herdado o papismo juntamente com o sobrenome, as jóias e a casa em que habita; tenha ficado admirada diante do 'novo'...

No entanto, o que eu fui tu és embora o que sou talvez jamais venhas a ser. Eu busco anunciar a ti o que ignoras e portanto deverias investigar e por a prova. Tu falas a respeito do que já conheço e muito bem. Pois tu aderiste ao protestantismo em idade adulta enquanto eu nele nasci! Recebendo esta heresia como leite materno...

Tu falas sobre algo que principias a conhecer e a desvendar, como os papistas seduzidos pelo ecumenismo, eu falo de algo que durante anos vivi e considerei...

Tu te referes a experiência curta e eu a experiência larga de dezessete longos anos...

Tendo nascido protestante - filho, neto e bisneto de protestantes - e praticado o protestantismo durante a juventude, analisei-o, julguei-o e por isso rejeitei-o para sempre, definitivamente.

Para mim os devaneios do Dr Lutero e seus 'capangas' não são coisa nova, capaz de surpreender, deslumbrar ou maravilhar, mas algo assaz conhecido, escaldado, considerado e que já pus de lado, e lancei as urtigas como tralha e bagagem inútil. Meu conceito de Cristianismo ou de Igreja exclui a necessidade de qualquer reformador ou o ofício de um 'consertador de coisas'.

Cristianismo Revelado OU Reformado...

De coisas a serem reformadas ou consertadas basta-me o guarda chuva, as roupas, os sapatos, o telhado da casa, que são coisas humanas ou naturais! Não desejo professar um tipo de religiosidade semelhante a natureza do meu guarda chuvas ou do telhado da minha casa, dispenso conscientemente qualquer religião que pretenda ser a um só tempo REVELADA e reformável ou reformada. É absurdo... Revelação supõem perfeição! Reforma ou reformação é por assim dizer o selo da falibilidade e da imperfeição.

Os Catolicismos revindicam para si mesmos a infalibilidade e a perfeição. Mallhoc partindo do conceito de revelação divina julga que a revindicação dos Catolicismos é coerente. A ideia de uma revelação falível, precária, frágil e imperfeita é incoerente, é absurda.

Lamento querida aluna, mas não posso encarar a divina Revelação como um paletó e Lutero como alfaiate remendão...

Examinei seriamente a questão e por isso reconheço a excelência do padrão Católico

Examinei o protestantismo a fundo, analisei racionalmente o problema da 'interpretação', a questão da fixação do canon, a gênese dos princípios protestantes a luz do Novo Testamento e da História, a lingua grega (que é a lingua em que foram redigidos os Santos e divinos Evangelhos bem como as memórias e cartas dos bemaventurados apóstolos), a história das traduções ou versões bíblicas, os fastos e as consequências da reforma protestante, etc e; em decorrência deste exame, tomei consciente, voluntária e definitivamente a decisão de abjurar o protestantismo e de abraçar o romanismo, o qual vim a praticar com a mesma dedicação e criticidade, analisando-o não menos profunda e honestamente (ao cabo de mais de uma década). Eis porque fui perfeitamente capaz de manter e conservar tudo quanto havia de verdadeiramente Cristão no romanismo e de fazer-me Católico Ortodoxo enquanto outros tantos fizeram-se incrédulos...Tal meu caminho, tal minha trajetória e creio ter sido a mais excelente ou a melhor! Não me arrependo dela, antes tenho motivos para orgulhar-me em Jesus Cristo do qual creio ter me aproximado mais e mais como a luz da aurora, que se faz dia perfeito.

Afortunadamente o protestantismo não logrou atirar-me - como fez a tantos colegas meus - no abismo negro e profundo do ateísmo e tampouco o papismo logrou fazer-me regressar a 'casa de Orates'... ao contrário de meus ex correligionários protestantes fiz-me papista e ao contrário de meus ex correligionários papistas fiz-me Católico Ortodoxo... escapei não só ao protestantismo e ao romanismo, mas também ao materialismo, ao ateísmo e a incredulidade... Dou-me por satisfeito e feliz.

Trajetória espiritual diferente da dos demais brasileiros e 'Católicos'...

Optamos por vertentes ou por caminhos diametralmente opostos.

Pois enquanto a Srta imolou os fragmentos ou vestígios de Catolicismo que ainda professava diante do altar do biblismo e do livre examinismo, eu tornei-me integralmente Cristão e verdadeiramente católico ao valorizar ao máximo o princípio externo e objetivo da tradição e fazer-me Ortodoxo ou como se diz popularmente Católico grego.

A Srta, ao fazer-se protestante, tornou-se mais judia, muçulmana ou platonizante do que cristã... voltou-se para a Transcendência absoluta e aderiu a um espiritualismo descarnado tornou-se a um tempo anti sacramental,  e iconoclasta e a outro anti mariana...

De nossa parte sabemos muito bem que alguns de seus correligionários - biblicistas e livre exaministas - são sabatistas e unitários (jeovistas) repudiando tanto a adoração dominical quanto a Encarnação do Senhor...

O padrão da ENCARNAÇÃO, do Catolicismo e do protestantismo.

Eu continuo prestando adoração ao Transcendente/Imanente ou seja ao Deus Encarnado do Evangelho, em decorrência disto busco honrar semanalmente a memória de sua Santa ressurreição, recorro com devoção aos mananciais da graça que são os sacramentos, reverencio sua Puríssima e Virgem Mãe e todos os santos amigos de Jesus (Em especial seus abençoados apóstolos e mártires que anunciaram-nos a fé verdadeira, incorruptível e sem alteração), contemplo com alegria e contentamento os sinais plásticos ou representações de sua humanidade.

Como 'Dominical', sacramental, mariano e iconófilo não diluí o Cristianismo que professara em judaísmo, jamais me aproximei do maometismo e tampouco deixei iludir pelos discursos de Platão ou Plotino reeditados por Ulrich Zwinglio.... não contaminei a Revelação divina com elementos escusos de natureza exógena... não judaizei, não islamizei, não platonizei.

Não tomei por mestres a Moisés, Salomão ou David - que vosso Lutero, remeteu a Sinagoga enquanto vosso Calvino endeusou - colocando-os ao lado de Jesus Cristo e menos ainda acheguei-me a Maomé, Platão ou Plotino, mas aos Teóforos apóstolos comissionados pelo Salvador na pessoa de seus legítimos sucessores os Bispos Ortodoxos paladinos da fé e santíssimos padres.

No Catolicismo - Corroborado historicamente pela sucessão apostólica - encontrei coerência face ao padrão niceno atanasiano da Encarnação de Deus e consequentemente um Cristianismo Encarnado já em termos materiais ou sociais. Um ideal Cristão de civilização, de estrutura social, de ética; algo que tenha relação com este nosso mundo e que seja significativo. Ao concentrar-se apenas no céu ou no além túmulo o protestantismo de algum modo 'reverteu' o movimento da Encarnação uma vez que este partiu do céu a terra, devendo expandir-se ou encarnar-se em termos ainda mais amplos

Os Catolicismos sempre caracterizaram-se - ainda que as vezes equivocadamente - por levar adiante este propósito de expandir a encarnação, cristianizar e redimir ou libertar plenamente o mundo em termos de estruturas materiais e sociais. O protestantismo abandonou de imediato este ideal para concentrar-se no paraíso e por isso, perdendo de foco o social ou coletivo assumiu postulados individualistas e demolidores até engendrar um doutrina egoísta e fetichista de salvação.

Não que seja suficientemente nobre ou virtuoso mas ao invés de buscar uma salvação fácil e egoísta, oferecida como CAMINHO LARGO pelo protestantismo, espero da religião verdadeira um adjutório concretos para os grandes problemas que tocam ao gênero humano ou ao menos uma fonte de inspiração ética... a soteriologia protestante no entanto tomou outro caminho; ignorando todos os laços sociais bem como a condição material dos seres humanos e não vejo como isto esteja de acordo com a ideia de um Deus que se faz homem de carne e osso em comunhão com homens de carne e osso...

Diante de tudo isto sou constrangido a declarar que minha amiga judaizou e associou-se a outros tantos judaizantes cujos olhos estão voltados para a treva da letra morta e do testamento abolido. O véu que o Salvador levantara e a cortina que despedaçara a Srta colocou sobre os próprios olhos... cega e guiada por mestres cegos caminha em direção do abismo. Busca um deus que não se encarnou ainda, e no entanto E NO ENTANTO O VERBO SE FEZ CARNE E...


Protestantismo: um sistema de espera ou ANTE Cristão (judaizante).

Meu Deus se fez carne tendo portanto mãe, corpo, carne, sangue, aparência, amigos, mortalidade, etc Eu já não espero como Isaías ou algum Salmista. Vivo de realidades... Tu no entanto, te concentras no vejo testamento, cuidando ser ele um manual ou catecismo Cristão e por isso AINDA ESTAS A ESPERA e os catolicismos te parecem tão pagãos. Aspiras por um deus como jave ou allá, i é por deus sem mãe, aparência, amigos, etc Este não pode ser Jesus Cristo, o Deus encarnado! A realidade é totalmente diferente e entre o teu javé e este Jesus há um abismo: o fato da Encarnação pelo qual o Deus dos Cristãos assume uma forma humana. Ora a forma humana supõem tudo quanto os Catolicismos costumam atribuir a Jesus Cristo: mãe, aparência, amigos, etc e precisamente nisto esta a base do culto eucarístico, do culto mariano, da iconofilia, da comunhão dos Santos, da adoração dominical!

O centro de nossa vida espiritual é Jesus Cristo e tudo nela esta marcado por ele e seus mistérios. Daí como salienta D Columba Marmion termos um calendário religioso que insere-nos na vida de Jesus Cristo e em seus mistérios, partindo de sua Encarnação até chegar a sua paixão, morte e anastasis, passando pelo Natal. por suas parábolas e seus milagres... NÃO ESTAMOS NA ESPERA!!! Podemos e devemos viver a plenitude DA DIMENSÃO HUMANA DE JESUS CRISTO E é a isto que somos chamados!

Catolicismo: sistema coerente e completo em oposição a judaísmo e islã

A srta optou pelas sombras, pela figura, ela imagem, pelo símbolo... eu tenho as vistas postas sobre a luz brilhante do Evangelho, a realidade, a revelação; enfim sobre a pena apostólica, letras verdadeiramente divinas e isentas de erro. Assim meus olhos estão bem abertos e meus ouvidos dispostos a escutar tudo quanto o Verbo tem a dizer... O protestantismo é sistema concentrado na esperança ou no ANTE encarnacionismo dos profetas judaicos; o CATOLICISMO é sistema completo e perfeito de POST ENCARNACIONISTA dos apóstolos e santos Padres.

Pode ser que este tipo de Cristianismo tênue, frágil, precário e incompleto te satisfaça. A mim de fato não satisfaz. Aspiro por um Cristianismo que leve seus princípios, mistérios e doutrinas AS ÚLTIMAS E DERRADEIRAS CONSEQUÊNCIAS OU ILAÇÕES LÓGICAS, e por isso apenas os Catolicismos falam a minha alma.

Falsas tradições não justificam o abandono das tradições verdadeiras.

A Srta rejeitou todas as tradições apostólicas como falsas. Pois tendo pego com suas mãos algumas moedas falsificadas conclui que não existem moedas verdadeiras. Existem até falsos pais e falsos filhos O QUE NÃO JUSTIFICA DE MODO ALGUM O DESPREZO PELOS PAIS E FILHOS LEGÍTIMOS!!!

Agora fica sabendo que a existência de Evangelhos falsos - como os de Tomé, Filipe, Pedro, Bartolomeu, etc não exclui a existência de Evangelhos verdadeiros!

Eis porque rejeitei apenas as tradições apócrifas e falsas produzidas pela cúria romana; conservando as tradições autênticas e apostólicas legadas pelas primeiras gerações, enfim a consciência Histórica do Cristianismo.

Quem são as testemunhas mais confiáveis, os reformadores ou os padres da Igreja???

Lamento que seus instrutores e guias tenham confundido o pseudo Isidoro e as decretais de Graciano com Policarpo, Justino, Origenes, Eusébio e Atanásio... lamento que tenha preferido as sentenças dum Lutero, dum Calvino ou dum Zwinglio as de um Clemente, Gregório ou Ambrósio.

A Srta imprudentemente rechaçou os fundamentos imemoriais e remotos postos ao Cristianismo pelo Senhor da História e tomou fundamentos novos e espúrios pertencentes ao século XVI. As testemunhas que acolheu estão dezesseis séculos apartadas do Verbo encarnado e de seus apóstolos. As testemunhas que recebemos pertencem aos primeiros séculos ou seja estiveram em contato com as testemunhas oculares da palavra que haviam sido comissionadas e santificadas pelo Verbo... Nossa 'nuvem de testemunhas' possui muito mais credibilidade do que a vossa... pois estão cronologicamente mais próximas do Cristo.

Livre examinismo: uma brincadeira perigosa!

A Srta entrou no labirinto do livre exame sem o 'fio de Ariadne' e com grave risco de confundir-se, desesperar e perder toda fé em Jesus Cristo, a semelhança de tantos e tantos ex protestantes que desesperando de encontrar a verdade objetiva da fé tornaram-se ateus, materialistas, incrédulos ou hipócritas... Eu tive a felicidade de encontrar o fio da tradição que é a consciência mesma da Igreja fundada por Jesus Cristo e a qual ele comunicou o dom de seu próprio Espírito Santíssimo.

Eis porque a Srta trocou a Bíblia de carne - o papa romano - pelo papa de papel - a Bíblia protestante -.... continuando praticamente na mesma ou como diziam os antigos trocando seis por meia dúzia.

Sem renunciar as santas palavras de Jesus e de seus apóstolos tive a ventura de estudar e de reconhecer as tradições dos primeiros séculos que transmitidas de geração em geração, conservaram o significado exato de tais palavras e seu conteúdo objetivo que é único e não múltiplo e variado.

Assim tive acesso ao conteúdo ou a noz da Escritura enquanto a Srta colocou-se sob a escravidão da letra morta, perdeu-se num labirinto de papel composto por uma Babel de opiniões, interpretações, teorias, sentenças e seitas beligerantes e ficou com a casca ou invólucro...

Optando por um exame sério, profundo, detido e criterioso!

Estudando as Escrituras com seriedade - na lingua em que foram escritas (o grego), analisando o contexto e admitindo o significado da letra (conteúdo) - não pude deixar de perceber a existência de uma Igreja incorruptivel e dum ministério apostólico transmissivel por sucessão aos Bispos ortodoxos. Aderi destarte a um padrão seguro, histórico, objetivo, Evangélico, 'bíblico', fixado e determinado pelo próprio Cristo, a saber, a sucessão apostólica e a legitimidade do episcopado fiel.

Que a igreja de Roma - que é apenas uma das igrejas plantadas pelos santos apóstolos - tenha laborado em erros miserabilíssimos, S Fócio já o havia dito e anunciado setecentos anos antes do nascimento de Lutero... sem no entanto inventar ou criar novas formas de salvação, profanar a vida sacramental, menosprezar a Virgem Mãe de Deus, cancelar a adoração dominical ou amaldiçoar as representações dos santos amigos e apóstolos de Jesus Cristo... ou seja sem sacrificar a tradição dos antigos e a doutrina imaculada. S Fócio denunciou intrepidamente o que era novo; sem no entanto sacrificar o que era antigo...

O ódio ao papado jamais turvou a visão de nossos Bispos e jamais superou seu amor e dedicação para com a verdade divina. A Ortodoxia não se alimenta nem vive de ódio a Roma ou ao papado mas antes de tudo e acima de tudo de amor para com a tradição apostólica que é a porta de entrada e caminho certo para o entendimento exato do Evangelho e compreensão veraz dos oráculos divinos.

Reformador UM OFÍCIO INÚTIL...

Cara Srta, sou Cristão, Católico, Apostólico, Ortodoxo e fiel, não preciso deste outro salvador Lutero, constituído para salvar a doutrina, a verdade, a revelação, a igreja... dispenso o ministério do monge wintembergense.

Por um Cristianismo doutrinariamente irreformável!

Basta-me o Salvador Jesus Cristo e o ministério genuíno dos apóstolos e seus sucessores, incorruptivel, imaculado e puro.. Basta-me a promessa daquele que não pode falhar: As portas do inferno jamais triunfarão dela; isto é da Igreja fundada e mantida por ele. Eu creio num Cristo pleni poderoso, apto para cumprir suas promessas e manter a Igreja na senda luminosa da Verdade.

Não creio numa igreja doutrinariamente imperfeita ou corrupta, pois sendo assim seria obrigado a deduzir a imperfeição daquele que a fundou... Muito pelo contrário creio, que sendo ele perfeito e poderoso, constituiu para si uma Igreja perfeita e capaz de perseverar eternamente na posse da verdade.

Uma obviedade necessária: a Igreja Cristã foi fundada por JESUS CRISTO!

Se a Srta confunde os sucessores de Moisés ou Aarão que eram simples mortais, com os sucessores daqueles que foram escolhidos e santificados pelo Deus Encarnado Jesus Cristo, a confusão é sua e o problema todo seu. Eu distinguo perfeitamente o clero israelita ou judeu estabelecido pelo povo sem qualquer sanção sobrenatural ou divina do clero Cristão comissionado por Jesus Cristo no Espírito Santo.

Não confundo meu Deus verdadeiro e encarnado ou seus comendadores, os apóstolos, com qualquer personalidade do Testamento antigo.

Compreendo que a Sinagoga tenha correspondido - no máximo - a uma dispensação provisória e que por isto mesmo seus dignatários tenham repudiado o Verbo da Vida.

Promessas semelhantes as que foram feitas pelo divino Mestre a Igreja - isentas de condição - jamais lhe haviam sido feitas pela divindade celestial.

Acontece que nem Pedro, nem Tiago, nem João, nem André foram escolhidos por ou para a sinagoga - que sequer foi reformada mas completamente desarraigada - mas para aquela santa e perpétua congregação fundada pelo próprio Deus encarnado, Jesus Cristo tendo em vista a conservação e a disseminação de seus ensinamentos.

A miséria da Unidade no erro!

Não cuide a Srta que estejamos unidos pela rejeição ao papado.

Não estamos.

O ódio é sempre péssimo vínculo...

Em planos distintos de consciência.

O repúdio aos Sacramentos, o desprezo para com a Santa Mãe de Nosso Senhor, a negação do padrão apostólico... até o iconoclasmo, sabatismo e unitarismo... o solifideismo, o biblismo, o livre examinismo, o gracismo, etc são como que uma muralha intransponível entre a ortodoxia Cristã e o luteranismo... que dizer então do calvinismo que sempre foi reputado como herético pelos próprios luteranos ou do anabatismo encarado como herético pelos próprios calvinistas???

Protestantismo, sistema religioso mais humano ou natural do que propriamente Cristão ou revelado!

Lamento informa-la mas a Srta é muito mais luterana ou calvinista do que Cristã.

Jamais lí os nomes dos novos apóstolos: Lutero, Calvino, Zwinglio, Bucer, Bullinger, Oecolampadio, Agricola, Muntzer... sequer no velho Testamento, quanto mais no Evangelho de Cristo... Ignoro pois tais personagens sem dano e risco.

Pelos confins do Oriente...

Prefiro os ensinamentos indiretos - através de seus sucessores os Bispos - de um Bartolomeu, de um Simão ou de um Tomé, conservados nos confins da Síria ou do Iran, do que os ensinamentos desses latinos, europeus, ou melhor alemães arrevezadinhos...

Os olhos da Srta estão voltados para Wittemberg ou Genebra, os meus para Jerusalem, Damasco Alexandria, Antioquia, Edessa... onde não há sombra de protestantismo, porque o protestantismo não procede de lá, dos lugares santos onde foi primeiramente anunciada e divulgada a fé pura e imaculada sob os auspícios da benção divina.

Se os protestantes desejam mesmo estudar seriamente o Evangelho abandonem as traduções humanas!

Porque a Srta não aprende grego e estuda seriamente os Evangelhos - que são a palavra mesma de Jesus Cristo - ao invés de perder seu tempo precioso lendo as palavras de Moisés ou David em português, servindo-se de uma tradução humana e falível?? Digo isto porque vocês protestantes, apesar de toda a arrogância, não se servem da 'pura e perfeita palavra de Deus' mas da obra do Almeida que era homem, tradutor e sujeito a equívocos...

Entre a srta e a verdade estão Almeida, Lutero, Tyndale, Wicliff, Jerônimo, Smith, WT, etc agentes e mediadores puramente humanos e faliveis... Eis porque não esta na posse da palavra de Deus, mas como se diz de versões e traduções humanas e capengas, como tudo quanto é humano OU COMO CREEM VOCES PROTESTANTES, ESSENCIALMENTE CORRUPTO!!!

Eu posso vangloriar-me em Jesus Cristo de ter estudado a lingua dos gregos para ler sua palavra no texto original e inspirado. Sirvo-me da palavra pura e imaculada de Cristo, logo não preciso de vossas bíblias, panfletos, folhetos, explicações, etc que são pura ilusão, fruto da vaidade.

Porque recorre a um pastor quase analfabeto com o intuito de saber o que os homens base do judaismo disseram ou fizeram? Melhor faria em procurar um rabino ou em matricular-se numa Yeshiva.

De fato o caminho que a Srta tomou é um caminho tenebroso...

As novas traduções protestantes e sua miséria!

Pois a Srta coloca as sentenças dos legisladores e sacerdotes hebreus, muito mal interpretadas e compreendidas pelos pastores da Asd acima das palavras de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo...

E mesmo quando examina as palavras de Jesus Cristo, recorre a traduções faliveis e as tradições inventadas por Berg e Vingren, tradições que remontam,. no máximo, ao assassino Martinho Lutero e mais remotamente ao ex maniqueu Agostinho ou ao ariano Aério.

Eis teus mestres e guias: Analfabetos, assassinos, cripto maniqueus e arianos; todos nimbados com a luz do espírito santo... e quando tais mestres não te agradam ousas atribuir 'humildemente' tua própria opinião ao Espírito Santo ao invés de estudar as palavras de Jesus na lingua em que foram registradas ou a História do Cristianismo primitivo. Nada mais previsível do que o homem atribuir suas próprias opiniões ao espírito santo e a imaginar que tudo quanto pensa e diz é pensado e dito pelo próprio deus... e nada mais sacrílego.

Ao menos os muçulmanos se ocupam em estudar o árabe; bem como os Sahis e Hadiths... oxalá minha amiga, fosses tão séria quanto eles.

Opções antagônicas!

Mas preferes tomar a JFA e deleitar-te com as fanfarronices de Caleb, Finéias, Josué, David e outros tantos assassinos, jagunços, criminosos, carniceiros, matadores e patifes... és livre, procede como queres...

Não venhas no entanto querer instruir-me nos mistérios de tua nova religião pois nela nasci e conheço-a bem mais do que possas crer e supor.

Saboreia em paz o teu protestantismo e traga o cálice até o fundo...

Assim darás uma boa sabatista ou unitária (uma vez que anabatista ja o és, para a desonra do teu profeta e mestre Lutero) e quem sabe, ao fim da vida, excelente judia ou muçulmana...

Quanto a mim lançei fora os idolos infames de Lutero, Carlstadt, Zwinglio, etc tal e qual Abraão - segundo a lenda - havia lançado fora os idolos forjados por seu pai Zera...

Não preciso ser instruido por estes novos e falsos mestres.

Já o disse e agora repito: prefiro Clemente, Teófilo, Eusébio, Afraates, Teodoreto, Crisóstomo, etc afinal estando historicamente situados tanto mais perto dos apóstolos, devem ter compreendido melhor o que eles anunciaram do que os europeus ou alemães do décimo sexto século.

Ignoravam eles a Escritura Santa ou o Espírito Santo???

As palavras das Escrituras ou melhor de Jesus, encontro amiude em suas exposições... o testemunho do Espírito Santo percebo em suas obras e conduta honesta.

Faltava-lhes o que???

A boa fé talvez???

Idoneidade do Padres da Igreja superior a dos Reformadores protestantes

Sejá como for a boa fé não é coisa que sobejasse naquele que afirmou ser licito pregar uma boa mentira com o intuito de vindicar a Igreja (Lutero sobre sua igreja, protestante, recém fundada) ou naquele que recorreu a fraude e a manobra com o intuito de trucidar o pobre Servet...

Supor que faltava honestidade aqueles que cobriram o Oriente com hospícios, asilos, hospedarias, escolas, dispensários, etc e que sobrava honestidade naqueles que fizeram perecer um sem número de instituições humanitárias na Alemanha, na Suiça, na França e na Inglaterra, entregando-as as chamas e a pilhagem não me parece lá muito razoável... Antes porém estes mesmos varões regaram com sangue o solo do império romano, enquanto teus Lutero e Calvino não verteram sequer uma mísera gota de suor...

Peroração: cada macaco no seu galho!

Mas a Srta crê no que melhor lhe apraz...

Rogo-lhe porém que deixando-me em paz abstenha-se de convocar-me para abraçar a este novo Evangelho, verdadeiro anti Evangelho fabricado nas Alemanhas... fico com aquela fé que foi anunciada uma única vez aos Santos no Oriente e mesmo que um ser de natureza celestial viesse anunciar um outro Evangelho, taparia os ouvidos e remete-lo-ia as favas.

Fique a Srta com as revelações adicionais concedidas a cada heresiarca segundo suas predileções ou caprichos. É uma crônica aberrante...

Eu fico com a Revelação de Jesus Cristo definitivamente encerrada e fixada com a morte do derradeiro apóstolo: Simeão cerca do ano110 desta nossa Era ou seja a cerca de 1900 anos e não há alguns minutos ou Trinta anos após este continente ter sido descoberto pelo Colombo.

Recorrendo a Paulo e ao Paulinismo para silenciar as fundamentalistas bíblicas ou meio fundamentalistas!

Caso a Srta não controle sua compulsão religiosa terei de apelar a grosseria e de informa-la de que sua crença na inspiração verbal, plenária e linear, obriga-a a fechar a boca uma vez que o apóstolo Paulo (baseado nas tradições judaicas e não em Jesus Cristo) preceituou que a mulher jamais instruísse varão, que se cobrisse com um véu de pano (coisa que a Srta não faz), que não comêssemos animais sufocados, etc para não falar-mos nas leis e decretos do antigo testamento que nem a Srta, nem os pastores e nem mesmo os rabinos judeus ousam cumprir... evidenciando com suas obras - e portanto na prática! - que a doutrina da inspiração verbal, plenária e linear é falsa e com ela o protestantismo...

Do contrário sou obrigado a dizer que a Srta, e as demais missionárias protestantes, violam descaradamente a 'lei de deus' fazendo muito pouco caso de sua palavra...

Mulheres anunciando a infalibilidade plenária de um livro que determina que elas mesmas permaneçam caladas é o cúmulo do absurdo: pois se elas estão corretas o livro esta errado; mas se o livro esta correto elas estão erradas rsrsrsrsrs

Cumpram primeiro tudo quando vossas Escrituras infaliveis determinam e ordenam - ao menos tudo quanto o Novo Testamento determina - e só então venham instruir-me sobre a inspiração plenária e linear...

Como sinal de boa vontade recomento a si e a todos os protestantes, os seguintes vídeos:











Seu amigo e criado, profo Dr Domingos Pbraz


















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